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PERIGOSAS NACIONAIS

C. M. SANG.

Uma mentirinha
para mim
um conto de
Uma mentirinha pro meu CEO
(um dia na vida de Rafael
Jordão)

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Agosto 2018 – 1ª Edição


Rio de Janeiro – RJ.

PERIGOSAS ACHERON
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Copyright © 2018, C. M. Sang.


Todos os direitos reservados
Essa é uma obra de ficção e seu intuito é entreter
pessoas. Qualquer semelhança com personagens,
nomes, lugares, datas e acontecimentos é mera
coincidência.
A obra segue as regras da Nova Ortografia da
Língua Portuguesa, e também apresenta uma
linguagem coloquial, principalmente nas falas das
personagens.
Todos os direitos são reservados a C. M. Sang.
Nenhuma parte desse livro pode ser utilizada ou
reproduzida sob quaisquer meios existentes, sem a
autorização da autora. A violação dos direitos
autorais é crime estabelecido na lei nº 9.610/1998,
com punição prevista pelo artigo 184 do Código
Penal.

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Índice
1
2
3
4

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Querido leitor, amada leitora,


Antes de tudo, gostaria de alertá-los a não abrir
esse livro, se pretendem ler “Uma mentirinha pro
meu CEO” futuramente.
Neste conto, acompanharemos um dia na vida de
Rafael Jordão, o CEO mais apaixonado, carinhoso
e dedicado à mulher amada que existe.
Mas… se vocês pretendem ler sem conhecerem o
romance que gerou esse conto, sintam-se à
vontade, e entrem na mente desse homem
maravilhoso.
Só aviso que, caso se interessem pelo “Uma
mentirinha pro meu CEO”, aqui tem muito spoiler.

(Conteúdo Adulto)

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Amo seu corpo quente. Amo suas curvas. Amo


quando está sob meu corpo, implorando por mais,
sussurrando, gritando meu nome. Amo suas unhas
cravadas em minhas costas toda vez que meto bem
fundo.
Amo seu modo de pensar, seu olhar devoto a
mim…
Amo seu olhar… ah, o seu olhar…
Não há olhos mais belos do que o dela!
Amo seus olhos da cor de um mar verde
turquesa. Um tom incrível de verde que posso jurar
virarem azuis em alguns raros momentos. Olhos
doces e amorosos que brilham sempre que nos
encaramos. Olhos fogosos e cheio de luxúria
quando nos amamos com os nossos corpos.

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Eu amo a Gabriela.
Sou totalmente devoto à Gabriela Alencar
Jordão, minha amada esposa.
Seu olhar sedento pelo me corpo, sua entrega
total à paixão de nossos corpos e seu amor por mim
são o que me fazem abrir os olhos todos os dias
sabendo que, não importa o que aconteça, se
estamos juntos, tudo está bem e eu sou o homem
mais feliz do mundo.
Mas é só esticar o braço e sentir o lençol gelado
ao meu lado que me sinto como se estivesse no
meio de um deserto glacial. Gabriela não está ao
meu lado. Nem dormimos juntos essa noite.
O colchão do hotel não é mais estranho do que a
falta de Gabi e o calor de seu corpo. Há anos estou
acostumado a camas diferentes da minha. Infinitas
viagens a passeio ou a trabalho, que me levam a
considerar qualquer lugar que eu possa fechar os
olhos e dormir como aceitável. A ausência de um
lugar fixo para passar a noite me permite dormir
sem sentir os incômodos de estar num ambiente
desconhecido. Quartos de hotéis, acampamentos,
camas de estranhos, poltronas de avião, sofás…

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chão. No último não durmo desde que larguei a
vida boêmia que levava quando era ator. Mas, hoje
em dia, basta apenas estar com sono e fechar os
olhos. Pronto. Terei o descanso que preciso para
encarar o dia que virá.
Bem… bastava. Na noite passada não foi tão
fácil fechar os olhos sem Gabi…
… e sem sexo.
Desde o nosso casamento, essa foi a primeira vez
que passamos uma noite afastados. Ontem, eu tive
a comemoração de aniversário de um grande
investidor; hoje cedo, ela tem uma reunião
importante no seu setor, por isso não veio, e eu
decidi não encarar um voo noturno às pressas, já
que chegaria em casa de madrugada e talvez a
perturbasse quando mais necessitasse de uma noite
tranquila. Admito, porém, que foi tentador dizer
que ela não poderia participar da reunião, que
viajaria comigo e ponto final, já que eu mando
naquela porra toda. Só não o fiz para não terem
mais motivos para falar dela.
Seus colegas não fazem ideia do mundo de
responsabilidade que ela enfrenta desde que

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assumiu sua nova função, mas só pelo fato de estar
casada com o dono do banco onde trabalha,
diminuem sua importância no setor.
Observam-na com desdém, como se, na sua
ausência no posto de trabalho, ela ficasse na cama
de lingerie me esperando. Uma fantasia deliciosa
pra caralho, todavia bem distante da realidade.
Gabriela é muito comprometida com o trabalho.
Mesmo com o canudo encostado num canto, sem
exercer a profissão pela qual se formou, ela se
dedica totalmente à sua função no Banco Jordão. E
gosta. Seu olhar não é muito afiado para o mercado
financeiro, no entanto ela não deixa passar
absolutamente nada de errado no banco. E já
descobriu mais merdas similares a que… a que
quase lhe custou a vida.
Passo a mão no rosto agitado com a dor no meu
peito. É como se tivesse uma mão esmagando meu
coração.
Não quero pensar nisso a essa hora da manhã…
nem nunca.
Aliás, que horas são? Pego o celular seis e dez
da manhã.

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Seis e dez da manhã e ela não está ao meu lado,
pois ela terá que participar dessa reunião, por ter
conseguido mais uma vez desvendar um esquema
de aproveitadores filhos da puta, pegos na auditoria
realizada numa agência bancária.
E por causa da minha secretária que confirmou
um compromisso para mim, sem consultar minha
esposa ou o chefe dela. Normalmente minhas
viagens não coincidem com as necessidades de
Alvarenga tê-la ao seu lado. Era para Giovana ter
enviado flores, um relógio, uma caneta, agendado
um encontro noutra data, ao invés, de “perdão,
Senhor Jordão, era o aniversário do Senhor Vidal,
um compromisso inadiável, e confirmei, pois o
senhor já tinha dado o ‘ok’, para o evento”.
Nessas horas, eu a olho no fundo dos seus olhos
deixando bem claro que não tolerarei esse tipo de
falha, embora eu não seja um carrasco a ponto de
mandar alguém pro olho da rua por causa de um
erro como esse.
Eu sei lá o dia que Vidal faz aniversário! A porra
de um “ok”, que eu iria ao compromisso não
isentava da porra da consulta da agenda da Gabi,

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nem de deixar o dia reservado para mim na agenda
dela, para que Alvarenga ficasse ciente de sua
indisponibilidade. Mesmo porque aparecer nesses
compromissos sem ela provou ser uma merda.
Ontem, parecia que eu nem tinha uma aliança no
dedo! Perdi a conta de quantos foras eu dei em
oportunistas descaradas. A maioria tinha pleno
conhecimento que eu sou um homem casado e
muito bem casado, e, para algumas, dispensei dar
um segundo fora e saí de perto simplesmente
deixando as caras de pau falando sozinhas.
É… quando eu encontrar Giovana novamente
falarei que, num próximo erro desse, ela terá que
assumir a culpa, dizendo que se equivocou ao
agendar o compromisso e que nem chegou ao meu
conhecimento o encontro. Pode ser uma visita à
Rainha da Inglaterra que ela terá que se virar pra
justificar meu não comparecimento.
Não participo mais de eventos assim sem minha
bela esposa vestida de gala ao meu lado, para que
essas caça-níqueis não tenham chance de me dar
um “oi”.
Além disso, a presença de Gabi é uma luz na

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minha vida e é só olhar para minha bela mulher que
me sinto revigorado após ter que discutir negócios
nesses eventos. Conversar com ela me desintoxica
totalmente dessas pessoas que se aproximam de
mim para me fazer perguntas vazias sobre como vai
a minha vida (cujas respostas que dou são mais
vazias ainda), só para discursarem o que muitas
vezes é de apenas interesse delas.
Então, Gabriela é tão indispensável quanto o ar
que respiro.
Minha Gabriela!
Minha esposa linda que esteve nos meus braços
pouco antes de eu viajar. A mulher que eu deixei
em casa na segurança do nosso lar. Só de lembrar a
tarde de ontem meu pau dá sinal de vida. Ele tão
acostumado a estar dentro dela nas primeiras horas
do dia, que se tivesse boca me perguntaria por que
eu não cancelei o jantar fingindo um mal-estar ou
qualquer merda. Uma cabeça que não pensa por si
só, mas que se conecta ao meu cérebro, me fazendo
recordar do nosso final de tarde de ontem…

Entramos na nossa cobertura, após mais um dia

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de trabalho no Banco Jordão. Saímos mais cedo
que o habitual, e, para não perdermos tempo no
trânsito, viemos de helicóptero. Temos poucas
horas para ficarmos juntos.
Estamos sós, totalmente sós, e minha esposa fica
ainda mais tentadora do que já é. Seguro sua mão
e a puxo para mim. Aprecio seu arquejo; a
surpresa do choque dos nossos corpos é nítida em
seus olhos. Uma surpresa que se torna um desejo
puro e ardente.
Deus! Eu amo essa mulher mais que tudo.
Colo minha boca na dela. Minha barba por fazer
arranha sua pele macia, enquanto minha língua
penetra por entre seus lábios pintados de vermelho.
Recordo-me da primeira vez que usamos e a
dificuldade que tivemos para tirá-lo dos nossos
corpos. E ela o pôs de propósito hoje. Safada! Quer
tingir meu pau de vermelho, para que eu me
recorde dela toda vez que eu o veja. Enquanto esse
boquete não vem — ah, sim, tenho certeza que ele
virá —, chupo seu lábio, faço minha língua dançar
com a dela, enroscando meus dedos pelos fios
macios e sedosos do seu cabelo, fios castanhos que

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se mesclam com os meus enquanto nossas bocas se
devoram.
Mesmo um beijo com ela é especial. Fico aceso,
quente, sedento por eles. Beijá-la em público é
difícil, pois o mundo que vivemos se torna apenas
meu e dela. Nada, absolutamente nada mais
importa. É difícil me controlar, preservá-la de
olhares curiosos e julgadores, mantendo as minhas
mãos fixas em suas costas. Preciso conter também
meu desejo expresso de forma bastante volumosa
abaixo do meu umbigo e mantê-lo oculto.
O que não é necessário agora. Uma mão que
não está em seu cabelo desce pelo seu corpo e
apalpo sua bunda, puxando-a ainda mais para
perto de mim. Seu gemido em resposta faz minha
ereção ficar ainda mais apertada na calça. E não
dá mais para esperar um só instante. Solto seu
cabelo de vez e a forço pular em meu colo.
Ando pela sala até a escada com passos
instintivos, de tanto que conheço esse lugar. Faço o
caminho sem erro mesmo com ela no meu colo,
com seu sexo desavergonhadamente rebolado
contra o meu. Suas mãos puxam meu cabelo, sua

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boca espalha beijos em meu pescoço. Distrai-me
como pode, confiando plenamente em mim nessa
nossa pequena jornada até o quarto.
Eu a tomaria ali mesmo, no chão da entrada do
nosso lar ou na escada. Não seria novidade, já que
cada pedacinho desse apartamento já recebeu
generosas sessões de sexo nossas, algumas delas
verdadeiras fodas-amor, já que com ela nunca foi
uma mera transa, uma trepada. Desde a primeira
vez que invadi seu corpo, quando, por acaso, nos
encontramos em Fernando de Noronha, o sexo foi
especial. Viciante. Deliciosamente viciante.
Mas faço com que desça do meu colo e a coloco
no primeiro degrau, numa posição que a deixa um
pouco mais alta do que eu.
— Quero você. — Sussurra com a voz doce e
rouca que tanto amo, enquanto afrouxa o nó da
gravata. — Quero muito você.
— E você terá, meu amor.
— Ah, Rafa, eu te amo!
Tornamo-nos a nos beijar, enquanto seus dedos
habilidosos abrem meu colete, depois minha
camisa. Para mim é mais fácil. Ela foi trabalhar de
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vestido, o zíper que subi mais cedo logo é descido
para que suas costas em brasa queimem a palma
da minha mão enquanto a dispo.
Paletó, gravata, colete, camisa, cinto e vestido
viram uma massa disforme sob nossos pés. Ela fica
apenas de lingerie, vermelha, sexy como uma
diaba, e eu de calça, com a braguilha aberta
revelando parte da minha boxer preta. Mas é como
se não vestíssemos absolutamente nada, pois o
desejo nos despe por completo.
Acaricio seu seio, enchendo minha mão com ele.
Massageio sua carne tenra, lutando contra a
vontade de sentir com a minha língua a rigidez de
seu mamilo intumescido. Esses montes perfeitos e
arrebitados são a minha perdição!
— Para o quarto. — Imploro, sem aguentar mais
um instante.
Suas pálpebras estão pesadas, seus olhos verdes
e cristalinos estão quase negros e libertinos.
— Quero você aqui.
Decidida, desce o degrau. Decidida, ajoelha-se
na minha frente. Mais decidida do que nunca,
abaixa a calça e a boxer, revelando meu sexo bruto
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e animalesco. Não quero me gabar, mas meu pênis
é bem avantajado e sei muito bem como usá-lo.
Seguro no corrimão da escada quando vejo sua
mão se aproximar para tocá-lo. Ou melhor:
masturbar-me.
Primeiro, sinto um choque percorrer meu corpo.
Um arrepio lento que se inicia no ponto em que
seus dedos mornos me tocam. Em seguida, sou
envolvido pelos mesmos dedos que parecem
infinitamente mais quentes, tão quentes quanto
minha ereção trincada.
Ah, por favor, não demore, ou passarei
vergonha.
Gabriela me beija. Me chupa. Me toma até a
metade. Me toma por inteiro. Me engole e rujo
quando estou em sua garganta. Meus instintos mais
primitivos ganham força e mexo meu quadril,
estocando em sua boca, fazendo-a me tomar mais
fundo.
Eu não queria, juro que não queria, mas a minha
mão não me obedece e agarra o seu cabelo, meus
dedos novamente enroscados nos fios, para que ela
não pare, para que eu estoque na sua boca e

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prenda minha glande o mais fundo possível.
Estocadas que faço olhando em seus olhos. Neles
há tudo! A súplica lacrimejante. O desejo
sedutor… O seu lado selvagem aceitando essa
submissão ilusória. Sua boca encostada na base da
minha ereção, seu nariz roçando minha pele.
Porra! Isso é muito foda! Uma visão sensacional
do caralho!
Saio lentamente de dentro dela. A vontade de
voltar a subjugá-la desse jeito mais uma vez é
intensa, ainda mais quando sinto seu ímpeto que
faz para voltar a me foder com sua boca gulosa,
forçando sua cabeça para frente, impedida pela
minha mão em seu cabelo. Mas se eu continuar
assim, vou gozar. Forte. Bem lá no fundo.
Sem soltá-la, ajoelho-me e faço com que me dê
as costas.
— De frente para a escada. — Uma ordem que
ela prontamente obedece.
Solto com a outra mão o sutiã. Fácil.
Complicado é descer a sua calcinha, mas eu deixo
o pedaço de renda e seda vermelho na altura dos
seus joelhos apenas com uma mão. Confiro sua

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excitação.
— Você gosta tanto assim de me chupar? —
Pergunto mordiscando o lóbulo da sua orelha,
enquanto sinto seu líquido quente em meus dedos.
— Sim. — Sussurra e arqueja quando rodeio seu
clitóris. — Ah… Rafael!
— Diga, meu amor.
Acaricio seu grelinho ainda mais e beijo seu
pescoço, sua nuca, deixando minha ereção tocar a
sua entrada.
— Quero você… dentro de mim.
Entro com dois dedos. Seu gemido é delicioso:
uma mistura de prazer e protesto; satisfação e
agonia.
— Assim não!
Solto um risinho safado e beijo seu pescoço.
— Assim não? Como?
Roço minha ereção em sua entrada. Ela geme
alto. Deslizo meus dedos pra fora e a penetro de
uma só vez.
E paro.
Dois sons distintos: um rugido animalesco meu;

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um gemido gutural dela. Os dois com o mesmo
significado: puta que pariu, que foda!
Sobre as roupas emboladas, estoco dentro do seu
corpo que rebola sob o meu. Seguro seu cabelo e
beijo onde minha boca alcança: pescoço, nuca,
ombro, orelha. Beijos molhados no pescoço,
chupões de leve para não marcar sua nuca,
mordiscadas que arranham a pele sedosa do seu
ombro, beijo de novo seu pescoço até encontrar
seus lábios e estocar ferozmente enquanto assalto
sua boca que me provoca com gemidos mais altos.
Mas assim gozarei muito rápido.
Desacelero.
Ondulo meu quadril em direção ao dela,
descendo minha mão para o seu clitóris. O aperto
do seu canal é imediato e quase me faz gozar. Foi
tão forte que precisei diminuir ainda mais os
movimentos. Mas minha boca continua ávida por
ela. Chupo sua nuca para ficar marcada, beijo do
seu ombro até o pescoço, chupo o lóbulo da orelha.
Os sons que emite me faz duvidar que ela consegue
respirar.
Cada toque um gemido, meu nome, uma prece ao

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divino. Escuto cada arquejo seu, pedidos para ter
mais de mim como preces que devo atender
prontamente. Fazemos amor de todas as formas
possíveis, e hoje mais do que nunca a marcarei de
todas as maneiras.
Continuo minhas carícias em seu clítoris, até que
ela estremece e preciso soltar o cabelo para
segurar seu corpo lânguido e trêmulo, suas forças
totalmente consumidas pelo orgasmo. Massageio
seu seio, sem apiedar nas minhas estocadas. Ela
não me dá trégua apertando meu sexo enquanto
tremores percorrem seu corpo. Por que eu teria
pena de proporcionar-lhe um prazer avassalador?
Num desses apertos pergunto-me se ela anda
treinando técnicas de pompoarismo enquanto solto
um gemido estrangulado.
Gabriela, bem, ela geme ainda mais alto com o
aperto que dou em seu mamilo.
Recobro o pouco de razão que me resta e a
ponho novamente de quatro. A mesma razão tenta
gritar comigo para que eu suba com ela para o
quarto, mas como parar o que fazemos nesse
instante?

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Totalmente dispensável qualquer conselho vindo
dela.
— Quero seu cuzinho…
— Aaaai, Rafael…
Minha esposa safada rebola no meu pau. Porra,
ela adora um sexo anal e eu a amo por isso
também.
Aproveito minha mão molhada do seu orgasmo e
melo seu cuzinho enquanto vejo meu pau entrar e
sair de sua buceta.
Essa é uma visão incrível!
Então, preparo minha entrada. Primeiro com um
dedo. Sinto meu pau entrando e saindo do seu sexo,
e, puta que pariu, isso é muito foda! No segundo
dedo ela protesta um pouco. Chama esse preparo
de dupla penetração. Bem, não deixa de ser…
Infelizmente não sei parar quando estamos assim.
Sejamos honestos: nem ela!
Quando a resistência do seu cuzinho apertado
cede um pouco, saio lentamente do calor do seu
corpo e me ajeito em sua entrada traseira.
Dessa vez, sou devagar. Nunca serei bruto aqui.

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Seu arquejo é fraco. Ela aprecia a dorzinha
inicial e eu a torno bem lenta e agonizante. Entro e
saio com a minha glande até sentir-me realmente
em seu interior e seu gemido ficar mais alto. Entro
e saio e entro e saio e entro e saio e entro e saio e
ela vem com sua bunda arrebitada de encontro ao
meu corpo. Torna a me engolir por inteiro, dessa
vez com esse sexo perverso.
Estou quase gozando. Preciso… me acalmar,
não quero… para agora. Saio de repente de seu cu,
e enquanto tento controlar minha respiração
ofegante, olho o rombo causado pela minha
ereção. Adoro ver as piscadas para que ele volte
ao seu estado normal e bem apertado. Miro
novamente em sua entrada e volto ao seu interior.
A reentrada faz com que ela encolha seu corpo,
sempre causa um pouquinho de dor. Estoco
devagar para que ela torne a se acostumar comigo
em seu interior.
— Eu te amo tanto.
— Ah, Rafa! Eu te amo.
Minha declaração é combustível para ela mesma
subir e descer em meu pau com reboladas que me

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fazem delirar com esse prazer febril. Gemo em seu
ouvido e viro seu rosto para mim, enquanto ela me
toma como uma amazona invertida. Estar sob o
meu corpo não é o menor problema para ela tomar
as rédeas e nos levar rumo ao orgasmo.
— Oh, puta que pariu! Puta que pariu!
Seguro seu cabelo novamente para enterrar
minha língua em sua boca e acaricio seu clítoris
com mais ímpeto, enquanto volto a estocar. Estou
quase gozando e quero que ela venha comigo.
É o seu grito libertador que ordena a minha
ejaculação encher seu interior com o meu gozo.
Uma noite longe dela… Mal terminamos uma
orgia a dois e quero mais. Necessito de mais. Muito
mais.

***

Meu pau ainda ostenta uma coroa vermelha em


sua base. Sua glande está um pouco esfolada do
sexo que fizemos em seguida. E do que veio
depois. Mas deseja mais.

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Acaricio-o enquanto a lembrança do que fizemos
após sairmos da escada ainda é vívida na minha
memória. Eu praticamente posso tocar Gabriela de
tão real que é a recordação que tenho dela.
Minha doce, amada, encantadora esposa.
Minha inteligente, sagaz, amiga mulher.
Minha fogosa, gostosa, selvagem amante.
Mas ela não está aqui e meu sexo se recusa a
aceitar as carícias da minha mão grande e máscula.
A mão que o masturbou por toda uma vida, que o
satisfez nos momentos mais solitários agora é uma
amante abandonada e inútil.
Se eu voltar agora, posso ter meu sexo matinal
com ela na presidência do banco. É uma ideia
maravilhosa.
Pra que mesmo estou aqui?
Ah, sim! Também aproveitei o jantar de ontem
para ter uma conversa cara a cara com meu grande
amigo. Ultimamente só temos conversado por
telefone e ele merece mais de mim por me ajudar
nesse momento complicado do banco.
Olho as horas. Passaram-se vinte minutos e ainda

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tenho uma ereção muito dolorosa. Fito a tela do
celular que exibe a foto de Gabriela em nossa
cobertura, no meio do decote do seu vestido está o
presentinho de prata esmaltado em cor turquesa que
é o seu pingente, o segundo mimo que lhe dei.
Deslizo o padrão de bloqueio e a imagem é
substituída por outra Gabriela, uma mulher sensual,
deitada em nossa cama, a renda do alto de sua
camisola preta escondendo parcialmente os seios.
Nesse momento meu pau praticamente quer tirar
o celular da minha mão e ele mesmo discar para
Gabi. Uma chamada de vídeo com sua cabeça
careca e brilhante com uma rachadura no meio para
que possa dar um “oi”.
Uma chamada de vídeo cairia muito bem.
Mas Gabi merece muito mais do que um “bom
dia” carregado de excitação.
— Sossegue, valentão.
Disco para ela, uma chamada normal que é
atendida no quarto toque.
— Oi, amor!
Fecho os olhos e respiro fundo com a onda de

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calor que sua voz me causa. E está ofegante, porra!
— O que você está fazendo?
— Ah… Saí do banho agora. Vim correndo,
porque ouvi seu toque.
Minha imaginação já tinha ganhado asas por
imaginá-la no banho… agora só consigo visualizá-
la enrolada na toalha… ou de calcinha e sutiã.
— Saiu do banho agora? — Minha voz fica mais
rouca.
— Hum… sim. Estou enrolada na toalha.
Sentada na cama. — A rouquidão existente também
em sua voz me enlouquece.
Maldita reunião dela! Maldito aniversário de um
investidor!
Fecho os olhos e logo me vejo no quarto, de
frente para ela, sentada na cama.
— Dormiu bem?
— Dormi. Demorei um pouquinho a pegar no
sono. Fiquei mexendo no tablet, conferindo as
últimas informações que inseri no relatório, para
não me esquecer de nada, quando eu falar na
reunião.

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— Não dormiu muito depois que conversamos,
certo?
Antes do horário que costumamos finalmente
dormir, liguei para ela. Ainda estava na festa, e
falar com minha esposa pelo telefone foi uma
forma que encontrei de não sair daquele lugar, por
causa dos assuntos repetidos e enfadonhos dos
quais sempre me sujeitam nesses eventos.
Conversamos por um longo tempo, tranquilizei-a
sobre a reunião, contei sobre meu voo. Espero que
não tenha perdido tanto tempo de sua noite de sono
com esse medo infundado de não conseguir ser
eloquente na reunião.
— Não. Estava cansada. Meus joelhos estão
protestando até agora.
Ajeito-me na cama. — Se te conforta, os meus
também.
— E tem outras partes doloridas.
— Ahmmm… Que partes?
— De todas elas, uma que estou tocando agora…
Escuto seu gemido no instante que seguro minha
ereção. Sexo por telefone… Quando foi a última

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vez que fizemos?

***

Caminho pelo heliponto onde fica a sede do


Banco Jordão na Avenida Paulista. Não é um
prédio tão imponente quanto o do Rio de Janeiro,
onde fica todo o comando do banco fundado pela
minha família, mas, particularmente, acho sua
fachada com vidros negros mais elegante que o
prédio com armação grossa de concreto e vidros
escuros de onde presido meu império na capital
carioca.
A visita não estava nos planos, provavelmente
ninguém da regional imaginava que eu apareceria.
Não é sempre que venho a São Paulo que passo
aqui, porém um helicóptero chama atenção demais
e a chegada do CEO já foi alertada aos quatro cantos
do BJ-SP. Não imagino que estivesse um
pandemônio antes de eu aterrissar, entretanto houve
bastante correria para que nada estivesse fora do
lugar, mesmo que o provável seja eu ir do rol de
entrada direto para sala reservada à presidência, um

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ambiente simples e impessoal reservado para mim.
— Bom dia, Senhor Jordão. — Angélica,
diretora da regional, me cumprimenta polidamente.
Não importa quem seja a me cumprimentar. No
banco, sou o Senhor Jordão, um homem capitalista,
impassível e implacável. Não tolero erros, exijo
resultados precisos e medidas para que o banco se
mantenha forte e um local seguro para todos que
investem seu dinheiro.
Algumas pessoas me consideram insensível, que
demito chefes de família, homens e mulheres,
para… como dizer… “conter despesas”. Mas eu
trabalho pra cacete, para receber um “não” para
cada pedido meu. Funções e mais funções ficam
obsoletas com o passar dos anos. Advogados,
médicos, economistas, empreendedores, qualquer
pessoa sabe que para crescer na vida e se manter no
mercado o profissional têm que se atualizar para
continuar ativo. Aqui, não é diferente.
Enquanto caminho até o elevador, ouvindo
Angélica falar sobre seus filhos e netos, em
resposta a uma pergunta que fiz sobre sua vida
pessoal (afinal, não posso ser totalmente impessoal

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com aqueles que são próximos de mim), penso em
Gabriela e em como ela garantiu uma promoção,
após uma demissão em massa, por ser uma
profissional exatamente como eu desejo que cada
um seja: comprometida totalmente com o banco.
Não que ela precise virar a noite trabalhando no
computador, como, às vezes, eu a vejo dedicar seu
tempo livre. Até reclamo por ela abrir o notebook
do trabalho para me acompanhar na incessante
disponibilidade de ser o responsável absoluto de
um dos maiores bancos do país. Ela não precisa
nem deve seguir meu exemplo.
E eu tenho que me acalmar ou terei um infarto
antes dos quarenta.
Chego à sala e olho para o celular. Minha linda e
maravilhosa esposa. Desbloqueio a tela. Minha
linda e sensual esposa.
Entro em nossa conversa. Há uma mensagem
dela.

* Gabi-Eu: Sexo por telefone não é a mesma


coisa. Vem logo pra casa. Te amo. *

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* Eu-Gabi: Eu te amo mais! *
* Cheguei à sede em SP. Já está na reunião? *
* Se ainda não começou, mas não quer usar o
celular para uma chamada, leia: *
* Não se preocupe. Desde a primeira vez que vi
você virar o centro da atenção de uma reunião,
você agiu com segurança, uma profissional
conhecedora e plenamente capaz de exercer suas
funções. *
* Fique tranquila, que tudo dará certo. *
* Caso leia essas mensagens após a reunião,
saiba que estou mentalizando para que tudo
corra bem. *
* E mais uma vez *
* Te amo. *

Baixo o celular. Se eu não me controlar, não saio


do celular com ela. Gabi reclama quando mando
um mero “ok” ou um “não”, respondendo às suas
mensagens, mas só faço isso quando eu realmente
estou muito ocupado e não posso perder minha
linha de raciocínio. O que é sempre.

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Tiro o notebook da maleta e leio as primeiras
informações sobre o banco. Já vi antes as projeções
do dia, ano de eleição é foda, cada pesquisa
presidencial aumenta ou diminui o dólar, eleva ou
reduz o valor dos investimentos, as grandes
empresas perdem um pouco (ou muito) do valor de
mercado, e, é lógico, o banco também sofre com
isso.
Nas próximas horas confiro os relatórios, envio
e-mails, analiso dados e mais dados, aproveitando
que com essa visita não precisarei cumprir nenhum
protocolo.
Apenas trabalho, até eu ver um vulto parado do
outro lado do vidro.
O homem do outro lado sabe que pode entrar
direto, ainda mais por eu estar sozinho, mas desde
que assumi a porra da presidência do BJ por
completo, tirando Gabriela, todos agem como se eu
fosse demitir um por se aproximarem demais de
mim.
Sorrio para Alberto que finalmente adentra no
recinto. Levanto-me para cumprimentá-lo com um
abraço.

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— Porra, não avisou que já estava aqui?
É… uma cerimônia desnecessária para entrar na
minha sala, mas a primeira palavra dita é um
impropério… vai entender…
— A gente combinou o almoço. Algumas
pessoas acham que sei de tudo, mas não tenho
acesso à agenda de todo mundo.
Só tenho conhecimento da minha e a da Gabi,
mesmo assim, com falhas.
— Não sabia que estava livre.
— Acabei de sair de uma reunião. Ia te ligar,
quando me avisaram que você estava aqui.
— Está livre agora?
— Você é o patrão. Se disser que estou, sim,
estou.
Rolo os olhos e fecho o notebook. Onze e meia
da manhã. Tomei um café da manhã básico bem
cedo. Dá perfeitamente para sairmos agora para o
almoço, ao invés de esperarmos o horário
combinado.
— Então, digo que está livre. — Brinco fechando
o notebook.

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Pouco depois, caminhamos pelos corredores da
sede, discutindo questões pertinentes à sua função.
Muitos amigos pediram um cargo, antes mesmo
de eu trabalhar no banco. Pessoas que receberam
meu voto de confiança, que decepcionaram ou
realmente aproveitaram a chance. Duas se destacam
por serem do extremo oposto uma da outra.
A primeira é Alberto. Conheço-o desde quando
éramos pequenos. Amigo para toda hora,
companheiro de muitas farras e até de orgias (sim,
putaria das brabas, já participei de várias). Ele
perguntou se eu não conseguiria uma vaga no
banco, qualquer uma na área dele. Claro que disse
sim e o indiquei para Isabella, minha irmã, que era
a responsável pelo banco ao lado do meu pai. E ele
agarrou a chance com unhas e dentes. Galgou atrás
de suas promoções, de seu sucesso. Orgulho-me
muito dele.
O único problema foi que seu processo de
crescimento o levou para um cargo que surgiu em
São Paulo. Ele me deu a notícia extasiado, e eu o
parabenizei com sinceridade, mesmo sentindo uma
pontada de dor no coração por simplesmente não

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podermos mais mandar uma mensagem a qualquer
hora do dia ou da noite, avisando que estávamos
indo um para a casa do outro encher a cara,
independentemente de haver mulher ou não.
Foi um baque, pois nós éramos praticamente
irmãos, éramos inseparáveis. Eu me incomodava
por nossas conversas serem mais com um telefone
na mão do que com copos com uísque ou garrafas
de cerveja.
O segundo baque na nossa amizade veio quando
ele resolveu aceitar uma proposta fora do BJ. Uma
que era irrecusável, devo confessar. Tive que
engolir por um bom tempo, mas, como já
perceberam, eu reverti e voltei a ter meu melhor
amigo como funcionário do meu banco há cerca de
seis meses.
A outra pessoa foi uma vadia que recuso nomear.
Até já falei dela para a Gabi, para que
compreendesse que eu tinha motivos para duvidar
de suas reais intenções por ter mentido para mim
que trabalhava no banco. Acho que aquele foi um
dos maiores choques da minha vida. Uma pessoa
que eu também conhecia desde que éramos

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crianças, uma amiga de farra, que ajudei todas as
vezes que me pediu (e foram muitos pedidos), que
me envolvi intimamente… e que, no fim, agiu
como uma serpente ardilosa e peçonhenta.
Foi um veneno poderoso e cruel que me fez
duvidar muito das pessoas que eu conhecia, que me
fez indicar as pessoas para o banco, por não querer
ser uma pessoa cruel, mas já deixar seus superiores
avisados que a primeira “cantada de galo” por me
conhecer ou à minha irmã poderia demitir sem dó
nem piedade. Um veneno que me fez enxergar
qualquer um que eu viesse a conhecer como
oportunista.
Uma traição que só não foi maior que o tiro
certeiro que atingiu meu peito quando descobri que
Gabriela, minha doce namorada que eu acreditava
piamente trabalhar numa empresa qualquer, na
verdade, trabalhava no BJ, alguns andares abaixo
de mim.
Meu mundo caiu no dia que descobri sua
mentira. Num primeiro momento, achei que minha
mente estava pregando uma peça. Ouvi o nome
dela… olhei em sua direção como se eu tivesse

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ouvido meu próprio nome. E vi minha namorada na
sede do BJ com um crachá no peito, como se fosse
a coisa mais natural do mundo ela ser funcionária
do banco.
Tá, ela não estava tão natural. Seus olhos só
faltaram pular de suas órbitas de tão arregalados
que estavam.
Seu rosto era de uma delinquente literalmente
pega no flagra. Medo. Culpa. Fora a frieza de suas
ações que me surpreendeu impossivelmente mais.
Entrei no seu jogo e fingi que não a conhecia, pelo
menos foi assim que interpretei em nenhum
momento ela falar comigo sem intimidade. Mal
prestei atenção no que ela fazia, mas executou seu
serviço sem erro, pelos comentários que eu ouvia.
Caralho, parecia a porra de uma espiã, e não
ajudava eu recordar de várias atitudes dela no
decorrer do nosso relacionamento, principalmente
quando a via parada ouvindo minhas conversas.
Para mim, ela era uma pessoa infiltrada na minha
vida para obter informações privilegiadas.
O pior é que eu estava ali por ela. Minha
presença foi unicamente para eu me aproximar um

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pouco mais do que ela fazia, entender um pouco do
seu trabalho, que, até minutos antes, eu acreditava
ser noutro lugar.
E depois eu a encontraria. Depois a levaria para
um motel. Depois amaria o seu corpo de todas as
formas.
Depois que eu saí de perto dela, bloqueei seu
número e desliguei imediatamente o telefone,
embora sentisse uma necessidade absurda de voltar
pra perto dela, segurar seus ombros para ouvir
olhando dentro dos seus olhos por que mentiu pra
mim. Só não fiz, pois tive medo do que eu
descobriria, medo de ler suas explicações por textos
frios ou mesmo ouvir sua voz em áudios que
poderia me fazer ceder e ser feito de idiota por mais
tempo.
Em nenhum momento passou pela minha cabeça
que era inocente, afinal, ela mentiu. Fiquei tão cego
pela traição que muitas vezes sentia como se eu
segurasse meu coração nas mãos e o olhasse com
fúria por ter batido descompassadamente por uma
mulher tão vil.
Exigi que levantassem todas as informações

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sobre ela.
E não havia absolutamente nada de errado.
Por que mentiu? É sério, ainda é difícil de
compreender.
Tá… talvez ela tivesse motivos. Aquele motivo
absurdo de eu impedir os funcionários de se
relacionarem sem ser profissionalmente. Ou que
somente eu e Isabella poderíamos ter um
parentesco. E eu não sei como reagiria se ela me
contasse ainda naquele início de namoro. Essa
pergunta já me fiz inúmeras vezes e nunca
encontrei uma resposta.
Aliás, naquela época vi sua hesitação em me
contar sua função no trabalho. Achei que poderia
ser por causa do seu cargo que era diferente de sua
formação e de pouco prestígio, fora que muitas
pessoas se sentem desconfortáveis por discutirem
seus empregos comigo.
Lembro-me de perguntar se ela trabalhava em
outro banco, o que seria um problema bem grande,
pois ela poderia ouvir conversas estratégicas e um
comentário, por mais inocente que fosse, poderia
me fazer perder muito dinheiro. Eu teria que

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arrumar um jeito de fazê-la sair do emprego e não
sabia qual seria sua reação por eu me intrometer em
sua vida profissional por motivos puramente
mesquinhos.
Uma hora eu precisaria encarar a realidade. Eu
teria que aceitar um mundo sem Gabi. Um mundo
onde as pessoas perguntariam por minha namorada.
A mulher da minha vida. A mulher que eu já havia
chamado para morar comigo. Mais perdido e
desiludido do que nunca, desabafei com minha
melhor amiga, minha confidente, minha irmã. E
Isabella era a pior pessoa para ouvir os meus
segredos.
Dias terríveis… Caralho de dias terríveis.
Graças a Deus, dias que ficaram para trás.

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Depois de uma caminhada rápida pelo BJ-SP,


entramos no carro do Alberto para irmos ao
restaurante. Ele não notou que nos últimos
momentos que falava sobre os dados do banco, eu
praticamente não prestava atenção. Costumo
discutir bastante, bem mais do que responder
monossílabos ou frases com no máximo cinco
palavras. Ou talvez tenha percebido que eu
divagava para algum lugar e não quis me perturbar.
Pego o celular quando escuto o alerta de uma
mensagem recebida. Não são todos que têm esse
privilégio. Por mim, seria apenas a minha esposa,
minha mãe e minha irmã, minha secretária, talvez
Alberto, mas preciso ter toda a diretoria sonora para
que uma urgência seja atendida de imediato.
Sorrio. O alerta foi de uma mensagem da Gabi.

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Avisa-me que a reunião foi maravilhosa, conseguiu
falar tudo que precisava, e que estava aliviada por
ter chegado ao fim. Almoçará na casa dos pais, e
envio uma mensagem para avisá-la que estou com
Alberto e que também iremos almoçar.
Meus sogros já se mudaram para o condomínio
em frente ao BJ. Ainda não me conformo de eles
terem escolhido morar ali, na zona norte, embora
seja uma forma de a Gabi sempre ver os pais
durante o almoço ou no final do expediente e ser
perto do restaurante deles.
Meneio a cabeça, a inconformidade das decisões
deles ainda me irrita.
Podiam ter escolhido Ipanema, Leblon… Ainda
mais com o sabor da comida da Samantha. Depois
que passou a assinar o cardápio — e obviamente da
reforma que deixou o local mais requintado, algo
que exigi que Gabi impusesse à família —, o
restaurante passou a receber tanto público, tantos
executivos de alto-escalão do BJ, que só é possível
fazer uma refeição lá dentro com reserva. À noite,
nem se fala: é preciso ligar com pelo menos dois
meses de antecedência para garantir uma mesa.

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— Ainda é esquisito pra cacete ver você feliz
com essa coleira de dedo. — Alberto sacaneia.
Mexo na minha aliança. Rodo-a no meu dedo,
gostando de sentir um pouco desse aperto. Um
sorrisinho me escapa, pois é inevitável eu me
recordar do momento em que Gabriela a colocou
no meu dedo na frente de todos os nossos entes
mais queridos, no dia do nosso casamento.
— Tá amarrado mesmo. — Alberto continua
com a zoação.
— Escolhi bem. — Brinco. — Talvez um dia
você saiba como seja encontrar o verdadeiro amor.
Ele ri. — Desejo pra caralho que esse seja a
porra do seu feliz pra sempre, mas um dia estive na
sua situação e não pretendo repetir a dose.
— Seu casamento foi bem diferente do meu.
— É. — Concorda secamente e começamos a
falar sobre futebol.
Chegamos ao restaurante, e, após pedirmos nossa
refeição, introduzo o assunto que me fez passar
uma noite solitária no hotel.
— Já está de malas prontas?

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Beto sorri. — Meu chefe filho da puta resolveu
que tenho que me mudar, né? Fazer o quê?
Rio. — Dizer não à promoção e continuar a
alimentar esse sotaque paulista irritante. Cara, é
sério: você força ou realmente perdeu o sotaque
carioca?
— Não perdi o chiado. O povo daqui zoa pra
caralho.
— Falando sério. Como foi a conversa com a
Ingrid?
Ele suspira. — O Felipe ficou empolgado quando
eu disse que iria trabalhar no Rio, quis ir comigo e
tudo, quando avisei que me mudaria daqui a
algumas semanas.
— É eu sei.
Disso, eu já sabia. Quando ele foi conversar com
o filho que precisaria se mudar para outro estado, o
garoto achou que iria junto. A família do Beto
continua morando no Rio, e Felipe é muito mimado
pelos avós. O garoto só pensou em praia e farra na
casa dos avós, achando que vai ter a vida lá no Rio
como se estivesse em férias eternas.

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— Então, conversei anteontem com a Ingrid, e
ela aceitou a mudança. Vou no mês que vem e ela
no fim do ano com o Lipe, para terminar a escola.
Eles precisam desse tempo de se organizarem.
— Isso é muito bom! Fico feliz que você poderá
conviver com ele sempre.
Alberto é um pai muito presente. Se não fosse ter
engravidado a Ingrid por causa de uma camisinha
furada, não teria casado nunca. Foi um casamento
relâmpago (mais rápido até que o meu), que
terminou antes de Felipe vir ao mundo. Mas eles
são muito amigos por causa do filho. Aliás,
tornaram-se amigos por causa do Felipe, pois todo
o relacionamento dos dois foi tão rápido que eles se
conheceram realmente só depois da aliança no dedo
— o que os fez descobrir a incompatibilidade. A
felicidade que os dois exibiam na época do noivado
estava mais relacionada com o desenvolvimento do
filho do que o surgimento de amor entre o casal.
— Mas me diz aí… a Isa não pensa em voltar pro
banco? Mesmo com tudo que aconteceu, sua irmã é
a melhor pessoa para ficar ao seu lado no BJ. Ela
entende aquela porra pra caralho.

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— Ainda é tudo muito recente. Agora que estou
conseguindo respirar, que as ações do banco
voltaram ao valor de antes e se estabilizaram. Ela
me ajuda bastante com o que sabe. Mesmo com
tudo que aconteceu, ela ainda ama o banco. Porém
voltar ao BJ é praticamente impossível. Os
acionistas e até o mercado não aceitariam o retorno
dela tão facilmente. Voltar à presidência, nunca
mais. Mas está com o projeto de abrir uma empresa
de consultoria com a minha mãe. Tem muitos
interessados e está empolgada.
— Foi bem barra pesada o que aconteceu.
Estou prestes a dizer que não quero tocar nesse
assunto, quando ele dá um risinho e dispara:
— Ela ainda está com o segurança?
Risinho filho da puta.
— Sim. Ela ainda está com o Fernando. Até
agora não sei por que não mandei aquele puto
embora.
Alberto gargalha. — Agora é tarde.
Durante os preparos do meu casamento, Isabella
resolveu dar em cima do segurança da Gabi. Achou

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curioso ele ter enganado todo mundo com a minha
esposa e quis conhecer melhor a peça. E se
apaixonou.
Eu até cheguei a mandar o Dias embora. Ele
ouviu a frase de sua demissão saindo da minha
boca no mesmo dia que meu mundo desabou. Ouvi
sua justificativa, que tinha levantado a ficha dela,
viu que não era uma pessoa que representasse
perigo — o que não acreditei no princípio —, e que
deixou que ela contasse a verdade, pois não era
função dele se intrometer no meu relacionamento
com ela.
Eu vi que ele me escondia muita coisa ainda, mas
voltei atrás. Ele era uma pessoa que Gabi confiava
e era uma forma de continuar a protegendo e a
vigiando. Ainda não sabia o que fazer e não quis
tomar decisões precipitadas. Deixar Gabriela sem
proteção certamente seria uma, mesmo que eu não
quisesse reatar o namoro. Ela poderia correr perigo
por minha causa.
Ela correu perigo por minha causa.
— Bem, agora ele é da escolta da Isa, então ela
que se resolva com ele.

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Para acabar de vez esse assunto, comento sobre
um carro que encomendei. Já estava na hora de
trocar o meu. Estou com ele há dois anos, um
tempo recorde pra mim. Aproveitei para
encomendar um para Gabi e dar de presente pelo
aniversário de um ano que nos conhecemos.
Alberto pensa em trocar o dele também, mas só
depois da mudança. E esse é um assunto que nunca
nos cansamos, já que o outro assunto — mulheres
— dispenso totalmente. Amamos velocidade,
carros, motos, vamos a feiras de novidades e de
colecionadores, realmente é uma paixão.
É já no fim da refeição que ele pergunta:
— E a Sam?
Eu já esperava essa pergunta. Não há uma só vez
que nós conversamos que ele não pergunte pela
prima da minha esposa. Eu a vejo praticamente
todos os dias, e omito algumas coisas que eu sei por
causa dessa convivência. Acho que ele não gostaria
de saber também.
— Está bem. Tocando o restaurante melhor do
que eu imaginei.
Ele me dá um sorriso debochado.

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— Não perguntei sobre o restaurante e não quero
piada sobre ela fazer sua comida todos os dias.
Encolho os ombros. — Hoje, ela não fez.
— Rafael, seu puto, diz logo. Ela já sabe que eu
vou pro Rio?
Pigarreio. Estou incomodado com essa
insistência.
— Não comentei nada com a Gabi, então
acredito que não.
Alberto fica muito sério enquanto me encara,
seus olhos fixos nos meus.
— Ela está com alguém?
— Isso eu não sei dizer.
— Ah, qual é? Vocês saem juntos, duvido que a
Gabi e a prima não aproveitem as noites de fim de
semana na balada.
— A Samantha está tocando o restaurante,
geralmente à noite, então não é sempre que ela está
com disposição para sair para dançar.
— Ela está com alguém. Fala logo, você não é de
ficar fazendo rodeios.
Bufo. Não sou mesmo e só não falo direto por

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que além de fazer rodeios, não gosto de ficar
comentando a vida alheia. A verdade é que, mesmo
não sendo do meu interesse, sei que a vida amorosa
dela é um tanto complicada a ponto de ser
embaraçosa, ainda mais para comentar com meu
amigo.
— Da última vez que saímos, ela estava com um
cara.
Domingo passado. Às vezes, gostaria de dizer
que não me sinto à vontade. Não tenho nada contra,
ela pode sair com quem ela quiser, com quantos
tiver vontade. O que me incomoda é perceber
alguns olhares desses filhos da puta para a minha
esposa.
— Vou comentar com a Gabi.
Talvez seja melhor mesmo preparar o terreno
para o Beto, para ver se Samantha não se mete em
outra enrascada.
— Não. — Ele nega com veemência.
— Agora que eu não posso contar, caralho?
— Agora não faz diferença. Já estou quase
morando no Rio. Melhor deixar rolar.

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— Agora eu vou contar.
Ele apenas encolhe os ombros. Sim, faz
diferença. E ele sabe que não avisei da boca pra
fora.
Pedimos a conta e ele me leva até o aeroporto.
Não tocamos mais no nome da Samantha,
preferimos conversar sobre a sua mudança e até
mesmo sobre o banco.
Mas meus pensamentos estão distantes… Estão
presos num assunto que eu nunca comentaria com
ele ou com qualquer outra pessoa. Meu castigo de
passar vinte e quatro horas longe da mulher da
minha vida está prestes a acabar. E enquanto escuto
sobre as ações do banco terem subido um pouco
mais (um aumento inesperado para hoje), sobre
tudo que Alberto precisa providenciar sobre a
mudança, só consigo pensar na quantidade de vezes
que eu e Gabi aguentaremos fazer amor para matar
a saudade.

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Há dúvidas que podem definir o curso da


humanidade. Ainda bem que minhas decisões não
podem influir na vida de todos os habitantes do
mundo. Mas uma decisão muito errada minha pode
fazer com que minha ruína cause desemprego de
milhares de brasileiros. Não é fácil ser CEO. Por
exemplo: é difícil pra caralho abrir o jornal e
descobrir que o índice de desemprego só aumenta
no país e ler um memorando com as demissões
previstas no mês logo em seguida.
A última vez que recebi um memorando desses
foi do Alvarenga, chefe da Gabi. Uma restruturação
no setor deles, que demorou mais de um ano para
ser aprovada, pois o investimento feito para
aprimorar o armazenamento das informações, e
garantir mais segurança aos sistemas do banco

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ocasionaria na demissão de muita gente.
A primeira opção nunca é a demissão, sempre
tentamos remanejar o funcionário, readequar sua
função. No BJ, há diversos planos de carreira, os
processos seletivos internos são muitos, raramente
um funcionário novo não ingressa no banco por um
dos cargos de base. Infelizmente, naquela época
não foi possível.
Preciso investir em tecnologia, garantir a
segurança dos correntistas, o rendimento dos
acionistas, estar sempre a par do que acontece no
mercado e o que pode influenciá-lo. Preciso
garantir a saúde do banco. Confiar nas pessoas que
me rodeiam e ao mesmo tempo ficar com o pé
atrás, pois posso ser traído novamente. Quem já viu
um banco quebrar nesse país sabe a merda que é.
Ninguém sai ileso. Então, são decisões. Muitas
delas feias, frias, impassíveis e cruéis.
Decisões que preciso tomar analisando todos os
lados para depois não pensar mais nelas. Decisões
que não podem ter erro, pois elas não permitem
falhas. Elas não podem estar sujeitas a qualquer
tipo de hesitação. Após sacramentadas, preciso

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virar a página. As consequências precisam ser
analiticamente precisas.
Mas hoje, posso voltar atrás. Uma nova agência
aberta. Novos funcionários para serem contratados.
Envio um e-mail para o RH avisando que devem
priorizar os funcionários daquela demissão, para
entrarem em contato com Alvarenga e obterem
informações sobre quem realmente merece uma
segunda chance.
— Chega de trabalho por hoje. — Espreguiço-
me.
Guardo o celular no bolso e rio. Rio, uma risada
causada por um humor ácido, enquanto me sirvo de
uma dose de uísque. Essa é uma grande mentira.
Não vai demorar para eu conferir se não há nada
urgente. Isso se a urgência não me procurar através
de mensagens sonoras ou pior: ligações.
Suspiro e tomo um gole da bebida fresca por
causa do ambiente, mas que desce quente pela
garganta. Uma ardência gostosa e relaxante. Assim
que termino, vou para o quarto tomar um banho,
livrar-me do cheiro do dia, da viagem… ficarei
cheiroso para minha esposa.

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Estou com saudade. Muita saudade a ponto de
me sentir ridículo. Assim que entrei no carro
conduzido pelo Assunção, meu segurança (transferi
Lopes, que cuidava da minha segurança, para
minha esposa, e fiquei com o da Isa para que ele
conquiste minha confiança), liguei para Gabi. Ela já
tinha saído do trabalho, mas a prima pediu para que
as duas se encontrassem no restaurante e o maridão
aqui tem que chegar de viagem e ser
compreensível.
Vou para a sacada e observo o mar lá embaixo.
Está calmo. A noite estrelada é perfeita para dar
uma volta no calçadão, no entanto estou de pau
duro lembrando-me da noite que fiz Gabriela gritar
meu nome para quem quisesse ouvir enquanto
fazíamos amor, para que nunca se esquecesse de
que ela tem que estar disponível para mim.
Sim, sei ser fodidamente egoísta. E está na hora
de fazê-la recordar que tenho a obrigação de lhe dar
orgasmos todos os dias, sempre que chego em casa.
Mas, para tal, preciso que ela esteja aqui. Viu?
Também sou altruísta.
Um arrepio gostoso sobe pela minha coluna e

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estremeço. No instante seguinte, escuto o bipe do
elevador e um sorriso se abre lentamente no meu
rosto. Um sorriso que se torna ainda mais largo
após um suspiro.
Viro-me e lá está ela.
Linda, vestindo uma saia-lápis vermelha, uma
blusa branca de seda e uma jaqueta preta de couro.
De gola alta. Um risinho me escapa. O cabelo solto
emoldura seu rosto lindo, a face que ostenta os
olhos mais lindos que eu já vi e a boca mais
deliciosa que já provei.
Olha para os lados e meu coração se aquece por
ser evidente que me procura enquanto caminha pela
casa, os lábios entreabertos quase prontos para me
chamar. Deixa numa das mesas de canto da sala sua
bolsa e uma sacola de plástico.
Então, me vê, e, caralho, morro com o sorriso
que ela dá. Ressuscito após seus passos acelerarem
um pouquinho para vir logo ao meu encontro.
Desencosto-me da sacada e ando também
apressado, a saudade me consumindo ainda mais,
mesmo agora que ela está de frente para mim,
vindo na minha direção. Meu coração retumba tão

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forte que chego a duvidar que ele tenha batido nas
últimas horas.
Então a toco. Primeiro suavemente sua cintura
enquanto minhas mãos deslizam até as suas costas
e eu a abraço com força, sendo abençoado pelo seu
perfume adocicado e o aroma da sua pele, o único
capaz de despertar meu desejo. Um abraço que a
faz gemer um “hummm” enquanto suspira.
— Oi, Gabi.
Cumprimento-a sem esperar uma palavra em
retorno, pois colo imediatamente meus lábios nos
dela, e, menos de um segundo depois, minha língua
explora sua boca. Esse é o “oi” dela para mim.
Deixamos que esse beijo diminua a saudade que
sentimos um do outro. Devoro sua boca como se
esse fosse o nosso último contato íntimo, com a
mente tranquila por saber que nunca haverá um
“último” para nós.
— Eu te amo tanto. — Declaro sem parar de
beijá-la.
Deus, muito obrigado por ter colocado no meu
caminho uma mulher tão maravilhosa como a
Gabriela. Muito obrigado por permitir que eu

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encontrasse a felicidade em forma de desejo,
amizade, carinho, companheirismo e fidelidade na
mulher que amo.
Nunca fui alguém que conversa com Deus,
porém não há um só dia que eu não o agradeça por
ter me agraciado com essa mulher que eu idolatro
todos os dias, de todas as formas.
Abro os olhos após afastarmos nossos rostos e
vejo seus olhos numa dança hipnótica enquanto ela
tenta me focar assim tão de perto.
— Chegou bem em casa?
Suspiro. — Sim. Queria ter visto você em ação.
Ela me dá um sorriso acanhado. — Eu não teria
conseguido dizer nada.
— Teria sim. E teria me matado de tesão.
Desço minhas mãos até a sua bunda e a apalpo.
Nem preciso mencionar o quanto essa bunda me
deixa de pau duro e eu adoro me enterrar nela, né?
— Nada disso. Preciso de um banho.
Cheiro seu pescoço novamente e o chupo.
Precisa de banho porra nenhuma.
— Trouxe nosso jantar. — Afasta-se. — Avisei

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para o Leandro não deixar nada pronto. Samantha
caprichou dessa vez. Você espera eu tomar banho?
Lá vem a história do banho novamente…
Volto minha mão à sua cintura e assinto. Vou
com ela até a sala e decido não a acompanhar até o
quarto ou jantaremos uma comida fria, o que é um
verdadeiro pecado com a comida da Sam.
Arrumo a mesa de jantar para dois na sacada,
usando a louça que Leandro, meu mordomo, já
deixou separada para nossa refeição. O céu está
perfeitamente estrelado e a brisa lenta e fresca é
indispensável. Acendo duas velas e despejo a
refeição em travessas de porcelana. Nhoque de
ricota com molho de pecorino. Parece apetitoso e
pelo que conheço da cozinheira, com certeza, é
uma delícia.
Gabriela aparece quando levo para a mesa o
vinho para acompanhar a refeição e as taças. Está
com um shortinho jeans e uma blusa preta com uma
das mangas pendendo no ombro que revela parte do
seu sutiã preto e pink.
Engulo em seco com o desejo despertado com
essa visão apoteótica. Um desejo que incomoda.

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Respiro fundo e depois passo a língua pelos lábios
ressecados pelo ar expirado com força.
O jantar.
Temos um jantar. E o preencho falando de
filmes, um show que iremos na semana que vem,
qualquer coisa que tenha a ver com público. Falo
sobre meu sobrinho (apelando em última instância
para me controlar), quando imagino os amassos que
me deixarão dolorosamente excitado enquanto ela
rebolará em meus braços dançando e cantando as
músicas da banda.
— Almocei com o Beto hoje. — Comento.
— Você falou que ia se encontrar com ele. —
Comenta fazendo pouco caso.
Gabi tem antipatia pelo Alberto, um sentimento
alimentado por muitas razões. Algumas sem
fundamento; outras, devo concordar com ela.
— Ele está de mudança para o Rio.
— Ah, é?
— Mês que vem. Transferi-o para a sede.
Ela assente e desvia o olhar. — E a família dele?
— A ex-esposa e o filho virão no final do ano.

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— Que interessante.
Eu não vou perguntar o porquê da ironia. Essa
não é uma briga para eu ter com minha esposa. Mas
a deixarei em alerta.
— Ele perguntou pela Sam.
— Ele sempre pergunta por ela, Rafa. — Suspira.
— E você sabe que a Sam não está sozinha.
É… a Sam não está sozinha.
Mas a Sam não está casada, não está namorando
e nem sei se se pode chamar o que ela tem com o
cara que a vi da última vez como um ficante ou um
caso.
— Só avisa pra ela. — Pisco.
Ela torce a boca e não me responde. Sei que as
duas contam tudo uma para a outra, e minha dúvida
é se ela mandará uma mensagem, contará numa
ligação ou se amanhã ela cumprirá o seu horário de
expediente e sairá do BJ para ir ao restaurante
fofocar a novidade, enquanto eu sigo minha rotina
de CEO sem hora para sair.
No fundo, uma aproximação dos dois é boa. Se
der certo, é uma pessoa de minha confiança

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andando conosco, frequentando nossa casa,
sabendo o nosso destino.
Se não der certo…
Bem, se não der certo, talvez não mude muito,
afinal os dois tiveram um caso na ilha e depois se
comportaram civilizadamente em todos os nossos
encontros. Se não der certo, eles seguirão com a
vida deles como antes, não?
— Terminou? — Pergunto olhando para o seu
prato com os talheres repousados lado a lado. —
Diga para sua prima que mais uma vez a refeição
estava maravilhosa.
Meu telefone toca e esfrego o rosto irritado.
Achei que não teria perturbações essa noite.
— Você pôs a mesa. Eu tiro e lavo.
Ela me dá um selinho e eu bem que queria
experimentar mais um pouco dos seus lábios, mas é
um dos diretores. Trabalho dos infernos!
Vou para o escritório, pois dificilmente essa é
uma ligação que não me pedirão para ver algum
documento por e-mail.

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Abro a porta do quarto e encontro um anjo do


pecado tentadoramente à minha espera. O sutiã está
revelado pelo robe de tecido fino e transparente
preto parcialmente aberto, enquanto ela lê um livro.
Desço os olhos pelo seu abdômen lisinho
lamentando que suas pernas estejam cobertas pelo
edredom. Tenho quase certeza que está apenas de
calcinha, uma que provavelmente faz conjunto com
a parte de cima.
Tiro a camiseta enquanto caminho até a cama.
Ela com certeza ouviu a porta batida, mesmo que
eu tenha sido cuidadoso. Quando um meio sorriso
escapa juntamente com uma respiração um pouco
mais funda, constato sem sombra de dúvidas que
ela está muito ciente da minha presença. Dispo-me
da bermuda, e largo as duas peças de roupa no

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chão. Ainda bem que fui ao banheiro quando saí do
escritório, para que eu pudesse ir direto para a cama
quando chegasse aqui no quarto.
Apenas de boxer, subo na cama como um felino.
O livro é deixado de lado, enquanto uso mãos e
joelhos para chegar até ela.
Olho para o presentinho quase entre seus seios,
uma joia de inestimado valor para nós dois e que
ela nunca tira. Depois fito seus olhos carregados de
desejo.
Sua boca carnuda é a última parte do seu corpo
que vejo antes de fechar os olhos e beijá-la. O beijo
que senti falta ontem à noite. Nossos gemidos que a
memória não foi suficiente para me satisfazer. Uma
troca de carícia lenta, íntima, capaz de despertar
meus instintos mais primitivos e carnais.
Encontro com as pontas dos dedos o tecido fino
do seu robe e o deslizo devagar pela sua pele.
Minha boca viaja pelo seu corpo, trilhando beijos
pelo seu queixo, seu pescoço, seu ombro, e,
enquanto meus dedos descem suavemente pelo seu
braço, meus lábios descem pelo seu colo rumo aos
seus seios.

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E eu amo seus seios. Amo-os demais para
continuar a descer o robe pelos seus braços. Deixo
que ela se livre da peça e seguro-os com mãos,
intercalando os beijos que eu dou neles, arrancando
arquejos altos e agudos. Abaixo o bojo e acaricio
seu mamilo com a língua, antes de chupá-lo com
força. Suas costas arqueiam de prazer e é magnífico
saber que eu tenho essa mulher gostosa e safada
todinha para mim.
Minha esposa.
Minha deusa do sexo.
Uma deusa que arranha meu ombro e desce suas
unhas propositalmente pelo meu mamilo. Puno-a
com um chupão não intencional em seu seio. Ela
continua percorrendo meu corpo com suas mãos
deliciosas, até segurar meu membro duro e babando
por ela.
— Ah, minha esposa! Você é tão linda!
— Ah, Rafa, você também é lindo. Estou com
saudades. — Faz um biquinho.
Sorrio em seu peito e me afasto.
O que eu mais quero é entrar dentro do seu sexo

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apertado e suculento, mas preciso entrar em sua
boca antes.
Sob seu olhar libertino, deito de costas na cama.
Entre nós, minha ereção rígida, pronta para ela
apenas se sentar.
— Me dá essa bocetinha. Estou morrendo de
saudades dela.
Ela lambe os lábios e eu juro que meu pau gritou
implorando para que caia literalmente de boca.
Será que ela ouviu?
Ainda bem que a vontade da minha ereção está
em sintonia com a da Gabriela. Eu apenas pedi seu
sexo para me inebriar com seu cheiro enquanto a
preparo para mim, todavia ela está saindo do
edredom lambendo os lábios, revelando uma
calcinha minúscula, um pedaço de tecido de cetim
preso em seu quadril com duas fitas finas.
— Tire essa indecência!
Ela dá um meio sorriso. Minha esposa é
totalmente desinibida na cama. Sabe que me tem
por completo que ninguém desperta mais o meu
desejo. Ela fica de pé, comigo entre suas pernas e já
não importa mais se ela descerá no meu pau ou se
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esfregará sua xaninha na minha cara.
Meu coração bate tão forte que se eu tiver um
infarto agora, morro como o homem mais feliz do
mundo.
Ela desce a calcinha do quadril até os joelhos.
Ergo meu braço para que ela tenha apoio quando
passa essa indecência pela perna esquerda. Na
perna direita, a calcinha cai solta e ela a pesca com
os dedos dos pés e a joga no meu rosto.
Morri.
Em minha lápide escrevam “aqui jaz o homem
que morreu por todo seu sangue migrar para o
pau”.
— Você me quer, é? — Pergunta dando passos
pela cama, até parar sobre meu rosto me dando a
visão exuberante do seu sexo. — Olha só como sou
boazinha!
Ela desce, a calcinha não tampa totalmente
minha visão, mas fica entre meus lábios e os lábios
tenros e rosados de sua vulva quando ela termina de
se agachar.
O cheiro fresco e adocicado me atiça ainda mais.

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Removo a peça da minha boca, no instante que ela
abaixa ainda mais a boxer e lambe meu pau da base
até abocanhá-lo.
— Puta que pariu! — Sibilo, segurando suas
coxas firmemente e dando a minha lambida de uma
ponta a outra em seu sexo.
Somos gemidos, desejo de proporcionar o melhor
orgasmo um para o outro, a ganância de ter o
melhor orgasmo já existente num meia-nove.
E ela está sedenta. Arranca urros guturais de mim
com chupadas vigorosas. Sua mão aperta as partes
que não alcança com a boca, acaricia meu saco,
faz-me não suportar de desejo e estocar em sua
boca por meu quadril não conseguir ficar imóvel.
E eu estou sedento. Enquanto ela me dá um
boquete que com certeza entrará para a lista como
um dos melhores da minha vida (uma lista que só
tem ela como participante, que fique bem claro), eu
a torturo, chupando seu grelinho, estocando raso
com a língua em seu canal.
Mas ela está ganhando. Estou quase lá. Eu não
quero estar quase lá. Quero estar dentro dela. Sexo
com sexo. Boca com Boca. Boca em seus seios.

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Boca em seu pescoço. Boca perto do seu ouvido
para eu sussurrar o quanto ela é gostosa e linda…
para sussurrar o quanto eu a amo.
Para inverter esse jogo de prazer, molho meu
dedão em seu suco e enfio a primeira falange em
seu cuzinho.
Ela para. Escuto meu nome sussurrado, o sopro
morno em minha glande.
Imagino que ainda não esteja recuperada de
ontem, mas ela fica bem ligada com um dedinho
dentro desse buraquinho sem-vergonha.
Volto a dar atenção ao seu clitóris, tremulando
minha língua o máximo que posso, chupando-o
com volúpia. Preciso ser rápido ou não aguentarei.
Quando seu corpo libera o primeiro tremor eu paro.
Seu desespero é imediato. Tiro meu dedo de
dentro dela e seguro sua bunda para que ela não
consiga se esfregar em meu rosto.
— Rafael!
— Quero você em cima de mim.
Seu desespero pelo orgasmo é tamanho, que ela
não pensa duas vezes. Termina de tirar a minha

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boxer e se ajeita para ficar sobre meu membro. No
olhar o tesão está misturado com a incredulidade do
que eu acabei de fazer, mas eu passei o dia inteiro
sonhando com essa beldade deliciosa cavalgando
intensamente no meu pau.
Ela desce devagar revirando os olhos enquanto
seu interior é ocupado por mim. Está difícil pra
caralho não gozar com a nova sensação de aperto
na minha ereção. Um gemido lento sai de mim,
quando ela sobe e desce apenas na minha cabeça,
que escava alegremente seu interior sem se
importar com o ritmo lento.
Olho para baixo e vejo meu pau ser engolido pela
metade, engolido por inteiro, uma visão
infernalmente linda para um eterno pecador.
— Tire o sutiã. — Imploro, para ver seus seios
empinados dançarem de acordo com seus
movimentos.
Ela o tira. Joga no meu rosto e rebola segurando
os seios como eu costumo fazer. É como se minhas
mãos a apalpassem, uma visão fenomenal dela
mesma se acariciando. Porra de mulher gostosa!
Essa é a visão do paraíso, caralho! Meu paraíso

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particular. Não sei para onde olho, mas é
impossível ficar parado apenas observando ela
rebolar seu grelinho em mim, mantendo meu sexo
dolorosamente enterrado em seu interior, suas mãos
massagearem lentamente seus seios, seus mamilos,
revirando os olhos enquanto sou tratado como um
maldito consolo, um boneco inflável…
Não, não dá para eu ficar parado.
Há tantas partes dela que quero tocar, porém são
para os seus quadris que minhas mãos vão. Uma
para cada lado.
E a fodo. Ela geme! Estoco impiedosamente,
dando chance apenas para ela continuar com os
movimentos sinuosos, enquanto sua buceta faminta
me devora.
Um aperto forte do seu interior precede o urro
libertador do orgasmo. Seu corpo cai sobre o meu.
— Ai, Deus! Oh! Rafaeeeelllllll!
Meu nome é dito junto com o do Criador mais
uma dezena de vezes. Seu sexo não para de apertar
o meu, e meu maior dilema é continuar a estocar
violentamente e arrancar imediatamente meu
orgasmo ou fazer amor lento e gostoso.
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Passo minhas mãos para suas costas e a viro. É
só estar com o seu corpo sob o meu, que acalmo os
movimentos, acaricio com a língua seus mamilos
intumescidos, espalho beijos em seus seios. Seguro
seus ombros para que não pare de me sentir bem
fundo, enquanto ondulo meu quadril contra o dela.
A cantoria do meu nome continua. A cantoria pelo
divino também. Mas os arquejos, os gemidos que
ela solta, puta que pariu, são os melhores sons do
mundo.
Rebolo em seu interior. Seu corpo começa a
emitir espasmos novamente. Volta a me apertar
com força. Quero que ela goze. Quero o seu aperto.
Queeeeerrrroooo…
— Gabriela. — Arquejo baixo seu nome antes de
atacar sua boca enquanto meu corpo todo
estremece. Perco completamente a noção do que é
real, flutuando num orgasmo que consome toda
minha energia.
Quando recobro algo similar a um estado
consciente, olho em seus olhos. O estado de júbilo
em sua íris é todo por culpa minha. Nos meus
olhos, com certeza, ela vê o mais puro êxtase, tudo

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por culpa dela.
Minha consciência me alerta para um ardido em
minhas costas em formato de linhas ora longas ora
curtas causadas pelas suas unhas. Meu pau está
perfeitamente entocado sentindo os espasmos do
seu sexo. Caralho, que sensação gostosa! É sério,
esses apertos pós orgasmo são uma perdição.
Dá vontade de ficar aqui mais alguns minutos até
ele se recuperar e ganhar força para um segundo
round. Já fizemos muito isso.
Mas saio. Lentamente, saio do seu interior,
beijando seus lábios, sentindo seu sabor delicioso,
e, fora dela, puxo-a para que deite ao meu lado, de
conchinha. Meu braço ficará dormente em algum
momento, mas agora só preciso sentir o calor do
seu corpo.
— Eu te amo, Gabi.
— Humm, eu te amo, Rafa.
Após a declaração com a voz sonolenta, ela
boceja.
Um sorriso sacana se forma nos meus lábios. Um
reconhecimento próprio de que dei tanto prazer a

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ela, que uma segunda rodada foge dos planos.
Eu também estou momentaneamente saciado.
Fecho os olhos e, não sei por que, escuto risos de
criança. Risadas sapecas que não combinam em
nada com o que acabamos de fazer. Risos inocentes
de uma menina doce, de cabelo castanho, olhos
verdes brilhantes.
As batidas do meu coração aceleram com esse
vislumbre. E é como se o que eu tenho agora fosse
perfeito, mas que pudesse ser ainda mais incrível.
— Gabi…
— Hum?
— Eu quero ter uma menina. Uma igual a você.
— Menina? — Pergunta e vejo sua luta para
abrir as pálpebras.
Ela tenta mudar de posição, mas eu a prendo em
meus braços. Não quero uma conversa olho no
olho. Ainda não me recuperei de passarmos um dia
afastados e preciso estar assim, abraçadinho com
ela.
— Sim, uma menina. — Respondo. — Uma
miniatura de você.

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Ela dá um risinho. — Eu quero uma miniatura
sua. — Boceja. — Mas está cedo para pensarmos
num filho.
Suspiro. — É, ainda é cedo.
— Um mini Rafael. — Ela sussurra. — Um
arrasador de corações desde cedo.
Um casal, dois, três… até quatro filhos. Uma
família grande e feliz. Ao lado da Gabi aprendi que
sempre dá para ser mais feliz do que eu já sou, do
que um dia eu imaginei ser possível.
— Boa noite, meu amor. — Beijo seu cabelo. —
Durma bem.
Não há resposta além de um suspiro suave.
Ajeito-me abraçando ainda mais seu corpo e
fecho os olhos.
Amanhã é um novo dia. E, não importa o que
aconteça, será um dia maravilhoso, pois sei que ela
estará ao meu lado, assim como hoje, como sempre.

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Querido leitor(a),

Muito obrigada por chegar até aqui. Espero que


a leitura tenha sido prazerosa.
Esse dia na vida do maravilhoso Senhor Jordão
é um agradecimento a quem entrou em contato
comigo e/ou resenhou o livro, e também
expressou a vontade de conhecer um pouco o
que é estar na mente desse CEO magnífico.
Se você não leu “Uma mentirinha pro meu
CEO”, clique aqui para não perder tempo em
conhecer a fundo o romance entre Gabi e
Rafael.
Outros romances publicados por mim, são (em
ordem de safadeza):
O Beijo Comprado
Intrincado Amor
Amor Proibido
A Farsa contra o Amor

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Beijos, e, mais uma vez, muito obrigada!!
C. M. Sang.

Para contato comigo, é só me adicionar no


Facebook (Autora C. M. Sang.) ou enviar e-mail
para cmsang.escritora@yahoo.com

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