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Penny Jordan O Amante Perfeito

O Amante Perfeito – Penny Jordan


Saga da Família Crighton – 05
Protagonistas: Gareth Simmonds e Louise Crighton

RESUMO: Louise Crighton, que estava se recuperando do


rechaço de sua primo, tinha cansado cegamente nos braços
do Gareth Simmonds. Ele a tinha levado a um mundo de
paixão que quase lhe tinha feito esquecer que pudesse existir
qualquer outro homem.
Envergonhada por sua resposta, Louise tinha evitado
após ao Gareth, mas agora que seus caminhos estavam a
ponto de cruzar-se... seria capaz de enfrentar-se ao homem
que seguia suspeitando que para ela, ele não tinha sido mais
que um substituto de seu amante perfeito?
Título Original: The perfect lover
Editorial: Harlequín Ibérica

Livro em espanhol encontrado pela Zaira


Tradução Mecânica do Espanhol feita pela Andresa
Formatação: Polyana

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Capítulo 1
CÉU Santo, que honra! Não é muito habitual nestes dias que te separe das burocráticas delícias
de Bruxelas.
Louise se esticou quando ouviu a sarcástica voz de seu irmão maior, Max. Nunca se tinham
levado particularmente bem, inclusive de meninos. E a maturidade não tinha conseguido melhorar suas
relações.
—comentou-se quando não veio por natais —continuou Max—. Mas é obvio, todos sabíamos
que realmente, a razão disso foi Saul, não é assim?
Louise o olhou zangada.
—Talvez se passasse mais tempo pensando em suas próprias relações e menos falando das de
outros, poderia aprender algo que valesse a pena, mas o certo é que alguma vez foi muito bom
apreciando o que realmente tem valor nesta vida, não é assim, Max?
Sem lhe dar a oportunidade de responder, Louise girou sobre seus talões e se afastou dele.
prometeu-se a si mesmo que, nessa sua primeira visita a casa desde que tinha começado a
trabalhar em Bruxelas fazia um ano, mostraria a sua família o muito que tinha mudado, que tinha
amadurecido. E o muito distante que estava agora da garota que...
Viu pela extremidade do olho ao Saul, o primo de seu pai, que estava com sua esposa, Tullah e
os três filhos de seu primeiro matrimônio. Tullah tinha um braço ao redor do Megan, a filha do Saul,
enquanto que ele tinha em braços ao filho que tinham tido juntos.
O grande salão da casa de seu avô parecia estar cheio de familiares, muito orgulhosos de suas
crescentes famílias.
Junto à chaminé estava sua prima Olivia, com seu marido e dois filhos, conversando
animadamente com o Luke, do ramo do Chester da família, junto com sua esposa americana, Bobbie e
sua filha pequena, enquanto que Maddy, a esposa de seu irmão Max, vigiava discretamente ao avô, que
cada dia que passava se estava fazendo mais irascível.
Por isso lhe dizia sua mãe, Maddy estava sendo uma Santa por suportá-lo como o suportava.
Quando Jenny Crighton fazia esse comentário essa manhã, durante o café da manhã, Louise lhe tinha
respondido imediatamente que se Maddy podia suportar estar casada com o Max, agüentar ao avô devia
ser um alívio para ela.
Não era um segredo na família que Max não era precisamente um bom marido com Maddy e
Louise não podia entender como seguia com ele.
—Parece muito zangada.
Louise sorriu quando viu sua irmã gêmea. o dos gêmeos era um rasgo típico da família Crighton,
estavam acostumados a dar-se habitualmente, mas não tinha acontecido, ainda, na nova geração.
—É que acabo de receber os benefícios da fraternal conversa de Max —lhe disse Louise
amargamente—. Não trocou nada.
—Não —respondeu Katie—. Sabe? A verdade é que sinto lástima por ele. O...
—Lástima pelo Max? —explorou Louise—. por que? Sempre teve tudo o que quis.
—Sim, já sei que o tem tudo materialmente, Lou. Mas é feliz? Acredito que sente o que
aconteceu tio David muito mais do que nunca demonstrou. depois de tudo, eles...
—Os dois pareciam do mesmo molde. Sim, sei. Se quiser minha opinião, seria uma boa coisa
para esta família se o tio David não voltasse a aparecer. Olivia me há dito que encontraram culpado a seu
pai de um bom desfalque quando ele e papai eram sócios e que se não tivesse desaparecido quando o
fez...

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As duas ficaram em silêncio quando recordaram ao David Crighton, o irmão gêmeo de seu pai,
pai a sua vez da Olivia e o quase desastre em que tinha sumido à família antes de desaparecer fazia já
alguns anos.
—Agora todo isso é passado —lhe recordou Katie—. Olivia e papai as arrumaram para
solucionar todos os problemas que tiveram com a escrivaninha e, de fato, prosperaram tanto que
decidiram que têm que pensar em colocar a um advogado mais. Mas o avô ainda sente falta da o David,
já sabe. O sempre foi...
—Seu favorito. Sim, sei. Pobre avô. Alguma vez teve muito bom julgamento, verdade? Primeiro
faz do David seu favorito, por diante de papai, e agora Max.
—Mamãe se alegrou muito de que tenha podido vir para casa para o aniversário do avô —lhe
disse Katie—. Se incomodou em natais, quando não veio.
—Quando não pude vir —a corrigiu Louise—. Já lhe disse isso em seu momento que minha
chefa me obrigou a trabalhar estudando os aspectos legais de uma nova lei comunitária e não tive mais
remedeio que fazê-lo. Não teria merecido a pena que viesse, já que não me poderia ter ficado mais de
um par de dias, ainda quando tivesse podido encontrar enlace para os vôos.
Três meses depois de deixar a universidade e, não querendo continuar os estudos de doutorado
ou ficar a trabalhar imediatamente como advogada, Louise tinha aceito um posto temporário como
secretária de uma eurodiputada que queria a alguém que trabalhasse para ela como assessora legal.
Fazia seis meses que esse trabalho se feito permanente e, apesar de que era um trabalho duro,
Louise desfrutava com ele e sabia que os contatos que estava fazendo em Bruxelas lhe serviriam para
mais adiante.
A eleição de carreiras das duas as gema não podia ser mais diferente. Enquanto Louise, fiel a si
mesmo, tinha decidido meter-se no torvelinho da política e as intrigas da capital burocrática européia,
Katie tinha eleito ficar a trabalhar em uma nova organização de caridade para ajudar aos meninos do
mundo, órfãos e refugiados de guerra.
—falaste já com o Saul e Tullah? —perguntou-lhe Katie.
Louise reagiu vivamente e respondeu irada:
—Não, não o tenho feito. por que deveria fazê-lo? Por Deus, quando vai deixar de comportar-se
todo mundo nesta família como se...?
interrompeu-se e respirou profundamente antes de acrescentar:
—Olhe, por última vez. Saul não significa nada para mim agora. É certo que tive um amor
estúpido com ele, sim. Fiz a parva com ele, sim. Mas...
interrompeu-se de novo, agitou a cabeça e acrescentou de novo:
—acabou-se, Katie. acabou-se.
—Mamãe pensou quando não veio em Natal...
—O que pensou? Que não poderia suportar voltar a ver o Saul? Ou pior, que eu poderia...?
—Pensou que, talvez, teria conhecido a alguém em Bruxelas e que não vinha porque queria estar
com ele.
—Não. Não há ninguém... Pelo menos não como isso. Eu...
Aquilo não era completamente certo, já que havia alguém, mas ela sabia muito bem que a relação
que Jean Claude queria com ela estava apoiada só no sexo.
Jean Claude era doze anos maior que ela e se movia nos altos círculos diplomáticos de Bruxelas.
Era, como ele mesmo lhe havia dito, um diplomático de carreira, e estava em um posto que tinha algo
que ver com a indústria pesqueira francesa.
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Louise não estava muito segura do que sentia por ele. Tinha um senso de humor suave e era
muito atrativo. A política e as leis, como lhe havia dito, podiam ser uns muito excitantes companheiros
de cama.
Mas ela sabia muito bem que não tinha que procurar um compromisso com ele, já que sua
reputação dizia que lhe gostava da variedade.
Mas ela tampouco queria nenhum compromisso sentimental nesses momentos, e não o quereria
durante muito tempo. Pudesse ser que já tivesse superado o do Saul porque já não sofria, mas não tinha
superado ainda a sensação de humilhação e desgosto consigo mesma.
Nunca voltaria a cometer esse engano. Nunca se permitiria a si mesmo ser tão pulseira de suas
emoções. Além disso, não entendia como tinha acontecido. Da adolescência tinha decidido firmemente
dedicar-se ao trabalho. O matrimônio, os filhos, as emoções, eram mais coisa do Katie que dela. Mas a
força aterradora de seus sentimentos para o Saul tinha sido uma loucura e o comportamento de ambos
resultou completamente aberrante e repugnante para ela que, inclusive agora, quase três anos mais tarde,
logo que podia suportar pensar nisso.
Sim, agora lhe resultava possível olhar ao Saul e Tullah com seus filhos sem sentir nenhuma das
emoções que tinham transtornado sua vida durante todos esses meses. Mas o que não acreditava que o
fora a resultar possível seria esquecer quão traumático tinha sido esse tempo e esses sentimentos.
Louise franziu o cenho e voltou para presente quando viu seu irmão pequeno, Joss e sua primo
Jack, que se dirigiam para a terraço.
Seguiu-os discretamente e esperou até que Joss foi abrir a porta para lhes dizer:
—E aonde se supõe que vão vós dois?
—Lou...
Seu irmão, surpreso, soltou o trinco e se voltou para ela.
—Dirigíamo-nos à estufa —disse Jack cheio de inocência—. Tia Ruth está cultivando uma
planta especial ali Y...
—À estufa? E não passarão por acaso pelo salão da televisão, verdade?
O olhar de inocência ofendida que lhe dedicou seu irmão fez que sonriera, mas Jack não era tão
bom ator e se ruborizou. Os dois meninos eram muito aficionados ao rugby e ela sabia que esse dia havia
uma boa partida.
—Jogam os Ah Blacks —disse Joss suplicante.
—Os que ides terminar todo negros são vós se mamãe vos safada.
—Se formos agora poderemos ver a última metade —lhe disse Joss—. E mamãe nem o notará.
Estaremos de volta antes de que se dê conta de que nos fomos.
—Não acredito que...
Mas Joss já a estava abraçando com força.
—Obrigado Lou, é a melhor. E se mamãe pergunta...
Louise agitou a cabeça firmemente.
—OH, não, não me metam nisto. Se lhes descobrirem, arregláoslas sós —disse ela sonriendo.
depois de tudo, ela sempre tinha encontrado essas reuniões familiares muito aborrecidas e, como
Joss e Jack, tinha escapado sempre delas o mais rapidamente que podia.
—Seguro que preferiria vir conosco —lhe disse Joss antes de sair.
—Para ver os Ah Blacks? Não, obrigado.

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Logo Louise fechou a porta da terraço enquanto seguia sonriendo.
Ao outro lado do salão, Tuhlah, que tinha estado observando a cena, tocou ao Saul no braço.
Quando ele se voltou, tirou a seu filho dos braços e lhe disse:
—vou conversar um momento com a Louise.
Saul franziu o cenho e a observou. Ela tinha transformado sua vida por completo, e as vistas de
seus três filhos do primeiro matrimônio.
Louise se esticou quando a viu aproximar-se. Olhou por cima do ombro, mas a porta estava
bloqueada por seu pai e sua tia Ruth, que estavam conversando. Katie, de quem se teria esperado que
fora seu aijada, esfumou-se e agora ela não tinha escapatória. Tullah já estava a seu lado.
—Olá, Louise.
—Tullah...
—Cortaste-te o cabelo. Eu gosto. Favorece-te.
—Obrigado.
Louise se tocou automaticamente um de seus cachos recém cortados. O tinha talhado no dia
anterior seguindo um impulso e, certamente, destacava seus rasgos e a cor de seus olhos escuros.
Quando o silêncio caiu entre elas, Louise foi consciente de que, talvez, todos outros pressente as
estariam observando e recordando.
Quando foi apartar se do Tullah, Scott, o filho que ela levava em braços, estendeu os braços e lhe
sorriu e disse:
—Bonita.
Os olhares das duas mulheres se encontraram então.
—OH, acredito que vou espirrar —disse TuIlah—. me Poderia sujeitar isso
antes de que Louise pudesse dizer nada, passou-lhe ao menino e se tirou um lenço do bolso.
—Não. Já não —disse quando não espirrou, mas não fez nenhum intento de tomar de novo a seu
filho—. Me alegro de ver quase toda a família aqui. Sei que seu avô não sempre é a pessoa mais fácil de
suportar...
—Isso é certo —respondeu Louise olhando ao menino—. Tem a mesma cor de cabelo que você,
mas os olhos são os do Saul. Como se tomaram os outros...?
—De momento muito bem —respondeu Tullah cruzando os dedos—. Provavelmente foi mais
fácil para eles e para nós de algum jeito, já que vivem sempre conosco. Assim não se sentem como se
Scott visse mais a seu pai que eles.
Ao Scott, por alguma razão, parecia haver gostado de Louise imediatamente e, para sua surpresa
e a do Tullah, começou a lhe dar beijos nas bochechas.
Louise, apesar de sua decisão de enfocar sua vida em seu trabalho, sempre tinha tido debilidade
pelos meninos. Quando era adolescente, fazia de babá freqüentemente para o Saul e se feito muito amiga
de seus três filhos e agora se sentia muito emocionada com os beijos do Scott.
O devolveu rapidamente ao Tullah e lhe disse:
—Tullah, sinto muito...
As duas sabiam que não se estava desculpando pelo que estava acontecendo nesse momento.
Tullah lhe tocou o braço.

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—acabou-se, Lou —lhe disse brandamente—. Esquece-o. Nós já o temos feito. Todos lhe
sentimos falta de em Natal.
Logo se afastou depois de lhe dar um beijo na bochecha.
Louise fechou os olhos e desejou poder esquecer. Talvez Tullah e Saul a tivessem perdoado, mas
não estava segura de que ela se pudesse perdoar alguma vez.
—Vai tudo bem, querida?
Louise se obrigou a sorrir a sua mãe.
—Sim.
Um olhar rápido a seu redor indicou que já não era o centro de atenção, assim respirou
profundamente e disse todo o tranqüilamente que pôde:
—Só lhe estava dizendo ao Tullah que Scott tem seu mesmo cabelo, mas os olhos do Saul.
—Sim, não é certo? —disse Jenny, sua mãe, aliviada.
Por uma parte, tinha sido um alivio o que Louise tivesse acessado a voltar para casa para o
aniversário de seu avô, mas por outra...
Louise era sua filha e a amava e se preocupava com ela, mas tinha que admitir que se havia
sentido ansiosa...
Louise tinha um forte caráter e um orgulho que era muito fácil de machucar. a ver falar com o
Max anteriormente tinha feito rogar ao Jenny porque não lhe dissesse ou fizesse nada que pusesse à
defensiva a sua irmã.
Tullah e Olivia, sobrinha do Jenny e prima da Louise, tinham tratado de lhe assegurar que tudo
iria bem, que os namoricos adolescentes eram algo que acontecia com todo mundo e que tinha sido só
má sorte que o da Louise tivesse acontecido tão em público e que sua paixão se visse dirigida a um
membro da família.
—comportou-se muito mal —lhes havia dito.
—As coisas escaparam um pouco das mãos —afirmou Tullah—. Mas dado que esse seu
comportamento terminou fazendo que Saul e eu nos juntássemos e reconhecêssemos o que realmente
sentíamos o um pelo outro, tenho que admitir que me sinto mais inclinada a sentir gratidão para ela mais
que outra coisa.
—Louise cometeu um engano —tinha acrescentado Olivia—. E isso é algo que todos
cometemos. E acredito que isso lhe veio bem, agora parece como se pensasse que é como outros. Antes
me parecia como se se sentisse por cima. Talvez seja uma combinação dos gens da família com um
cérebro muito efetivo. O que aconteceu a suavizou, fez que se dê conta de que é um ser humano e que há
algumas costure que não se pode programar para conseguir...
—comeste algo já? —perguntou- Jenny a Louise.
Jon, seu marido, não parava de lhe dizer que Louise era já adulta, mas para ela seguia sendo sua
filha pequena e lhe parecia que estava muito magra.
—ia fazer o depois de lhe desejar feliz aniversário ao avô.
Com um pouco de sorte, depois de fazê-lo, poderia escapar dali sem que outros pensassem que...
o que? Que estava fugindo?
Não, não estava fazendo isso, nunca o tinha feito, apesar do que pudessem pensar algumas
pessoas.
—O Parlamento Europeu é uma turma de burocratas que não têm nem idéia do que acontece no
mundo real.

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Louise apertou os dentes quando ouviu dizer isso a seu avô, Ben Crighton, o patriarca da família.
Para ele a única forma de praticar a lei era em uma escrivaninha.
afastou-se dali antes de que ficassem a discutir. Não podia deixar de sentir lástima pelo Maddy,
que se tinha mudado à casa de campo do velho desde que o operaram do quadril no ano anterior.
Essa mudança, que ao princípio ia ser só temporário e só para assegurar-se de que alguém
pudesse cuidar do avô, transformou-se em algo permanente, com ela e seus filhos vivendo ali, no campo
com o avô, enquanto que Max se passava quase todo o tempo vivendo e trabalhando em Londres.
Louise não podia entender como ou por que Maddy suportava à egoísta de seu irmão e suas
famosas infidelidades. Ela nunca o teria agüentado, mas claro que tampouco se teria casado com um
homem como seu irmão. Sabia o muito que desgostava a seus pais que tivesse saído assim. Max era um
tipo sem princípios e um egoísta em outras coisas da vida, além de como marido.
Ao contrário que seu tio David, o pai da Olivia e o irmão gêmeo de seu pai, podia ser que Max
nunca se saltou a lei, mas Louise suspeitava que era perfeitamente capaz de torcê-la para seus próprios
interesses.
—Não troca, tverdad? —disse a familiar voz do Saul de detrás dela.
Louise se voltou apressadamente.
A última vez que eles dois tinham falado foi quando ele a deixou a cargo da Olivia e lhe tinha
deixado muito claro de que, não só não sentia quão mesmo ela por ele, mas também preferiria não voltar
a vê-la na vida.
Talvez essas fossem palavras sortes com o calor do momento, mas lhe tinham deixado cicatriz.
Talvez porque fora muito consciente de que as tinha merecido.
Era ridículo por sua parte sentir-se tão incômoda e culpado como uma menina, mas assim era
como se sentia.
Certamente o homem que tinha sido o destinatário de seus ardores juvenis não tivesse trocado,
mas ela sim o tinha feito. Por sorte para ela, Saul não era agora mais que outro membro de sua família.
—Sua mãe diz que, esta vez, só nos faz uma breve visita.
—Sim, é certo. Minha chefa, Pam Carlisle, foi escolhida para um novo comitê que se ocupará
dos problemas da sobreexplotación dos caladeros de pesca no Artico. Evidentemente, do ponto de vista
legal, vai terá que trabalhar muito e, isso é minha coisa.
—Mmmm. Sonha como um bom campo de cultivo para um futuro potencial como política.
Mas Louise agitou a cabeça.
—Não. Definitivamente não. A política não é para mim. Para começar, temo-me que digo as
coisas muito claras. E a política requer muita mais sutileza da que nunca poderei ter.
—É muito dura contigo mesma. E de muitas maneiras —disse ele olhando-a—. Já é hora de que
tenhamos um novo princípio, Lou. O que passou, passou, mas agora é coisa do passado. Olhe, Tullah e
eu vamos a Bruxelas em algum momento em viagem de negócios. Estaria bem que nos víssemos.., que
fôssemos jantar juntos, por exemplo.
Louise se viu incapaz de fazer outra coisa que não fora agitar a cabeça. surpreendeu-se quando,
de repente, Saul a abraçou.
—Amigos de novo, Lou?
—Amigos —conseguiu dizer ela enquanto lutava contra as lágrimas.
—E não se esqueça, escreve.
Louise sorriu a sua irmã.

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—por que tiveste que te colocar nessa organização de caridade que não se pode permitir sequer
ter um fax?
—Não sei... mas eu gosto de meu trabalho.
estavam-se despedindo no aeroporto, onde as tinha deixado sua mãe.
—Já sabe que poderia vir para ver-me a Bruxelas. Eu te pagaria o bilhete, se isso te ajudar.
Katie lhe deu um breve abraço. Sabia o difícil que era para sua irmã admitir que houvesse
alguma greta em sua armadura emocional, embora fora ante seu gêmea. Para todo mundo, Louise
sempre tinha sido a mais independente das duas, a mais decidida. Mas em realidade Katie creía18
que era ela a que tinha as emoções menos a flor de pele, embora sua irmã sempre o negaria.
Louise sempre se adjudicou o papel de irmã maior e mais valente, mas por dentro, Katie sabia que não
era tão forte como aparentava.
—Ah, de passagem, sabe que mandaram ao professor Simmonds a Bruxelas? Ao parecer lhe
pediram que lidere um comitê sobre direitos de pesca no Artico —lhe disse Katie.
—O que? Não, não sabia —respondeu Louise ficando pálida.
—Não? Eu pensei que talvez lhe teria encontrado isso.
—Não, não o tenho feito.
Mas se o que lhe dizia Katie era verdade, Louise suspeitava que o ia fazer. O comitê de que
estava lhe falando sua irmã era o mesmo no que ia estar sua chefa. Vá uma coincidência não desejada!
—Sei que não te caía bem —estava lhe dizendo Katie.
—Não. depois de tudo, foi por ele por quem suspendi em primeiro Y...
—Louise, isso não é justo.
Louise apartou o olhar. Havia muitas coisas que sua irmã não sabia, que não lhe podia contar.
Gareth Simmonds tinha sido seu tutor em Oxford em uma época especialmente traumática de sua
vida, e tinha sido testemunha não só desse trauma, mas também da forma em que ela tinha feito a parva,
mas também...
Louise se mordeu o lábio. A sensação de pânico que tinha na boca do estômago aumentou em
vez de diminuir.
—despediu-se de sua irmã com um abraço e se dirigiu à porta de embarque.
Gareth Simmonds estava em Bruxelas! O que lhe faltava!
Capítulo 2
GARETH Simmonds estava em Bruxelas! Louise gemeu e fechou os olhos, agitando logo a
cabeça para rechaçar a bebida que lhe oferecia a aeromoça.
Era muito próprio do Katie esperar a lhe soltar semelhante bomba até o último momento. De
todas formas, tinha-a prevenido e, mulher acautelada valia por dois.
Gareth Simmonds. Apertou os dentes furiosa. Ela estava pela metade de seu primeiro curso na
universidade quando ele tinha substituído a seu anterior tutor, que se tinha aposentado de repente por
motivos de saúde, e Louise e ele tinham chocado quase desde o começo.
Não lhe tinha gostado de nada o papel muito mais ativo que ele tinha deixado claro que queria ter
como seu tutor. Louise se tinha acostumado a seu predecessor, mais ancião e depravado, que sempre a
tinha deixado fazer mais ou menos o que queria, algo que lhe gostava, já que lhe permitia lhe dedicar a
mínima atenção a seus estudos enquanto se concentrava no que por então era mais importante para ela:
fazer que Saul se apaixonasse por ela.

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A situação teria sido já suficientemente malote se Gareth se dedicou simplesmente a exercer seu
papel oficial como tutor, mas não, isso não tinha sido suficiente para ele. Tinha tido a ousadia de meter-
se também em sua vida pessoal.
Quão último ela necessitava agora, justo quando sentia que sua vida estava começando a
encarrilhar-se de novo, quando os sucessos do fim de semana a faziam sentir que estava recuperando por
fim seu respeito por si mesmo, era que esse desagradável passado aparecesse de novo na pessoa do
Gareth Simmonds.
Katie lhe havia dito que estava em Bruxelas para encabeçar um comitê, mas não um qualquer,
ficou tensa. O pensamento de que pudesse ter alguma aula de contato com o Gareth Simmonds lhe
resultava inaceitável, insuportável. A ira, o orgulho e o pânico começaram a agitar-se em seu interior.
Gareth Simmonds. Tinham chocado nada mais conhecer-se. Havia algo nele que despertava nela
um profundo e atávico sentimento de aversão, e isso se produziu antes dessa desastrosa confrontação que
tinham tido ao final de seu primeiro ano na universidade, quando ele a tinha chamado e a tinha advertido
das possíveis conseqüências de sua falta de atenção nos estudos.
Nesses dias ela era muito mais teimosa e rebelde e, o fato de que ele tivesse o valor de meter-se
com ela, sem mencionar o tortura de seu amor pelo Saul, tinham-na feito enfrentar-se com ele. Mas ele
era muito rápido para ela, muito sutil, muito...
Tinha-o odiado com tanta intensidade como tinha amado ao Saul, e com o mesmo pouco efeito,
quão último necessitava nesse momento de sua vida era ver-se enfrentada com a evidência física de sua
própria estupidez juvenil.
Ainda podia recordar...
produziram-se muitas fofocas e risitas quando ele chegou a Oxford. Era o catedrático mais jovem
que tinha passado nunca por ali, e o mais atrativo, por isso diziam as estudantes. Mas a Louise não tinha
afetado nada. Por muito atrativo que o pudessem encontrar as demais, não lhe interessava. Para ela
nunca se poderia comparar com o Saul. Nenhum homem podia.
Era certo que ele devia medir como um metro noventa, tinha o cabelo negro e uns olhos azuis
incrivelmente brilhantes, mas isso não afetava nada a ela.
—ouviste sua voz? —disse-lhe em seu momento uma dessas estudantes—. Poderia alcançar um
orgasmo só ouvindo-o.
Louise a olhou despectivamente. A voz do Saul fazia que lhe tremessem os joelhos, e a do Gareth
Simmonds não se parecia em nada. De fato, quão único ambos os homens tinham em comum era que os
dois tinham uns trinta anos, mas Gareth era sete anos mais jovem que Saul e os dois podiam ser bastante
brutais verbalmente quando queriam. Do Saul, a mera insinuação de uma palavra dura a podia reduzir a
mais profunda das misérias. Isso mesmo do Gareth tendia a provocar nela um feroz desejo de lhe
responder da mesma maneira.
O poderia ser seu tutor, mas isso não lhe dava o direito a meter-se em sua vida da forma em que
o tinha feito e, além disso... Mas não, não devia pensar nisso agora.
Louise se deu conta de repente que o avião tinha aterrissado.
levantou-se automaticamente e tirou sua bolsa de viagem do compartimento, então ficou geada
quando o homem que tinha ocupado o assento de detrás dela fez o mesmo.
—Você! —sussurrou quando se encontrou cara a cara com o homem no que tinha estado
pensando durante toda a viagem.
—Olá, Louise —respondeu Gareth Simmonds tranqüilamente.
Louise tomou sua bolsa agitadamente e lhe deu as costas. Vá uma desagradável coincidência que
ele fora em seu mesmo vôo!

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Seguiu lhe dando as costas decididamente e se dirigiu à saída.
Uma vez fora do terminal, Louise se dirigiu à parada de táxis, tomou um e lhe deu sua direção ao
condutor.
O apartamento que tinha alugado era pequeno e bastante caro, mas pelo menos vivia sozinha.
Uma vez nele, preparou-se um café e pôs a secretária eletrônica. Sorriu quando reconheceu a
atrativa voz do Jean Claude com seu acento francês. Tinha saído com ele umas quantas vezes, mas era
muito consciente de sua reputação de paquerador incorrigível.
Chamava-a para lhe perguntar se estava livre para jantar algum dia dessa semana. Louise abriu
sua agenda.
Tinha que ir com sua chefa à reunião inaugural de um novo comitê pela manhã e suspeitava que
isso a teria ocupada até depois do almoço. De noite haveria um jantar oficial.
—Os delegados franceses certamente tenham algumas pergunta complicadas —lhe havia dito sua
chefa, Pam Carlisle—. Não estão muito contentes de que o chefe do comitê vá ser britânico. Só o
aceitaram pelo fato de que é pró europeu. E, depois de tudo, as águas motivo da disputa, são
oficialmente britânicas.
—Mas eles querem trocar isso...
—Bom, eles certamente querem ter direito a pescar nessas águas.
Enquanto falavam disso, a Louise nunca lhe tinha ocorrido lhe perguntar o nome do chefe do
comitê. por que ia fazer o? Nunca lhe teria passado pela cabeça que esse chefe pudesse ser seu ex-tutor
Gareth Simmonds. É que sua cadeira junto com a adoração da metade da população feminina da
universidade não era suficiente para ele?
—Seguro que é como o paraíso na cama —lhe havia dito em seu momento uma dessas
estudantes—. E não está casado.
Mas para ela tinha sido mas bem o inferno fora dela.
—Não nos confunde —lhe tinha advertido Katie—. averiguou que eu assisti em seu lugar a
alguma de suas classes. Ontem me chamou Kathenne.
—E o que? Você te chama assim, não?
—Sim —admitiu Katie—. Mas nesse momento eu estava fazendo como se fora você.
—Provavelmente se equivocou de verdade.
Louise tinha voltado para sua casa com o pretexto de que se deixou ali uns livros em sua visita
anterior, mas em realidade o fez para ver o Saul. Por desgraça, Saul se tinha ido em viagem de negócios
e toda a manobra não tinha sido mais que uma perda de tempo.
Nesses dias ela não tinha tratado a sua irmã geme-a tão grandemente como devesse, e isso sabia
agora. Mais ainda, aproveitou-se descaradamente dela e a tinha obrigado muitas vezes a fazer o que ela
queria.
As coisas eram distintas agora, é obvio. Fazia o que tinha podido para arrumar as coisas entre
elas e era primeira em admitir que havia coisas nas que seu gêmea tinha mostrado muita mais fortaleça e
decisão que ela.
Então era uma adolescente e estava completamente obcecada com o Saul, tanto que nenhuma
outra coisa, ninguém mais, tinha importância.
Fechou os olhos por um momento. Essa tarde, quando Saul a tinha abraçado fraternalmente, seu
corpo tinha retrocedido ao princípio, como uma forma de amparo instintivo se por acaso ainda houvesse
algo em seu interior que fizesse aflorar de novo seus sonhos românticos. Mas para seu alívio, o que
sentiu realmente foi uma cálida sensação de paz, somada ao conhecimento de que já não tinha nada que
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temer. Esse abraço do Saul não tinha significado nada mais para ela que se o tivesse dado o marido da
Olivia, Caspar, ou algum de suas outros primos, algum homem ao que lhe tivesse carinho, mas não de
uma forma sexual.
Então tinha sabido que estava livre de seu passado... Pelo menos no que se referia ao Saul.
Franziu o cenho e agitou o café.
comportou-se bobamente na universidade e não havia forma de negá-lo, mas não foi ela quão
única o fez. Os estudantes revistam fazê-lo freqüentemente.
Tomou a taça muito rapidamente e lhe derramou um pouco na mão. Amaldiçoou em voz baixa.
Maldito Gareth Simmonds. por que não podia haver ficado em Oxford, e em seu passado?
Quão último necessitava nesses momentos era o ter perto, olhando-a com esses olhos muito
perceptivos, julgando-a, esperando a que cometesse algum engano.
Bom, pois tinha notícias para ele. Ela já não era a Louise de Oxford. Agora era uma mulher, uma
adulta com um trabalho muito exigente e de muita responsabilidade que demonstrava que podia levar e
controlar sua própria vida, que não necessitava o apoio constante de sua irmã geme-a para sentir-se
completa. Tinha-o odiado por acusar a disso em seu momento.
Deveu ser a denúncia do Saul contra ela depois de que enganasse tão perigosamente ao Tullah
para que a seguisse ao labirinto e a deixasse ali, no baile de máscaras, isso lhe tinha ficado na
consciência como uma cicatriz. Mas o curioso era que não era isso o que lhe seguia produzindo
pesadelos e maus sonhos, a não ser a confrontação que teve por isso com seu tutor, o que não podia
esquecer.
Oxford, depois de que se visse por fim obrigada a clarse conta de que Saul não a amaria nunca,
de que ele amava a outra. Oxford e Gareth Simmonds. Oxford, Itália e Gareth Simmonds. Itália e Gareth
Simmonds.
sentou-se no sofá com o café e fechou os olhos. Não queria reviver essas lembranças, mas sentia
todo seu peso sobre ela, abrindo-se passo para seu consciencia, como Gareth Simmonds parecia estar
abrindo-se passo dentro da nova vida que se construiu para si mesmo.
Como se a derrota do baile de disfarces não fora castigo suficiente, à semana seguinte recebeu
uma carta do Gareth Simmonds lhe dizendo que a queria ver porque queria falar com ela de alguns
aspectos de seus estudos.
Seus pais tinham sabido que tinha recebido essa carta e não houve maneira de manter em segredo
seu conteúdo, por isso teve que acontecer a humilhação de chamá-lo e ficar com ele.
Tinha-o amaldiçoado furiosamente por acrescentar-se a seus problemas. Seus pais se ofereceram
a levá-la, o que tampouco lhe fez muita graça. Estava claro que eles pensavam já que era possível que
tivesse herdado os gens de seu tio David e seu irmão Max, os gens que Katie e ela tinham chamado os
gens estúpidos, egoístas e automóvel destrutivos.
Ela tinha querido lhes dizer que não tinham nada de que preocupar-se, mas também estava muito
afetada e traumatizada por tudo o que tinha acontecido.
—Não me posso acreditar que te comportasse dessa maneira —lhe havia dito seu pai—. O que
foste fazer? Deixar ao Tullah no labirinto até que...?
—Não... Não. Eu só...
As lágrimas lhe correram pelo rosto e o apartou, sem ser capaz de admitir que tinha estado tão
obcecada pela necessidade de fazer que Saul a visse como a uma mulher que simplesmente tinha visto o
Tullah como um obstáculo em seu caminho. Alguém que estava evitando que Saul a visse como mulher
e que reconhecesse que tinham que estar juntos.

11
Penny Jordan O Amante Perfeito
Katie tinha ido então com eles a Oxford para lhe dar um pouco de apoio moral. Também ia
utilizar esse tempo para ver seus amigos. Sua mãe ficou então a lhe arrumar a habitação que tinha na
universidade e, quando começou a fazer a cama a Louise, ela teve que acontecer a huini29
Ilação de que descobrisse que dormia com uma camisa do Saul.
Quando estiveram sozinhas, Katie lhe perguntou incômoda:
—Quer que falemos disso?
Louise agitou a cabeça irada.
—OH, Lou —sussurrou sua irmã.
—Deixa-o já —lhe ordenou Louise.
—Estou segura de que o professor Simmonds sabe o que estivemos fazendo. Não quis dizer nada
diante de nossos pais, mas como já te disse, ele sabe que nos estivemos suplantando e eu fui a suas
classes em seu lugar. Tem todos os apontamentos que tomei por ti?
—Sim. Mas como pode havê-lo sabido? Temo-lo feito muitas vezes com nossos amigos e nunca
se deram conta.
—É diferente com ele. Parece que simplesmente sabe. É como se tivesse alguma aula de sexto
sentido que faz que veja a diferença que há entre nós.
—Um sexto sentido? É um professor de leis, não um mago.
Mas ainda assim cada vez se estava sentindo mais incômoda. Havia algo no Gareth Simmonds
que a fazia desafiá-lo e fazê-lo zangar. Mas o que mais a chateava era que ela sempre terminava
perdendo.
—Chamou-me Katherine —lhe recordou sua irmã—. Embora levava sua roupa e outros
pensaram que foi você.
—Porco arrogante —murmurou Louise—. O desprezo.
Mas não tanto como se desprezava a si mesmo.
depois de que Katie se partiu, já que ao entrar na universidade tinham decidido não viver juntas,
já que cada uma seguia uma carreira distinta e não queriam que as vissem como inseparáveis, Louise
tomou os apontamentos que lhe tinha tomado sua irmã e foi repassá-los. Mas não pôde obter que ficasse
nada deles. A cabeça lhe dava voltas.
Levava apaixonada pelo Saul e sonhando com que ele a amasse a ela desde que sabia o que era o
amor e, simplesmente, nunca lhe tinha ocorrido que não terminasse ganhando-o por fim. por que não ia
ser assim? Sempre tinha conseguido tudo o que se proposto e nunca lhe tinha entrado na cabeça que
pudesse ser diferente com o amor do Saul.
A letra do Katie começou a lhe tremer diante dos olhos, assim deixou os apontamentos e cruzou
os braços. Sentia frio por dentro, vazio, mas ao mesmo tempo, sentia-se cheia do enorme peso do medo e
a dor.
aproximou-se da cama e procurou a camisa do Saul, abraçando-a e cheirando-a. Mas, por essa
vez, esse aroma não a consolou.
Não era sua camisa o que queria abraçar, pensou apartando-a, a não ser ao dono. Ao Saul. Mas
lhe tinha deixado cruelmente claro que isso não ia voltar a acontecer.
—Saul, Saul, Saul... —gritou seu nome e começou a chorar.
Esgotada pela intensidade de suas emoções, por fim ficou dormida. despertou de madrugada,
geada e com os olhos chorosos.

12
Penny Jordan O Amante Perfeito
Ainda estava completamente vestida. Não tinha comido nada, mas lhe repugnava pensar em
comida. Quando se levantou viu os apontamentos do Katie e o coração lhe deu um salto.
Gareth Simmonds não era como o velho professor Lewis. Não havia maneira de que o pudesse
convencer de que fizesse a vista gorda a seus maus resultados, e ela sabia muito bem que eram maus.
Mas como ia se poder concentrar nos estudos quando seus pensamentos, seu coração, todo seu ser tinha
estado completamente dedicado ao Saul?
—Ah, Louise. Muito bem. Obrigado por voltar tão logo. veio sua irmã contigo?
A pesar do tranqüilo e, aparentemente amigável, tom de sua voz, Louise não se deixou enganar
pela aparente afabilidade de seu tutor nem pela forma em que enfatizou as palavras sua irmã.
Seu plano de ação antes de chegar ao despacho do Gareth Simmonds, tinha sido agarrar-se
decididamente à ficção de que tinha assistido a todas suas classes e que ele se equivocou tomando-a a ela
pelo Katie. Mas só olhando-o à cara, a esses penetrantes olhos azuis, deu-se conta de que aquilo seria
uma tolice.
—lhe sente-se disse ele quando ela não respondeu.
Para ela era uma experiência nova estar tão nervosa como para não poder falar e esperar
apreensivamente o que lhe vinha em cima. Pôde ver uma mescla de lástima e irritação no rosto dele que
feriu seu orgulho. Como se atrevia a sentir lástima por ela?
Para mais vergonha, pôde sentir como lhe ardiam os olhos revelando traiçoeiramente suas
emoções. Quão último queria era que esse educado, controlado e asquerosamente superior homem que
tinha sentado diante, supusera que não se estava sentindo nem de perto tão segura de si mesmo como
estava tratando de aparentar, e que de fato, longe de que lhe importasse nada o que lhe estava dizendo,
ela se estava sentindo tremendamente vulnerável e aniquilada pela situação em que se colocou.
Piscou furiosamente para evitar as lágrimas e não se precaveu de que Gareth se levantou e tinha
rodeado sua mesa até que, de repente, notou que estava a seu lado, fazendo inexplicavelmente que o ar
que a rodeava lhe parecesse muito mais quente.
—Louise. Quão último quero fazer é te pôr difíceis as coisas. Já sei que ultimamente a vida não
foi... fácil para ti, emocionalmente. Se houver algum problema que eu possa...
Louise se esticou imediatamente. Já tinha sido bastante mau ter que arrumar-lhe com as iras e a
lástima de sua família como para que esse tipo lhe viesse agora lhe oferecendo sua compreensão e ajuda.
—O único problema que tenho neste momento é você —lhe disse agressivamente, aliviada por
poder dirigir sua ira contra alguém e assim poder conter suas humilhantes lágrimas.
Pensou que o ouviu conter a respiração e esperou uma resposta adequada por sua parte. Mas em
vez disso, ele se limitou a dizer humoristicamente:
—Já sei que, legalmente, é uma adulta, Louise, mas agora me recorda mais a minha sobrinha de
seis anos que a uma mulher feita e direita. Não sou seu inimigo, já sabe. Só estou tratando de te ajudar.
—Não se atreva a ficar paternal comigo. Eu não sou sua sobrinha —respondeu ela levantando-se
irada e pretendendo partir dali.
Mas antes de que pudesse mover-se, ele a deteve agarrando a da boneca e fazendo que se
sentasse de novo. E antes de que pudesse dizer nada, ajoelhou-se a seu lado para que seus rostos
ficassem ao mesmo nível.
—Deixa de te pôr difíceis as coisas. Tem um cérebro de primeira, mas não o vais aproveitar nada
se não parar de te deixar levar por esse poderoso orgulho que tem. Todos passamos por momentos em
nossas vidas em que necessitamos a ajuda de outros, já sabe.
—Bom, pois eu não. E, embora assim fora, à última pessoa a que me ocorreria lhe pedir essa
ajuda seria a você.

13
Penny Jordan O Amante Perfeito
produziu-se uma larga pausa antes de que ele dissesse por fim:
—Essa é uma frase muito interessante, Louise e uma verdadeiramente perigosamente
desafiadora.
Louise se deu conta então surpreendida de que ele já não a estava olhando aos olhos, a não ser à
boca.
Recordou então os comentários de suas companheiras a respeito do sexy que era esse homem e
nesse momento se deu conta exatamente do que tinham querido dizer.
Tão imediato como esse reconhecimento e duas vezes mais poderoso, foi seu rechaço virginal e
aterrorizado do mesmo. Não queria ver o Gareth Simmonds como um homem desejável. Só se podia
permitir isso com o Saul.
—Quero ir —disse—. Eu...
—Ainda não. Não terminei que falar contigo. Muito bem, Louise, se quer fazer isto seguindo o
caminho mais duro, é sua eleição. Sei o que esteve passando, assim não te incomode em nos fazer perder
o tempo tratando de me mentir. Se eu estivesse em seu lugar, não perderia o tempo, a energia e a
inteligência que, evidentemente, necessita para seus estudos, sonhando com coisas tão pouco realistas.
Sei por experiência que, geralmente, há duas razões pelas que um estudante falha em seus estudos. Uma
delas é que, infelizmente, não dão a talha. Por alguma estranha razão, conseguem chegar à universidade
e se metem em uns estudos para os que não estão preparadas. A outra...
Aqui fez uma pausa e a olhou tranqüilamente antes de acrescentar:
—A outra é que por razões só conhecidas por eles mesmos, decidem que não querem estudar,
que há outras coisas, sem dúvida mais importantes, que35
requerem sua atenção. Em ambos os casos, a solução é a mesma. Para esses que não têm os
conhecimentos ou a capacidade suficiente para continuar, acredito que o melhor que podem fazer para
acabar com seus problemas e agonias é deixar os estudos. Para aqueles que sim os têm mas que não os
querem utilizar... Não é com sua agonia com o que alguém queria terminar, a não ser com a própria e
com a de seus companheiros.
Louise o olhou furiosa.
—Está-me acusando de me haver abandonado. Não pode fazer isso.
Gareth levantou as sobrancelhas.
—Não? Acredito que verá que sim que posso fazê-lo. Mas me perdoe, Louise, dei por feito de
que pudesse ser que é isso o que queria. depois de tudo... —disse ele tomando um de seus trabalhos do
curso e empurrando-o para ela sobre a mesa—. A julgar por isto, continuar com os estudos é quão último
quer fazer em realidade.
Fez outra pausa e continuou.
—Olhe. Se me equivoquei e resulta que o trabalho é muito para ti, por favor, diga-me isso e farei
o que possa para que transladem a outros curso menos.., exigente. Há uns níveis na universidade e,
temo-me que aqui pedimos algo mais que o normal. Se crie que não está à altura...
—É obvio que o estou —exclamou Louise olhando-o irada.
Como se atrevia a lhe sugerir que não estava à altura da universidade? Seu anterior tutor lhe
havia dito em mais de uma ocasião que a considerava como uma de seus estudantes mais prometedoras.
—Quando as notas de um estudante começam a baixar, alguma gente acredita que é mais devido
à culpa dos professores que ao estudante em si —lhe disse ela.
Gareth a olhou pensativamente.

14
Penny Jordan O Amante Perfeito
—Pode que isso o pense alguma gente. Mas outros, possivelmente mais inteligentemente,
suspeitam que o não comparecimento do estudante em questão a perto da metade das classes e tutoriales
pode ter algo que ver com a situação. Não está de acordo? Não sou tolo, Louise —afirmou ele ante o
olhar de surpresa dela—. Sei muito bem que sua irmã esteve vindo em seu lugar a minhas classes.
Louise ficou momentaneamente sem palavras, por isso Gareth continuou.
—Olhe, podemos nos passar discutindo isto todo o dia.. O fato é que estiveste faltando a classe.
Além disso, perdeste peso.
Louise o olhou assombrada. Como sabia. Nem sua mãe nem sua irmã lhe tinham comentado nada
e, ao parecer, não o tinham notado, já que sempre levava roupas soltas.
E já era estranho que não o tivessem notado, já que Olivia, que só era uma Crighton por
matrimônio, tinha sofrido de bulimia durante muitos anos e seu comportamento durante o tempo em que
esteve casada com o David, o irmão do pai da Louise, tinha deixado sua marca em toda a família. Sua
mãe era uma fanática da alimentação sã. Não é que Louise tivesse problemas com isso, pelo menos não
habitualmente. Gostava de comer e tinha um apetite saudável, mas recentemente se havia sentido
incapaz de comer, estava muito doente de desejo, muito ansiosa pelo amor do Saul para pensar em
satisfazer seus apetites com qualquer outra coisa.
—Acredito que tem problemas pessoais —lhe estava dizendo Gareth.
—Mas antes de que pudesse continuar e lhe dissesse algo assim como que lhe viria bem
confessar-se com alguém, ela o interrompeu agressivamente.
—Quem lhe há dito isso?
—Você mesma. perdeste peso. Evidentemente, não está dormindo bem e, certamente, não está
trabalhando nada. Os fatos falam por si mesmos. Não preciso ser psicólogo para interpretá-los. O
professor Lewis me disse que estava seguro de que não teria nenhum problema com os estudos. Mas
vendo o que tem feito este curso, eu diria que terá sorte se consegue terminá-los. Isso é tua coisa, Louise.
Ou começa a pensar seriamente em seus estudos O...
—Ou fará que me joguem da universidade —acrescentou ela amargamente.
Sem lhe dar a oportunidade de dizer nada mais, ela recolheu seus papéis e saiu irada do
despacho.
Como odiava a esse homem!
—Como te foi? —perguntou-lhe Katie.
Tinha estado esperando ansiosamente a que Louise voltasse de sua entrevista e agora, quando
saiu quase correndo, teve problemas para lhe seguir o passo.
—Vê mais devagar —lhe pediu agarrando-a do braço—. E me diga o que te há dito.
—Ameaçou-me fazendo que me joguem.
—O que? OH, não! Explicaste-lhe...?
—O que lhe vou explicar? —perguntou-lhe Louise amargamente.
—o de... o do Saul.
Louise se voltou repentinamente e se enfrentou com seu gêmea.
—Está louca? lhe falar com o Gareth Simmonds sobre o Saul?
Fechou os olhos e tratou de tranqüilizar-se antes de continuar.
—Deu-me que agrado até Natal para recuperar o tempo perdido.
—Bom, isso não será difícil. Temos o resto das férias do verão. E eu te posso ajudar.

15
Penny Jordan O Amante Perfeito
—Não quero sua ajuda. Só quero...
De repente se sentiu enjoada pela força de seus sentimentos e acrescentou:
—por que não passamos juntas o resto da tarde? —disse tratando de desculpar-se por seu mau
humor—. Podemos jantar e compartilhar uma garrafa de vinho. Ainda tenho essa caixa que nos deu tia
Ruth ao princípio do trimestre. Disse que viria bem para as festas de estudantes.
—eu adoraria, mas me temo que não posso. Eu... tenho uma entrevista Y...
—Uma entrevista? Com quem?
Mas Katie agitou a cabeça e lhe disse:
—OH, não é alguém que você conheça. OH, Lou —disse abraçando-a—. Entendo como se sente,
mas por favor, trata de esquecer ao Saul.
—Eu gostaria de poder fazê-lo. Mas não vou ter essa sorte, verdade? Não se tiver que voltar para
casa. OH, Katie...
Esteve a ponto de lhe pedir a sua irmã que cancelasse essa entrevista e passasse a tarde com ela,
mas recordou o olhar que lhe tinha visto o Gareth Simmonds quando lhe disse que sabia que tinha estado
utilizando ao Katie para substitui-la em suas classes, assim resistiu a tentação.
Ela não era a pessoa egoísta e sem sentimentos que ele acreditava pelo que ela tinha visto nesse
olhar. Faria o mesmo pelo Katie... se o tivesse pedido.
Mas Katie não o teria pedido, disse uma eu cecilia em seu interior.
A tarde deu passo de noite e Louise percorreu sua habitação com o olhar. Tudo estava cheio de
papéis e livros e a cabeça lhe dava voltas com coisas que não podia assimilar.
Onde estaria agora Saul? O que estaria fazendo? levantou-se e se dirigiu à pequena cozinha. Não
podia recordar a última vez que tinha comido algo, mas só pensando em comida lhe davam arcadas.
Então viu a caixa de garrafas de vinho da tia Ruth. aproximou-se e tirou uma garrafa.
A tia Ruth tinha umas idéias muito antigas a respeito de como viviam os modernos estudantes de
Oxford. O vinho que tinha eleito era do mais seleto.
Abriu a garrafa e se serve um copo. Normalmente não bebia. Bom, podia desfrutar de um bom
vinho durante uma comida e, de vez em quando se tomava algo no bar da faculdade, mas não estava
acostumado a fazê-lo freqüentemente.
O vinho estava francamente bom e lhe esquentou o vazio estômago.
sentou-se no chão e olhou as folhas dos apontamentos que a rodeavam.
terminou-se o copo de vinho.
Definitivamente a estava fazendo sentir-se muito melhor, mais liviana, mais atordoada. Inclusive
podia pensar no Saul sem ficar a chorar.
Saul...
Enquanto voltava erraticamente para a cozinha depois de ter recheado o copo, tratou de invocar
uma imagem mental do Saul e, consternada, viu que não podia. Que por alguma razão, esses adorados
rasgos se tornaram difusos e vagos. E o que mais a irritou foi que, quanto mais tratava de visualizá-lo,
mais impossível lhe resultava. Em seu lugar, a imagem que se aparecia em sua mente se parecia mais a
do Gareth Simmonds.
Deu-lhe um bom gole ao copo de vinho enquanto procurava em seu jornal a foto do Saul que
guardava sempre ali.
Tinha-a na mão quando ouviu que alguém chamava a sua porta.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Katie... Sua irmã devia ter trocado de opinião ao dar-se conta do muito que ela precisava estar
com alguém. um pouco enjoada, aproximou-se da porta, abriu-a e gritou:
—OH, Katie, graças a Deus que vieste. Eu...
Falhou-lhe a voz quando seu visitante entrou e fechou a porta atrás dele.
— Você! —exclamou quando viu o implacável olhar com que seu tutor percorreu a habitação
antes de ver seu rosto lacrimoso—. O que quer?
—vim a te trazer isto —lhe disse Gareth lhe oferecendo uns papéis—. Lhe deixou isso em minha
mesa esta manhã.
—OH, eu...
Louise tomou torpemente, esquecendo-se de que não só tinha na mão a foto do Saul, mas
também também um copo de vinho.
Quando tomou esses papéis, lhe caiu da mão a foto. Tratou de recolhê-la imediatamente, mas
chocou contra Gareth, derramando o vinho na boneca dele e em seu próprio braço.
antes de que o pudesse evitar, Gareth já tinha recolhido a foto do Saul.
—Não....
Mas já era muito tarde e ele estava olhando a foto pensativamente e logo lhe disse:
—É um homem muito atrativo, Louise. Isso é certo. Mas realmente merece a pena que te jogue o
futuro por ele? De todas formas, é muito major para ti.
A ira que ela sentia se transformou em dor.
—Não, não o é...
Para sua vergonha, lhe saltaram as lágrimas. tragou-se o resto do copo de vinho e disse
orgulhosamente:
—Não sou nenhuma menina, sou uma mulher.
O olhar que lhe dirigiu destruiu o que ficava de seu auto controle e a fez ceder à fúria.
—O que acontece? —exigiu-lhe—. Não me crie? fr Muito bem, pois o sou, e lhe vou demonstrar
isso.
Saul me quereria se Tullah não se colocou por meio...
—Quanto veio tomaste? —perguntou-lhe ele ao tempo que lhe tirava o copo da mão.
—Não o suficiente. E me devolva o copo, necessito outro gole.
—Disso nada. Já bebeste mais que suficiente.
—Não, não o tenho feito...
Louise foi tomar o copo, mas quando não o obteve, perdeu o equilíbrio e caiu pesadamente
contra ele. Seu corpo era tão firme como uma pedra, mas muito mais quente. Quente Y...
Louise piscou quando se deu conta de que o pesado golpear que sentia sob a palma da mão era o
pulsar do coração dele.
sentiu-se curiosamente consolada. Franziu o cenho enquanto seu cérebro, obnubilado pelo álcool,
tratava de assimilar essa informação inaceitável. Sentiu o estranho desejo de apoiar a cabeça contra seu
peito, lá onde tinha a mão apoiada, e fechar os olhos, deixando-se consolar por esse pulsado como uma
menina.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Seus dedos se flexaron e relaxaram experimentalmente. Pôde sentir o pêlo de seu peito através da
camisa. Abriu muito os olhos e, instintivamente, deixou que seu corpo começasse a relaxar-se contra o
calor do dele.
O braço que Gareth tinha levantado para sujeitá-la seguia onde ao princípio, sujeitando-a. Ela se
apertou mais contra seu corpo e fechou os olhos. Podia cheirar seu aroma masculino, muito mais forte
que o que emanava da camisa do SauI. Aquilo era o de verdade, o homem de verdade. Louise aspirou
apreciando-o. A mão dele se apoiou em seu quadril e a notou dura e cálida através da roupa. Gostou de
senti-la ali.
—Louise...
A nota de advertência de sua voz a fez abrir os olhos e olhá-lo.
—Não, não vá —sussurrou ela adormecida—. Não vá. Quero que fique comigo. Quero...
Ele começou a separar-se dela e Louise leu a mensagem que lhe enviava seu olhar. Fechou
rapidamente os olhos e estendeu uma mão para lhe acariciar o rosto. Logo levantou a cabeça e abriu a
boca contra a dele, utilizando a outra emano para levá-la mão que lhe tinha posto no quadril até um de
seus seios.
Quando sentiu essa dura e cálida emano ali, seu corpo se estremeceu excitado. Notou como os
dedos dele se curvavam contra seu seio e o acariciavam. Com o polegar lhe roçou o já endurecido
mamilo e se estremeceu de novo. Aquilo era o que tinha ansiado, o que necessitava. Com a ponta de44
a língua lhe percorreu os lábios, lhe exigindo entrar entre eles.
Tinha esperado tanto estar assim com ele. Mordiscou-lhe o lábio inferior e o desejo se apoderou
dela. Pôde sentir como seus lábios começavam a abrir-se rendendo-se a essa agressão feminina.
Ela tinha ansiado tanto que ele a beijasse dessa maneira... apertou-se mais contra seu corpo e um
torvelinho de sensações a alagaram e se esqueceu de todas suas inibições graças à poderosa força do
vinho que se bebeu. sentiu-se como se estivesse no alto de uma grande onda de sensações incríveis. Sua
língua se introduziu corajosamente na boca dele. Desejei que ele a tocasse sem roupa, sentir suas mãos
no corpo nu. E desejou tocar o da mesma maneira, absorver toda a essência dele.
Aquilo era o que tinha estado ansiando. Por isso se tinha estado morrendo! Por isso e por ele!
Gritou seu nome contra sua boca.
—Saul, Saul, Saul...
Louise se sentiu livre de repente, separada-se desse corpo masculino que o seu próprio tanto
tinha ansiado. Agora ele só a estava agarrando pelas bonecas enquanto a agitava.
—Saul... —protestou ela.
—Abre os olhos Louise —disse uma voz extrañamente conhecida—. Eu não sou seu Saul, quem
quer que seja.
Seu tutor! Não era Saul. Era...
Abriu os olhos súbitamente e se sentiu enjoada pela combinação de muito veio, muita pouca
comida e muito homem. Seu corpo lhe dizia que o homem esse sim que era muito. Era uma combinação
letal de vinho forte misturado com emoções fortes.
—Sinto-me mal —balbuciou.
—OH, Céus...
Quão seguinte Louise soube foi que ele a tinha levado em volandas até o quarto de banho, a
fazia ficar de joelhos diante do privada
e lhe sujeitava a cabeça e o cabelo com uma mão.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
E bem a tempo, já que o estômago não pôde mais
e começou a vomitar.
Pareceu como se tivesse passado uma eternidade até que lhe tranqüilizou um pouco o estômago,
mas só deveram acontecer uns minutos.
levantou-se sentindo-se fria e agitada, agarrando-se ao bordo do privada, fechou a tampa, atirou
da cadeia e, automaticamente, lavou-se a boca.
Ainda estava enjoada, confusa e nada segura do que estava acontecendo. dirigiu-se à porta do
quarto de banho e se encontrou sujeita firmemente e que a levavam a salão.
—Sente-se e come isto —ouviu que lhe diziam enquanto a sentavam em uma cadeira.
Puseram-lhe diante um prato com umas torradas.
—Não tenho fome —respondeu ela apartando a cabeça.
—lhe cometa ordenou ele—. O que é o que te passa? O que está tratando de fazer contigo?
A Louise começou a lhe doer a cabeça.
—por que não vai?
—Não até que te tenha comido isto.
Louise olhou as torradas e o estômago começou a agitar-se o de novo.
—Não quero —disse tercamente—. Só quero...
—Ao Saul —a interrompeu ele—. Já sei. Já me há isso dito, recorda?
Louise ficou pálida ao dar-se conta do que ele queria dizer. A névoa alcoólica que lhe nublava o
cérebro estava começando a esclarecer-se a toda velocidade. Olhou-o à boca. de verdade que ela...? Pôde
ver então um pequeno arranhão em seu lábio inferior, onde ela... Apartou o olhar rapidamente.
—Não me encontro bem. Quero ir à cama.
—por que? Para poder fantasiar com seu Saul? Louise fechou os olhos. Estava voltando a enjoar-
se. Tratou de levantar-se e o enjôo aumentou. sentiu-se como se se fora a deprimir. Tratou de evitá-lo,
mas deixou de fazê-lo. Para que? Para que ia fazer algo em uma vida em que não ia estar Saul?
rendeu-se e se deixou sumir na escuridão.
Quando despertou estava tombada, vestida, na cama. Katie estava sentada em uma cadeira perto,
observando-a. Sua habitação tinha sido arrumada e cheirava a limpo e a café. Fora havia luz.
—O que faz você aqui? —perguntou-lhe pesadamente a sua irmã.
A cabeça lhe doía muito.
—O professor Simmonds veio a me buscar. Disse-me que não se sentia muito bem.
O professor Simmonds. Louise fechou os olhos e se estremeceu ao recordar o que tinha feito.
Pôde recordar com toda claridade não só a cara que ele tinha posto, mas também todas as sensações que
tinha tido quando... quando...
Gemeu e se deu a volta na cama, enterrando a cara no travesseiro.
—O que acontece? Não te encontra bem? Quer vomitar? —perguntou-lhe Katie ansiosamente.
—Eu... eu... O que te disse o professor Simmonds sobre... sobre mim?
—Nada. Bom, só me disse que não estava bem. Há uma espécie de gripe por aí. Teve-a muita
gente. Disse-me que, se queria voltar imediatamente para casa, sem passar aqui esses dias que pensava...
—Não, não posso. Saul...

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Penny Jordan O Amante Perfeito
—Saul se levou ao Tullafi a que conheça seus pais.
—Não quero voltar para casa —insistiu Louise.
Então viu a forma em que Katie evitava seu olhar.
—O que acontece? diga-me isso
Katie se ruborizou imediatamente.
—Uh... o professor Simmonds me disse... Bom, perguntou-me sobre o Saul.
—O que? E o que lhe contou? —exigiu-lhe Louise zangada.
—Eu... tratei de não lhe contar nada, Lou. Por favor, trata de entender. O me deu a entender...
pela forma em que falou do Saul, que você já lhe tinha falado.
—O que lhe contaste, Katie?
—Disse-lhe o que Saul significa para ti. Disse-lhe que o amava, mas que ele...
Katie se interrompeu e apartou o olhar.
—Sinto muito, Lou —continuou—. Mas ele ficou tão insistente e eu... Disse-me que estava
doente e eu me preocupei tanto por ti...
—Contou-lhe o que sinto pelo Saul, um assunto pessoal meu. Traiu-me...
Louise se interrompeu, mas essas acusações machucaram muito a sua irmã.
—Eu pensei que sabia já. Parecia sabê-lo. Só me dava conta depois... Lou, aonde vai?
Louise se levantou da cama e se dirigiu à porta.
Mas Louise não lhe respondeu. Pelo menos não diretamente. Esperou até ter aberto a porta e
estar a ponto de partir antes de lhe dizer sem nenhuma emoção na voz:
—Quando voltar não te quero ver aqui. Entendido?
Aquela tinha sido a briga mais séria que tinham tido em toda sua vida.
Louise não se voltou para olhar a sua irmã geme-a. E, silo tivesse feito, não teria podido vê-la, já
que tinha os olhos cheios de lágrimas. 49
Gareth Simmonds. Por um momento se sentiu tentada de ir diretamente às habitações de seu tutor
e lhe dizer o que pensava dele, mas o ar fresco do exterior já estava fazendo seu efeito nela e a cabeça
começou a lhe dar voltas com uma mescla de falta de comida e excesso de emoções.
Como podia Katie havê-la traído dessa maneira? Como podia haver contado a ninguém algo tão
pessoal dela? E sobre tudo, como o podia ter contado ao Gareth Simmonds?
Capítulo 3
AGITOU a cabeça para tirar-se de cima esses pensamentos e voltar para presente. O café lhe
tinha esfriado, assim que se preparou outro e, enquanto isso, dedicou-se a olhar a coleção de pedras
polidas que tinha nas estanterías, tomou uma delas e a acariciou.
Essa tinha sido um presente de seu irmão Joss. Uma de suas preferidas e acariciá-la-a fazia
sentir-se mais acalmada.
Seu irmão a tinha encontrado durante um de seus habituais passeios com a tia avó Ruth.
Louise sorriu ao pensar como se negou a aceitar que alguém tão jovem como seu irmão tinha
podido identificar tão facilmente essa parte de sua personalidade que não gostava.
A turbulência de sua própria natureza ofendíasu orgulho. Gostava de pensar de si mesmo como
alguém que era proprietária por completo de si e de suas emoções, porque essa era a única maneira em

20
Penny Jordan O Amante Perfeito
que se podia reafirmar a si mesmo que a forma em que se comportou sob a influência de seu intenso
namorico adolescente com o Saul e as coisas que tinha feito nunca voltariam a acontecer.
Joss. Sorriu mais ainda. Tinha todas as virtudes que faltavam ao Max, o irmão maior. Para ela,
era o melhor de todos os irmãos, o mais íntegro, compassivo e inteligente.
Deixou a pedra onde estava.
Então se fixou em uma foto impressa que havia na parede. Era do campo da Toscana que se
comprou durante umas férias que tinha passado ali com a família.
depois de que Katie e ela tivessem tido a briga sobre o que ela tinha visto como uma traição por
parte de sua irmã ao lhe contar ao Gareth Simmonds o de sua paixão pelo Saul, isso deveria ter sido o
final do assunto e da relação do Gareth Simmonds com sua vida, mas não foi.
Louise fechou os olhos brevemente. Nunca tinha voltado para a Toscana desde esse verão, apesar
de que sim tinha estado em outras partes da Itália. Seus pais pensavam que era porque já tinha passado a
idade dos prazeres singelos das férias em família na grande vila que alugavam todos os verões justo nos
subúrbios do povo ao que estavam acostumados a ir e aonde conheciam todo mundo. Mas sua negativa a
voltar ali não tinha nada que ver com isso.
Toscana... Inclusive agora podia cheirar o aroma de sua terra, sentir o calor de seu sol.
Para quando chegaram à vila esse verão, Katie e ela já se falavam de novo e tinham chegado a
uma espécie de acordo para que ninguém mais da família soubesse que se brigaram nem a razão pela que
o tinham feito.
Pela primeira vez desde seu nascimento, além da eleição de suas carreiras respectivas, estavam
começando a fazer coisas por separado e passavam mais tempo assim. Mas todo mundo tomou como
que estavam crescendo e desenvolvendo suas próprias personalidades.
Enquanto que Katie se ficou sempre perto da vila, na cozinha com a María, uma segunda prima
da família que possuía a casa e que passava seu viudedad cuidando a vila e suas hóspedes, Louise se
tinha conseguido um velho Fiat e se dedicou a explorar os arredores com ele.
E, talvez foi inevitável que o Fiat, muito pouco cuidado pela gente que o tinha tido
anteriormente, negasse-se a arrancar uma tarde calorosa e poeirenta, depois de que Louise tivesse estado
visitando uma pequena ermida que tinha visto perto da estrada.
rendeu-se depois de vários intentos, saiu dele e olhou a um lado e outro da vazia estrada, por
onde não tinha passado nem um carro em todo o momento.
Não havia mais remédio, ia ter que voltar andando, pelo menos até uma vila que se via abaixo do
vale, de onde poderia pedir ajuda. A caminhada durou mais do que se imaginou, mas por sorte, era costa
abaixo. As portas de ferro da vila estavam fechadas, mas pôde ver através dela que havia um carro
estacionado diante da casa e que tinha matrícula britânica. Pôde abrir as portas com facilidade, embora o
fato de ter que falar italiano tampouco a tinha preocupado muito porque o fazia bastante bem. Estava
suando copiosamente e, sem pensar no aspecto que tinha, com as pernas nuas e poeirentas e o nariz
queimado pelo sol, aproximou-se da casa.
Quando ninguém respondeu a seus batidos na porta principal, rodeou o edifício e, ao dobrar a
esquina, deteve-se em seco.
diante dela havia uma piscina rodeada de uma zona pavimentada com tumbonas e sombrinhas e
toda decorada com enormes jardineiras cheias de flores.
Alguém estava nadando na piscina, e o fazia francamente bem.
Enquanto olhava como nadava esse homem, lhe produziu um nó na boca do estômago e não pôde
negar que era bastante atrativo.

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Irritada consigo mesma, voltou-se sentindo no rosto um calor que não tinha nada que ver com o
sol. Evidentemente, o nadador a tinha visto, já que o ouviu sair da água.
voltou-se de novo para ele, esperando que sua expressão não traísse o que estava sentindo.
—Louise! O que...?
Apesar de que a surpresa de reconhecer a voz do Gareth Simmonds já foi o bastante, o que mais
a impressionou foi o fato de que ele a reconhecesse a ela imediatamente, apesar de que bem poderia
havê-la confundido com sua irmã geme-a. Outra coisa que a impressionou foi que ao vê-lo avançar para
ela, molhado e levando só um pequeno traje de banho negro, lhe cortou a respiração sem querer. Como
enjoada, deu-se conta de que estava enfocando toda sua atenção no ponto exato por onde desaparecia o
pêlo de seu corpo nesse traje de banho.
—Me danificou o carro. Não arranca —lhe disse agitadamente—. Eu não...
Por fim conseguiu controlar-se a si mesmo e lhe perguntou mais agressivamente:
—O que faz você aqui?
O olhar que ele a dedicou a fez olhá-lo mais ferozmente.
—O que tem que mau nisso? Que eu saiba, não há nenhuma lei que proíba que os professores de
férias não possam viver nas proximidades de seus alunos. E eu, é obvio, poderia te fazer a ti a mesma
pergunta. Acontece que minha família é a proprietária desta vila. Compraram-na faz uns dez anos,
quando vieram por aqui de férias e se apaixonaram pela zona. Normalmente estaria aqui toda a família,
mas infelizmente, este ano...
—Toda a família? —perguntou-lhe Louise sem podê-lo evitar.
—Mmmm Bom, é que eu tenho uma, sabe? 55
—Mas não estão aqui agora?
—Não.
—Tem uma grande família? —seguiu lhe perguntando ela sem ter nem idéia de por que o fazia.
—Um pouco parecido. Tenho três irmãs, todas maiores que eu, casadas e com filhos. Elas e meus
pais revistam dever passar pelo menos um mês na vila durante as férias, mas este ano minha irmã maior
e seu marido se levaram a seus filhos a Nova Zelândia a ver a família de seu marido. Minha segunda
irmã, seu marido e seus dois filhos estão navegando com uns amigos pelas Ilhas Gregas e, minha irmã
mais jovem, que é cirurgiã, como meu pai, foi-se com meus pais à a Índia. Minha mãe está no UNICEF
e vão ver como vai a organização por ali.
Logo Gareth abriu os braços e acrescentou:
—Já tem um breve resumo da história de minha família. Ah, me esquecia, também está minha
avó, que segue a tradição de ser uma grande matriarca, embora não exatamente ao estilo italiano. Sua
força reside em ter sido capaz de criar sozinha a seus três filhos depois de enviuvar. É escocesa, assim
que talvez lhe venha disso.
Enquanto falava, tomou uma toalha e começou a secar-se.
Tinha um corpo surpreendentemente musculado para ser um professor universitário, pensou
Louise.
Não sabia quanto tempo levava ele ali, mas o suficiente para estar bastante bronzeado.
—Não te irás deprimir ou algo assim, verdade?
Essa pergunta fez que a Louise ardesse a cara e apartou a vista de seu corpo. O que lhe passava?
criou-se no seio de uma grande família aonde a visão de um corpo masculino em qualquer estado de seu
desenvolvimento tinha sido o mais habitual e nunca lhe tinha chamado muito a atenção.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
E ali estava, respirando agitadamente, com o rosto inflamado e uma sensação explosiva no sob
ventre que a estava impedindo de pensar coherentemente. E isso só porque tinha visto o Gareth
Simmonds em traje de banho!
—Olhe, vamos dentro, faz mais fresco e me poderá dizer onde está seu carro e eu...
—Não. Não, está bem —disse ela começando a protestar, mas já era muito tarde. O já se estava
dirigindo à porta, assim não teve mais remedeio que segui-lo.
O salão estava cheio das fotos de sua família, se por acaso lhe tivesse cabido alguma dúvida da
veracidade de suas palavras.
—A cozinha está por aqui —lhe disse ele enquanto a precedia até a grande cozinha estilo
toscano—. Sente-se.
Ela seguiu como atordoada. O que lhe estava passando?, devia ser o calor ou algo assim. negou-
se a sentar-se e lhe disse que estava perfeitamente.
—Se pudesse chamar a meu pai e lhe explicar o do carro... —acrescentou.
—Seria mais fácil se eu lhe jogasse uma primeira olhada.
—Não vais poder arrancá-lo. Está a meio caminho colina acima. Parei-me a ver a ermida...
—Ah, sim. a da Madonna. Já sei onde diz. Olhe, por que não me espera aqui à sombra enquanto
eu vou jogar lhe uma olhada?
Ela desejou ir com ele para ver a cara que punha quando descobrisse que tinha razão e que não ia
poder arrancar, mas uma vocecilla em seu interior lhe disse que era melhor que ficasse onde estava,
assim que fez conta.
Não estava segura de que destino maligno a tinha levado até ali para ver-se diante da pessoa a
que, depois do Saul, menos queria ver no mundo. Mas sabia que, dada a extraordinária reação que lhe
tinha produzido, seria uma estupidez permanecer em sua companhia.
Uma vez que Gareth se partiu depois de lhe dizer que ficasse cômoda, ela se sentiu muito melhor.
Havia uma garrafa do Chianti sobre a mesa e se sentiu tentada de servir um copo, mas
recordando o que tinha acontecido a última vez que tinha bebido e, precisamente com o Gareth
Simmonds, serve-se um copo de água.
O levou com ela e se dirigiu de novo ao salão.
Fora, a água da piscina brilhava tentadoramente. Era uma lástima que não houvesse uma em sua
vila, mas sim tinham que compartilhar uma comunal com as de ao redor.
umedeceu-se os lábios. Com um pouco de sorte, Gareth Simmonds estaria fora um momento.
Não o tinha por um homem que se rendesse facilmente e, estava segura de que trataria de arrumar a
avaria do carro.
Tinha muito calor e a piscina era algo do mais tentador.
Entreabriu as pálpebras e, sem fazer caso da voz interior que lhe dizia que o que ia fazer era
perigoso, aproximou-se da piscina decididamente e se tirou as calças curtas e o Top.
O peso que tinha perdido nesses meses de amor do Saul a fazia parecer frágil. Muito magra, por
isso dizia sua mãe, que se tinha ficado impressionada quando a viu pela primeira vez sem as amplas
camisas que estava acostumado a levar. Certamente estava muito magra para os gostos masculinos da
Toscana, apesar de que sabia que isso não tinha impedido que Giovanni, o sobrinho da María, tratasse de
ligar com ela e com o Katie.
Sua pele não estava tão moréia nem tinha o aspecto saudável da do Gareth Simmonds, mas
estava começando a perder um pouco de sua palidez britânica. Sob as calças curtas levava umas singelas
calcinhas brancas e, sob o Top, nada mais que os seios. Uns seios firmes e femininamente cheios.
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Penny Jordan O Amante Perfeito
Um rápido olhar a seu redor confirmou que a piscina era toda dela, assim que se jogou de cabeça
à água, deliciosamente fresca.
Flutuou vagamente durante uns segundos e logo começou a nadar. Um comprido, outro, olhando
cada vez para ver se seguia sozinha. Estava atenta se por acaso ouvia voltar para o Gareth Simmonds. O
ruído do motor de um carro se ouviria perfeitamente nessa silenciosa tarde.
Fez outro comprido, e outro. Logo voltou a flutuar uns segundos antes de que um sexto sentido a
fizesse dá-la volta de repente, ficou quieta uns segundos e logo abriu os olhos.
Gareth estava de pé ao final da piscina, observando-a. Ela nadou cuidadosamente até a parte mais
afastada dele, onde tinha deixado suas roupas e a toalha que ele tinha utilizado anteriormente. desde
quando levaria ele ali? Não muito... Não podia...
Enquanto saía da água, pôde ver que ele começava a aproximar-se, assim que se envolveu
rapidamente na toalha úmida.
—Toma esta. Está seca.
O estava muito perto, pensou Louise enquanto brigava com a toalha.
Quando foi tomar a que lhe oferecia, sentiu como a que tinha utilizado começava a escurrfrsele.
foi agarrar a rapidamente, mas já era muito tarde. sentiu-se ruborizar quando o agudo olhar do Gareth se
fixou em seu corpo quase nu, mas se precaveu de que não foi em seus seios aonde se deteve mais tempo
esse olhar, a não ser em suas marcadas costelas e a cintura muito magra.
—Segue estando muito magra —lhe disse secamente e, antes de que ela o pudesse evitar,
envolveu-a na toalha seca.
—Não o estou. Sou esbelta —lhe respondeu ela.
—Está magra. E sabe. De outra maneira no60
poria-te tão à defensiva. Suponho que seu Saul não está aqui de férias com sua família, verdade?
Louise o olhou fixamente e se esqueceu da vergonha de que ele a tivesse visto virtualmente nua,
surpreendida não só por sua memória, mas também por sua habilidade de comportar-se como seu tutor
ainda estando de férias.
—Não, não está aqui. E tampouco é teu assunto.
—Não? Dado que segue sendo uma de meus estudantes, e uma cujo rendimento baixou
infelizmente, sim que o é, e muito. Tinha razão com seu carro. Não arranca, assim que eu te levarei a sua
casa.
—Não é necessário —protestou ela—. Posso chamar a meu pai Y...
—Eu te levarei —insistiu Gareth—. me Dê cinco minutos para tomar banho e me vestir.
voltou-se, mas antes de partir acrescentou:
—Pode que cria que é uma mulher, Louise, mas em muitos aspectos segue sendo uma menina,
como acaba de demonstrar —lhe disse acontecendo o olhar da piscina a ela.
Para desgraça da Louise, quando Gareth a levou a vila onde se estavam hospedando, seus pais
acabavam de chegar também e estavam na terraço, assim não teve mais remedeio que lhes apresentar ao
Gareth Y. não só lhes explicar o que lhe tinha acontecido, mas também também quem era ele.
—Você é o professor da Louise! —exclamou sonriendo sua mãe—. OH, pobre, vir até aqui para
ver sua intimidade invadida por uma de seus estudantes.
—Eu acredito mas bem que Louise pensa que é ela a que se merece as condolências por essa
coincidência.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Sua mãe o tinha convidado a tomar algo. Louise pensou uma hora mais tarde que ele não deveria
ter aceito, enquanto permanecia em silencio ao lado de sua mãe e os outros três seguiam conversando
amigablemente. Aquilo já era suficientemente mau, mas quando sua mãe o convidou para jantar e
Gareth aceitou, Louise não esteve segura da quem odiava mais. Por sorte se pôde escapar quando
apareceu Giovanni e ao menino lhe iluminou a cara quando a viu.
—Aqui chega seu admirador —lhe disse seu pai.
Louise girou a cabeça, suspeitando que Giovanni deveu ficar mais surpreso inclusive que seu pai
quando em vez de rechaçar irritada seus não desejados e evidentemente sexuais intentos de
aproximação, como fazia normalmente, não só respondeu a seus olhares tenros, mas também, além
disso, animou-as.
—OH, Louise, parece-te que isso foi inteligente? —disse-lhe sua mãe quando o moço
desapareceu—. María nos há dito esta manhã que sua família está tratando de animá-lo para que se
comprometa com uma prima dela.
—Mamãe, eu não estava pensando exatamente em me casar com ele —disse assegurando-se de
que todos a ouvissem, sobre tudo seu tutor—. Tem um corpo do mais sexy, não te parece?
—OH, Louise... —protestou sua mãe.
Mas ainda assim, olhou a seu pai aliviada e Louise se precaveu disso. Sabia muito bem quão
preocupada tinha estado toda a família por seu amor com o Saul, mas não podiam saber que essa
pretensão de que se sentia atraída fisicamente pelo Giovanni não tinha nada que ver com o Saul e todo
que ver com a impassível e não desejada presença do homem que estava sentado ao lado de sua mãe,
observando a atuação que tinha lugar diante dela.
—Acredito que vou ver o que está fazendo María para jantar —disse a sua mãe ao tempo que se
levantava—. De repente... tenho fome.
Logo deixou a seus pais intercambiando olhares de surpresa enquanto se afastava rumo a sua
presa.
Mas uma vez dentro da cozinha, a coisa foi muito distinta. O anterior comportamento do
Giovanni se transformou em um obrigado silêncio sob o olhar da María e Louise não lhe fez nem o mais
mínimo caso. Como se tinha atrevido Gareth a lhe dizer que era pouco mais que uma menina?
Nos dias que seguiram, Louise chegou muito rapidamente a arrepender-se não só de ter animado
ao Giovanni, que não a deixava em paz, mas também também, e mais importante, de haver-se
encontrado com o Gareth.
Uma amizade rápida e relaxada se desenvolveu rapidamente entre ele e seus pais, inclusive Joss e
Jack pareciam desfrutar de sua companhia e se foram dar largos passeios com ele. Louise não podia nem
sequer soltar um pouco da irritação que lhe produzia sua presença constante com o Katie, já que seguiam
um pouco molestas pela briga que tinham tido antes do verão.
Quando sua prima Olivia, seu marido e sua filha pequena se reuniram com eles, a situação piorou
para a Louise.
Como Gareth, o marido da Olivia, Caspar, era professor universitário e os dois se levaram bem
quase imediatamente, assim, enquanto que era Gareth o estranho no grupo familiar, era Louise a que se
sentia à parte freqüentemente pela familiaridade que todos outros desfrutavam.
Parte da razão para que isso acontecesse era que ela não podia esquecer que Olivia era amiga
íntima do Tullah, que tinha tomado seu lugar no coração do Saul. E, o que era pior, Olivia tinha estado
presente nessa maldita tarde quando ela se comportou tão estúpida e perigosamente, enganando ao
Tullah para que a acompanhasse ao labirinto e deixando-a logo ali para que ela pudesse passar a velada
com o Saul. Mas não lhe tinha saído como queria a manobra...

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Observando a Olivia e Caspar sentados com seu pai e Gareth ao sol uma dessas tardes, Louise
não pôde deixar de perguntar-se se Olivia haveria dito ao Gareth o que ela tinha feito.
—Lou, por que não vem conosco? —perguntou-lhe Olivia—. Não me viria mal um pouco de
apoio feminino com todos estes homens.
Louise se sentiu tentada por um momento. Sempre lhe tinha cansado bem Olivia e sim, inclusive
a admirava. Curiosamente inclusive, para ter uma natureza tão competitiva e ambiciosa como Louise,
sempre lhe tinham gostado dos meninos, sobre tudo a filhinha da Olivia, Amelia. Inclusive lhe tinha
feito de babá freqüentemente. Mas esse dia, vendo a forma em que Gareth interrompeu sua conversação
com o Caspar para olhá-la, respondeu rapidamente:
—Não posso. vou ver o Giovanni. Me vai levar a dar um passeio.
—Giovanni? —perguntou-lhe Olivia surpreendida.
—Tome cuidado, Lou —lhe advertiu Caspar brincando—. Estes jovens italianos podem ser
muito quentes e não são...
—Querem deixar de me dizer o que tenho e não tenho que fazer? —interrompeu-lhe Primeiro
Louise me disseram que me mantivera se separada do Saul e agora me dizem isso do Giovanni. Já tenho
mais de dezoito anos e é meu assunto com quem vou, de ninguém mais.
Logo se voltou e começou a afastar-se. Já estava longe quando ouviu o Caspar dizer:
—Bom, o que hei dito eu?
—Deve seguir estando muito sensível com o tema do Saul —respondeu Olivia.
Apertou os punhos e quase correu até sua habitação.
Agora não lhe cabia a menor duvida de que esses dois foram contar ao Gareth até o último
detalhe de sua estupidez.
Uma vez em sua habitação e, dado que não tinha ficado em realidade com o Giovanni, além de
que sair com ele era quão último quereria fazer, viu-se obrigada a passar toda a tarde metida em sua
habitação, esperando que ninguém se desse conta de que estava ali.
Capítulo 4
FOI durante a última semana de sua estadia ali quando as coisas chegaram ao cúmulo. Caspar e
Olivia se foram já; o resto da família se foi a fazer turismo e era o dia livre da María, por isso Louise se
ficou sozinha na vila essa tarde.
Sem dúvida foi por isso pelo que recebeu a visita não desejada do Giovanni.
Estava tombada no pátio tomando o sol quando ele chegou. desatou-se a parte de acima do
biquíni e tinha os olhos fechados, desfrutando da paz e tranqüilidade.
A primeira notícia da presença do Giovanni foi sua voz lhe perguntando se queria que lhe
pusesse nata nas costas.
Surpreendida, ela se voltou imediatamente e se deu conta do engano quando viu a maneira em
que lhe olhava os seios nus.
Tomou imediatamente a parte de acima do biquíni lhe dizendo ao mesmo tempo que sua tia não
estava e que seria melhor que partisse.
—Já sei que não está aqui, cara —respondeu ele—. É por isso pelo que vim, para poder estar um
momento a sós. Levo muito tempo querendo estar a sós contigo e sei que te passa o mesmo. Seus olhos
me hão isso dito.
os dele estavam cheios de simples luxúria, mas não lhe interessava o mais mínimo.
—Giovanni...

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Mas ele se aproximou mais e a agarrou.
Louise tratou de soltar-se, mas o menino era bastante maior e forte que ela.
—Giovanni... —repetiu suplicante.
—Louise, o que está acontecendo aqui?
Ela nunca teria pensado que se sentiria agradecida por ouvir o Gareth Simmonds. Giovanni a
soltou imediatamente e começou a dizer algo ao Garcth que ela estava muito nervosa para entender.
Quando se agachou para recolher a parte de acima do biquíni, tremiam-lhe tanto as mãos que não
a pôde atar e se limitou a sujeitá-la enquanto se tampava os seios com os braços.
Gareth lhe estava dizendo secamente ao Giovanni que se fora.
—Dá-te conta do que poderia ter acontecido? —perguntou-lhe ele quando Giovanni se partiu.
Tanto a expressão dele como o tom de sua voz a irritaram, estava-se comportando como se fora
seu pai ou seu irmão, como se tivesse direito a lhe dizer o que tinha que fazer, de corrigi-la.
—Sim, dou-me conta. E, para sua informação, eu queria fazer o amor com o Giovanni.
—Fazer o que? Duvido muito que o amor tivesse algo que ver com o que ele tinha em mente.
Louise levantou orgulhosamente o queixo.
—O queria ter um pouco de sexo comigo. O que tem que mau nisso? depois de tudo, tenho que
perder a virgindade de algum jeito, tenho que me fazer a mulher que você está tão seguro de que não
sou. E, dado que estou segura de que agora sabe perfeitamente, graças a minhas primos e a meu leal
irmana, que não o vou poder fazer com o homem que queria...
Louise se interrompeu e se mordeu o lábio inferior. por que estava falando dessa maneira?
—Bom, o caso é que já não me importa com quem é —acrescentou.
Já havia dito muito mais do que pretendia dizer, mas em vez de arreganhá-la por sua imaturidade,
como tinha estado fazendo até então, Gareth lhe disse com uma voz que mostrava que estava quase tão
zangado como ela:
—Está louca? Tem idéia do que está dizendo? É obvio que isso importa muito.
—Não para mim. por que me ia importar?
antes de que ele o pudesse impedir, pôs-se a correr para a casa e à habitação que compartilhava
com sua irmã.
Das janelas se podia ver o povo, mas não foi esse panorama o que lhe chamou a atenção, a não
ser o fato de que Gareth a seguisse e agora estivesse dentro da habitação.
—Te caiu isto —lhe disse lhe oferecendo a parte de acima do biquíni.
Ela estendeu um braço automaticamente e se deteve o ver a forma em que ele a estava olhando.
—Manten separada do Giovanni, Louise —lhe disse ele—. O não é...
—Que não é? —exigiu-lhe ela irritada de novo—. Não me importa o que não é. Só me importa o
que é. É um homem, não? E ele pode... Estou cansada de que me digam que sigo sendo uma menina, não
uma mulher. O que tenho que fazer para sê-lo? Como se não soubesse.... Eu só quero um pouco de sexo
e não me importa com quem. Agora que sei que não pode ser com o Saul, pode ser com qualquer.
—Não o diz a sério. Não sabe o que está dizendo.
—Deixa de te pôr paternal comigo —lhe disse ela completamente fora de si agora—. O digo a
sério.
—OH, não. E lhe vou demonstrar isso.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
antes de que ela pudesse imaginar-se sequer o que ele tinha em mente, Gareth fechou a porta, e
lhe pôs diante. Uma estranha sensação de que tinha levado as coisas muito longe se apoderou dela, mas
naquele momento não ia se jogar atrás.
—Eu perdi minha virgindade com uma amiga de minha irmã menor —Lhe disse ele friamente
enquanto começava a tirá-la camisa—. Ela tinha vinte anos e eu só dezesseis.
Louise não pôde apartar o olhar de seu corpo, de sua camisa, de suas mãos. Estava como
paralisada, fascinada. Gareth começou a soltar-se tranqüilamente o cinturão.
A Louise lhe secou repentinamente a boca e a umedeceu nervosamente.
—O que te passa? —perguntou-lhe ele—. Lhe está pensando isso melhor?
—Não... não pode dizê-lo a sério. Não sabe o que está fazendo —sussurrou ela agitadamente.
—Sim que posso. E sim, sei o que estou fazendo. Você há dito que quer perder a virgindade e
que não te importa com quem. Eu estou aqui e te posso prometer, Louise que sou perfeitamente capaz de
te ajudar a isso e o farei com muito prazer. depois de tudo, que mais te dá que seja Giovanni ou eu? E,
perdoa, mas faz um certo tempo que não me deito com uma garota, como me recordou a visão de seus
extremamente atrativos seios.
Fez uma breve pausa e continuou.
—Os homens são assim, já sabe. A visão de um par de bonitos seios nus faz que alguém se
pergunte imediatamente como será acariciá-los, como saberão, como pode reagir a proprietária se lhe
mostra...
Quando ouviu que Louise tragava saliva, perguntou-lhe tranqüilamente:
—O que acontece? Não te estarei envergonhando, verdade Louise? depois de tudo, você é a que
há dito que não te importa com quem perde a virgindade e, como te acabo de dizer, eu o farei encantado.
Toma, touca —lhe disse tomando a da mão—. O nota?
Louise o olhou fascinada e horrorizada. Que demônios estava dizendo ele? O que estava
fazendo? O era seu tutor. Era... Fechou os olhos e logo os voltou a abrir quando teve uma imagem muito
clara dele quando o viu o primeiro dia saindo da piscina. Então tinha sido muito consciente do fato de
que ele não só era seu tutor, mas também também um homem. E agora, de repente e inexplicavelmente,
voltava a ser consciente disso.
—Amava... amava a amiga de sua irmã? —conseguiu lhe perguntar como uma idiota e sem se
atrever a apartar o olhar de seu rosto agora que ele se tirou a camisa e estava a ponto de tirar o resto
também, ao parecer.
—Eu diria que acreditava que sim. Mas aos dezessete anos, é normal pensar assim. O que te
passa? Louise, trocaste que opinião?
Curiosamente, a pesar do fato de que ele levava lhe falando já vários minutos, não se tinha tirado
ainda as calças, apesar do pouco que tinha demorado para fazê-lo com a camisa.
Por um momento ela se sentiu tentada de lhe dizer que sim que tinha trocado de opinião, mas seu
orgulho o impediu. Pensou que ela também podia jogar a esse jogo tão bem como ele, se não melhor.
Recuperada sua confiança, levantou a cabeça e lhe disse firmemente.
—Não, não o tenho feito —disse fazendo um esforço para olhá-lo fríamente de cima abaixo—.
Não é tão. tão macho como Giovanni, mas suponho que pode valer.
Viu imediatamente que isso lhe tinha chegado à alma.
—O certo é que deveria te pôr sobre meus joelhos Y...
Louise rogou não ruborizar-se quando lhe perguntou provocativamente.
—OH, é essa uma posição especial? É obvio, eu não tenho sua experiência Y...
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Penny Jordan O Amante Perfeito
—Realmente lhe está procurando isso, Louise...
Ela se encolheu de ombros.
—Bom, sim, suponho que sim. Não tem que preocupar-se de que me vá ficar grávida, estou
tomando a pílula.
Seu médico a tinha receitado vários meses atrás para lhe regular o período.
—Uma garota muito prática. Não me cabe dúvida de que era pelo Saul, não? Surpreende-me.
Poderia ter pensado que te teria ocorrido ter um «acidente» que o tivesse forçado a te oferecer a ti e ao
produto desse acidente o amparo de seu sobrenome.
Louise se ruborizou profundamente.
—Como te atreve? —disse dando um passo impulsivo para ele—. Eu nunca tentaria apanhar
dessa maneira a um homem.
—Louise...
Gareth levantou então uma mão e lhe acariciou uma bochecha. O que lhe iria dizer? Esteve muito
segura de que seria algo que ela não queria ofr. Então lhe ocorreu que só havia uma maneira segura de
impedir-lhe
Sem parar-se a considerar as conseqüências de seus atos, desejando só fazê-lo calar e que
deixasse de tirar a luz toda a dor que tinha sentido pela perda do Saul, ela se aproximou mais, pôs os
lábios contra os dele e sussurrou:
—te economize a lección,profesor. Não é isso o que quero. O que eu quero...
Nunca chegou a terminar a frase porque de repente e totalmente inesperadamente, ouviu gemer
ao Gareth e, no momento seguinte, viu-se apertada contra seu corpo. Gareth a beijou de uma maneira
que ela só tinha experiente anteriormente de segunda mão, por isso tinha visto nos filmes.
É obvio, ela tinha sabido que a gente devia beijar-se assim, inclusive tinha sonhado e fantasiado
com que Saul a beijasse dessa maneira, mas a realidade de ter o corpo de um homem apertado contra o
seu, de sentir o pêlo de seu torso contra os seios nus era como comparar a alguém gritando ao ar em
algum parque de atrações selvagem a ser a que estava sentada no aparelho em questão sentindo a
experiência por si mesmo.
Mas nenhum aparelho do parque de atrações poderia lhe proporcionar a experiência que estava
sentindo ela agora, pensou Louise enquanto a percorria uma avalanche de sensações e reações que nunca
teria pensado que pudesse sentir.
Nem sequer podia controlar a resposta de seu corpo a esse hábil beijo. Os mamilos lhe tinham
endurecido tanto que lhe doíam quando ele começou a acariciar-se os da forma que lhe havia descrito
pouco antes.
Breve, mas ferozmente, Louise tratou de lutar contra o que estava sentindo, de suportar a te
enjoem força dos hormônios, mas era uma causa perdida. agarrou-se fracamente à única coisa sólida que
pôde encontrar para manter o equilíbrio.
—Louise...
A voz do Gareth era como se pudesse sentir o que lhe estava acontecendo a ela e a estivesse
animando a resistir; mas o caso era que ela não queria resistir nem que lhe dissesse que o fizesse.
—Não. Noooo —gemeu ela beijando-o a sua vez—. Não, Gareth. Não pares. Não pares agora.
Não me deixe assim... Não pode fazê-lo.
E, para demonstrar-lhe apertou-se mais ainda contra ele, esfregando-se freneticamente contra seu
corpo enquanto o beijava por toda parte.
—Louise. Louise... Não. Você...
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Penny Jordan O Amante Perfeito
Mas enquanto Gareth protestava, seguia lhe acariciando os seios como se não o pudesse evitar.
Louise se estremeceu grosseiramente ante essas carícias.
—Faz o que há dito antes que foste fazer. Então disse que queria me saborear...
Enquanto falava o viu duvidar, assim seguiu movendo-se incitadoramente contra ele, lhe
demonstrando seu forte desejo.
Não havia ninguém mais na vila, estavam sozinhos e o calor da tarde fazia que ao Gareth suasse
a frente. O tempo parecia haver-se detido. Uma gota de suor lhe caiu pelo pescoço a ele e Louise a
deteve com o dedo e a levou tentadoramente à boca, recebendo-a com a ponta da língua.
Então ele pareceu estremecer-se grosseiramente com todo o corpo, as mãos lhe abrangeram os
seios e sua boca a dela. Louise se estremeceu também.
Podia sentir as mãos do Gareth, firmes, grandes, acariciando-a, deslizando-se por seu corpo até
lhe chegar ao traseiro. O inclinou a cabeça, fazendo que o cabelo lhe roçasse a pele nua. Louise sentiu o
calor de seu fôlego contra os seios e isso a encheu mais ainda de desejo. O lhe estava acariciando os
seios com a boca, chupando-lhe e lambendo-lhe delicadamente.
Sobressaltada por sua própria necessidade, apertou-se freneticamente contra ele. Então os lábios
do Gareth lhe roçaram um mamilo, tenso e duro.
Ela o sentiu duvidar e isso a encheu de frustração, pô-lhe as mãos nos ombros e o fez aproximar
de novo a boca, lhe roçando o corpo.
—Faz-o... Faz-o... —gemeu.
moveu-se ritmicamente contra ele e Gareth se meteu o mamilo mais profundamente na boca, esta
vez com mais anseia e ferocidade.
—Sim. OH, sim —se ouviu dizer a si mesmo deixando-se levar completamente pelas sensações.
Então foi ela a que lhe soltou o cinturão e a que lhe exigiu que se tirasse o resto da roupa.
—Quero verte, quero verte inteiro —insistiu . Quero...
Então ficou muito quieta quando se deu conta de que ele tinha acessado a suas súplicas. ficou
olhando-o com os olhos muito abertos.
Não foi necessário lhe perguntar se ele a desejava, já que se podia ver perfeitamente que sim. Ela
estendeu um braço tentativamente e deixou deslizá-los dedos pelo caminho de pêlo que lhe percorria o
corpo do peito para baixo. Quando chegou ao ventre notou como ele se esticava, mas não tratou de detê-
la.
O pêlo que havia na base de sua masculinidade era espesso e suave. Louise se permitiu deter ali
um momento a mão, explorando esses cachos escuros. Ouviu-o gemer e ela sentiu interiormente o
mesmo desejo que ele estava experimentando.
A mão lhe tremeu ligeiramente quando rodeou o excitado sexo. Esse tremor não tinha nada que
ver com o medo ou um pouco parecido, mas sim era uma advertência de seu corpo de que estava a ponto
de perder por completo o controle sobre seus atos.
Lenta e delicadamente, explorou toda sua longitude.
Sob seus dedos, a pele dele queimava e seu corpo era rígido e duro. O aroma sensual causado
pelo calor de seus corpos encheu a pequena habitação, fazendo-a sentir enjoada de ânsia.
apartou-se um pouco dele, olhou para a cama e logo depois de novo a ele, mas antes de que
pudesse dizer nada, lhe tirou a mão de sobre seu corpo e lhe disse:
—Agora já me conhece , Louise. É meu turno de te conhecer ti.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Como alguém apanhado em um sonho sem poder mover-se, Louise ficou muito quieta enquanto
lhe baixava as calcinhas do biquíni. A sensação de suas mãos deslizando-se pelas coxas para baixo e
logo depois de novo para cima, explorando-a, fazendo-a sentir como se se estivesse derretendo de
dentro. Quando ela fechou os olhos, Gareth se incorporou e tomou em braços para deixá-la sobre a
cama. Começou a tocá-la de novo, a lhe lamber os seios. Primeiro um e logo o outro, até que ela
protestou incoherentemente, sentindo-se como se não o fora a poder suportar mais.
Logo lhe percorreu o corpo lentamente a beijos para baixo, fez-a abrir as pernas para poder
ajoelhar-se entre elas e ficou a lhe acariciar a parte interna das coxas com os dedos. A Louise lhe
escapou outro gemido atormentado e todo seu corpo começou a tremer de desejo.
Quando os dedos dele se afundaram no centro de sua feminilidade e, lenta e muito
deliberadamente, começaram a explorá-lo, deixando-o nu, não só a suas mãos, mas também também a
sua vista, Louise fechou os olhos. Não porque tivesse alguma inibição, a não ser simplesmente pela
excitação sexual que estava explorando em seu interior era quase muito forte para suportá-la.
dentro de toda essa intensidade, podia sentir não só seu próprio desejo, mas também também uma
ira extraordinariamente capitalista contra si mesmo, contra Saul contra a natureza em si mesmo. Ira e
amor, amor e ira, o que era mais forte? Seu corpo se estremeceu febrilmente ante esse contato tão
delicado e, ao mesmo tempo, tão compulsivo, tão adjetivo para seus sentidos.
dentro dela o desejo foi em aumento. Abriu os olhos e viu que ele se estava inclinando sobre ela.
sentiu-se como se estivesse no bordo de um precipício ao que tinha chegado pela ferocidade de sua
própria necessidade. Agarrou-o freneticamente pelos ombros e sussurrou:
—Sim... OH. S... Agora. Agora. Quero-te agora! Seu corpo já estava sentindo os primeiros
sintomas do orgasmo. De repente ele começou a penetrá-la, lentamente... Muito lentamente. O corpo
dela o envolveu e imprimiu um ritmo muito mais vivo que notou como ele tratava de resistir. Percorreu-
lhe as costas com as mãos e as apertou contra o traseiro, obrigando-o a introduzir-se mais nela. Sentiu-o
fazer uma pausa, quase resistir, mas não o permitiu e, finalmente venceu seu intento de conter-se para
ela, assim Gareth começou a mover-se mais profunda e fortemente em seu interior.
Foi como ouvir seu tema musical favorito, como comer seus pratos favoritos, como se todos seus
sentidos se vissem satisfeitos ao mesmo tempo. Era como todas essas coisas e mais, muito mais. Uma
sensação tão perfeita, tão intensa, quase fora de sua capacidade de resistência. perguntou-se por que teria
esperado tanto tempo para desfrutar disso. Então começaram as contrações do orgasmo e não pôde
pensar em nada mais.
Depois, estando tombada entre os braços do Gareth, chorando e agarrando-se a ele enquanto
tratava de encontrar as palavras para lhe explicar o mágica e maravilhosa que tinha encontrado a
experiência, mas o ouviu dizer que tudo estava bem, que ela estava segura e que o sentia. Enquanto
tentava responder, ficou dormida e, quando despertou, já estava escuro e Gareth se foi, deixando-a
tombada na cama e com o biquíni bem dobrado sobre a cadeira do lado.
Abaixo podia ouvir as vozes de seus pais e logo Katie subiu correndo e a chamou.
—Lou, acordada. Temos que fazer as malas. aconteceu uma emergência em casa e temos que
voltar. Papai nos tirou um bilhete em um vôo a primeira hora da manhã.
—Uma emergência? O que? —perguntou ela dormitada.
—Não sei. Ninguém sabe. Quão único sei é que mamãe se aconteceu horas falando com o
Maddy.
Com as pressas de fazer as malas e ir pela manhã ao aeroporto, Louise não teve tempo de digerir
o que tinha acontecido com o Gareth e, de todas formas, seu corpo letárgico e satisfeito sensualmente se
sentia muito completo e satisfeito para permiti-la pensar corretamente.

31
Penny Jordan O Amante Perfeito
O impacto do que tinha feito lhe chegou mais tarde, quando estavam de volta em casa. Ali passou
horas recordando uma e outra vez o que tinha acontecido, sentindo-se tentada de acreditar que o tinha
sonhado tudo. Mas, é obvio, sabia perfeitamente que não tinha sido um sonho.
A crise que os tinha feito voltar, como tinham suposto, tinha que ver com seu avô, que tinha uma
forte infecção pulmonar e Maddy se apressou a ir de Londres para estar com ele.
Por sorte, logo começou a melhorar e, embora Maddy pareceu haver-se contagiado, as coisas já
foram melhor uns dias mais tarde. Então Joss surpreendeu a Louise lhe perguntando se sabia um pouco
do Gareth.
—Não, por que ia ou seja eu algo dele? —respondeu ela ruborizando-se—. Eu não era a que não
parava de animá-lo para que viesse à vila. Nem a que se dava esses compridos e aborrecido passeios
com ele.
—Não eram aborrecidos —lhe disse Joss—. Sabe quase tanto do campo como tia Ruth. Disse-me
que, quando tinha minha idade, estava acostumado a passar as férias em Escócia com sua avó. E, além
disso, é seu tutor.
«Era-o», pensou Louise e esteve a ponto de corrigi-lo, mas se conteve bem a tempo. Já tinha
decidido que ia trocar suas disciplinas. O pensamento de voltar para Oxford e ter que enfrentar-se com o
Gareth Simmonds depois do que tinha acontecido a fazia estremecer-se e sentir um suor frio. Como
podia ela haver-se comportado dessa maneira?
Uma tarde estava falando com o Katie em sua habitação quando entrou Joss.
—Poderiam alguma me levar a ver o avô? —perguntou-lhes—. Acredito que vou ver se posso
fazer algo.
—por que quer ir ali? —perguntou-lhe Louise.
—pensei que poderia jogar xadrez com ele e dar um descanso ao Maddy.
—Mas mamãe já está com eles.
—Não, teve que ir-se a uma reunião.
—Bom, eu te levarei —lhe disse Louise.
Como se tinha prometido a si mesmo, Louise se trocou de disciplinas e a um novo tutor quando
voltou para Oxford. Ironicamente, sua irmã geme-a começou a ir às classes do Gareth, mas cada vez que
o mencionava, Louise trocava de conversação e, inclusive, disse-lhe que tinha chegado a odiá-lo e
desprezá-lo para que a deixasse em paz de uma vez.
Mas seguiu sonhando com ele durante todo o curso.
O telefone soou interrompendo suas lembranças e devolvendo-a repentinamente à presente.
—Assim tornaste. por que não me há devolvido a chamada?
Enquanto escutava a agradável voz do Jean Claude, Louise se recordou a si mesmo que já não
tinha dezenove anos e que estava muito longe de ser a menina que lhe tinha suplicado ao Gareth
Simmonds que tomasse corno uma mulher.
—Quando poderá jantar comigo? —perguntou-lhe Jean Claude.
—Temo-me que não esta semana.
—Mas querida... Te senti falta de. foi muito tempo.
Louise riu.
—Deixa de tentar me adular, Jean Claude. Olhe, sei perfeitamente que há muitos mais mulheres
que eu em sua vida, assim não trate de me dizer que te aconteceste sozinho as noites em sua casa.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Quase pôde sentir como se expandia o ego do Jean Claude enquanto falava. Apesar de sua
inteligência, ele era um homem bastante vaidoso e Louise tinha descoberto que podia fazer o que
quisesse com ele adulando essa vaidade. Essa vulnerabilidade sua não significava que não pudesse ser
extremamente agudo e perceptivo em ocasiões. Já lhe havia dito que a razão pela que Louíse não se
deitou com ele era porque tinha a outro homem no coração, se não em sua vida, mas não ia ressuscitar
esse argumento em particular nesse momento.
—Minha chefa tem uma reunião importante pela manhã, que pode durar, e logo há um jantar
oficial...
—O comitê que vai se ocupar da pesca no Artico, sim, sei. Suspeito que nossos governos estarão
em bandos opostos nessa matéria.
Louise voltou a rir.
—Então, talvez não devêssemos nos ver durante uma temporada —brincou—. Só no caso de!
Para sua surpresa, em vez de refrse com ela, Jean Claude ficou extrañamente sério.
—Este é um assunto extremamente sério para nós, querida. Nossos pescadores precisam pescar
nessas águas. Os seus têm já uma zona de pesca que é muito maior que seu país.
—Um legado dos dias de quando Britania reinava sobre as ondas —brincou ela, mas Jean Claude
seguiu sério.
—Semelhantes pontos de vista colonialistas não são aceitáveis nestes tempos modernos, moça. E,
se me aceitar um conselho, sugeriria-te que não os expressasse em público. Há muitas nações
representadas aqui em Bruxelas que poderiam considerar que têm boas razões para estar ressentida pelo
que vêem como a tirania e opressão britânica...
Louise esteve a ponto de lhe dizer que os franceses, junto com os holandeses, alemães, belgas,
italianos, espanhóis e portugueses, por exemplo, também tinham sido imperialistas em algum momento
de suas histórias respectivas, mas o sério tom do Jean Claude o impediu e, além disso, como tinha
comprovado freqüentemente, os homens extraordinariamente atrativos como o era ele, careciam de uma
virtude essencial para ela, não estavam acostumados a ter nada de senso de humor.
—Não te vou poder ver até a semana que vem, Jean Claude —lhe disse.
—Muito bem, então te chamarei a semana que vem. Embora poderíamos estar juntos mais tarde,
depois de que termine esse jantar...
Louise riu de novo.
—Refere-te a passar a noite juntos, não? Disso nada.
—Agora pode me dizer que não, mas algum dia me dirá que sim, e não só a passar a noite
comigo.
—Equivoca-te, Jean Claude —murmurou ela para si mesmo quando pendurou depois de
despedir-se.
Esse homem poderia ser atrativo, mas não se sentia nada tentada de afiadirse a sua larga lista de
amantes.
Capítulo 5
Louise, muito bem! —saudou-a sua chefa quando entrou em seu escritório—. Me alegro de que
tenha chegado cedo.
—Pensei que quereria que te fizesse um resumo das possíveis complexidades legais dessa
mudança proposta nos direitos de pesca.
—Sim, assim é —afirmou Pam Carlisle—. Mas também quero que me acompanhe à reunião
desta manhã. As coisas trocaram muito desde a primeira vez que falamos do assunto. Outros membros
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Penny Jordan O Amante Perfeito
do comitê têm algumas objeções a que o chefe proposto, Gareth Simmonds, seja britânico e a que, é
obvio, os direitos de pesca existentes também o sejam.
—Sim, entendo —disse Louise secamente apartando o rosto para que sua chefa não a visse.
—Sabe? Como?
—Minha irmã me disse isso e, acontece que Gareth Simmonds veio no mesmo vôo que eu. Eu...
O foi meu tutor uma temporada quando estudava em Oxford.
Bom, pensou ela, já o havia dito.
—Ah, então já conhece o Gareth. Temos muita sorte de que tenha acessado a aceitar o cargo e já
lhes hei dito ao resto dos membros do Comitê que não poderiam encontrar a uma pessoa mais preparada
e imparcial. Bom, se ele foi seu tutor, já deve sabê-lo. Realmente é o melhor. O mau é que eu seja uma
mulher felizmente casada —lhe disse sonriendo—. Te posso dizer que, quando me sorri, é como se me
derretesse. Suas discípulas deveram apaixonar-se por ele a montões, pobre homem.
—Pobre homem? por que pobre homem?
Pergunta-a lhe saiu mais seca do que tinha pretendido e Pam a olhou surpreendida.
—OH, vá, é que te dei em um ponto débil? é que te passou isso a ti? —perguntou-lhe divertida.
—Não. Sinceramente, não. —respondeu Louise ruborizando-se profundamente—. Se quer saber
a verdade..
interrompeu-se por um momento, muito consciente do perigo em que se estava colocando.
—Sim? —insistiu Pam.
—OH, nada. Olhe, fiz uma lista de pontos possíveis que podem sair à luz e, é obvio, sempre
existe a possibilidade de que recebamos a velha acusação de ser uns colonialistas.
—Colonialistas? Bom, suponho que pode ter razão e, realmente, é melhor estar preparados para
tudo. vai ser minha coisa convencer ao comitê de que precisamos manter umas cotas baixas de pesca e
conservar todo o controle que possamos sobre nossos direitos de pesca. Não vai ser fácil.
—Não, assentiu Louise—. Me tenho lido tudo o que pude que direito marítimo e, é obvio, todos
outros feitos legais que possam ter com a situação. Preparei-te vários resúmenes e umas traduções dos
argumentos legais que possam utilizar outros membros do comitê.
—Mmm. Parece como que vou ter muito que ler.
—Bom, resumi-o tudo o que pude e, é obvio, se surgir algo que necessite mais explicação...
—Você te ocupará disso. Sim, sei, Lou. Hei-te dito recentemente o tesouro que é? Quando Hugh
te recomendou ao princípio, admito que tinha minhas dúvidas. Mas me convenceu de que estaria à altura
do trabalho e tinha muita razão.
Hugh Crighton era o pai do Saul, meio irmão de seu avô. Foi advogado e agora juiz semi
aposentado e vivia no Penbrokeshire com sua esposa Ann. como sempre tinha vivido na costa, por isso
estava em contato com o Pam Carlisle, para a que Louise trabalhava agora.
Ao princípio, quando lhe ofereceram o trabalho, Louise tinha pensado que essa era a maneira
com a que seu tio Hugh pretendia apartar a da vida de seu filho. Mas em uma reunião familiar, Hugh a
tinha levado à parte e lhe havia dito que sabia o que estava pensando, que sim que acreditava que era
uma boa idéia que Saul e ela estivessem separados para que ele pudesse começar sua vida com o Tullah
sem mais problemas, mas que também acreditava que ela era especialmente apta para esse trabalho.
O que foi uma sorte, já que, embora sempre tinha querido ser advogada, esse tempo trabalhando
na Comunidade Européia a tinha feito ver que o sua aquilo era e não os poeirentos tribunais.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Quando chegaram à sala onde ia se reunir o comitê, já estavam ali alguns outros membros.
Louise os conhecia de vista à maioria, já que os círculos políticos de Bruxelas eram surpreendentemente
pequenos, à vista do número de políticos, funcionários e diplomáticos que havia na comissão.
Viu que o delegado francês se levou como assessor a um advogado particularmente agressivo e
altamente qualificado. Louise suspeitou que esse homem devia estar mais acostumado a dirigir seu
próprio comitê que a estar ali, em segundo plano. Não o conhecia pessoalmente, mas sim sabia de sua
reputação, como lhe sussurrou discretamente a sua chefa, o que demonstrava o muito seriamente que se
estavam tomando aquilo os franceses.
—Esta é uma questão política muito séria para eles —lhe disse Pam—. Incluso mais que para
nós, de muitas maneiras. Mas é com os espanhóis com os que devemos nos esperar ter mais problemas.
Olhe, por aí vem já Gareth Simmonds.
Mas Louise já o tinha visto.
Seu traje escuro impecavelmente talhado enfatizava a largura de seus ombros. Sob a impecável
camisa branca o peito lhe subia e baixava com a respiração. perguntou-se se esse peito seguiria cruzado
pelo mesmo pêlo escuro. Seguiria ele...?
Voltou a cabeça, irritada.
—Eu gostaria de ter umas palavras com ele, mas me advertiram que tenho que ter muito cuidado.
Não podemos nos permitir correr o risco de que o acusem de favoritismo —comentou Pam.
—Falando estritamente, ele não deveria estar em posição de favorecer a ninguém —recordou
Louise—. Isto se tem que resolver de acordo com as leis européias.
Começou a reunião. Louise viu de reojo como Gareth falava com uma loira espetacular a que
reconheceu como uma das assessoras legais da delegação alemã. chamava-se Ilse Weil. Por sua
linguagem corporal, estava muito claro que não queria chamar a atenção do Gareth só como chefe do
comitê. E o que era mais, Gareth não estava fazendo nada para evitá-lo.
voltou-se repentinamente. Se Gareth Simmonds decidia responder às insinuações sensuais de
outra mulher, não era assunto dele. Disso nada. Nem havia maneira de que ela pudesse querer que o fora
alguma vez.
—Obrigado, Lou. Agradeço-te a forma em que o levaste tudo. Enfrentamo-nos com algumas
questione particularmente dificultosas e, pode que me equivoque, mas tenho a sensação de que uma ou
duas pessoas foram pilhadas com o guarda desce pelas perguntas que soubeste fazer.
—Eu não seria tão otimista —lhe disse Louise a sua chefa—. depois de tudo, estamo-nos
movendo em águas lamacentas.
—Pode que sejam lamacentas, mas com um pouco de sorte, estão em nosso terreno legal. Não te
terá esquecido de que também temos essa horrível janta esta noite, verdade?
Louise agitei a cabeça.
—Tenho que dizer que não estou particularmente ansiosa por ir, revistam ser do mais
aborrecidas. por que será que esses bate-papos sobre naderías são mais aborrecidas entre quão
diplomáticos com a gente normal? —acrescentou Pam.
Louise riu.
—te anime. Uns dias mais e te poderá ir a casa.
Sua chefa tinha feito coincidir suas férias com o início da aposentadoria antecipada de seu
marido.
—Quando Gerald se aposentou, pelo menos poderemos passar um pouco mais de tempo juntos.
Embora não sei se se vai poder adaptar bem a viver aqui, em Bruxelas.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Louise suspeitou que o que preocupava a sua chefa não era a adaptação de seu marido a
Bruxelas, a não ser a estar à sombra dela.
Pela natureza de seu trabalho, Louise raramente trabalhava durante as horas habituais de
escritório, assim não se queixava quando saiu para seu apartamento ao término da reunião. Tinha
algumas costure que ler. Tinha visto a saída para a alemã pegando-se de novo ao Gareth e aproveitou a
ocasião para escapulir-se precipitadamente.
Tinha que reconhecer que ele o tinha feito maravilhosamente bem e se ganhou o respeito de
todos os assistentes, por isso se podia dizer que não haveria problemas nesse aspecto.
Gareth, pela extremidade do olho, viu sair a Louise. É obvio, tinha sabido que ela estava
trabalhando em Bruxelas e, talvez tinha sido inevitável que se encontrassem. O que não tinha sido uma
boa notícia para ele tinha sido descobrir que ela trabalhava para a representante britânica do comitê que
ele ia presidir, mas então já era muito tarde para tornar-se atrás.
Vê-la no avião tinha sido toda uma surpresa e ainda podia sentir os efeitos.
Ilse Weil seguia lhe falando. Fez como se a escutasse e sorriu educadamente. A mulher tinha um
comprido cabelo loiro e uma bonita pele. Pelo decote podia ver o princípio de seus firmes seios e, sob o
tecido de seu fino pulôver, adivinhavam-se levemente seus mamilos. O instinto masculino lhe disse que
não devia ser nada fria na cama, mas seu corpo se negou a sentir-se impressionado... ou excitado.
Louise... cortou-se o cabelo. Sentava-lhe bem, revelava a perfeição de sua delicada estrutura
óssea, fazendo-a parecer mais feminina e frágil. Suas roupas, ao contrário que as do Ilse, não revelavam
a curva de seus seios, nem tampouco lhe notavam absolutamente os mamilos. Tinha visto o brilho de
desgosto em seu olhar quando se viram anteriormente, como também no avião. Estava muito claro que
ela ainda não o tinha perdoado pelo que aconteceu entre eles aquele verão na Toscana.
—Gareth?
—Sinto muito, Ilse. Não me inteirei que o que me estava dizendo.
viu-se obrigado a desculpar-se. use lhe pôs uma mão com a manicura perfeitamente feita no
braço. As unhas da Louise eram curtas e sem pintar. Pelo menos assim tinha sido aquele verão. Mas sim
foram o suficientemente largas para lhe deixar uns bons arranhões nas costas durante aqueles momentos
de paixão. Mas não tinha sido paixão por ele. Tinha sido deliberada a forma em que ela tinha misturado
seu nome com o de outro homem quando lhe suplicou que a satisfizera, que tomasse, que a enchesse...?
—Lamento-o, Ilse. Realmente tenho que ir —disse interrompendo a sua companheira.
Ela o agarrou imediatamente da manga.
—OH, mas não terminei... Mas bom, verei-te esta noite, no jantar. Poderíamos nos sentar
juntos...
—Acredito que outros membros do comitê poderiam ter algo que dizer se acreditassem que te
empresto muita atenção —lhe disse Gareth brandamente antes de soltar o braço.
Uma confusão com uma mulher que ameaçava sendo tão tenaz como uso era, evidentemente,
quão último queria. Uma confusão com qualquer era quão último queria. Fechou os olhos um momento
e se apoiou na parede. O que queria... O que ele queria era, ironicamente, o que sua mãe e suas irmãs
não paravam de lhe dizer que necessitava. Uma esposa, filhos, uma família... Louise!
Mas todas essas coisas lhe estavam negadas de um dia do verão em uma vila italiana, quando,
estupidamente, tinha deixado por uma vez na vida que suas emoções se impor ao sentido comum e a
inteligência.
Agora, para ele, não haveria nenhum final feliz. Como poderia havê-lo quando sabia, quando
tinha sabido do primeiro momento em que tocou a Louise que alguma vez poderia haver outra mulher
para ele?

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Penny Jordan O Amante Perfeito
É obvio, sempre tinha sabido que ela tinha compartilhado esse momento explosivo, mas para os
dois tinha significado algo muito distinto.
O tinha tratado de enganar-se a si mesmo dizendo-se que o que havia sentido era algo
simplesmente físico. Mas ao final tinha entrado em razão e tinha admitido que não tinha sido assim.
Mas para a Louise devia ter sido como fazer o amor com o homem ao que amava e não podia
conseguir.
À manhã seguinte tinha tratado de ficar em contato com ela, mas descobriu que toda a família se
partiu. Demorou outro dia em ficar em contato com a María, que lhe contou o que tinha acontecido.
Quando voltou para Grã-Bretanha, tinha tentado de novo chamar a Louise ao Cheshire, ali
deixou a mensagem de que ela o chamasse, junto com seu número de telefone, se por acaso Louise
queria falar com ele antes de que começasse o trimestre, como disse.
Mas sua mãe, que foi com a que falou, disse-lhe então que ela lhes tinha comentado que queria
trocar suas disciplinas.
É obvio, ele soube então que o que tinha acontecido entre eles era algo no que Louise não queria
insistir. havia-se dito a si mesmo que ele era um homem amadurecido e inteligente e que se sobreporia
ao que estava sentindo.
E, de algum jeito, tinha-o feito. Já não despertava pelas manhãs ansiando-a, e a lembrança do
tempo que tinham acontecido juntos só lhe aparecia de vez em quando.
O certo era que, se queria casar-se e fundar uma família, tinha que ser com uma mulher a que
amasse e que o amasse a ele. Já tinha passado a idade em que a excitação sexual era suficiente para
convencê-lo que era uma boa base para uma relação duradoura.
A irmã geme-a, Katie, havia-lhe dito que não culpasse a Louise por odiá-lo. Que o fazia porque
estava apaixonada.
Apaixonada! OH, sim, Louise tinha estado apaixonada. Desse tal Saul.
Louise o tinha visto apoiar-se na parede, pensativo. Quando se levantou, apartou o olhar dele. O
que não pôde evitar foi que lhe tremessem as mãos.
Odiava o conhecimento dela que tinha esse homem, o fato de que nunca poderia recuperar o
poder que lhe tinha dado sobre ela, o fato de que nunca, nunca, poderia esquecer ou limpar o que tinha
acontecido entre eles. Inclusive agora havia momentos em que despertava de seus sonhos com seu nome
nos lábios, em que podia voltar para ofrse gemendo de prazer. Tinha sido virgem e, no espaço dessas
poucas horas, seu corpo tinha florescido à completa femineidad e maturidade, de uma maneira que a
tinha deixado pensando que não se conhecia absolutamente.
Todos seus sonhos de sexo com o Saul tinham estado centrados no ter por fim para si mesmo, em
seu desejo por ela, na excitação dele. Inocentemente, o tinha imaginado lhe suplicando que a deixasse
tocar seu corpo, nunca lhe tinha ocorrido que fora ela a que suplicasse, que suas emoções e seus desejos
fossem os que se descontrolassem, que fora ela a que...
Mas ao final, não tinha sido Saul o que ouviu seus vergonzantes gritos, quem tinha visto..,
sentido... conhecido o anseia de seu corpo. 96
Pôde sentir como o corpo começava a excitar-se e sentiu a tentação de sair correndo dali, de
afastar-se do Gareth Simmonds todo quão depressa pudesse. Mas, é obvio, não podia ceder a essa
tentação infantil, assim manteve alta a cabeça e caminhou todo o tranqüilamente que pôde para a saída.
—Verei-te esta noite —lhe disse Pam quando a deixou no portal de sua casa.
—Er... sim...

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Penny Jordan O Amante Perfeito
O telefone estava soando quando entrou em sua casa. Surpreendeu-lhe ofr a voz de sua irmã
geme-a e, imediatamente pensou que algo acontecia para que se gastasse o dinheiro em uma conferência
internacional.
—O que acontece? Aconteceu-lhe algo a alguém? Ao avô...?
—Não, tudo vai bem —lhe assegurou Katie—. Só queria saber se tinha chegado bem e se tudo
for...
—por que esperou até o final para me dizer que Gareth Simmonds estaria em Bruxelas?
—Quis dizer lhe admitiu isso Katie—. Não seja desagradável, Lou, não queria chatear o fim de
semana. Está zangada?
Louise fechou os olhos e os voltou a abrir.
—por que o ia estar? —disse o mais tranqüilamente que pôde—. Com um pouco de sorte, não
terei muito que ver com ele. Quanto tempo mais vais estar trabalhando em seu projeto atual?
—Não estou muito segura.
—Bom, não se esqueça de que me prometeste vir por aqui logo que possa.
—Tentarei-o —disse Katie—. Me encantou ver todo mundo em casa. Mamãe me há dito que tia
Ruth e ela vão tentar comprar uma casa antiga no povo para transformá-la em pisitos para mães solteiras.
Tia Ruth disse que o edifício dos estábulos do Queensmead se poderia transformar muito bem e que a
localização seria perfeita.
—Não acredito que o avô acesse nunca a algo assim —respondeu Louise rendo.
podia imaginar perfeitamente a cara que poria o irascível ancião quando soubesse que sua irmã
queria transformar os estábulos de sua grande mansão em casas para as mães solteiras dos arredores e
seus filhos.
—Não, já sei. E também, é obvio, tia Ruth. Às vezes suspeito que a única razão pela que faz
coisas que incomodam ao avô é porque sabe o muito que lhe encanta ter algo pelo que zangar-se e
brigar. Não é o mesmo desde que desapareceu o tio David.
—Não, é certo.
Por um momento permaneceram em silêncio pensando no irmão gêmeo de seu pai.
—Crie que voltaremos ou seja algo dele? —perguntou-lhe Katie.
—Não sei. Suspeito que, como diz papai, ficará em contato conosco alguma vez, embora só seja
pelo avô.
produziu-se outra pausa e Katie disse de repente, nervosa:
—Lou... está-te incomodando muito... que Gareth Simmonds esteja em Bruxelas?
—Não, é obvio que não. Evidentemente, teria preferido não o ter trabalhando em quão mesmo
eu. Mas por que me ia incomodar? É certo que não me cai bem, mas isso é algo que posso suportar.
Havia algumas costure muito íntimas para falar delas, embora fora com alguém tão especial para
ela como sua irmã geme-a, e seus sentimentos reais para o Gareth Simmonds e sua presença em
Bruxelas era uma delas.
—Olhe, tenho que lhe deixar —disse ao Katie—. Esta noite há uma grande janta oficial e tenho
que me ler antes algumas costure.
Esses jantares oficiais, que ao princípio a enchiam de excitação, agora se tinham transformado
em uma aborrecida obrigação.
Quando terminou de ler os documentos que se levou a casa, escolheu um de seus três vestidos
negros de noite, comprados nas ofertas de uma loja de moda em Londres e que, além disso, podiam-se
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lavar em máquina de lavar roupa, o que não deixava de ser uma vantagem, tendo em conta a quantidade
de vezes que os tinha que pôr. que escolheu para essa noite era um sem mangas e decote.
Uns sapatos negros, bolsa da mesma cor e o suficientemente grande como para que coubesse um
pequeno caderno e pluma, complementavam seu traje.
Esteve lista cinco minutos antes de que chegasse o carro que a ia recolher.
Foi irritante que seus últimos pensamentos quando entrou no carro não fossem sobre a promessa
de sua irmã de i-la ver bruxelas, a não ser no homem que tinha dirigido a reunião do comitê.
Gareth Simmonds. É que não tinha desperdiçado já suficiente energia emocional nele?
Uma das primeiras coisas que tinha feito quando chegou a Bruxelas foi dizer-se a si mesmo que
não ia permitir que os sucessos do passado originassem sombras perigosas sobre sua nova vida, e uma
das sombras mais escuras e perigosas era a de seu ex-tutor... seu ex...
Levantou repentinamente a cabeça quando foi negar instintivamente a aparição mental da palavra
amante. Não tinham sido amantes. Não no sentido real. Não como ela interpretava a palavra.
Haveria agora uma mulher na vida dele? Pam, sua chefa, havia-lhe dito que era solteiro, e não lhe
cabia dúvida de que estaria muito solicitado.
De repente, deu-se conta de que o carro se deteve e o condutor estava esperando a que ela saísse.
Capítulo 6
Louise perambulava pelo salão com uma taça de vinho na mão quando viu sua chefa, Parn,
conversando com outro dos membros da delegação britânica e se aproximou deles.
—Olá, Louise —disse Pam.
—Como o leva sua tia Ruth, Louise? —perguntou-lhe o homem com o que estava falando
Parn—. A última vez que a vi estava muito preocupada com os danos que pode causar o tráfico pesado
nos povos pequenos do país.
Louise riu. Conhecia muito bem ao John Lorde, recuado que, além de ser eurodiputado, era
também vizinho.
—A tia Ruth está levando uma vigorosa campanha com isso, e tem certa razão. O novo polígono
industrial do povo trouxe um notável incremento do tráfico. passei o fim de semana em casa e meu
irmão pequeno, Joss, contou-me que o condutor de um trailer italiano se equivocou de caminho e se
colocou no meio do povo, embutindo-se entre dois edifícios antigos. Ao parecer, a polícia demorou
cinco horas em restabelecer o tráfico. Por outra parte, estes continentais se seguem empenhando em
conduzir pela direita e assim passa o que passa quando vêm a nosso país.
—Já sei que é um problema. O povo necessita uma via de redondeza e se pode pagar em parte
com os novos recursos da comunidade.
Louise se desculpou logo e seguiu perambulando pelo salão. Dez minutos mais tarde, enquanto
estava olhando seu relógio discretamente para ver quanto faltava para o jantar, ouviu uma voz conhecida
e muito sensual detrás dela.
—Estraguem! Aqui está...
—Jean Claude —disse ao tempo que se voltava e lhe sorria.
Realmente era um homem extremamente atrativo, mas não lhe afetava o mais mínimo. Jean
Claude era da classe de homem que, enquanto estava com uma mulher, não podia evitar estar
procurando uma nova vítima. Louise suspeitava que o que ela soubesse isso, que para ele o sexo, a
sedução e as relações não eram mais que um jogo divertido mas nunca sério, era o que a protegia e fazia
que não tomasse muito a sério.

39
Penny Jordan O Amante Perfeito
—Quando vamos estar juntos? —sussurrou-lhe ele enquanto a fazia apartar-se de outros—.
Ainda ficam uns dias de férias e os poderíamos passar juntos. Poderia-te levar a Paris, te mostrar as
coisas que só te pode mostrar alguém que conheça a cidade.
Louise riu e agitou a cabeça.
—Temo-me que é impossível.
—Ah, não me cabe dúvida de que está muito ocupada procurando leis que protejam seus frios
mares do norte. São quase tão frios como seu coração, chérie
—E ambos estão muito bem protegidos —respondeu Louise sonriendo.
o dos direitos de pesca não ia ser algo fácil de resolver, mas ela sabia muito bem que não tinha
que responder à ceva que Jean Claude lhe estava pondo diante.
O poderia ser um homem desejoso de levar-lhe à cama, mas também era um francês, com uns
poderosos interesses em que seu país incrementasse sua cota nos direitos de pesca. Ela não era
suficientemente importante ou poderosa para exercer influência no recém formado comitê, mas seria
muito fácil para uma mulher emocionalmente vulnerável ou não muito precavida, deixar-se enganar para
dar informação que poderia ser útil para a parte contrária. E Louise era muito consciente desse fato e
muito inteligente para cair na armadilha.
Vários metros mais alla, Gareth, que estava sendo acossado a sua vez pelo Ilse Weil do
momentor em que chegou, franziu o cenho quando viu a forma em que a mão do Jean Claude se posava
no braço da Louise. Sua linguagem corporal deixava bem claro que não estava disposto a permitir que
nenhum outro homem interrompesse essa conversação íntima.
Ilse, seguindo seu olhar, levantou uma sobrancelha.
—OH, vá, já vejo que Jean Claude está utilizando seus truques. É bem conhecido aqui em
Bruxelas ao que se dedica —disse ao Gareth encolhendo-se de ombros—. E também se rumorea que
uma das razões pela que os franceses revistam estar tão bem informados é pela habilidade do Jean
Claude para convencer a seus amantes de que confiem nele. Entretanto, temo-me que, quando eu estou
na cama com um homem, deixo-me levar tão completamente pelo sexo que quão último quero fazer é
falar de polftica.
—Sei o que quer dizer —respondeu Gareth—. Eu também tenho a regra de não mesclar nunca os
negócios com o prazer.
salvou-se de ter que dizer nada mais pelo anúncio de que já podiam passar para jantar. Não pôde
evitar dar-se conta de que Louise parecia particularmente desinteressada por terminar a conversação com
seu companheiro...
—Louise.
Ela se esticou quando ouviu o Gareth dizer seu nome.
O jantar tinha terminado fazia dez minutos e ela esperava poder partir logo, mas naquele
momento, Gareth se estava dirigindo diretamente para ela, deixando muito claro que não ia permitir que
escapasse antes de que lhe dissesse o que lhe tivesse que dizer.
—Gareth —respondeu ela secamente, olhando seu relógio.
—Vi-te antes falando com o Jean Claude O Brun. Pode que não te dê conta disso, mas ele tem
toda uma reputação aqui.
—Uma reputação do que? De ser um bom amante? O que é o que está tratando de me perguntar,
Gareth? Se a merece ou não? —respondeu ela irritada.
—Estou tratando de te acautelar contra o perigo de te pôr a ti mesma em uma posição em que
possa falar inadvertidamente com ele de determinadas coisas.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Louise abriu muito os olhos e logo entreabriu as pálpebras, primeiro incrédulamente e logo com
ira.
—Está tratando de me dizer a sério que Jean Claude está tentando me colocar em alguma classe
de armadilha sexual como em um filme do James Bond? Que ridículo e típico em ti, Gareth! Há homens
que querem deitar comigo simplesmente pelo prazer de fazê-lo. Não todos são como você Y...
interrompeu-se em seco, amaldiçoando-se a si mesmo por haver-se deixado levar dessa maneira
por suas emoções. Mas já era muito tarde, Gareth a tinha ouvido e, evidentemente, não a ia deixar
escapar.
—Não todos são como eu e o que?
Furiosa com ela mesma e com ele, Louise se refugiou imediatamente em um intento de trocar de
conversação.
—Minha vida privada não tem absolutamente nada que ver contigo. Não tem nenhum direito a te
atrever a me sugerir que... Como tomaria você que eu te sugerisse que tomasse cuidado em não verte
miserável à cama por use Weil? depois de tudo, sua posição como chefe do comitê de pesca te faz um
branco muito mais vulnerável que eu para que alguém trate de influir em suas decisões.
Nisso ela tinha razão, pensou Gareth, mas o que não podia admitir, pelo menos não a ela, era o
fato de que não era somente por questões de delicadeza diplomática pelo que lhe tinha feito essa
advertência.
—Não tem nenhum direito a me ditar como tenho que levar minha vida privada —continuou
Louise—. Já não é meu tutor, Gareth. Não tem nenhum controle sobre minha vida nem meu futuro. Pode
ter sido capaz de me castigar pelo que decidiu... por amar ao Saul, mas...
—te castigar? —interrompeu-a Gareth—. Louise, prometo-te que eu...
—Você o que? Você não foi responsável por que eu não conseguisse minhas primeiras
intenções? Não foi por ti pelo que eu...
—Não está sendo justa —a interrompeu ele de novo—. Nem tampouco muito lógica. Eu não era
seu tutor Y...
—Não, não o foi. Mas...
Como ia poder ela lhe admitir a ele que tinha sido por suas confusas emoções e sentimentos para
ele, por seu medo ao que eram realmente esses sentimentos, por isso não tinha podido dedicar toda sua
atenção aos estudos durante o tempo que seguiu na universidade, que o esforço que tinha feito por negá-
los tinham consumido todas suas energias?
Descobriu que estava próxima às lágrimas, para sua vergonha. A intensidade da ira que estava
sentindo estava desbloqueando lembranças que tinha tido por encerrados certamente.
Nunca em seus anos de colégio lhe tinha ocorrido que não seria sempre a inteligente e boa
estudante que era então e o shock que tinha representado para seu orgulho e automóvel estima o ver
como se criticava seu trabalho tinha sido algo muito duro de suportar.
Sim, talvez agora estava começando a admitir que sua vida atual e seu trabalho encaixava melhor
em sua natureza apaixonada que os tribunais britânicos, que era ao tinha pensado dedicar-se em um
princípio. Mas o admitia de muito má vontade e, certamente, isso era algo que não estava disposta a lhe
contar ao Gareth Simmonds.
—Lamento-o se houver dito um pouco equivocado —disse Gareth—. Só estava tratando de te
acautelar.
—por que? O que te faz pensar que necessito essa classe de advertência? Só porque cometi o
engano de... de amar ao homem equivocado... A relação que eu dita ter com o Jean Claude, seja qual
seja, não é teu assunto, a não ser meu.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
—Em um sentido, não —admitiu Gareth—. Mas em outro... Não é necessário que te diga que
Bruxelas é um ninho de fofocas, Y...
Ela já tinha ouvido suficiente. Mais que suficiente. girou-se sobre seus talões repentinamente e se
separou dele antes de que Gareth pudesse dizer ou fazer algo que o impedisse.
Uma hora mais tarde, já em sua casa, seguia pensando nesse encontro com ele.
Como se tinha atrevido esse homem a questionar a inteligência de sua relação com o Jean
Claude?
Mas o que a enfurecia mais não era o que desse por feito que tinha direito a arreganhá-la, a não
ser o que sabia o que havia detrás disso. Não lhe cabia dúvida de que ele a recordava como a menina que
se apaixonou tão locamente de um homem que não a queria e que logo tinha tratado de recompor seu
orgulho ferido incitando a outro homem, que tampouco a queria, a tomar sua virgindade. Outro homem
ao que se deu conta muito tarde que ela...
Essas memórias, esse conhecimento, e ver o Gareth, tinham-lhe recordado a dor e sua própria
loucura.
despertou cedo e foi incapaz de voltar-se para dormir, assim baixou ao ginásio do bloco de
apartamentos e se dirigiu à piscina. A essas horas da manhã a tinha só para ela, assim que se atirou à
água e decidiu castigar-se fazendo sessenta compridos, o que a cansou o suficiente para impedir que seu
cérebro se concentrasse em algo mais que no esforço.
Os últimos cinco compridos lhe fizeram muito duros, e o notou quando tratou de sair da piscina e
se precaveu de que estava muito cansada para fazê-lo, assim teve que aproximar-se da parte menos
profunda e sair da piscina com pernas trementes.
Fechou os olhos enquanto tratava de não ceder à tentação de sentar-se para acalmar os tremores,
assim não soube que já não estava sozinha até que ouviu uma voz conhecida que lhe dizia:
—Louise? Está bem?
Gareth Simmonds. O que estava fazendo ele ali? Ou é que estava alucinando?
Abriu os olhos. Não, não estava alucínando. Apesar da calefação, lhe pôs a pele de galinha e
começou a tremer. Gareth estava a menos de um metro dela vestido só com um traje de banho negro. O
resto de seu corpo...
Tragou saliva e tentou respirar. A visão de lhe produziu uma avalanche de lembranças para os
que estava completamente despreparada e contra os que não tinha nenhuma defesa. Os joelhos
começaram a lhe falhar de novo.
Na Toscana, ele podia ter estado mais bronzeado, mas nada mais tinha trocado. Seguia igual de
musculoso e sim, seguia tendo o mesmo atalho de pêlo escuro tal masculino e perigoso de olhar, mas tão
suave e que pedia tão sensualmente ser meio doido...
—Louise
Ela pôde sentir como a força abandonava quase por completo suas pernas e tudo o sangue lhe
subia à cabeça.
—Não.
Estendeu automaticamente uma mão como defesa quando Gareth avançou para ela, mas ele a
ignorou, agarrou-a pelos ombros e a olhou preocupado.
—O que te passa? Sente-se mau?
—Deixa... deixe ir.

42
Penny Jordan O Amante Perfeito
Louise tratou freneticamente de soltar-se, mas o estou acostumado a era escorregadio e começou
a perder o equilíbrio, assim, em vez de livrar-se do Gareth, teve que agarrar-se a ele. Estava tão perto
que pôde cheirar seu corpo. Agora não cheirava como esse dia na Toscana, mas sim como a limão.
Nem sequer se deu conta da pergunta que lhe tinha feito até que ele respondeu desde muito perto.
—É gel de ducha. Escolheu-o minha sobrinha maior para mim como presente de Natal.
—Na Itália cheirava A...
O que estava dizendo? No que estava pensando? por que se traía daquela maneira? amaldiçoou-
se mentalmente, mas já era muito tarde, Gareth já a estava olhando fixamente aos olhos.
Piscou e tratou de apartar o olhar, mas lhe resultou impossível. Lhe alterou a respiração enquanto
seus olhares permaneciam fixas.
—Na Itália você cheirava a sol e calor, e a mulher —disse Gareth brandamente como se soubesse
exatamente o que tinha estado a ponto de dizer ela.
Louise abriu a boca para protestar e lhe dizer que o que lhe estava dizendo estava mau, que
estava dizendo o inexprimível, proibido-o, mas não lhe saíram as palavras e, em vez disso, precaveu-se
de que estava lhe olhando a boca, fixamente, como se estivesse ansiosa por...
—Louise...
Depois já se perguntaria por que seu cérebro tinha interpretado a forma em que ele tinha
pronunciado seu nome como um convite para fazer o que fez: aproximar-se dele e beijá-lo nos lábios.
O que estava fazendo estava mau, era uma loucura. Mas já era muito tarde de novo. Já o tinha
feito e Gareth... Gareth
Fechou as pálpebras pesadamente e o ouviu repetir seu nome uma e outra vez, antes de que
começasse a beijá-la a sua vez.
O corpo lhe tremeu violentamente e ele o notou sob as mãos, mas não fez nada para apartar-se e
detê-lo quando lhe baixou os suspensórios do traje de banho e lhe deixou nus os seios. Louise pôde
sentir a dureza do corpo dele contra o seu, e sua própria resposta imediata a esse contato, reconhecia a
seu primeiro e único amante.
Aquilo derrubou todas as barreiras que tinha ereto entre ela e aquilo. Em vez de rechaçá-lo,
ouviu-se si mesmo gemendo em seus braços.
Podia sentir o calor do peito dele contra os seios úmidos e foi como se seu primeiro encontro
tivesse acontecido só no dia anterior.
Era como se não tivesse aprendido nada desde... Como se todas as resoluções que tinha tomado
nessas largas e agonizantes semanas e meses de depois, quando finalmente tinha descoberto o que lhe
estava acontecendo, nunca tivessem existido. Como se esse homem nunca lhe tivesse causado tanto dor
e ela não se jurou que nunca esqueceria a agonia da lição que tinha aprendido com ele.
Um som, um comprido e tortuoso soluço de necessidade e ânsia se produziu em sua garganta.
Sob as mãos do Gareth sentia como lhe tremia o corpo e lhe ardia. Sob sua boca se sentiu derreter,
gemer, gritar, até que a intensidade de sua própria ânsia ameaçou devorando.
Todo sentido do tempo e do lugar tinha desaparecido de sua mente fazia tempo. Poderiam estar
em qualquer sítio que não lhe importava. Quão único importava de verdade era o que podia sentir.
apertou-se contra Gareth e notou a dura resposta do corpo dele.
Então, ao longe, soou uma portada. Louise se apartou imediatamente dele e se tampou os seios
com as mãos. Logo lhe deu as costas e se colocou de novo, freneticamente, o traje de banho.
—Louise...

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Pôde lhe ouvir dizendo seu nome ansiosamente, mas agitou a cabeça para negar o que ele
pudesse querer lhe dizer. Não se atreveu sequer a olhá-lo quando lhe disse:
—Não. Não! me deixe em paz Gareth. me deixe em paz de uma vez!
E, sem lhe dar a oportunidade de detê-la, começou a apartar-se dele e logo pôs-se a correr.
Gareth a viu afastar-se em silêncio. depois de tudo. o que lhe podia dizer? Que explicação, que
desculpa podia lhe dar pelo que acabava de fazer? Admitir que tinha perdido o controle
momentaneamente só pioraria as coisas, já que com isso seria como lhe dizer que ela tinha sido
igualmente vulnerable.Ver essa dor atormentada em seu olhar. sentir a necessidade lhe correndo pelo
corpo, esse ânsia que ela estava lutando tão evidentemente por suprimir e saber que a estava reprimindo
porque ainda queria, amava a outro homem que não podia ter, tinha sido como receber um golpe mortal.
Gareth fechou os olhos e pensou que a Louise da que se apaixonou na Itália só tinha sido uma
menina e se desprezou a si mesmo por fazê-lo, jogou-se em cara a velha história do tutor apaixonando-se
por sua aluna como uma forma de recuperar sua juventude. Mas já não eram tutor e aluna e Louise era
agora uma mulher em todos os sentidos da palavra. E os sentimentos dele não tinham trocado, só se
tinham aprofundado e fortalecido. Mas não era necessário que ninguém lhe dissesse isso. Tinha-o sabido
do mesmo momento em que a tinha visto no avião. Inclusive antes.
Tinha-o sabido em Natal, quando sua família se colocou com ele por sua falta de esposa e filhos
próprios. Então tinha sabido que só quereria ter esses filhos se eram da Louise e, a única mãe que queria
para eles era ela mesma. Como tinha acontecido isso? Não sabia. Quando? antes do da Itália? O que
importava isso agora? Quão único importava era que muito evidentemente, para a Louise não tinha
trocado nada e seguia amando a sua primo Saul.
Inclusive depois de haver-se dado uma ducha quente e haver-se tomado uma taça de café, Louise
seguia tremendo pela reação do que tinha acontecido na piscina. E não havia maneira de que se pudesse
esquecer do aroma do Gareth, que lhe tinha pego à pele.
Gareth.
Quando tinha sabido ela o que sentia realmente por ele? Na Itália quando tinha lutado ferozmente
por negá-lo? Em sua casa esses natais quando todo mundo tinha tido que andar-se com cuidado com ela
evitando mencionar o nome do Saul ou o fato de que Tullah e ele já tivessem posto data à bodas, quando
em realidade Saul e o que uma vez sentiu por ele se desvaneceram na mais pálida das sombras?
Foi então quando a cabeça lhe começou a doer enormemente, um signo claro de que ia sofrer
uma de seus, felizmente estranhas, enxaquecas. Era impensável ira a trabalhar, assim chamou a sua
chefa e se desculpou.
—Uma enxaqueca? —exclamou Pam—. Nem te ocorra dever trabalhar. Já sei quão más podem
ser.
Para então a dor era tão intensa que quão único Louise pôde fazer foi grasnar uma espécie de
resposta antes de pendurar e arrastar-se a sua habitação.
Gareth Simmonds. por que o haveria devolvido o destino a sua vida tão cruelmente? por que?
Capítulo 7
Louise despertou repentinamente. A enxaqueca tinha desaparecido e alguém estava chamando
muito fortemente à porta de sua casa. Se lévantó da cama e fez uma careta quando se deu conta de que
ainda tinha posto o traje de banho.
como sempre depois de uma enxaqueca, não sentia nenhuma dor, mas estava como atordoada.
—Joss! Jack! O que estão fazendo aqui? —exclamou quando viu seu irmão pequeno e sua primo.
—Lou. Jack não se sente muito bem —respondeu Joss fazendo entrar em sua primo—. Se enjoou
no trajeto do ferry Y...

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Evidentemente, Jack estava verde e não parecia em muito bom estado. 116
—Jack...
Mas o menino agitou a cabeça e lhe disse:
—Porei-me bem. Só preciso me tombar um momento.
—O dormitório está por aqui, Joss.
Deixaram ao Jack sobre a cama e saíram. Louise franziu o cenho. O que estariam fazendo ali
esses dois?
—Tem fome? —perguntou ao Joss—. Não tenho muitas coisas, mas suponho que posso fazer
uns sandwiches. O que acontece, Joss? O que fazem aqui? Mamãe não me chamou para me dizer que
vinham. Nem sequer tenho uma habitação onde...
—Mamãe não sabe nada.
Louise, que já estava a ponto de ficar a cortar pão, deteve-se e o olhou. Logo voltou a deixar a
faca sobre a mesa da cozinha.
—O que quer dizer com isso?
Seu irmão se olhou os pés e logo à parede da cozinha.
—Este é um dos esboços que fez na Toscana, verdade? —perguntou-lhe—. Eu...
—Joss...
—Deixei-lhes uma nota... lhes explicando. Louise elevou as sobrancelhas.
—O que?
—Bom, não podia lhes dizer o que íamos fazer, já que não nos teriam deixado.
—OH, certamente que não. por que lhes foram deixar? Você só tem quatorze anos. Não me
ocorre nenhuma razão pela que nossos pais lhes deixassem desaparecer desta maneira.
—Já sei, já sei. Mas tinha que vir. Se não o tivesse feito... Tratei de convencer ao Jack de que não
era uma boa idéia, mas ele não me fez caso e, por como estava, temi que partisse de todas formas. Pelo
menos, desta forma, pude vir com ele e convencer o de que viéssemos aqui contigo. O não queria e
demorei muito em convencer o de que você poderia ajudar.
—Ajudá-lo no que? —perguntou-lhe Louise exasperada.
—Quer encontrar ao David... a seu pai.
produziu-se um breve silêncio no que os dois irmãos se limitaram a olhar-se. Logo Louise tomou
de novo a faca e disse tranqüilamente ao Joss:
—Acredito que será melhor que me conte toda a história.
Dez minutos mais tarde, ela e Joss estavam sentados um diante do outro no salão. Joss se estava
comendo uns sandwiches e lhe disse:
—Sabe que antes te pareceste muito a mamãe?
Estava crescendo rapidamente, pensou Louise. Provavelmente, seria mais alto que o metro
noventadeMax.
—Pode. Mas não espere que escute tão indulgentemente como ela qualquer mentira que lhes
tenham inventado. Tem sorte de que esteja aqui, já que deveria estar trabalhando. Se não me tivesse tido
que deitar de novo esta manhã por uma enxaqueca...

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Penny Jordan O Amante Perfeito
—Sim, foi uma sorte. Estava um pouco preocupado por como ia convencer ao Jack de ficar por
aqui se você não estava. Quando fizemos auto stop no terminal do ferry, estava disposto a chegar a
Espanha.
—A Espanha?
—Sim. disse-me que o tio David lhe mandou uma vez uma postal ao avô de ali. Só a viu de
soslaio em cima de sua mesa, mas quando voltou para lê-la bem, já tinha desaparecido.
—Como que para lê-la bem? Não tinha nenhum direito a fazer algo assim —lhe disse Louise
esquecendo-se de todas as vezes que ela tinha lido a correspondência do colégio que chegava a seu pai.
—O tio David é seu pai.
—Sim, já sei.
O que Louise se tomou ao princípio por uma criancice, estava tomando uma perspectiva muito
mais séria. Por isso ela sabia, Jack estava contente por estar em casa com os pais dela. Nem sequer
recordava havê-lo ouvido nunca mencionar a seu pai nem expressar desejo algum de voltar a viver com
sua mãe, Olivia.
—Já sei que o tio David é o pai do Jack —repetiu—. O que não entendo é por que Jack decidiu
que tem que ver o de forma tão urgente como para que os dois lhes tenham ido falá-lo sequer com
nossos pais. É que houve algum problema em casa?
—Não, não aconteceu nada —respondeu Joss sinceramente.
Louise o conhecia o suficiente para saber que lhe estava dizendo a verdade.
—Então o que é?
—Não o que, a não ser quem. É Max. A última vez que passou por casa, estava muito zangado.
Acredito que devia haver brigado com o Maddy, porque a vi ela chorando na cozinha. Max quis que
papai se fora a jogar golfe com ele, mas papai lhe disse que não podia porque lhe tinha prometido ao
Jack que iriam pescar. Provavelmente Max o que queria era que lhe emprestasse dinheiro, já sabe como
é...
—Segue —disse Louise animando-o.
—Bom, não sei exatamente o que Max disse ao Jack, mas... Quão único Jack me contou é que
Max lhe disse que ele era como uma cria de cuco no ninho, que não era querido por seus próprios pais, e
também lhe perguntou se tinha idéia de quanto lhes estava custando sua manutenção e estudos a papai.
—O que? Sabem nossos pais algo de tudo isto?
Joss agitou a cabeça.
—Não. Eu quis dizer-lhe mas Jack não me deixou. Acredito que tem um pouco de medo de que
Max tenha razão e isso...
—Razão? É obvio que não a tem. Papai e mamãe vêem o Jack como a um de nós, como a um
filho mais —protestou Louise indignada.
—Já sei. Mas já sabe como é Max com o dinheiro.
—Sim, sei.
—Suponho que uma das coisas que fazem que Max seja tão desagradável é que, no mais
profundo, deve saber que não lhe cai bem a ninguém —sugeriu Joss.
Louise o olhou surpreendida.
—Se fosse assim! Olhe, a razão verdadeira pela que Max não lhe cai bem a ninguém é porque é
como é, não de outra forma. Olhe como trata a pobre Maddy.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Louise se conteve e se perguntou se sua mãe aprovaria que lhe falasse dessas coisas a seu irmão
pequeno, mas Joss não pareceu nada desconcertado por isso.
—Tia Ruth diz que Maddy é um pouco como a Bela Adormecido e que não faz nada porque
ainda não despertou todo seu autêntico potencial. A tia Ruth diz também que um dia o fará e, quando o
fizer, será melhor que Max tome cuidado. Jack me há dito que já não quer ser uma carga para nossos
pais e que pretende encontrar a seu pai e fazer que devolva a papai tudo o que ele se gastou em sua
manutenção e educação. E também me há dito que, se não o pode encontrar, terá que esquecer-se de ir à
universidade e ficará a trabalhar para ganhar dinheiro e pagar-lhe ele mesmo.
—OH, Joss —protestou Louise emocionada—. Isso é quão último quereriam nossos pais. por
que não falou disto com eles em vez de ti?
—Disse que não podia porque sabia que eles o negariam tudo.
—Negariam-no porque não é certo. Eles o querem tanto como a qualquer de nós.
Max seja tão desagradável é que, no mais profundo, deve saber que não lhe cai bem a ninguém
—sugeriu Joss.
Louise o olhou surpreendida.
—Se fosse assim! Olhe, a razão verdadeira pela que Max não lhe cai bem a ninguém é porque é
como é, não de outra forma. Olhe como trata a pobre Maddy.
Louise se conteve e se perguntou se sua mãe aprovaria que lhe falasse dessas coisas a seu irmão
pequeno, mas Joss não pareceu nada desconcertado por isso.
—Tia Ruth diz que Maddy é um pouco como a Bela Adormecido e que não faz nada porque
ainda não despertou todo seu autêntico potencial. A tia Ruth diz também que um dia o fará e, quando o
fizer, será melhor que Max tome cuidado. Jack me há dito que já não quer ser uma carga para nossos
pais e que pretende encontrar a seu pai e fazer que devolva a papai tudo o que ele se gastou em sua
manutenção e educação. E também me há dito que, se não o pode encontrar, terá que esquecer-se de ir à
universidade e ficará a trabalhar para ganhar dinheiro e pagar-lhe ele mesmo.
Max seja tão desagradável é que, no mais profundo, deve saber que não lhe cai bem a ninguém
—sugeriu Joss.
Louise o olhou surpreendida.
—Se fosse assim! Olhe, a razão verdadeira pela que Max não lhe cai bem a ninguém é porque é
como é, não de outra forma. Olhe como trata a pobre Maddy.
Louise se conteve e se perguntou se sua mãe aprovaria que lhe falasse dessas coisas a seu irmão
pequeno, mas Joss não pareceu nada desconcertado por isso.
—Tia Ruth diz que Maddy é um pouco como a Bela Adormecido e que não faz nada porque
ainda não despertou todo seu autêntico potencial. A tia Ruth diz também que um dia o fará e, quando o
fizer, será melhor que Max tome cuidado. Jack me há dito que já não quer ser uma carga para nossos
pais e que pretende encontrar a seu pai e fazer que devolva a papai tudo o que ele se gastou em sua
manutenção e educação. E também me há dito que, se não o pode encontrar, terá que esquecer-se de ir à
universidade e ficará a trabalhar para ganhar dinheiro e pagar-lhe ele mesmo.
—Eu sei —admitiu Joss—. Mas não acredito que Jack saiba. De todas formas, deve ser duro para
ele, já que Max tem razão em uma coisa. Tio David e tia Tania realmente não o querem nem a ele nem a
Olivia. Não como nossos pais nos querem .
Louise se deu conta de que não podia dizer nada a isso.
—A gente tem distintas formas de amar —disse a seu irmão—. Só porque tio David e tia Tania
não fossem tão bons como pais como os nossos, isso não significa que Olivia e Jack não fossem
queridos.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
Joss a olhou fixamente.
—Tia Ruth diz que ter uns pais que lhe queiram de verdade é como ter cem fadas madrinhas...
mas melhor!
—Muito bem, agora sei por que Jack está tão decidido a encontrar a seu pai. O que não sei é
como pretende fazê-lo, COfl o que o tentou papai sem consegui-lo. O que não entendo muito bem é o
que você está fazendo com ele.
—Não podia deixá-lo ir-se sozinho, poderia-lhe passar algo. Assim pensei que, se podia
convencer o de que parássemos aqui, você poderia...
—Eu poderia o que?
Louise sentiu um nó na boca do estômago ao ofr essas palavras e lutou contra ele. Seu irmão já
tinha suficientes admiradores para que ela se fora a acrescentar oficialmente à lista.
—Bom, disse ao Jack que poderia averiguar algo... que como Bruxelas é a capital da União
Européia e todo isso...
—Entendo o que me quer dizer, Joss —admitiu Louise—. Mas você sabe que teremos que lhes
dizer a papai e mamãe onde estão. E também que quererão que voltem imediatamente para colégio.
—Sim, sei.
Louise o olhou. Tinha toda a impressão de que Joss tinha sabido com certeza o que aconteceria
se se passavam a vê-la e, suspeitava também que o tinha manipulado tudo para que a expedição do Jack
se acabasse antes de que estivessem muito longe de casa.
—Você fique aqui com o Jack —lhe disse—. Eu tenho que sair e comprar algumas costure, se for
ter que lhes dar de comer. Quando voltar acredito que uma chamada a casa o poderá tudo em ordem, não
te parece?
Gareth se deteve na entrada do bloco de apartamentos. Tinha tido que chamar o Pam Carlisle
para um par de pontos tratados no comitê e, lhe havia dito que Louise estava em cama com uma
enxaqueca. Estava seguro de que ele seria a última pessoa a que ela quereria ver, mas não lhe tinha
resultado difícil conseguir que Pam lhe desse o número de seu apartamento, ainda sentindo-se levemente
culpado por isso, já que o tinha conseguido lhe dizendo que era um velho amigo de sua família.
Foi Joss o que lhe abriu a porta e, reconheceu-o imediatamente, assim que lhe deu a bem-vinda.
—Louise acaba de sair a por comida —lhe disse sonriendo—. Eu estava a ponto de fazer um chá
ao Jack. enjoou-se no ferry e se tombou um momento. Quer um?
Gareth lhe devolveu o sorriso e aceitou.
Uma vez na cozinha viu o esboço que Louise tinha desenhado na Toscana. Era da ermida que
havia mais acima da casa da família dele.
—Desenhou-o Louise —disse Joss.
—Sim —respondeu ele sem deixar de olhar o desenho.
—Não é a melhor artista do mundo. Tecnicamente falando, a perspectiva se poderia melhorar.
—Tecnicamente falando —admitiu Gareth.
—Mas, é obvio, suponho que você o verá de uma maneira muito diferente —comentou Joss
simplesmente.
Gareth se voltou e o olhou surpreso.
Tinha chegado a conhecer muito bem à família da Louise durante esse verão na Toscana. Joss era
muito mais jovem então, é obvio, mas Gareth se deu conta rapidamente do fato de que no seio de sua

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Penny Jordan O Amante Perfeito
família, o menino já tinha uma certa reputação de ser algo assim como um profeta ou um pouco
parecido.
—Sim, assim acredito. Pensam ficar muito tempo com sua irmã? —disse Gareth, decidido a
trocar de conversação.
—Er... não. O caso é que realmente ela não nos esperava. Só tem um dormitório.
Gareth tinha suficiente experiência em tratar com seus sobrinhos, por não mencionar seus
discípulos, para saber que alguém estava sendo evasivo e não demorou muito em tirar toda a história ao
Joss.
—por que crie Jack que pode encontrar a seu pai na Espanha’? —lhe perguntou quando o menino
terminou.
Meia hora mais tarde, quando Louise voltou para apartamento carregada de bolsas, descobriu
que, não só Gareth se havia posto cômodo ali, mas também tinha decidido que seu irmão e sua primo
ficariam com ele. não com ela.
—Gareth diz que não lhe importa, dado que tem um dormitório de sobra e parece o mais
inteligente —lhe disse Joss enquanto os três se ocupavam das bolsas.
Louise estava a ponto de lhe dizer ao Gareth que não era necessário que se incomodasse e se
metesse em um assunto puramente pessoal, mas duvidou.
—Prometo-te que estarão perfeitamente a salvo —lhe disse Gareth.
Em certa maneira, era um alívio ter ali ao Gareth e, sabia que esses dois estariam a salvo em suas
mãos.
Olhou ao Jack e lhe perguntou:
—Sente-se melhor já?
—Sim. Comecei-me a sentir mal no ferry. Foi horrível.
—Já te disse que não devia te haver comido esse curry —disse Joss.
—Tinha fome. E, de todas formas, queria ir diretamente a Espanha, não vir aqui primeiro Y...
—Olhem, por que não falamos de tudo isto mais tarde? —interveio Gareth—. Já são quase as
seis da tarde e não sei vós, mas eu tenho fome. O que lhes parece se vós dois vêm comigo a meu piso,
tomam banho e por volta das sete voltamos para pela Louise e vamos jantar?
Louise foi protestar de novo, mas já estavam todos dirigindo-se para a porta.
—Parece-te bem às sete? —perguntou-lhe Gareth quando Joss abriu a porta.
—Sim, está bem...
Quando esteve sozinha, chamou a seus pais e sua mãe respondeu quase imediatamente, muito
ansiosa.
—Tudo está bem, mamãe. Estão aqui comigo.
—O que? O que me está dizendo?
Louise lhe contou tudo então.
—Não me posso acreditar que Jack tenha podido pensar que sentimos isso. Nem seu pai nem eu
alguma vez... E diz que Joss te contou que foi pelo que Max lhe disse pelo que Jack decidiu que é uma
carga para nós?
—Bom, sim. Mas eu me estava perguntando... Mamãe, ele está em uma idade muito sensível e,
por muito que o queiram papai e você, não são seus pais. Tem que haver momentos nos que se pergunte
por eles, em que se sinta zangado, doído e rechaçado pelo que eles fizeram e, talvez...

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Penny Jordan O Amante Perfeito
—Sim, entendo o que me está dizendo —disse sua mãe—. Olivia e Ruth acreditam que... que
todos nós podemos nos haver passado compensando-o pelo fato cte que David e Tania não estejam com
ele e, acredito que igual têm razão. Graças a Deus, Joss teve o sentido comum de ir te buscar.
—Mmmm. Não queria parecer pessimista, mas me parece que isto não vai se passar facilmente.
Muito bem, esta vez está aqui, mas...
—Sei o que quer dizer. E não há maneira de saber se não ir voltar a partir a procurar a seu pai.
Evidentemente, há algumas costure importantes sobre seus pais que estão preocupando ao Jack. Coisas
que, sem dúvida, acredita que só se podem resolver falando delas cara a cara com seu pai. Agora Jack
necessita ao David e, eu gostaria que fora possível que ele estivesse aqui. Desde que desapareceu, seu
avô tentou de verdade lhe seguir a pista, mas sem resultados. Seu avô recebeu essa postal dele lhe
dizendo só que estava bem. De passagem, onde estão agora os meninos?
Louise duvidou um momento.
—Bom, a verdade é que estão com o Gareth Simmonds. Recorda-o, não, mamãe? Estava na
Toscana quando...
—Gareth? É obvio que o recordo —afirmou sua mãe—. Katie nos disse que estava trabalhando
ali, em Bruxelas e, perguntava-me se não lhes encontrariam.
—Bom, tem um apartamento no mesmo edifício que eu e, como tem uma habitação de mais e eu
não, ofereceu-se a alojar nela aos meninos. A verdade é que me alegrei que o tenha feito, já que isso me
deu a oportunidade de te chamar e falar contigo sem que Jack esteja aqui. vais ter que me fazer saber o
que quer que faça para mandar os de volta a casa. Isso caso que possamos convencer ao Jack de que
volte voluntariamente.
—Mmmm. Sei que isso vai ser complicado. Olhe, deixa que fale com seu pai e com a Olivia.
depois de tudo, Jack é seu irmão. Posso-te chamar mais tarde?
—Sim, isso seria uma boa idéia. Gareth e os meninos vão vir a me recolher às sete. Logo iremos
jantar.
—Bom, dêlembranças a todos, e as graças ao Gareth, por te ajudar. Por favor.
Graças ao Gareth por ajudá-la. OH, sim, e talvez sua mãe quereria que ela se jogasse em seus
braços e lhe desse um bom beijo como agradecimento.
Louise descobriu que, involuntariamente, estava curvando os dedos dentro dos sapatos. Começou
a lhe tremer todo o corpo com as lembranças.
Tinham passado já vários anos desde que se obrigou a si mesmo a fazer uma análise crítica de si
mesmo e a reconhecer certos aspectos automóvel destrutivos de sua personalidade, entre outros, seu
cabezonería. Uma cabezonería que a tinha mantido na crença de que seu amor adolescente pelo Saul era
a classe de amor que as fazia almas as gema e o único homem ao que podia amar ou desejar.
Para quando aprendeu que o amor real era muito mais complicado e, às vezes, menos
reconhecível, já era muito tarde. O dano parecia.
Agora, com a experiência adquirida, parecia-lhe incrível que nunca tivesse deixado de
questionar-se por que tinha estado tão decidida, tão ansiosa, por deitar-se com o Gareth. Só porque
queria liberar de sua virgindade? Não! Disso nada. Tinha sido por algo muito mais profundo que por
simples curiosidade sexual ou atração física.
Doía-lhe saber no mais profundo de seu ser. que uma parte dela tinha desejado, ansiado,
necessitado, ao Gareth Simmonds todo o tempo. Pelo mesmo Gareth, não como substituto de ninguém
nem da intimidade que não tinha compartilhado com o Saul. Y. é obvio, Gareth também devia haver-se
dado conta disso de algum jeito. Sabia que era muito inteligente como para não havê-lo feito, o que
explicava sem dúvida por que não lhe tinha importado que ela se distanciasse dele.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
depois de tudo o que tinha aprendido de seu persecuciónsobre Saul, havia-se sentido
orgulhosamente decidida a não voltar a cometer o mesmo engano com o Gareth. Não lhe ia oferecer seu
amor, a si mesmo, para ver-se rechaçada de novo. Mas morria por que ele a desejasse, amasse-a, e por
que o demonstrasse. Mas esse era um sonho estúpido e impossível, é obvio!
Sua mãe lhe disse depois de que voltassem para a Itália que Gareth tinha chamado. O coração
deu um salto a ela e lutou por conter a reação física de seu corpo e que não lhe notasse nada.
Mas ele havia dito que o fazia para ver se tudo ia bem, não para falar com ela. Não para lhe
dizer... para lhe pedir...
Rogou ao céu não passar pelo mesmo duas vezes seguidas. Essa vez não ia fazer a parva
mostrando seus sentimentos. Essa vez não ia chorar por um homem que não a queria. Nem sequer ia
reconhecer seus próprios sentimentos. Que sentimentos? Ela não tinha sentimentos, pelo menos, não
pelo Gareth Simmonds. por que os ia ter? depois de tudo, ele não sentia nada por ela!
—Alguém quer mais café? —perguntou Gareth depois de jantar no restaurante especializado em
pescado aonde os tinha levado.
Os meninos recusaram e Louise fez o mesmo. A velada tinha ido surpreendentemente bem.
Inclusive ela se surpreendeu pelo rápida e facilmente que Gareth tinha recuperado a amizade com os
dois jovens.
Dos quatro era ela a que provavelmente se sentia mais incômoda, e isso era porque...
inclinou-se a por sua bolsa, decidida a ser ela a que pagasse seu jantar e a dos meninos.
—Bom, se todo mundo estiver preparado, acredito que será melhor que vamos —disse Gareth
olhando seu relógio.
Louise se sentiu aliviada quando ele não pôs reparos a que pagasse seu jantar.
Jack parecia muito mais contente que ao princípio da velada. Louise estava ansiosa por falar com
ele e lhe dizer que o que lhe havia dito Max, por muito doloroso que lhe tivesse resultado, não era o que
pensavam outros membros da família. Mas se dava conta de que ele se fecharia silo fazia. Além disso,
sentia que não eram suas palavras de apoio as que necessitava o menino, nem sequer as de seus pais, a
não ser as de seu próprio pai.
Quando abandonaram o restaurante, os meninos puseram-se a andar por diante do Gareth e ela.
Isso a voltou a pôr nervosa e tropeçou.
Imediatamente, Gareth estendeu uma mão para sujeitá-la e a fez apoiar-se contra seu corpo.
Louise fechou os olhos. A atmosfera da tarde era cálida, e mais o era o calor do corpo dele. Tratou de
lutar contra o desejo de aproximar-se mais a ele, contra a ilusão de que ele queria que o fizesse.
Então se precaveu que lhe tinha apoiado uma mão no peito, que quase se estava agarrando por
sua jaqueta. Inclinou a cabeça para seu ombro.
—Está bem? Não haverá te tornado a enxaqueca, verdade? —perguntou-lhe ele secamente.
Era como se se sentisse incômodo pela forma em que ela se estava apoiando contra seu corpo.
Mas quando tratou de apartar-se, não a deixou fazê-lo. Os meninos se detiveram uns metros por diante
para ver uma escultura que havia em meio da pequena praça que estavam atravessando.
—Deve ter sido um shock para ti o que lhe apareçam estes duas na porta tão inesperadamente.
Mas eu diria que levaste muito bem a situação.
—Er... obrigado por me ajudar como o tem feito. Meus pais também lhe agradecem isso. Falei
com minha mãe depois de que lhes partissem. vai chamar me mais tarde para ver o que fazemos com
eles. Jack quer encontrar a seu pai Y...
—Sim, já sei —a interrompeu Gareth—. Não sabe ninguém onde está?

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—Meu pai e meu avô trataram de encontrá-lo, mas sem resultado. OH, poderia retorcer o cangote
ao Max. Tem que ter sabido o muito que ia afetar ao Jack o que lhe disse. Realmente é o homem mais
egoísta e insensível...
—Ao contrário que o resto da família que, por isso eu vi, é extremamente carinhosa e
desprendida.
lhe foi impossível ver bem sua expressão agora que já tinha escurecido, mas Louise ouviu uma
emoção refletindo-se em sua voz que a surpreendeu.
Gareth a olhou. Protegê-los uns aos outros era, evidentemente algo natural na família dela.
Ainda podia recordar quão decidida tinha estado Katie a proteger a sua irmã geme-a quando lhe
contou por que Louise estava faltando a tantas classes.
—Louise, sobre o desta mafiana...
sentiu-a ficar tensa imediatamente e começou a apartar-se dele.
—Não quero falar disso. Não deveria ter acontecido. Eu...
Gareth se amaldiçoou a si mesmo em voz baixa e a deixou afastar-se. Era um idiota. Só porque
ela se relaxou uns momentos em seus braços, isso não significava...
Viu a forma em que ela estava olhando aos dois meninos e, caso o que estava pensando, tratou de
consolá-la.
—Tráfico de não lhe preocupar-se disse—. Estou seguro de que seus pais encontrarão alguma
maneira de animá-lo.
—Isso espero. Mas não podem... não são... Antes, quando estávamos no restaurante, estava
pensando... tratava de imaginar como me sentiria eu se fosse Jack. Deve ter sido duro para ele e posso
entender por que quer encontrar a seu pai.
—Sim —admitiu Gareth—. Mas há outras formas muito mais efetivas de fazê-lo que deixar seus
estudos e percorrer-se a Europa. Estou seguro de que seu pai poderá explicar-lhe
Era uma experiência curiosa e desconcertante ter ao Gareth tratando (consolá-la-lhe em vez de
criticando-a. cte alguma maneira. tinha-lhe resultado muito mais fácil tratar de controlar seus
sentimentos quando cran antagonistas.
Ante a insistência do Gareth, os meninos e ele a acompanharam a sua casa. Na porta, Louise se
voltou e abraçou impulsivamente a seu irmão e logo ao Jack.
—Obrigado por tudo, Lou —lhe disse o menino lhe devolvendo o abraço.
—Não tem que me agradecer nada. Você é mi... minha família.
Piscou rapidamente para conter as lágrimas que sabia que lhe podiam escapar, voltou-se para
agradecer de novo sua ajuda ao Gareth e ficou surpreendida por completo. Em vez de manter a distância
com ela, abraçou-a tão fortemente como o tinha feito Jack. Mas a sensação que sentiu entre esses braços
não tinha nada que ver com a que havia sentido abraçando a sua primo.
—Gareth... —foi protestar.
Mas já lhe estava dando um leve beijo na frente e logo um menos leve, tremendamente íntimo e
muito breve, em seus lábios entreabiertos.
—boa noite —sussurrou ele contra esses lábios—. Que durma bem e não se preocupe. Os dois
estarão bem comigo e lhe trarei isso de volta pela manhã.
Logo os três partiram antes de que ela pudesse dizer ou fazer nada.
Quando fechou a porta, precaveu-se de que lhe tremiam as mãos e o coração lhe pulsava tão
rapidamente corno se tivesse deslocado os duzentos metros cerca.

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por que a tinha beijado ele assim? Era só uma reação automática e tinha seguido o exemplo dos
meninos? Mas esse beijo não tinha sido...
Fechou os olhos e o rosto começou a lhe arder. No salão o telefone começou a soar,
interrompendo suas conjeturas.
Capítulo 8
LOU, sou eu —disse Olivia—. Sua mãe me contou o que aconteceu. Onde estão agora os
meninos? Estão...?
—Gareth os levou a seu piso para passar a noite. Não sei se mamãe te há dito que ele está
trabalhando agora aqui.
—OH, sim. Lou, como está Jack? Está...?
—Parece que está bem —respondeu Louise—. Se enjoou no ferry, mas já se recuperou. fomos os
quatro para jantar fora. Meu apartamento não é muito apropriado para cozinhar a sério, mas...
—Mas o que?
—Bom, ele parece estar bem, Livvy, mas apesar de que a culpa seja do Max, não pôde evitar
pensar que há mais que isso. Jack é um menino muito sensível, sabe como é Max e o muito que o
querem a ele meus pais. Não posso evitar me perguntar se esse desejar de encontrar a seu pai não será
algo que leve pensando há já tempo.
—Acaba de dizer exatamente o que eu estava pensando —afirmou Olivia—. Me sinto muito
culpado, Lou. Deveria ter visto, haver imaginado... Mas estive muito pendente de minha própria vida,
das meninas e do Caspar. E Jack me parecia muito feliz e que se acostumou ao feito de que papai e
mamãe já não estavam em cena, assim que me temo que dava por feito que sentia o mesmo sobre a
situação que eu. Mas, é obvio, eu já era adulta quando tudo aconteceu e ele só um menino.
—Esta tarde estive pensando um pouco em tudo. Crie que ao tratar de proteger ao Jack da
verdade não lhe teremos posto mais difícil superar a situação? É um menino inteligente e, por isso me há
dito Joss, tenho a impressão de que esses dois têm uma idéia muito clara do que aconteceu em realidade.
É obvio, o desaparecimento de seu pai teve que deixar ao Jack cheio de interrogantes. depois de tudo,
olhando-o desde seu ponto de vista, talvez sinta que quando David desapareceu se levou as respostas a
essas perguntas com ele.
—É muito perceptiva, Lou —disse Olivia—. Tenho que admitir que não me pus no lugar do Jack
e não tratei que ver as coisas desde seu ponto de vista. Quando papai partiu, eu fiquei tão surpreendida e
traumatizada pelo descobrimento de que ele tinha roubado o dinheiro de136
alguém, que me alegrei de que se foi. Não sei se teria podido suportar a situação se não o tivesse
feito. me partindo tirou a necessidade de ter que fazer nada mais que deixar que seu pai e tia Ruth
esclarecessem a confusão que tinha deixado atrás dele.
—Acredito que está sendo muito dura contigo mesma, Livvy. Eu não sei o que teria feito em seu
lugar. Tenho que admitir que não posso deixar de me sentir solidária com o Jack. Sei que esta vez
conseguimos parar seus planos, mas...
—Mas o que vai passar mais adiante? —a interrompeu Isso Olivia é o que me preocupa.
—Bom, tive uma idéia... Mas é só isso, uma idéia.
—Segue.
—Bom, talvez se Jack se sentisse menos isolado, se meu pai o pudesse relacionar com suas
próprias pesquisas para tratar de localizar a seu pai... Se Jack se visse envolto nisso de algum jeito, pelo
menos isso poderia evitar que escapasse do colégio e lhe faria ver como se, de algum jeito, controlasse
as coisas.

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—Estou de acordo. Acredito que tem muita razão. Falarei disso com seu pai, e com o Jack. O que
me recorda a razão pela que te chamei, para te dizer que Saul vai recolhê-los. Ao parecer tinha que ir de
todas formas por negócios e não lhe importa fazê-lo.
—Quando chegará? —perguntou-lhe Louise tranqüilamente.
—Terminará com o que tem que fazer no meio da tarde. Olhe, tenho que pendurar, Alex está
chorando. Obrigado de novo, Lou. Agradeço-lhe isso muito. Foi toda uma surpresa quando sua mãe me
chamou para me contar o que tinha passado.
—Me imagino.
—Lou, não há problema em que Saul vá recolher os, verdade? —perguntou-lhe Olivia
preocupada.
—Absolutamente —respondeu ela sinceramente.
—Isso é o que disse Tullah...
Quando pendurou, Louise pensou que essa era outra prova de sua maturidade. Agora só se
alegrava de ver o Saul como o faria com qualquer outro membro da família. Saul não era mais que isso
desde fazia muito tempo. Desde aquele verão na Toscana...
Louise abriu os olhos repentinamente. Tinha estado sonhando com o Gareth. Em seu sonho tinha
estado tratando de tocá-lo, de abraçá-lo e beijá-lo, mas cada vez que o fazia, ele se afastava.
Olhou o despertador e viu que logo teria que levantar-se, o que não lhe importou já que
tampouco queria voltar-se para dormir. Não se ia seguir tendo essa aula de sonhos.
depois de tomar o café da manhã, chamou a sua chefa a sua casa, contou-lhe o que tinha
acontecido e lhe pediu o dia livre, coisa que Pam não teve problema em lhe conceder.
Acabava de terminar de limpar a cozinha quando chegaram Gareth e os meninos. Quando lhes
abriu a porta se sentiu aliviada ao ver que Jack sorria.
—Obrigado por lhes deixar uma cama para passar a noite —disse ao Gareth.
Uma vez no salão disse aos meninos que tinha chamado a casa. Surpreendida, precaveu-se de que
Gareth tinha fechado a porta e se uniu a eles.
—Mais tarde virá Saul a lhes recolher e lhes levar de volta.
—Saul?
Os três repetiram esse nomeie com distintos tons de voz, mas foi a do Gareth a que mais chamou
a atenção a ela e seus olhares se encontraram.
Então viu a condenação refletir-se na dele.
Louise se deu conta também de que Jack estava começando a sentir-se incômodo, assim que lhe
disse rapidamente:
—Está bem, Jack. Meus pais o entenderam. Deveria lhes haver dito que queria procurar a seu
pai. Talvez meu pai não se preocupou muito de te manter informado de tudo. Já sabe que tratou que
encontrar a seu pai Y...
—É certo que papai terá que ir ao cárcere se voltar para Grã-Bretanha? —interrompeu-a Jack.
—Quem te há dito isso? —perguntou-lhe Louise surpreendida.
Jack agitou a cabeça.
—Ninguém. Pelo menos não com essas palavras. Mas Max...
—Max é um criador de problemas. É como...
—Como meu pai? —interrompeu-a Jack de novo.
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Louise se mordeu o lábio inferior. Gareth seguia ali e não parecia ter a menor intenção de partir,
mas aquela não era uma conversação que ela queria ter com um observador diante, um observador
crítico.
—Por isso eu sei, Jack, seu pai nunca foi motivado pela malícia e, tenho que admitir que Max
está acostumado a fazê-lo. Mas a verdade que seu pai e Max compartilham alguns rasgos de caráter.
—Tio Jon me disse uma vez que a razão de que meu pai seja como é, é porque... porque o avô o
mimou muito.
—E é certo, o avô o mimou —admitiu Louise—. E também ao Max. Isso deu aos duas a
impressão de que tinham o direito a ficar a si mesmos por diante de tudo.
—Tio Jon me disse também que não se deveria culpar por completo a meu pai, porque as
esperanças que o avô pôs nele o submeteram a muita pressão.
—Sim, o avô está acostumado a esperar muito de seus favoritos.
—Papai não pode nos haver querido muito a mim e ao Livvy, verdade? Se não, não teria feito o
que fez. O tio Jon nunca desapareceria e lhes deixaria...
—Estou segura de que ele te quer, Jack —lhe contradisse Louise—. O fato de que desaparecesse
não significa que não lhes quisesse. De fato, imagino que uma das razões pelas que partiu foi porque
lhes quer muito aos dois. Certamente pensou que, desaparecendo, estava-lhes protegendo de algum jeito.
—De verdade crie isso? —perguntou-lhe Jack inseguro.
—Estou segura disso.
—A que hora chegará Saul? —interrompeu-os Joss.
—Tem uma reunião de negócios antes, assim chegará depois de almoçar. Querem fazer algo em
particular até então? Tomei-me o dia livre no trabalho...
—Gareth nos vai levar a um sítio onde poderemos navegar por Internet —lhe disse Joss muito
excitado.
Louise abriu a boca para dizer que Gareth não tinha direito a organizar essas coisas sem falar
antes com ela, mas se arrependeu.
—Pode vir conosco se quiser. Não é assim, Gareth?
—Vá, obrigado —disse ela.
Olhou então ao Gareth, médio esperando-se que compartilhasse a graça de que Joss pudesse
pensar que esse oferecimento fora uma grande honra.
Mas em vez de sorrir, Gareth tinha o cefio franzido e disse secamente:
—Foi idéia tua que Saul devesse recolher aos meninos?
Louise o olhou fixamente.
—Não, a verdade é que não...
Mas antes de que pudesse terminar, lhe disse sarcásticamente: —Já vejo. Assim só foi uma
afortunada coincidência, não?
Louise olhou então aos meninos, que estavam falando de ordenadores muito entusiasmados como
para ofries.
—Não sei o que está tratando de me dizer. Mas para sua informação, Saul é...
—Sei perfeitamente o que é Saul para ti —a interrompeu ele—. Céus, é que não...?
Gareth se interrompeu quando viu que Joss os estava olhando sentido saudades.

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Penny Jordan O Amante Perfeito
—Será melhor que vá a por minha jaqueta —disse ela—. Está muito longe esse sítio? Vamos
andando O...?
—Não, levarei-lhes em meu carro —respondeu Gareth bruscamente.
—Se os dois terminastes, acredito que deveríamos pensar em voltar para piso —disse Louise ao
Joss e Jack.
Gareth tinha insistido em convidá-los a almoçar em um pequeno restaurante italiano perto de
onde tinham acontecido a manhã e agora já estavam partindo.
Louise o olhou sonriendo e lhe disse:
—Não é necessário que nos leve. Tomaremos um táxi.
Durante toda a manhã tinha sido evidente a hostilidade dele e, apesar de que não queria mostrar
que lhe afetava, estava começando a ser muito para ela.
—Temos que passar pela casa do Gareth para recolher nossas coisas —lhe recordou Joss.
O coração deu um salto a Louise, mas era certo.
Desgraçadamente além disso, quando chegaram ao edifício onde viviam, Saul já os estava
esperando abaixo.
—Saul, sinto-o —se desculpou ela—. Não acreditava que viesse até dentro de um momento.
—Não se preocupe —respondeu Saul sonriendo e logo olhou ao Gareth pensativamente—.
terminei minha reunião antes do que esperava.
Logo se dirigiu ao Gareth e estendeu a mão sonriendo.
—Você deve ser Gareth. Eu sou Saul Crighton, o primo da Louise...
—E nosso —acrescentou Joss.
—Sim, sei —respondeu Gareth secamente, ignorando a mão que lhe oferecia Saul e logo se
voltou para os meninos—. Suas coisas seguem em minha casa. Irei...
—OH, sim, será melhor que vão agora com o Gareth —o interrompeu Louise rapidamente,
vendo a oportunidade de conversar um momento em privado com o Saul para lhe explicar o acontecido.
por cima das cabeças dos meninos, Gareth lhe dirigiu um olhar corrosivo. Louise apartou o olhar.
—Não é exatamente amigável, verdade? —disse-lhe Saul quando estiveram sozinhos.
—Refere ao Gareth? É minha culpa, eu... O certo é que se acredita que tratei que manipular a
situação para poder estar um momento a sós contigo —disse já dentro de seu apartamento—. O era meu
tutor quando... quando o do baile de disfarces Y... Tem razão em pensar que queria estar a sós contigo,
mas não pelo que suspeita, a não ser para falar do Jack. Não sei o que te contou Livvy.
—Não muito, só que lhe colocou na cabeça encontrar ao David.
—Sim, isso. tratei que falar com ele, mas me preocupa e me perguntava se talvez você...
Necessita alguém em quem confiar, alguém com quem pode falar e confiar.
—Farei o que possa —lhe prometeu Saul.
—Acredita que seu pai não o quer.
Saul começou a franzir o cenho e, de repente, a Louise lhe encheram os olhos de lágrimas.
—Lou...
Mas ela agitou a cabeça e tratou de sorrir.

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—Saul, sinto muito. É só que não posso entender por que sou tão tola. poderia-se pensar que
tinha aprendido a lição de não amar a um homem que não me corresponde depois do que me passou
contigo, mas...
—Um homem que não te corresponde esse amor... Estamos falando de seu extremamente pouco
amistoso amigo e ex-tutor Gareth Simmonds?
Louise agitou a cabeça, mas não serve de nada, os sucessos das últimas horas estavam causando
seu efeito nela e quão seguinte soube foi que estava nos braços do Saul, com a cabeça apoiada sobre seu
ombro e ele a estava consolando igual ao tinha feito fazia anos, quando ela era só uma menina e se feito
mal em um joelho. Mas essa classe de ferida não se podia nem comparar com um coração quebrado e,
ela já não era nenhuma menina, a não ser uma mulher, pensou Louise.
—Estou sendo uma idiota. Sinto-o —se desculpou ela.
Ainda estava sonriendo a sua primo e entre seus braços quando se abriu de repente a porta e
entraram no salão Joss e Jack, seguidos pelo Gareth.
A visão da Louise nos braços do Saul não afetou para nada aos dois meninos, mas a reação do
Gareth foi muito distinta.
deteve-se em seco na porta e disse secamente:
—Sinto-o se tivermos interrompido algo íntimo.
Louise começou a apartar-se automaticamente, mas Saul, para sua surpresa, não o permitiu e,
enquanto lhe dava um pequeno beliscão de advertência fora da vista do Gareth, disse:
—Eu também o sinto.
Deu- as costas ao Gareth Para que não visse a cara a Louise e acrescentou carinhosamente:
—O que te disse a última vez que nos vimos foi muito a sério, já sabe. Sempre será muito...
muito especial para mim, Lou.
Louise ficou pasmada. O que estava tratando de fazer Saul? Devia saber a interpretação que ia
lhe dar Gareth a essas palavras com toda segurança.
—Vamos, vós dois —lhes disse Saul aos meninos.
Logo a esteve acostumada e se dirigiu ao Gareth formalmente:
—Parece que lhe devo meu agradecimento.
Depois, tomou a mão da Louise, a levou aos lábios e a beijou carinhosamente antes de voltá-la
para abraçar durante uns segundos.
Louise não os acompanhou abaixo; as pernas lhe falhavam.
O que tinha feito que Saul se comportasse tão... extrañamente? Devia ter sido tão evidente para
ele como o tinha sido para ela que ao Gareth não tinha gostado de nada esse comportamento. Fechou os
olhos e se apoiou no sofá quando ouviu fechá-la porta de seu apartamento. Capítulo 9
FI S que perdeste a cabeça? É um homem casado, Por Deus! E não importa o muito que lhe
possa gostar de ter um pouco de sexo fora do matrimônio contigo, já que estou seguro de que isso é quão
único tinha em mente. Paraste-te a pensar que, se realmente te quisesse, se lhe importasse, se tivesse o
mais mínimo respeito ou afeto por ti, nunca haveria...?
—Gareth... —respondeu ela abrindo os olhos—. Acreditava que te tinha partido. O que...?
—Por Deus, Louise. Pode que ele seja sua primo, pode que você o siga amando, mas...
Para aquilo Louise foi já muito.
—Não, não o amo —lhe corrigiu—, Ou, pelo menos, não como está dizendo você. E, embora o
fizesse...
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—Se não o amar, o que fazia aí entre seus braços?
—Só me estava abraçando, me consolando...
—te consolando? Vá, agora já ouvi tudo o que tinha que ouvir...
—Isso é certo —lhe interrompeu Louise—. O tem feito. Ou, pelo menos, ouviste tudo o que vai a
ofr e, se quiser que te diga a verdade, Gareth, eu ouvi muito de sua parte. Quero que vá. Tem que partir,
porque se não o faz...
calou-se, incapaz de dizer mais. Então uma brilhante lágrima lhe caiu pela bochecha. Logo
outra...
—OH, céus, Louise, como pode amar a um homem que não...?
—Que não me ama?
Gareth, em vez de obedecê-la, aproximou-se um passo.
—Um homem que não se merece seu amor —a corrigiu ele—. Sei o que sente por mim, Lou. Sei
o mal que te caio e o muito ressentida que está comigo...
Louise emitiu um som que era mescla de dor e risada.
—Não, não sabe —respondeu ela corajosamente—. Não sabe o que sinto. Porque se soubesse...
Gareth, por favor, não posso suportar isto. Tem que partir.
Mas, inexplicavelmente, em vez de obedecê-la, ele a sujeitou e lhe disse:
—Pode que não saiba o que você sente, Lou, mas sim sei o que sinto eu e como me hei sentido
há uma eternidade. Pensar que estava desperdiçando seu amor, sua vida, com um homem que... esteve-
me destruindo. Já sei que é sua primo, mas...
Por fim, Louise perdeu todo controle sobre si mesmo.
—Por última vez, Saul não é o homem que amo. Você é esse homem, Gareth. Você é o homem
ao que amo, o único homem ao que amei e ao único ao que quis fazê-lo. A razão pela que Saul me
estava abraçando era porque acabava de lhe dizer isto Y... Gareth! Gareth, me solte! —disse ela quando
ele a abraçou quase afogando-a.
—Diga-o outra vez. Ama-me? Desde quando? Porquê?
Fechou os olhos e tratou de tranqüilizar-se. Quando os voltou a abrir, a Louise lhe acelerou o
pulso quando viu como a estava olhando.
—Poderemos falar mais tarde —disse ele brandamente—. Agora há algo mais importante que
preciso fazer. Mais importante e muito mais agradável.
—Gareth... —protestou Louise fracamente.
Mas já era muito tarde, Gareth a estava beijando e lhe estava respondendo. Seu corpo se fundiu
contra o dele.
—Não... —sussurrou ela, mas essa palavra foi mais de prazer que uma negativa real.
Foi o beijo mais largo e doce de sua vida, pensou ela Enquanto Gareth a acariciava e lhe devolvia
as carícias. sentia-se enjoada, com uma mescla de desejo e incredulidade, incapaz de reconhecer que
aquilo estivesse acontecendo realmente, que estivesse em braços do Gareth, que ele a estivesse beijando,
abraçando, amando, como se de verdade o sentisse.
—Tem idéia do muito que estive desejando fazer isto? —disse ele contra seus lábios—. Do
muito que ansiei te tocar, te beijar, te amar?
—Eu acreditava que me desprezava, que você não gostava.

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—Desprezava-me mesmo, estava aborrecido comigo mesmo. Mas não a ti. Quando cheguei à
vila essa manhã e vi que lhes tinham partido, pensei ao princípio que era porque te tinha afetado tanto o
que tínhamos feito, que seus pais... Mas logo María me disse que tinha havido algum problema em sua
casa.
—E me afetou o que fizemos. Mas não como quer dizer. Sabia que tinha desfrutado com o que
tínhamos feito, e que me fez sentir coisas... fazer coisas... que não tinha tido nem idéia até esse momento
de que pudesse sentir ou fazer. Mas não me dava conta até os natais seguintes do que me tinha passado.
Disse-me mesma que te odiava, que me alegrava de que não fosse já meu tutor e de que não houvesse
mais contato entre nós. Inclusive consegui me convencer a mim mesma de que seguia apaixonada pelo
Saul, de que simplesmente tinha transferido o que sentia por ele em uma resposta física a ti.
—Bom, certamente me convenceu —interrompeu Gareth—. Disse seu nome quando eu...
—Nem sequer sei que o fizesse. Deveu ser um reflexo de amparo. Uma forma de tratar de me
convencer a mim mesma de que você não foi... de que você não estava...
Calou por um momento quando ele começou a acariciá-la por cima do decote e seus seios
responderam imediatamente a esse contato.
—Quando voltei para casa esta última vez, estavam ali Saul e Tullah. Todo mundo estava tendo
muito cuidado comigo como se fora uma bomba sem explorar. Admito que tinha estado temendo vê-los,
mas quando o fiz... O era só Saul de novo. Só minha primo e nada mais. Realmente não posso entender
agora como pude pensar alguma vez... Desde que estivemos na Toscana, sonhei contigo. Uns sonhos nos
que... Acreditava que os tinha porque tinha sido contigo... Então era tão inocente e teimosa. Não quis
admitir a verdade para mim mesma, mas olhei ao Saul e te desejei tanto a ti...
Então os olhos lhe encheram de lágrimas e Gareth a olhou amorosamente.
—Eu também pensava em ti —lhe disse—. Me perguntava o que estaria fazendo, com quem
estava, desejava que fora eu e não ter sido tão estúpido para ceder a uns sentimentos que sabia que eram
perigosos.
—Mas você não me amava quando nos deitamos. Não me amava então.
Gareth a olhou fixamente.
—Tem razão. Foi muito inocente. É obvio que te amava. Não te acreditará nem por um momento
que eu haveria... que um homem que não ama...? Não pode ter acreditado que eu tenho tão poucos
princípios como para...?
—Eu pensei que o fez porque estava zangado comigo. Que só era uma espécie de reação
masculina —disse ela.
—Uma reação masculina... —disse ele rendo-se—. OH, isso sim é certo. Uma muito masculina
reação. Da classe de reação que se produz quando um homem, apaixona-se profunda e
apaixonadamente. Poderia te haver matado quando me disse que tinha pensado perder sua virgindade
com o Giovanni, sabe?
—Bom, certamente você me deixou claro que não acreditava que fora uma boa idéia —admitiu
Louise—. Quando te apaixonou por mim?
—Começou uma tarde em uma classe. Você estava discutindo apaixonadamente sobre algo que
não recordo. Então te olhei e, de repente... Aconteceu. Disse-me mesmo que não tinha que ser tão idiota.
Inclusive me recordei todas as razões pelas que isso não podia funcionar. E então você começou a deixar
de vir a classe, fazendo que Katie te suplantasse...
—Ela me disse que te deu conta.
—É obvio que me dava conta. E também meu corpo. Nunca reagi com o Katie como o faço
contigo. Então descobri que você estava apaixonada por outro... —disse Gareth e agitou a cabeça
pesadamente—. Esse dia em que fui a sua habitação e te encontrei meio bêbada...
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—Então me senti tão humilhada porque me visse assim... E logo apareceu na Toscana.
—Tampouco eu gostei de muito. Tinha ido ali para tratar de pôr as coisas em sua justa
perspectiva, para tratar de controlar minhas emoções e, em vez disso...
—por que não me disse algo? O que sentia?
—Como o ia fazer quando você já me havia dito que ao único homem ao que amaria sempre era
seu querido Saul?
—Na Toscana me dava conta de que só tinha sido um amor juvenil que já tinha terminado, mas
tinha organizado semelhante drama que não podia deixá-lo de qualquer jeito. E então você me levou a
cama e me dava conta de que tinha razão... que só tinha sido uma menina. Mas depois daquilo, despertei
como mulher e foi então, como mulher, quando comecei a me dar conta de que te amava —lhe disse
Louise brandamente—. Não podia repetir todos os enganos que cometi com o Saul. Não podia te
envergonhar a ti e me humilhar a mim mesma te fazendo passar por todas as estupidezes que tinha feito
para tratar de chamar a atenção do Saul. Não queria fazê-lo. Então já sabia o ridícula e egoísta que tinha
sido. Soube o diferente que era o amor real de adulta da fantasia adolescente que tinha sofrido. Então
tinha acreditado que, silo tentava o suficiente, poderia fazer que Saul me amasse. Contigo... Contigo
soube que a única maneira em que seu amor poderia ser minha era se vinha para mim livremente e,
pensei que nunca o faria...
—Equivocava-te então, porque já o tinha —sussurrou Gareth—. OH, Lou, quando penso no
tempo que desperdiçamos, nos dias, os anos, as noites que passamos separados quando poderíamos ter
estado juntos.
—Sobre tudo as noites —admitiu Louise sonriendo.
—passou muito tempo. E não houve ninguém para mim após, Louise.
—Nem tampouco para mim —disse ela um pouco timidamente—. O que fizemos, a forma em
que me senti, foi tão... tão boa, que temia destruir essa lembrança, já que sabia que ninguém mais
poderia me fazer sentir igual a me tinha feitos sentir você.
—Ninguém mais? Nem sequer Jean Claude?
Louise se pôs-se a rir.
—Ninguém mais. E, sobre tudo, não Jean Claude... Gareth! O que faz?
O se apartou de repente e foi a pelo telefone. Marcou e começou a falar.
—Paul, sou Gareth. Olhe, não vou estar localizable durante uns dias. Um assunto de família
muito urgente. Sim. Bom, acredito que não há outra reunião do comitê até o mês que vem. Poderia
cancelar todas minhas entrevistas da semana que vem, por favor? Ah, de passagem, poderia chamar o
aeroporto e reservar dois lugares para Pisa? Pode me chamar a este número —disse lhe dando o dela.
Logo pendurou sem mais.
—Toscana —disse ela e lhe brilharam os olhos.
—Toscana.
—Mas Pam.
—Não há peros. Pam as poderá arrumar sem ti durante um par de dias. Não sei como me vou
arrumar isso eu para manter apartadas as mãos de ti até que cheguemos à vila. Dá-te conta de que há um
par de horas de caminho entre o aeroporto Y...?
—A vila. Mas pode que não esteja vazia e você pode...
—Se não o estiver, então obrigarei a quem está a que parta —respondeu ele decididamente—. E
além disso, a vila de minha família está vazia neste momento. Pode que não seja o mesmo...

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—A vila de sua família? Com a piscina...? Essa piscina onde te vi nadando o dia em que me
danificou o carro?
—Essa mesma.
Louise fechou os olhos e suspirou extasiada.
—Quero ir ali —lhe disse contente—. Sim, quero ir ali. Por favor...
—É obvio, mas por que?
Louise sorriu.
—Porque foi ali onde me dava conta pela primeira vez do extremamente atrativo que foi, quando
te vi saindo da piscina com esse traje de banho não pude evitar me perguntar como estaria sem ele...
—Muito bem, entendo a indireta.
—E bem? —perguntou- Gareth a Louise quando se inclinou sobre a tumbona e a beijou para
despertá-la.
—E bem o que?
—Que se estiver tão bem sem traje de banho como te tinha imaginado.
Louise riu.
A noite anterior tinham estado nadando nus na piscina e logo tinham feito o amor sobre a grama.
—OH, sim. Mas sempre me pode demonstrar isso de novo se quiser.
—OH, sim que quero.
—Espero que tudo vá bem para o Jack —disse Louise pensando em sua primo—. Acredito que
todos fomos culpados ao não recuamos conta do muito que lhe afetou o desaparecimento de seu pai.
—Deve ter sido difícil para ele. Mas levou muito bem toda a situação. vais ser muito boa mãe,
Lou.
—Mas ainda não. Ou, pelo menos, não até que estejamos casados.
—Não, não até que estejamos casados. Será uma noiva maravilhosa.
—Umas bodas no inverno —exclamou ela soñadoramente
—Tenho que te advertir que tenho pelo menos uma dúzia de sobrinhas que quererão ser suas
damas de honra.
Louise riu.
—De verdade?
—Bom, em realidade, são quatro. Quer te casar comigo, verdade, Lou? —perguntou-lhe ele,
ficando muito sério de repente.
—OH, sim, Gareth. Sim, sim, sim —gemeu ela.
Então ele a beijou e a tumbona rangeu perigosamente com o peso dos dois.
—Louise vai se casar com o Gareth Simmonds —lhe disse Joss a sua tia avó Ruth muito
solenemente quando estavam no salão.
—Isso tenho entendido —respondeu ela sonriendo a seu marido Grant, com o que levava já
vários anos casada, mas cujo amor se remontava a décadas atrás.
—Cai-me bem. Entende as coisas. Maddy estava chorando de novo ontem quando fui ver o avô.
por que Max tem que comportar-se tão mal com ela?
Ruth suspirou.
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—Temo-me que Max é assim, Joss. Alguma gente o é e, quando é assim, necessita-se um
milagre para que troquem.
—Mas os milagres acontecem —disse o menino—. te Olhe a ti e ao tio Grant.
—Sim, acontecem —admitiu Ruth.
—Espero que assim seja com o Max... pelo bem do Maddy.
Ruth o olhou tranqüilamente.
—Eu não poria muitas esperanças nisso, Joss. Não no que se refere ao Max.
—Ainda não me posso acreditar isso do todo —lhe disse Katie a sua irmã geme-a—. Gareth e
você apaixonados e dispostos a lhes casar.
—O que mamãe encontra difícil de acreditar é que vá ser umas bodas tradicional. vai ser na
semana de Natal, que aconteceremos casa, com a família. Logo o Ano Novo em Escócia, com a do
Gareth Y. depois iremos de lua de mel.
Katie estava em Bruxelas com a Louise e Gareth lhes tinha prometido que as convidaria para
jantar fora.
—Cai-te bem sua família?
—OH, sim —respondeu Louise entusiasmada—. Uma pequena parte de mim tampouco termina
de acreditar-lhe Katie. Sinto-me tão... tão especial, tão afortunada... Tão...
—Tão amada?
Louise franziu o cenho. Era uma sombra o que podia notar na voz de sua irmã, em seu olhar? E
se assim era, por que?
—Katie...
Mas sua irmã já se levantou para recolher suas taças de vinho.
—São as seis —disse a Louise—. Será melhor que comecemos a nos mover se queremos estar
listas quando vier Gareth às sete e meia.
—vais estar nas bodas, verdade? Nada de viagens de última hora a inspecionar algum sistema de
rega ou um pouco parecida.
—O que eu inspeciono são documentos, Lou, não sistemas de rega. E sim, estarei ali.
alegrava-se de ter estado sozinha quando recebeu a chamada Telefónica da Louise lhe dizendo
que ia se casar com o Gareth. Louise se tinha tomado seu silêncio como causado pela surpresa. Bom,
sim qtic se surpreendeu, mas...
Louise não era quão única podia amar inapropriada e inoportunamente. Não era que se imaginou
que Gareth pudesse sentir algo por ela, mas tampouco tinha suspeitado que estivesse realmente
apaixonado pela Louise.
De todas formas, os sonhos loucos que tinha tido em seu momento, estavam cuidadosamente
ocultos, agora para sempre. E sim, é obvio que estaria nas bodas, e sorriria por eles e com eles. Como
podia não fazê-lo? Como podia não estar contente por sua irmã geme-a? 6Y como não podia estar um
pouco triste por ela mesma?
—Nunca estaremos sozinhas, Katie —lhe havia dito uma vez Louise—. Sempre nos teremos a
uma à outra.
Mas Louise se equivocou e agora ela sim que estava sozinha. Só e doída.
—Sabia que Gareth soube desde o começo que foi você a que foi a suas classes em meu lugar?
—perguntou-lhe Louise alegremente—. Podia nos diferenciar porque me amava.

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—Sim, já me há isso dito —respondeu Katie.
A mão lhe tremeu levemente quando deixou em seu sítio uma das taças.
—Amo-o muito, Katie. Eu gostaria que você... Quero que seja tão feliz como o sou eu. Quero
que tenha alguém a quem amar e que te ame.
—Eu sou feliz como estou —respondeu Katie e se prometeu a si mesmo que, algum dia, muito
em breve, isso seria certo.

Fim

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