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I
Rua
Ainda é 1960
É um filme do Tim Burton
Minha katana escura na bainha
Chuva molha meu sobretudo
Coturno preto eu piso a cidade
Se ela vier, eu pulo da cobertura
Dinheiro na carteira, uma foto sua
Queda livre, tem sangue na minha manga
Cai de pé outra vez, nada me mata
Nunca amanhece
Tem boate aberta
Eu entro eu paro o tempo mas sem frio
Três segundos o mundo continua
Mas agora eu sou mais um.
II
Bairro
III
Poesia
IV
Fotografia
V
Calçada
VI
Maluca
Você se lamenta
No seu rosto lágrimas escorrem
Enquanto pelo seu braço sangue
Grita meu nome e outros piores
A culpa é minha de ter arrancado sua mão
Eu sei
Mas você apontou uma arma pra mim
Encostou o ferro gelado na minha cabeça
Por não acreditar nas suas mentiras
Ser cético em relação à essa imposição que você faz
Em que sua palavra é única e real
Eu disse que você podia atirar
Se me acha tão errado por saber a verdade
E não dar uma segunda chance
Pra uma vadia obsessiva
Mas você não tem coragem de me machucar
Quando pedia para me arranhar com tudo que pudesse
Você não fazia
Mas agora penso que era porque não queria quebrar suas unhas
Tão falsas quanto seu cabelo
Quanto seus peitos
Quanto seu rosto
Quanto suas palavras
Vazias e espelho do que é você
Agora minha katana tem sangue impuro em seu corpo
Minha garota está banhada em sangue sujo
Ela não vai me perdoar tão fácil
Me retiro desse quarto como sempre me retirei de perto de você
Limpando meu sobretudo e amarrando os cadarços da minha bota
E numa calcinha caída no chão
Devolvo o sangue que escorria pela lâmina
Saio pela porta e todos seus gritos estridentes são apenas plano de fundo agora
Não ouço mais pra mim
Um cigarro aceso até sair pela porta do prédio
Já pela metade, um boa noite para o porteiro
Ele diz que o cuidado é preciso, a rua está perigosa
Um boa noite mais amigável e chego na calçada
Espero o sinal verde
E escuto de longe seus passos pesados descendo as escadas
Atravesso a rua no tempo exato
Olho pra trás e você corre em minha direção estancando a ferida
Suja, sem roupa, sem palavras falsas
Implorando a minha volta e a minha morte
Foi a vez que mais te vi sendo você
Ironicamente, nos seus últimos
Até que no meio da rua o caminhão de sorvete chegou
Junto de você
Você devia ter ouvido o porteiro
A rua está perigosa.
VII
Burger king
VIII
Pessoas
Quis me agradar a alma
Como eu agradei seu corpo
Disse que tenho personalidade
Garota, eu tenho esquizofrenia
Era escuro e ela tentava entender onde eu estava
Antes que ela percebesse em pulei pela janela
Em queda livre
O ar corta meu rosto e me livra da pele que visto
Não uso máscaras com outros rostos
Apenas não me sinto o que sou
E antes que chegue a uma conclusão textual
Ou tenha mais cinco linhas
Caio no chão, em pé
O mundo me tirou da paz que é cair pra morte
Meu peito se enche de frio
O foco das atenções agora anda como se nada tivesse acontecido
Pessoas são aglomerados de outras pessoas
Essa cidade é um aglomerado de pessoas
Que assim como eu
Tem problemas razões obsessões e paixões
Ou não são tanto assim como eu
Ainda me falta uma razão
Encontrar algo que minha katana não corte
Uma altura que não me deixe cair de pé
Um corpo que não tremule quando meus olhos o tocam
Ou um pacote de Ruffles sabor estrogonofe
Mas de resto
Sou uma pessoa
Com paixões por garotas e armas
Obsessões por mulheres e drogas
Dentes caninos maiores pele mais clara e olhos mais profundos que depressões oceânicas
E sangue
Não falta sangue
Nessa rua nessas pessoas nessa cidade
Não me falta sangue
Mas pessoas tem sangue impuro
O tanto que tem pensamentos impuros
O tanto que ajo de maneira impura
Porque aqui é meu mundo
E assim, o meu reflexo
Tudo é vazio e não existe
Não é fácil usar preto ter presas e ser negativo com o sol.
IX
Principal
Eu não sou um personagem de anime
Roubei um mangekyou
A katana certa no evento eu comprei
Achei a proposta certa e tomei sangue puro
Agora corto e pego seu kagune
Todos contos futuros
Nada foi por acaso
Dependendo da realidade
Eu já era pra ser
Mas tem toque da sorte
Aquilo que coloca exatamente você exatamente ali
Do nada
Só pra ser
Foi ela no começo
Mas tudo ruiu no começo
E por acaso era eu
Ali foi decidido em um universo
Que realmente seria eu
Apenas no meu universo, talvez
Mas pulo por tantas diariamente
Já não me lembro tanto
Tantos dias com o tempo parado
Eu devia parar de alterar o natural
Aproveitar o dia
E não pular pro amanhã
Pro que era ontem.
X
Saudade
Segundo capítulo
Amores e como acontecem nesse universo
XI
Pele artificial
XII
Meio certo
Se pá
Ela era da minha escola
Um dia me foi sugerido
Não faz muito meu tipo
São novos horizontes
De gorrinho vermelho
É festa temática e me chamaram
É a primeira vez
É uma decisão
Pra mim e pro anfitrião
Vi comentários no post
Me pregaram como atração da noite
Opiniões divididas
Groupies sentem cheiro do escuro
Otakus posers me odeiam
Eu atiro em todos
Ela deu amei
Esperança é uma puta
Peças em seus devidos coldre
Sexta feira eu brilho mais que a lua
A vida não é fácil
Sou só mais um tomando chuva
Procurando a rua
Logo na frente o neon brilha minha pele
Eu entro rosa
Adolescentes me notam
Garotas querendo dar md através de beijo
Noobs com camisas de time e anime
Usam preto mas são tão claros
Em suas ações
Casuais não entendem partida ranqueada
Vendo ela de longe
É passo por passo até lá
Menos dark do que nas fotos
Se eu fosse foto ela comentava Beelzebub
E ela comentou exatamente isso
Não toma do meu copo de plástico
Eu sempre ando com um canudo de inox
Dez minutos
Cortando assunto como eu corto rostos
Tem boato sobre saídas dramáticas
Garotas com olhos grandes me perguntam
Não se decepciona um fã
Roubei um beijo dela e cumpri
Quiseram saber pra onde foi
Porque o clima ficou leve
Disseram que só foi no banheiro
Janela aberta
Vultos correm
Pulei e não volto mais aqui.
XIII
Hype bitches
XIV
Vinho barato
XV
De novo
save me please.
XVI
A pior
XVII
dei huc
Existem monstros
Você não acredita
Mas não é sobre acreditar
É saber
Tattoo de Buda na costela esquerda
Amo o divino
O livro é um livro sagrado
Último fiel num mundo de luzes
Quando tocou você chorou
Devo amar quando ouço
Minha pele derrete fria
E eu sinto o som
Essa minha religião
Um homem numa caixa acústica
Que assusta pessoas a noite
Me explicou que
Histórias não precisam ser longas
Precisam ser boas
E únicas entre si
E eu amadureci
Entendi o que era eu
Viajei por dimensões demais
Pra sentar no sofá
E costurar a pele de aço
Entrelaçando linhas
Criando tranças
Numa teia de caminhos
Que estão em cada um
E todos procuram
Rezamos a noite
Pra antes de dormir pecar
E aquele vê
E nos escreve cartas pra salvação
Ao menos, é o que está escrito
Na pele de quem você lê agora.
XVIII
Nossos cachos
XVIV
Ex favorita
Terceiro capítulo
Armas explicações e aventuras
XXI
O que lembro
XXII
O ato de existir
XXIII
Olhos de outros
XXIV
Tic tac boom
Tic
Tac
Boom
Led da geladeira
Dm aguardando
São poucas respostas
Todas bem mentirosas
Fim de semana fora
Sofá pra relaxar sozinho
E pela primeira vez
Não é solitário
Deitar de madrugada
Luzes apagadas
Essa cidade não dorme
Eu não durmo nela
Corações trancados
Por pessoas e chaves
Ninguém abre pra mim
Eu só abro outras coisas
Na ponta do dedo
Mas ainda assim eu sou uma marionete
Nos dedos de unhas escuras
Elas tem mangekyou infinito
E eu sou romântico
Canto pra ela olhando pra lua
Tsukuyomi
Eu adormeço nessas mentiras
São jogos de espelhos
Sempre guardamos segredos
Sobre o que somos
E o que devemos
A nós mesmos
Autoconhecimento
Através de plantas
Eu tomei ayahuasca
Três vezes na semana
Pra chegar aqui
E mentir pra você
Tattoo no lado esquerdo
Eu sinto, eu não sou perfeito
E você também não.
XXV
o que aconteceu?
XXVI
Maldição por maldição
XXVII
Em 31 dias
A hora chega
E eu tenho que provar pra que venho
Meu maior oponente
O Deus Demônio
Criação de todo mal
Emana dessa lua
Não posso decepcionar
Dependo disso
Bem mais que um acerto de contas
É a minha provação
Uma eternidade pela frente
E a razão de eu existir
Preciso provar
Pra que vim
Sem rimas e dramas
Vem chegando minha hora
Mas pra que eu faço isso?
Você me pergunta e não espera resposta boa
Boa e coesa
Como todas minhas ações
Guiadas por uma mente distorcida
Deturpada e degradada
Bem mais que doenças mentais e vícios
Eu só existo por uma razão
Porque eu quero
Tudo que faço advém disso
Um dia ouvi
Faço o quero, comprei juliet
Não quero jóias, não faço por mulheres
O lado do mal também tem seu mal
O vento leva a fumaça
Me trás a aura daquele que olha
Acima de mim
Acima da minha maldade
A causa criada pela violência e ódio
Pelo estupro e inveja
Por tudo que corrompe
Pra existir, depende do mal humano
E isso eu exalo
Você percebe quando chego
Quando nubla a visão
O sangue gruda o pano no corpo
Cai de costas no chão
Furado e esvaindo o que te resta
Alimenta meu inimigo
Alimenta minha espada
Minhas vontades mais profundas e sombrias
Em um mundo sujo e degradado
Por tecnologias, entretenimentos e consumos fúteis
Mas quem sou eu pra julgar o que você faz?
Só mais uma sombra negra te observando no escuro canto do quarto
Morcegos pelo céu
Me informam o quão próxima está a hora
Talvez seja meu fim
Um dia eu me suicido
Mas não hoje.
XXVIII
North North North