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Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia Mecânica
Disciplina de Laboratório de Térmica
Belo Horizonte
2023
Relatório - Determinação da emissividade direcional-total em módulos fotovoltaicos
Turma: PD1
Orientador: Prof. Vitor Furtado Paes
1. INTRODUÇÃO
No cenário das energias renováveis, a energia solar destaca-se como uma das que
mais crescem no mercado, oferecendo a perspectiva de reduzir diretamente a dependência de
combustíveis fósseis nas matrizes energéticas. Contudo, a eficiência e o desempenho dos
sistemas fotovoltaicos são influenciados por diversos fatores, tais como umidade, temperatura
de operação, sombras e sujeira. Diante da necessidade de monitorar e aprimorar o
funcionamento desses módulos, a termografia emerge como uma alternativa viável para a
análise desses sistemas, sobretudo por ser uma técnica não invasiva e de alto desempenho.
1.1. Objetivo(s)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Materiais
Item Especificação
Capacidade 5 kVA
Fases 1
Temperatura ambiente -5ºC a 40ºC
Frequência 60 Hz
Corrente de saída 20 A
Dimensões 300x260x230 mm
Peso 16 kg
Item Especificação
Máxima potência 10 W
Tolerância de potência 0 a 3%
Tensão de circuito aberto 22,5 v
Corrente de curto-circuito 0,60 A
Eficiência do módulo 11,34%
Temperatura de operação -40 a 85ºC
Item Especificação
Resolução 24 bits
Temperatura de operação 0ºC - 60ºC
Erro de medição de tensão ± 80 mV
Erro de offset ± 20 μV
Erro de ganho 0,1%
Peso 350 g
Item Especificação
Faixa de medição (ºC) -10ºC - 60ºC
Faixa de medição (%) 0% - 100%
Taxa de aquisição 10 segundos
Resolução 0,1ºC; 0,1%
Incerteza de medição ± 0.4ºC; ± 3%
Item Especificação
Tipo de detector Microbolômetro
Campo de visão (FOV) 25º x 18,8º
Taxa de aquisição 60 Hz
Operação espectral 7,5 μm a 13 μm
Medição de temperatura -20ºC a 350ºC
Resolução digital 16 bit
Incerteza de medição ± 2ºC ou ± 2%
Bancada de teste – Vide Figura 6;
Resistência elétrica;
2.2. Metodologia
Logo após, encheu-se o tanque de água até o nível em que que a bandeja fique
submersa, assegurando, assim, a ausência de bolhas de ar entre o módulo e a bandeja, que,
em seguida, foi cuidadosamente posicionada na bancada, juntamente com o módulo
fotovoltaico, procurando minimizar o deslocamento de água.
Após a coleta desejada, os dados obtidos foram checados com o objetivo de assegurar
a consistência e integridade das informações. Finalmente, esses dados foram armazenados em
um computador para análises posteriores, cujos resultados quanto à avaliação das
propriedades ópticas dos módulos fotovoltaicos estão detalhados na próxima seção do
presente relatório.
τ atm εE ( T ob ) (Eq. 1)
No qual:
T ap=[ ε obj τ atm T 4obj + ( 1−ε obj ) τ atm T 4ref + ( 1−τ atm ) T 4atm ]
0 ,25
(Eq. 5)
Na qual:
φ%
exp ( h1+ h2 T atm + h3 T atm +h4 T atm ) (Eq. 6)
2 3
ω=
100
[
τ atm=K atm exp −d
0 ,5
( α 1+ β1 ω0 , 5 )] + ( 1−K atm ) exp [−d 0 , 5 ( α2 + β 2 ω0 , 5) ] (Eq. 7)
Nas quais:
K atm =¿ 1,9
α 1=0,066
α 2=0,0126
β 1=−0,0023
β 2=−0,0067
h1=1,5587
−2
h2 =6,939 x 10
−4
h3 =−2,7816 x 10
−7
h 4=6,8455 x 10
A emissividade total pode ser determinada de maneira experimental, equipando a
amostra analisada com um termopar e ajustando no software controlador da câmera o valor
de emissividade até que as leituras de temperatura da câmera e do termopar se igualem.
Dessa forma, os autores propõem o uso de uma rotina de pós processamento que é
capaz de corrigir as medições feitas por câmeras infravermelhas comerciais para uma
abordagem não cinzenta.
Para condições de céu nublado, o modelo de Bliss (1961) teve a melhor concordância
com o procedimento do termovisor, enquanto em condições de céu limpo, todos os modelos
divergiram, embora Berger et al. (1984) e Berdahl e Fromberg (1982) tenham se saído
ligeiramente melhor.
Por fim, a metodologia proposta se mostrou precisa, ainda que seja uma alternativa de
relativo baixo custo.
2.4. Resultados
Por meio das medições realizadas durante o ensaio, foram obtidos os dados
experimentais destacados nas Tabelas abaixo a partir da leitura dos valores registrados pelos
equipamentos e instrumentos já mencionados:
Em que:
α - Ângulo de observação;
T m- Temperatura do módulo;
φ - Umidade relativa;
d h- Distância horizontal;
d v- Distância vertical;
d - Distância de medição.
d=d v ∙ cos (α )
d h=d v ∙ tan(α )
Em que d v =0 , 3 m, de acordo com a medição feita com auxílio de uma trena métrica.
T obj =T m
φ %m
exp ( h1 +h2 T atm ,m +h 3 T atm ,m +h 4 T atm ,m ) (Eq. 6)
2 3
ω m=
100
[
τ atm=K atm exp −d
0 ,5
( α 1+ β1 ωm 0 ,5 )] + ( 1−K atm ) exp [−d 0 , 5 ( α 2 + β 2 ωm0 , 5 )] (Eq. 7.1)
Neste caso, considerou-se d como a maior distância de medição (d máx ), isto é:
d=d v ∙ cos ( α )
d máx =0 , 3 ∙cos ( 70° )
Desvio
Dimensõe Pixels Valor máx. de Valor mín. de Valor médio de
α [graus] padrão da
s [un] emissividade emissividade emissividade
amostra
0° 240 x 320 76800 1,657 0,299 0,969 0,402
10° 240 x 320 76800 1,665 0,312 0,995 0,395
20° 240 x 320 76800 1,686 0,293 0,975 0,404
30° 240 x 320 76800 1,664 0,249 0,939 0,414
40° 240 x 320 76800 1,655 0,195 0,880 0,433
50° 240 x 320 76800 1,610 0,100 0,798 0,447
60° 240 x 320 76800 1,649 0,021 0,384 0,429
70° 240 x 320 76800 1,546 -0,026 0,218 0,341
Plotou-se também os histogramas (centrados no valor médio obtido) das
emissividades provenientes das matrizes de dados para cada ângulo de observação (α ), os
quais estão apresentados a seguir:
Por fim, foi plotado o gráfico polar (vide Figura 17), que descreve a distribuição
direcional-total da emissividade da superfície frontal do módulo fotovoltaico SA10-36P para
os diferentes ângulos de observação avaliados no ensaio.
-30 30
0.500
-40 40
0.000
-50 50
-60 60
-70 70
-80 80
-90 90
2.5. Resultados
Fazendo uma análise crítica dos resultados obtidos ao final deste relatório, foi possível
demonstrar de maneira prática a natureza direcional da emissividade, o que, apesar de ser
uma constatação já realizada nos trabalhos científicos recomendados para revisão, nesse caso,
destaca-se todo a metodologia de aquisição de dados, o uso dos equipamentos mencionados e
o pós processamento dos dados.
Além disso, definindo-se uma mesma região de pixels para cada imagem identificada
pela câmera termográfica, foi realizada uma análise estatística dos valores de emissividade
para cada ângulo de inclinação do equipamento e, apesar dos valores médios encontrados
serem condizentes com o esperado, os mínimos e máximos apresentaram discrepâncias
totalmente irreais, já que, fisicamente, é impossível que valores de emissividade sejam
negativos ou maiores do que 1, tendo em vista que, para o primeiro caso, a concepção física
do fenômeno é totalmente ilógica e, quanto ao segundo, sabe-se que o corpo negro é o
limitante teórico superior dessa variável.
3. CONCLUSÃO
b. T ref =T amb : Considerar a temperatura refletida pelo radiador igual à ambiente também
é uma aproximação que não representa fielmente a realidade, mas, nesse caso, foi uma
alternativa viável para o desenvolvimento dos cálculos, apesar de conferir certo grau
de incerteza aos resultados.
c. T obj = cte.: Assumir a temperatura do objeto, no caso, a placa solar, como constante e
igual àquela identificada pelo termopar também é uma fonte de erro, haja vista que,
devido às condições ambientais, por exemplo, variações de temperatura de um ponto
ao outro é algo plausível, o que foi desconsiderado nesse caso.
Por fim, para projetos futuros, o ideal é realizar o experimento em um local mais
controlado, com a temperatura ambiente mais uniforme, sem muitas variabilidades, e com o
mínimo de fontes térmicas paralelas presentes, como as próprias pessoas envolvidas ou
demais equipamentos utilizados, o que pode impactar, principalmente, na variável T ref, já que
é a grandeza associada à refletividade da placa, conferindo, inevitavelmente, maior incerteza
aos resultados.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] BERGMAN, T.L.; LAVINE, A.S.; INCROPERA, F.P.; DEWITT, D.P. Fundamentos de
transferência de calor e massa. 8ª Ed. John Wiley&Sons, Inc. 2017;
[2] FERREIRA, R.A.M.; POTTIE, D.L.F.; DIAS, L.H.C.; BRAZ, J.C.F.; PORTO, M.P. A
directional-spectral approach to estimate temperature of outdoor PV panels. Solar Energy,
v.183, 2019;
[3] MOREIRA, M.O.; ABRÃO, A.M.; FERREIRA, R.A.M.; PORTO, M.P. Temperature
monitoring of milling processes using a directional-spectral thermal radiation heat transfer
formulation and thermography. International Journal of Heat and Mass Transfer, v.171, 2021.
5. ANEXOS OU APÊNDICES
Fonte: Autoral.
Figura 22: Imagem termográfica com a indicação da área de seleção retangular para
análise (0°). Fonte: Autoral.
Figura 23: Imagem termográfica com a indicação da área de seleção retangular para análise
(10°). Fonte: Autoral.
Figura 24: Imagem termográfica com a indicação da área de seleção retangular para análise
(20°). Fonte: Autoral.
Figura 25: Imagem termográfica com a indicação da área de seleção retangular para análise
(30°). Fonte: Autoral.
Figura 26: Imagem termográfica com a indicação da área de seleção retangular para análise
(40°). Fonte: Autoral.
Figura 27: Imagem termográfica com a indicação da área de seleção retangular para análise
(50°). Fonte: Autoral.
Figura 28: Imagem termográfica com a indicação da área de seleção retangular para análise
(60°). Fonte: Autoral.
Figura 29: Imagem termográfica com a indicação da área de seleção retangular para análise
(70°). Fonte: Autoral.