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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET


MARIANA DA SILVA MELO

ATIVIDADE DE INSTRUMENTAÇÃO: Sensor Bimetálico de Temperatura

São Luís
Dezembro de 2021
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Mariana da Silva Melo

ATIVIDADE DE INSTRUMENTAÇÃO: Sensor Bimetálico de Temperatura

Atividade apresentada como


requisito parcial para obtenção de nota
na disciplina de Instrumentação em
Processos Químicos Industriais, no curso
de Engenharia Química, na Universidade
Federal do Maranhão.

Prof. Fabio Carvajal

São Luís
Dezembro de 2021
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1. INTRODUÇÃO

A disciplina de Instrumentação em Processos Químicos confere a utilização

da linguagem de programação gráfica LabVIEW. As principais aplicações desta

estão na realização de medições e a automação, sendo sua programação realizada

de acordo com o modelo de fluxo de dados, oferecendo a esta linguagem vantagens

para a aquisição de dados e para a sua manipulação. As desvantagens do

LabVIEW na programação por texto são devidas ao fato de que mínimas mudanças

podem ocasionar profundas reestruturações do programa, visto que sempre que se

insere um novo bloco é preciso voltar a ligar os fios e os símbolos para restabelecer

o funcionamento.

Em tal viés, uma ferramenta imprescindível no âmbito laboratorial consiste no

sensor bimetálico de temperatura. Tais instrumentos sempre foram muito utilizados

em diversos ramos produtivos como, por exemplo, na indústria automotiva, na

biomedicina, na automação industrial em geral, nos controles de processos e mais

recentemente no monitoramento de condições ambientais onde se exige a análise

de diversos pontos do sistema empregado.

Os sensores adquirem inteligência (Smart Sensors) e capacidade de

comunicação digital, ademais, o rápido desenvolvimento e o emergente emprego

desses dispositivos inteligentes aliados ao campo da tecnologia de rede de

computadores têm feito a rede de transdutores (sensores e atuadores) inteligentes

uma atrativa e promissora solução para o monitoramento de medidas distribuídas e

aplicações dos sistemas de controle. (Costa, R. M.,Ohira, M. I., & da Silva, A. C. R.,

2003). O presente trabalho possui como objetivo a apresentação do método de

utilização do termômetro bimetálico para aplicação do controle de temperatura de

um equipamento.
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2. Calibração do sensor

A priori, é válido destacar que o sistema de medida é composto por uma interface
analógica que converte a variável física (temperatura), em um sinal elétrico (tensão)
adequado para o conversor A/D (analógico – digital) do microcontrolador. Assim, para
se medir a temperatura são necessários dois tipos de componentes: os estáveis, para
os circuitos de controle, interface, dentre outros, e o variável que representa o
transdutor. Em relação à montagem física do sensor, essa se dá a partir de arames
com diâmetro de 3 mm de ambos os materiais. Para a montagem de um par, une-se
primeiramente um arame (geralmente de Cromel) a um outro arame de material
diferente (geralmente de Níquel puro) através de soldagem por resistência elétrica,
fazendo-se uma união em ângulo de 90°. Então a ponta soldada recebe um
acabamento com lixa. A abaixo demonstra um esquema de montagem e uma foto de
um par bimetálico básico para uso como PM ou PR.

Figura 1: Esquerda: Esquema de fabricação dos pares bimetálicos básicos; Direita: Foto de um par
bimetálico básico.

Fonte: Corrêa, O. C. (2011)

Ademais, a célula de ensaio do sensor de junções bimetálicas é montada junto


com acoplamento ao compartimento catódico do sensor bimetálico. Na parte externa
ao lado da célula onde é acoplado o sensor bimetálico, é utilizado um isolamento
térmico em ( geralmente lã de vidro), para evitar que variações bruscas de temperatura
externa pudessem influenciar nas respostas do sensor.
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Figura 2: Montagem da Célula de DEVANATHAN et al. modificada para acoplar o sensor de junções
bimetálicas.

Fonte: Corrêa, O. C. (2011)

A seguir, depreende-se a necessidade dos ensaios de estabilidade térmica


nos sensores de junções bimetálicas, de modo a determinar as respostas do sensor
às variações de temperatura. Segundo Corrêa, O. C. (2011) é necessário inserir no
compartimento catódico da célula, onde está acoplado o sensor, uma solução inerte,
no caso, água destilada e variar a temperatura da solução, medindo a variação de
potencial elétrico entre os terminais do sensor bimetálico, com o uso de um
voltímetro com aquisição de dados. Além disso, um conjunto com resistência
elétrica, termopar e termostato podem ser empregados para aquecer e manter a
solução a temperaturas determinadas por um dado período de tempo.
Outrossim, para a medição das respostas em potencial elétrico do sensor
bimetálico, utiliza-se na metodologia um voltímetro digital com aquisição de dados
para um microcomputador, conforme demonstrado na figura abaixo. A figura abaixo
demonstra a aplicação de um ensaio com permeação de hidrogênio.
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Figura 3: Esquema de montagem do sistema de medição das respostas do sensor de junções


bimetálicas.

Fonte: Corrêa, O. C. (2011)

3. Aplicação do Sensor

Este tópico aborda exemplos de aplicações do sensor ou controlador


bimetálico.

3.1 Controle Liga-desliga (ou ON-OFF)

Trata-se da classe de controle em que o controlador compara o sinal de


entrada com a realimentação, e caso a saída supere a entrada, é desligado o atuador,
em contrapartida, se a realimentação for menor, liga-se o atuador. A exemplo, tem-se
as geladeiras, onde o compressor é controlado por um termostato, que é um
controlador liga-desliga com par bimetálico, que atua quando a temperatura fica abaixo
de um certo valor onde um dos metais se dilata mais que o outro, vergando-se e
abrindo o contato e fazendo com que se desligue o compressor. Assim, ao desligar-se
o compressor, o ambiente faz a temperatura mudar, e algum tempo depois o bimetálico
retorna à posição, fechando o contato e ligando o compressor novamente (BEZERRA,
2004).

A figura abaixo mostra a curva de resposta em malha fechada e o sinal de


controle para um sistema com controlador liga-desliga com histerese. Note que, em. A
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determinação do intervalo [E1, E2] é realizada levando-se em consideração a precisão


desejada, os níveis de ruído e a vida útil dos componentes.

Figura 4: Controle ON-OFF

Fonte: BEZERRA (2004)

A ação de controle liga-desliga pode assim ser considerada a ação de controle


mais simples e mais econômica. Porém, este tipo de ação possui limitações no que diz
respeito ao comportamento dinâmico e em regime permanente do sistema em malha
fechada. As aplicações são restringidas a sistemas onde não é necessária precisão ou
bom desempenho dinâmico.

3.2 Relé de proteção

A função do Relé bimetálico, é atuar desligando o motor antes que o limite de


deterioração seja alcançado. Desse modo, a figura abaixo exibe o relé, que assume a
proteção contra sobrecarga das cargas elétricas, dos condutores de alimentação e dos
outros dispositivos de manobra. Os relés térmicos bimetálicos de sobrecarga são
construídos com a função de proteção do sistema elétrico de potência contra
sobrecarga de longa duração, falta de fase ou falta de tensão.
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Figura 5: Relé de sobrecarga

Fonte: (TRON, 2016)

Além disso, são passíveis de aplicação na identificação de defeitos, de atuar


disparando alarmes, sinalizações e de abrir disjuntores. Tais dispositivos de proteção
buscam evitar o aquecimento elevado da fiação interna do motor quando ocorre uma
circulação de corrente acima da tolerada nos seus enrolamentos. Este aquecimento
acarreta a redução da vida útil do motor, além de desgastar a isolação dos seus
enrolamentos internos (LAGE, 2013).

Os relés possuem um princípio de funcionamento baseado na diferença de


dilatação de dois elementos metálicos (lâminas), que possuem diferentes coeficientes
de dilatação térmica. As lâminas bimetálicas são envolvidas por uma bobina pela qual
passa a corrente de carga. Na ocorrência de uma falta de fase, sobrecarga ou queda
de tensão acentuada, tem-se um aumento da corrente elétrica. Tal corrente provoca na
bobina um aquecimento, e por transferência de calor o par de lâminas também é
aquecido. O aquecimento excessivo de uma das duas extremidades do par bimetálico
provoca o curvamento da sua outra extremidade, desenvolvendo um pequeno
movimento físico, aproveitado para acionar (movimentar) os contatos do relé (LAGE,
2013).
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4. REFERÊNCIAS

BEZERRA, Álvaro Antunes. CONTROLADOR DE TEMPERATURA. 2004.

CORRÊA, Otávio Carneiro. DESENVOLVIMENTO DE SENSORES DE PERMEAÇÃO DE


HIDROGÊNIO DE ELETRÓLITO POLIMÉRICO SÓLIDO E BIMETÁLICOS. 2011. Tese de Doutorado.
Universidade Federal do Rio de Janeiro.

COSTA, Rodrigo Martins; OHIRA, Marcos Ikeguchi; DA SILVA, Alexandre César Rodrigues.
SENSOR DE TEMPERATURA MICROCONTROLADOR USANDO O MC68HC11. 2003.

SCHUNEMANN, Silvio Henrique. Acionamento remoto utilizando radiofrequência. 2018.

SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. Tradução de Antonio Carlos Seabra, Marcio Lobo
Netto, Sebastião Gomes dos Santos Filho. São Paulo: Makron, 2000. 1270 p. ISBN 85-346-1044-4.

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