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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA E PRODUÇÃO

DISCIPLINA DE ELETROTÉCNICA

ANÁLISE DE DISPOSITIVOS DE ACIONAMENTO E DAS TÉCNICAS DE


PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO

ALYSSON FELIPE BRITO DE MATOS

SÃO LUÍS – MA

2024
ALYSSON FELIPE BRITO DE MATOS

DISPOSITIVOS DE ACIONAMENTO E PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO

Trabalho realizado para


obtenção da terceira nota da
disciplina de Eletrotécnica
2023.2.

Prof.: Me. Crezo Medeiros


Costa Júnior.

SÃO LUÍS – MA

2024
1. INTRODUÇÃO

Na indústria moderna, a eficiência e a confiabilidade dos sistemas de acionamento


elétrico desempenham um papel crucial no desempenho operacional das máquinas e
processos. Dispositivos de acionamento são componentes essenciais que convertem a energia
elétrica em energia mecânica, permitindo o funcionamento de uma ampla gama de
equipamentos industriais, desde motores de pequeno porte até grandes máquinas em plantas
fabris.

Entre as diversas técnicas de partida disponíveis, a partida Estrela-Triângulo é


uma das mais comuns e amplamente empregadas na indústria. Esta técnica apresenta uma
abordagem eficaz para reduzir correntes de partida e minimizar o estresse mecânico nos
equipamentos, resultando em uma operação mais suave e prolongada.

O conceito fundamental por trás da técnica de partida Estrela-Triângulo reside na


variação da conexão dos enrolamentos de um motor elétrico durante a partida, inicialmente
conectando os enrolamentos em configuração Estrela (Y) para limitar a corrente de partida e,
em seguida, alternando para a configuração Triângulo (Δ) para operação normal. Essa
transição suave contribui para a proteção do motor e dos equipamentos conectados, além de
reduzir os picos de corrente que podem sobrecarregar os sistemas de alimentação elétrica.

A importância da análise de dispositivos de acionamento e técnicas de partida


Estrela-Triângulo está intrinsecamente ligada à eficiência energética, segurança operacional e
prolongamento da vida útil dos equipamentos industriais. Ao compreender os princípios
subjacentes a essas técnicas e dispositivos, os engenheiros e operadores podem projetar e
operar sistemas elétricos de forma mais eficaz, maximizando o desempenho e minimizando os
custos operacionais.

Este trabalho explora detalhadamente os princípios de funcionamento dos


dispositivos de acionamento elétrico, com foco específico na técnica de partida Estrela-
Triângulo. Além disso, examina suas aplicações em uma variedade de contextos industriais,
destacando os benefícios e desafios associados à sua implementação.
2. DISPOSITIVOS DE COMANDO E SINALIZAÇÃO

Na automação industrial, os dispositivos de comandos e sinalização desempenham


um papel crucial na operação e controle eficientes dos sistemas automatizados. Esses
dispositivos são projetados para fornecer aos operadores e sistemas de controle informações
precisas sobre o status e o funcionamento dos equipamentos, bem como permitir o
acionamento e controle de diferentes funções dentro do processo produtivo. A seguir são
elencados cada um dos dispositivos e seu conceito de funcionamento:

 Botões de comando e comutadores: Os botões de comando e comutadores são


dispositivos manuais utilizados para iniciar, parar ou alterar o estado de um sistema.
Eles podem ser simples botões de pressão ou comutadores de chave, projetados para
operação manual pelos operadores.
 Sinalizadores: Os sinalizadores são dispositivos visuais ou sonoros que indicam o
status operacional de um equipamento ou sistema. Eles podem incluir luzes
indicadoras de diferentes cores para representar diferentes estados, como ligado,
desligado, falha ou modo de operação.
 Contadores e Relés: Os contadores são dispositivos utilizados para contar eventos,
como o número de peças produzidas ou ciclos de operação. Os relés são dispositivos
eletromecânicos que respondem a sinais elétricos para controlar a operação de
circuitos elétricos, podendo atuar como interruptores ou controladores de potência.
 Sensores e sondas: Os contadores são dispositivos utilizados para contar eventos,
como produção de peças ou ciclos de operação. Por outro lado, os relés são
dispositivos eletromecânicos que respondem a sinais elétricos, podendo atuar como
interruptores ou controladores de potência em circuitos elétricos. Ambos os
dispositivos desempenham papéis essenciais no controle e monitoramento de
processos industriais.
 Fins de curso: Os fins de curso são frequentemente utilizados para detectar a posição
de peças em máquinas industriais. No entanto, devido ao contato mecânico necessário,
eles sofrem desgaste ao longo do tempo, reduzindo sua vida útil. Como alternativa, os
sensores estão sendo preferidos, pois não têm contato mecânico e, portanto, têm uma
vida útil potencialmente mais longa. Apesar disso, os sensores também têm uma vida
útil limitada, mas são menos expostos a esforços mecânicos. A escolha entre fins de
curso mecânicos e sensores muitas vezes depende dos custos iniciais e das
necessidades específicas da aplicação. Em certas máquinas automatizadas, são
utilizadas caixas de "cames" com pequenos fins de curso que são acionados por discos
ajustáveis ligados ao eixo da máquina. Essas caixas podem eventualmente substituir os
fins de curso por sensores indutivos para detecção de posição.

3. PARTIDA DIRETA COM COMANDOS SIMPLES

A partida direta é uma técnica simples de partida de motores elétricos que envolve
o acionamento direto do motor a partir da rede elétrica, sem o uso de dispositivos de controle
mais complexos, como inversores de frequência ou soft-starters. A partida direta com
comandos elétricos permite ao operador ligar e desligar o motor à distância, oferecendo maior
segurança. Em caso de falta de energia, o comando é desligado e uma nova partida só ocorre
se o operador desejar. Proteções adicionais, como proteção térmica do motor e relés de falta
de fase, podem ser integradas ao circuito de comando para garantir a segurança e a
integridade do sistema. O funcionamento básico da partida direta é explicado a seguir:

 O operador pressiona o botão de partida (S1) para iniciar o motor elétrico. Esse botão
geralmente é do tipo "liga-desliga" e controla o circuito de alimentação do motor.
 Quando o botão de partida é pressionado, ele energiza o contator principal (K1), que é
um dispositivo eletromagnético responsável por estabelecer a conexão entre a fonte de
alimentação e o motor.
 Com o contator principal energizado, a corrente elétrica é enviada diretamente ao
motor elétrico (M), permitindo que ele comece a girar.
 Quando o operador deseja parar o motor elétrico, ele pressiona o botão de parada (S0).
Esse botão desenergiza o contator principal, interrompendo o fornecimento de energia
para o motor e fazendo com que ele pare de girar.
 Em alguns sistemas, pode haver um relé térmico (RT) conectado em série com o
contator principal. Esse relé monitora a corrente elétrica que passa pelo motor e
protege contra sobrecargas. Se a corrente exceder um limite seguro por um período
prolongado, o relé térmico desenergiza o contator principal, interrompendo o
fornecimento de energia e desligando o motor.

4. PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO

A partida direta com reversão em um motor elétrico é um método de acionamento


que permite não apenas ligar e desligar o motor, mas também inverter sua direção de rotação.
Este método é frequentemente utilizado em sistemas onde é necessário alternar o sentido de
movimento de máquinas ou equipamentos, como em transportadores, esteiras, ventiladores,
entre outros. O processo de reversão é realizado através da chave reversora, ela é utilizada
para reverter o sentido de rotação de sistemas ou máquinas acionadas por motores. Pode ser
instantânea, usada na inversão de fluxo, ou com parada, exigindo a interrupção do motor antes
da reversão. O processo de partida direta com reversão é executado em três etapas básicas:

 Partida Direta: Na primeira etapa, ao pressionar o botão de partida, a energia é


fornecida ao motor, iniciando seu funcionamento. Isso é realizado através de um
contador (ou relé de potência) que fecha os circuitos elétricos necessários para
alimentar o motor.
 Reversão da Rotação: Após a partida do motor, caso seja necessário inverter sua
direção de rotação, o operador aciona um botão ou comando específico para a
reversão. Isso aciona um segundo conjunto de contatos no painel de controle, que
altera a conexão dos enrolamentos do motor, modificando a direção do campo
magnético e, consequentemente, invertendo a direção de rotação do motor.
 Parada do Motor: Quando o operador deseja parar o motor, ele pressiona o botão de
parada, interrompendo a alimentação elétrica ao motor. Isso é feito através de um
dispositivo de parada de emergência ou botão de desligamento, que abre os contatos
do contador, interrompendo o circuito de alimentação do motor.

5. RELÉ TEMPORIZADOR

Um relé temporizador é um dispositivo eletromecânico usado para controlar o


tempo de operação de um circuito elétrico. Ele é frequentemente utilizado em aplicações
industriais e comerciais onde é necessário acionar ou desligar dispositivos elétricos com
precisão temporizada. Esse tipo de relé possui um mecanismo interno que permite configurar
o tempo de temporização de acordo com a necessidade da aplicação.

O funcionamento básico de um relé temporizador envolve o acionamento de uma


bobina eletromagnética, que, por sua vez, move contatos elétricos para abrir ou fechar o
circuito conforme o tempo pré-determinado. Existem diferentes tipos de relés temporizadores,
incluindo os de atraso na energização (ON-delay), atraso na desenergização (OFF-delay),
retardo na operação (intervalo) e pulso.
Os relés temporizadores são amplamente utilizados em uma variedade de
aplicações, como sistemas de iluminação, controle de motores, automação de processos
industriais, controle de temperatura e muitas outras. Por exemplo, em sistemas de automação
industrial, um relé temporizador pode ser usado para controlar o tempo de operação de uma
bomba de água em um sistema de irrigação, garantindo que a bomba seja ligada apenas pelo
tempo necessário para irrigar uma determinada área. Além disso, os relés temporizadores
podem oferecer recursos adicionais, como ajuste de tempo, retardo ajustável e funcionalidades
de ciclo. Isso os torna extremamente versáteis e adaptáveis a uma variedade de requisitos de
controle de tempo em diferentes contextos.

6. PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO

A partida estrela-triângulo é um método utilizado para iniciar motores elétricos


trifásicos de forma suave e eficiente. A partida estrela-triângulo é aplicada a motores
trifásicos, ela envolve dois estágios: o fechamento em estrela e o fechamento em triângulo.
No início, o motor é conectado em estrela, permitindo que ele receba a máxima tensão de
alimentação para a qual foi projetado, após alguns segundos, o sistema alterna para o
fechamento em triângulo. Um exemplo de fechamento estrela-triângulo é exibido na figura 1.
O objetivo é reduzir a corrente elétrica no momento da partida, tornando-a mais suave e
evitando picos de corrente.

 Fechamento estrela: Nesse estágio, o motor recebe a tensão máxima de alimentação,


 Fechamento triângulo: Nessa etapa, o motor recebe o menor valor da tensão de
alimentação para a qual foi projetado.
 A partida estrela-triângulo é usada em situações em que é necessário reduzir a corrente
de partida, como em motores de grande porte. Ela é comum em indústrias, sistemas de
bombeamento, compressores e outros equipamentos que exigem partida suave e
controle preciso.
Figura 1 –
Fechamento Estrela-Triângulo.

7. PARTIDA COM CHAVE COMPENSADORA

A partida com chave compensadora é um método utilizado para reduzir a corrente


de partida em motores elétricos de indução trifásicos. Essa técnica é particularmente útil em
aplicações onde a partida direta do motor resultaria em picos de corrente elevados que
poderiam causar danos ao equipamento elétrico e mecânico, além de sobrecarregar a rede
elétrica.

O princípio básico da partida com chave compensadora envolve o uso de um


autotransformador ou um transformador com tap de compensação para reduzir a tensão
aplicada ao motor durante a partida. Essa redução de tensão resulta em uma corrente de
partida menor, minimizando os picos de corrente e proporcionando uma partida mais suave e
controlada.

O circuito de partida com chave compensadora é composto por uma chave de


partida, um autotransformador e dispositivos de controle, como contatores e relés
temporizadores. Etapas de funcionamento:
 Preparação para partida: Antes de iniciar a partida do motor, o operador configura os
parâmetros de partida, como o tempo de acionamento do autotransformador e outras
características do sistema.
 Acionamento da chave de partida: Ao pressionar o botão de partida, a chave de partida
fecha o circuito elétrico, permitindo a alimentação do motor e do autotransformador.
 Redução da tensão: O autotransformador é ajustado para um valor de tap que reduz a
tensão aplicada ao motor durante a partida. Isso é realizado através de um controle de
tap, que pode ser manual ou automático, dependendo do sistema.
 Aumento gradual da tensão: Após um período de tempo pré-determinado, o tap do
autotransformador é gradualmente aumentado para restaurar a tensão nominal no
motor. Esse processo permite que o motor alcance sua velocidade nominal de forma
suave e controlada.
 Desligamento do autotransformador: Uma vez que o motor atinge sua velocidade
nominal, o autotransformador é desligado do circuito, e o motor continua operando
normalmente utilizando a tensão nominal da rede elétrica.

A partida com chave compensadora oferece várias vantagens, incluindo a redução


significativa da corrente de partida, a minimização do estresse mecânico no motor e nos
equipamentos associados, além de proporcionar uma partida suave e controlada. No entanto, é
importante ressaltar que o uso de autotransformadores pode aumentar o custo inicial do
sistema e requer manutenção periódica para garantir seu funcionamento adequado.

8. CONCLUSÃO

Em conclusão, tanto a partida estrela-triângulo quanto a partida com chave


compensadora são técnicas eficazes para reduzir os picos de corrente durante a partida de
motores elétricos trifásicos. Ambas as abordagens proporcionam uma operação mais suave e
controlada dos equipamentos industriais, contribuindo para a segurança, eficiência e
confiabilidade dos sistemas elétricos. A escolha entre essas técnicas depende das necessidades
específicas de cada aplicação, levando em consideração fatores como tamanho do motor, tipo
de carga e restrições orçamentárias. Em última análise, ambas as opções representam soluções
viáveis para lidar com os desafios associados à partida de motores elétricos em ambientes
industriais e comerciais.
9. REFERÊNCIAS

JÚNIOR, Geraldo Carvalho do N. Comandos Elétricos - Teoria e Atividades - 2ª Edição.


Editora Saraiva, 2018. E-book. ISBN 9788536528557. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536528557/. Acesso em: 04 mar. 2024.

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