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Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG
Capítulo
CONTATOR MAGNÉTICO
3
3.1 – dução
Intro
motores elétricos são comandados através de “chaves” ou sistemas de partida, sendo que as
Os egadas são:
mais emprDireta/ Reversora, para acionamento de pequenos motores;
1) Partida Estrela Triângulo, para acionamento de grandes motores sem
2) Partida carga; Compensadora, para acionamento de grandes motores com
3) Partida carga; com Soft-Starter, para acionamento de grandes motores com
4) Partida carga;
5) Partida com Inversor de Freqüência, para acionamento de pequenos e grandes motores elétricos.
A Figura 3.1 mostra um painel completo para comando de motores elétricos (que deve conter os
circuitos de partida, comando e proteção).
Figura 3.3 – Grupo de Botoeiras e Figura 3.4 – Grupo de Fusíveis, dos tipos D, Diazed
dispositivos de manobra e sinalização (2 a 100 A) e NH – 2 a 630 A (catálogo WEG).
Numa definição simples, contatores são dispositivos de manobra eletromecânica, construídos para
uma elevada freqüência de operação. São comandados a distância, com uma única posição de repouso
estável (aberto ou fechado). Os contatores podem estabelecer, interromper e suportar correntes normais da
instalação (nominais) e ocasionalmente as de curto-circuito.
Figura 3.6 – Exemplo de um sistema de acionamento de um MIT, com os diagramas de força ou potência e de comando.
Os contatores podem ser classificados como principais (siglas CW e CWM) e auxiliares (CAW).
Os contatores auxiliares operam com corrente máxima de 10 A e possuem de 4 a 8 contatos,
podendo chegar até 12 contatos.
Os contatores principais trabalham com corrente máxima de até 600 A. De uma maneira geral
possuem três contatos principais do tipo NA, para manobra de cargas trifásicas a três fios.
A IEC classificou os contatores segundo a sua capacidade de suportar os esforços decorrentes da
interrupção de correntes superiores à sua corrente nominal e também à sua durabilidade frente às
inúmeras manobras de abertura e fechamento repetidas.
Tal classificação leva em conta:
1) a freqüência de operações de ligar/desligar;
2) valor da sobrecarga;
3) fator de potência da carga e
4) tipo de operação dos motores elétricos: na partida, na frenagem, na reversão de rotação etc.
Um dos critérios para selecionar um contato é o tipo de tensão de trabalho de suas bobinas. A
bobina constitui o terminal de entrada para o movimento da peça móvel do contator (armadura). A tensão
de alimentação da bobina pode ser do tipo contínuo (CC) ou alternado (CA), dependendo da tecnologia
do fabricante. Há uma grande variedade de bobinas com diversos níveis de tensão (de 24 até 600 V), tanto
para CC quanto para CA.
Na Figura 3.8 é apresentado o esquema de um contator trifásico de dois terminais, onde são
utilizados contatos NA e NF.
Assim como na classificação, os contatos são representados graficamente (no desenho) na posição
de repouso, ou seja, um contato NA será uma chave aberta e um contato NF uma chave fechada conforme
se vê a seguir:
É efetuado por meio de uma botoeira ou chave-bóia, por exemplo, com duas posições, cujos
elementos de comando estão ligados em série com a bobina. A velocidade de fechamento dos contatores é
resultado da força proveniente da bobina (força eletromagnética) e da força mecânica das molas de
separação que atuam em sentido contrário.
As molas são responsáveis pela velocidade de abertura do contator, o que ocorre quando a bobina
magnética não estiver sendo alimentada ou quando o valor da força magnética for inferior à força das
molas.
- Comando à distância;
- Elevado número de manobras;
- Grande vida útil mecânica;
- Pequeno espaço para montagem;
- Garantia de contato imediato;
- Tensão de operação de 85 a 110 % da tensão nominal prevista para contator.
Características Principais
Franchi (2007) afirma que se pode relacionar a vida útil do contator diretamente com a vida
elétrica dos seus contatos, que por sua vez depende do nível da corrente e é determinado pelo número de
manobras.
A vida útil do comando pode ser estimada de em função de aspectos mecânicos e elétricos. Com
relação à vida útil mecânica, esta possui um valor fixo, definido pelo projeto do contator e pelo desgaste
dos materiais utilizados. Numericamente falando, se pode citar um valor entre 10 x 10 6 a 15 x 106
manobras (contatores de pequeno porte). Este parâmetro vem indicado no catálogo dos fabricantes.
Os contatores devem ser montados de preferência verticalmente, em local que não esteja sujeito a
trepidação (Figura 3.9). Em geral, é permitida uma inclinação máxima do plano de montagem de 22,5o
em relação à vertical, o que permite a instalação em navios.
Constituem toda forma de interferência, através de dispositivos, no sentido de ligar ou desligar qualquer
circuito elétrico.
No caso de motores elétricos, o comando elétrico ou acionamento é a forma de ligar ou desligar
os seus circuitos através de dispositivos como relés, contatores magnéticos, sensores etc.
A representação destes circuitos é feita pelo método de diagramas, onde são desenhados os
componentes através de símbolos gráficos e literais seguindo as normas técnicas de cada país ou
comunidade, como, por exemplo: ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), DIN, IEC etc.
Os diagramas, apresentados nos itens a seguir, são: 1. Circuito ou diagrama de Carga ou de força
ou de potência (principal) e 2. Circuito ou diagrama de Comando (secundário).
A Figura 3.11 mostra o esquema completo de um contator, com as suas partes constituintes:
bobina, chaves principais (identificadas por números de um dígito) e chaves auxiliares (identificadas por
números de dois dígitos).
Figura 3.11 – Simbologia de um contator: bobina e chaves NA e NF. Contator tripolar com contatos auxiliares integrados. Fonte:
http://www.weg.net/files/products/WEG-contatores-e-reles-de-sobrecarga-catalogo-completo-50026112-catalogo-portugues-r.pdf
(b)
(c)
Este item trata dos circuitos elétricos construídos a partir das funções lógicas binárias e teoremas
da Álgebra de Boole. São apresentadas técnicas para o projeto de alguns circuitos elétricos de comando
com o uso de chaves e de contatores, com o objetivo de automatizar processos simples.
Um problema na área de automação é chamado de combinatório quando os estados das saídas para
os elementos de comando são dependentes somente da combinação lógica dos estados lógicos (binários)
das entradas (BONACORSO, 2008).
A seguir são apresentadas as funções lógicas com o uso de chaves (variáveis de entrada) e de uma
lâmpada (variável de saída).
Esta função, também chamada de identidade, mostra que a saída estará em nível alto somente se
a(s) entrada(s) estiver(em) em nível alto (BONACORSO, 2008). No caso do circuito da Fig. 3.16, a
lâmpada L só será acionada se a chave S estiver acionada também.
L=S
A lâmpada L é acesa
somente se a chave S é
Figura 3.16. acionada.
L S1.S2
A lâmpada L SERÁ acesa
somente se as chaves S1 e
Figura 3.18. S2 estiverem acionadas.
Neste tipo de função lógica, teremos nível alto na saída quando qualquer das entradas estiver em
nível alto. Então, para a lâmpada L do circuito da Figura 3.19 estará acesa (nível lógico 1) se qualquer
uma das chaves estiverem fechadas ou com ambas fechadas (ou acionadas, nível lógico )
Figura 3.19.
S1 S2 L
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
Função Lógica:
L =S1+S2
A lâmpada L SERÁ acesa somente se a chave S1 ou S2 ou ambas estiverem acionadas.
A função lógica NAND apresenta a saída em nível alto quando pelo menos uma das entradas
estiver em nível baixo, ou não-acionada (ver a tabela-verdade). Um circuito para realizar esta função está
mostrado na Figura 3.20.
L S1 S2
A lâmpada L SERÁ
acesa se S1 ou S2 ou
ambas não estiverem
Figura 3.20.
acionadas.
Nesta função lógica, a saída possui nível alto (L = 1) somente se as entradas estiverem em nível
baixo, ou não-acionadas (ver a tabela-verdade). Um circuito para realizar esta função está mostrado na
Figura 3.21.
Função Lógica: S1 S2 S1 + S2 L
LSS S S 0 0 0 1
1 2 1 2 0 1 1 0
A lâmpada L será 1 0 1 0
acesa se S1 e S2 não 1 1 1 0
Figura 3.21. estiverem acionadas.
L S1 S2 S2 S1
L S1 S2
S1 S2 L S1 S2
S1 S2 S1 S2 S2 S1
0 0 1 1 0 0 0
1 0 0 1 1 0 1
0 1 1 0 0 1 1
1 1 0 0 0 0 0
L = CX + Y (3.1)
Onde A significa chave A atuando (comando com nível lógico 1) e A, chave A sem comando ou
sem atuar (nível lógico 0). O mesmo vale para as outras chaves.
Figura 3.23.
Da Equação (3.1), a variável Yindica que o contator Y não atuou. Para as chaves, a convenção é:
S chave atuando (nível lógico 1);
S chave não atuando (nível lógico 0);
Dos contatores X e Y, têm-se, respectivamente:
X = A + B e Y = AB
L = C(A+B) +A L = A BC + A + B
B
Através da propriedade X + XY = X + Y
L = A + A BC + B A + A N + B A + N + B A + BC + B
= A + B + BC = A + B + C
Logo, a lâmpada pode ser acionada pela chave A, ou pela chave B ou pela chave C.
Figura 3.24.
b) O que deve ser feito para acionar a lâmpada via chave S2?
Na Figura 3.25, vê-se que com uma única chave pode-se acionar o contator K1, o qual conta com
várias chaves que ligarão (NA) ou desligarão (NF) os circuitos ligados através dessas chaves. Isto permite
que com uma única chave (S1), seja possível operar vários circuitos simultaneamente.
Figura 3.25.
Um circuito para teste de lâmpadas pode ser montado como mostra a Figura 3.26. Ele é utilizado
para testar as lâmpadas de sinalização de alarmes ou painéis, verificando se existe alguma lâmpada
queimada, para sua devida substituição.
Figura 3.26.
Funcionamento:
Para a lâmpada L2, por exemplo, L2 = Bo + K2, ou seja, esta será acionada pela botoeira B o
(juntamente com as outras lâmpadas) OU pela chave NA do contator K 2. Obviamente, o acionamento
independente só ocorre através do contator K2.
Este circuito, mostrado na Figura 3.27b, é o princípio lógico das maiorias de todos os circuitos de
comandos elétricos. Os botões B0 (NF) e B1 em série, comandam o contator K 1, o qual tem um contato
NA, em paralelo com B1 (NA).
Pressionando B1, a bobina de K1 é energizada. Liberando B1, K1 se mantém energizado, pois o
seu contato NA foi fechado pela ação de sua bobina.
Para desligar, basta apertar o botão B0, o que desarma a bobina do contator K1.
Através de uma das chaves (então chamada chave ou contato de selo ou de auto-retenção) pode-
se manter o contator acionado após um acionamento momentâneo da chave que o acionou.
No circuito da Figura 3.28, após acionar S 1, as cargas ficarão acionadas como se a mesma se
mantivesse acionada, pois o contato 13-14 manterá o contator acionado (mesmo com S 1 aberta). Para
DESLIGAR K1, basta abrir o contato NF S2, inserido em série com o eletroímã.
Figura 3.28 - O botão S1 aciona o contator que se mantém por selo. O botão S2 desliga o contator.
Durante a partida e aceleração de um motor elétrico, até a sua rotação nominal, este solicita uma
sobrecorrente em torno de 6 a 8 vezes a corrente nominal, o que pode provocar a queda de tensão na rede
de alimentação e interferência no acionamento de outras cargas (lâmpadas, PCs etc.).
Adota-se então o uso de uma chave de partida ESTRELA-TRIÂNGULO, que é um diagrama de
comando onde, através de uma lógica de operação das chaves dos contatores, controla-se a corrente do
motor no período de transitório de partida.
Uma observação importante: através desta manobra o motor realizará uma partida mais suave,
reduzindo sua corrente de partida em aproximadamente 1/3 da que seria se acionado em partida direta. A
partida Y-Δ é utilizada quase que exclusivamente para partidas sem carga. A Figura 3.29 ilustra este
método de acionamento.
Questões:
1) Observando os diagramas da Figura 3.29, qual dos contatores assegura a partida do MIT em triângulo?
A Figura 3.30 mostra um exemplo comercial de contator, da GE – modelo CL, onde são
mostradas todas as suas partes constituintes.
Este tipo de contator opera com corrente alternada e com corrente contínua, na faixa de 9 a 140
A. Conta, dentre outros dispositivos, com um relé de sobrecarga e com um temporizador eletrônico. A
Figura 3.31 mostra uma combinação de contatores e de seus dispositivos.
Figura 3.30.