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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DEMAT - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS COORDENAÇÃO


DE ELETROMECÂNICA E MECATRÔNICA

Fundamentos para o Ensino Técnico  Teoria, problemas e exercícios  Guias de Aulas Práticas

ANDRÉ BARROS DE MELLO OLIVEIRA

Campus I – Belo Horizonte


 MINAS GERAIS
Maio de 2015 Departamento de
Engenharia de Materiais

i
Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG
Capítulo
CONTATOR MAGNÉTICO
3
3.1 – dução
Intro
motores elétricos são comandados através de “chaves” ou sistemas de partida, sendo que as
Os egadas são:
mais emprDireta/ Reversora, para acionamento de pequenos motores;
1) Partida Estrela Triângulo, para acionamento de grandes motores sem
2) Partida carga; Compensadora, para acionamento de grandes motores com
3) Partida carga; com Soft-Starter, para acionamento de grandes motores com
4) Partida carga;
5) Partida com Inversor de Freqüência, para acionamento de pequenos e grandes motores elétricos.

A Figura 3.1 mostra um painel completo para comando de motores elétricos (que deve conter os
circuitos de partida, comando e proteção).

Figura 3.1 – Quadro de comando para um grupo de


motores elétricos. Fonte:
www.usedmachines.com.br/fotos/13.jpg

Todas as chaves de partida mencionadas anteriormente possuem um circuito principal e um circuito


de comando. O circuito principal ou de força é o responsável pela alimentação do motor, ou seja, pela
conexão dos terminais/fios do motor à rede elétrica. O circuito de comando (que será extensivamente
estudado neste curso) é responsável por comandar o circuito de força, determinando quando o motor será
ligado ou desligado.
As chaves de partida são compostas pelos dispositivos:
- dispositivos de proteção: fusível, relé térmico, disjuntor;
- dispositivos de comando: botoeira (existem vários tipos), contator, temporizador;
- dispositivos de sinalização e medição: sinaleiro, voltímetro, amperímetro.
A Figura 3.2a mostra uma botoeira e a Figura 3.2b apresenta um fusível, do tipo rosca.
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(a) (b)
Figura 3.2. (a) Botoeira com comandos liga/desliga. (b) Fusível do tipo rosca.

O fusível, que será estudado no capítulo 4, é um componente que protege as linhas de


alimentação e os circuitos de comando e de carga contra o curto-circuito. O fusível, ao ser atuado, deve
ser substituído.
As Figuras 3.3 e 3.4 mostram, respectivamente, grupos de botoeiras e fusíveis, disponíveis
comercialmente. A Figura 3.5 apresenta a posição destes dispositivos em um circuito de acionamento de
um motor elétrico trifásico.

Figura 3.3 – Grupo de Botoeiras e Figura 3.4 – Grupo de Fusíveis, dos tipos D, Diazed
dispositivos de manobra e sinalização (2 a 100 A) e NH – 2 a 630 A (catálogo WEG).

Figura 3.5 – Circuitos de Comando e de Potência (acionamento de Motor).

Um diagrama completo de acionamento (dividido em diagramas de carga ou de força e de


comando) é visto na Figura 3.6.

3.2 – Contatores – aspectos construtivos, classificação e aplicações

Numa definição simples, contatores são dispositivos de manobra eletromecânica, construídos para
uma elevada freqüência de operação. São comandados a distância, com uma única posição de repouso
estável (aberto ou fechado). Os contatores podem estabelecer, interromper e suportar correntes normais da
instalação (nominais) e ocasionalmente as de curto-circuito.

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De acordo com a potência (carga), o contator é um dispositivo de comando de motor e pode ser
utilizado individualmente, acoplado a relés de sobrecarga, na proteção de sobrecorrente. Basicamente,
existem contatores para motores e contatores auxiliares.

Figura 3.6 – Exemplo de um sistema de acionamento de um MIT, com os diagramas de força ou potência e de comando.

3.2.1 – Classificação dos contatores

Os contatores podem ser classificados como principais (siglas CW e CWM) e auxiliares (CAW).
Os contatores auxiliares operam com corrente máxima de 10 A e possuem de 4 a 8 contatos,
podendo chegar até 12 contatos.
Os contatores principais trabalham com corrente máxima de até 600 A. De uma maneira geral
possuem três contatos principais do tipo NA, para manobra de cargas trifásicas a três fios.
A IEC classificou os contatores segundo a sua capacidade de suportar os esforços decorrentes da
interrupção de correntes superiores à sua corrente nominal e também à sua durabilidade frente às
inúmeras manobras de abertura e fechamento repetidas.
Tal classificação leva em conta:
1) a freqüência de operações de ligar/desligar;
2) valor da sobrecarga;
3) fator de potência da carga e
4) tipo de operação dos motores elétricos: na partida, na frenagem, na reversão de rotação etc.

3.2.2 – Tipos de contatores

 Eletromagnéticos – a força necessária para fechar o circuito provém de um eletroímã;


 Pneumáticos – a força para efetuar a ligação provém do ar comprimido;
 Eletropneumáticos – similares aos pneumáticos, mas com o circuito de comando governado por
eletroválvulas.
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3.2.3 – Outras considerações

O CONTATOR controla elevadas correntes através de um circuito de baixa corrente. É construído


de uma bobina – veja a Figura 3.7 -, que, quando alimentada por corrente, cria um campo eletromagnético
no núcleo fixo o qual atrai o núcleo móvel, fechando o circuito.
Ao cessar a alimentação da bobina, o campo eletromagnético é interrompido e aí o mecanismo
volta à posição anterior (chave aberta).

Figura 3.7 – Esquema de um contator magnético.

Um dos critérios para selecionar um contato é o tipo de tensão de trabalho de suas bobinas. A
bobina constitui o terminal de entrada para o movimento da peça móvel do contator (armadura). A tensão
de alimentação da bobina pode ser do tipo contínuo (CC) ou alternado (CA), dependendo da tecnologia
do fabricante. Há uma grande variedade de bobinas com diversos níveis de tensão (de 24 até 600 V), tanto
para CC quanto para CA.
Na Figura 3.8 é apresentado o esquema de um contator trifásico de dois terminais, onde são
utilizados contatos NA e NF.

Mas o que são contatos NA e NF?

Para fins de classificação, os contatos são


designados de acordo com o seu estado de repouso. Como os
contatos “normalmente” se encontram nas situações de
repouso, os contatos são classificados de duas formas:

1) Normalmente Aberto (NA): indica contato aberto na


posição de repouso;
2) Normalmente Fechado (NF): indica contato fechado na
posição de repouso. Fig. 3.8 – Diagrama esquemático de um
contator de 2 terminais, A1 e A2.

Assim como na classificação, os contatos são representados graficamente (no desenho) na posição
de repouso, ou seja, um contato NA será uma chave aberta e um contato NF uma chave fechada conforme
se vê a seguir:

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Como é feito o comando da bobina?

É efetuado por meio de uma botoeira ou chave-bóia, por exemplo, com duas posições, cujos
elementos de comando estão ligados em série com a bobina. A velocidade de fechamento dos contatores é
resultado da força proveniente da bobina (força eletromagnética) e da força mecânica das molas de
separação que atuam em sentido contrário.
As molas são responsáveis pela velocidade de abertura do contator, o que ocorre quando a bobina
magnética não estiver sendo alimentada ou quando o valor da força magnética for inferior à força das
molas.

Vantagens do Emprego de Contatores

- Comando à distância;
- Elevado número de manobras;
- Grande vida útil mecânica;
- Pequeno espaço para montagem;
- Garantia de contato imediato;
- Tensão de operação de 85 a 110 % da tensão nominal prevista para contator.

Características Principais

- Ligação rápida e segura do motor;


- Controle de alta corrente por meio de baixa corrente;
- Comando local ou à distância;
- Possibilidade de se construir vários tipos de chaves de partida;
- Proporciona proteção efetiva do operador;
- Garantia de desligamento do motor em caso de sobrecarga;
- Possibilidade de simplificação do sistema de operação e supervisão de uma instalação.

Defeitos mais freqüentes dos Contatores

- Sobrecarga da bobina magnética;


- Isolação deficiente;
- Desgaste excessivo dos contatos;
- Sobreaquecimento dos contatos;
- Defeitos mecânicos.

Franchi (2007) afirma que se pode relacionar a vida útil do contator diretamente com a vida
elétrica dos seus contatos, que por sua vez depende do nível da corrente e é determinado pelo número de
manobras.
A vida útil do comando pode ser estimada de em função de aspectos mecânicos e elétricos. Com
relação à vida útil mecânica, esta possui um valor fixo, definido pelo projeto do contator e pelo desgaste
dos materiais utilizados. Numericamente falando, se pode citar um valor entre 10 x 10 6 a 15 x 106
manobras (contatores de pequeno porte). Este parâmetro vem indicado no catálogo dos fabricantes.

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Montagem dos Contatores

Os contatores devem ser montados de preferência verticalmente, em local que não esteja sujeito a
trepidação (Figura 3.9). Em geral, é permitida uma inclinação máxima do plano de montagem de 22,5o
em relação à vertical, o que permite a instalação em navios.

Figura 3.9 - Aspecto da montagem vertical de um contator.

Contatores e aplicações em diagramas de comandos elétricos

 O que são comandos elétricos?

Constituem toda forma de interferência, através de dispositivos, no sentido de ligar ou desligar qualquer
circuito elétrico.
No caso de motores elétricos, o comando elétrico ou acionamento é a forma de ligar ou desligar
os seus circuitos através de dispositivos como relés, contatores magnéticos, sensores etc.

A representação destes circuitos é feita pelo método de diagramas, onde são desenhados os
componentes através de símbolos gráficos e literais seguindo as normas técnicas de cada país ou
comunidade, como, por exemplo: ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), DIN, IEC etc.
Os diagramas, apresentados nos itens a seguir, são: 1. Circuito ou diagrama de Carga ou de força
ou de potência (principal) e 2. Circuito ou diagrama de Comando (secundário).

3.3 – Diagrama de carga

O diagrama de carga de um acionamento é compreendido como o conjunto de todas as ligações


referentes à carga acionada, a qual poderá ser uma lâmpada, um motor elétrico, um elemento aquecedor
etc. Neste diagrama estão localizadas as chaves principais, as quais são mais robustas e destinam-se a
comandar altos valores de corrente típicos de motores e outras cargas. São sempre do tipo NA. Sua
identificação se faz com números unitários de 1 a 6 (Figura 3.10a). Na Figura 3.10b está representado um
exemplo de um diagrama de carga.
O circuito de carga não funciona sem o de comando e este último não tem nenhuma aplicação se
não houver o primeiro. Assim, o circuito de carga determina o que se quer do comando e este determina a
maneira como se deve funcionar a carga.
Um contator possui, além das chaves principais, utilizadas em diagramas de carga, as chaves
auxiliares, que são menos robustas, se prestando a comandar as baixas correntes de funcionamento dos
eletroímãs (bobinas) de outras chaves magnéticas, lâmpadas de sinalização ou alarmes sonoros. As
chaves auxiliares podem ser do tipo NA ou NF.

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Figura 3.10a – Numeração das chaves Figura 3.10b – Diagrama de carga (exemplo).
principais de um contator.

A Figura 3.11 mostra o esquema completo de um contator, com as suas partes constituintes:
bobina, chaves principais (identificadas por números de um dígito) e chaves auxiliares (identificadas por
números de dois dígitos).

Figura 3.11 – Simbologia de um contator: bobina e chaves NA e NF. Contator tripolar com contatos auxiliares integrados. Fonte:
http://www.weg.net/files/products/WEG-contatores-e-reles-de-sobrecarga-catalogo-completo-50026112-catalogo-portugues-r.pdf

Normas de identificação dos contatos dos contatores

A normalização nas identificações de terminais dos contatos e demais dispositivos de manobra de


baixa tensão é o meio utilizado para tornar mais uniforme a execução de projetos de comandos e facilitar
a localização e função desses elementos na instalação.
A identificação é feita por letras maiúsculas nas bobinas com apenas um enrolamento (veja os
exemplos nas Figuras 3.12 e 3.13).
Para a identificação dos terminais principais e auxiliares de um contator, observa-se que a
identificação é feita por 2 dígitos, onde:
1º dígito: posição ocupada pelo contato a partir da esquerda.
2º dígito: função do contato – 1 para NF (abridor) e 3 para NA (fechador).
A identificação numérica apresentada nas Figuras 3.14 e 3.15 aplica-se aos contatos abridores e
fechadores (NF e NA). No exemplo da Figura 3.14, a chave numerada com 13 e 14 indica a primeira
chave (primeiro dígito, 1) e que é do tipo NA (normalmente aberta, segundo dígito: 3 e 4). Da mesma
forma, a chave numerada com 41 e 42 indica a quarta chave na sequência, sendo do tipo NF
(normalmente fechada, segundo dígito com finais 1 e 2).

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Figura 3.12 – Identificação das bobinas de um contator.

Figura 3.13 – Exemplo de um contator: bobina comandando chaves principais e auxiliares.

Figura 3.14 – Identificação de dois dígitos nos contatos.

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(a)

(b)

(c)

Figura 3.15 – Contator com chaves de contatos múltiplos, NA e NF.


Exemplo de numeração de seus terminais – (a), (b) e (c).

3.4 – Diagrama de comando

O diagrama de comando, como o próprio nome já diz, é o cérebro de um sistema de acionamento


elétrico. Consiste de dispositivos montados em uma sequência onde a lógica implementada define o tipo e
as operações no acionamento da carga.
Para uma lâmpada, o seu acionamento (liga/desliga), tempo em que vai ficar acesa (iluminação, luz
de emergência, luz de sinalização).
Para um motor elétrico, as operações de: partida, temporização, intertravamento, reversão de
rotação, parada, desligamento etc.
Os dispositivos do diagrama de comando são responsáveis pelo comando, proteção, regulação e
sinalização do sistema.

3.5 – Circuitos elétricos lógicos com contatores

Este item trata dos circuitos elétricos construídos a partir das funções lógicas binárias e teoremas
da Álgebra de Boole. São apresentadas técnicas para o projeto de alguns circuitos elétricos de comando
com o uso de chaves e de contatores, com o objetivo de automatizar processos simples.
Um problema na área de automação é chamado de combinatório quando os estados das saídas para
os elementos de comando são dependentes somente da combinação lógica dos estados lógicos (binários)
das entradas (BONACORSO, 2008).
A seguir são apresentadas as funções lógicas com o uso de chaves (variáveis de entrada) e de uma
lâmpada (variável de saída).

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3.5.1 – Função lógica SIM (afirmação)

Esta função, também chamada de identidade, mostra que a saída estará em nível alto somente se
a(s) entrada(s) estiver(em) em nível alto (BONACORSO, 2008). No caso do circuito da Fig. 3.16, a
lâmpada L só será acionada se a chave S estiver acionada também.

Função Lógica: Tabela-verdade:

L=S

A lâmpada L é acesa
somente se a chave S é
Figura 3.16. acionada.

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Entrada Saída
Chave Lâmpada
S L=S
0 0
1 1

3.5.2 – Função lógica NÃO (negação)

Nesta função, ocorre o oposto do circuito da Figura 3.16: a lâmpada L só é acionada (L = 1) se a


chave S NÃO estiver acionada (S = 0). Assim, a saída terá um estado lógico inverso ao da entrada (ver a
Figura 3.17).

Função Lógica: Tabela-verdade:


Entrada Saída
L Chave Lâmpada
S S
LS
A lâmpada L SERÁ acesa somente 0 1
se a chave S NÃO estiver acionada. 1 0
Figura 3.17.

3.5.3 – Função lógica E ou AND (associação em série)

Na função lógica E, ou AND, só se tem a lâmpada acesa (nível lógico 1) se as chaves S1 e S2


estiverem acionadas (veja a tabela-verdade, última linha).

Função Lógica: Tabela-verdade:

L  S1.S2
A lâmpada L SERÁ acesa
somente se as chaves S1 e
Figura 3.18. S2 estiverem acionadas.

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S1 S2 L  S1.S2
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1

3.5.4 – Função lógica OU (or) - associação em paralelo

Neste tipo de função lógica, teremos nível alto na saída quando qualquer das entradas estiver em
nível alto. Então, para a lâmpada L do circuito da Figura 3.19 estará acesa (nível lógico 1) se qualquer
uma das chaves estiverem fechadas ou com ambas fechadas (ou acionadas, nível lógico )

Figura 3.19.
S1 S2 L
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
Função Lógica:
L =S1+S2
A lâmpada L SERÁ acesa somente se a chave S1 ou S2 ou ambas estiverem acionadas.

3.5.5– Função lógica não E (ou NAND)

A função lógica NAND apresenta a saída em nível alto quando pelo menos uma das entradas
estiver em nível baixo, ou não-acionada (ver a tabela-verdade). Um circuito para realizar esta função está
mostrado na Figura 3.20.

Função Lógica: Tabela-verdade:

L  S1  S2
A lâmpada L SERÁ
acesa se S1 ou S2 ou
ambas não estiverem
Figura 3.20.
acionadas.

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S1 S2 S1.S2 L  S1  S2
0 0 0 1
0 1 0 1
1 0 0 1
1 1 1 0

3.5.5 – Função lógica não OU (ou EXOR)

Nesta função lógica, a saída possui nível alto (L = 1) somente se as entradas estiverem em nível
baixo, ou não-acionadas (ver a tabela-verdade). Um circuito para realizar esta função está mostrado na
Figura 3.21.

Função Lógica: S1 S2 S1 + S2 L
LSS S S 0 0 0 1
1 2 1 2 0 1 1 0
A lâmpada L será 1 0 1 0
acesa se S1 e S2 não 1 1 1 0
Figura 3.21. estiverem acionadas.

3.5.6 – Função lógica OU exclusivo (EXOR)

A função EXOR (ou exclusivo) funciona da seguinte forma: a


lâmpada L só será acesa quando a chave S1 estiver acionada (nível
alto) e a outra (S2) não estiver e vice-versa.
O circuito equivalente é mostrado na Figura 3.22.
Note que as chaves S 1 e S2 têm contatos inter-travados, o que
possibilita obter a seguinte função lógica:

L  S1  S2  S2  S1
L  S1  S2

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Tabela-verdade:

S1 S2 L  S1  S2
S1 S2 S1  S2 S2  S1
0 0 1 1 0 0 0
1 0 0 1 1 0 1
0 1 1 0 0 1 1
1 1 0 0 0 0 0

Exemplo 3.1 – Circuito lógico com dois contatores

O circuito da Figura 3.23 mostra um “circuito lógico” com os contatores X e Y. Encontrar a


expressão lógica resultante que explique os estados das chaves A, B, C, X e Y.
A expressão booleana resultante é:

L = CX + Y (3.1)

Onde A significa chave A atuando (comando com nível lógico 1) e A, chave A sem comando ou
sem atuar (nível lógico 0). O mesmo vale para as outras chaves.

Figura 3.23.
Da Equação (3.1), a variável Yindica que o contator Y não atuou. Para as chaves, a convenção é:
S  chave atuando (nível lógico 1);
S  chave não atuando (nível lógico 0);
Dos contatores X e Y, têm-se, respectivamente:

X = A + B e Y = AB

Assim, substituindo as variáveis X e Y na Equação (3.1):

L = C(A+B) +A  L = A BC + A + B
B

Através da propriedade X + XY = X + Y
 L = A + A BC + B  A + A N + B  A + N + B  A + BC + B

= A + B + BC = A + B + C
Logo, a lâmpada pode ser acionada pela chave A, ou pela chave B ou pela chave C.

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 Exercício – intertravamento elétrico de contatores

O intertravamento é um sistema elétrico ou mecânico destinado a evitar que dois ou mais


contatores se fechem acidentalmente, ao mesmo tempo provocando curto-circuito ou mudança de
sequência de funcionamento de um determinado circuito.
A Figura 3.24 mostra um diagrama de comando onde as chaves S 1 e S2 são intertravadas, ou seja:
quando S1 NA se fechar, no ramo de K 1, S1 NF se abre no ramo de K 2. O mesmo se aplica à chave S 2 (NA
no ramo de K2 e NF no ramo de K1). Isto impede que os ramos dos contatores K 1 e K2 sejam acionados
simultaneamente.

a) Descreva a atuação dos elementos do diagrama de comando da


Figura 3.24, primeiro acionando S1. Suponha que K1 acione uma
lâmpada no diagrama de carga, ligada em 220 VRMS.

Figura 3.24.

b) O que deve ser feito para acionar a lâmpada via chave S2?

Exemplo 3.3 – Multiplicação de contatos

Na Figura 3.25, vê-se que com uma única chave pode-se acionar o contator K1, o qual conta com
várias chaves que ligarão (NA) ou desligarão (NF) os circuitos ligados através dessas chaves. Isto permite
que com uma única chave (S1), seja possível operar vários circuitos simultaneamente.

Figura 3.25.

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Exemplo 3.4 – Circuito teste de lâmpadas

Um circuito para teste de lâmpadas pode ser montado como mostra a Figura 3.26. Ele é utilizado
para testar as lâmpadas de sinalização de alarmes ou painéis, verificando se existe alguma lâmpada
queimada, para sua devida substituição.

Figura 3.26.

Funcionamento:

- O que ocorre ao pressionarmos a botoeira NA Bo ?

A botoeira Bo aciona as lâmpadas instantaneamente, o que permite verificar se há alguma


danificada (função de teste). O brilho das lâmpadas acionadas por esta botoeira é menor, pois a tensão
eficaz é alterada pela ação dos diodos em cada braço.
A corrente circula através dos diodos, fazendo com que as lâmpadas L1, L2 e L3 acendam
independentemente do fechamento dos contatos K1, K2 ou K3.

O acionamento de cada lâmpada pode ser descrito pela equação Ln = Bo + Kn.

Para a lâmpada L2, por exemplo, L2 = Bo + K2, ou seja, esta será acionada pela botoeira B o
(juntamente com as outras lâmpadas) OU pela chave NA do contator K 2. Obviamente, o acionamento
independente só ocorre através do contator K2.

Exemplo 3.5 – Circuito de selo

Este circuito, mostrado na Figura 3.27b, é o princípio lógico das maiorias de todos os circuitos de
comandos elétricos. Os botões B0 (NF) e B1 em série, comandam o contator K 1, o qual tem um contato
NA, em paralelo com B1 (NA).
Pressionando B1, a bobina de K1 é energizada. Liberando B1, K1 se mantém energizado, pois o
seu contato NA foi fechado pela ação de sua bobina.
Para desligar, basta apertar o botão B0, o que desarma a bobina do contator K1.

Exemplo 3.6 – Memorização de acionamento (outro exemplo de selo)

Através de uma das chaves (então chamada chave ou contato de selo ou de auto-retenção) pode-
se manter o contator acionado após um acionamento momentâneo da chave que o acionou.
No circuito da Figura 3.28, após acionar S 1, as cargas ficarão acionadas como se a mesma se
mantivesse acionada, pois o contato 13-14 manterá o contator acionado (mesmo com S 1 aberta). Para
DESLIGAR K1, basta abrir o contato NF S2, inserido em série com o eletroímã.

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(a) (b)
Figura 3.27 – (a) Circuito de comando de uma lâmpada incandescente. (b) Circuito de
comando, constituído de uma chave em paralelo com a botoeira (selo ou retenção).

Figura 3.28 - O botão S1 aciona o contator que se mantém por selo. O botão S2 desliga o contator.

Exemplo 3.7 – Partida estrela-triângulo de um motor CA

Durante a partida e aceleração de um motor elétrico, até a sua rotação nominal, este solicita uma
sobrecorrente em torno de 6 a 8 vezes a corrente nominal, o que pode provocar a queda de tensão na rede
de alimentação e interferência no acionamento de outras cargas (lâmpadas, PCs etc.).
Adota-se então o uso de uma chave de partida ESTRELA-TRIÂNGULO, que é um diagrama de
comando onde, através de uma lógica de operação das chaves dos contatores, controla-se a corrente do
motor no período de transitório de partida.
Uma observação importante: através desta manobra o motor realizará uma partida mais suave,
reduzindo sua corrente de partida em aproximadamente 1/3 da que seria se acionado em partida direta. A
partida Y-Δ é utilizada quase que exclusivamente para partidas sem carga. A Figura 3.29 ilustra este
método de acionamento.

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Figura 3.29 – Chave de Partida Estrela-Triângulo. Diagramas de Carga e de Comando.

Questões:

1) Observando os diagramas da Figura 3.29, qual dos contatores assegura a partida do MIT em triângulo?

2) A chave S2 intertravada está ligada de modo correto? Justifique.

3) Qual é a função do selo do contator K3?

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Exemplo 3.8 – Exemplos comerciais de contatores

A Figura 3.30 mostra um exemplo comercial de contator, da GE – modelo CL, onde são
mostradas todas as suas partes constituintes.
Este tipo de contator opera com corrente alternada e com corrente contínua, na faixa de 9 a 140
A. Conta, dentre outros dispositivos, com um relé de sobrecarga e com um temporizador eletrônico. A
Figura 3.31 mostra uma combinação de contatores e de seus dispositivos.

Figura 3.30.

Figura 3.31 - Contatores e combinações de contatores. Fabricante: SIEMENS (Modelo SIRIUS).

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