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FACULDADE DE ENGENHARIAS, ARQUITETURA E URBANISMO E GEOGRAFIA

ENGENHARIA ELÉTRICA - BACHARELADO


CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE
ENERGIA

Anthony Gabriel Leite de Lima


Davi Ramos Brandão
Emilio Sanches de Andrade Neto
Gabriel Maschio
Isabelle Couto Pasquatto
Pedro Henrique Mendes Moreira
Vitor Grateki

PRÁTICA N° 2:

CARACTERÍSTICA DA MÁQUINA DE CC, OPERANDO COMO GERADOR COM


EXCITAÇÃO INDEPENDENTE

Campo Grande – MS
2023
Anthony Gabriel Leite de Lima
Davi Ramos Brandão
Emilio Sanches de Andrade Neto
Gabriel Maschio
Isabelle Couto Pasquato
Pedro Henrique Mendes Moreira
Vitor Grateki

PRÁTICA N° 2:
CARACTERÍSTICA DA MÁQUINA DE CC, OPERANDO COMO GERADOR COM
EXCITAÇÃO INDEPENDENTE

Relatório referente às aulas de laboratório sobre


característica da maquina de cc, operando como gerador,
realizadas nos dias 05 e 12 de setembro de 2023,
apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul, como requisito parcial para aprovação na disciplina
de Conversão eletromecânica de energia.
Docente: Marcos Roberto de Araújo.

Campo Grande – MS
2023
RESUMO: O estudo do funcionamento de máquinas de corrente contínua operando como
gerador é de suma importância para a formação completa do engenheiro eletricista. Nesse
contexto, o presente trabalho tem por objetivo, promover uma análise acerca do funcionamento
de uma MCC operando como gerador, com excitação independente em seus enrolamentos de
armadura e campo. A metodologia utilizada para a obtenção dos resultados foi a experimental.
Para a análise dos resultados obtidos e confecção do relatório, foi empregada a metodologia de
pesquisa bibliográfica, a fim de concatenar os resultados práticos aos conceitos teóricos. Em
suma, este relatório fornece uma visão abrangente das características das máquinas de corrente
contínua operando no modo gerador com excitação independente. Compreender os princípios
e fatores que afetam seu funcionamento é crucial para otimizar sua utilização e garantir uma
geração de energia eficaz e confiável.

Palavras chave: máquina; gerador; corrente contínua.


SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5
II. OBJETIVO .......................................................................................................................... 6
III. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 7
IV. RESULTADOS E DISCUÇÃO ......................................................................................... 12
V. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 25
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 27
I. INTRODUÇÃO

De acordo com, PEREIRA, 2023. Conversão Eletromecânica de Energia. A


compreensão dos princípios de funcionamento das máquinas de corrente contínua (MCC)
desempenha um papel crucial na formação do engenheiro eletricista. Neste contexto, este
experimento tem como objetivo familiarizar os discentes com o funcionamento de uma MCC
operando como gerador, com excitação independente em seus enrolamentos de armadura e
campo.

Segundo, FITZGERALD, A. E. Et al. 2014. Para a operação de uma MCC como gerador
envolve a análise das curvas de magnetização e das características de regulação (terminal).
Além disso, a observação da tensão induzida no rotor da MCC, variando a carga nas condições
com e sem interpolo, fornece informações valiosas sobre o comportamento do sistema. Este
experimento foi conduzido utilizando recursos disponíveis no Laboratório de Máquinas da
universidade e envolveu a utilização de instrumentos específicos, conforme detalhado nas
Tabelas 1, 2 e 3.

Na primeira parte do experimento, investigou-se o princípio de funcionamento da MCC,


observando seu comportamento na condição de vazio e analisando a curva de magnetização. A
segunda parte envolveu a variação da carga e a observação da tensão terminal em função da
corrente de carga. Esses dados foram coletados para análise e interpretação, com o objetivo de
entender o desempenho da MCC em diferentes condições de operação.

Este relatório abordará os procedimentos realizados, os resultados obtidos e as


discussões relevantes, incluindo a explicação da origem da tensão induzida em condições
específicas e a relação entre a magnitude da f.e.m. induzida, o fluxo magnético e a velocidade
de rotação. Além disso, serão apresentadas as curvas de magnetização e tensão terminal, bem
como a estimativa da tensão nos terminais em uma velocidade constante.

Assim, este experimento proporciona uma oportunidade valiosa para explorar os


princípios fundamentais das MCCs em operação como geradores, contribuindo para a formação
teórica e prática dos discentes no campo da engenharia elétrica.

5
II. OBJETIVO

O presente relatório tem por objetivo, familiarizar os discentes com o princípio de


funcionamento da máquina de corrente contínua (MCC), operando no modo gerador, com
excitação independente dos seus enrolamentos de armadura e de campo, traçar a curva de
magnetização e também a característica de regulação (terminal) para operação da máquina de
corrente contínua como gerador com excitação independente e, por meio da conexão de um
osciloscópio à bobina exploratriz da MCC, observar onda de tensão induzida no rotor variando
a carga nas condições com e sem interpolo.

6
III. MATERIAIS E MÉTODOS

É importante destacar que, no decorrer deste estudo, foram empregados os recursos


disponíveis no Laboratório de Máquinas do Bloco 9 da universidade. Na primeira parte deste
experimento o objetivo foi entender o princípio de funcionamento da máquina de corrente
contínua (MCC), operando no modo gerador, com excitação independente dos seus
enrolamentos de armadura e de campo. Na segunda parte tratou-se de observar a onda de tensão
induzida no rotor variando a carga nas condições com e sem ligações dos interpolos, por meio
da conexão de um osciloscópio a bobina da MCC

Os instrumentos empregados na primeira e segunda parte do experimento, assim como


os dados de identificação do motor, estão devidamente mencionados nas tabelas 1, 2 e 3
respectivamente.

Tabela 1 – Materiais necessário para experimento

Máquina de corrente contínua 0,5 CV, 01 Tacômetro de contato;


operando como gerador
01 Motor de indução trifásico 0,5 CV 01 Multímetro True RMS;
(máquina primária)
01 Painel de alimentação e proteção 01 Amperímetro DC, 1 A;
trifásica De Lorenzo (p/ o MIT);
01 Fonte de alimentação monofásica 01 Amperímetro DC, 5 A;
ajustável De Lorenzo (Saída DC);
Cabos com pinos bananas compatíveis 01 Painel de Cargas Resistivas.
com os equipamentos;
Fonte: Notas de laboratório

Tabela 2 – Materiais necessários (Bancada WEG (única))

01 Máquina de corrente contínua 2kW 01 Tacômetro de contato


WEG, operando como gerador
01 Motor de indução trifásico 2 kW 01 Multímetro true RMS
WEG (máquina primária)

7
01 Cabo de alimentação e proteção 01 Amperímetro DC, 1 A
trifásica p/ o MIT
01 fonte de alimentação monofásica 01 painel de cargas resistivas
ajustável (saída DC)
Cabos com pinos bananas compatíveis 01 Osciloscópio
com os equipamentos
Fonte: Notas de laboratório

Tabela 3 – Elementos Identificadores

Aparelho Marca Número de patrimônio


ou modelo
Fonte de alimentação DE LORENZO DL 2108TAL
Cargas resistivas DE LORENZO 142826
Motor de indução trifásico 0,5 CV WEG WEG W22

Máquina de corrente contínua 0,5 Motron M610-VIRB-Shunt-Série-


CV Comp
Motor corrente contínua WEG GE 1105
Motor de indução trifásico WEG FAF 112
Fonte de Alimentação trifásica edutec 00177994
Banco de Cargas resistivas edutec 00180792
Tachometer Politerm Pol-19
Multimetro Politerm Pol-41
Ociloscopio Tektronix TBS 1062
Fonte: Elaborado pelo autor

A seguir está apresentado as imagens dos aparelhos utilizados na primeira e segunda


parte do experimento e que estão representados nas Tabelas 1 e 2

Figura 1 - Fonte de alimentação

8
Figura 2 – Painel de Cargas resistivas

Figura 3 - Máquina de corrente contínua 0,5 CV e

Motor de indução trifásico 0,5 CV

Figura 4 - Motor de indução trifásico 2 kW

9
Figura 5 - Motor de indução trifásico 2 kW WEG

Figura 6 - painel de cargas resistivas

Figura 7 - Multímetro

10
Figura 8 - Tacômetro de contato

Figura 9 - Osciloscópio

A metodologia utilizada para a obtenção dos resultados foi a experimental, com os


experimentos realizados no LABMAQ da Universidade Federal de Mato Grosso Do Sul. Para
a análise dos resultados obtidos e confecção do relatório, foi empregada a metodologia de
pesquisa bibliográfica, a fim de concatenar os resultados práticos aos conceitos teóricos.

11
Seguiu-se os seguintes métodos de montagens. Na primeira parte do experimento foi
feito a ligação em paralelo da carga com a armadura, os interpolos foram ligados em serie entre
a ligação da carga e armadura. Utilizou-se um amperímetro em serie para medir a corrente e um
voltímetro em paralelo para medir a tensão. Ligou-se uma fonte CC nos pontos C1 e C2 para
produzir o campo. Desse modo mediu-se a corrente, tensão e rotação do motor. Na segunda
parte do experimento, utilizou-se o mesmo esquema de montagem do experimento 1, porém
com os motores de 2kW da WEG. Estabeleceu-se If no valor de 0,46 A e alimentou-se a corrente
próximo ao valor nominal do motor. Com isso, variou-se os valores das cargas, assim observou-
se a variação no formato de onda da tensão de armadura no osciloscópio também foi possível
observar o surgimento de leves faíscas no comutador.

IV. RESULTADOS E DISCUÇÃO

Nesta aula prática, foi observado os dados e comparados para cada máquina de
corrente contínua. Deste modo montamos os circuitos das figuras, em máquinas diferentes, a
fim de obter a curva de magnetização a vazio. Para isso foram colocados amperímetros e
voltímetros para medição de corrente de campo neste caso para chegar até a correte nominal
das máquinas, tensão de terminal aqui foi medido até chegar a corrente nominal e número de
rotação se manteve constante durante as medições.

Desde modo, para chegar na curva de tensão de armadura versus a corrente de armadura
para isso estagnou corrente de campo nominal, e variou a corrente de armadura com as cargas
resistivas conectadas em série e paralelo, assim a medição de tensão do terminal aumenta
conforme aumenta as cargas, como também o número de rotação reduz conforme o mesmo,
neste caso se calcula a potência multiplicando corrente de armadura vezes tensão de terminal.

a. PROCEDIMENTOS INICIAIS

Monta-se o esquema de ligação utilizada para obter a curva de magnetização da MCC


(com polo auxiliar ligado). Ponha a máquina primária (MIT) em operação, com a tensão
nominal de alimentação. Meça a velocidade de rotação. [n = 1791 rpm].

12
Figura 10: Circuito Montado

Fonte: Acervo do autor

Após isso foi feito a parte dois do experimento na outra máquina citada acima,
ilustrada na figura 2, porém com cargas diferentes.

Figura 11: Carga utilizada (resistência)

Fonte: Acervo do autor

13
5.7 Explique qual a origem da tensão induzida com If = 0

A tensão induzida, conforme descrita pela Lei de Faraday da indução eletromagnética,


é gerada quando há uma variação no fluxo magnético que atravessa um circuito elétrico. Essa
variação do fluxo magnético é o fator fundamental que leva à indução de uma tensão em um
condutor.

Quando a corrente em um circuito é igual a zero (If = 0), significa que não há corrente
elétrica fluindo pelo circuito. Nesse caso, se não houver uma mudança no fluxo magnético que
atravessa o circuito, não haverá indução de tensão. Em outras palavras, a tensão induzida está
diretamente relacionada à taxa de variação do fluxo magnético e à presença de uma corrente
elétrica.

Portanto, se a corrente no circuito for zero e não houver mudança no campo magnético
que o atravessa, a tensão induzida será igual a zero. A tensão induzida ocorre em resposta a
mudanças no campo magnético ou a uma corrente elétrica que varia ao longo do tempo,
conforme estabelecido pela Lei de Faraday.

5.8 No gerador CC, qual a expressão relaciona a magnitude de f.e.m. induzida na


armadura com o fluxo magnético e a velocidade de rotação? Essa relação é linear? Como
se pode estimar a curva de magnetização para outra velocidade?
a) A magnitude da força eletromotriz induzida (f.e.m.) em um gerador CC é diretamente
proporcional ao produto do fluxo magnético (Φ) cortando as bobinas da armadura e à
velocidade angular de rotação (ω) do gerador. A expressão que relaciona esses dois fatores é
conhecida como a Lei da F.E.M. de Faraday e é dada por:

f.e.m. (E) = Φ * ω

b) Sim, a relação entre a força eletromotriz induzida (f.e.m.), o fluxo magnético e a


velocidade angular de rotação em um gerador CC é linear, desde que a velocidade de rotação
seja constante e o campo magnético seja uniforme.

c) A curva de magnetização de um gerador CC, que relaciona a força eletromotriz


(f.e.m.) com a corrente de campo (corrente que alimenta o enrolamento de campo), pode variar
14
para diferentes velocidades de operação. Para estimar a curva de magnetização para uma
velocidade diferente, você pode seguir os seguintes passos:

Coleta de dados: Primeiro, é necessário obter dados experimentais da relação entre a


f.e.m. e a corrente de campo para a velocidade de referência (a partir da curva de magnetização
existente). Isso pode ser feito ajustando o gerador DC para operar a diferentes correntes de
campo e registrando a f.e.m. correspondente em cada configuração.

Mantenha outros parâmetros constantes: Para estimar a curva de magnetização em uma


velocidade diferente, mantenha outros parâmetros do gerador, como o campo magnético
produzido, a geometria da armadura e a temperatura, o mais constante possível. Isso ajuda a
isolar o efeito da velocidade na relação f.e.m. vs. corrente de campo.

Ajuste da velocidade: Altere a velocidade de operação do gerador para a nova


velocidade desejada.

Realize testes: Repita o processo de coleta de dados para a nova velocidade, variando a
corrente de campo e registrando a f.e.m. correspondente em cada configuração. Certifique-se
de medir um conjunto abrangente de pontos de dados para criar uma curva de magnetização
representativa.

Análise e interpolação: Com os novos dados, você pode criar uma nova curva de
magnetização para a velocidade desejada. Isso pode ser feito por meio de interpolação ou ajuste
de curva para estimar a relação funcional entre a f.e.m. e a corrente de campo na nova
velocidade.

É importante lembrar que a curva de magnetização pode não ser linear, especialmente
em velocidades extremamente baixas ou altas. Portanto, um ajuste de curva adequado pode ser
necessário para modelar com precisão a relação. Além disso, para resultados mais precisos, é
recomendável usar equipamentos de medição precisos e realizar testes em condições
controladas de laboratório ou campo.

5.9. Usando os dados da Tabela 1, trace (desenhe) a curva de magnetização da máquina e


estime e trace a curva de magnetização para 1800 rpm.

Martignoni.(1987) trouxe em seu livro sobre Máquinas elétricas de corrente contínua


que quando operamos um gerador de corrente contínua (CC) sem carga, na condição de vazio,
15
mantendo constante a rotação gerada pelo motor de indução trifásico (MIT), obtemos uma força
eletromotriz (fem) diretamente proporcional ao fluxo da máquina, e, portanto, ao valor da
indução existente no circuito magnético.

Quando a máquina funciona na condição de vazio, a fem (E) varia com as mudanças
na corrente de excitação. Por essa razão, a curva que representa essa variação é chamada de
curva de magnetização. A figura N é um exemplo dessa curva, a qual foi construída e gerada
por meio de um ensaio, operando a máquina com a velocidade normal utilizando um motor
auxiliar, neste caso, um MIT. A corrente de excitação foi fornecida através de uma fonte de
alimentação separada e regulável, sendo medida por um amperímetro inserido no circuito. A
tensão na armadura foi monitorada com o auxílio de um voltímetro. Os dados obtidos durante
as leituras dos multímetros estão apresentados na tabela n. Além disso, foi realizada a medição
das rotações por minuto do motor.

Tabela 4: Curva de magnetização em vazio

𝑛 (𝑟𝑝𝑚)
𝐼𝑓(𝐴) 𝐸𝑎(𝑉)
1794
0 13,3
1794
0,05 18
1794
0,1 50,3
1792
0,15 72,15
1791
0,2 94,3
1791
0,25 109,9
1790
0,3 123,5
1787
0,35 133,5
1786
0,4 140,5
Fonte: Acervo do autor

16
Figura 12 – Curva de magnetização

160

Tensão de armadura (V) 140

120

100

80

60

40

20

0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45
Corrente do enrolamento de campo (A)

Fonte: Acervo do autor

É crucial observar que, neste gráfico, mesmo quando a corrente de campo é igual a zero,
uma força eletromotriz (fem) é induzida na armadura. Como discutido em partes anteriores,
essa tensão é atribuída inteiramente ao magnetismo residual, que persiste devido ao histórico
da excitação prévia do ferro.

Assim como mencionado no livro Máquinas elétricas de corrente contínua do autor


Martignoni.(1987) para construir a curva de magnetização com uma rotação diferente da
estabelecida inicialmente, é fundamental reconhecer que a forma da curva na figura N está
intrinsecamente relacionada a uma velocidade específica da máquina. Em outras palavras, à
medida que a velocidade varia, a característica da curva também se modifica, aumentando se a
velocidade aumenta e diminuindo se a velocidade diminui. Mais especificamente, se a
velocidade da máquina se deslocar do valor normal "n0" para um valor "n", isso levará a uma
variação no valor de "Ea0", que passará a ser "Ea", seguindo a seguinte relação:

𝐸𝑎/𝐸𝑎0 = 𝑛/𝑛0

Sendo assim, com a variação da velocidade conforme solicitado, o valor E1 medido pelo
voltímetro deve ser corrigido para corresponder à nova velocidade, resultando em:

𝑛
𝐸𝑎 = ( )𝐸
𝑛0 𝑎0

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Mas como neste caso a rotação medida no ensaio está bem próxima da pedida pelo
enunciado, não será necessário realizar tal correção na tensão.

5.10. Utilizando os dados da Tabela 2, trace a curva de tensão terminal de armadura em


função da corrente de carga. Estime para o maior valor de corrente de armadura, qual
seria o valor da tensão nos terminais se a velocidade da máquina primária tivesse
permanecido constante igual ao valor obtido com o gerador CC sem carga (considere os
valores de resistências do circuito de armadura medidos – Prática P1)

A característica externa de um gerador é representada pelo gráfico exibido na Figura


N, o qual descreve a relação entre a tensão e a corrente de carga, mantendo a velocidade
constante. Essa característica é obtida ao conectar os terminais da máquina a uma carga
ajustável, permitindo que a máquina forneça corrente para o circuito externo. Durante esse
processo, é crucial manter tanto a corrente de excitação quanto a rotação em níveis constantes.
A carga é ajustada de modo que a corrente, medida pelo amperímetro, varie através de uma
série de valores até alcançar sua corrente nominal de operação.

Os valores de corrente são meticulosamente registrados em conjunto com as


respectivas tensões, medidas pelo voltímetro Va, conforme ilustrado na Figura N. Esse
procedimento permite a análise da característica externa do gerador em relação ao seu
desempenho sob diferentes condições de carga.

Tabela 5: Tensão e corrente de armadura

If= constante = 0,4 n ≅ constante ≅ 1794


𝐼𝑎 (A) 𝑉𝑡 (V)
0 139,6
0,90 133,8
1,80 129,3
2,60 125,2
3,32 121,2
3,70 119,1
4 116,9
Fonte: Acervo do autor

18
Observa-se que, durante as medições, mesmo com a corrente de campo (If) e as
rotações por minuto (rpm) mantendo-se constantes, a tensão nos bornes da máquina diminui
gradualmente à medida que a corrente de carga aumenta. Em uma condição de carga específica,
a diferença entre a tensão interna (V) e a tensão nos bornes (E) representa a queda de tensão
interna da máquina Del toro. (1994)

Figura 13 – Curva de tensão de armadura versus corrente de armadura

145
Tensão terminal de armadura (V)

140

135

130

125

120

115
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
Corrente de carga (A)

Fonte: Acervo do autor

Para calcular a tensão nos terminais quando a velocidade da máquina primária


permanece constante no valor obtido com o gerador sem carga, consideramos o maior valor de
corrente de armadura, que neste caso é a corrente nominal de 4 amperes. De acordo com Del
toro. (1994) autor do livro Fundamentos de máquinas elétricas, para calcular a relação entre a
Força Eletromotriz (Fem) gerada (Ea) em regime permanente e a tensão nos terminais da
armadura (Vt), utilizamos a seguinte equação:

𝑉𝑡 = 𝐸𝑎 − 𝐼𝑎 𝑅𝑎

Considerando Ia como a corrente de armadura de saída e Ra como a resistência de


armadura, conforme os dados obtidos na prática 1, onde o valor da resistência é de 5,2 ohms
(Ω), podemos prosseguir com os cálculos.

𝑉𝑡 = 140,5 − (4 ∗ 5,2)

𝑉𝑡 = 119,7

19
É importante destacar que em um gerador a tensão Ea é maior do que Va, e que a tensão
nos terminais de um gerador com excitação independente varia ligeiramente com o aumento da
corrente de carga, principalmente devido à queda de tensão na resistência de armadura.

5.11. Complete e apresente no Relatório as tabelas. P (W) = Vt (V) x Ia (A)

Tabela 6: Tensão e corrente de armadura

𝐼𝑎 (A) 𝑉𝑡 (V) P(W)


0 139,6 0
0,90 133,8 120,45
1,80 129,3 232,74
2,60 125,2 325,52
3,32 121,2 402,384
3,70 119,1 440,67
4 116,9 467,6
Fonte: Acervo do autor

5.12. Calcule a regulação do gerador com a equação: %Regulação = [(Vt0 – Vt)/Vt]x100

𝑽𝒕𝟎 − 𝑽𝒕
%𝑹𝒆𝒈𝒖𝒍𝒂çã𝒐 = ( ) ∗ 𝟏𝟎𝟎
𝑽𝒕

𝟏𝟑𝟗, 𝟔 − 𝟏𝟏𝟔, 𝟗
%𝑹𝒆𝒈𝒖𝒍𝒂çã𝒐 = ( ) ∗ 𝟏𝟎𝟎
𝟏𝟏𝟔, 𝟗

%𝑹𝒆𝒈𝒖𝒍𝒂çã𝒐 = 𝟏𝟗, 𝟒𝟐𝟖%

5.11. Explique o que aconteceu durante a realização do ensaio. Por que a corrente aumenta
e a tensão nos terminais diminui?

O aumento da corrente em um gerador de corrente contínua pode causar uma diminuição


na tensão nos seus terminais devido à presença da resistência interna nos componentes do
gerador. Essa redução de tensão interna pode ser corrigida ajustando-se a excitação do campo,
de forma a compensar a diminuição da tensão nos terminais. Isso permite manter a tensão de
saída mais estável, mesmo em condições de carga variáveis. Em outras palavras, ao aumentar
a corrente, a resistência interna causa uma queda de tensão, mas ajustando a excitação do
20
campo, podemos equilibrar essa queda e manter a saída de tensão do gerador constante,
independentemente das variações na carga.

5.10.(P2b) Explique os fenômenos observados notadamente:

i. Quais as características destacáveis da forma de onda da tensão gerada da armadura?

Observa-se que a forma de onda da tensão gerada na armadura não segue um padrão senoidal
típico. Em vez disso, é notável que, no ponto de transição entre os polos positivos e negativos,
a onda mantém-se em um determinado valor por um período de tempo.

A forma de onda da tensão na armadura de um motor elétrico não muda com a variação
da carga. A forma de onda da tensão gerada na armadura do motor é essencialmente uma forma
de onda alternada, que mantém sua característica de alternância entre polaridades (positiva e
negativa) e frequência independentemente da carga aplicada ao motor.
No entanto, a magnitude (amplitude) da tensão na armadura e a corrente que flui através
dela podem ser afetadas pela carga. Quando a carga aumenta, a corrente na armadura também
aumenta, de acordo com a Lei de Ohm (V=R*I). Como resultado, a amplitude da tensão na
armadura pode cair devido à queda de tensão causada pela resistência interna da armadura do
motor.
Em resumo, a forma de onda da tensão na armadura permanece a mesma, mas a
amplitude da tensão pode diminuir sob carga devido à queda de tensão causada pela resistência
interna da armadura e pela resistência da carga. Esse fenômeno não altera a forma da onda, mas
pode afetar a eficiência e o desempenho do motor, especialmente em cargas pesadas. Para
manter a operação adequada do motor sob carga variável, geralmente é necessário um sistema
de controle que ajuste a tensão de alimentação conforme necessário para manter a operação
dentro dos parâmetros desejados.
Funcionamento do motor a vazio, a amplitude da onda permanece pequena em relação
com o funcionamento do motor com carga, como demonstrado na figura obtida em experimento
laboratorial:

21
Figura 14 - tela do osciloscópio

Fonte: Acervo Autor.


Com carga máxima, a amplitude da onda aumenta, como demonstrado na imagem obtida
em experimento laboratorial:

Figura 15 – tela do osciloscópio

Fonte: Acervo do autor

ii. Se a tensão gerada é alternada, com a mesma forma de onda da indução no entreferro, como
se consegue obter nos terminais uma tensão de natureza contínua?
22
Graças à comutação mecânica facilitada pela interação das escovas e do comutador.

5.11 Por que os interpolos conseguem reduzir o faiscamento na comutação? A polaridade


dos interpalos é importante? Será necessário inverter sua conexão quando o MCC passa
de gerador a motor ou vice-versa? Justifique.

Os interpolos, quando usados em um comutador, podem ajudar a reduzir o faiscamento


(ou arco elétrico) durante a comutação em sistemas elétricos. Isso acontece devido a várias
razões:

Separação Física: Os interpolos são peças adicionais inseridas entre os contatos móveis
e fixos de um comutador. Eles criam uma separação física entre os contatos antes que eles sejam
abertos ou fechados. Essa separação física inicial reduz a probabilidade de faiscamento, pois
diminui a probabilidade de contato direto entre os contatos elétricos.

Extinção do Arco: Os interpolos também podem ser projetados para extinguir o arco
elétrico. Quando os contatos são abertos, a corrente elétrica que estava fluindo entre eles pode
criar um arco elétrico que é altamente energético e pode danificar os contatos. Os interpolos
podem ser feitos de materiais que ajudam a extinguir esse arco elétrico, minimizando seu
impacto e prolongando a vida útil dos contatos.

Redução da Emissão de Partículas: Durante o faiscamento, os contatos podem se


desgastar, liberando partículas metálicas que podem contaminar o isolamento circundante e
causar falhas no dispositivo. Os interpolos podem ajudar a reduzir o desgaste dos contatos,
minimizando a emissão de partículas e melhorando a confiabilidade do sistema elétrico.

Melhoria da Comutação: Os interpolos também podem ser projetados para melhorar a


comutação em sistemas elétricos, garantindo que os contatos se separem ou se fechem de forma
mais suave e controlada. Isso reduz o impacto da comutação e minimiza a geração de faíscas.

-Prevenção de Interferências Eletromagnéticas (EMI): Os interpolos podem ajudar a reduzir a


interferência eletromagnética gerada durante a comutação. Isso é importante em sistemas
sensíveis, como eletrônicos de controle, onde EMI pode causar problemas de funcionamento.

Em resumo, os interpolos são projetados para melhorar a operação dos dispositivos de


comutação, minimizando o faiscamento, ao cancelar o campo magnético gerado pelo circuito
de armadura, prolongando a vida útil dos contatos, reduzindo a emissão de partículas e

23
melhorando a confiabilidade geral do sistema elétrico. Eles desempenham um papel importante
na engenharia de dispositivos de comutação para garantir um funcionamento seguro e eficiente.
A imagem capturada em laboratório demonstra na prática o faiscamento de um motor:

Figuta 16 – conexão do comutados com as escovas do motor

Fonte: Acervo do autor.

A polaridade de um interpolo em um sistema elétrico deve estar alinhada com a polaridade do


polo principal que está imediatamente à frente dele, no sentido da rotação, no caso de um gerador, e
imediatamente atrás no caso de um motor. Isso é crucial para garantir o funcionamento adequado do
sistema.

A Força Magnetomotriz (FMM) no interpolo deve ser cuidadosamente ajustada para neutralizar
a influência da FMM da armadura, que provoca a magnetização cruzada na região interpolar. Além
disso, a FMM deve ser ligeiramente superior a esse valor para fornecer a densidade de fluxo necessária.
Esse ajuste é essencial para que a tensão rotacional na bobina de armadura curto-circuitada possa anular
a tensão de reatância, permitindo um funcionamento eficiente e controlado do sistema elétrico. Portanto,
é fundamental que a polaridade e a magnitude da FMM no interpolo sejam adequadamente ajustadas
para garantir o desempenho desejado do sistema.

5.12, Analise (comente) os resultados obtidos (P2a e P2b) e descreva suas conclusões,
qualitativamente e quantitativamente, a respeito do funcionamento da máquina de corrente
contínua operando como gerador, com excitação independente.

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É fundamental destacar que os dados obtidos da máquina revelam discrepâncias
notáveis na corrente de armadura. No caso do MCC1, a corrente de armadura atinge no máximo
4 A, enquanto no MCC2 ela chega a 11,40 A em plena carga. Isso indica que o MCC1 apresenta
um desempenho superior em situações de corrente elevada.

Além disso, a avaliação da potência é de grande importância, para garantir o


funcionamento eficiente, seguro e economico de maquinas e sistemas eletricos. Ela
desempenha um papel fundamental na gestao de energia e no desempenho global de
sistemas eletricos e mecanicos. O MCC2 converte 1470,6 W, o que indica a quantidade de
tensão transformada em trabalho, enquanto o MCC1 possui uma potência inferior, registrando
apenas 467,6 W.

No teste a vazio (sem carga), notamos poucas variações entre o MCC1 e o MCC2,
devido ao fato de ambos operarem com corrente de campo nominal. No MCC1, a corrente de
campo nominal é de If=0,4 A, resultando em uma tensão no terminal de Vt=140,4 V. Por outro
lado, o MCC2 possui uma corrente de campo nominal de If=0,46 A, o que resulta em uma
tensão no terminal de Vt=157,97V.

V. CONCLUSÃO

Este experimento foi fundamental para compreender os princípios de funcionamento da


Máquina de Corrente Contínua (MCC) como gerador com excitação independente. Abordamos
os aspectos práticos e os desafios associados à operação dessas máquinas, destacando a
importância da manutenção adequada e do monitoramento constante para garantir seu
desempenho eficiente e confiável.
Pudemos observar que a curva de magnetização da MCC é não linear, o que é
característico de máquinas de corrente contínua. Foi observado também como cargas diferentes
interferem nos parâmetros da máquina, que a forma de onda da tensão na armadura de um motor
elétrico não muda com a variação da carga, mas apesar disso, o que se variou foram o valor da
amplitude da tensão na armadura e a corrente que flui através dela. Observou-se que quanto
maior a carga, maior seria a corrente e menor seria o valor da tensão. Essa variação pode se dar
em decorrência da queda de tensão que surge internamente em decorrência da resistência interna
da armadura e das resistências de carga. Outro parametro afetado é a velocidade de rotação do
eixo da máquina, sendo que quanto mais carga, menor é a velocidade de rotção.

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Visualizou-se o formato da forma de onda obtida na saída da máquina, sendo ela uma
onda senoidal. Então viu-se que é necessário a implementação de um retificador a fim de se
obter uma forma de onda contínua para a utilização em algumas aplicações. Vimos a
importância dos interpolos e como eles auxiliam a minimização do faiscamento durante a
comutação. Ainda sobre o interpolo, foi discutido como sua polaridade pode interferir no
funcionamento da máquina, a variar de acordo com o seu projeto de construção e aplicação.
Em conclusão, este relatório fornece uma visão abrangente das características das
máquinas de corrente contínua operando no modo gerador com excitação independente.
Compreender os princípios e fatores que afetam seu funcionamento é crucial para otimizar sua
utilização e garantir uma geração de energia eficaz e confiável. Portanto, aprofundar o
conhecimento nesse campo é fundamental para o avanço em nossas indústrias e sistemas de
energia.

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REFERÊNCIAS

PEREIRA, V. M. Conversão Eletromecânica de Energia. - Notas de aula e/ou pequenos textos


com itens do conteúdo da disciplina, curso (Engenharia Elétrica) na Instituição de Ensino
(UFMS). 2023.

FITZGERALD, A. E., KINGSLEY Jr., C., Umans, S. D., & Ponick, B. E. (2014). Máquinas
Elétricas. AMGH Editora Ltda

MARTIGNONI, Alfonso. Máquinas elétricas de corrente contínua. 5. ed. Rio de Janeiro, RJ:
Globo, 1987. 257 p.
DEL TORO, Vincent. Fundamentos de máquinas elétricas. Rio de Janeiro, RJ: Prentice-Hall
do Brasil, c1994. 550 p. ISBN 85-7054-053-1.

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