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PRÁTICA N° 2:
Campo Grande – MS
2023
Anthony Gabriel Leite de Lima
Davi Ramos Brandão
Emilio Sanches de Andrade Neto
Gabriel Maschio
Isabelle Couto Pasquato
Pedro Henrique Mendes Moreira
Vitor Grateki
PRÁTICA N° 2:
CARACTERÍSTICA DA MÁQUINA DE CC, OPERANDO COMO GERADOR COM
EXCITAÇÃO INDEPENDENTE
Campo Grande – MS
2023
RESUMO: O estudo do funcionamento de máquinas de corrente contínua operando como
gerador é de suma importância para a formação completa do engenheiro eletricista. Nesse
contexto, o presente trabalho tem por objetivo, promover uma análise acerca do funcionamento
de uma MCC operando como gerador, com excitação independente em seus enrolamentos de
armadura e campo. A metodologia utilizada para a obtenção dos resultados foi a experimental.
Para a análise dos resultados obtidos e confecção do relatório, foi empregada a metodologia de
pesquisa bibliográfica, a fim de concatenar os resultados práticos aos conceitos teóricos. Em
suma, este relatório fornece uma visão abrangente das características das máquinas de corrente
contínua operando no modo gerador com excitação independente. Compreender os princípios
e fatores que afetam seu funcionamento é crucial para otimizar sua utilização e garantir uma
geração de energia eficaz e confiável.
I. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5
II. OBJETIVO .......................................................................................................................... 6
III. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 7
IV. RESULTADOS E DISCUÇÃO ......................................................................................... 12
V. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 25
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 27
I. INTRODUÇÃO
Segundo, FITZGERALD, A. E. Et al. 2014. Para a operação de uma MCC como gerador
envolve a análise das curvas de magnetização e das características de regulação (terminal).
Além disso, a observação da tensão induzida no rotor da MCC, variando a carga nas condições
com e sem interpolo, fornece informações valiosas sobre o comportamento do sistema. Este
experimento foi conduzido utilizando recursos disponíveis no Laboratório de Máquinas da
universidade e envolveu a utilização de instrumentos específicos, conforme detalhado nas
Tabelas 1, 2 e 3.
5
II. OBJETIVO
6
III. MATERIAIS E MÉTODOS
7
01 Cabo de alimentação e proteção 01 Amperímetro DC, 1 A
trifásica p/ o MIT
01 fonte de alimentação monofásica 01 painel de cargas resistivas
ajustável (saída DC)
Cabos com pinos bananas compatíveis 01 Osciloscópio
com os equipamentos
Fonte: Notas de laboratório
8
Figura 2 – Painel de Cargas resistivas
9
Figura 5 - Motor de indução trifásico 2 kW WEG
Figura 7 - Multímetro
10
Figura 8 - Tacômetro de contato
Figura 9 - Osciloscópio
11
Seguiu-se os seguintes métodos de montagens. Na primeira parte do experimento foi
feito a ligação em paralelo da carga com a armadura, os interpolos foram ligados em serie entre
a ligação da carga e armadura. Utilizou-se um amperímetro em serie para medir a corrente e um
voltímetro em paralelo para medir a tensão. Ligou-se uma fonte CC nos pontos C1 e C2 para
produzir o campo. Desse modo mediu-se a corrente, tensão e rotação do motor. Na segunda
parte do experimento, utilizou-se o mesmo esquema de montagem do experimento 1, porém
com os motores de 2kW da WEG. Estabeleceu-se If no valor de 0,46 A e alimentou-se a corrente
próximo ao valor nominal do motor. Com isso, variou-se os valores das cargas, assim observou-
se a variação no formato de onda da tensão de armadura no osciloscópio também foi possível
observar o surgimento de leves faíscas no comutador.
Nesta aula prática, foi observado os dados e comparados para cada máquina de
corrente contínua. Deste modo montamos os circuitos das figuras, em máquinas diferentes, a
fim de obter a curva de magnetização a vazio. Para isso foram colocados amperímetros e
voltímetros para medição de corrente de campo neste caso para chegar até a correte nominal
das máquinas, tensão de terminal aqui foi medido até chegar a corrente nominal e número de
rotação se manteve constante durante as medições.
Desde modo, para chegar na curva de tensão de armadura versus a corrente de armadura
para isso estagnou corrente de campo nominal, e variou a corrente de armadura com as cargas
resistivas conectadas em série e paralelo, assim a medição de tensão do terminal aumenta
conforme aumenta as cargas, como também o número de rotação reduz conforme o mesmo,
neste caso se calcula a potência multiplicando corrente de armadura vezes tensão de terminal.
a. PROCEDIMENTOS INICIAIS
12
Figura 10: Circuito Montado
Após isso foi feito a parte dois do experimento na outra máquina citada acima,
ilustrada na figura 2, porém com cargas diferentes.
13
5.7 Explique qual a origem da tensão induzida com If = 0
Quando a corrente em um circuito é igual a zero (If = 0), significa que não há corrente
elétrica fluindo pelo circuito. Nesse caso, se não houver uma mudança no fluxo magnético que
atravessa o circuito, não haverá indução de tensão. Em outras palavras, a tensão induzida está
diretamente relacionada à taxa de variação do fluxo magnético e à presença de uma corrente
elétrica.
Portanto, se a corrente no circuito for zero e não houver mudança no campo magnético
que o atravessa, a tensão induzida será igual a zero. A tensão induzida ocorre em resposta a
mudanças no campo magnético ou a uma corrente elétrica que varia ao longo do tempo,
conforme estabelecido pela Lei de Faraday.
f.e.m. (E) = Φ * ω
Realize testes: Repita o processo de coleta de dados para a nova velocidade, variando a
corrente de campo e registrando a f.e.m. correspondente em cada configuração. Certifique-se
de medir um conjunto abrangente de pontos de dados para criar uma curva de magnetização
representativa.
Análise e interpolação: Com os novos dados, você pode criar uma nova curva de
magnetização para a velocidade desejada. Isso pode ser feito por meio de interpolação ou ajuste
de curva para estimar a relação funcional entre a f.e.m. e a corrente de campo na nova
velocidade.
É importante lembrar que a curva de magnetização pode não ser linear, especialmente
em velocidades extremamente baixas ou altas. Portanto, um ajuste de curva adequado pode ser
necessário para modelar com precisão a relação. Além disso, para resultados mais precisos, é
recomendável usar equipamentos de medição precisos e realizar testes em condições
controladas de laboratório ou campo.
Quando a máquina funciona na condição de vazio, a fem (E) varia com as mudanças
na corrente de excitação. Por essa razão, a curva que representa essa variação é chamada de
curva de magnetização. A figura N é um exemplo dessa curva, a qual foi construída e gerada
por meio de um ensaio, operando a máquina com a velocidade normal utilizando um motor
auxiliar, neste caso, um MIT. A corrente de excitação foi fornecida através de uma fonte de
alimentação separada e regulável, sendo medida por um amperímetro inserido no circuito. A
tensão na armadura foi monitorada com o auxílio de um voltímetro. Os dados obtidos durante
as leituras dos multímetros estão apresentados na tabela n. Além disso, foi realizada a medição
das rotações por minuto do motor.
𝑛 (𝑟𝑝𝑚)
𝐼𝑓(𝐴) 𝐸𝑎(𝑉)
1794
0 13,3
1794
0,05 18
1794
0,1 50,3
1792
0,15 72,15
1791
0,2 94,3
1791
0,25 109,9
1790
0,3 123,5
1787
0,35 133,5
1786
0,4 140,5
Fonte: Acervo do autor
16
Figura 12 – Curva de magnetização
160
120
100
80
60
40
20
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45
Corrente do enrolamento de campo (A)
É crucial observar que, neste gráfico, mesmo quando a corrente de campo é igual a zero,
uma força eletromotriz (fem) é induzida na armadura. Como discutido em partes anteriores,
essa tensão é atribuída inteiramente ao magnetismo residual, que persiste devido ao histórico
da excitação prévia do ferro.
𝐸𝑎/𝐸𝑎0 = 𝑛/𝑛0
Sendo assim, com a variação da velocidade conforme solicitado, o valor E1 medido pelo
voltímetro deve ser corrigido para corresponder à nova velocidade, resultando em:
𝑛
𝐸𝑎 = ( )𝐸
𝑛0 𝑎0
17
Mas como neste caso a rotação medida no ensaio está bem próxima da pedida pelo
enunciado, não será necessário realizar tal correção na tensão.
18
Observa-se que, durante as medições, mesmo com a corrente de campo (If) e as
rotações por minuto (rpm) mantendo-se constantes, a tensão nos bornes da máquina diminui
gradualmente à medida que a corrente de carga aumenta. Em uma condição de carga específica,
a diferença entre a tensão interna (V) e a tensão nos bornes (E) representa a queda de tensão
interna da máquina Del toro. (1994)
145
Tensão terminal de armadura (V)
140
135
130
125
120
115
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
Corrente de carga (A)
𝑉𝑡 = 𝐸𝑎 − 𝐼𝑎 𝑅𝑎
𝑉𝑡 = 140,5 − (4 ∗ 5,2)
𝑉𝑡 = 119,7
19
É importante destacar que em um gerador a tensão Ea é maior do que Va, e que a tensão
nos terminais de um gerador com excitação independente varia ligeiramente com o aumento da
corrente de carga, principalmente devido à queda de tensão na resistência de armadura.
𝑽𝒕𝟎 − 𝑽𝒕
%𝑹𝒆𝒈𝒖𝒍𝒂çã𝒐 = ( ) ∗ 𝟏𝟎𝟎
𝑽𝒕
𝟏𝟑𝟗, 𝟔 − 𝟏𝟏𝟔, 𝟗
%𝑹𝒆𝒈𝒖𝒍𝒂çã𝒐 = ( ) ∗ 𝟏𝟎𝟎
𝟏𝟏𝟔, 𝟗
5.11. Explique o que aconteceu durante a realização do ensaio. Por que a corrente aumenta
e a tensão nos terminais diminui?
Observa-se que a forma de onda da tensão gerada na armadura não segue um padrão senoidal
típico. Em vez disso, é notável que, no ponto de transição entre os polos positivos e negativos,
a onda mantém-se em um determinado valor por um período de tempo.
A forma de onda da tensão na armadura de um motor elétrico não muda com a variação
da carga. A forma de onda da tensão gerada na armadura do motor é essencialmente uma forma
de onda alternada, que mantém sua característica de alternância entre polaridades (positiva e
negativa) e frequência independentemente da carga aplicada ao motor.
No entanto, a magnitude (amplitude) da tensão na armadura e a corrente que flui através
dela podem ser afetadas pela carga. Quando a carga aumenta, a corrente na armadura também
aumenta, de acordo com a Lei de Ohm (V=R*I). Como resultado, a amplitude da tensão na
armadura pode cair devido à queda de tensão causada pela resistência interna da armadura do
motor.
Em resumo, a forma de onda da tensão na armadura permanece a mesma, mas a
amplitude da tensão pode diminuir sob carga devido à queda de tensão causada pela resistência
interna da armadura e pela resistência da carga. Esse fenômeno não altera a forma da onda, mas
pode afetar a eficiência e o desempenho do motor, especialmente em cargas pesadas. Para
manter a operação adequada do motor sob carga variável, geralmente é necessário um sistema
de controle que ajuste a tensão de alimentação conforme necessário para manter a operação
dentro dos parâmetros desejados.
Funcionamento do motor a vazio, a amplitude da onda permanece pequena em relação
com o funcionamento do motor com carga, como demonstrado na figura obtida em experimento
laboratorial:
21
Figura 14 - tela do osciloscópio
ii. Se a tensão gerada é alternada, com a mesma forma de onda da indução no entreferro, como
se consegue obter nos terminais uma tensão de natureza contínua?
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Graças à comutação mecânica facilitada pela interação das escovas e do comutador.
Separação Física: Os interpolos são peças adicionais inseridas entre os contatos móveis
e fixos de um comutador. Eles criam uma separação física entre os contatos antes que eles sejam
abertos ou fechados. Essa separação física inicial reduz a probabilidade de faiscamento, pois
diminui a probabilidade de contato direto entre os contatos elétricos.
Extinção do Arco: Os interpolos também podem ser projetados para extinguir o arco
elétrico. Quando os contatos são abertos, a corrente elétrica que estava fluindo entre eles pode
criar um arco elétrico que é altamente energético e pode danificar os contatos. Os interpolos
podem ser feitos de materiais que ajudam a extinguir esse arco elétrico, minimizando seu
impacto e prolongando a vida útil dos contatos.
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melhorando a confiabilidade geral do sistema elétrico. Eles desempenham um papel importante
na engenharia de dispositivos de comutação para garantir um funcionamento seguro e eficiente.
A imagem capturada em laboratório demonstra na prática o faiscamento de um motor:
A Força Magnetomotriz (FMM) no interpolo deve ser cuidadosamente ajustada para neutralizar
a influência da FMM da armadura, que provoca a magnetização cruzada na região interpolar. Além
disso, a FMM deve ser ligeiramente superior a esse valor para fornecer a densidade de fluxo necessária.
Esse ajuste é essencial para que a tensão rotacional na bobina de armadura curto-circuitada possa anular
a tensão de reatância, permitindo um funcionamento eficiente e controlado do sistema elétrico. Portanto,
é fundamental que a polaridade e a magnitude da FMM no interpolo sejam adequadamente ajustadas
para garantir o desempenho desejado do sistema.
5.12, Analise (comente) os resultados obtidos (P2a e P2b) e descreva suas conclusões,
qualitativamente e quantitativamente, a respeito do funcionamento da máquina de corrente
contínua operando como gerador, com excitação independente.
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É fundamental destacar que os dados obtidos da máquina revelam discrepâncias
notáveis na corrente de armadura. No caso do MCC1, a corrente de armadura atinge no máximo
4 A, enquanto no MCC2 ela chega a 11,40 A em plena carga. Isso indica que o MCC1 apresenta
um desempenho superior em situações de corrente elevada.
No teste a vazio (sem carga), notamos poucas variações entre o MCC1 e o MCC2,
devido ao fato de ambos operarem com corrente de campo nominal. No MCC1, a corrente de
campo nominal é de If=0,4 A, resultando em uma tensão no terminal de Vt=140,4 V. Por outro
lado, o MCC2 possui uma corrente de campo nominal de If=0,46 A, o que resulta em uma
tensão no terminal de Vt=157,97V.
V. CONCLUSÃO
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Visualizou-se o formato da forma de onda obtida na saída da máquina, sendo ela uma
onda senoidal. Então viu-se que é necessário a implementação de um retificador a fim de se
obter uma forma de onda contínua para a utilização em algumas aplicações. Vimos a
importância dos interpolos e como eles auxiliam a minimização do faiscamento durante a
comutação. Ainda sobre o interpolo, foi discutido como sua polaridade pode interferir no
funcionamento da máquina, a variar de acordo com o seu projeto de construção e aplicação.
Em conclusão, este relatório fornece uma visão abrangente das características das
máquinas de corrente contínua operando no modo gerador com excitação independente.
Compreender os princípios e fatores que afetam seu funcionamento é crucial para otimizar sua
utilização e garantir uma geração de energia eficaz e confiável. Portanto, aprofundar o
conhecimento nesse campo é fundamental para o avanço em nossas indústrias e sistemas de
energia.
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REFERÊNCIAS
FITZGERALD, A. E., KINGSLEY Jr., C., Umans, S. D., & Ponick, B. E. (2014). Máquinas
Elétricas. AMGH Editora Ltda
MARTIGNONI, Alfonso. Máquinas elétricas de corrente contínua. 5. ed. Rio de Janeiro, RJ:
Globo, 1987. 257 p.
DEL TORO, Vincent. Fundamentos de máquinas elétricas. Rio de Janeiro, RJ: Prentice-Hall
do Brasil, c1994. 550 p. ISBN 85-7054-053-1.
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