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Alberto Caeiro relaciona-se com o cartoon

exatamente através dos princípios que regem


a sua vida e poesia. A poesia deste heterónimo
é marcada pela objetividade e simplicidade. Tido
como o mestre, Alberto Caeiro é um homem simples,
despindo-se de toda a subjetividade e introspecção,
guiando se através dos sentidos físicos e rejeitando
tudo aquilo que seja atividade cognitiva. Para ele,
pensar é não compreender, pois defende que não
necessita de conhecer teorias sobre a realidade para
a aceitar. Aceita a realidade tal qual ela lhe aparece.
Daí ser tido como o mestre uma vez que de alguma
forma ele tem algo a ensinar ao próprio criador e aos
restantes heterónimos.

A natureza constitui, exatamente, um dos principais


temas da arte lírica de Caeiro que, face à sua forma de
conhecer o mundo, através dos sentidos, encara o mundo
e as entidades nele presentes, isto é a existência material,
como uma das poucas coisas que podem ser aceites
enquanto inteiramente verdadeiras e reais, incorporando-as
na sua poesia deambulatória. A aceitação da realidade
exatamente com esta se demonstra origina no heterónimo,
consequentemente, um profundo respeito e entendimento da
importância que a mesma representa na vida de qualquer
indivíduo, não só na sua aprendizagem como também à sua
sobrevivência, estimulando o desejo de estar em comunhão
com a natureza e ser natural, e encontrando-se, assim, em
concordância com a mensagem transmitida pelo cartoon.

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