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É Pessoa quem afirma ter este heterónimo nascido em 1889 e falecido onde
nasceu em 1915, vítima de tuberculose. A sua vida terá decorrido numa quinta
do Ribatejo, onde seriam escritos quase todos os seus poemas, em especial o
livro "O Guardador de Rebanhos". “ A obra fala por si, com a voz que lhe é
própria, naquela linguagem que se forma na mente. "; " Se, depois de eu morrer,
quiserem escrever a minha biografia, / Não há nada mais simples. / Tem só duas
datas - a da minha nascença e a da minha morte. / Entre uma e outra coisa todos
os dias são meus."
Este Alberto Caeiro tem entretanto dois discípulos: Ricardo Reis e Álvaro de
Campos.
O mundo é visto sem necessidade de explicações, sem princípio nem fim e por
isso acredita na "eterna novidade do mundo". Recusa o pensamento metafísico
("pensar é não compreender", pensar "é estar doente dos olhos"), insistindo
naquilo a que chama "aprendizagem de desaprender", ou seja, aprender a não
pensar, para se libertar de todos os modelos ideológicos, culturais ou outros, e
poder ver a realidade concreta. O pensamento gera a infelicidade ("pensar
Alberto Caeiro 2/2
incomoda como andar à chuva / quando o vento cresce e parece que chove
mais"), deturpa o significado das coisas que existem. E alguma tristeza que
aparece resulta do excesso de sensações, por gozar "tanto" "um dia de calor".
Linguagem e estilo