Importância de Alberto Caeiro no universo Pessoano.

Introdução:

 Pessoa considera o seu heterónimo, Alberto Caeiro, o seu mestre, ou seja, o

mestre do seu próprio criador.
 “O Guardador de Rebanhos” – características da sua poesia

Desenvolvimento:

 Poeta das sensações: estímulos visuais e auditivos que o permite apreender o real
objetivo numa relação muito próxima com a natureza (intima e direta).
 Recusa do pensamento abstracto ou metafísico
 Influência da sua poesia de Caeiro nos restantes heterónimos:
 Ricardo Reis: Gosto pela natureza e da
calma aceitação da ordem das coisas.
 Álvaro de Campos: Sensacionismo –
excesso/euforia quase incontrolável

Conclusão:

 Alberto Caeiro é considerado o mestre porque consegue atingir a felicidade que não
está ao alcance dos outros heterónimos e principalmente do ortónimo.
 A felicidade chega-lhe através da tranquilidade e da simplicidade que só
sensacionismo, a relação íntima com a Natureza e a recusa do pensar lhe podem
trazer.
 Caeiro é a grande referência do universo pessoano

Composição:

Fernando Pessoa atribui a todos os seus heterónimos uma vida e uma

filosofia como indivíduos e como fragmentos do seu “eu”. Contudo, é em
Alberto Caeiro que este encontra um modelo para a solução da sua
angústia existencial e para a sua incapacidade de sentir sem recurso à
intelectualização. Fernando Pessoa escreveu: “…apareceu em mim o meu
mestre”, ou seja, este heterónimo viria a ser o mestre do seu próprio
criador. É com a obra “Guardador de Rebanhos” e com a sua linguagem
simples e objetiva, contudo abordando temas complexos como o sentido
da vida e do mundo, que Alberto Caeiro se afirma no universo pessoano.
Alberto Caeiro, na maioria dos seus poemas, valoriza as sensações
defendendo que é, exclusivamente, através destas que podemos
experienciar o mundo tal e qual como ele é sem o deturpar(“Creio no
mundo como num malmequer/Porque o vejo”). Para além disto, a
natureza também assume um papel fundamental nos seus poemas, visto
ser objetiva e ter sido criada para ser vista e não pensada.
Simultaneamente à valorização das sensações, Alberto Caeiro vai
recusando tanto o pensamento abstracto tanto o pensamento metafísico
alegando que é este que nos angustia. Para tal, refere ainda a etapa mais
precoce da nossa vida, a infância, visto que nessa fase todos nós somos
inocentes, reforçando a ideia de que a recusa do pensamento é o caminho
a seguir(“Sinto-me nascido a cada momento”).

A poesia de Alberto Caeiro acabou por influenciar todos os outros

heterónimos criados por Fernando Pessoa posteriormente, como por
exemplo Ricardo Reis com o gosto pela natureza e Álvaro de Campos com
o sensacionismo. Assim, podemos constatar que a poesia de Alberto
Caeiro teve uma grande influência em todo o universo pessoano
transmitindo-lhes as suas filosofias de vida.

Em suma, este heterónimo é considerado por Pessoa, mestre visto que

consegue atingir uma felicidade que não está ao alcance dos restantes
heterónimos e principalmente do ortónimo. Esta chega-lhe através da
simplicidade e da tranquilidade que só o sensacionismo, a afeição à
natureza e a recusa do pensamento lhe podem proporcionar. Deste modo,
Caeiro é a grande referência do universo pessoano.