Tema/ situação limite : suicídio / abordagem do tema na obra Aparição de Virgílio Ferreira.
Introdução – recordar alguns ícones do cinema/televisão/literatura que cometeram suicídio
Inexistência de argumentos teológicos, sociológicos,
Suicídio filosóficos… que justifiquem o suicídio como solução
Contudo, há controvérsia relativamente à forma
como é encarado este flagelo
Argumentos/pontos de vista do Interveniente A Argumentos/pontos de vista do Interveniente B
Referência ao passado e a diferentes culturas: Cultura / história não apagam o carácter
Sócrates preferiu beber veneno a abdicar das criminoso; suas ideias; Imposição de práticas / ausência de Estóicos/epicuristas: defendiam que todos liberdade. tinham o direito de decidir quando e como morrer; Hinduísmo: a mulher suicidava-se após a morte do marido: Kamikazes/ bombistas suicidas (visto como ato de honra ou coragem). Condenação do papel da Igreja/ religião: Perspetiva religiosa: Negação dos sacramentos de confissão e defesa da vida; extrema-unção/posição do Papa; Deus : poder de dar e de tirar a vida; Lei Islâmica: suicídio= homicídio; Fé – afasta o individuo desta opção. Intransigência/intolerância da religião. Homem tem direito a livre-arbítrio; Liberdade ≠ fazer tudo Negação da ideia de um castigo divino. Suicídio= ato de egoísmo / cobardia / doença; Albert Camus / Mito de Sísifo / ódio à morte. Realidade atual = problemas sociais, Responsabilidade social / familiar económicos, familiares, pessoais… Prestar atenção ao outro Morte como solução / ódio à vida Tendência a ignorar a verdade, ignorar os Para além de problemas sociais, problemas dos outros e fingimento de que económicos… acrescem os existenciais; tudo está bem. Referência a Virgílio Ferreira / citação: “Salvar a vida, até onde é possível, mesmo à custa da morte. É o ato do suicida.” Referência à personagem Sofia da obra Caso de Bailote: “Raros homens de pelico “Aparição” de Virgílio Ferreira (contradição vão andando pela estrada para o deserto entre o que desejamos e o que esperam de do seu destino. Um ou outro aparece nós); solitário, no meio do descampado” (pág. Desespero e coragem de Sofia levam-na a 52); duas tentativas de suicídio. Solidão / Alentejo / suicídio; Números revelam Alentejo com maior taxa de suicídio em Portugal. Caso de Bailote – vai além de um problema Negação do suicídio como ato de coragem; de solidão / ser pensante/tem consciência da Egoísmo – Bailote não pensou nos filhos e morte/ não aceita viver a vida não existindo / na família. coragem; Oposição – mãe de Alberto: aceita e espera calmamente a morte. Recusa em encarar o suicídio como ato de Semelhança com Alberto – negação de egoísmo ou cobardia; Deus; Bailote exemplo de exploração laboral – decadência física (já não tem mão para Bailote sente que tem a liberdade de semear) e psicológica; matar como já teve a de semear. Suicídio não é o resultado de um momento. Bailote – exemplo de alguém que procurou Reforço da posição do Dr. Moura / Dr. ajuda; Moura admitiu não saber nada sobre a Dr. Moura ignora o seu pedido de ajuda / fisiologia dos sonhos (“o irmão corpo está valorização do “físico” relativamente ao tranquilo, os sonhos são mais razoáveis”); “psicológico”. A incompreensão do outro.
Impossibilidade de atribuir culpas – vitima Concordar
tende a esconder o sofrimento; Tendência da sociedade para apontar o Alberto caracteriza o suicídio de ato puro dedo /culpabilizar alguém; Suicídio perda de controlo. Alberto culpabiliza-se por se ter mantido em silêncio. Vida = bem precioso / necessidade de lutar/ Desejar a morte não é sinónimo de derrota não se deixar derrotar; mas de cansaço; Desejo de permanecer após a morte (natural) Citação de Virgílio: “Porque o que custa a na memória dos outros/ memória da vida e suportar não é a derrota ou o triunfo, mas não da morte; o tédio, o fastio, o cansaço, o desencorajamento. Vencer ou ser vencido não é um limite. O limite é estar farto.” Tema suicídio – tema evitado; Concordância Discordância – necessidade das pessoas Tema apenas falado quando existe “pânico falarem e ouvirem os outros; moral” / caso do jogo online “baleia azul”; Este jogo deu lugar à discussão pública. Concordância e reforço de opinião com a Conclusão: nada nem ninguém pode ser posição de Alberto: o homem tem de reflectir motivo para apagarmos a nossa existência sobre a sua existência/ não acreditar num Deus que resolve tudo; Herói – pensa, fala, grita, chora, ri, enfrenta e ultrapassa; Citação: “Portanto, eu tinha um problema: justificar a vida em face da inverosimilhança da morte. E nunca mais até hoje soube inventar outro.”(pág. 43)