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KIERKEGAARD

INTRODUÇÃO

Minha vida não será, apesar de tudo, mais do que uma existência poética

Luta de consciência de seu próprio existir. Existir como indivíduo: condição absoluta da filosofia
e sua única razão de ser.

Primeiro existencialista.

1. Referências: teologia - Hegel (1770-1831) racionalismo, dialética - apaixonante


voluptuosidade da lógica - fristração com a negação da existência do indivíduo por
Hegel

A existência humana não pode dissolver-se na pura conceituação intelectual. Crítica do


saber. Opacidade da experiência vivida.

2. A angústia da sensualidade
Uma verdade que seja verdadeira pra mim
A idéia pela qual eu possa viver e morrer
Sobre o Conceito de Ironia (1841)

Solidão. A vida deve ser reflexão do início ao fim. Filosofia = tomar consciência das exigências
absolutas feitas a qualquer pessoa que queira viver uma existência autêntica. O cristianismo
tem um caráter introspectivo.

3. A escolha: ou estético ou ético


A vida subjetiva não é objeto de conhecimento(é encontrada para além da linguagem),
a aventura de cada um face os outros e de Deus é a EXISTÊNCIA. FILOSOFIA DA
EXISTÊNCIA EM OPOSIÇÃO AOS RACIONALISTAS (EM ESPECIAL AO SISTEMA
HEGELIANO). Hegel tratava a história como desenvolvimento visível de uma lógica, na qual a
experiência individual da vida humana se subordina as ideias esvaziando o caráter concreto da
vida humana dissolvendo-a em conceitos racionais.

O que o indivíduo faz não depende do que ele compreende, mas do que ele
escolhe.
ESCOLHA = NÚCLEO DA EXISTÊNCIA HUMANA
a) Vida estética: luta constante contra o tédio. Hedonismo romântico e sofisticado. A bisca
estética de novidades conduz ao desespero. Ou, Ou. Fragmento de Vida (1843) e Diário
de um Sedutor e Purifiquem Vossos Corações.
b) Vida ética: Abismo da fé = Abraão e Isaac. A intensidade do dever garante a plena
validez do seu ser.Temor e Tremor (1843)
Kierkegaard prefere o ético. Pois quem vive esteticamente não faz escolhas. Negar a
escolha é negar a doutrina Kierkegaardiana.

4. O paradoxo da religião e o desespero

Religião: solução da contradição entre pecado e culpa. Salto de fé. Suspensão do ético
em favor do religioso. Suspensão das leis racionais.
a) Desespero. Confrontação do indivíduo com a sua vacuidade, que não pode ser
preenchido nem pelos prazeres estéticos, nem pelas obrigações éticas. A repetição só é
possível como submissão religiosa ao desconhecido.
b) Angústia. O Conceito de Angústia (1844) A angústia não pode ser um conceito e se
encontra na fonte da livre opção temporalizante. É o fundamento não conceitual de
todos os conceitos. A angústia é a universalização do singular, um falso conceito. O
conceito remete a universalidade enquanto a angústia reconduz para o Único, seu
fundamento.

KIERKEGAARD
LIVRO I - O Desespero é a doença mortal
Capítulo I

Doença do espírito, so eu, o desespero pode como tal tomar três figuras: O desespero
inconsciente de ter um eu (o que é o verdadeiro desespero); o desespero que não quer, e o
desespero que quer ser ele próprio.

O espírito é o eu. O eu é uma relação com a interioridade. O homem é uma síntese


(finito e infinito, liberdade e necessidade). O eu é uma relação que conhece a si própria.

Capítulo II
Desespero virtual e desespero real.
A cada momento se apanha o desespero. O desespero não é consequência da discordância,
mas da relação orientada sobre si própria.

Capítulo III
O desespero é a doença mortal
Desespero não é doença que mata, mas doença que termina pela morte. Estar mortalmente
doente é não poder morrer. Eternamente morrer, morrer sem todavia morrer, morrer a morte.
Desespero de não conseguir aniquilar o eu. Rancor. Acúmulo do ser. Desespero de não ser
César. Libertar-se do eu que não se tornou César. Não existe desesperar de uma coisa, mas
desesperar de si próprio. Querer libertar de si próprio e ao mesmo tempo querer sê-lo. O eu é a
suprema concessão de eternidade ao homem e a garantia que tem sobre ele.
LIVRO II
A UNIVERSALIDADE DO DESESPERO

O desespero éuma doença latente que recai sobre todos. A exigência do destino do homem é
ser espírito. Não ser desesperado é raríssimo. Não ser desesperado, não ter a consciência de
o ser é precisamente uma forma de desespero. Quem não sabe o que é desespero não
compreende o espírito. Assim como há doenças imaginárias, há saúdes imaginárias. A
imitação do desespero também é desespero. A aparição do desespero demonstra sua
pre-existência. O desespero é uma categoria do espírito, suspensa na eternidade, e um pouco
de eternidade entra por consequencia na sua dialetica. O próprio mal-estar é dialético. Nunca o
ter sentido, eis precisamente o desespero.Com a saúde física permanecemos no imediato, não
há dialética senão com a doença - crise. Mas em termos de espírito, doença e saúde são
igualmente críticas, pois não existe saúde imediata do espírito. O desespero é a
insconsciência do homem do seu destino espiritual. Mesmo na felicidade há angústia , não
há lugar mais na predileção do desespero que o mais íntimo e profundo da felicidade.Toda
inocência é angústia, angústia de reflexão sobre o nada.

LIVRO III
PERSONIFICAÇÕES DO DESESPERO

O eu é síntese entre o infinito e o finito. O eu é liberdade. Liberdade é a dialética das duas


categorias do possível e do necessário. Num homem sem vontade, o eu é inexistente, mas
quanto maior for a vontade, maior será nele a consciência de si próprio.

Capítulo I - Do desespero considerado não sob o ângulo da consciência mas apenas


quanto aos fatores da síntese do eu

a) O desespero visto sob a dupla categoria do finito e do infinito. O eu é a síntese de


infinito e finito com relação a ela própria, o que não se pode fazer senão contatando
com Deus. Enquanto não torna-se ele próprio, o eu não é ele próprio, mas não ser ele
próprio é o desespero.
a) O desespero da infinidade ou a carência de finito. O eu não está livre de desespero
enquanto não mergulha até Deus. A imaginação é a reflexão que cria o infinito, onde todas as
faculdades (sentimento, conhecimento) se refletem. A imaginação é reflexão e reproduz o eu
criando o eu possível, e sua intensidade é o possível de intensidade do eu. O imaginário
transporta o homem ao infinito, desviando-o de regressar a si próprio. O sentimento se torna
imaginário - Ideias abstratas como humanidade (vem da imaginação) distanciando o indivíduo
do seu próprio eu. O conhecimento se torna imaginário - muitas vezes para se construi-lo, se
perde o eu. O mesmo acontece com a vontade. Infinitizando-se ela regresa a ela propria.
Infinitização das faculdades do eu. O homem volta-se para Deus.

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