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LUTO

“A felicidade perderia seu significado se não fosse equilibrada pela tristeza”.


Jung
Morte; ato de morrer, fim da vida.
Compreender a morte é um exercício que precisa
ser manifestado com responsabilidade e equilíbrio.
Falar de morte ainda é um tabu em muitas culturas.

Freud desenvolve uma teoria onde aborda duas


vertentes existente em nosso ser;

Pulsão de Vida (Eros), são os estímulos de


crescimento, integração, a autoproteção e a
sobrevivência.

Pulsão de Morte (Tânatos), são os instintos


destrutivos e as atitudes de autosabotagem.
Vamos abordar
a morte e as
diversas formar
de viver o luto.

Luto e melancolia são duas facetas que


precisam ser estudadas para que você
consiga superar a barreira em torno de
um assunto bastante comum no dia a dia.
Morrer e viver são peças de engrenagem
da humanidade.
No luto, de acordo com Freud, há uma ausência
de libido que antes era voltado ao objeto ou pessoa
amada.
Na melancolia, por outro lado, há uma perda
inconsciente do objeto amado, o que, na avaliação dele,
leva a um estado de pobreza da libido.

Luto e Melancolia
1. A melancolia, e entendida como uma
“psiconeurose do sujeito”, o luto é um período
transitório do sujeito.
Para Melanie Klein, o luto normal não é melancolia, já
que, na avaliação dela, melancolia é o luto patológico.
Freud diz que, em alguns casos, a melancolia pode
acarretar o luto.
2. É preciso entender que, na melancolia, a lamentação pela
perda é maior e a pessoa age como se ela própria tivesse se
perdido junto ao objeto amado. Isso provoca um estado de grande
desmotivação e tristeza profunda.

Segundo Freud;

A perda exige um investimento de energia no âmbito


psíquico que talvez seja difícil de ser alcançada naquele
momento. Com isso, a pessoa não consegue lidar com o vazio. A
morte é tratada de forma absoluta em uma perspectiva religiosa e
moralista impondo medo no inconsciente do individuo.

Estudiosos apontam que o medo da perda representa a


desintegração do próprio ego e, portanto, do eu interior de cada
um. E existem várias formas de essa perda ocorrer.
Exemplo: abandono, distanciamento ou a própria morte.
Tudo isso desestabiliza o campo psíquico e fragmenta o ego.
Portanto, desintegra o próprio eu.
A ambivalência, segundo Freud

Freud aborda o tema da ambivalência: em algum momento,


um filho (por exemplo) teve raiva do pai. Quando o pai falece, o
inconsciente do filho sugere que foi este quem provocou a morte do
pai. A ambivalência seria este misto de amor e ódio que, no
momento da perda, pode se converter em culpa contra o que fica.

O tratamento implica o sujeito analisado abandonar o que Freud


chama de pensamento animista, isto é, o sujeito precisa parar de
acreditar que seu pensamento tem poderes físicos sobre o mundo.
 

Ele afirma que, a melancolia, não é só a morte que contribui para o


aprofundamento da doença. Inclui, também, situações de
desconsideração, desprezo ou desapontamento, que podem trazer
para relação sentimentos oposto de amor e ódio.
O indivíduo se depara não somente com a perda do
objeto, mas com uma ameaça à sua própria completude enquanto
ser.
A perda significa, ao indivíduo enlutado, perder parte de seu “ego”,
o seu “eu”, Isso leva a um desequilíbrio psíquico.

Luto é o sofrimento por uma perda, seja de pessoa ou de


algum objeto: quanto maior a proximidade do objeto, maior o
sofrimento

"O luto é principalmente a perda de uma perspectiva da vida, que


pode ser uma ideia, um sonho ou até uma fantasia imaginária",
define Regina Elisabeth Lordello Coimbra, a psiquiatra e psicanalista,
membro da SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo).
Estágios do Luto
1. Negação - Este primeiro estágio é marcado pela grande
dificuldade em acreditar e aceitar o fato que realmente
aconteceu.
Neste momento, a dor é intensa e existe a dificuldade de lidar com
a perspectiva de um futuro sem o ente querido.

Esse estágio é considerado como um tipo de mecanismo de defesa


do próprio ego, que existe contra a dor psíquica diante da morte.

É comum também que a pessoa em um dado momento comece a


negar completamente o fato.

2. Raiva – No segundo momento, ao perceber que o falecimento


de fato aconteceu, e de que não existe nada mais que possa ser
feito a respeito, é comum sentir uma revolta ou impotência muito
grande

Neste estágio, a pessoa irá perceber que não é mais possível


reverter a situação, e a tendência é que essa dificuldade de se
Aqui pode acontecer o descontrole emocional e ressentimento.
Também é a fase dos questionamentos como “por que isso
aconteceu?”.

3. Negociação – Neste estágio, a pessoa tentará aliviar a sua dor


e começará a realizar algumas ponderações, sobre a realidade,
imaginando possíveis resoluções como se estivesse fazendo
“acordos” internos.

Muitas vezes ela é voltada para as questões religiosas ou místicas.


Também são comuns reflexões típicas como “daqui em diante vou
ser uma pessoa melhor”, “terei uma vida mais saudável” etc.

4. Depressão – O 4º estágio geralmente é o período mais longo de


todo o processo de luto, sendo caracterizado por um tipo de
sofrimento interno, marcado pela sensação de melancolia, culpa e
desesperança.

Aqui, a pessoa pode passar por fases de isolamento e começar a


apresentar necessidades cada vez maiores de introspecção. Esta
fase é complicada porque algumas pessoas demoram até décadas
para sair ou no pior dos casos, definitivamente não aceitam a perda.
5. Aceitação – Na fase final dos 5 estágios do luto, a pessoa
consegue ter uma visão mais realista e passa aceitar o fato.

É onde o desespero e a tristeza profunda em relação à perda


começa dar lugar a uma maior serenidade, enfrentando a saudade
com mais consciência.

As 5 Fases do Luto
Objeto Perdido Aceitação
Era para ser!

Depressão
Eu estou tão triste!

Negociação
Eu faria qualquer coisa!

Negação
Eu estou bem!
Raiva
Não é justo!
Os Três Lutos da
Adolescência
Luto perda do corpo infantil – O
corpo sobre modificações que o
jovem não tem controle. As
alterações biológicas se impõem ao
adolescente sem que ele possa fazer
nada para diminuir ou impedir tal
processo. Algumas vezes, isso pode
ser vivenciado como algo externo.
Ex.: mudança da voz, pelos nas axilas e nas partes
pubianas, odor acentuado, para os meninos
aumento do pênis a e a primeira ejaculação, e para
as meninas a primeira menstruação.

Luto perda da identidade infantil – Nessa etapa da vida, o adolescente se


vê obrigado a renunciar a identidade infantil para aceitar a responsabilidade
e a obrigação de fazer uma espécie de estágio para se tornar adulto.
O adolescente passa a pensar na diferenciação sexual. Ele precisa definir
uma postura que condiz com o seu sexo, fatores não pensados na fase
infantil.
Luto pelos pais da
Infância – O
adolescente retira os pais
do lugar de idealização.
Começa a perceber que
eles têm defeitos, não
são onipotentes e donos
da verdade e estão
sujeitos a falhas. Aquela
imagem anterior perde
seu lugar, porém, a
vivência dessa perda é
acompanhada de um
processo de luto que
pode ser doloroso,
principalmente, se os
próprios pais não aceitam
que seu filho(a) não é
mais uma criança.
Em qualquer fase da vida, ou situação vivida, o luto ou a
melancolia ocorrerá sem excitar, o fator superação dar-se-á ante a
importância do objeto perdido.

O homem é o único ser que se relaciona com tudo e com todos, o


objeto pode está transvertido de coisas ou pessoas, o fato é que
este mesmo homem não consegue se manter seguro ou firme em
seus sentimentos ante ao objeto perdido, ele manifestará em si
mecanismos de defesa para dar conta de viver se o tal objeto
perdido.

Na fase do luto pelos pais infantis, o adolescente perde a ilusão


criada na infância, de pais super poderosos, tendo uma nova ótica
dos seus genitores. Mas em um lar onde os genitores são
ausentes os medos se potencializam na adolescência, gerando um
adulto inseguro e incapaz de tomar decisões importantes, podendo
comprometer sua capacidade de se relacionar com outros criando
muros de proteção, impedindo o amadurecimento do ser.
O caso Mariana, nos aponta a importância do olhar dos
pais nesta fase tão complica, e bonita do ser humano,
aos 12 anos, ela passou a olhar sua genitora como
protetora, pois passou a viver com a avó, houve uma
transferência de olhar.

Em busca do olhar da mãe e ou do pai que nunca


conheceu, deparou-se com um olhar tenro e protetor que
só os avós sabem manifestar. Marina sentiu-se segura, e
mesmo que o relato não diz nada a respeito sobre os
homens na vida Marina, esta figura masculina manifesta-
se no texto indiferente, tendo um papel ausente (pai),
apático (avô), e distante (padrasto).

Marina criou um mundo onde tudo estava bem até a


perda do seu precioso objeto de amor. Suas indagações
fazem com que Marina fique presa no passado, sem
perspectiva de futuro obrigando-a a olhar para a dor
causa em seu ser.
O objeto perdido de Marina, esta (em uma suposição),
em se sentir novamente abandonada pela mãe, pois
mesmo demonstrando superação por ter sido deixada no
início do casamento da mãe, o sentimento é o mesmo, só
que naquele momento o objeto perdido foi barganhado
pela presença da avó, substituindo a presença e os
cuidados da mãe. E agora com o mesmo objeto perdido,
Marina não sabe o que fazer. Buscando uma receita para
voltar ao castelo criado por ela e por sua avó.

Marina vai precisar mudar o seu olhar para a sua nova


realidade. Convidando a pequena Marina a retirar-se, e
assumir o castelo de suas emoções. Superando a dor e
ressignificando a saudade.
Site de pesquisas
https://www.psicanaliseclinica.com/luto-na-perda-de-ente-querido-visao-psi
canalitica/

https://www.psicologo.com.br/depressao/fases-do-luto-e-como-supera-lo/

http://www.adolesc.com.br/os-tres-grandes-lutos-e-a-sindrome-da-adolesce
ncia-normal
/

Sugestão de Leitura

FREUD-Sigmund.-História-de-uma-neurose-infantil-O-homem-dos-Lobos-
e-outros-textos-1917-1920-Obras-Completas-Vol-14

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