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O texto "A Cidade (Des)ordenada e o Cotidiano", de Amélia Luisa Damiani, aborda uma análise

crítica do seu próprio trabalho de dissertação de mestrado. Inicialmente, a autora reconhece


uma tendência "economicista" em sua análise, centrada nos aspectos econômicos, e reflete
sobre a necessidade de desvendar as determinações fundamentais do processo produtivo no
capitalismo.

Ela discute a importância de considerar não apenas a produção econômica, mas também a
reprodução social na compreensão do espaço urbano. Destaca a complexidade das relações
entre o econômico, o político e o social, buscando fugir de uma perspectiva exclusivamente
econômica.

Ao examinar o cotidiano urbano, a autora questiona a perda da cidade e suas implicações nas
relações sociais de produção. Ela se inspira em teóricos como Henri Lefebvre para explorar a
relação entre espaço, reprodução social e formas de vida urbana.

Damiani também critica a visão simplista da cidade como mero reflexo das relações de
produção capitalista, argumentando que a análise deve considerar a complexidade das práticas
sociais e as interações entre diferentes aspectos da realidade urbana.

Ela enfatiza a necessidade de compreender o cotidiano como espaço onde se manifestam as


contradições sociais e se reproduzem as relações de dominação e exploração. A autora alerta
para os perigos da homogeneização do espaço urbano e da perda da vida urbana autêntica em
meio ao crescimento das cidades e à hegemonia da lógica mercantil.

Por fim, Damiani questiona as políticas urbanas modernas que fragmentam e regimentam o
espaço urbano, destacando os conjuntos habitacionais como símbolos da perda da
sociabilidade viva e da alienação urbana. Ela busca compreender como essas dinâmicas
refletem não apenas problemas materiais, mas também questões mais amplas relacionadas à
reprodução social e à dominação política.

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