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I|
1 – TEMA/TÍTULO
2 – SUMÁRIO (149/150)
II |
Numa terceira parte pretendo introduzir uma matriz comparativa entre todos os
projectos, tendo como base a relação com a cidade, o tipo de solo e área, a tipologia e
morfologia, o estado de conservação e os custos, dar a conhecer os resultados obtidos e,
no fundo, escolher os casos construidos mais diferenciados para serem objecto de
estudo especifico, nomeadamente fazendo o cruzamento com casos de estudo
estrangeiros de habitação social. Numa quarta fase serão anunciados casos de estudo
realizados na europa com a mesma problemática que abordarei, por fim na última fase
estudarei a projecção de habitações, numa vertente prática de projecto, tentando
sistetizar em construção os resultados obtidos.
No fundo tenciono perceber se o programa SAAL conseguiu dar resposta aos
pressupostos que pretendia nestes anos que passaram, aferir se subsiste requisitos para
aplicar um programa com os mesmos pressupostos ou metodologias idênticas, aplicar
ambiciosamente os resultados em casos práticos projectáveis.
III |
social na tentativa de resolver novas ideologias sociais, reveladas pelas tentativas de
associar cuidados habitacionais com novos espaços de carácter social, nomeadamente,
espaços comuns de possível utilização de todas as pessoas, espaços esses, que de certa
forma vinham contrariar as tentativas de controlo social que o Estado Novo praticava,
mas que a revolução de 25 de Abril pertendia anular (Gros, 1982).
Porém, arquitectonicamente a revolução de 25 de Abril de 1974 trouxe mais
paradigmas, possibilitou iniciar uma nova forma de fazer arquitectura, isto é, permitiu
intervir na cidade interior, no quarteirão, nos pátios e nas ilhas. (Vieira, 2001) As
operações SAAL são encaradas como únicas, tanto ao nível social, como também, ao
nível da preservação de valores históricos da cidade. As intervenções apresentaram
condicionantes comuns, traduzidas pela falta de capital económico, associando, assim,
os projectos a um factor de baixo custo. Existiram projectos que se preocuparam,
principalmente, em intervir nas “ilhas” existentes nos interiores dos quarteirões e, as
suas implantações anunciam a preocupação de responder de forma reflectida, levando
em consideração a envolvente próxima, a historicidade do local e, acima de tudo, o
carácter do que existira. (Fernandes, 2010)
O confronto do SAAL entre as premissas sociais e a nova forma de encarar a habitação
social, defendida por alguns teóricos como Gros e Bandeirinha, contrapõe-se com a
ideologia de que os projectos SAAL elaborados, segundo Vieira e Fernandes, podem
fazer escola, tornando-se mais importante que as pretensões individuais do morador, são
um meio que justifica o fim e, só assim, consegue-se perceber a força que SAAL
ganhou e a importância que assumiu na escola de arquitectura do Porto.
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PORTAS, Nuno, “O Processo SAAL: entre o Estado e o Poder Local”, Revista de
Crítica de Ciências Sociais, nº 18/19/20, Fev. 1986; reeditado em PORTAS, Nuno
(Manuel Mendes, coord.), Arquitectura(s). Teoria e Desenho, Investigação e Projecto,
Porto, FAUP, 2005
Figura 2 - Fotografia dos tecnicos envolvidos no SAAL "Escola do Porto" - Arquivo Municipal
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Figura 3 - Mapa da cidade do Porto - Projectos SAAL (Bandeirinha, 2001)
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Figura 6 - Bairro de S. Vitor; Arq. Siza Vieira - Habitação em banda: Arq. J. J. Oud (2001. Vieira)
VII |
5 – ESTRUTURA PREVISTA (449/450)
A estutura da tese de doutoramento será dividida em diversas partes, todas elas com
subpartes especificas e com um balizamento rigoroso, pretendo assim criar um
documento de leitura transversal e rápida, com cada parte projectada para um tema
diferente, levantando e dando resposta ao mesmo tempo a uma série de problemáticas.
Na parte 5, podem não ser todos os bairros objecto de estudo, perante as conclusões da
matriz compartiva serão escolhidos os bairros mais diferenciadores.
VIII |
Parte V 5. – Projectos elaborados do programa SAAL/Norte na cidade do Porto
V.4 – Introdução à V Parte - Objectivos
V.4.1 – 1975 Bairro das Antas
V.4.2 – 1975 Bairro de S. Vitor
V.4.3 – 1975 Bairro de Macedo Acácio
V.4.4 – 1976 Bairro de Francos
V.4.5 – 1976 Bairro do Leal
V.4.6 – 1976 Bairro da Lapa
V.4.7 – 1976 Bairro de Chaves Oliveira
V.4.8 – 1977 Bairro de Massarelos
V.4.9 – 1977 Bairro da Bouça
V.4.10 – 1977 Bairro de Contumil
Conclusão
Fonte das imagens
Bibliografia
Anexos
IX |
6 – CASOS DE ESTUDO (519/600)
O bairro da Bouça, como preojecto SAAL é uma referência e um caso de estudo por se
enquadrar, num conceito de “fazer” cidade, existe uma evidente preocupação
urbanística, o respeito pela envolvente próxima está patente na intervenção, ao mesmo
tempo que rompe com uma realidade de quarteirão, quase, pré-definida ou estipulada. A
implantação da volumetria, apesar de ser realizada no interior da cidade e numa zona de
quarteirões bem delimitada pelo denso edificado, não é projectada para dar essa
continuidade urbana, mas sim respeita-la, entendê-la e proporciona projectar outro
conceito, ou outra forma de intervir. A intervenção na Bouça projectada por Siza Vieira
distingue-se pela densidade apresentada e pelas preocupações urbanas demonstradas. A
volumetria distingue se da maioria de intervenções SAAL devido ao número de pisos
em cada bloco, e principalmente, devido aos remates desses blocos, apresentando
equipamentos sociais.
O contributo das operações para os arquitectos intervenientes revelaram ter um peso
importante, pois em alguns casos foi o ponto de partida do reconhecimento
internacional, noutros casos foi importante para a afirmação nacional. Quem vive
diariamente todos os espaços na Bouça, certamente terá diferentes sensações e vive
mesmo todos os espaços de forma quase intima, enquanto, que quem apenas visita, ou
apenas, passa pelo conjunto habitacional vive esse espaço de outra forma, uma vivência
caracterizada pelos diferentes momentos visuais permitidos por todo o jogo de volumes.
Existe a constante sensação de tomar em assalto o privado do outro, o medo de calcar o
que não é nosso, até mesmo de ferir susceptibilidades, esse é um sentimento relacionado
com o facto de as habitações serem em banda, e que permitem o acesso comum a todas
as entradas, ao mesmo tempo, é estranho, sentir-se o convite de percorrer os espaços, de
observar o seguinte, especular sobre o que está além, tentando entender onde nos leva o
percurso. É um desencadear de acções proporcionada pelas volumetrias, espaços e
passagens existentes, conquista nos a sensação de receio do privado mas, a ânsia de
viver o comum.
O bairro social de Kiefhoeh, projectados pelo arquitecto J. J. Oud é um caso de estudo
estrangeiros, pela importância que assume como referência do arquitecto Siza Vieira,
nomeadamente nos seus projectos SAAL/Porto, especificamente no bairro da Bouça e
no bairro de S. Vitor. No projecto de S.Vitor, o arquitecto Siza Vieira “adopta uma
linguagem inspirada nos bairros habitacionais de J.J.P. Oud (Hoek van Holland 1937-
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38)”, isso verifica-se pelo carácter contínuo que as habitações unifamiliares geminadas
assumem, a marcação da entrada e o espaço criado pelos muros projectados remete-nos
para as habitações sociais de Kiefhoeh. O bairro de S. Vitor “deriva das habitações
experimentais dos siedlungen alemães, que se associam às casas em banda contínua do
bairro”, nomeadamente na projecção da tipologia mínima, nos espaços pequenos, na
organização simples e funcional.
O arquitecto Álvaro Siza Vieira, no conjunto de habitações na Bouça, deixa transparecer
a ideia de aproximação a obras dos anos 20-30, como por exemplo, na Holanda, os
bairros sociais de J.J. Oud. É, sem dúvidas, um projecto importante para o arquitecto,
pelo aspecto tipológico, pela aproximação a uma ideia de tipologia controlada, mínima e
de baixo custo.
XI |
Figura 9 - Bairro da Bouça; Arq. Siza Vieira ea referência á fábrica Sunila; Arq. Alvar Aalto
Figura 10 - Planta tipo e corte tipo - Piso 0 e Piso 1 - Bairro da Bouça; Arq. Siza Vieira
XII |
Figura 11 - Planta tipo e corte tipo - Piso 1 e Piso 2 - Bairro da Bouça; Arq. Siza Vieira
Figura 12 - Corte tipo e corte estrtural das habitações do bairro da Bouça; Arq. Siza Vieira
XIII |
Figura 13 - Desenho do arquitecto Siza Vieira do bairro da Bouça
XIV |
Figura 15 - Planta geral do bairro de Kiefhoek: Arq. JJP Oud
Figura 16 - Cartaz geral do bairro de Kiefhoek com o projecto tipo; Arq. JJP Oud
XV |
Figura 17 - Planta de Piso 0 e Piso 1 de habitação tipo do bairro de Kiefhoek; Arq. JJP Oud
XVI |
Figura 19 - Fotografia de parte do bairro de kiefhoek; Arq. JJP Oud
7 – METODOLOGIA (284/300)
XVII |
15, a tarefa 13 durará 8 meses, a tarefa 14 um mês e finalizando a tarefa 15 durará um
mês.
XVIII |
GRANDE, Nuno. 2001. Porto 1901/2001 Guia de arquitectura moderna. Porto: Ordem
dos Arquitectos/ Civilização.
LIMA, Maria Eugénia. 2011. Operações SAAL, uma Política Urbana Vanguardista. O
Caso do SAAL no Bairro do Casal das Figueiras, em Setúbal. Dissertação de Mestrado.
Universidade Técnica de Lisboa. Instituto Superior Técnico. Lisboa.
MENDES, Manuel, “Terra quanto a vejas, casa quanto baste” em TAVARES, André;
BANDEIRA, Pedro. 2008. (ed.), Só nós e Santa Tecla, Porto, Dafne Ed.
MORAIS, Ana. SAAL. 2012. “Uma utopia construída em parte”. In acabra.net: Jornal
Universitário de Coimbra. Coimbra.
PERSPECTIVAS para uma crítica. 1979. In: Revista Cidade/Campo, nº2, mai.
XIX |
PORTAS, Nuno. 1974. Ministério das obras públicas. Fundo de fundamento da
habitação, comissão coordenadora e reforma do FPH, reunião de 16 de Agosto de 1974,
19-8-1974.
RODRIGUES, Jacinto. 1976. Urbanismo - uma prática social e política. Porto: Limiar-
Actividades Gráficas.
ROWE, Colin. 1978. Manierismo y Arquitectura Moderna y otros ensayos. Barcelona:
Gustavo Gili.
SAAL, VI Conselho Nacional do. 1976. Livro Branco do SAAL 1974-1976. 1ª ed.
FAUP Publicações.
VIEIRA, Álvaro Siza. 1985. Coimbra: Centro de Estudos Sociais, nº 18/19/20. Revista
Crítica deCiências Sociais. Porto. 7 Dez 1984.
VIEIRA, Álvaro Siza. 2010. Revista “Arquitectura 21” – Sizaless nº9 Janeiro/Fevereiro
2010. Entrevista concedida a José Romano e João Afonso.
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