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2021 LaraMachadoDaCosta TCC
2021 LaraMachadoDaCosta TCC
2021 LaraMachadoDaCosta TCC
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
Brasília - DF
Outubro/2021
2
Agradecimentos
Agradeço aos meus amigos da faculdade e a minha família, por estarem ao meu
lado nos momentos da minha vida. Também agradeço a Professora Liziane Guazina
pela ajuda em realizar esse trabalho.
3
Resumo
4
ABSTRACT
The work aims to identify the perception of university students about the Military
Dictatorship from the type and sources of information they consume about the period.
From a theoretical point of view, we mobilize the concepts of disinformation and
denial, relating them to the memory and narratives propagated about this historical
period. From this, an exploratory survey was carried out on fact-checking sites,
Youtube videos and online newspapers to identify false news that was denied,
uninformative content and articles about facts related to the period. Afterwards, an
online questionnaire was applied to university students to analyze the perception of
these young people about the events, noting that the public's knowledge of this
period is superficial.
5
Membros da banca examinadora:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6
Sumário
1. Introdução…………………………………………………………………………..10
1.1 Objetivos…………………………………………………………………………..10
2. Justificativa..………………………....…………………………………………….11
2.Metodologia…………………………………………………………………………13
2.1Questionário……………………………………………………………………….14
3.Referencial Teórico………………………………………………………………...15
3.1Ditadura Militar (1964-1985)..........................................................................18
4. Resultados…………………………………………………………………………..19
5.Considerações Finais……………………………………………………………...35
6.Bibliografia…………………………………………………………………………..37
7.Apêndice……………………………………………………………………………..40
7
Lista de Gráficos
Gráfico 1 - Semestre………..……………………………………………………………23
Grafico 2 - Gênero..………………………………………………………………………23
Gráfico 3 - Raça..…………………………………………………………………………24
Gráfico 4 - Localidade……………………………………………………………………24
Gráfico 5 - Faixa Etária…………………………………………………………………..25
Gráfico 6 - Renda Familiar……………………………………………………………….25
Gráfico 7 - Meios de comunicação usados…………………………………………….26
Gráfico 8 - Interesse………………………………………………………………………26
Gráfico 9 - Temáticas mais conhecidas…..…………………………………………….30
Gráfico 10 - Percepção sobre a educação na Ditadura Militar……………………….31
Gráfico 11 - Percepção sobre a situação econômica na Ditadura Militar…………...31
Gráfico 12 - Percepção sobre a segurança na Ditadura Militar……………………...32
Gráfico 13 - Percepção sobre a criação da “Bolsa Ditadura”………………………...32
Gráfico 14 - Percepção sobre a tortura de Dilma Rousseff………………….............33
Gráfico 15 - Percepção sobre a participação de Miriam Leitão………………………33
Gráfico 16- Percepção sobre o papel das forças armadas…………………………...34
Gráfico 17 - Percepção sobre a constituição da Comissão da Verdade…………….34
8
Lista de Figuras
9
1.Introdução
A Ditadura Civil-Militar Brasileira (1964-1985) é um fato histórico que mesmo
divulgado pela imprensa e ensinado nas escolas e universidades brasileiras, ainda é
alvo de desinformação e das chamadas fake news, seja por parte dos cidadãos, seja
pela ação de grupos negacionistas nas redes sociais, figuras públicas e até mesmo
por membros do atual governo federal.
A proliferação de conteúdos falsos, descontextualizados ou ainda manipulados
sobre a Ditadura Civil-Militar Brasileira tem se ampliado especialmente nos anos
recentes, em que esse tipo de conteúdo tem sido utilizado nas disputas
político-eleitorais, por candidatos e políticos nas redes sociais digitais.
No cenário atual, o fenômeno da desinformação equivale a um ecossistema
(GITAHY, 2020), uma vez que apresenta desordem de informação e sua propagação
com influências das disputas políticas, de forma que a circulação de conteúdos
desinformativos têm ganhado grande proporção social (ALVES dos SANTOS, 2020).
Nesse contexto, o trabalho pretende analisar o nível da desinformação sobre esse
período histórico por parte de jovens universitários, público que se caracteriza por
um amplo uso das redes para se informar. Quais seriam as percepções dos jovens
universitários sobre a Ditadura e de que maneira eles/elas se informam sobre o
tema?
Para responder a este problema de pesquisa, primeiramente, foi realizado um
mapeamento exploratório de conteúdos identificados como desinformativos sobre a
Ditadura Militar em sites de fact-checking, vídeos no Youtube e matérias em jornais
online. A partir deste mapeamento, identificamos algumas das principais fake-news
sobre o período.
Em um segundo momento, realizamos uma pesquisa para analisar a percepção dos
jovens universitários de cursos diferentes sobre a Ditadura Militar, especialmente
sobre as fake news identificadas previamente.
1.1 Objetivos
O objetivo geral da monografia é analisar as percepções dos jovens universitários
sobre a Ditadura Militar.
O objetivos específicos são:
a) Identificar os principais conteúdos desinformativos (fake-news) presentes nos
jornais online e nas mídias sociais (You Tube);
10
b) Analisar o nível de desinformação e negacionismo dos jovens universitários a
partir dos materiais desinformativos sobre a Ditadura Militar.
2 Justificativa
A internet ganhou muita força nos últimos anos e está presente na vida dos
cidadãos brasileiros. No Brasil, no quarto semestre de 2019 (PNAD Contínua, 2019),
o percentual de de domicílios que usavam a internet cresceu de 79,1% para 82,7%.
Quanto aos equipamentos utilizados para acessar a internet, o celular foi encontrado
em 99,5%. O segundo foi o microcomputador (45,1%); seguido pela televisão com
31,7% e pelo tablet com 12,0%.
Entre as 183,3 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade no país, 78,3%
utilizaram a internet nos últimos três meses. Os que mais acessaram foram jovens
adultos entre 20 e 29 anos; entretanto, são os estudantes (88,1%) que a utilizam
mais do que os não estudantes (75,8%). Entre os estudantes, os alunos da rede
privada (98,4%) usam mais do que os da rede pública (83,7%).
11
em defesa da Ditadura Militar. Um dos momentos mais conhecidos ocorreu em
2016, quando Jair Bolsonaro, então deputado federal pelo Rio de Janeiro, além de
ter homenageado Carlos Alberto Brilhante Ustra na votação do Impeachment de
Dilma Rousseff, disse em entrevista à Jovem Pan que “o erro da Ditadura foi torturar
e não matar”. (JOVEM PAN, 2016)
Entretanto, Bolsonaro já havia feito esse tipo de fala em outras ocasiões há muitos
anos. Em 1999, ele disse em entrevista ao programa “Câmera Aberta”, da TV
Bandeirantes, que o país só melhoraria quando "quando nós partirmos para uma
guerra civil aqui dentro". Além disso, ele completou: "Fazendo o trabalho que o
regime militar não fez, matando uns 30 mil, começando com o [então presidente]
FHC. Não deixar pra fora, não, matando. Se vai morrer alguns inocentes, tudo bem,
tudo quanto é guerra morre inocente"1.
A ação de governos da Ditadura Civil-Militar, inclusive, serviu de "inspiração" para o
atual governo, por exemplo, no que se trata da saúde pública relacionada a
questões políticas. Em 2020, no início da pandemia de COVID-19, o Ministério da
Saúde omitiu dados sobre o número de mortos, gerando repercussão em muitos
meios de comunicação internacionais (THE GUARDIAN, 2020).
Esse acontecimento remete a outra grave crise sanitaria, quando um grande surto
de meningite acometeu o país na década de 1970 (MENESES, 2016). O surto levou
a um número alto de óbitos. Entretanto, uma pequena parte da população soube
dessa epidemia porque o governo escondeu o tema e os meios de comunicação
foram proibidos de divulgar o assunto (LAHPIS, 2021).
Por outro lado, o sentimento de “saudosismo” em relação à ditadura também tem
estado presente em eventos públicos recentes. Neste ano, Bolsonaro e outras
lideranças políticas convocaram manifestações no Brasil inteiro a favor do governo e
pedindo o fim do Supremo Tribunal Federal. Dentre os manifestantes, muitos
pediram a volta da Ditadura Militar (G1,2021).
Apesar da Ditadura Civil-Militar ser tema debatido nos dias de hoje, ainda existe
ignorância sobre fatos históricos e circulação de informações falsas ou sem
comprovação nas redes digitais sobre a gravidade e os feitos desse período na
história do país.
1
Entrevista de Jair Bolsonaro ao Câmera Aberta em 1999. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=qIDyw9QKIvw
12
Uma das consequências desse processo de circulação e consumo de
desinformação e uso político de conteúdos falsos é o revisionismo histórico.
Sergio Schargel (2020) relaciona essa questão com a desinformação e o
negacionismo:
Mas, mesmo sob o risco da superficialidade, é
válido destacar alguns dos motivos para esse
movimento revisionista e abordar um em
específico: a oposição entre memória
individual, memória coletiva e história, e suas
consequências. Algumas das razões da
ascensão revisionista são mais pragmáticas,
dos quais vale destacar a Lei da Anistia, de
1979, com a impunidade que deu aos
perpetradores (SELIGMANN-SILVA, 2003, p.
85). O revisionismo é um movimento de
releitura distorcida, responsável por chacinar a
história (VIDAL-NAQUET, 1987, p. 10). Não à
toa, a obra de Vidal-Naquet sobre o
revisionismo do Holocausto, é intitulada
Assassinos da história. (SCHARGEL, 2020, p.
2)
Além do falseamento de informações, a omissão de dados também contribui para a
ocorrência de negacionismos em relação à Ditadura Civil-Militar, especialmente
quando os dados omitidos fazem parte de estratégias de distorção de fatos
históricos para uso político.
2.Metodologia
A primeira fase do trabalho foi exploratória, com pesquisas em sites de
Fact-checking, vídeos no Youtube e matérias jornalísticas tanto de meios de
comunicação tradicionais quanto populares.
Primeiramente, foram analisados três sites que realizam Fact checking: Agência
Lupa (Ver Apêndice E), Aos Fatos (Ver Apêndice D) e Agência Pública2 (Ver
2
A Agência Pública não é um site de fact-checking, e sim uma empresa de jornalismo investigativo
independente.
13
Apêndice C). Nelas, foram encontradas a existência de matérias desmentindo fake
news em relação à Ditadura Militar ou conteúdos desinformativos acerca do período.
Nessas plataformas, foram encontrados sites e publicações que propagam
informações mentirosas (Ver Apêndices A e B).
Essa pesquisa nos três sites se deu entre entre os dias 26 e 29 de julho de 2021 e
neles foram procurados as seguintes palavras-chaves: Ditadura Militar, Golpe Militar,
desinformação, negacionismo e fake news.
A ideia de mapear os conteúdos desinformativos pelo YouTube surgiu a partir da
leitura do TCC “A história Youtubada” (CARNEIRO, 2018), que analisou alguns
canais do Youtube e seus comentários sobre a Ditadura Militar. No dia 10 de agosto
de 2021, foi feito um levantamento (Ver Apêndice L) na plataforma para mapear
vídeos que retratassem esse tema de forma desinformativa.
Entre os dias 12 e 20 de agosto de 2021, foram coletados 233 matérias
jornalísticas de meios de comunicação tradicionais locais e populares para analisar a
forma como os meios de comunicação retratam a Ditadura Militar e as informações
que eles destacam nos dias de hoje.
Todas as matérias são de seis veículos de comunicação: Correio Braziliense (Ver
Apêndice F), Metrópoles (Ver Apêndice H), Jornal de Brasília (Ver Apêndice G), O
Dia (Ver Apêndice I), GZH (Ver Apêndice J) e O Povo (Ver Apêndice K).
Ao fim desta fase, foram selecionadas algumas frases e informações para aplicar na
segunda parte do trabalho, que constitui-se em um questionário para analisar a
percepção dos jovens universitários sobre alguns fatos e conteúdos desinformativos
em relação à Ditadura Militar.
2.1Questionário
A estruturação do Questionário online foi realizada entre os dias 3 e 17 de setembro
de 2021. Para tanto, dividimos o trabalho em quatro momentos:
- Primeiro, para o levantamento de perfil de público, as perguntas foram
relacionadas ao curso, gênero, raça e situação sócio econômica.
- No segundo momento, foram incluídas questões direcionadas a maneira que
o/a respondente consome informação nos meios de comunicação.
- Depois, foi inserida uma pergunta sobre o interesse em saber mais sobre a
Ditadura Militar.
- Por último, foram incluídas perguntas a fim de analisar os conhecimentos do
público sobre alguns acontecimentos históricos do período. Neste caso,
14
escolhemos algumas informações identificadas durante o mapeamento
exploratório anterior.
As informações utilizadas nas perguntas para se analisar o conhecimento do
público sobre a Ditadura Militar foram tiradas de fake news desmentidas dos sites de
Fact-checking, de matérias divulgadas pelos jornais tradicionais e populares
pesquisados e informações comprovadamente mentirosas propagadas pelos vídeos
do Youtube.
Entretanto, antes da divulgação e da aplicação do questionário, a pesquisa passou
por fase de pré-testagem com três estudantes que, além de responderem às
perguntas, fizeram apontamentos críticos sobre o formato do questionário.
Os apontamentos feitos pelos estudantes contribuíram para o aperfeiçoamento do
questionário. As indicaçoes foram: 1) especificar a parte dos salários colocando os
valores; 2) na pergunta "Por quais meios você lê ou já leu..." trocar o termo "ler" por
"informa"; 3) na pergunta sobre semestre; colocar opções de semestres; 4) colocar a
parte dos salários no formato do ibge; 5) na pergunta relacionada a gênero, explicar
cada item; 6) nas escalas lineares; usar Escala Richter de 1 a 4 ao invés de 0 a 5; 7)
deixar a pergunta que pede descrição da Ditadura Militar não obrigatória e 8) mudar
a forma da pergunta sobre a tortura de Dilma Rousseff.
O questionário (Ver Apêndice M) foi disponibilizado online a partir do dia 21 de
setembro de 2021 até o dia 1o de outubro de 2021, sendo o link enviado para os
e-mails dos Centros Acadêmicos de alguns cursos da Universidade de Brasília e
divulgado no instagram pessoal desta pesquisadora (@lareinha).
Os cursos dos CAs inicialmente contatados estão vinculados a diferentes áreas do
conhecimento: Comunicação Organizacional; Jornalismo; Biotecnologia; Artes
Visuais; Engenharia Mecatrônica; Ciências Políticas; Geografia; Filosofia; Ciências
Contábeis; Engenharia Química; Turismo; Saúde Coletiva; Educação Física;
Geologia); Enfermagem; Relações Internacionais; Biologia; Fisioterapia; Letras -
japonês; Letras - português; Línguas Entrageiras Aplicadas, Gestão de Políticas
Públicas); Medicina Veterinária; Artes Cênicas; Pedagogia; Química; Museologia;
Economia; Gestão do Agronegócio, Serviço Social e Engenharia Civil.
3.Referencial teórico
Hoje, a desinformação está se manifestando em contextos políticos, seja em
relação à pandemia, com a disseminação de notícias falsas sobre a COVID-19
15
(GALHARDI et al, 2020; GEHRK e BENETTI, 2021), ou a negação de fatos
históricos, como a Ditadura Militar, por exemplo.
A desinformação pode ser definida como um discurso que disputa visibilidade e
legitimação, em que a informação é propositalmente manipulada com intenção de
causar dano ou desordem a algo ou alguém (RECUERO, 2020).
Em 2020, Organização Pan Americana de Saúde falou sobre a construção e a
ressonância da desinformação nos dias de hoje:
Grande parte dessas desinformações se
baseia em teorias conspiratórias; algumas
inserem elementos dessas teorias em um
discurso que parece convencional. (…) A
desinformação pode circular e ser absorvida
muito rapidamente, mudando o comportamento
das pessoas e possivelmente levando-as a
correr riscos maiores.
(UNICAMP, 2020)
Tendo em vista o seu grande potencial de efeito sobre a vida cotidiana das pessoas
e sobre a formação das percepções sobre os fatos, campanhas de desinformação
com mecanismos digitais que usam pessoas ou robôs (MACHADO, 2020) têm sido
feitas por diferentes grupos políticos ou econômicos ao redor do mundo contribuindo
para a manipulação de informações com caráter conspiratório, com o intuito de obter
lucros ou destruir reputações de adversários.
O fenômeno da desinformação também engloba as chamadas Fake News
(MACHADO, 2020).Para a ONG Coalizão Direitos na Rede, as Fake News “São
conteúdos que viralizam nas redes sociais simulando uma notícia, com estilo
jornalístico, mas divulgando informações comprovadamente falsas, muitas vezes
com discursos de ódio e sem autoria.” (UOL, 2020).
As Fake-News estão e estiveram presentes em muitas situações sócio políticas no
mundo inteiro, se tornando um dos fenômenos sociais mais discutidos desde a
última década, tendo em vista o nível de proporção que elas tomaram (NEWMAN,
2021).
Ao juntar o negacionismo com a ascensão das fake news e desinformação na
internet, a existência e a veracidade desses acontecimentos passam a ser
16
questionadas e ganham grande relevância não apenas na internet, mas também em
contexto político.
Fazendo uma relação entre o negacionismo e a desinformação da população, o
pesquisador Wedencley Alves (2021) afirma que:
As pessoas aderem ao discurso porque ele
está em sintonia com outras coisas que
acreditam; elas se realizam e se reconhecem
no ambiente que está reforçando e
disseminando o negacionismo. Precisamos de
mais pesquisas para investigar os modos de
identificação dessas pessoas: quais são os
argumentos que ressoam para elas, de que
maneira elas se percebem, qual é a imagem
que fazem de si mesmas, da ciência, da saúde,
da política. Somente quando compreendermos
essas pessoas em sua própria lógica,
poderemos imaginar alguma saída do
negacionismo. (LAHPS, 2021)
Odilon Caldeira Neto (2021), pesquisador e coordenador Laboratório de História
Política e Social (LAHPS) da UFJF, cita a Ditadura Militar e o Holocausto ao explicar
esse fenômeno:
Muitos argumentos negacionistas do
Holocausto, por exemplo, colocam em pauta
uma suposição de que os crimes cometidos
pelos nazistas teriam sido uma forma de barrar
uma tentativa hipotética de ataque vinda de
judeus. Em vários sentidos, o próprio
negacionismo da ditadura opera de maneira
semelhante, voltada para justificar ou até
mesmo reabilitar as instâncias
comprovadamente responsáveis por esses
episódios. Ou seja, trata-se de uma
‘contrarrealidade’, e essa estruturação de
17
modelos alternativos do real podem ultrapassar
a dinâmica do próprio grupo.” (LAHPS, 2021)
No contexto brasileiro, esses elementos se evidenciam na arena pública por meio
de figuras políticas que evocam a Ditadura Civil-Militar em discursos e falas que
negam a gravidade que aquele período representou para a sociedade brasileira. O
negacionismo também tem estado presente em produções culturais e fílmicas que
justificam ou minimizam os episódios de censura à imprensa e a obras artísticas
(RUIZ e BUZALAF, 2020; KUSHNIR, 2004).
Uma grande onda de desinformação sobre o papel da Ditadura na história nacional
ganhou força há alguns anos, por volta de 2016, com as declarações de figuras
políticas como Jair Bolsonaro a favor desse período; tal estratégia contribuiu para o
posicionamento da imagem do então deputado federal. O então deputado ganhou
notoriedade com duas declarações. A primeira foi na votação do Impeachment de
Dilma Rousseff, em que ele votou a favor e homenageou o torturador dela, Carlos
Alberto Brilhante Ustra: "Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o
pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil
acima de tudo e por Deus acima de tudo, o meu voto é sim". No mesmo ano, ele
disse em entrevista à Jovem Pan que “o erro da Ditadura foi torturar e não matar”
(JOVEM PAN, 2016; FRIGO, DALMOLIN e MORELLI, 2020).
3.1 Ditadura Militar (1964-1985)
Hoje, existem mobilizações e abordagens por meios de comunicação que lutam
para o reconhecimento da gravidade desse período, como, por exemplo, a
Comissão Nacional da Verdade criada em 2011 por Dilma Rousseff, cujo lema é
“Lembrar para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça” torturada
política por Carlos Brilhante Ustra.
Mesmo com esses avanços, ainda há impasses que além de mostrarem a
desinformação e o negacionismo, evidenciam o descaso desse período por parte de
autoridades políticas, refletindo para com a sociedade.
Em 2019, Ricardo Vélez Rodriguez, ex ministro da educação, falou que haveriam
mudanças nos livros didáticos de história: “Haverá mudanças progressistas [no
conteúdo dos livros didáticos] na medida que seja resgatada uma versão da história
mais ampla.” (Folha de S. Paulo, 2019).
18
O então ministro afirmou ainda que o golpe de 1964 foi “uma decisão soberana da
sociedade brasileira” e que a Ditadura Militar tinha sido um “regime democrático de
força” (Folha de S. Paulo, 2019).
Outra questão que contribui com a desinformação sobre a Ditadura Militar é o
enfraquecimento da memória coletiva sobre o período, que aconteceu por conta de
muitos fatores, como, por exemplo, a impunidade dos torturadores.
É de suma importância resgatar o conhecimento e informar melhor sobre esse
momento, como direito à memória dos cidadãos de hoje sobre o passado coletivo do
país (NAPOLITANO, 2019)
4. Resultados
Na pesquisa aos sites que realizam fact-checking Agência Lupa (Ver Apêndice E),
Aos Fatos (Ver Apêndice D) e Agência Pública (Ver Apêndice C), foram encontradas
mais matérias do Aos Fatos e da Agência Lupa desmentindo fake news em relação
a Ditadura Militar ou conteúdos desinformativos acerca do período.
As fake news mais desmentidas nesses sites foram: 1) Dilma Rousseff não foi
torturada, 2) Miriam Leitão participou da luta armada, 3) Fernando Henrique Cardoso
criou a “Bolsa Ditadura” para as vítimas do período e 4) que a Comissão da Verdade
tinha sido criada pelos ex presidentes da república.
Além disso, foram coletados alguns sites e páginas de redes sociais com caráter
desinformativos (Ver Apêndice A e B), desde o blog Calazans zans zans (Ver Figura
1) até páginas no Facebook, como Pensa Brasil (Ver Figura 2) e Descobrindo As
Verdades (Ver Figura 3); que contêm uma texto negando a existência da Ditadura
Militar e postagens com teor nacionalista.
19
Figura 1 - Blog Calazans zans zans
Fonte: Facebook.
20
Figura 3 - Página Descobrindo verdades
Fonte: Facebook.
Porém, alguns sites com desinformações estavam fora do ar, como por exemplo, o
Homem Culto (Ver Apêndice A).
No dia 10 de agosto de 2021, no YouTube, foram encontrados trinta vídeos (ver
Apêndice L) propagando Fake News sobre a Ditadura Militar, com conteúdos
negacionistas sobre o período. Grande parte dos vídeos analisados questionam a
gravidade do período e reforçam informações falsas, como a existência e ameaça
dos militantes comunistas tomarem o poder.
Analisando de forma exploratória esses vídeos e alguns comentários, foi possível
identificar ideias de que na Ditadura a segurança era melhor do que hoje; ou que ela
foi importante para combater os crimes de grupos de esquerda da época.
Em relação a coleta de matérias, foram encontradas 235 matérias, desde o fim de
2008 até 2021, dentre elas, reportagens e notícias. Entretanto, foi registrada
quantidade maior de matérias sobre o fato no Correio Braziliense (85 - Ver Apêndice
F) , Jornal de Brasília (42 - Ver Apêndice G), Metrópolis (29 - Ver Apêndice H) , O
Dia (40 - Ver Apêndice I) e O Povo (36 - Ver Apêndice K). Na GZH (Ver Apêndice J),
foram achadas apenas três matérias.
Em todos os jornais supracitados foram encontradas notícias que retratam enfoques
mais recentes relacionados a tortura de Dilma Rousseff, por exemplo; mas também
21
reportagens com críticas ao período e falando sobre artistas ou políticos que
protestavam contra a Ditadura.
A partir dessa análise, foi possível observar a presença de conteúdos diversificados
nos veículos profissionais analisados que procuram resgatar a memória sobre o
periodo com abordagens mais cuidadosas e precisas.
Na segunda fase do trabalho, para a elaboração do questionário, foram usadas as
fake news mais propagadas dos vídeos do Youtube e desmentidas por sites de
fact-checking para que o respondente indicasse se cada fato era verdadeiro ou falso.
As fakes news usadas no questionario foram relacionadas a: 1) negação da tortura
de Dilma Rousseff, 2) participação da Miriam Leitão na luta armada, 3) criação da
“Bolsa Ditadura” por FHC e constituição da Comissão da Verdade pelos ex
presidentes da república.
Nos jornais, foram extraídos fatos relacionados ao período em questões abertas, de
forma que se testasse a percepção dos respondentes sobre acontecimentos
específicos. Uma das perguntas (Ver Apêndice M) pedia uma breve descrição sobre
o que a pessoa sabia sobre a Ditadura Militar; outra pergunta pedia que se indicasse
o nome de três figuras públicas atuantes no período que ela se lembrava mais.
O questionário obteve 134 respostas e esteve disponível do dia 21 de setembro até
o dia 1o de outubro de 2021. Todos os respondentes são universitários, não só das
áreas de Comunicação (sete de Comunicação Organizacional e quatro de
Jornalismo), mas de diferentes cursos, como: Ciência Política (26), Direito (19),
Biblioteconomia (1) Biotecnologia (1), Administração (3), Arquitetura (1), Artes
Visuais (1), Ciências Econômicas (11), Ciências Sociais (3), Gestão em Políticas
Públicas (4), Enfermagem (17), Biologia (5), Sociologia (1), Cinema (1), Ciências
Militares (1), Serviço Social (1), Odontologia (5), Letras - português (7), Letras -
Libras (2), Letras - tradução inglês (4), Letras - tradução francês (4), Letras -
tradução japonês (1), Medicina (1), Pedagogia (1) e Museologia (2).
A seguir, descrevemos os resultados de acordo com as perguntas no Questionário.
22
Gráfico 1 - Semestre
Gráfico 2 - Gênero
Dos respondentes, 47,8% são mulheres cisgênero; enquanto 40,3% são homens
cisgênero; apenas 5,2% são não binários 2,2% preferem não opinar.
23
Gráfico 3 - Raça
Gráfico 4 - Localidade
24
Gráfico 5 - Faixa Etária
25
Gráfico 7 - Meios de comunicação utilizados para se informar
Gráfico 8 - Interesse
26
Fonte: Elaborado pela Autora (2021).
A maioria dos respondentes (67, 2%) tem interesse em ler mais sobre a Ditadura
Militar; 15,7% não descartam a possibilidade de interesse ao tema; 11,9% não
pensaram sobre isso e só 5,2% não têm interesse.
27
Figura 5 - Respostas discursivas sobre o período (2a parte)
28
Figura 6 - Nuvem de nomes mais relacionados à Ditadura Civil-Militar
29
Gráfico 9 - Temáticas mais conhecidas
30
Gráfico 10 - Percepção sobre a educação na Ditadura Militar
31
A maioria dos respondentes discorda que existia a estabilidade da situação
econômica (49,3%); 31,3% discorda parcialmente; 10,4% concorda parcialmente e
9% concorda totalmente.
32
Dos respondentes, apenas 32,8% concorda que Fernando Henrique Cardoso criou
a “Bolsa Ditadura”, enquanto 60,4% não sabem e 6,7% acham verdadeiro.
33
De acordo com os respondentes, 56% não sabe se Miriam Leitão participou da Luta
armada, 33,6% acha essa afirmação verdadeira e apenas 10,4% concordam que
essa notícia é falsa.
34
Fonte: Elaborado pela Autora (2021).
Por último, 50,7% não sabe se os Ex-presidentes da República fizeram parte da
Comissão Nacional da Verdade; 35,8% acha a sentença verdadeira e só 13,4%
concorda que essa sentença é falsa.
Ademais, o conhecimento e a memória sobre esse período são formadas a partir da
repercussão de notícias recentes pelos meios de comunicação sobre os
acontecimentos da Ditadura Militar.
A maioria dos respondentes concorda que a educação, segurança e situação
econômica no Brasil não eram melhores, que as Forças Armadas não pacificaram o
país e o fato de Dilma Rousseff foi torturada na época da Ditadura Militar; mas não
sabe sobre acontecimentos especificos, como a não existência da “Bolsa-ditadura”,
a não participação de Miriam Leitão na Luta Armada e que a Comissão da Verdade
não foi feita pelos exs presidentes do país.
Portanto, muitos dos respondentestêm informações superficiais sobre a Ditadura
Militar.
5.Considerações Finais
O objetivo do trabalho foi analisar o nível da desinformação sobre a Ditadura
Civil-Militar por parte de jovens universitários, público que se caracteriza por um
amplo uso das redes para se informar. Nosso problema de pesquisa inicial foi:
“Quais seriam as percepções dos jovens universitários sobre a Ditadura e de que
maneira eles/elas se informam sobre o tema?”
Para tanto, foi feito um levantamento exploratório das principais fake-news
relacionados ao tema em conteúdos publicados por agências de Fact-checking, You
Tube e em jornais (Correio Brasiliense, Jornal de Brasília, Metrópolis, O Dia, O Povo
e GZH). Em seguida, produzimos e aplicamos um questionário junto a jovens
universitários para identificar o nível de desinformação e interesse sobre a Ditadura
Civil-Militar.
É importante ressaltar que o trabalho é exploratório, portanto, novas pesquisas
relacionando os aspectos aqui destacados são importantes para se compreender a
relação entre fontes de informação, processos de desinformação e as percepções
dos jovens brasileiros sobre a Ditadura. Identificou-se, a partir da análise do que foi
publicado pelas agências de fact-checking, pelo You Tube e pelos jornais que as
principais fake-news sobre a Ditadura Civil-Militar se relacionavam à tortura de Dilma
35
Rousseff, à participação de Miriam Leitão na luta armada e à construção da
Comissão da Verdade.
Já o questionário aplicado obteve 134 respostas de estudantes vinculados a cursos
diferentes. Provavelmente, a baixa quantidade de respostas pode estar relacionada
a certa falta de interesse sobre a temática ou ainda aos limites do uso do
instrumento Questionário online para a investigação.
Por outro lado, a pesquisa também mostrou dados reveladores, como por exemplo,
os meios que os jovens mais utilizam para se informar sobre a Ditadura Militar são
os livros (100) e o Youtube (110), desbancando os Jornais Online e a TV, o que
reflete a onipresença e a dependência da internet na sociedade atual.
Constatou-se também que o nível de informação e conhecimento dos jovens
universitários é baseado em notícias recentes e sem aprofundamento nos fatos
ocorridos na Ditadura Militar.
Esse tipo de noticiabilidade tem influência na construção da memória e no nível de
informação dos cidadãos sobre o período em questão. Isso é evidenciado em
algumas respostas do questionário , como por exemplo, a pergunta sobre as figuras
públicas que o respondente se lembrava em relação ao tema, os três nomes mais
falados foram Dilma Rousseff, Jair Bolsonaro e Carlos Brilhante Ustra.
Outra resposta interessante foi à pergunta relacionada a quais acontecimentos o
respondente conhecia. A maioria dos respondentes conhece fatos como a censura
às obras e a Imprensa e o Milagre Econômico; mas poucos souberam do surto de
meningite da década de 1970 ou da participação de empresas privadas no momento
da repressão. Isso mostra que alguns acontecimentos acabam sendo invisibilizados
e pouco lembrados.
Neste sentido, é importante destacar o papel tanto dos profissionais que lidam com
a memória histórica do país quanto dos meios de comunicação em tornar a Ditadura
Militar um tema mais presente na memória dos jovens cidadãos.
A comunicação tem função social tão importante quanto a educação na qualidade
da informação e na transparência em relação aos acontecimentos da época.
36
Bibliografia
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evento esportivo 2020. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52058352. Acesso em 24 de setembro de
2021.
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em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/12/politica/1539356381_052616.html.
Acesso em 23 de setembro de 2021.
FOLHA DE S. PAULO. Ministro diz que não houve Ditadura Militar 2019.
Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/04/livros-didaticos-vao-negar-golpe-mil
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JOVEM PAN. Defensor da Ditadura, Jair Bolsonaro reforça frase polêmica: "o
erro foi torturar e não matar". Disponível em:
https://jovempan.com.br/programas/panico/defensor-da-ditadura-jair-bolsonaro-refor
ca-frase-polemica-o-erro-foi-torturar-e-nao-matar.html. Acesso em 23 de setembro
de 2021.
38
SANTOS, Nina. Fake news e mundos de pós-verdade: que democracia em
jogo? Revista compolítica, vol. 10 (3), 2020.
39
Apêndices
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Entrevistas https://apublica.org/2019/03/boris-fausto-sobre-o-gol 29/03/2019 26/07/2021
pe-de-64-e-impossivel-negar-os-fatos/
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sa-ditadura-20-mil-anistiados-politicos/
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https://www.aosfatos.org/noticias/e-falso-que-lula-se-apossou-de-faquei 06/04/2021 26/07/2021
ro-dado-por-elizabeth-2-a-costa-e-silva/
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santa-cruz-execucao/
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Apêndice F - Tabela de dados do Correio Braziliense.
48
do-bolsonaro-se-des.shtml
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50
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7/05/interna_diversao_arte,539019/livro-mostra-o-papel-de-renato-russo
-e-cazuza-no-fim-do-regime-militar.shtml
51
8/02/interna_diversao_arte,440431/jornalismo-que-investiga-abusos-de-
poder-do-estado-e-destaque-na-flip.shtml
52
-a-explicar-queda-de-jango-e-tambem-regime-militar.shtml
53
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2013/08/27/inter 27/08/2013 12/08/2021
na-brasil,384773/ato-lembra-os-33-anos-do-atentado-a-oab-do-rio-que-
provocou-uma-morte.shtml
54
erna_politica,353736/comissao-avalia-processos-de-mulheres-persegui
das-na-ditadura-militar.shtml
55
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2010/08/30/inter 30/08/2010 13/08/2021
na-brasil,210602/mpf-acusa-tres-delegados-de-sp-de-torturar-e-matar-d
urante-regime-militar.shtml
56
Apêndice G - Tabela de dados do Jornal de Brasília.
57
-sobre-o-ai-5/
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https://jornaldebrasilia.com.br/noticias/politica-e-poder/pouco-diferent 12/02/2021 18/08/2021
e-de-hoje-diz-bolsonaro-sobre-ditadura-militar/
59
s-de-vitimas-da-ditadura-em-sp/
60
https://www.metropoles.com/brasil/politica-brasil/mourao-mini 13/12/2019 13/08/2021
miza-ai-5-e-diz-discordar-do-termo-ditadura
61
https://www.metropoles.com/brasil/mpf-confirma-colaboracao 18/11/2017 13/08/2021
-ativa-da-volkswagen-com-ditadura-no-brasil?amp
06/05/2021 consideraç
ões
62
https://www.metropoles.com/brasil/eleicoes-2018/mourao-an 23/10/2018 16/08/2021
uncia-processo-contra-geraldo-azevedo-por-acusacao-de-tor
tura
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es-da-ditadura-recebem-heranca-de-ate-rs-43-mil-revela-colunista.
html
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html
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https://odia.ig.com.br/brasil/2021/01/6060541-pt-apresenta-novo-pe 08/01/2021 23/08/2021
dido-de-impeachment-contra-bolsonaro-por-apologia-a-tortura.html
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ur-virtual-em-cenarios-historicos-da-ditadura-em-niteroi.html
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a-pode-dar-primeira-condenacao-de-um-brasileiro-por-crimes-dur
ante-a-ditadura-militar--entenda-o-caso.html
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