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Natural, portanto que a possibilidade de uma ruptura de tal magnitude não passe
desapercebida ao escrutínio investigativo da razão científica, e receba olhares analíticos de
diversos campos disciplinares em busca da compreensão desse estarrecedor fenômeno; pois
mesmo com a capacidade de prever acontecimentos futuros prováveis como a própria crise
ambiental, a razão científica não conseguiu prevenir a ecocatástrofe, impedindo-a de se
manifestar no tempo presente.
Os primeiros sintomas surgiram logo no início do século XXI, tomando como duas
referências temporais emblemáticas, o furacão Katrina em 2005 e o relatório de 2007 do Painel
Intergovernamental sobre Mudança do Clima (devido à sua enorme repercussão ao qualificar
como ‘muito provável’ que o ‘aquecimento global’ fosse uma realidade com 90% de confiança,
e por essa razão recebe o prêmio Nobel da Paz tornando-se literalmente a ‘verdade
inconveniente’ da mudança do clima). E a partir de meados da segunda década deste século, tais
sintomas se intensificam tornando-se mais recorrentes, quando inclusive Servigne (2015) publica
a obra de referência nos estudos da Colapsologia e as Nações Unidas lançam os famosos
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, com uma agenda planejada para ser alcançada em
2030, e somente três anos depois, a ativista climática Greta Thunberg inicia o movimento da
greve juvenil pelo clima.
Fato é que a capacidade de prevenção para evitar o fim do mundo não acompanhou a
capacidade de previsão do fim do mundo, e este descompasso, no limite, passa pela relação
entre o saber científico e os poderes político e econômico implicados no drama socioambiental
da emergência climática.
Sabe-se que o planeta Terra está enfrentando uma severa e abrupta instabilidade
climática, e que os limiares de sustentação da Vida na ecosfera estão sendo perigosamente
afetados a ponto de serem arruinados com uma devastadora erosão da biodiversidade
planetária da envergadura de um sexto processo de extinção em massa de espécies vivas, de
acordo com projeções científicas de cenários futuros perturbadores. Estima-se que os impactos
da crise climática poderão ser dramáticos para o ser humano, e ainda mais catastróficos para
aqueles humanos que transitam pelo circuito inferior da sociedade e habitam a periferia do
sistema, que se encontram em condições de maior vulnerabilidade socioambiental aos riscos das
catástrofes climáticas e dos desastres naturais devidos ao ‘novo normal’ do clima. Acredita-se
que esse fenômeno seja decorrente de causas humanas, e suspeita-se fortemente que seja
advindo diretamente do novo ciclo de acumulação do capital que se estabeleceu a partir dos
Anos Dourados do Capitalismo, que se constitui no momento histórico da “Grande Aceleração”
(Gorg et al, 2020) rumo ao Antropoceno, precisamente a partir dos 1950, quando se funda a
Sociedade de Consumo (Layrargues, 2022); apesar das influentes correntes de pensamento que
seguem difundindo ‘meias verdades’, seja pela transmissão da narrativa genérica do impacto
‘antrópico’ do conjunto da humanidade como um todo indistinto, seja, acusando o
‘industrialismo’ de forma abstrata, em função da queima de combustíveis fósseis para a
produção de energia, como a causa primeira da crise climática.
Mas o fato é que não se sabe rigorosamente nada sobre o sombrio porvir humano
advindo da ecocatástrofe, inscrita na incerteza deste fenômeno tão complexo e inédito. É neste
vazio de representação, quando a evidência factual é questionável e quando a ciência formal se
depara com a possibilidade de fornecer somente projeções possíveis baseadas em modelos
computacionais estatísticos, que o Antropoceno se constitui como um poderoso símbolo que
nos lança rumo a um futuro até então inimaginável, que principia a povoar o imaginário social
com diversos cenários, dos mais brandos aos mais dramáticos, de como conceber esse inusitado
fim do mundo; que pode estar acontecendo neste exato momento, ou que pode ainda vir a
acontecer num futuro próximo, a depender do domínio da narrativa ideológica.
Enfim, cada um desses três perfis dentro do campo social colapsista, rivalizando o
domínio da narrativa, desempenham papéis sociais radicalmente distintos, organizados por
sujeitos sociais igualmente distintos, com valores e interesses antagônicos, e poderes
absurdamente desiguais, atualizando o processo do conflito ideológico em busca do controle da
narrativa em torno do novo debate ambiental contemporâneo, que se cruza nada menos com o
projeto civilizatório contemporâneo.
Não é nosso propósito enfatizar o fato que o tempo presente testemunha seguidas
quebras de recordes de temperaturas mais altas da história, também não é nosso propósito
sublinhar que as tragédias climáticas já estão em curso, interrompendo o cotidiano das pessoas,
especialmente das mais vulneráveis, em todas as partes do planeta. Assumimos como
pressuposto científico e como premissa ética, que a ciência climática formal já endossou e
comprovou a veracidade da crise climática antropogênica; a perspectiva analítica que queremos
adotar nesta reflexão sobre a Colapsologia é a da Ecologia Política, onde não vemos gráficos ou
tabelas contendo dados quantitativos dos indicadores geoecológicos e suas projeções em
cenários futuros perturbadores, esperando-se que a difusão de tais vontades de verdade
cientificamente válidas bastem por si só, como discurso competente, e sejam levadas a sério no
que diz respeito não mais à previsão, mas à prevenção da crise ambiental, acionando-se o regime
de urgência equivalente ao enfrentamento do estado de emergência climática. Por essa
perspectiva, adentramos no argumento central desta reflexão, colocando em cena as relações
de poder que estão em conflito ideológico na Ecologia Política Colapsista contemporânea e seus
respectivos interesses, saberes e poderes. Com isso, explica-se a contradição entre a capacidade
científica de previsão e a incapacidade política de prevenção, exatamente em função da
existência de interesses conflituosos atravessados nesta relação de poder desigual, no que diz
respeito à compreensão e difusão dos sentidos explicativos da crise ambiental.
O argumento, sinteticamente explicitado, se resume a afirmar que para além dos fatos
em si, que a ciência climática comprova já existir no tempo presente um estado de emergência
climática, há também uma construção sócio-histórica de concepções e ideias sobre o que
venham a ser as tais mudanças climáticas, suas causas e suas consequências (que para uns não
passaria de um ‘aquecimento global’ enquanto que para outros, seria uma ‘fervura ou ebulição
global’; que para uns seria sinônimo de novas oportunidades, e para outros, teríamos chegando
ao final dos tempos, com o dia do Juízo Final), em disputa pela colonização do imaginário coletivo
e domínio da narrativa. Há portanto, um enunciado validado pela razão científica e reconhecido
pelo saber dos povos tradicionais que sentem na pele o drama da instabilidade climática; mas
há também, e de forma concorrente na busca por legitimidade discursiva, enunciados com
interpretações ideologicamente construídas com algum grau de manipulação discursiva,
posições que apresentam ‘meias verdades’, que disputam politicamente a posição de hegemonia
no debate e na opinião pública sobre o Colapso Ambiental, conquistando o imaginário social
domesticado a conceber a crise climática sob contornos muito específicos, que podem coincidir
ou não com o enunciado central da ciência climática, que alerta para a extrema gravidade e
urgência da crise climática.
E que não por acaso, muitas vezes resultam ainda na estonteante sensação de apatia e
imobilismo de pessoas alarmadas mas impotentes, sofrendo com a biopolítica da angústia
climática, notadamente quando se encontram com seu imaginário colonizado pelo
determinismo teleológico do fim apocalíptico que cedo ou tarde, de uma forma ou de outra,
inexoravelmente se abaterá sobre a humanidade, pondo um ‘fim do mundo’ como
religiosamente se conhece, onde só resta ao sujeito aceitar passivamente e se conformar com o
dia do Juízo Final como representação inequívoca do Colapso Ambiental.
E isso vai contra todos os interesses dos grupos sociais que representam os interesses
do capital. Não é possível imaginar que a bilionária indústria do petróleo se conforme
passivamente em pôr um fim imediato na exploração dos combustíveis fósseis, para de fato
haver uma transição ecológica para energias limpas, em nome do futuro saudável do planeta.
Parte da reação desse setor social na arena colapsista evidentemente entra na disputa
ecopolítica do saber-poder investida pela leitura de outras vontades de verdade, distintas
daquelas do Ambientalismo Radical.
Por este caminho, podemos inventariar o novo vocabulário ambientalista colapsista que
acompanha o advento deste acontecimento – considerando também suas contradições, em
função da conflituosidade na vontade de verdade do saber-poder colapsista, a exemplo da
disputa narrativa em torno das opções “Antropoceno” ou “Capitaloceno” entre tantas outras,
que conduzem a compreensões causais bem diferentes uma das outras (Moore, 2022) –,
demarcando uma nova ordem de discurso erigida no campo colapsista; bem como, podemos
também identificar quem são e quais são as práticas dos sujeitos sociais enunciadores da
profecia apocalíptica da ecocatástrofe ‘por excelência’, que se expressam politicamente por meio
do Ambientalismo Radical, portadores do slogan anticapitalista “Mude o Sistema, não o Clima”,
manifestando-se por meio de protestos políticos que afrontam a ordem social e econômica
capitalista, sistemática e enfaticamente reprimidos exemplarmente pelos mecanismos de
controle repressivo da Sociedade Disciplinar, controlada pelo pensamento ambiental colapsista
hegemônico, aquele que adota uma postura moderada minimizando a dramaticidade e urgência
do Colapso Ambiental, porque não deseja que ocorram mudanças profundas na ordem social e
econômica capitalista prevalente. É neste momento de emergência do antagonismo social, que
nasce uma ecopolítica colapsista, desafiando e desestabilizando o domínio da narrativa
justificadora da manutenção da ordem instituída. Se a arena de disputa do campo social
colapsista legitima o grupo de interesse do Ambientalismo Radical, ela desponta ocupada já pelo
grupo de interesse do Ambientalismo de Mercado.
É, finalmente, com esses contornos a partir desta conjuntura que aponta para profundas
e indissociáveis conflituosidades ideológicas no campo ambiental colapsista, que analisamos a
agenda e o currículo da Educação Ambiental em tempos de Emergência Climática e Colapso
Ambiental, também entranhada pela disputa ecopolítica colapsista: o próprio currículo da
Educação Ambiental contextualizado pela Emergência Climática está em disputa, embora
imperceptível e silenciosamente, porque as relações de poder não são transparentes, são
ocultadas e invisibilizadas pelos mecanismos de controle da Sociedade Disciplinar, que estão
presentes inclusive no campo da Educação Ambiental disputando o controle da narrativa.
E aqui, passamos a contar com o apoio teórico de Althusser (1970, 1999) e Bourdieu
(1975) no que diz respeito ao caráter reprodutivista da educação a partir dos aparelhos
ideológicos de Estado; e com a contribuição de Apple (2008), quanto ao currículo oculto da
educação, com regras não escritas e expectativas não explicitadas, que faz fluir sutilmente
saberes que não constam oficialmente nos projetos político-pedagógicos nem nos objetivos de
aprendizagem do ato pedagógico, mas possuem a notável capacidade de influenciar e moldar o
imaginário social com a circulação de mensagens ideológicas midiáticas e escolares, geradoras
de uma ‘falsa consciência’ ou realidade paralela, porque seus sentidos operam com os
significados implícitos ou presumidos da fala enunciada, e não com os seus significados explícitos.
Falamos de uma falsa consciência por ter seus sentidos inoculados inadvertidamente, não são
construções imaginárias autênticas, são balizamentos importados externamente. Na perspectiva
do saber-poder, esta aprendizagem contribui desapercebidamente com a formatação de
comportamentos e valores culturais padronizados e alinhados com a expectativa daqueles que
formularam o currículo, quando os interesses da ordem social são transmitidos pelos aparelhos
ideológicos de Estado que se constituem o currículo oculto, sob domínio da Sociedade Disciplinar
que reproduz toda ordem do saber-poder.
Por exemplo, quando Rostow (1978) afirmou que a Sociedade de Consumo representaria
o último patamar do trajeto civilizatório do desenvolvimentismo a ser conquistado, isso significa,
implicitamente, a naturalização do capitalismo, de onde se presume que esta seria a ordem
social desejada por todos. Os significados implícitos que conectam as correlações entre a ideia
de Desenvolvimento com o modelo de produção capitalista fluem pela sombra do currículo
oficial, canalizados pelo currículo oculto, e sua eficácia depende de encontrar sujeitos
predispostos com valores e sentimentos, essas igualmente forjados midiaticamente, que
combinam perfeitamente com a mensagem ideológica formada para manter a estrutura e a
ordem social intacta. Este é o motor da engrenagem da relação saber-poder foucaultiano, a
forma que se dá a modelagem de sujeitos dóceis e úteis na Sociedade Disciplinar.
No limite, pela sua natureza, a Educação Ambiental acaba sendo um fator imperativo na
disputa pela legitimação e domínio da narrativa, em busca de hegemonia no poder de
convencimento coletivo sobre como a sociedade deve conceber o fim do mundo, dada a sua
enorme influência para uma ampla audiência; e por conseguinte, como deve agir sobre esse
acontecimento tomando as rédeas da mudança do sistema; ou sobre como deve se comportar
enquanto assiste o fim do mundo acontecer diante dos seus olhos marejados de uma angústia
paralisante. A Educação Ambiental é um poderoso instrumento de difusão ideológica
legitimadora das soluções seja dentro ou fora da ordem, sejam reformistas ou revolucionárias;
que podem ser aplicadas ante o anúncio do fim do mundo, ou sua veemente negação.
Nas mãos da Educação Ambiental, não está apenas o saber da previsão do fim do mundo,
está também, e talvez sobretudo, o poder da prevenção da ecocatástrofe, não apenas de sua
mitigação. Assim, não basta apenas pleitear por novos espaços destinados a uma educação
climática ou a uma educação em riscos de desastres naturais, acreditando-se que isso por si só
já seja suficiente para garantir as ‘reais’ mudanças que precisam acontecer para proteger o
futuro da ruína ecológica; porque a disputa ideológica – determinante para a legitimação do
repertório de soluções para a crise climática –, gira fundamentalmente em torno da definição do
currículo oficial e sobretudo oculto, da questão climática.
“A humanidade está numa crise tão séria como a das duas guerras mundiais; e
a perspectiva é desconcertante. A humanidade pode continuar a sobreviver
talvez por mais uns dois bilhões de anos, se a ação humana não tornar a biosfera
inabitável em alguma data anterior; mas o Homem agora possui o poder de
tornar a biosfera inabitável num futuro próximo, e é, portanto, possível que as
pessoas que estão vivas hoje possam ter suas vidas ceifadas por uma catástrofe
provocada pelo Homem que arruíne a biosfera e destrua a humanidade,
juntamente com todas as demais formas de vida. (...) Nessas circunstâncias
desconcertantes, somente uma previsão pode ser feita com certeza. O Homem,
o filho da Mãe-Terra, não seria capaz de sobreviver ao crime de matricídio, se
um dia o cometesse. A punição para isso seria a autodestruição. A humanidade
assassinará a Mãe-Terra ou a redimirá?” (Toynbee, 1978)
Fato é que não é possível afirmar que o advento da ecocatástrofe tenha sido uma
surpresa inesperada que se arrebatou inesperadamente na segunda década do século XXI, pois
a possibilidade de um Colapso Ambiental vindouro já estava no horizonte do ambientalismo a
praticamente cinquenta anos antes de sua consumação. A questão da previsão do Colapso
Ambiental àquela altura não era se ele poderia acontecer, e sim quando aconteceria, se a rota
da ecocatástrofe não fosse desviada a tempo.
É neste contexto que, após a eloquente hecatombe nuclear com a invenção e uso da
bomba atômica, desponta a ecocatástrofe como o próximo horizonte desafiador a lidar no porvir
contemporâneo da Modernidade Tardia. O poder devastador da bomba atômica é transferido
para o poder devastador da crescente degradação ambiental em escala global. Resultado do
severo aprofundamento da crise ambiental planetária, vislumbra-se a partir de então, um futuro
sombrio, nebuloso, contendo distintas visões de um derradeiro fim de mundo, que põem em
xeque seja o destino da civilização moderna, seja o comprometimento da biosfera, o
aniquilamento das bases ecológicas de sustentação da Vida planetária, a autodestruição
humana, inclusive.
E aí reside o âmago do biopoder e seu afeto acionado pelo medo da morte: ninguém
sabe ao certo como vai ser o fim do mundo, e é na oportunidade deste opaco vazio de
representação social que a disputa ecopolítica do saber-poder colapsista se estabelece e
acontece. O conflito reside na descrição deste imaginário social, em povoar o ideário coletivo
sobre como vai ser esse tal de fim de mundo: se absoluto e irredutível matando a todos nós, se
uma transição civilizatória para uma nova era astrológica, a de Aquário; ou se apenas uma
fantasia delirante e condenável de alguns ativistas desviantes da ordem social, rebeldes sem
causa, apenas insatisfeitos com o sistema capitalista, acreditando que para salvar o planeta e o
futuro, seria necessário derrubar o capitalismo. Como vimos em Toynbee, a narrativa
catastrofista, que joga com a chantagem da autodestruição humana, caso nada for feito, incide
diretamente sobre o medo da própria morte em decorrência do colapso total da natureza, e este
dispositivo é absolutamente central na modulação do discurso colapsista: ele é extremamente
mobilizador – ou não! – das potências de ação acionadas em nome da própria sobrevivência, ou
salvação. Garré e Henning (2017), que abordam a reflexão ecopolítica pela perspectiva
foucaultiana, sinalizam que o discurso midiático catastrofista possui vínculos muito estreitos com
o atravessamento da biopolítica do medo como dispositivo de controle social, culpabilizando as
pessoas pela crise ambiental, e na mesma medida, responsabilizando-as para agir
individualmente na sua esfera doméstica, cada um fazendo a sua parte. Faz sentido pensar que
todos temos uma parcela individual de responsabilidade...
É assim que, no início dos anos 1990, calcado na ética e no direito das gerações futuras,
fundou-se o compromisso histórico com o equilíbrio civilizado entre os interesses da proteção
ambiental, da justiça social e da eficiência econômica. As Nações Unidas apresentaram o
Desenvolvimento Sustentável como a opção civilizatória, o curso natural da Modernidade
Reflexiva que principia a se proteger formalmente das disfuncionalidades da Sociedade de Risco
com a Modernidade Tardia. Esse lugar ideológico lhe confere a voz competente que torna o
conceito inviolável; mesmo que questionável, por conter termos antagônicos entre si, quando
analisados pela perspectiva das relações desiguais de poder. Mesmo apesar da fragilidade da
pedra fundamental de todo edifício teórico do Desenvolvimento Sustentável, confiou-se à ética
das gerações futuras a capacidade de corrigir as distorções inatas do capitalismo comandado
pelo neoliberalismo.
Nessa perspectiva, não há lugar para a narrativa do slogan ‘Mude o sistema, não o clima’,
e o capitalismo continuaria funcionando, apesar dos pesares. Por outro lado, no contraponto do
conflito ideológico dessa vontade de verdade de um saber colapsista atenuado e reducionista, o
Ambientalismo Radical evoca a vontade de verdade de um saber colapsista que denuncia a
falsidade da promessa da Sustentabilidade Eco-Friendly, acusando de blá-blá-blá inconsequente
de falsas soluções para a crise climática, porque afinal de contas, a crise climática não passaria
de mais uma oportunidade de capitalização da natureza e consequentemente, de uma nova
lógica de acumulação do capital, sem maiores compromissos em de fato, enfrentar o desafio da
crise climática e do Colapso Ambiental.
Fato é que o cruel destino que os Profetas do Apocalipse tanto alertaram, finalmente
havia chegado. As gerações futuras não tiveram, afinal de contas, seu direito assegurado, como
fora prometido. Dessa forma, desde que se tornou possível sentir a instabilidade climática global
já nos primeiros anos do século XXI, a voz dos Profetas do Apocalipse ressurgiu, instaurando o
Ambientalismo Radical como o perfil de um novo sujeito ecológico no tempo da ecocatástrofe.
A constatação de que o sistema falhou com seu propósito, se tornou imperativa; e fundamental
para justificar a nova correlação de forças: essa avaliação representa um drama social, na medida
que pode impactar e alterar as relações de poder até então estabelecidas. Assim, o saber
colapsista original contém dois elementos básicos: a constatação da crise climática efetivamente
instalada, e a avaliação negativa dos efeitos do modelo de Desenvolvimento Sustentável que não
foi bem sucedido. Avaliar que o modelo atual do Desenvolvimento Sustentável falhou,
representa um fator de empoderamento a mais da voz do Ambientalismo Radical, e o
enfraquecimento do Ambientalismo de Mercado, sentenciado como incapaz, o que significa
implicitamente que precisa ser substituído.
E essa constatação é da maior importância, porque esta fórmula está na raiz não só do
Ambientalismo de Mercado, como também se entranhou enraizando-se profundamente na
Educação Ambiental que não é Crítica e é reprodutivista. Ambos (de)formam o sujeito para que
ele exista apenas enquanto indivíduo atomizado e reduzido à sua dimensão comportamental na
esfera privada: o sujeito é moldado para se conformar a sobreviver na Sociedade de Consumo;
não por acaso tantos estímulos formativos de um Consumidor Verde estão presentes no campo
da Educação Ambiental. Tentar ser um bom sujeito eco orientado ao mesmo tempo preservando
intacta a estrutura da ordem social e econômica capitalista caracterizada pela Sociedade de
Consumo, não bastou, ficou longe de ser suficiente. Não adiantou a indústria cultural estimular
cada um tentar fazer a sua parte, quando seria necessário que bilhões de partes fizessem
isoladamente a sua parte, e sobretudo, quando uma pequena fração dessa parte, que detém um
poder político e econômico descomunal, tem interesses conflitantes não só com a justiça social,
mas também com a prudência ecológica e o cuidado ambiental, uma vez que a ordem social e
econômica capitalista opera pela lógica da Produção-Destrutiva (Mészáros, 1996), estabelecida
nos Anos Dourados do Capitalismo com a disseminação da Obsolescência Planejada nos planos
de negócios empresariais de todos os segmentos produtivos da nova era de produção de
mercadorias, não mais apenas em série, mas em massa (Layrargues, 2022).
Desde fins da primeira década do século XXI, que a ciência climática se tornou robusta o
suficiente para assinalar que já se atingiu o limiar inicial do Colapso Ambiental, ou seja, que o
processo de ultrapassagem dos limiares ecossistêmicos de sustentação da Vida planetária
começou a atingir perigosamente um ponto de não retorno. A dúvida é se seremos capazes de
impedir que os combustíveis fósseis continuem a movimentar as máquinas da modernidade
imediatamente, e não por mais algumas décadas até a fatídica data de 2050 para descarbonizar
a economia, o que seria inadmissível para evitar ultrapassar as metas do Acordo de Paris.
É neste atravessamento do indesejado Colapso Ambiental, que não era para ter
acontecido, que finalmente desponta uma segunda onda histórica colapsista, aportando agora
para toda uma nova ordem discursiva e também uma nova prática social na militância ecologista,
de alguma forma, atualizando e ressignificando a voz dos Profetas do Apocalipse, empoderada
pela constatação de que seu alerta de risco deveria ter sido realmente levado à sério. Mas com
uma grande diferença em relação aos signos da primeira onda de alertas: agora se coloca em
causa, e com muita assertividade, o capitalismo.
Assim, por não poder reconhecer o seu fracasso, não é por acaso que a tática
negacionista climática em tempos de ecocatástrofe reside na política da minimização da crise e
da moderação na reação; convocando, com um certo atraso, o slogan da ‘transição justa e
responsável’, ainda dentro da ordem para viabilizar a implantação da Economia Verde, como
contraponto do slogan “Mude o sistema, não o clima”; como justificativa dos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável e dos longos prazos requeridos para uma mudança que se impõe
com regime de urgência, além da responsabilização individual. A lógica é simplesmente de
validar um saber-poder colapsista atenuado, com um grau de gravidade menos severo do que
aquele apresentado pelo Ambientalismo Radical. Há que se convencer à mais ampla audiência
que o alerta dos Profetas do Apocalipse teria sido exagerado, e que não haveria motivos para se
propor mudanças radicais na ordem social.
“Mude o Sistema, não o clima”, porque “Não há um Planeta B”: esse talvez seja o
conjunto de slogans mais simbólico do debate climático, quando se observa o repertório das
ações diretas e protestos do ativismo climático presente na práxis militante do Ambientalismo
Radical. Esta pode ser vista como a chave da relação de poder ecopolítico colapsista, pois traz
embutido nela a vontade de verdade do ultimato à ação e o seu potencial equivalente, o de
“mudar” o sistema capitalista, acusado de ter levado o planeta a esta dramática situação. O
cerne do tensionamento deste slogan se encontra na sutileza da definição do que venha a ser
essa ‘mudança do sistema’, de que forma concebemos o que é preciso mudar dentro do sistema,
ou o próprio sistema que precisa dar lugar a outro projeto societário, para que o clima não
ultrapasse o limite estabelecido pelo Acordo de Paris, quer seja, 1,5 graus. Para uns, o sentido
profundo da mudança que cabe neste slogan, seria apenas uma reforma do sistema; para outros,
a revolução para destituí-lo do poder. Para os primeiros, a mudança requerida seria a transição
para uma economia verde na direção do eco capitalismo; para os outros, a mudança necessária
seria a instauração do eco socialismo. O que seria essa mudança do sistema, depende d
subjetividade prévia de pessoa para pessoa, mas está posta a provocação pela Ambientalismo
Radical, que via de regra, busca o convencimento de que o capitalismo precisa dar lugar ao
ecossocialismo.
Não é por acaso que o Ambientalismo Radical recorre a um conjunto de princípios éticos
e jurídicos, como o Estado de Necessidade, a Escusa de Obediência e a Desobediência Civil, e
inclusive, se vale das próprias regras jurídicas lançando mão da Litigância Climática, processando
governos e empresas por inação climática. O que ocorre é que a ação direta, este modelo de
ativismo militante que explicita uma vigorosa e indignada denúncia contra a ordem social injusta
e ecocida, irrompeu-se ultrapassando o ‘sinal vermelho’ da obediência tácita da sociabilidade
capitalista provocando fortes reações da Sociedade Disciplinar para neutralizar e reverter a
ameaça ao sistema.
Aliás, é neste aspecto que reside uma das grandes campanhas ideológicas de difamação
do Ambientalismo Radical, quando se lhe acusa de ser violento, quando na verdade, ele está
preenchido por um corpo ético firmemente baseado na não-violência. Contudo, a perturbação
da ordem pública com pequenas infrações penais justificadas pela declaração do Estado de
Necessidade Climática, não é tolerada no cotidiano da vida disciplinar de uma sociedade
amansada, domesticada; e é neste sentido que se cria ardilosamente a correlação espúria entre
‘violência’ e o ativismo climático do Ambiental Radical. É a ‘segregação da loucura’ foucaultiana
marcada pela irracionalidade, que tanto o Ambientalismo Moderado Eco-Friendly como o
Negacionismo Conspiracionista recorrem na ecopolítica colapsista. Cumpre lembrar que não há
desqualificação mais profundamente desumana do Outro, do que retirar dele o caráter da
racionalidade, o estatuto que define a superioridade humana no paradigma Antropocêntrico da
Modernidade, posto que a violência se coloca no reino do irracional e ‘selvagem’, não tem lugar
entre cidadãos servis civilizados e altruístas.
Esta constatação abre margem para uma ampla diversidade de caminhos e roteiros
possíveis para a formação em uma ‘alfabetização climática’ que encerre os contornos de um
currículo. Em algumas delas, inclusive, sequer aparece o símbolo da “Emergência” Climática a
preencher o sujeito de significados alinhados com respostas e soluções urgentes e radicais. Os
nexos possíveis de serem estabelecidos na aprendizagem da questão climática podem ser diretos
ou indiretos, genuínos, abarcando a problemática dos interesses em jogo com a indústria do
petróleo e a produção de gases de efeito estufa, ou espúrios, abarcando as ‘falsas soluções’ da
crise climática.
Em 2011, no governo Dilma Rousseff, foi sancionada a lei federal nº 12.533, instituindo
o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, a ser ‘comemorado’ no dia 16
de março, momento em que as escolas deverão promover atos, eventos, debates e mobilizações
relacionados a medidas de proteção dos ecossistemas brasileiros. Interessante observar no
próprio enunciado, quais saberes e fazeres preenchem o currículo ‘oficial’ para se celebrar a
data, de uma forma que não parece dialogar com os elementos político-pedagógicos que
evoquem o estado de emergência climática e o ultimato da reação de se cobrar urgente e
enfaticamente a responsabilidade dos decisores políticos e lideranças econômicas na preparação
de uma solução realmente efetiva da crise ambiental, cessando inadiavelmente a produção de
combustíveis fósseis. A própria lei enuncia um nexo causal espúrio, na medida que não é
exatamente a proteção dos ecossistemas que o estado de emergência climática requer como
soluções, e sim a drástica e imediata redução da produção de combustíveis fósseis.
É interessante notar, inclusive, que a justa luta pelos direitos animais e pelo veganismo,
costuma associar a crise climática à pecuária em função da expansão dos pastos florestas abaixo
e da emissão de metano proveniente da digestão do gado; mas nesta associação, estabelece a
conexão causal entre mudança climática e redução individual do consumo de carne, o que
mantém vivo ainda o aparelho ideológico de reprodução social, por mais que se deseje formar
sujeitos não tão úteis assim ao sistema, por deixarem de consumir carne, mas ainda
permanecem dóceis, pois são estimulados apenas a fazer a sua própria parte. O objetivo é
ensinar como cada um de nós pode colaborar, com pequenos gestos cotidianos, com ações
simples de serem adotadas até mesmo por crianças, e que podem contribuir com a redução do
impacto individual da crise climática. Nesta perspectiva educadora, não se ensina
freireanamente a denúncia da insustentabilidade, quando poderia se aprender a lutar
politicamente contra os interesses econômicos da indústria da produção de proteína animal.
É neste espírito que foi formulado o projeto de lei federal nº 2.964/2023, para incluir a
educação climática como base da educação escolar, já que a Base Nacional Curricular, instituída
em 2017, ignorou por completo a questão climática. E foi nessa direção que, para que os jovens
em idade escolar não permaneçam alheios à crise climática, com a lei nº 9.949/2023, a rede
estadual de ensino do Rio de Janeiro se comprometeu a ofertar o ensino da educação climática
a partir de 2023, como um tema transversal e de forma interdisciplinar, e em consonância com
a realidade de cada unidade escolar. Além de um conjunto de diretrizes genéricas e abrangentes,
não se fala no documento sobre a formação de professores tampouco sobre os materiais
didáticos, muito menos sobre o currículo propriamente dito. O governador do estado vetou o
artigo que justamente apontava para o conteúdo curricular que deveria ser abordado conforme
assinalado pelo projeto de lei, que mencionava entre outros temas a serem considerados no
debate político-pedagógico, o estado de emergência da crise do clima, os interesses da
geopolítica climática, a injustiça climática e o racismo ambiental que afetam
desproporcionalmente as pessoas. Justamente os temas que analisam as contradições do
modelo e apresentam um quadro mais complexo e detalhado, o saber-poder denunciador da
insustentabilidade e mobilizador da indignação, que expõe os interesses e os poderes envolvidos
na crise climática; que ficaram ocultados pelo veto do governo, em função do seu potencial
ameaçador de ruptura com a ordem social injusta e ecocida. Eis um modelo de currículo que fez
a opção conservadora pelo silenciamento dos elementos perturbadores da ordem, anulando o
processo de aprendizagem da cultura da militância, da ressignificação da rebeldia, da superação
do reducionismo pedagógico que predomina na Educação Ambiental reprodutivista.
Os currículos da educação climática da Unesco e do Centro Nacional de Monitoramento
e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) por exemplo, pautados pela adaptação ao novo
regime climático, são fundamentalmente diferentes do currículo da educação climática
promovida pelo Movimento Coalizão pelo Clima do Rio de Janeiro, que oferece um curso de
formação de lideranças comunitárias na baixada fluminense pelo enfrentamento das injustiças
e desastres climáticos, que combina Justiça Climática com militância anticapitalista, para atuar
na solução das causas, não apenas na mitigação das consequências do novo regime de
instabilidade climática. São distintos saberes-poderes colapsistas a fluir nos espaços
pedagógicos: enquanto num processo formativo o sistema aponta para onde está o limite da
narrativa, permitindo abordar aspectos éticos da Injustiça Climática, de forma a deixar salvar da
morte os oprimidos lançando mão de uma Educação para Desastres Naturais, mas sem abordar
os aspectos políticos da Justiça Climática, sem portanto, insuflar a ira e rebelião dos injustiçados
climáticos contra seus algozes; no outro processo formativo, o saber da instabilidade climática
aparece como o ponto de partida para o poder da instabilidade política apontada pelo slogan
‘Mude o Sistema, não o Clima’.
Seguem acreditando também, que o nexo entre o saber colapsista da razão científica de
previsão da crise não envolveria nenhuma relação desigual e conflituosa em torno da capacidade
ecopolítica de manipular o poder da prevenção da crise; deixando assim, de reconhecer a
importância fundamental de se definir os termos que devem constar do currículo da
alfabetização climática, para que fique claro se as intencionalidades político-pedagógicas são
domesticadoras ou emancipatórias. A presença ou ausência de determinados conceitos e
conteúdos apontam claramente para qual projeto curricular se deseja trabalhar na Educação
Ambiental Climática, dentro ou fora da ordem vigente.
Esse ensaio segue uma argumentação alinhada com o Manifesto por um Educação
Ambiental indisciplinada (Layrargues, 2020), que convoca o campo da Educação Ambiental a se
colocar criticamente diante da inadiável tarefa de destituição da Sociedade Disciplinar, como
uma condição fundamental para romper a educação conservadora e deixar de se produzir
sujeitos dóceis e úteis, conformados com a naturalização do capitalismo e da Sociedade de
Consumo; que é a principal barreira contra a mudança da ordem social injusta e ecocida e com
isso, ter alguma chance de adiar o fim do mundo.
Por essa razão, entendemos que todo currículo de uma educação climática contemple,
por princípio, uma pedagogia da indignação a preencher a formação militante em desobediência
civil, tal qual expressa Abajo-Sanches (2022) a respeito do processo formativo assumido pelo
movimento Extinction Rebellion para o ativismo rebelde pelo clima por jovens em Paris. O
primeiro obstáculo a superar são os próprios instrumentos de controle da Sociedade Disciplinar.
É simplesmente por esta razão que o legado da Conferência do Rio não foi capaz de lograr
o cumprimento da promessa de assegurar o direito das gerações futuras e eliminar a
desigualdade socioambiental. Não basta apelar ao bom senso lógico do alerta de emergência da
ciência climática, é necessário superar os aparelhos repressores e ideológicos de Estado que
bloqueiam quaisquer mudanças que possam desfigurar o sistema capitalista.
Nessa perspectiva, o Ambientalismo Radical encontrará sérios obstáculos enquanto os
mecanismos de vigilância e controle contra a insurreição da ordem social estiverem acionados,
impedindo a emergência de quaisquer mudanças estruturais que ameacem a reprodução social
capitalista. E a Educação Ambiental que não é Crítica, mas é reprodutivista, colabora com a
manutenção desses obstáculos, quando coloca a rebeldia da denúncia da insustentabilidade
num lugar de menosprezo, desqualificando os ativistas climáticos como inconvenientes e
desvalorizando a sua importância civilizatória; e quando estabelece nexos não coerentes entre
as causas e propostas de soluções da crise climática na prática educativa, estabelecendo uma
vontade de verdade que não corresponda à realidade da emergência climática dentro de um
regime político e econômico global que fracassou.
O ano de 2023 ficou registrado como o ano que praticamente se atingiu o teto limite da
temperatura estabelecida como ‘segura’ pelo Acordo de Paris, atingindo o aumento de 1,48
graus Celsius em relação ao patamar pré-industrial. Este ano, sob condições normais, deveria ter
sido o momento histórico do alerta crítico que os Profetas do Apocalipse teriam lançado contra
a Modernidade Tardia, para acionar a marcha para evitar o fim do mundo. Contudo, ainda está
porvir a reconfiguração da opinião e do debate público acerca da questão climática.
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