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Cap ítulo 2

Gestão e Co sm eto log ia


Maria Goreti de Vasco ncelos
Pamela .Barbosa Arantes
.Andrea Lourenço de Oliveira
Curso Didático de Estética \ 1h1111, 2

A decisão sobre um local ou outro, muir,


A postura perante o cliente faz que se tenha . qs
vezes, es ta., associada
e
à maneira como foi apresen.
credibilidade e, com certeza, que o tratamento
mbiente. Especificamente nessa áre
executado tenha um resultado positivo e dura- ta d.o o a a, a
autoestima, a satisfação e o bem-eStar
douro. O ambiente de trabalho deve estar de b eIeza, ,a
, em primeiro plano. Então, um ambi·e
esrao
acordo com as características de um atendimento nte
confortável, bonito, alegre e limpo causará urna
em estética. Os materiais e os mobiliários devem
sensação de credibilidade nos serviços estéticos.
estar limpos e adequados para a execução do tra-
Na maioria das vezes, não é o preço O fator
balho. A aparência da cabine de estética e a pos-
tura do profissional são muito importantes para determinante para a venda de serviços. Pesqui-

que o cliente sinta confiança no estabelecimento sar a concorrência e saber sobre as novidades de

e no profissional que irá atendê-lo. cosméticos e equipamentos fazem do profissio-


nal de estética uma pessoa qualificada e aberra às

Fatores Psicológicos e Sociais mudanças de mercado, que estão cada vez mais
rápidas. O cliente sempre irá procurar os esta-
Atualmente os tratamentos estéticos e de me- belecimentos que estiverem acompanhando as
dicina estética estão sendo muito procurados por tendências de mercado, sendo atraído pelo dife-
homens e mulheres de diferentes idades. A mídia rencial apresentado.
associa pessoas bem-sucedidas a pessoas jovens e
bonitas. A procura da aceitação na sociedade im- Planejar para Melhor Atender
pele muitos a seguirem a moda, os tratamentos
mais modernos e as cirurgias plásticas. Quando se executa um trabalho é primordial
Um bom profissional sempre tem de analisar planejar o espaço físico, o atendimento, os equi-
as condições do cliente e os tratamentos por ele pamentos e os cosméticos registrados. Nos pro-
procurados. Nem sempre o que o cliente quer é cedimentos oferecidos é importante ter sempre
o melhor para ele. Por isso, uma avaliação com- um profissional apto para executá-los como este-
pleta resultará em um atendimento adequado e ticistas, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas,
bem-sucedido. Com certeza a satisfação do clien- entre outros.
te será maior se a sinceridade e o conhecimento
técnico do profissional estiverem presentes desde Oportunidade de Mercado
o primeiro contato.

Na área de estética, a mídia se comporta


Tomada de Decisão como uma aliada, pois sempre são apresentadas
as novidades dos tratamentos e dos cosméticos
O cliente realizará o tratamento se o ambien- na t e1evisao,
· , nas revistas e nos jornais. O e1·ien re
te estiver compatível com o que ele idealiza e,
está sempre bem informado e é muito imporran·
principalmente, se estiver convencido de que será O
te que profissional de estética também acoIJl·
bem atendido.
panhe as novas tendências. Atualizar-se significa

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Gestáo e Cosrnetolog,a

sobreviver nesse mercado t;10 promisso r, po rém de produtos de higi ene pessoal, cos m éti cos e pe r-
muito co mpetitivo. Aprove itar esse momento fum es, entre outros com ab rangência nesse con -
para comunicar as novidad es e promoções facili- texto.
ta a escolha do cliente. A Lei Federal n. 8.07 8/ 1990 criou o Códi-
go de Defesa do Co nsumidor, válid o em rodo
o Profissional de Estética e a o território nacional, que co ntempla os dire itos
Legislação do cidadão em relação à prestação de serviços e à
aquisição de bens de consumo.
A profissão do técnico em estética não cem O Senac, em parceria com a Fiocruz, lançou
ainda regulamentação na legislação brasileira. em 2002 o Guia de Legislação Profissional para
Existe um projeto de lei que tramita no Congres- ocupações de nível técnico em comércio e se r-
so Nacional desde 2003, mas até agosto de 2007, viços.
não ocorreu vocação.
A Classificação Brasileira de Ocupações - Definição de Cosmetologia e
CBO/2002, criada pela Portaria n. 397, de 9 Cosmético
de outubro de 2002, do Ministério do Trabalho
e Emprego, contempla a profissão no código Cosmético - do grego kosmetike, embelezar.
5161-1 5, reconhecendo os cargos de esteticista,
auxiliar de estética, especialista em tratamento de Cosmetologia é a ciência que trata da prepara-
beleza, esrecicisca corporal, esteticista facial e pro- ção, estocagem e aplicação de produtos cosmé-
motor escecicisca. ticos, como também das regras que regem essas
Conforme essa classificação, na descrição su- atividades - sejam elas de natureza física, quími-
mária da profissão, esses profissionais tratam da ca, biológica ou microbiológica (Jellinek apud Re-
estética e da saúde e realizam massagens estéticas - belo, 2004, p . 9).
utiliza ndo produtos e aparelhagem-, selecionam,
preparam e cuidam do local e dos materiais de tra- Cosméticos, produtos de higiene e perfumes são
balho, além de poder administrar os negócios. preparações constituídas por substâncias naturais
No município de São Paulo, a C oordenação ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes
de Vigil ância e Saúde (Covisa) editou, em parce- do corpo humano - pele, sistema cap ilar, unhas,
ri a com a Agl-ncia Nacio nal de Vigilância Sani - lábios, órgãos genitais externos, dentes e mem-
Lá ri a (Anvisa), o (,úia l ecnicu pam Prriissionais - branas mucosas da cavidade oral - , com o o bjetivo
lie/ez11 com Segurrmça, qu e conrcmpla normas de exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los,
hoa<, pdticas e hiossegurança para profissionais alterar sua aparência e/ou corrig ir odores corpo-
t:s teti ci~tas, cabeleireiros, manicim:s, pc:dicures e rais e/ou protegê-los e mantê-los em bom estado
podé,logos.
(Anvisa, Resolução RDC n. 79, de 28 de agosto de
A IZc.:so luçfo Anvi sa n . 7 1), de 2H de agosto 2000).
de 2000, estabc.: lece a ddinic;ão l' a classific1~·;"10

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Curso Didático de Estética ,olunw 2

O cosmético não pode ter nenhuma indica- sensações de bem-estar e prazer, desencadeando a
ção terapêutica, ou seja, não pode "curar" nada. liberação de substâncias que melhoram o aspecto
Os filtros solares funcionam como protetores geral da pele e estimulam a síntese proteica.
para a pele e preventivos contra os danos cau-
sados pela radiação solar; por isso, a tendência Noções de Química
é que passem a fazer parte dos equipamentos de
proteção individual (EPI) para as pessoas que tra- A perfeita compreensão da cosmética e dos
balham expostas ao sol. conceitos a ela ligados implica o conhecimento
Cosmecêutica - termo criado na década de de algumas noções básicas de química geral e or-
1980, pelo dermatologista norte-americano Al- gânica.
bert Kligman, para definir produtos cosméticos
que possuem em sua formulação princípios ativos Química - é a base da vida. O corpo humano
bioativos, com propriedades terapêuticas, porém é formado por substâncias químicas. Os órgãos,
em concentrações menores que as utilizadas em os ossos, a pele, os cabelos, tudo é formado por
medicamentos. Assim, esses produtos podem ser combinações dessas substâncias. No organismo
entendidos como formulações que possuem ati- humano ocorrem reações químicas a todo ins-
vos farmacológicos, mais eficazes que os cosméti- tante que permitem a continuidade das funções
cos, sem serem medicamentos. Atualmente esses vitais.
produtos são chamados de dermocosméticos. Bioquímica - é o estudo das reações químicas
Neurocosmética - as pesquisas na área da que ocorrem no organismo, permitindo a manu-
cosmética têm se intensificado cada vez mais, le- tenção da vida.
vando à formulação de produtos com tecnologia Química orgânica - é a parte da química que es-
muito avançada e eficácia comprovada. cuda os compostos de carbono, sem os quais seria
O início do século XXI foi marcado por um impossível a vida na Terra. Toda matéria orgânica
enfoque diferente na área cosmética. Surgiu apre- é formada por quatro elementos principais: car-
ocupação com o sensorial e com o bem-estar e, bono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.
consequentemente, com a melhora da qualidade Matéria - tudo aquilo que ocupa lugar no espa-
de vida das pessoas. ço.
O roque e as sensações que um produto pro- Átomo - considerado a menor parte da maté-
voca na pele passaram a ser considerados de fun- ria até pouco tempo atrás; hoje já se sabe que o
damental importância, uma vez que a pele possui átomo também é divisível. O átomo é composto
uma grande quantidade de terminações nervosas, pelo núcleo, parte central onde se encontram os
responsáveis por transmitir ao hipotálamo per- prótons - partículas com carga elétrica positiva
cepções agradáveis e prazerosas. - e os nêutrons - partículas sem carga elérrica.
Através de ativos específicos, os neurocosmé- Ao redor do núcleo do átomo orbita a eletrosjerrz,
ticos têm a propriedade de estimular as termi- constituída pelos elétrons, partículas com carga
nações nervosas da pele e enviar ao hipotálamo elétrica negativa. A eletrosfera de um átomo é

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Gestão e Cosmetolog,a

consriruída por várias ca madas, sendo a última, A esca la ele pH vai ele O a 14, sendo 7 consi-
chamada de camada de valência, responsável pe- derado o pH neutro. Esse é o pH da água pura
las ligações químicas entre dois áromos, dando (destilada). Tudo o que estiver abaixo ele 7 é áci-
oricrem às moléculas. do e tudo o que estiver acima ele 7 é alcalino ou
b

Íon - é o áromo eletricamente carregado, ou seja, básico. O pH da pele encontra-se em torno de


que possui um número de elétrons na eletrosfera 5,5, variando nas diferentes regiões do corpo.
maior ou menor que o número de prótons no Óxidos - são combinações binárias de oxigênio
núcleo. Se o número de elétrons for maior que com um elemento químico qualquer. Ex.: CaO
0 de prótons, diz-se que o átomo está negativa- - óxido de cálcio, MgO - óxido de magnésio. Os
mente carregado e ele passa a se chamar ânion. Se óxidos reagem com a água, com os ácidos, com as
0 número de prótons for maior que o de elétrons, bases e também com outros óxidos.
então o átomo encontra-se positivamente carre- Misturas homogêneas ou soluções - são a com-
gado e passa a se chamar cátion. binação de duas ou mais substâncias de tal forma
Molécula - é a união de dois ou mais átomos que se torna impossível distinguir uma da outra.
ligados entre si, que buscam estabilidade e equi- Um exemplo de solução é a mistura de água com
líbrio. A molécula é a menor partícula de uma açúcar na qual a água é o solvente e o açúcar é o so-
substância pura, capaz de conservar suas proprie- luto. A água é conhecida como solvente universal.
dades. Misturas heterogêneas - são misturas de duas ou
Ácido - toda substância que em solução aquosa mais substâncias que não se unem completamente,
libera íons H +, ou seja, toda substância doadora sendo possível distingui-las e visualizá-las a olho nu.
de prótons. Podem ser:
Base - toda substância que em solução aquosa
libera íons OH-, ou seja, toda substância doado- • Suspensão: é a dispersão de um sólido em
ra de íons. um líquido, sendo possível filtrar os sólidos
Sal - teoricamente pode-se considerar o sal como em filtro comum.
resultado de uma reação de neutralização entre • Emulsão: é um sistema de duas ou mais fases
um ácido e uma base. O principal produto de totalmente imiscíveis, ou seja, é uma mistura
uma reação entre um ácido e uma base é a água. de dois líquidos que não se misturam, como
Ao se eliminar a água forma-se o sal. água e óleo. Toda emulsão tem uma fase oleo-
Potencial hidrogeniônico (pH) - é a escala uti- sa e uma fase aquosa. Para que a mistura se
lizada para determinar a acidez ou a alcalinidade torne homogênea é necessária a adição de um
de uma solução aquosa. Q uanto mais forte for agente emulsionante (um tensoativo). Exis-
um ácido, maior será a quantidade de íons H• tem dois tipos de emulsão: emulsão dgua em
que ele irá liberar em solução aquosa. Q uanto óleo, na qual se adiciona um pouco de Jgua
mais forte for uma base, maior será a quanti- em grande quantidade de óleo e emulstio óleo
dade de íons OH- que ela irá liberar em solução em água, na qual se adiciona um pouco de
aquosa. óleo em grande quantidade de água.

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Curso Didático de Estética volu111e 2

Química Orgânica Carboidratos - são os açúcares. Também cons-


tituídos por carbono, hidrogênio e oxigênio, são
A química orgânica é a parte da química que os principais fornecedores de energia para O or-
estuda os compostos de carbono, molécula que oanismo humano.
b

constitui a base da vida no planeta. A molécula O carboidrato mais importante para a vid a
de carbono é tetravalente, ou seja, pode se ligar a humana é a glicose, que está presente no sangue
até quatro ourras moléculas ao mesmo tempo. em uma média de 90 mg de glicose para cada 100
Todos os compostos que não possuem carbo- mi de sangue. É a maior fonte de energia para a
no na sua formação são estudados pela química vida. Está armazenada no fígado e nos músculos
inorgânica. em forma de glicogênio. Quando as reservas de
O carbono forma milhões de compostos di- glicogênio estão muito altas, o organismo passa a
ferentes, uma quantidade maior do que todos armazená-lo em forma de gordura.
os compostos formados por todos os outros ele- Os carboidratos participam do metabolismo
mentos químicos juntos. São conhecidos cerca de várias proteínas e é recomendada a ingestão
de quinze milhões de compostos de carbono, o de mais de 50% das calorias diárias na forma de
que possibilita uma quantidade quase infinita de carboidratos.
reações químicas. Lipídios - são as gorduras. Também formados
por carbono, hidrogênio e oxigênio, fornecem
Bioquímica energia para o organismo, além de formarem a
estrutura da membrana celular. Os lipídios fun-
A bioquímica estuda as biomoléculas, que são cionam ainda como hormônios. Os mais comuns
as moléculas formadoras dos organismos vivos e no organismo humano são os triacilgliceróis.
que se encontram presentes em todas as suas cé- Os lipídios são insolúveis em água e partici-
lulas e tecidos. pam do metabolismo das vitaminas lipossolúveis.
Exercem ainda papel importante na formação do
Hidrocarbonetos - são os compostos formados sistema nervoso central, no processo da visão e da
apenas por moléculas de carbono e hidrogênio e produção de hormônios sexuais.
são considerados os compostos orgânicos mais sim- Além de funcionar como reserva energética,
ples, porém os mais importantes, porque consti- os lipídios também fornecem calor ao organis-
tuem o esqueleto de todos os compostos orgânicos. mo e formam uma barreira de proteção para os
Compostos orgânicos oxigenados - são com- órgãos vitais.
postos formados por moléculas de carbono, Compostos orgânicos nitrogenados - além do
hidrogênio e oxigênio. Dentro desse grupo de carbono, do hidrogênio e do oxigênio, outro ele-
compostos encontram-se os álcoois, fenóis, éte- mento químico abundante no organismo huma-
res , ésteres, cetonas e aldeídos. O que difere um no é O nitrogênio. Esses quatro elementos quí-
composto do outro são os diferentes tipos de li- micos são responsáveis pela formação de rodas as
gação que ocorrem entre as moléculas. moléculas que constituem o corpo humano.

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; Gestão e Cosmeto logia

Aminas - são comp ostos forma dos por carbo no, são aqueles que o organ ismo não co nsegue pro-
hidrog ênio e nitrogênio e const ituem a base de duzir em quant idade suficiente. Dessa forma, é
muitos comp ostos impor tantes encon trados no indispensável a ingestão desses amino ácido s.
corpo huma no. Um exem plo disso são as vita- Existem nove amino ácido s essenci ais ao ser
minas, cujo nome significa "vital amina ", que são huma no. São eles: leucina, isoleucina, lisina,
substâncias de impor tância funda menta l para a tripro fano, fenilalanina , metio nina, treo nina, va-
manu tençã o da vida. lina e histid ina.

Proteínas - são substâ ncias formadas por carbo - Peptídios - são cadeias peque nas de amino áci-
no, hidrog ênio, oxigê nio e nitrog ênio e exercem dos. Um dipep tídio, por exemplo, é forma do por

função estrut ural no organ ismo huma no. Elas dois amino ácido s; um penta peptíd io é forma do

formam roda a estrut ura dos tecidos, a memb ra- por cinco amino ácido s. A cadeia com mais de

na celular, os ossos, os múscu los, as cartilagens, a dez amino ácido s é cham ada de polipe ptídio . Para

pele, os cabelos e as unhas . a maior ia dos autores, as cadeias com setent a ou

As proteí nas exercem ainda funçã o de defesa mais amino ácido s const ituem as proteínas.

no organismo, forma ndo os antico rpos. Enzimas - são proteí nas que aceleram as reações

Outra função das proteí nas é transp ortar oxi- quími cas, ou seja, funcio nam como caralizadoras

gênio dos pulniõ es para rodas as células do orga- das reações.


Algum as enzimas possu em, além da pane
nismo.
Os carbo idrato s e lipídio s são o comb ustíve l proteica, um grupo não protei co, cham ado de

do organismo huma no. Na falta dessas substâ n- coenz ima. Pode-se dizer que roda enzim a é uma

cias ocorre degradação das proteí nas com libera- proteí na, mas nem roda proteí na é uma enzima.
Todas as reações quími cas que ocorr em nos
ção de energia para as funções vitais. As proteí nas
são capazes de forma r lipídios e carbo idrato s, po- organ ismos vivos são catalisadas por enzim as.

rém estes não são capazes de forma r proteí nas. As enzimas poss uem propr iedad es especí -

As proteínas são formadas por cadeias muito ficas e cada uma delas age em um determ inado

longas através da comb inaçã o de vários amino á- substr ato, catali sando apenas um ripo de reação .

cidos. São, porta nto, moléculas grandes, com Assim, há enzimas específicas que aruam no m e-

alto peso molecular. taboli smo das proteí nas, no metab olism o dos

Aminoácidos - são as meno res unida des forma- carbo idrato s, dos lipídio s etc.

doras de uma proteí na. As proteí nas são cadeias A falta de uma determ inada enzim a no or-

de aminoácidos, moléculas muito grandes, com ganism o pode trazer conse quênc ias muito ne-

serema ou mais amino ácido s. Os amino ácido s gativas, pois a reação quími ca por ela catali sada

são moléculas muito pequenas. pode não ocorre r na velocidade necess<iria para

O organismo huma no possui vinte amino á- a manu tenção da vida. Atual mente , são co nhe-

cidos formadores de proteí nas. Entre eles ex istem cidas mais de duas mil enzi mas que arnam no

alguns chamados de amino ácido s essenciais, que metab olism o do corpo huma no.

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Curso Didátic o de Estética volu111e 2

Vita mina s - são subs tânci as orgân icas biolo gi- A vitam ina A é utiliz ada nas formulações cos-
came nte ativa s. As vitam inas são necessárias ao
méticas como estim ulant e da proliferação celular
orga nism o hum ano em pequ enas quan tidad es e nos prod utos antie nvelh ecim ento.
não são prod uzid as por ele. São inger idas e, de-
A form a ácida da vitam ina A é o ácido reti-
pois , abso rvida s pelo intes tino delga do.
noico ou tretin oína, que tem ação anti-inflama-
Emb ora as vitam inas sejam necessárias em
tória nos processos de acne e ação antirrugas. O
pequ enas quan tidad es, a falta delas (hipo vitam i-
ácido retin oico é utiliz ado em peelings químicos
nose ) pode ser muit o dano sa ao organ ismo , oca-
realizados por médi cos e em form ulaçõ es antien-
sion ando doen ças. O inverso tamb ém é verda-
velhe cime nto, tamb ém prescritas por médicos.
deiro : o excesso de vitam inas (hipe rvita mino se)
Um deriv ado da vitam ina A, a isotretinoína,
pode levar o orga nism o a deter mina das doenças.
é larga ment e utiliz ado nos trata ment os para acne
A falta comp leta de uma ou mais vitam inas severa, por vias oral e tópic a. Essa medicação
no orga nism o é cham ada de avita mino se. Um
deve ser presc rita por médi co e seu uso acom-
dos órgã os mais sensíveis à falta de vitam inas no
panh ado por ele, uma vez que pode desencadear
corp o hum ano é a pele.
sérias reações adversas no organ ismo , além de
A atuaç ão da maio ria das vitam inas no orga- possuir efeito terato gênic o, ou seja, pode causar
nism o está ligad a princ ipalm ente ao cresc imen to.
má-f orma ção fetal em caso de gestação durante
Nos cosm ético s, as vitam inas são utilizadas prin- sua utilização.
cipal ment e com o antio xidan tes e estim ulant es da Vita mina D - tamb ém cham ada de calciferol, é
proli feraç ão celul ar. conh ecida como a vitam ina do crescimento. Sua
.A5 vitam inas se classificam em hidrossolúveis carência no organ ismo pode provocar raquitis-
(B, C e P) e lipossolúveis (A, D, E, F e K). mo. Por atuar diret amen te no metabolismo do
cálcio e do fósforo, é tamb ém conh ecida como a
As vitam inas lipos solúv eis e a pele
vitam ina dos ossos. A fixação da vitam ina D no
organ ismo huma no acon tece pela ação da radia-
Vita mina A - é cons idera da a vitam ina da pele
ção ultravioleta emiti da pelo sol.
por parti cipar do processo de regen eração celular. Na pele, a vitam ina D tem ação regeneradora
Enco ntrad a some nte nos alime ntos de orige m e cicatrizante, send o norm alme nte associada às
anim al como peixes, leite e ovos, é conh ecida vitaminas A, E e C. As principais fontes dessa vi-
pelo nom e de retin ol. tamin a são os óleos de fígado de peixe, os peixes
Nos alime ntos de orige m vegetal de colo- gordurosos como o salmão, e ainda a gema do
ração amar ela como ceno ura, abób ora, laranj a ovo e o leite.
e mang a, e em verdu ras de folhas verde-escuras Vitam ina E - tamb ém conh ecida como rocofe-
enco ntram -se subst âncias cham adas carot enos. rol, tem ação antioxidan te no organismo , se nd0,
Os carocenos são pró-v itami na A, ou seja, são por isso, empr egad a em larga escala na indúscri:1
comp ostos qu e se transform am em vitam ina A cosmética, nos produ tos antienvelhecimento e
no organismo hum ano. antirradicais livres .

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J Gestão e Cosmetol ogia

Por sua ação protetora das glândulas sexuais, cos mética em formulações para atenuação de
é co nhecida como a vitamina da fertilidade. olh eiras.
A vitamina E é considerada o mais poten -
re anrioxidante natural e suas principais fontes As vitaminas hidrossolúveis e a pele
sáo os óleos de origem vegetal - como óleo de
gérmen de trigo, óleo de milho , óleo de girassol, Vitamina B - trata-se, na verdade, de um com-
óleo de soja, óleo de amendoim e óleo de linhaça plexo vitamínico conhecido como complexo B.
- , azeite de oliva, arroz integral , e ainda a gema As vitaminas desse complexo atuam no metabo-
de ovo, salmão, frutas, legumes e verduras. lismo proteico, na regeneração de células sanguí-
Vitamina F - faz parte do grupo dos ácidos gra- neas, no tratamento de dermatites seborreica e
xos essenciais como o ácido linoleico (vitamina descamativa, na prevenção da anemia e na prote-
F encontrada nos alimentos de origem vegetal), ção do sistema nervoso.
o ácido linolênico (vitamina F encontrada nos Vitamina B1 - conhecida como tiamina, é a
óleos vegetais) e o ácido araquidônico (vitamina vitamina do cérebro, pois atua na proteção do
F encontrada nos alimentos de origem animal). sistema nervoso central. É encontrada em carnes,
São considerados essenciais por não serem legumes, leguminosas, gérmen de trigo, nozes,
sintetizados no organismo. Sua aquisição é feita castanhas e levedo de cerveja.
por dieta ou via tópica. Possuem ação reestrutu- Vitamina B2 - também chamada de riboflavina
radora da membrana celular e ação anti-infla- ou lactoflavina, sua carência no organismo pode
matória. Atuam aumentando a coesão entre as provocar dermatites e descamações nas comissuras
células, o que impede a perda de água pela pele e labiais. Tem ação antirradicais livres e regenerado-
sua desidratação, além de aumentar a função de ra de mucosas, pele, unhas e cabelos. É encontra-
barreira da epiderme. da em carnes, leite, legumes, leguminosas, gérmen
Um grande doador de vitamina F para a pele de trigo, nozes, castanhas e levedo de cerveja.
é o óleo de rosa mosqueta, que tem ação cicatri- Nas formulações cosméticas é muito empre-
zante e regeneradora da epiderme. gada em produtos aceleradores de bronzeamen-
Vitamina K - tem ação protetora nos vasos to, em razão de sua coloração amarelada e sua
sanguíneos, prevenindo o ser humano contra as fácil absorção.
doenças causadas pelas gorduras saturadas. Tem Vitamina B3 - conhecida como niac ina, é en-
ação anti-hemorrágica potente, sendo conhecida contrada em alimentos de origem vegetal. na fo r-
como a vitamina da coagulação. ma de ácido nico tínico, e em alimentos de o ri-
A vitamina K é encontrada nas ca rn es, prin - gem animal, na forma de nico rinamida.
cipalmente no fígado, e é conhecida corno me- Tem ação anti-inflamatória e antiox idante,
naquinona. Outra form a, a filoquinona, é en- agind o co mo rege neradora da pele, das unhas
contrada nos vegeta is, prin cipalm ente es pinafre e dos cabelos. Suas principais fontes s:to ca rnes
e repolho. A forma sintéti ca rece be o nom e ele magras co mo fran gos t' peixes, frur:1s sec1s, arroz
menadiona. F'. bastante empregada na indústri;i integral, ce rcais e levedo ele cerveja.

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Curso D1dát 1co de Estética 1 "'" ,,

Vita mina B5 - ácido panto tênic o é su a deno mi - m ação das h em ácias. Na pele, tem ação regen era-
naçã o cient ífica . E n co ntrad o em todas as célul as do ra. Previne o embr a nque cime nto dos cabelos.
ani m ais e veget ais, parti cipan do da fo rmaç ão d os É enco ntrada nos veget ais co m o brócolis e
tecid os. Possu i ação b acte ri cida e fungi cida e acua couv e, em legum inosas, ce reais, gérm e n de trigo,
n a cicat rizaç ão d a pele. A vitam ina B5 é biolo - fruta s secas , abaca te, leved o d e cerve ja, cogum e-
gica m e nte ativa, fazen do parte d a coen zima A.
los e fígad o .
Na form a alcoó lica é conh ecida co mo p anten ol, Vita mina B12 - conh ecida como cobalamina
exerc endo ação prote tora na pele e nos cabel os. A e ciano coba lamin a, pois conté m um áto mo de
vitam ina B5 previ ne e trata alerg ias e derm atites , cobal to. Acua nos sistem as n ervos o, diges tório e
prote ge a epide rme conse rvand o sua umid ade sangu íneo. Junc amen te com a vitam ina B9 (áci-
narur al e acua na dimi nuição do erite ma solar.
do fólico ) parti cipa da form ação do DNA e do
Sua d e nomi naçã o deriv a do grego pantoten, RNA , das hemá cias e das célul as dos sistem as di-
que signi fica em toda parte . ·É enco ntrad a no le-
gestó rio e nervo so.
vedo de cerve ja, nos cerea is, nas fruta s, verdu ras e
A vitam ina B 12 é a vitam ina do sangu e, mui-
legumes, nas legum inosa s e nas fruta s secas.
to utiliz ada no trata ment o d e processos anêmi-
Vita mina B6 - conh ecida como pirid oxina , é cos. Na pele, atua como preve ntiva de doenç as e
respo nsável pela elasti cidad e do colág eno e sua
do enve lheci ment o preco ce.
d eficiê ncia pode causa r derm atites e inter rupçã o
É enco ntrad a em carne s verm elhas, peixes ,
do crescimen to.
leite e ovos.
A rua no sistem a imun ológi co e na preve nção Vita mina C - conh ecida como ácido ascórbico,
do enve lheci ment o celul ar. É enco ntrad a no lei- é um poten te antio xidan te. Com bate radicais li-
te, nos ovos, nas carne s, nos legum es e legum i- vres e é indis pensá vel para a form ação de coláge-
n osas, nos cerea is, nas fruta s secas e no leved o de no. Sua carên cia no organ ismo provo ca hemorra-
cerveJª· gia dos capil ares sangu íneos .
Vita mina B7 - conh ecida como biati na, pa rti- A vitam ina C atua no sistem a imun ológico,
cipa da form ação dos tecid os, inclu indo a pele. aume ntand o as defes as do organ ismo e preve-
A biori na atua na e pider me, favor ecend o a pen e-
nind o doen ças dege nerat ivas e cânce r. Atua no
traçã o das vita minas do comp lexo B. Tem ação
proce sso de cicat rização dos tecid os e favor ece ª
impo rtant e nos cabel os, preve nind o a qued a e o
circu lação e a oxige nação das célul as, preve nindo
e mbra nque cime nto dos fi os. coágu los.
Na pele, a uxili a no proce sso d e cicat rizaç ão e
Na pele, a vitam ina C cem efeito clareador.
n o trata ment o de d e rm a tites. É e nco ntrad a e m
rege nerad or celul ar, antir radic ais livres e ant ien-
carne s ve rm elh as, peixe s, leite, ovos, cerea is, Fru-
velhe cime nto preco ce.
tas secas e leved o de ce rveja .
É larga me nte utiliz ada na indús tria c0St1 1~-
Vita mina B9 - é o áci do Fó lico. Parri cipa da sín -
tica, em form ulaçõ es anti- idade e antirradicais
tese de a min oácid os e cio m e tabol ismo celul ar.
livres e em prod utos hidra tante s, nutri ti vos e rl·-
Atua n a form ação d o DNA e do RNA e na for-
gcner a dores para a pe Ie. Arua no com bare a n1c1;1S
0

64
) Gestão e Cosmetologi a

e linhas de expressão e nos tratame ntos clarea- Fósforo - acua na regeneração tecidual.
dores. Magnésio - essencial para a formação de colágeno.
É encontr ada em quase todas as frutas, prin - Potássio - auxilia no processo de cicatriza ção e
cipalme nte as cítricas, nas folhas verdes, na cebo- hidrataç ão da pele.
la, no brócolis , no repolho , em todos os legumes, Cobre - atua na síntese de colágeno e dos pig-
na batata e em algumas Aores como a rosa. mentos que dão cor e proteção à pele e aos cabelos.
Vitamina P - é a vitamin a da permeab ilidade. Estanho - necessário em quantid ades muito pe-
Também chama.da de rutina ou citrina, pertence quenas, previne contra alopecia.
à classe dos bioflavonoides. São pigmen tos com Ferro - mineral de importâ ncia fundam ental ao
ação antibiót ica , anti-inf lamatór ia, anti-hem or- organis mo, responsável pela formaçã o da mioglo-
rágica e protetor a dos vasos sanguín eos. bina e da hemogl obina, sem as quais não acontec e
A vitamin a P aumenta. a absorção da vitami- o transpo rte de oxigênio para os tecidos. O ferro
na C no organism o, aument ando a imunida de e atua no metabol ismo das vitamin as do comple xo
combatendo os radica.is livres. B, favorece o sistema nervoso central e melhora a
A vitamin a P é encontr ada na casca das frutas resistência do organism o.
cítricas e no pimentã o, principa lmente no ver- Iodo - essencial à formaçã o dos hormôn ios da
melho e no amarelo. As rosas também são fonte tireoide , favorece a saúde da pele, dos cabelos e
de vitamina P. das unhas.
Selênio - tem ação antioxid ante no organis mo,
Os minerais e a pele
atuando contra radicais livres e preveni ndo o en-
velhecim ento precoce . Atua na preserva ção do
As vitaminas são compos tos necessários em colágen o e melhora a elasticid ade dos tecidos. É
pequenas quantid ades ao organism o. Existem utilizad o nos tratame ntos para ptiríase (caspa).
outros elementos, os minerai s, que são necessá- Silício - fundam ental na produçã o de colágen o,
rios em quantid ades ainda menores . O organis-
pois estimul a a síntese proteica . Tem importa nte
mo humano não sintetiza minerai s, portanto ,
papel na formaçã o de unhas, cabelos e da própria
devem ser adquirid os através da alimenta ção.
pele. Entre outras consequ ências, a falta de silício
Dentre os diversos minerai s que particip am leva à formaçã o de feridas na pele e à queda e
dos processos vitais do organism o, serão citados
embran quecim ento precoce de cabelos.
algun s a seguir, por sua relação direta com as fun-
Zinco - também indispensável ao organis mo ,
ções da pele. particip a da síntese de colágen o e é essencial para
o metabol ismo ela vitamin a A. Auxilia nos pro-
Cloro - su a d efi ciên cia pode causar queda de ca- cessos de cicatrização e na manute nção da beleza
belos e dentes. da pele e dos cabelos .
Enxofre - ajuda a manter a saúde ela pele, cios Da mesma forma que as vitamin as, todos os
cabelos e das unhas . Parti cipa da formação ela es- alim entos ele origem animal e vegetal são fontes
trutura dos cabelos. ele minerais para o corpo humano .

65
Curso Didático de Estética volu1n(' /

Perm eabil idade Cutân ea mulhere s, uma vez que geralm ente têm superfí_
cie corporal maior.
Foi visto que os cos m éticos sáo formula ções O mesmo vale para as gestant es, com a di-
para uso tóp ico, sem penetra çáo sistêmi ca, desti- ferença de que, nesse caso, o que irá determinar
n ados a hi gieniza r e embele zar a pele, preveni n- 0 maior aprovei tamento dos ativos é a grande
do, manten do e melhor ando suas caracter ísticas quantid ade de água existen te no corpo das grávi-
básicas . das, que irá facilitar muito a penetra ção de ativos
Sabe-se também que a epiderm e tem como hidross olúveis .
função princip al a proteçã o do corpo human o Outro fator import ante na absorçã o cutânea
contra a ação de agentes externo s. Essa função é a pilosida de. Sabe-se que ocorre absorção atra-
de barreira da epiderm e a torna quase totalme nte vés dos folículos pilosos. Portant o, uma região
imperm eável às substân cias não gasosas. com maior quantid ade de pelos terá absorção
Dessa forma, um dos grandes desafios da in- maior que uma região de pele glabra.
dústria cosmét ica é formul ar produto s que consi- A volatili dade e a viscosid ade da formulação
gam vencer essa barreira e sejam aprovei tados nas também influem na penetra ção do produto , as-
camada s mais interna s da epiderm e. sim como o tamanh o molecu lar do ativo. Pro-
Alguns cosmét icos, depend endo de suas pro- dutos menos voláteis e menos viscosos tendem a
priedad es físico-q uímicas , consegu em atravessar ter uma penetra ção maior. Ativos com tamanho
a barreira da epiderm e e serem absorvi dos pela molecu lar menor também terão maior aproveita-
pele. Os produto s hidross olúveis são os que con- mento do que ativos com molécu las muito gran-
seguem penetra r com maior faci lidade na epider- des.
me. Essa penetra ção ocorre através dos filamen - O tempo de exposiç ão da pele ao produto e
tos de querati na e é diretam ente proporc ional ao à temper atura também são importa ntes. Quanto
grau de hidrata ção da pele. maior o tempo de exposiç ão, maior a penetração.
Quanto aos ativos liposso lúveis, a penetra ção O mesmo vale para a temper atura do local em
ocorre através dos lipídios encontr ados entre os que se aplica o produto .
filamen tos de querati na da epiderm e e a veloci-
dade dessa penetra ção será tão maior quanto me- Form ulaçõ es Cosm éticas
nor for o grau de viscosid ade e a volatili dade do
produt o. Para tratar das formula ções cosméticas, de sua
Um dos fatores mais importa ntes para a ab- atuação na pele, da maneir a correta de utilizá-las
sorção transep idérmic a de ativos é a superfíc ie e dos resultad os esperad os, é preciso ainda de al-
corpora l. Pode parecer óbvio, mas vale ressal- gumas definiçõ es.
tar que quanto maior a área em contato com o
produt o, maior a absorçã o. Dessa forma, pode- Princíp io ativo - dentro de qualque r formu-
se afirmar que os homens têm melhor aprovei - lação, seja ela cosmét ica ou medicam enrosa, 0
tament o dos produto s cosmét icos em relação às princíp io ativo é a substân cia que tem efeito rnais

66
2 Gestão e Cosmetologia

;lCcnruado ou a substância que co nfere ao produ- Muitas vezes é difícil ao formulado r estabili-
ro a ca racterísti ca Ílnal a que se destina. Uma for- zar todos esses compostos na formulação . Com o
inulaçáo cosmética pode conter mais de um prin- mercado cada vez mais exigente, as pesquisas da
cípio ativo, cada um com sua flnalidade principal. indústria cosmética não param de avançar.
Veículo - constitui a base em que o produto Ocorre uma verdadeira corrida em busca
é formulado. Pode ser água, gel, serum, creme, de novas soluções que aumentem a eficácia e o
emulsão ou pó. aproveitam ento dos ativos na pele, por meio do
Veículos vetoriais - também conhecido s como desenvolv imento de produtos cada vez mais inte-
carreadores , são estruturas que podem levar o ligentes e funcionais.
princípio ativo hidro ou lipossolúvel para dentro Cabe ao profissional esteticista manter-se
da epiderme. atualizado com relação aos avanços da cosme-
Os carreadores usualment e empregado s na tologia. Não basta conhecer a anatomia e a fisio-
cosmética são: logia da pele, nem qual o melhor veículo para o
tipo de pele do cliente. É necessário inteirar-se
• Lipossomas: pequenas vesículas revestidas da tecnologia utilizada pela indústria cosmética ,
por uma camada fosfolipídica semelhant e à entender como o produto age na pele, como pe-
membrana plasmática das células do organis- netra, até onde consegue chegar, como atua por
mo humano. Ao se depararem com a mem- comunicaç ão celular, quais as sensações que pro-
brana da célula, os lipossomas liberam os ati- porciona ao cliente e, principalm ente, quais os
vos contidos em seu interior. resultados que se pode esperar através do trata-
• Nanosferas: são estruturas porosas que car- mento estético adequado.
regam em sua superfície ou em seu interior Há muito tempo os produtos deixaram de ter
ativos que serão liberados gradativam ente na uma única função , como sabonetes para higienizar,
epiderme, dentro do citoplasma das células. loções para tonificar e hidratantes para hidratar.
• Silanóis: são compostos à base de silício or- Vive-se na era de produtos multi.funcionais, com
gânico, que, por ter grande afinidade com a atuação cada vez mais complexa e eficiente na pele.
pele, possui alta capacidade de penetração Assim, existem sabonetes que são esfoliances
cutânea. O silício atua ainda como antioxi- e hidratante s, loções que equilibram o pH , hidra-
dante, combatend o radicais livres e estimu- tam, combatem radicais livres ou rêm ação ads-
lando a síntese proteica. Como visto anterior- tringente associada à açáo calmante, po r exem-
mente, o silício é fundam ental na formação plo. I-U hidratantes que sáo, ao mes mo rempo,
do colágeno. antienvelh ecimento, calmantes , anrioxicbn tes e
protetores solares.
Al t m do princípio ativo, do veículo e dos Ex isrem emulsões com pouquíssima quan-
vetores, um a formula ção cosm éti ca deve conter tidad e de óleo, pcrfe itamenre ac.h pdveis a peles
aditivos, que são os consc.:rvantcs, os espcssanrc.:s, rnisras ou oll'osas, mais chcienres que simples géis
os corantes e os aromatizan tes (cssências). hidrarantcs , como no passado recente.

67
Curso D1dat1co de Estéttca ,Ir J1rr ?

É de fundamental importância que o profis- zados antes da h igien ização com sabonete , para
b , entenda
sional esteticista conheça cosmetolooia fazer a remoção d os pigmentos e resíduos da nia.
os princípios ativos e saiba utilizá-los de maneira a quilagem, que promovem obstrução dos poros.
proporcionar ao cliente a m elhoria das condições Todo demaquilante possui algum tipo de
da pele e a prevenção de problemas indesejados. óleo em sua formulação, para facilitar o arraste
Deve-se lembrar que é vedada ao esteticista a dos pigmentos.
manipulação de formulações. A indústria cosmé- Loções - recebem também o nome de tônicos ou
tica coloca à disposição dele uma gama de produ- loções tônicas. Sua finalidade é equilibrar O pH
tos d e altíssima qualidade e eficácia. da pele, devolvendo-lhe a normalidade que foi
Se o profissional optar por fazer uso de fór- quebrada com a utilização do higienizante.
mulas manipuladas, deve ter prescrição médica Existem loções que são higienizantes e que
específi ca para o cliente que for utilizar a formu- podem substituir o sabonete. Porém, a maioria
lação. das loções tem ação adstringente, calmante, hi-
dratante o u revigorante na pele.
Principais Formulações Cosméticas Com exceção das loções de limpeza, que de-
vem ser removidas com água, as demais loções
Sabonetes - são produtos utilizados com a fina- devem perm anecer na pele para equilibrar o pH.
lidade de higienizar a pele, remover as sujidades. Esfoliantes - os esfoliantes são produtos que têm
Deve-se dar preferência aos sabonetes líquidos ou a finalidade de afinar a capa córnea da epiderme,
cremosos, por serem menos alcalinos, ressecando removendo as células mortas. Apresentam-se em
menos a pele. forma de cremes, géis ou sabonetes esfolianres.
Muitas pessoas ainda acreditam que devem Um esfoliante pode ter ação química na pele.
lavar a pele várias vezes ao dia com sabonete. O São os chamados queratolíticos, substâncias que
que elas não sabem é que essa é uma prática pre- reagem quimicamente com a pele, desfazendo a
judicial, um a vez que os sabonetes, além de resse- camada superficial d e queratina.
car a pele, retiram a camada de proteção, deixan- Podem também ser de efeito físico ou me-
do a pele vulnerável às agressões do meio. cânico. Nesse caso, possuem em sua formulação
O ideal é usar sabo nete no máximo duas ve- grânulos que podem ser microesferas de polie-
zes ao dia nas peles mistas e oleosas. Para as peles tileno, caroços de frutas triturados ou qualquer
muito alípicas existem lei tes e emulsões de limpe- outra substância capaz de gerar atrito na pele e
za que terão ação menos agressiva na pele. remover células mortas por ação mecânica.
Não se deve esq uecer que os tensoativos (de- C uidado especial deve ser tomado com esfo-
tergentes) contidos nos sabonetes e xampus de- liantes à base de cristais, como sal e açúcar re-
vem ser removidos completam ente d a pele e dos finados, pois podem provocar microrranhuras e
cabelos. microfissuras na pele.
Demaquilantes - são produtos destinados a re- ' . d e esro
O uso d 1.ano 1antes e, conrrall. 1dicado
e 1·

mover a maquilagem da pele. D evem ser utili- para a maioria dos tipos de pele, pois pode IevM

68
2 Gestão e Cosmetolog ia ,.

à remoção exagerada da camada de proteção, dei- função de ocluir os ativos colocados na pele, au-
xando a pele exposta às agressões ambientais . mentando sua penetração.
Cremes - são formulações que contêm óleos ou Algumas máscaras censoras formam uma fina
ceras de origem animal ou vegetal. São indicados película, como se fosse uma segunda pele. Como
para peles mais secas e utilizados com a finalidade demoram um pouco mais para secar, pode-seco-
de hidratar e nutrir a pele. locar sobre elas uma gaze fina, que além de facili-
Emulsões - como já visto anteriorme nte, são tar a secagem ajuda na remoção da máscara.
formulaçõe s que contêm óleo, água e um agente As máscaras em forma de gel ou creme po-
emulsionan te. São mais leves que os cremes e po- dem ser removidas com espátula. Na sequência,
dem ser utilizadas em peles mistas e normais. deve-se remover os resíduos com algodão e gaze
Géis - são formulações feitas à base de água, sem embebidos em água ou loção.
nenhum tipo de óleo. São indicados para peles
muito oleosas e acneicas. Princípios Ativos Encontrados em
Máscaras - as máscaras são utilizadas pelo pro- Formulações Cosméticas
fissional de estética na finalização dos procedi-
mentos. Podem ter ação calmante, hidratante, • Abacate: emoliente, deixa a pele macia e fle-
nutritiva, secativa ou tensora na pele. xível; em sua forma oleosa, não é comedogê-
As máscaras podem ser apresentad as na forma 111co.
de creme, gel ou pó. As máscaras em pó devem • Abacaxi (bromelina ): antisséptico , adstrin-
ser misturadas a loções ou soro fisiológico. Al- gente, queratolític o.
gumas são vendidas juntamente com o diluente • Ácido ascórbico (vitamina C): antioxidan te,
específico. antienvelhe cimento, antirradica is livres.
A finalidade da máscara é aumentar a penetra- • Ácido aspártico: hidratante.
ção dos ativos colocados anteriorme nte na pele, • Ácido azelaico: despigmen tante.
além de promover a penetração de seus próprios • Ácido benzoico: antiacne, antibacteri ano e
ativos pelo tempo de contato com a pele. Toda antifúngico .
máscara deve permanece r na pele em média 20 • Ácido bórico: antisséptico .
minutos para que tenha sua ação assegurada . • Ácido cetílico: emoliente.
As máscaras chamadas de hidroplásti cas cos- • Ácido cítrico: despigmen tante.
tumam ter alginato em sua formulação , o que • Ácido cumárico: anticelulite .
lhes permite secar na forma de uma película plás- • Ácido fenólico: antioxidan te.
tica que promove oclusão dos ativos colocados • Ácido gálico: adstringent e.
na pele. Se a aplicação da máscara for feita sobre • Ácido gamalinole ico (AGL): nutritivo.
uma gaze colocada sobre a pele, sua remoção se • Ácido glicirrízico: anti-inflam atório, descon-
torna mais fácil. gestionante .
As máscaras de gesso ou porcelana devem ser • Ácido hialurônico : hidratante.
aplicadas sobre algodão e gaze e também têm a • Ácido kój ico: despigmen tante.

69
Curso D1dát1 co de Fstét1c,1 ,, ,

• Ácido retin o ico (tretin oí na): qu eraro lítico , • Amin o filin a: lipo rredu cora, a nticelulire.

a n ri-inA am aró ri o. • Andiroba: em o lience, hidrata nte, anrissépri.


• Ácid o sali cílico: (bera-hid rox iácid o): antis- ca, cica triza nte .
sé ptico , qu erarolírico (aci ma de 2%), peeling • Arbu t im: despigm enta nte.

q u ími co profund o (acim a de 10%). • Argil a (branca e verde): adso rve nce de oleosi.
• Ácidos go rdu rosos esse nciais (AGE) : nutriti - dad e .
vos . • Arni ca: calmante, d esconges tionante, esti-
• Adipo l: anticelulire . mulante.
• Agrião : an t iacn e, antissépti co, antisseborrei- • Ascorbosilane: anti rradicai s li vres.
co. • Aveia: hidratante, emoliente .
• Água d eio nizada: sem micro-organismos, • Avelã: emoliente .
sem conservantes, sem carga elétrica. • Azuleno: calmante, descongestionante.
• Água desmineralizada: sem minerais. • Babaçu: emoliente .
• Alanto ína: calmante, hidratante, cicatrizan- • Barbatimão: adstringente.
te. • Benjoim: antisséptico, cicatrizante .
• Alcachofra: auxilia a eliminação de líquidos, • Betaglucan: calmante.
antice! uli te (lipodistrofia). • Bétula: antiacne, tonificante, nutritiva, esti-
• Alecrim: antisséptico, anti-inflamatório, esti- mulante, cicatrizante.
mulante, tonificante antisseborreico. • Bioex Antilipêmico® (arnica + castanha-da-
• Alfa bisabolol: calmante, descongestionante, índia + centelha-asiática + algas + hera + er-
cicatrizante, antisséptico. va-mate+ cavalinha): ativa a microcirculaçáo
• Alface: calmante, emoliente. e o metabolismo, é descongestionante, anti-
• Alfa-hidroxiácidos (AHA): hidratantes em inflamatório e lipolítico.
baixa concentração (até 5%) dão flexibilidade • Bioflavonoides: antioxidantes, antienvelheci-
à pele; em altas concentrações são irritantes menta.
(peelíngs) . São eles: • Cafeína: anticelulite, aumenta o metabolis-
ácido láti co: leite; mo , ativa a circulação (lipolítica).
ácido mandélico: amêndoas; • C alamina: secativa.
ácido m álico: maçã; • Calêndula: anti-inflamatória, cicarriu nre,
ácido tartári co : uva; antisséptica, calmante.
ácido gli cólí co: cana-de-açúcar. • C amomila: calmante .
• Alga marinh a: to ni fica m e, hidratante, revira- • C anela: tonificante, antisséptica, esrimuhintl'•
lí zam e. • Cânfora: antisséptica, anri- inAamarória, cic":t·
• Aloe vera: hidrata n te, ca lm ante. tri za nre.
• Alteia: calm ante:, c:mo li cnre. • C arnaúba: emolienre .
• Am éndoa doce: emoli c: n tc, nutri tiva, calman - • C astanha-da-índi a (escina): anricdeinJro~.t•
te. proteto ra da parede dos vasos.

70
) Gestão e Cosmetologia

• Cavalinha: adstringente, emoliente, cicatri - antioxidante, es timulante, oxigenante, me-


za nte. lh ora a circulação periféri ca .
• Caulim: clareador, secativo. • G irassol: emoli ente, hidratante, anti-inflama-
• Centelha-asiática: anti-inAamatória ; aum en- tório , nutritivo.
ta a circulação, o metabolismo e a síntese de • Guaraná: anticelulite, estimulante, lipolítico .
fibroblastos ; cicatrizante. • Hamamélis: adstringente, calmante .
• Ceroconazol: antifúngico, anticaspa e antis- • Hera: anti-inAamatória, anticelulite, cicatri-
seborreico (capilar). zante, descongestionante.
• Coenzima Q1O: antioxidante, antirradicais • Hidraction (NMF - sigla em inglês de na-
livres. tural moisturizing factor, ou fator natural de
• Colágeno: antienvelhecimento, tonificante. hidratação): fator de hidratação natural (hi-
• Confrei: calmante, cicatrizante. dratante).
• Copaíba: germicida, antisséptica e doadora • Hidroquinona: despigmentante forossensibi-
de brilho (capilar). lizante.
• DHA (diidroxicerona): repigmentante tem- • Hidroviton®(NMF): fator de hidratacão na-
porário da pele (bronzeamento a jato). tural (hidratante).
• Dióxido de titânio: filtro solar físico. • Hortelã: antisséptica, refrescante, suavizante.
• DMAE (dimetilaminoetanol): ação tensora • Iodeto de potássio: anticelulite.
para pele flácida. • Íris Iso®: rico em isoflavonas, antienvelheci-
• Elastina: aumenta a elasticidade da pele (pe- mento, hidratante, antirradicais livres.
les maduras). • Isoflavona: antirradicais livres, hidratante.
• Enxofre: antisséptico, cicatrizante. • Jojoba: antiacne (controla o excesso de oleo-
• Eritromicina: antibiótico para acne (bacteri- sidade) e anticaspa (capilar).
cida). • Kiwi: hidratante, emoliente.
• Erva-cidreira: adstringente. • Laranja azeda: ativa a circulação, auxilia eli-
• Erva-doce: calmante, antisséptica. minação de toxinas.
• Esqualeno: antienvelhecimento, antioxidan- • Laranja doce: regenera tecidos (peles secas e
te. maduras).
• Eucalipto: estimulante, descongestionante. • Lauriletersulfato de sódio: tensoativo.
• Eucalipto!: antisséptico, calmante. • Laurilsulfato de sódio: tensoativo.
• Extrato de agrião: adstringente. • Lavanda: antisséptica, calmante.
• Fenol: peefing profundo. • Limão: antisséptico, estimulante.
• Gengibre: estimulante, aumenta a circula- • Macadâmia: regeneradora, emolienre.
ção. • Malva: emoliente, calmante.
• Gérmen de trigo: hidratante, antirradica is li- • Manteiga de cacau: emoliente.
vres, cicatrizante. • Manteiga de ca ritê: ernoliente, regeneradora.
• Ginco biloba: antirradicais livres, nutritivo, • Maracujá: ca lmante, desco ngestionante.

71
Curso D1dá t1 co de Estética

• M el: hidratante, nutritivo. • Própoli s: antissépti co, anti -inA amató ri o, ci-
• Mclaleuca: ge rmi cid a, bacteriostáti ca, fungi - ca tri za nte, antimicrobiano.
cid a, antimi crobiana e anti -inflamatória . • Quartzo: es foli ante.
• Meli ssa : ca lm ante, hidratante, antisséptica . • Queratina: proteto ra d a pel e e anexos.
• M en ta: anti sséptica, refrescante , estimulante . • Quitina: hidratante, tonificante.
• Morango: adstringente, calmante . • Rafferminc"': est imul a fibrobl astos, tonifi can-
• NAPCA" (FU N - fator natural d e um ecta çáo te, tensor.
- NMF): mantém a um ectação (hidratação • Rícino: calmante, hidratante.
natural da pele). • Rosa mosqueta: emoliente, rege neradora, ci -
• N ico tinato d e m etila: anticelulite, ativador catrizante .
da circulação , provoca hiperemia. • Sálvia: antisséptica, antisseborreica.
• O liva: hidratante . • Silício orgânico: antirradicais livres, es timula
• Óxido d e zinco: adsorvente da oleosidade, fibroblastos (contra flacidez tissular) .
adstri ngente, secativo, antisséptico. • Tangerina: adstringente, seborregu ladora.
• Paba: promove fotoproteção química. • Tília: calmante .
• Pantenol: calmante, nutritivo, regenerador • Trietanolamina: emoliente, tensoariva.
capilar (fortalecedor, restaurador). • Ureia: hidratante, queratolítica (acima de
• Pepino: calmante, descongestionante. 10%) .
• Peróxido de benwíla: antiacne, antimicrobiano. • Valeriana: calmante.
• Peróxido de zinco: despigmentante.
• Pimenta ( Cap sicum): estimulante, aumenta a
circulação.

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