Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE DIREITO
PORTO ALEGRE
2023
1
PORTO ALEGRE
2023
2
AGRADECIMENTOS
POLICE VIOLENCE UNDER LAW NO. 13,869, OF SEPTEMBER 5, 2019 (NEW LAW
ON ABUSE OF AUTHORITY)
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo analisar a aplicação da Lei de Abuso de Autoridade aos
crimes cometidos em especial pelos agentes de polícia, fazendo uma revisão jurídica das
principais causas do advento da referida norma, e quais os reflexos no contexto atual, em
especial o de provar o abuso de autoridade. Contudo, diante do crescente número de casos de
violência policial, a força de coerção deve ser relacionada com o poder que as autoridades
públicas policiais possuem para agir na sociedade, porém, buscar entender a dosagem desta
necessidade se faz necessário para traçar os motivos que levam a uma ação desastrosa e que
expõem a sociedade brasileira. Questões como a discriminação racial, violência policial contra
as minorias, acesso à justiça e a interseccionalidade devem ser questionadas no presente
trabalho, no sentido de responder o questionamento: há dificuldades ou não para a produção de
prova no abuso de poder na atividade policial? A principal hipótese do artigo é que a formação
contínua e a fiscalização efetiva dos agentes de polícia tem um efeito expressivo, o que pode
reduzir o abuso da força contra a sociedade e melhorar a qualidade geral do serviço policial,
aumentando assim as garantias, tanto para o poder de polícia como para os cidadãos, assim
reduzindo os riscos para ambas as partes e evidenciando a importância do treinamento dos
policiais como método de coibição da prática abusiva, expondo o quão importante é ter
condutas éticas e legais em uma abordagem, destacando a dificuldade em provar o abuso de
autoridade em um cenário onde os próprios policiais são a autoridade. Adotou-se uma
abordagem dedutiva, ancorada na análise crítica de uma diversidade de fontes bibliográficas,
abarcando doutrina especializada, legislação vigente, artigos científicos relevantes e
contribuições disponíveis em meios eletrônicos.
Abstract
The present work aims to analyze the application of the Abuse of Authority Law to crimes
committed, especially by police officers, making a legal analysis of the main causes of the
advent of said norm, and what the consequences are in the current context, especially that of
4
prove abuse of authority. However, given the growing number of cases of police violence, the
force of coercion must be related to the power that public police authorities have to act in
society, however, seeking to understand the dosage of this need is necessary to outline the
reasons that lead to a disastrous action that exposes Brazilian society. Issues such as racial
discrimination, police violence against minorities, access to justice and intersectionality must
be questioned in this work, in order to answer the question: are there difficulties or not in
producing evidence regarding the abuse of power in police activity? The main hypothesis of
the article is that continuous training and effective supervision of police officers has a
significant effect, which can reduce the abuse of force against society and improve the general
quality of police service, thus increasing guarantees, both for police power and for citizens,
thus reducing risks for both parties and highlighting the importance of training police officers
as a method of curbing abusive practices, exposing how important it is to have ethical and legal
conduct in an approach, highlighting the difficulty in proving abuse of authority in a scenario
where the police themselves are the authority. A deductive approach was adopted, anchored in
the critical analysis of a diversity of bibliographic sources, covering specialized doctrine,
current legislation, relevant scientific articles and contributions available on electronic media.
Introdução
A discussão sobre esta temática é de extrema relevância, uma vez que o Brasil enfrenta
frequentes situações de abuso de autoridade por parte de policiais militares, configurando-se,
portanto, como um caso de abuso de poder. Isso levanta a necessidade de analisar se o exercício
do poder de polícia está sendo realizado de maneira abusiva ou não, e identificar aspectos
relevantes sobre sua ocorrência, bem como possibilidades de prevenção para proteger os
direitos e garantias individuais dos cidadãos.
A escolha do presente tema se deu pela importância de se debater a aplicabilidade das
normas do direito penal e o interesse do Estado em punir o acusado de abuso de autoridade,
indiciado no rol taxativo da lei. Neste sentido, compreende-se que referida questão ainda
enfrenta muitos desafios e depende de um debate exaustivo.
Discutir o panorama jurídico e legal, a utilização da base principiológica do abuso de
autoridade é de grande necessidade para estabelecer limites e dados científicos para a aplicação
da lei ao caso jurídico. É preciso considerar a falta de conhecimento da norma por parte da
sociedade, que em muitas situações, este descrédito sobre quem se deve recair o processamento
causa um retrocesso na aplicação da lei ao caso concreto, para tanto, ao se ver diante de um
abuso, o adequado é comunicar aos órgãos competentes.
Dessa forma, o presente trabalho vai contribuir para a compreensão dos argumentos
trazidos pelos juristas, com o fim de trazer uma avaliação dos impactos da medida e proposição
de soluções para os desafios enfrentados pelo sistema judiciário brasileiro.
Assim, a realização de um trabalho científico sobre a aplicação da norma ao caso
concreto é uma oportunidade de trazer à tona as diversas necessidades de análise do corpo de
agentes que faz com que a referida lei seja colocada para funcionar e, portanto, realizou-se uma
busca bibliográfica utilizando um método de dedução hipotética.
Na aplicação da pesquisa bibliográfica, além de leis específicas ou determinadas, o
objeto da pesquisa envolve a busca de livros e artigos que discutam a doutrina do assunto para
analisar através de dados a violência policial e o abuso de autoridade vinculados a questões
raciais e socioeconômicas cometidos por policiais no Brasil, identificando os desafios dos
fatores da fragilidade probatória do abuso de autoridade e da violência policial e demonstrar a
necessidade de uma efetiva fiscalização das atividades policiais que impactam em um ciclo de
impunidade, para assim identificar as lacunas na aplicação da Lei de Abuso de autoridade no
contexto específico dos crimes cometidos por policiais no Brasil.
6
A história não é uma linha reta sem desvios ou com fatos meticulosos que abrem e
fecham ações. Entretanto, alguns fatos podem ser vistos como simbólicos e mais importantes
na formação de um determinado processo histórico do que outros. Se faz necessário a pesquisa
de revisão quanto ao processo de desenvolvimento das polícias no Brasil.
A polícia é uma instituição que nasceu junto com os estados modernos e se consolidou
na sua forma mais moderna e contemporânea a partir dos estados liberais.
A busca pela segurança é algo que sempre existiu nas civilizações de forma geral, onde
se busca uma maneira de mediar conflitos internos de forma segura.
O desenvolvimento das policias, que ainda “Brasil Colônia”, começou a se desenvolver
pela necessidade do Estado Português em fazer valer a sua ordem de segurança, não sendo
polícias propriamente ditas, mas sim, ainda embriões.
Esses acontecimentos predeterminaram contínuas mudanças na administração colonial,
como a abertura do porto as nações amigas e a criação de uma academia militar voltada para a
condução das atividades policiais no Rio de Janeiro.
No entanto, Moacir Almeida Simões (2002), aponta que a gênese da polícia militar no
Brasil remonta ao início da era colonial, pois a necessidade de preservar a ordem e a segurança
não surgiu com a chegada da família real.
Desde a instalação do primeiro conjunto habitacional no Brasil, organizações militares
foram criadas para prestar serviços policiais.
As polícias começaram a existir a partir de uma imposição do Estado a um território e,
em contrapartida, os Estados se consolidam a partir da atividade policial, sendo o exercício de
uma força coercitiva dentro de um determinado território que faz com que as ordens emanadas
de um Estado tenham validade.
Nesse contexto, sobre o processo da história policial no Brasil, Bretas e Rosemberg,
afirmam que:
Até os dias de hoje, o acesso a acervos em mãos das polícias se faz de forma
irregular, possível em alguns momentos e para alguns, impossível noutros
momentos ou para outros. Não existe uma política sistemática em arquivos
policiais e as dificuldades costumam ser enormes, mesmo quando é possível
o acesso, pela precariedade dos arquivos e de seus recursos. Vale notar que os
arquivos onde talvez o acesso seja mais fácil e os recursos de pesquisa mais
7
Da ditadura para os tempos atuais, muitos autores pontuaram com maestria que durante
a ditadura, precisamente em 1969, houve o ápice de militarização das polícias no Brasil.
O Decreto-Lei no 667/69, alterou substancialmente a essência das polícias, dando a
mesma roupagem do exército brasileiro, este decreto, cita nos seus considerados, o Ato
Institucional Número Cinco (AI-5), de forma expressa, ou seja, sua fonte de expiração é o AI5.
O Ato Institucional nº 5 (AI-5) foi um decreto emitido pelo governo de Arthur Costa e Silva,
que marcou o início do período mais obscuro da ditadura militar no Brasil. É visto como o
processo que resultou na implantação de um regime autoritário como forma de governo depois
do golpe militar de 1964.
A lei contida no Ato Institucional nº 5 determinava a transferência de todo poder ao
regime militar, limitando ainda mais a democracia no país. O AI-5 entrou em vigor em 13 de
dezembro de 1968, resultando em intervenções nos estados e municípios, suspensão de
garantias constitucionais, legalização da tortura e cassação de mandatos de políticos contrários
ao regime.
O documento foi elaborado pelo então ministro da Justiça Luís Antônio da Gama e
Silva.
Então, houve uma reestruturação das forças policiais militares aos Estados da Federação
dando uma nova roupagem, não só de organização de hierarquia, mas também de razão de ser
às policias militares, havendo um reorganização dessa instituição que está profundamente
enraizada na vida da sociedade, se transformando em uma tropa de ocupação, em mais um
exército, seguindo as orientações, a organização, a doutrina e a razão de ser do exército
brasileiro em seu modo de atuação, porque eles precisavam aquela época combater os inimigos
da nação, inspirados pela doutrina da Segurança Nacional, que estes eram os ditos comunistas,
os ditos subversivos, aqueles que queriam o mal do Brasil.
Esse Decreto foi alterado tempo depois do AI-5, sendo um instrumento jurídico para
permitir a efetividade do que estava contido no AI-5, cumprindo sua tarefa.
Efetivos das polícias militares foram treinados por agentes americanos entre eles a CIA
(Central Intelligence Agency) e agentes franceses, na doutrina de segurança nacional, ações de
contraguerrilha, na guerra revolucionária, que vem da Escola Francesa e na captura e casta dos
ditos subversivos inimigos na nação.
8
1
MEMORIAIS DA DITADURA. REPRESSÃO E RESISTÊNCIA. Disfarce legalista e métodos
ilegais. Disponível em: <https://memoriasdaditadura.org.br/repressao/>. Acesso em: 10. Mai. 2023. No
Estado Democrático de Direito, não há espaço para a falta de limite jurídico, pois, o Princípio da
Legalidade deve proteger os direitos individuais, estabelecendo os limites de punição, pressupondo que
que aquele que age em nome do estado não poderá tomar de ações de punição sem a previsão legal para
tal, conforme explícito no art. 5º, II da CF/88 – “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei”.
9
Art. 402. Fazer nas ruas e praças publicas exercicios de agilidade e destreza
corporal conhecidos pela denominação capoeiragem; andar em correrias, com
armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, provocando
tumultos ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor
de algum mal: Pena – de prisão cellular por dous a seis mezes. Paragrapho
unico. E‟ considerado circumstancia aggravante pertencer o capoeira a
alguma banda ou malta. Aos chefes, ou cabeças, se imporá a pena em dobro.
Art. 403. No caso de reincidencia, será applicada ao capoeira, no gráo
maximo, a pena do art. 400. Paragrapho unico. Si for estrangeiro, será
deportado depois de cumprida a pena. Art. 404. Si nesses exercicios de
capoeiragem perpetrar homicidio, praticar alguma lesão corporal, ultrajar o
pudor publico e particular, perturbar a ordem, a tranquilidade ou segurança
publica, ou for encontrado com armas, incorrerá cumulativamente nas penas
comminadas para taes crimes. (GAMA, 1929, p.462).
(...) que a meta é alcançar nova compreensão historicista que rompa com o
culturalismo elitista e o dogmatismo positivista, permitindo que as múltiplas
e diversas disciplinas históricas do Direito (História do Direito, História das
Idéias e/ou do Pensamento Jurídico, História das Instituições) deixem de ter
sentido apologético e ilusório da ordem tradicional dominante, adquirindo
sentido desmistificador e libertário. (...) além de envolver a discussão sobre
uma totalidade específica e regionalizada, pulverizada por conflitos sócio-
políticos, contradições estruturais e mitificações institucionalizadas, busca
instituir, igualmente, um quadro cultural de reordenação do Direito no
conjunto das práticas sociais que o determinam.
Nos dias atuais, ainda tem esse decreto que cita o AI-5 expressamente e valendo, ou
seja, a militarização das polícias está ainda bem segmentada, resistindo a toda e qualquer
tentativa de controle da sociedade e, passou por isso durante o processo constituinte,
permanecendo vivo até hoje.
Essa militarização faz com que a interação dos policiais com a sociedade seja uma
interação de confronto, de combate e de estar em um território inimigo, assim persistindo e
massacrando as minorias.
Uma pesquisa feita por Paula Poncioni, realizada nos centros de educação e formação
profissional da polícia militar do Estado do Rio de Janeiro, analisou diversos programas do
curso de formação profissional e foi possível constatar que essa formação é baseada em uma
preparação ostensiva para o combate ao crime com grande destaque na preparação física, que
exige força física e virilidade desses policiais em treinamento.
Assim, é na educação policial que a identidade civil se despedaça e se cria uma nova
identidade, a identidade profissional dos integrantes. O professor André Nucci (2019) integra
de forma relevante ao tema, acrescentando que apesar de ser fruto do regime militar, a lei de
Abuso de Autoridade ainda hoje é aplicável, dentro de um marco regulatório.
No ano de 2019, o Congresso Nacional aprovou à Nova Lei de Abuso de Autoridade nº
13.869.
As discordâncias sobre o tema têm sido diversas, o que tem levado a profundas
mudanças, com novas disposições sobre os atos excessivos aplicados por funcionários públicos,
que no exercício de suas funções ou a pretexto do exercício de suas funções, excedam a
autoridade do Estado que lhe foi atribuída, entre esses agentes públicos acusados de abusar de
seus poderes estão os policiais militares.
Desde 2019, a aplicação da lei de Abuso de Autoridade, tem dado enfoque as principais
condutas dos agentes públicos, este poder de dizer o direito e coagir aquele que de fato necessita
de repressão.
A Administração Pública diante do Estado tem o dever final de cumprir com os
interesses coletivos, promovendo o bem comum, neste sentido, o princípio da supremacia do
interesse público sobre o privado conceitua o dever de agir do agente, independentemente da
reação do particular.
O poder de polícia é tão somente a ordem dada por um agente que faz as vezes o papel
do Estado no interesse do ente, que pode ser a União, os Estados/DF ou municípios com o fim
de alcançar a finalidade. Referido poder é denominado de “poderes administrativos”, nos quais
têm o condão de reduzir o interesse da pessoa física para atuação do poder da Pessoa Jurídica
Pública.
12
Porém, apesar de existir um conjunto de normas e leis que tratam sobre o abuso de
autoridade no país, é notável a persistência do abuso de autoridade e da violência policial no
Brasil.
De um lado tem-se a forma correta de agir desses agentes, conforme exemplifica Marlon
Jorge Teza:
2
BRASIL. PLANALTO. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/projetos/PEC/msg975970902.htm#:~:text=de%20seguran%C3
%A7a%20p%C3%BAblica.%22-,%22Art.,pela%20Uni%C3%A3o%20e%20pelos%20Estados>.
Acesso em: 28. Out. 2023.
13
Visando analisar a forma de tipificação dos atos criminosos praticados pelos agentes
públicos, em especial as polícias militares, é entendível que as mesmas não podem incidir de
maneira intimidatória, mas, o Estado deve limitar com coerção as variadas formas de atuação
desses agentes públicos no exercício de sua função no combate à criminalidade.
De forma abrangente, o abuso de autoridade incide quando o agente público pratica seu
poder, conferido por lei, com excesso de poder ou desvio de finalidade. O jurista Julio de Souza
Dourado, afirma que:
No entanto, é importante esclarecer que para ser definido como abuso de poder, o
engano deve ser explícito, ou seja, o engano tem motivação determinada, intencional e pré-
definida e é um “abuso”, negligência.
Consequentemente, para que exista um crime o agente deve ter o intento específico de
prejudicar ou beneficiar a si mesmo ou a outrem.
Além disso, um dos principais pontos de controvérsia é que a nova lei de abuso de
autoridade não criminaliza diretamente certos atos de violência, especialmente física ou
psicológica, que antes eram puníveis pelo revogado decreto nº 4.898/1965.
14
Este comportamento ainda está sujeito a outras infrações penais na codificação Penal.
O abuso de autoridade é testemunho constante de conflito entre liberdade e poder e que sempre
estiveram presentes, conforme versou José Maria Pinheiro Madeira (2005. P.339)
“impulsionado por qualquer caminho, subtrai letalmente direitos básicos das pessoas”.
Estando este comportamento, ainda, sujeito a outras infrações penais na codificação
Penal.
Entende-se que a polícia deve ter um entendimento preciso da lei em relação ao poder
exercido, enfatizando o poder discricionário do crime de abuso de poder.
Todos os procedimentos devem ser considerados como possíveis atos do poder policial
e, no decurso da sua atividade profissional, devem realizar determinados comportamentos
típicos e causando danos a outrem, praticando atos considerados ilícitos de abuso de poder, não
respeitando determinados princípios fundamentais do exercício do poder seu papel em
detrimento de outros indivíduos, caberá ao Estado punir essas condutas, conforme veremos no
subcapítulo a seguir.
Em relação ao agente público, é importante destacar que, embora o conceito seja amplo,
segundo a lei, este trabalho se concentra naqueles que desempenham atividades relacionadas às
polícias, em principal às policias militares.
Esses agentes têm como missão fundamental garantir a ordem pública e proteger o
exercício dos direitos fundamentais dos cidadãos, sendo-lhes concedidas diversas prerrogativas
para esse fim.
No entanto, é imperativo que essas prerrogativas sejam utilizadas estritamente dentro
dos limites legais, com o objetivo de atender às demandas da sociedade e promover uma maior
segurança para todos.
Entretanto, é importante salientar que esses agentes também possuem uma margem de
discricionariedade em suas atividades.
Isso ocorre porque o legislador, diante da impossibilidade de prever todas as situações
concretas, concedeu às autoridades de segurança a capacidade de escolher a melhor forma de
agir em determinadas circunstâncias.
15
A prova exigida com a intenção específica do dolo, contra os policiais que infringem a
lei e cometem excessos, tornam o processo criminal mais difícil devido à subjetividade inerente
e, portanto, é uma etapa que deve ser contornada para que os pré-requisitos da nova lei sejam
implementados com efetividade.
Para Miranda Fricker em sua obra sobre a injustiça epistêmica (2007), a justiça é um
dos assuntos mais antigos e centrais da filosofia. Mas para revelar as amplitudes éticas das
nossas práticas intuitivas, o foco deve mudar para a injustiça. Injustiça Epistêmica: O Poder e
a Ética do conhecimento oferecem uma discussão inovadora de uma área crucial da filosofia.
Articulando epistemologia e ética, Miranda Fricker examina como nossos pressupostos sobre
as pessoas como indivíduos e como membros de comunidades influem a credibilidade que
damos ao seu conhecimento. A autora explica como a injustiça se torna sistêmica e comum,
muitas vezes sem notarmos, e descreve detalhadamente a justiça testemunhal e a justiça
hermenêutica e suas reflexões.
São inúmeros os atos violentos e abusivos relatados pela sociedade em denúncias,
filmagens de celulares, reportagens e afins.
Conforme a reportagem publicada em agosto de 2022, o jornalista Luís Gomes, expôs
que, de julho de 2022 até 7 meses após, o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da
Defensoria Pública do Rio Grande do Sul (NUDDH), teve 246 denúncias de violações, em sua
maior parte foram a de violência policial praticadas por policias militares em abordagens.
Ainda, “ o medo, dificuldade de provar e disputa de versões dificultam a punição à violência
policial”, conforme noticiado:
(...) “Algumas pessoas já declinam no primeiro momento, falam que não têm
interesse, porque têm receio de que alguma coisa mais grave aconteça, que
haja algum tipo de perseguição, então não querem formalizar”, diz. Uma
segunda dificuldade é em relação às provas, especialmente pelo fato de que
pessoas atendidas pela Defensoria Pública, em geral, moram em regiões de
3
CASTILHOS. Tiago Oliveira de. O cinismo e a audiência de justificação para apuração de falta grave.
Revista Eletrônica Consultor Jurídico — Conjur. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2023-
fev-28/tiago-castilhos-violencia-epistemica-mazelas-carcere >. Acesso em: 22 set. 2023.
17
(...) Apesar de, em geral, não atender casos em que há óbito, Aline Palermo
avalia que as mesmas dificuldades são encontradas para a responsabilização
de agentes públicos nos casos com vítima fatal, citando como exemplo a
própria morte de Gabriel. “Os policiais admitiram que levaram ele até́ aquela
localidade, mas não se sabe o que aconteceu ali ou o que aconteceu antes, de
que forma que se desenrolou ali o fato. E tivemos já outros acontecimentos, o
do torcedor do Brasil de Pelotas, que felizmente não veio a óbito, mas chegou
perto disso, ficou internado por muito tempo, fez várias cirurgias. Há uns dois
anos atrás, tivemos aquele caso de Marau, que era um engenheiro elétrico que
também acabou sendo morto na abordagem policial. Ao final se concluiu que
teria acontecido no contexto do que a gente chama de legítima defesa putativa,
num contexto em que o policial imaginou que ele sacaria uma arma, mas ele
sequer estava armado, e acabou então atirando. São situações que a gente tem
que reconstituir a partir dos relatos das pessoas que estavam presentes, porque
não tinha imagem”, diz.
4
GOMES. Luís. Medo, dificuldade de provar e disputa de versões dificultam punição à violência
policial. Sul 21. Disponível em: <https://sul21.com.br/noticias/geral/2022/08/medo-dificuldade-de-
provar-e-disputa-de-versoes-dificultam-punicao-a-violencia-policial/>. Acesso em: 14. Abr. 2023.
18
Caso este, que restou aos réus, o soldado Raul Veras Pedroso e o segundo-sargento
Arleu Júnior Cardoso Jacobsen, absolvidos em relação à acusação de falsidade ideológica,
tendo sido condenado o soldado Cléber Renato Ramos de lima a um ano de reclusão pela
falsidade ideológica.
Ainda, tendo sido os três policiais militares absolvidos do crime de ocultação de
cadáver, deixando os pais da vítima com a sensação de impunidade, conforme relaram na
reportagem:
5
JUSTIÇA MILITAR. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Caso Gabriel >> Apresentação. Tribunal
de Justiça Militar/RS. Disponível em: <https://www.tjmrs.jus.br/caso-gabriel/apresencacao>. Acesso
em: 20. Mai. 2023.
19
— Agora tu pode abordar um menino, bater, que com a Brigada não acontece
nada. Passa uma esponja e está tudo limpo — comentou a mãe, Rosane
Machado Marques.
6
GARCIA. CORREA. VIESSERI. Isadora. Max. Bruna. Caso Gabriel: Justiça Militar condena um
dos três policiais acusados por falsidade ideológica. Gaúcha ZH. Disponível em:
<https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2023/07/caso-gabriel-justica-militar-condena-um-
dos-tres-policiais-acusados-por-falsidade-ideologica-clkc41g0y00e7015lb3urtrf9.html>. Acesso em:
22. Out. 2023.
20
Fonte: Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social; Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE); Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Nesta senda, é essencial e necessário que haja uma legislação eficiente que controle e
combata os excessos da atividade policial.
7
ANUÁRIO BRASILERO DE SEGURANÇA PÚBLICA 2022. Letalidade policial cai, mas mortalidade
de negros se acentua em 2021. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Disponível em:
<https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2022/07/05-anuario-2022-letalidadepolicial-cai-
mas-mortalidade-de-negros-se-acentua-em-2021.pdf>. Acesso em: 12. Abr. 2023.
22
A Lei de Abuso de Autoridade (nº 13.869), que começou a vigorar no dia 03 de janeiro
de 2020, chegou, e com força, impondo 45 tipos de condutas abusivas contra os agentes
públicos de todo o Brasil.
Muito se tem visto, relacionar-se esta lei com o momento atual de grandes investigações,
onde obviamente se encontra a Lava Jato, e um possível oportunismo em sua promulgação, ao
argumento de que seria uma forma de frear os órgãos de persecução penal.
Mas antes é preciso dizer que o seu texto foi aprovado depois de 02 (dois) anos de
debates do Congresso Nacional, e veio substituir uma já existente, de 1965, exclusiva para o
poder Executivo.
Teorias de conspirações à parte, a Nova Lei do Abuso de Autoridade está em vigor, e
cabe ao operador do direito conhecê-la.
O novo texto normativo trouxe mudanças e novas tipificações penais de impacto,
especificando condutas que devem ser consideradas abuso de autoridade e prevendo suas
respectivas punições.
A nova lei amplia tanto a quem, e bem como os comportamentos descritos como
abusivos na legislação anterior se aplicam, compreendendo autoridades e servidores públicos,
tanto militares quanto civis, dos três Poderes – Judiciário, Legislativo e Executivo - como
também dos membros do Ministério Público, sejam, estaduais ou federais.
23
Entre as medidas desta nova legislação estão: promover escuta ou quebrar segredo de
justiça sem autorização judicial; continuar interrogando suspeito que tenha decidido
permanecer calado ou que tenha solicitado a assistência de um advogado; a punição de agentes
por decretar condução coercitiva de testemunha ou investigado antes de intimação judicial; e
procrastinar investigação sem justificativa; divulgar gravação sem relação com a prova que se
pretenda produzir e interrogar à noite quando não é flagrante (SABINO, 2017, p. 12).
De 53 (cinquenta e três) condutas que vieram originalmente com o texto proposto, 45
(quarenta e cinco) tornaram-se efetivas, e as punições por abuso de autoridade podem chegar
agora a 4 (quatro) anos de detenção, multa e indenização de natureza cível.
O ponto forte da nova lei é a punição que mexe até mesmo no “sagrado direito de
estabilidade do servidor público”, prevendo que em caso de reincidência poderá haver a perda
do cargo do serventuário ou autoridade, e a inabilitação para a retomada ao serviço público por
um prazo de até 5 (cinco) anos.
Assim é possível dizer que o Poder de Polícia, deve fazer uso de força apenas em
ocasiões onde está for extremamente necessária, ou seja, quando um indivíduo utilizar de força
para atacar outro cidadão, ou ainda, quando em flagrante delito ofertar resistência, de modo a
assegurar a tranquilidade, o policial pode utilizar de força para fornecer a proteção necessária,
24
empregando a violência legítima, de modo a não exercer a medida exigida para o cumprimento
do seu dever de proteção.
(...) terá que decidir entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto e também entre
o honesto e o desonesto (ROSA, 2001; VALLA, 2000). Se faz necessário
priorizar a saúde mental e uma educação de formação mais humanizada a
legalidade e democracia para os policiais, pois ao contrário, os policiais são
afetados por vários aspectos negativos que influenciam ao estresse extremo,
como apontam os autores Santos e Oliveira: O cansaço físico e a falta de
equilíbrio emocional podem levar esses profissionais a assumirem atitudes
irracionais durantes crises e situações caóticas. Assim, tais atitudes podem
levar à falta de eficácia no desempenho do exercício profissional, expondo os
policiais e a população em geral a perigos em potencial. (SANTOS;
OLIVEIRA, 2010).
Nesse contexto, o uso de câmeras individuais torna a atividade probatória mais efetiva
e acaba também exercendo uma espécie de controle da atividade policial ao monitorá-la, sendo
mais um elemento de garantia dos direitos individuais, pois tornam a ação policial efetiva,
reduzindo os excessos e abusos no uso da violência progressiva mesmo na necessidade de usá-
la.
A nova lei amplia tanto as condutas descritas como abusivas na legislação anterior,
como a quem essas se aplicam, abrangendo servidores públicos e autoridades, tanto civis quanto
militares, dos três Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário-, como também dos membros
do Ministério Público, sejam federais ou estaduais. (FROZI; PESSI, 2020).
8
CRUZ. Elaine Patricia. Câmeras instaladas em uniformes da PM de São Paulo evitaram 104 mortes.
Agência Brasil. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2022-
12/cameras-instaladas-em-uniformes-da-pm-de-sao-paulo-evitaram-104-mortes>. Acesso em: 28. Abr.
2023.
27
Salienta-se, ainda, que, embora o excesso de poder torne o ato praticado pela autoridade
pública ilegal, este não será considerado nulo em sua integridade.
Isso porque trata-se de um vício sanável, de forma que a conduta que não exceder os
limites legais impostos pela legislação será preservada (SIGARINI, 2009).
Com a edição da Nova Lei de Abuso de Autoridade, houve uma considerável mudança
no apenamento dos tipos penais.
Das 24 condutas criminalizadas em suas regras, surgiram duas espécies: aquela que
prevê punições de 6 meses a 2 anos de detenção e multa, e outra que determina penas máximas
e mínimas.
Dessa forma, Escobar (2019) afirma que, independente da espécie, verifica-se que o
legislador se preocupou em conceder a possibilidade de o infrator ser beneficiado com as
medidas despenalizadoras previstas no ordenamento jurídico brasileiro, quais sejam, a
suspensão condicional do processo, a transação penal e o acordo de não persecução penal.
Assim, o crime de abuso de autoridade é resultando do uso excessivo do poder, por parte
dos agentes públicos, que agem de forma injusta, inadequada ou ainda exagerada na aplicação
da violência intensiva contra um indivíduo ou um determinando grupo. É importante destacar
que a maior parte dos casos de agressão cometidas por policiais não chegam ao conhecimento
da Corregedoria de polícia, em decorrência do medo de retaliações (PINHEIRO, 2013).
28
Assim sendo, pode-se dizer que o abuso de autoridade é um modo de abuso de poder,
sendo este analisado na legislação brasileira pelas normas do direito penal. Conforme os
ensinamentos de Di Pietro:
Por fim, é fundamental que essas escolhas sejam pautadas pela conveniência,
oportunidade, justiça e equidade, de forma a atender às necessidades da coletividade de maneira
adequada, o que não se pode, é que uma sociedade tema aqueles a quem os deveriam proteger.
Considerações Finais
Este trabalho teve como objetivo demonstrar os aspectos da nova lei de abuso de
autoridade quanto à dificuldade em provar o abuso de autoridade e a violência policial, com
enfoque nas polícias militares.
29
A lei 13.869 de 2019, elenca uma série de ações e requisitos que podem ser avaliadas
como abuso de autoridade, desde que a vítima possa provar tal abuso de autoridade/violência
policial.
No decorrer do trabalho, evidenciou-se que a nova lei em relação à provar tais abusos e
violência por parte da polícia, trouxe alterações quanto a lei anterior, porém, as alterações
adotaram uma condição com mais garantias ao agente público, ou seja, para os policiais, vez
que, a nova lei exige que a vítima prove o dolo, ainda, se faz necessário provar a conduta do
agente policial com finalidade de prejudicar outrem, de beneficiar a si mesmo ou terceiro por
capricho ou satisfação pessoal para configurar tais crimes, deixando a sociedade com dever
extremamente penoso, visto que, evidenciado durante este trabalho, que os próprios policiais
são a autoridade na cena, “são a lei”.
O presente trabalho, trouxe como exemplo o caso do “menino Gabriel”, que foi julgado,
sentenciado e executado sumariamente em uma única abordagem policial, o que nos leva a
reflexão, que nenhuma chance teve o Gabriel de produzir provas contra os seus algozes e assim
cumprir os requisitos da referida lei e ter o direito à vida preservado.
Concluiu-se, para que as atividades de segurança pública prestada pelos policiais, sejam
desempenhadas de modo efetivo para a sociedade, torna-se necessário que a referida lei garanta
aos cidadãos a segurança de poder provar a violência sofrida, condizentes com as exigências
trazidas pelo legislador na referida lei, como exemplo, trouxemos o uso de câmeras corporais,
que como demonstrado, tal uso pelos policiais culminou em uma redução significativa do abuso
e da violência praticada pelos policiais, assim como, violências sofridas pelos mesmos, e que a
formação e o treinamento contínuo e mais humanizado é a melhor forma de garantir os direitos
fundamentais e os interesses sociais ao Estado Democrático de Direito.
30
Referências
ANDRADE, F. J.; ANDRADE, R. Raça, crime e justiça. In: LIMA, R. S.; RATTON,
J. L.; AZEVEDO, R. G. (Org.). Crime, polícia e justiça no Brasil. São Paulo:
Contexto, 2014. P. 256 – 264.
BASTOS. Aurélio Wander. O Crime de abuso de autoridade. 1 ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris Lida, 2020.
CRUZ. Elaine Patricia. Câmeras instaladas em uniformes da PM de São Paulo evitaram 104
mortes. Agência Brasil. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-
humanos/noticia/2022-12/cameras-instaladas-em-uniformes-da-pm-de-sao-paulo-evitaram-
104-mortes>. Acesso em: 28. Abr. 2023.
31
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella Direito administrativo. – 31. ed. rev. atual e ampl. – Rio
de Janeiro: Forense, 2018.
FLAUZINA, Ana Luiza Pinheiro. Corpo negro caído no chão: o sistema penal e o projeto
genocida do estado brasileiro. Dissertação (Mestrado em Direito), Universidade de Brasília,
DF, 2006. Disponível em:
<http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/5117/1/2006_AnaLuizaPinheiroFlauzina.pdf>.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2002. p.127.
FREITAS, Vladimir Passos de. Nova lei de abuso de autoridade. Revista Consultor Jurídico,
São Paulo, 29 de setembro de 2019. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2019-set-
29/segunda-leitura-lei-abuso-autoridade-aprovada-clima-tensao>. Acesso em: 30. Abr. 2023.
FREITAS, Vladimir Passos de. Nova lei de abuso de autoridade. Revista Consultor Jurídico,
São Paulo, 01. Dez. 2019. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2019-dez-01/reflexos-
lei-abuso-der-autoridade-magistratura>. Acesso em: 30. Abr. 2023.
FRICKER, Miranda. Epistemic Injustice: Power and the Ethics of Knowing New York:
Oxford University Press, 2007.
FROZI, Wagner; PESSI, Josiane. Uma breve análise da nova Lei de Abuso de Autoridade,
2020. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11458/Uma-breve-
analiseda-nova-Lei-deAbuso-de-Autoridade>. Acesso em 08 nov. 2022.
GAMA, Affonso Dionysio. Código penal brasileiro. São Paulo: Saraiva, 1929. Disponível
em: <https://www.estantevirtual.com.br/livros/affonso-dionysio-gama/codigo-penal-
brasileiro/1631745699>. Acesso em: 16. abr. 2023.
GARCIA. CORREA. VIESSERI. Isadora. Max. Bruna. Caso Gabriel: Justiça Militar
condena um dos três policiais acusados por falsidade ideológica. Gaúcha ZH. Disponível
em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2023/07/caso-gabriel-justica-militar-
condena-um-dos-tres-policiais-acusados-por-falsidade-ideologica-
clkc41g0y00e7015lb3urtrf9.html>. Acesso em: 22. Out. 2023.
dificuldade-de-provar-e-disputa-de-versoes-dificultam-punicao-a-violencia-policial/>. Acesso
em: 14. Abr. 2023.
MADEIRA, José Maria Pinheiro et al. O abuso do poder do Estado. Rio de Janeiro: América
Jurídica, 2005.
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
OLIVEIRA, Katya Luciane de, SANTOS, Luana Minharo dos. A percepção da saúde mental
em policiais militares da força tática e de rua. Sociologias, Porto Alegre, ano 12, no 25,
set./dez. 2010, p. 224-250 Disponível em: 41
<https://www.scielo.br/j/soc/a/kRWWYHPFpWbvhGmMdbjtqcp/?format=pdf&lang=pt>.
Acesso em: 19. Mai. 2023.
SILVA, Valdeonne Dias da. Abordagem policial e abuso de autoridade: limite de atuação
do agente público. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 19, n. 3963, 8
maio 2014. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/28050/abordagem-policial-e-abuso-
de-autoridade/2>. Acesso em: 05. Out. 2023.
SIMÕES, Moacir Almeida. A História da Brigada Militar: para fins didáticos e de palestras.
Porto Alegre: APESP, POLOST, 2002.p.22.
SOUZA Sérgio Luiz Ribeiro. Abuso de poder. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em:
<http://www.tjrj.jus.br/c/document_library/get_file?uuid=7e7c5f89-5690-405a-8928-
c2daba4be4a5&groupId=10136>. Acesso em: 04 out. 2023
TAVARES DOS SANTOS, José Vicente. Dilemas do ensino policial: das heranças às pistas
inovadoras. In: TAVARES DOS SANTOS, José Vicente; MADEIRA, Lígia Mori. (Org.)
Segurança cidadã. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2014. p. 19-40. p. 2-6.
TAVARES DOS SANTOS, José Vicente. Violências e conflitualidades. Porto Alegre: Tomo,
2009. p. 103.
TEZA, Marlon Jorge. Temas de polícia militar: novas atitudes da polícia ostensiva na ordem
pública. Ed. Darwin. Florianópolis, 2011.
WOLKMER, Antônio Carlos. História do direito no Brasil. 3.ed. rev. Rio de Janeiro: Forense,
2002. p.170.
34