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Código de Conduta Draft 4 - 13 - 08 - 2018
Código de Conduta Draft 4 - 13 - 08 - 2018
Agosto de 2018
PARCEIROS:
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Artigo 1
(Definições)
Para efeitos do presente Código de Conduta, os termos e expressões terão os
seguintes significados:
a) Actividades religiosas: são as acções realizadas por um indivíduo em nome de
uma confissão, grupo, congregação ou seita religiosa, de forma regular como
parte das suas responsabilidades como líder, crente, parceiro ou colaborador,
como os cultos, as missas, as catequeses, escolas religiosas, madrassas, os
retiros e outras actividades similares;
b) Assédio sexual: qualquer manifestação sexual, pedido de favor sexual, conduta
ou gesto físico ou verbal ofensivo ou constrangedor de natureza sexual, ou
qualquer outro comportamento de natureza sexual que possa ser ou seja
razoavelmente entendido como uma ofensa ou humilhação a outrem;
c) Catequese: é uma instrução religiosa, ou seja, ensino oral da religião cristã, dos
seus mistérios, princípios e código moral;
d) Colaboradores: são as pessoas que, voluntariamente, de forma esporádica e
sem qualquer remuneração, apoiam as confissões religiosas, grupos religiosos,
congregações e seitas a realizar as suas actividades;
e) Confissão religiosa: é um grupo de pessoas que, de forma voluntária, segue
um conjunto de princípios, crenças e práticas de doutrinas religiosas, baseados
nos livros sagrados, que unem seus seguidores numa mesma comunidade
moral. As confissões religiosas são pessoas jurídicas sem fins lucrativos e com
imunidade fiscal;
f) Congregação: união de diferentes grupos religiosos com o mesmo seguidor;
g) Crentes: são as pessoas que creem no que a confissão religiosa professa e
ensina;
h) Criança: qualquer pessoa com idade inferior a 18 anos;
i) Culto: é um conjunto de atitudes e ritos pelos quais grupo de fiéis adora ou
venera uma divindade;
j) Grupos religiosos: são sistemas religiosos e tradições espirituais;
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k) Líderes religiosos: são os dirigentes máximos e dignatários das confissões
religiosas, grupos religiosos, congregações e seitas vocacionados, de forma
voluntária, para determinados serviços (eventuais ou permanentes)
característicos da referida confissão;
l) Livros sagrados ou sagradas escrituras: são conjuntos de textos
considerados de inspiração divina ou recebidos directamemte de Deus, escritos
por profetas. São vários os Livros Sagrados, tendo em conta a religião,
designadamente, Bíblia (cristianismo), Alcorão (islamismo), Torá, Tanakh,
Talmud (judaísmo), Vedas, Uphanishad, Tantras, Ágamas, Puranas,
Mahabharata, Ramáiana (hinduísmo), Guru Granth Sahib (siquismo), Tao Te
Ching (Taoísmo), Tripiaka (budismo), Báb, Bahá´u`lláh, ´Abdul’l-Bahá, Shoghi
Effendi (Bahá’i), e outros;
m) Madrassa: escola de estudos e formação islâmica;
n) Missa: é uma celebração eucarística; é a principal celebração religiosa da Igreja
Católica e da Igreja Ortodoxa;
o) Parceiros: são as pessoas físicas ou colectivas que cooperam, de forma
voluntária, com as confissões religiosas, grupos religiosos, congregações e
seitas para atingir os fins defendidos por estas;
p) Piores formas de trabalho infantil: são as atividades que mais oferecem riscos
à saúde, ao desenvolvimento e à moral das crianças;
q) Práticas nocivas: são práticas que prejudicam ou que causam danos à criança;
r) Seita: Seita significa doutrina ou sistema que se afasta da crença ou opinião
geral; conjunto das pessoas que seguem essa doutrina ou sistema; grupo de
dissidentes de uma religião ou de uma comunhão principal. As seitas são
movimentos que contestam as religiões estabelecidas, formando um grupo
organizado que se une para protestar contra a ordem vigente; seita significa
rompimento e caminho a ser trilhado.
s) Superior interesse da criança: significa que nos assuntos que digam respeito a
criança deve-se fazer o que é melhor para ela, preservando-se ao máximo,
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aquelas que se encontram em situação de fragilidade. A criança encontra-se
nesta posição por estar em processo de amadurecimento e formação da
personalidade e tem o direito fundamental de chegar à condição adulta sob as
melhores garantias morais e materiais;
Artigo 2
(Objecto)
O presente Código de Conduta tem por objecto a protecção e defesa dos direitos da
criança, tal como se encontram definidos na Constituição da República, na Convenção
sobre os Direitos da Criança, na Carta Africana sobre os Direitos e o Bem-Estar da
Criança e demais legislação de promoção e protecção dos direitos da criança, e
estabelece regras, normas e procedimentos que visam disciplinar a conduta das
confissões religiosas, grupos religiosos, congregações, seitas devidamente registadas
e seus líderes, crentes, colaboradores e parceiros na relação com as crianças.
Artigo 3
(Âmbito)
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criança e para o tratamento adequado de situações de violação de tais direitos no
âmbito das práticas religiosas e afins.
2. As confissões religiosas, grupos religiosos, congregações, seitas e seus líderes,
crentes, colaboradores e parceiros devem actuar em conformidade com os objectivos
da promoção e protecção dos direitos da criança e abster-se de condutas violadoras
daqueles direitos, em atenção ao superior interesse da criança.
3. A aplicação do presente Código de Conduta e a sua observância não impede, nem
dispensa a aplicação de outras regras de conduta ou deontológicas, de fonte legal ou
de qualquer outra natureza, passíveis de serem aplicadas às confissões religiosas,
grupos religiosos, congregações, seitas e seus líderes, crentes, colaboradores e
parceiros e aplicáveis a determinadas funções, actividades ou grupos profissionais.
Artigo 4
1. O presente Código tem como objectivo geral a contribuição para uma sociedade livre
de actos atentatórios contra a criança, bem como participar activamente na promoção e
protecção dos seus direitos.
2. Constituem objectivos específicos do Código de Conduta os seguintes:
a) Promover práticas que visem o respeito, a promoção, protecção e defesa dos
direitos da criança;
b) Impulsionar as confissões religiosas, grupos religiosos, congregações, seitas e
seus líderes, crentes, colaboradores e parceiros a zelarem pelo bem-estar da
criança, suas famílias e comunidades religiosas;
c) Assegurar que as crianças conheçam os seus direitos e deveres no seio das
confissões religiosas, grupos religiosos, congregações e seitas;
d) Assegurar que, a par da educação e actividades religiosas, as crianças tenham
acesso a educação formal;
e) Contribuir para a eliminação de práticas nocivas e violadoras dos direitos da
criança nas confissões religiosas, grupos religiosos, congregações, seitas e nas
comunidades;
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f) Encorajar as confissões religiosas, grupos religiosos, congregações, seitas e
seus líderes, crentes, colaboradores, parceiros e as comunidades religiosas a
denunciarem todos os actos nefastos para a criança que tenham tomado
conhecimento no âmbito da realização das suas actividades ou em qualquer
outra circunstância.
Artigo 5
(Princípios fundamentais)
Artigo 6
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c) Capacitar os líderes religiosos, crentes, colaboradores e parceiros em geral,
em legislação sobre os direitos da criança, bem como Constituição da
República e convenções internacionais ratificadas por Moçambique sobre os
direitos da criança e deveres do Estado de promover e defender os direitos
da criança;
d) Dar a conhecer as crianças os seus direitos e deveres e ensiná-las a
defenderem-se de eventuais violações e a denunciar os casos de violação
dos seus direitos;
e) Abster-se de praticar actos que prejudiquem ou possam prejudicar as
crianças ou que não estejam em conformidade com as normas em vigor no
território nacional;
f) Introduzir nos currículos de educação e formação religiosa para crianças,
jovens e adultos, incluindo líderes religiosos, matérias sobre direitos
humanos e direitos das crianças e meios de prevenção e defesa dos casos
de violação dos seus direitos;
g) Criar mecanismos de denúncia dos casos de violação os direitos das
crianças, realizar todas as diligências necessárias que visem sancionar os
responsáveis e tomar as medidas necessárias para proteger a criança vítima,
seus famliares e os denunciantes.
Artigo 7
Artigo 9
(Valores)
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k) Humildade;
l) Coerência nas práticas e ensinamentos;
m) Tolerância;
n) Cooperação;
o) Respeito pela diversidade cultural, racial, étnica e religiosa;
p) Fidelidade.
Artigo 10
c) Manter uma atitude digna, leal, honesta, de respeito pelos direitos humanos da
criança e respeito mútuo, confiança e colaboração com outros líderes, crentes,
colaboradores e parceiros das confissões religiosas, dos grupos religiosos, das
congregações e das seitas;
a) Uso de cargo ou de dignidade de líder religioso para obter vantagens dos seus
seguidores em prejuízo da criança;
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b) Usar a qualidade de crentes, colaboradores e parceiros para obter vantagens em
prejuízo da criança;
Artigo 11
(Práticas nocivas)
Artigo 12
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1. Todas as actividades religiosas que envolvem crianças devem ser realizadas com o
consentimento dos pais, encarregados de educação, tutor ou outras pessoas a quem a
lei lhes confira competência para manifestar tal consentimento, em condições de
segurança para a criança tendo em conta a sua idade, os riscos da actividade para a
criança, a hora e o local em que as mesmas são praticadas, o meio usado para a
realização da actividade e as condições de transporte.
2. As crianças devem ser sempre consultadas em relação à actividade religiosa em
causa.
3. Sempre que para a realização da actividade implique a mobilidade das crianças de
um local para outro, as mesmas deverão ser transportadas em condições condignas.
Artigo 14
Artigo 15
Artigo 16
(Dúvidas)
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1. As dúvidas que surgirem na observância do presente Código de Conduta serão
esclarecidas pelas respectivas confissões e grupos religiosas, congregações e seitas
ou, e se não for obtido o esclarecimento devido, às organizações que congregam as
confissões religiosas.
2. Persistindo dúvidas, poder-se-á recorrer ao órgão estatal que tutela os assuntos
religiosos.
Artigo 17
Artigo 18
Artigo 19
13
(Assinaturas)
Artigo 20
(Líguas)
Artigo 21
(Entrada em vigor)
O presente Código de Conduta entra em vigor 180 dias após a sua aprovação.
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