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LEITURA PROJETUAL

Requalificação Urbano- Arquitetônica do


Parque da Liberdade
Aluna: Alana Machado Lago
FICHA TÉCNICA
OBJETO/ ANO/ AUTORIA / ÁREA TOTAL / LOCALIZAÇÃO
OBJETO: PARQUE DA LIBERDADE
DATA DO PROJETO: 2018;
DATA DA OBRA: 2020 - 2022
AUTORIA: YURI NOBRE ARQUITETURA E URBANISMO;
ARQUITETOS LÍDERES: YURI NOBRE;
PAISAGISMO: JAIRO DINIZ;
ÁREA TOTAL: 26877m²
LOCALIZAÇÃO: FORTALEZA, BRASIL

o projeto apresenta a requalificação de espaços públicos, datados


do início do século passado, com o objetivo de torná-los
convidativos e firmar um parque urbano contemporâneo de
caráter patrimonial no centro da cidade, com ênfase especial na
dimensão social e na memória do Parque da Liberdade como
Cidade das Crianças e sua conexão com a Praça do Sagrado
Coração de Jesus.

P
OBJETIVO
A requalificação iniciada em junho de 2020 tinha a tarefa de tornar
“frequentável” novamente um espaço esquecido, deteriorado pelo tempo,
pelo vandalismo e pela falta de manutenção adequada – o oposto do que
um equipamento voltado à infância (e histórico) deveria ser.

A requalificação do parque está relacionada com as novos


equipamentos e os novos fluxos funcionais, aproveitando as suas
características originais e adaptando-as, sem prejudicar a sua
leitura original.

O equipamento foi entregue pela Prefeitura de Fortaleza com novo


mobiliário urbano, pintura e espaços lúdicos infantis. A obra foi
contemplada por um pacote de R$ 40 milhões voltado à reforma
de espaços urbanos, anunciado em janeiro de 2020.
CONTEXTO DO ENTORNO
Pensado para uma cidade cada vez maior O Parque da Liberdade está O entorno do parque possui uso misto, marcado
e mais movimentada, que procura localizado no centro da por muitas residências, lojas, igrejas, prédios de
reforçar a sua atratividade comercial, cidade, o que o coloca em usos da faculdade e sessões da prefeitura.
turística, ambiental e cultural, o Parque se um contexto urbano rico
afirma como um espaço público de em história, cultura e
qualidade e o bem estar da comunidade atividade econômica.
local, além de englobar os aspectos
sociais e afetivos.

Fortaleza é conhecida por sediar uma variedade de


eventos culturais ao longo do ano, como festivais de
música, feiras de artesanato e celebrações religiosas. O
entorno do parque muitas vezes se torna muito mais
visado nessas épocas adicionando ainda mais vida e
movimento à área e proporcionando oportunidades
adicionais para os comerciantes locais.
CONTEXTO HISTÓRICO
Patrimônio histórico mantido
O local começou a ser construído em 13 de maio de
1890, quando recebeu o nome de Parque da Liberdade,
em referência à libertação dos escravos. No entanto, só
teve sua inauguração oficial em 1902, quando o muro
que cerca a área e as primeiras construções foram
concluídas, na gestão do intendente Guilherme Rocha.

Em 1922, no centenário da Independência do Brasil, sua


denominação passou a ser Parque da Independência.
Contudo, em 1938, o espaço recebeu o nome de Cidade
da Criança, mesmo período em que foi criado o serviço
de educação infantil, mantido pelo Município, com a
instalação da Escola Alba Frota.

Em 1948, uma lei retornou o nome para sua


denominação original: Parque da Liberdade. Em 1991, a
Cidade da Criança foi tombada pelo Município e passou a
ser protegida como patrimônio histórico e cultural da
cidade de Fortaleza.

Ao longo do anos, conforme a cidade foi crescendo e se


desenvolvendo, o parque foi perdendo valor em meio à
atualidade e foi passando por processos de degradação
r ocupação por moradores de rua. A prefeitura com o
intento de trazer o parque à vida lançou o concurso em
2018, com a intenção de requalificação.
RELAÇÕES COM O ENTORNO
INFLUÊNCIA SOCIOECONÔMICA
O Parque da Liberdade é um ponto
importante de centralidade e referencia para
a população da cidade, tendo em vista que
existe a 120 anos.

O sucateamento da Cidade da Criança nos


últimos anos afetou a dinâmica e a
ocupação daquela região do Centro, mas,
infelizmente, é apenas o reflexo de uma
tendência maior.

O problema da degradação urbana do Centro


após o horário comercial está conectado a
uma questão da propriedade da terra, dos
usos das edificações. Atrelado a isso, há o
problema social que é o agravamento da
pobreza e a volta do drama da fome, nos
últimos anos de desestabilidade política e
econômica do Brasil.

Além da requalificação da estrutura, criar


programações públicas pode ser o caminho
para aumentar o fluxo de pessoas.
CIRCULAÇÃO E ACESSOS Há várias entradas de pedestres para o parque, sendo elas
indicadas pelas setas vermelhas, elas criam um eixo principal de
circulação que percorre todo o parque, girando ao entorno do
recurso hídrico. É importante salientar como o parque está sitiado
por muitos pontos de ônibus, o que garante seu acesso pela
população de maneira fácil
ACESSOS
CIRCULAÇÃO mobilidade urbana do entorno, houve um reordenamento
PONTOS DE ÔNIBUS de pontos de parada que procura além de dinamizar o
movimento das pessoas na região e dentro do próprio
parque, aproveitar desta concentração de passageiros em
pontos específicos para trazer maior segurança e
movimento a áreas atualmente degradadas na região, com
redimensionamento da caixa viária e adição de área ao
passeio na Av. Visconde do Rio Branco.

O complexo conta com um novo e moderno terminal de


passageiros na Rua Solon Pinheiro e Corredor Cultural para
atividades de pedestres em parte da R. Jaime Benévolo, agora
aglutinada como espaço público da Praça do Sagrado Coração
de Jesus, através também da elevação da via de pedra ao nível
do passeio da praça, formando um novo corredor de
NOVO TERMINAL atividades, em parte abrigadas pelo reaproveitamento da
antiga estrutura de coberta de aço da R. Solon Pinheiro, agora
realocada para o local, preservando assim parte da identidade
visual do entorno.

PLANTA NÍVEL 0
CIRCULAÇÃO E ACESSOS

Na busca de comunicar os dois espaços em um complexo urbano capaz de potencializar


o existente e, ao mesmo tempo, preservar a memória do passado, estendendo a
conexão da praça com o parque, e de ambos com a própria cidade, possibilitando um
espaço flexível que proporciona as múltiplas apropriações e interações, é proposto uma
paginação orgânica de piso, que permeia a Praça do Sagrado Coração de Jesus e o
Parque da Liberdade, possibilitando um percurso exploratório nesse novo complexo
urbano, complementada por módulos de placas de concreto drenante em tons de cinza
e verde, inspirados na história dos antigos bondes da cidade.
PROGRAMA
O percurso exploratório ao longo do parque formula-se com base aplicada na teoria das Inteligências Múltiplas de
Gardner, em sua versão clássica, como norteadora do partido arquitetônico para a realização em espaço físico,
distribuído ao longo da Cidade das Crianças, no qual o usuário criará sua própria educação, fazendo o caminho
do rumo do seu aprendizado, setorizado em sete ilhas pedagógicas interligadas, nas quais existirão
equipamentos para atividades cognitivas e estímulos sensoriais, sendo eles de inteligência musical, lógica,
espacial, interpessoal, linguística, intrapessoal e motora.
PROGRAMA
PARTIDO = Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner.

PROJETO REALIDADE
PROGRAMA
PARTIDO = Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner.

PROJETO REALIDADE
EQUIPAMENTOS E VEGETAÇÃO vegetação rasteira

árvores de grante porte

Paisagismo contemplativo que traz a técnica de


utilização de biomassa como parte de sua forração,
reaproveitando massas vegetais, fruto de podas e
remanejos, em sinergia com intervenções patrimoniais
que visam a valorização do ambiente tombado. É
proposto o restauro de vasos e estátuas, utilizando
para ambos um conceito de anastilose - por meio de
perfis metálicos que criam um exercício de gestalt do
elemento danificado - bancos, postes e luminárias.
Além das edificações, que para além do restauro,
visam a requalificação com novos usos como apoio
para administração e segurança, bicicletário, cafés e
restaurante.
VEGETAÇÃO
Importância da vegetação
A presença de árvores com copas largas no projeto
contribui para a qualidade térmica local. Isso porque as
plantas ajudam a filtrar o excesso de luz e calor, além de
aumentarem as brisas de verão.

O projeto paisagístico busca integrar a cidade com seu


entorno natural, e é completamente possível observar
isso nesse projeto, os caminhos implementados guiam o
pedestre pela vegetação, de forma a valorizar a natureza
presente e também criam um panorama de vista
agradável aos olhos.

As paisagens criadas pelo projeto são um respiro em


meio aos caos da cidade, acalma os usuários do
parque, e tendo em vista a maneira como nossa
sociedade tem seguido caminhos, temos cada dia
mais telas, e cada dia menos contato com o outro e
com o mundo externo e real.

A vegetação abraça o caminho do parque, tendo


camadas de altura e tons de folhagens diferentes,
compondo a paisagem como as tintas compoem
uma tela de quadro. As alturas não competem com o
mobiliário e arquitetura histórica, pelo contrário, cria
uma moldura na qual as construções se sobrepoem.
IMPLANTAÇÃO
PLANTA + EQUIPAMENTOS equipamentos pensados
para fazer sentido com o
entorno,principalmente
para chamar a atenção das
pessoas para frequentar o
local, e para abastecer
melhor q própria infra do
parque.
CORTES
CORTES

Sobre a topografia do terreno, fica claro


nos cortes sua pouca diferença de altura,
logo o terreno é plano o que facilitou a
implatação do projeto, fico que o leito
caminhável é acessível e confortavél aos
transeuntes.

Nos cortes também é possível observar


como o arquiteto dividiu muito bem a
circulação, entre passeio, via, gramados e
as ilhas. Tudo está em equilíbrio e
tamanho proporcional ao uso.

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