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Universidade dos Açores

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas


História dos Média
Ano Letivo 2022/2023
Docente: Maria da Luz Correia

Conteúdos Programáticos

0. Introdução à história dos média


Média, tecnologia e cultura: história dos média ou histórias dos média
Preocupações emergentes: a) história material e cultural dos média: determinismo
tecnológico vs neutralidade tecnológica; utopia e tecnolatria vs distopia e
tecnofobia; b) questões ideológicas na história dos média; c) descontinuidade e
continuidade na história dos média: o digital, média novos e velhos; d) média
alternativos: o exemplo dos média imaginários.

I. Da cultura oral à cultura escrita: Livros, Jornais e Revistas

O livro: do papiro ao papel e à imprensa. A prensa de tipos móveis de Gutenberg.


Imprensa, uma revolução lenta. Livros literários, científicos. Renascimento, Reforma
e Contra-Reforma. Mercado do livro: industrialização, editoras e propriedade
intelectual. Livros de bolso e máquinas de livros. O livro eletrónico.

Antecedentes do jornal Idade Média e Renascimento. Pré-jornais: a) publicações


noticiosas ocasionais: panfletos, relações, folhas volantes ou folhas noticiosas, séc.
XV. b) publicações noticiosas periódicas: livros noticiosos, séc. XVI. Primeiros
Jornais: séc. XVII e séc. XVIII. Censura, liberdade de expressão, iluminismo e
direitos humanos. Party Press, séc. XVIII e XIX. Penny Press, séc. XIX. Yellow
Journalism, séc. XIX. Imprensa Informativa, séc. XIX-XX. Jornais, Guerra e
Propaganda.

As revistas e a cultura popular. Primeiras Revistas. Revistas Ilustradas, séc. XIX –


séc. XX. Revistas de informação geral e revistas científicas, séc. XIX – séc. XX.
Revistas femininas e de moda, séc. XIX – séc. XX. Revistas de entretenimento, anos
10 e 20. News Magazines, anos 20. Revistas, fotografia e fotojornalismo, anos 30.
Revistas pulp, anos 30. Revistas de adolescentes, anos 40. Revistas masculinas e
eróticas, anos 30-50. Revistas de celebridades, anos 50.

II. Da cultura do texto à cultura da imagem: Fotografia, Cinema


Do paradigma textual ao paradigma visual.
Fotografia: entre a ciência e o entretenimento. Origens. Dos pioneiros aos primeiros
fotógrafos retratistas. Nicèphore, Daguerre e Talbot. Nadar e Disderi.
Popularização da fotografia e da prática do retrato no início do séc. XX. Os
estúdios fotográficos, a encenação e o retoque. Os fotógrafos ambulantes. A
fotografia recreativa e as diversões fotográficas. Estereoscópio. Carte de visite,
postal ilustrado e jornais ilustrados. Fotografia Doméstica. Fotojornalismo. Da
fotografia instantânea à fotografia digital. Fotografia e Arte.

Cinema: entre o real e a ficção. Dispositivos pré-cinematográficos (entre a


observação científica e o entretenimento popular, 1800-1880). O cinema pioneiro:
entre o realismo de Lumière e a fantasia de Méliès. O cinema de atrações. Da
diversão de feira à indústria: o contexto francês; os começos de Hollywood e a
formação de uma indústria. Cinema clássico, cinema narrativo: anos 30-50. Cinema
moderno, cinema de autor: segunda metade do séc. XX. Cinema e digital.

III. Da imagem ao som, da visão à audição: Rádio, Música. Da comunicação de


massa à comunicação interpessoal: Telefone e Telégrafo.
À procura da rádio: pioneiros. Marconi, a necessidade da radiotransmissão. Da
radiotransmissão à radiodifusão, Lee DeForest e Reginald Fessenden ; David
Sarnoff e Arthur Burrows. A febre da rádio, anos 20 e 30: dos monopólios e da
concorrência aos usos e às apropriações. Rádio: entretenimento, publicidade,
cinema e jornalismo. Podcasts e rádio on-line.
A música, as máquinas falantes e a cultura popular. A indústria discográfica.

O Sistema Postal, o Telefone, o Telégrafo. Telégrafo: a Internet do séc. XIX. As


ligações transnacionais por cabo. O telégrafo, as agências de notícias e o
jornalismo. Telefone e transformação do quotidiano. Evolução na Europa e nos
EUA. O pioneiro: Alexander Graham Bell. o telefone como veículo de informação e
entretenimento: a invenção da rádio. Do telefone ao smartphone.

IV. Do som ao movimento: Cidade, Transportes, Consumo e Publicidade


Cidade e velocidade: os transportes. O comboio. A bicicleta. O automóvel. O avião.
Cidade e comunicação: da iluminação pública aos espetáculos populares.
Cidade e consumo: passagens, grandes armazéns e shoppings. Exposições
Universais.
A publicidade, o cartaz e o quotidiano.

IV. Do espaço público ao espaço doméstico aos espaços híbridos: Televisão,


vídeo e digital
Da cidade à casa: a “privatização móvel” (Raymond Williams)
Televisão: uma longa história. Antecedentes: 1843-1939. As idades da televisão.
Paleotelevisão, Neotelevisão, Pós-televisão. O vídeo, os jogos de vídeo e a a
cultura popular.
Computadores e Internet. Antecedentes conceptuais e marcos tecnológicos.
Fatores de desenvolvimento. Web, redes sociais, dispositivos móveis,
geolocalização e ambientes virtuais.
Avaliação

Prova Escrita 1 40% 18 de abril


Prova Escrita 2 40% 9 de junho

Apresentação Oral 3-4 elementos* (20%)


13 de junho e 16 de junho
entrega 1ª versão 12 de maio
*Normas Apresentação Oral

A apresentação oral deverá ser dedicada à história de um meio de comunicação. A


originalidade e criatividade na escolha do meio de comunicação e na abordagem do
mesmo serão um fator preponderante de valorização (50%). Isto significa que se dará
preferência a todos os meios de comunicação não contemplados pelo programa e a a
aspetos e perspetivas não exploradas de um meio de comunicação já estudado. Por outro
lado, deverá justificar-se a relevância atual deste meio de comunicação, de que forma
ele se relaciona com a contemporaneidade.

A história do meio de comunicação apresentada deverá basear-se em, pelo menos, dois
textos de referência sobre o assunto (mediante as propostas dos estudantes entregues
docente deverá orientar os estudantes) que deverão ser devidamente citados (autor, data
e página) e indicados numa lista final de referências bibliográficas (normas APA). As
citações já utilizadas em aula pela docente e os trechos de texto já exaustivamente
trabalhados deverão ser excluídos.

O aluno pode e deve recorrer a recursos complementares (objetos, filmes, músicas,


vídeos, etc). Deverá haver uma projeção a acompanhar a aula, entregue em formato
digital à docente nas datas da apresentação. Toda a apresentação, cujo teor se prove ser
fraudulento, nomeadamente que incorra em plágio, será anulada.

As apresentações individuais não deverão ultrapassar os 15 minutos.

A avaliação final terá em conta os seguintes critérios, com a ponderação indicada:


a) originalidade do objeto selecionado e criatividade da abordagem (50%);
b) rigor das informações apresentadas (identificação e contextualização das fontes;
qualidade científica das mesmas; esforço de verificação da informação), esforço
interpretativo, interrelação de conhecimentos, coerência e poder de síntese (45%);
c) exercício de comunicação oral: dicção, postura corporal, vocabulário (5%);

Algumas sugestões de temas: a) cinema documentário; b) infografia; c)


streaming/ondemand; d) podcast; e) videoclip; f) TikTok; g) realidade virtual; h)
séries televisivas; f) disco/vinil e gira-discos; g) média alternativos / jornalismo
alternativo; h) bloggers/influencers de viagens; i) geolocalização; etc
Bibliografia

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