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Alexandre O’Neill

1. Biografia
a. Nasceu em Lisboa em 1924 e morreu na mesma cidade em 1986. Fundou o Grupo
Surrealista de Lisboa, influenciado pelo surrealista francês André Breton, com Mário
Cesariny, António Pedro e José Augusto França.

2. Temáticas
a. Poeta urbano;
b. Busca da liberdade, denúncia da opressão política e da falta de liberdade;
c. Sátira à sociedade, crítica à vida rotineira;
d. Os principais aspetos da realidade satirizada são a miséria material e moral, a podridão
social e o conformismo;
e. A vida é, por vezes, encarada de forma humorística e descontraída.

3. Linguagem e estilo
a. Linguagem coloquial, familiar e popular;
b. Escrita corrente, mas não simples;
c. Poesia ora de escárnio, ora de amor;
d. Presença de elementos do surrealismo;
e. Formas clássicas e populares (quadras, por exemplo) e de formas modernas (sem métrica
nem rima definida).

4. Representações do contemporâneo
a. O poeta apresenta Portugal, na sua obra, de forma desencantada e irónica. Portugal é um
país estagnado, um lugar hostil, onde a felicidade e o amor não se podem concretizar;
b. A vida portuguesa no tempo da ditadura salazarista;
c. Crítica face à realidade social e política da sua época: a vida medíocre do povo, a
mentalidade estagnada e religiosa, a apatia, a rotina, o conformismo generalizado;
d. Critica o isolamento de Portugal face à Europa.

5. Figurações do poeta
a. O poeta é aquele que analisa o mundo em que vive e denuncia problemas sociais e
políticos;
b. O poeta é aquele que aspira acordar consciências adormecidas;
c. O poeta é alguém que acredita no amor e na amizade;
d. O poeta é alguém que se ri de si próprio;
e. Oposição entre dois tipos de poetas: o alheado e conformado vs. O socialmente
comprometido; sente-se usurpado da sua liberdade.

6. Arte poética/Criação poética


a. O poema provoca o riso e explora a ironia e o sarcasmo;
b. A poesia é rutura e inovação;
c. A poesia recorre ao tom coloquial e explora o diálogo;
d. A poesia reflete sobre a poesia (metapoesia)

7. Tradição Literária
a. Embora apresente uma vertente de rutura e de renovação literária, retoma a vertente
satírica e humorística da tradição portuguesa;
b. A sua poesia estabelece relações intertextuais com poetas portugueses conhecidos pela sua
vertente sarcástica, como Nicolau Tolentino e Bocage;
c. Confere à sua poesia uma vertente crítica e de denúncia de comportamentos e convenções
sociais desajustadas (que vem desde a lírica trovadoresca, passando por Gil Vicente);
d. Adota frequentemente uma atitude de deambulação e observação da cidade, semelhante à
de Cesário Verde.

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