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Universidade de Luanda

Instituto Superior de Tecnologias de Informação e


Comunicação

Trabalho de Física
Tema:
Trabalho e energia cinética, Centro de massa, momento linear,
impulso, conservação do momento linear e colisões

Nome : Luís Joaquim Catimba O Docente

Turma: A

Sala : 106

Turno : Manhã

Curso: Engenharia Informática

Primeiro Ano

Luanda, Dezembro de 2023


Introdução

A cada dia que passa testemunhamos, diferentes modalidades de fenómenos que aos
olhos de muito são simples acontecimentos que ocorrem por mera casualidade.

Várias vezes testemunhamos choques entre carros, bolos de pingue pong e etc e em
outras ocasiões bicamos bolas, pedras e etc, sem saber o que acontece com as energia,
momento linear e etc.

Entretanto, no presente trabalho, explicarei de manei suscinta e resumida estes e vários


outros fenómenos relacionados a trabalho, energia, centro de massa, colisões, momento
linear e etc.
Trabalho

Conceito de trabalho

O conceito de trabalho, em Física, é diferente do conceito quotidiano de


trabalho. No dia a dia, trabalho está associado ao desempenho de algum serviço
ou tarefa que pode, ou não, exigir força ou deslocamento.

Em Física, o trabalho está directamente ligado a força e deslocamento, ou seja, se


não houver força e deslocamento, não há trabalho. A definição de trabalho tem essa
característica porque seu objetivo é possibilitar a medida da energia. O consumo de
energia de uma pessoa para realizar trabalho intelectual, por exemplo, é praticamente
nulo, por isso esse tipo de atividade, do ponto de vista da Física, não pode ser
considerado trabalho.

Do mesmo modo, às vezes o trabalho é nulo, mas o consumo de energia existe e não é
desprezível: é o caso de alguém segurando uma carga sem sair do lugar durante algum
tempo.

Considere um corpo que realiza o deslocamento AB sob a ação de uma força F


como mostra a figura abaixo.

F d

A B

A trabalho w realizado pela força F será dado pelo produto entre a força F e
deslocamento causado pela força F com o cosseno do ângulo formado entre a
força F e o deslocamento d.

Matematicamente:

W = F×d×cos α

Onde:

W é o trabalho realizado pela força F.


F é a força.
d é o deslocamento causado pela força F.

O trabalho realizado por uma força pode ser motor, resistente e nulo.

Diz-se que o trabalho realizado por uma força é motor quando a força e o
deslocamento têm o mesmo sentido, como ilustra a figura a cima.
Diferentemente do trabalho motor, trabalho resistente é aquele em que a força e
o deslocamento têm sentidos opostos, ou seja, formam um ângulo de 180 graus.

F
A d
A B

Nestas situações o trabalho é dado pela seguinte relação matemática:

W = F×d×cos α

Como α = 180 graus e cos 180 = -1, então:

W = -F×d

Já o trabalho nulo é aquele em que a força F e deslocamento formam um ângulo


de 90 graus como ilustra a figura abaixo.

Considere um corpo em repouso e sobre ele, é aplicada uma força F de cima


para baixo como mostra figura abaixo.

Como vemos na figura a força F e o deslocamento ( Se tivesse ) formam um


ângulo de 90 graus, como cos 90 = 0, então w = 0.

Unidades de trabalho

unidade de trabalho = (unidade de intensidade de força) ×(unidade de


comprimento)

A unidade de trabalho no SI ( Sistema internacional ) é o J ( Joule ).

Joule (J) = Newton ( N ) × Metro ( m )


Um múltiplo bastante utilizado é o quilojoule (kJ) que vale 1000 j.

No sistema CGS, a unidade de trabalho é o erg 5 dina × centímetro.


Relações:
1 kJ = Je1J= erg

Há outras unidades de trabalho que serão posteriormente definidas, o quilowatt-


hora (kWh) e o elétron-volt (eV):

1 kWh = 3.6 × J
1 eV = J

Exercício

Um bloco está se deslocando numa mesa horizontal em movimento rectilíneo e


uniforme, sob acção das forças indicadas na figura abaixo.

Fn

A força F é horizontal e tem intensidade 20 N, determine:

a) o trabalho realizado pela força F num deslocamento AB, sendo d = AB = 2m.


b) o trabalho realizado pela força P e pela força Fn.
c) o trabalho da força resultante nesse deslocamento.

a) O trabalho realizado pela força F num deslocamento de 2m será dado pela


realação:

W f= f × d

Wf = 20N × 20m
Wf = 400J
b)

O trabalho realizado pela força P e pela força Fn será nulo, pois, o ângulo
formado por cada uma das forças com o deslocamento é de 90 graus.
Então

Wp = Wfn = 0J

c)

O trabalho realizado pela força resultante será dado pela soma dos trabalho
de todas as forças que actuam no corpo.
0 0
Wfr = Wp + Wfn + Wf

Wfr = Wfr

Wfr = 400J

Trabalho da força Peso

Considere um corpo de peso P e seja AB um deslocamento vertical e h o


desnível entre A e B. Como o peso é constante e paralelo ao deslocamento,
temos.

W = ± F × d , como F = P e d = | AB | = h

Então
W = ± P × h ou W = ± m × g × h

Se o corpo cai, o peso está a favor do deslocamento e o trabalho é motor


(W=P×h). Se o corpo estiver subindo), o peso tem sentido contrário ao
deslocamento e o trabalho é resistente (W = -P × h).

Exercício

Um corpo de massa m, encontra-se em repouso no topo de um plano inclinado,


de altura h e comprimento l, que define com a horizontal um ângulo α como
ilustra a figura abaixo.

h l
α

B C
Mostre que o trabalho realizado pelo peso do corpo ao longo da trajectória AC é
igua ao trabalho realizado ao longo da trajectória ABC.

Resolução

Primeira situação ( Trajectória AC )


Como ângulo entre o peso P e o deslocamento é de 0 graus e cos 0 = 1, AC o
trabalho será dado pelo produto entre a componente x do peso e o deslocamento
AC.

W = Px × l, como Px = m × g × sen α e sen α = , temos


W=m×g× ×l
W=m×g×h

Segunda situação ( Trajectória ABC )

O trabalho realizado pelo peso aqui, será dado da seguinte forma:

Wp = Wpab + Wpbc

O trabalho na trajectória AB será igual ao produto entre o peso P e o a altura h.


Enquanto que de B a C o trabalho realizado pelo peso P será nulo.

Então
0
Wp = Wpab + Wpbc
Wp = Wpab
Wp = P×h
Wp = m × g × h

Como vê-se, nas duas situações o trabalho é dado pela mesma relação.

Assim, chega-se a conclusão de que:

O trabalho do peso é independente da trajectória.


Energia Cinética

Conceito de Energia

Em física define-se energia como sendo a capacidade que um corpo tem de


realizer trabalho, e esta energia pode apresentar-se de diferentes maneira, pois
existem vários tipos de energia como a energia cinética, potencial, eólica e etc.

A energia cinética está directamente relacionada ao movimento de um corpo, já


a energia potencia está relacionada a posição de um corpo em relação a um
determinado campo gravitacional e por último a energia eólica que é produzida
pelo ar.

Como ficou claro, existem vários tipos e formas de energias, porém, no presente
trabalho importa-me falar da energia que provoca movimento, ou seja a energia
cinética.

A energia cinética tal como outros modelos de energia tem como unidade no
sistema internacional o J.

A energia cinética de um corpo é igual ao semi produto entre a quantidade de


matéria que este corpo possui ( massa ), e o quadrado da velocidade com que
o corpo se move.

Matematicamente

Ec =

Onde:

Ec é a energia cinética do corpo


m é a massa do corpo
v é a velocidade do corpo

Teorema da Energia Cinética

O trabalho realizado pela resultante das forças que actuam sobre um corpo em
determinado intervalo de tempo é igual a variação da energia cinética entre os instantes
considerado.
Demonstração

O trabalho realizado pela resultante das forças que actua sobre um corpo é igual a:

W = Fr×d

Sabe-se pela segunda lei de Newton que Fr = m×a

W=m×a×d

Sabe-se pela relação de Torricele que

a×d=

Então

W = m× –m×

W = Ec – Eco

W = ∆Ec cqd

Exercício

Um corpo de 10 kg de massa parte do repouso sob a acção de uma força constante


paralela à trajectória e 5 s depois atinge a velocidade de 15 m/s. Determine sua energia
cinética no instante 5 s e o trabalho da força, suposta única, que atua no corpo no
intervalo de 0 s a 5 s.

Vo = 0m/s V = 15m/s

to = 0s t = 5s

No instante t = 5s , o corpo tem velocidade de 15 m/s


Então

Ec = m ×

Ec =

Ec = 1125 J

Pelo teorema da energia cinética:

W = Ec – Eco

W = 1125 – 0

W = 1125 J
Centro de Massa

O centro de massa é, pois, um ponto com características específicas que permite


simplificar o estudo do movimento de translação de um corpo rígido ou de um sistema
discreto de partículas.

O centro de massa de um sistema move-se como se toda matéria estivesse


concentrada nele e as forças exteriores que actuam sobre o sistema estivessem aplicadas
nesse ponto.

Posição do centro de massa de um sistema discreto de partículas

Consideremos um sistema simples, unidireccional, de duas partículas materiais de


massas m1 e m2, respectivamente, que ocupam no eixo OX as posições X1 e X2 como
mostra a figura abaixo.

m1 m2

0 CM X

x1 d1 Xcm d2 x2

Experimentalmente, verifica-se que o centro de massa, CM, é o ponto que se encontra


no segmento de recta que se encontra as distâncias d1 e d2, de m1 e m2,
respectivamente, tal que:

m1 ×d1 = m2 ×d2

Como

d1 = Xcm – x1

d2 = Xcm – x2

Substituindo na primeira relação, temos:

m1 × ( Xcm-x1) = m2 × (Xcm – x2 )

m1 × Xcm – m1× x1 = m2 × Xcm – X2

Xcm =

Para se obter a equação da velocidade do centro de massa basta derivar a equação das
posições, e derivar a equação das velocidades para se obter a equação das posições.
Impulso

Impulso é o produto da força média pelo tempo de actuação da força.

Matematicamente

I=F×t

Sendo o impulso uma grandeza vetorial, o impulso possui intensidade, direção e


sentido.

• Intensidade (módulo): I = F × t

• Direção: a mesma de F (paralelo a F )

• Sentido: o mesmo de F (pois t é positivo)

No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de intensidade do impulso é


newton ×segundo (N × s).

Exercícios

Um menino bica uma bola com uma força de 10N durante um intervalo de tempo de
0.05 segundos

Calcule a intensidade do impulso da força aplicada pelo menino.

Resolução

I=F×t

I = 10 × 0.05

I = 0.5 N×s
Quantidade de movimento de um corpo

A quantidade de movimento de um corpo é dado pelo produto entre a quantidade de


matéria que esse corpo possui e a velocidade com que esse corpo se move.

Matematicamente

Q = m×v

Quantidade de movimento é uma grandeza vectorial cuja intensidade é dado pelo


produto entre a quantidade de matéria que esse corpo possui e a velocidade com que
esse corpo se move, enquanto que a direcção e o sentido são o mesmo de v e unidade
Kg × m/s

Quantidade de movimento de um sistema de corpos

A quantidade de movimento de um sistema de corpos é dado pela soma da quantidade


movimento de cada uma delas.

Q = Q1+Q2+Q3+… + Qn

Exercício

Uma partícula de massa m = 0.20 kg possui, num certo instante, tem velocidade v de
módulo v = 10 m/s, direção horizontal e sentido da direita para a esquerda. Determine,
nesse instante, o módulo, a direção e o sentido da quantidade de movimento da
partícula.

No instante em que estuda-se o corpo, a quantidade de movimento tem as seguintes


características.

Módulo

Q=m×v

Q = 0.20 × 10

Q = 2 Kg × m/s

Teorema do Impulso

O impulso da força resultante sofrido por um corpo é igual a variação da sua quantidade
de movimento.

I = ∆Q

Demonstração

I = Fr × t

Pela segunda lei de Newton Fr = m × a


I=m×a×t

Do MRUV sabe-se que a × t = ∆V

I = m × ∆v

I = m × ( V-Vo)

I = m × V – m × Vo

I = Q-Qo

I = ∆Q cqd

Exercício

Uma força constante actua durante 5,0 s sobre uma partícula de massa 2,0 kg, na
direcção e no sentido de seu movimento, fazendo com que sua velocidade escalar varie
de 5 m/s para 9 m/s.

Determine:

a) o módulo da variação da quantidade de movimento da partícula;

b) a intensidade do impulso da força atuante;

c) a intensidade da força

a)

A variação da quantidade de movimento será dado pela seguinte relação:

∆Q = Q – Qo

Q=m×v Qo = m × V

Q=2×9 Qo = 2 × 5

Q = 18 Kg × m/s Qo = 10 Kg × m/s

∆Q = 18 – 10

∆Q = 8 Kg × m/s
Conservação da quantidade de movimento

Se a resultante das forças que actuam sobre um corpo é nula, então a quantidade de
movimento deste corpo permanece constante.

Colisões

Uma colisão entre partículas é uma interacção, breve e forte, durante a qual, se a
resultante das forças exteriores ao sistema de partículas é nula, há conservação da sua
quantidade de movimento.

Qo = Q

Numa colisão, a quantidade de movimento do sistema de partículas permanece


constante. No entanto, nem sempre se verifica o mesmo em relação a sua energia
cinética, pelo que as colisões podem ser de vários tipos.

Coeficiente de restituição

Para medir a variação da energia cinética eventualmente ocorrida num choque, é


comum recorrer a uma grandeza adimensional chamada coeficiente de restituição (e),
que corresponde à razão entre a velocidade relativa de afastamento dos corpos depois
do choque e a velocidade relativa de aproximação antes do choque:

e=

No choque perfeitamente elástico, como há conservação de energia cinética, a


velocidade relativa de aproximação tem módulo igual ao da velocidade relativa de
afastamento. Portanto, nesse choque, e = 1. No choque perfeitamente inelástico, os
corpos prosseguem juntos, pois há alojamento de um no outro e consequentemente é
nula a velocidade relativa de afastamento. Portanto, nesse choque, e = 0.

Entre essas situações extremas, há o choque parcialmente elástico, em que há perda de


energia cinética, mas a velocidade relativa de afastamento não é nula. Nesse tipo de
choque, o coeficiente de restituição tem um valor intermediário entre 0 e 1, isto é,

0 ˂ e ˂ 1.
Principais tipos de Coeficiente de Energia Quantidade de movimento
choque Restiruição
Choque Perfeitamente e=0 Máxima Qa = Qd
inelástico dissipação
Choque Parcialmente 0˂e˂1 Dissipação Qa = Qd
elástico Parcial
Choque Perfeitamente e =1 Conservação da Qa = Qd
Elástico energia cinética

Exercício

Um projétil de massa m = 20g é atirado horizontalmente com velocidade Vo contra um


pêndulo vertical cuja massa pendular é M = 2 kg e de fácil penetração. O projétil aloja-
se no pêndulo e, devido ao choque, o conjunto sobe até a altura h = 20 cm. Adopte g =
10 m/ e determine a velocidade inicial do projéctil.

Trata-se de um choque perfeitamente inelástico, pois o projectil fica alojada na bala e


seguem juntos até h = 20cm.

Figura antes do choque entre o projectil e o pêndulo.

Vo Vp = 0

Qa = Qpro + Qp

Qa = Mpro × Vo

Como após o choque, os corpos seguem juntos:

Qd = (Mpro + Mp) × V

Pela lei da conservação do momento linear

Qa = Qd
Mpro × Vo = (Mpro + Mp) × V

V=

Ecb = 0J

Epb = máx

Eca = máx

Epa = 0j

Pela lei da conservação da energia mecânica

Ema = Emb 0 0

Eca + Epa = Ecb + Epb

Eca = Epb

( )
(Mpro + Mp ) × = (Mpro + Mp ) × g × h

Vo = ×

Vo = ×

Vo = 202 m/s
Consolidação
Depois de várias pesquisas e consultas, chego a conclusão de que o trabalho realizado
pela peso é independente da trajectória adoptada, bem como, do referencial adoptado, e
que o trabalho realizado pela resultante das forças que actuam sobre um corpo é sempre
igual a variação da energia cinética e se esta força resultante for nula, o momento linear
permanece constante e o trabalho é nulo
Referencias bibliográficas
Fundamentos de física, vol 1, Ramalho e Toledo

Física 12a Classe reforma educativa

Física 10a Classe reforma educativa

Bonjorno Vol 1

Robortela Vol 1

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