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revisão estratigráfica da

bacia de sergipe/alagoas (*)

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H? Schaller (**)

l1:ste trabalho foi preparado pela Comissão de R/I1Jisão Es'rali-


gráfica da Bad,! de Sergipe/Alagoas, e resumJdo, para publicação 'pelo
técnIco Hannlned Schaller. '

SINOPSE ;:;- Os sérios problemas criados às atividades geológic;1s da


PETROBRAS, na Bacia sedimentar de Sergipe/Alagoas, pelas definições
estratigráficas postuladas durante a chamada fase pioneira dos estudos
da bacia, determinou a reestruturação da seqüência sedimentar em foco,
rigorosamente elaborada dentro dos Códigos de Nomenclatura Estratigrá-
fica Americana e Internacional. Resultados dessa reestruturação, conden-
sados no presente trabalho. Novas divisões e definições lito-, bio- e crono-
estratigráficas. Correlacionamento da seqüência sedimentar marinha com a
coluna cronoesiratigráfica internacional.

(*) Apresentado ao XXII Congresso Brasileiro de Geologia, Belo Horizonte, MG, abril de 1968.
(**) Técnico da Região de Produção do Nordeste, Departamento de Exploração e Produção (RPNEjDEXPRO) - PE-
TROBRÁS

B. tée. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan.fmar. 1969


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H. SCHALLER, nascido em 1937, formado em Geologl:a pela Universidade Federal da Bahia e pós-
-graduado pelo Rensselaer Polytechnic Institute, NY, E.U.A. Desempenhou as atividades profis-
sionais em diversas organizações e paSSOlt para a PETROBRiÍS, onde fêz cursos de Inlerpreta~ão
de Perfis, Perfuração e Lama, Testes de Formação, Completação de Poços, Fortran IV e Estatís-
tica. Trabalha atualmente como Geólogo da Região de Produção do Nordeste.

1 -INTRODUÇÃO a) o Estudo da Bacia, de 1960, apesar de tradu-


zir mil progresso em relação à fase pioneira, já
Os conhecimentos sôbre a Bacia costeira de Ser-
não satisfazia as necessidades atuais;
gipe/Alagoas evoluíram através de etapas sucessivas.
N a fase pioneira foram definidas várias unidades @ a doutrina estratigráfica adotada porRUEFLI
estratigráficas, segundo critérios pouco rigorosos. As padecia de defeitos conceptuais, embora aquêle
dificuldades de correlação, motivadas por variações autor modificasse na prática os seus conceitos,
faciológicas contemporâneas e por uma certa mono- formando um razoável quadro preliminar da
tonia litológica, foram assumindo feição bastante bacia;
aguda à medida que a PETROBRÁS Íntens!ffcava ID a doutrina esposada pelos Códigos de N omen-
a exploração de petróleo na bacia. Houve certo clatura Estratigráfica Americano e Internacio-
alívio na situação com a aplicação de zoneamentos, nal era a mafs completa e coerente sob o as-
bioestratigráficos, por meio dos quais ficou a coluna pecto científico.
sedimentar fracionàda em upidades aproximadamente
síncronas, sob a denominação incorreta de islr.!!JILǧ§S. 1.1 - DIRETRIZES FUNDAMENTAIS
Ao ser empregado pelo antigo Departamento de Baseada nos Códigos de Nomenclatura Estrati-
Exploração (DEPEX) no "Estudo da Bacia", de gráfica, a doutrina assentada preconizava:
1960, aquêle método de ataque a prQblémas estra-
tigráficos, para pesquisa de acumulações estruturais, a) o estabelecimento de uma coluna litoestratigrá-
acusou dificuldades, resultantes das mencionadas va- fica independente - devendo as unidades lito-
riações faciológicas contemporâneas'. :H:sse estado de estratigráficas ser formalmente definidas de
coisas, esporádica e assistemàticamente denunciado acôrdo com as regras contidas nos Códigos de
pelo corpo técnico local, perdurou até a chegada do Nomenclatura Estratigráfica Americano e In-
estratígrafo W. Ruefli, nos princípios de 1963, o qual ternacional. A sede da RPNE em Maceió,
fêz frente à questão condenando as incongruências do Alagoas, foi escolhida para arquivo da amos-
sistema até então seguido; e com seus trabalhos mos- tragem litológica das secções-tipo das unidades
tro~l a necessidade de uma atualização do estudo da
a serem definidas.
bacia, a começar pela reforma estratigráfica. Para b) O estabelecimento de uma coluna bioestl'atigrá-
executar essa tarefa, o então Chefe da Diyisão de fica local - ficando definidos os seguintes tipos
Exploração da Região de Produção do Nordeste de unidade: zona de associação, ou cenozona;
(RPNE), Eng.o A.C.F. de Almeida, instituiu a Co- zona de amplitude local; e zona de amplitude
missão de Revisão Estratigráfica da Bacia de Sergi- local concorrente. O conceito aplicado para esta
pe/Alagoas (CRE) , integrada pelos técnicos A.C.F. última foi ligeiramente ampliado em relação
de Almeida, J. J.11. Perrella, R. C. Marques, J. C. aos códigos, para incluir as zonas diferenciais
Troelsen, A. Bandeira, H. Schaller e N. Uesugui, superior e inferior, além das zonas de -super-
todos pertencentes à PETROBRÁS. posição, de maneira que se pudesse trabalhar
O ponto de partida para as atividades da CRE com amostras de calha no zoneamento quali-
foi discutir o Estudo da Bacia, de 1960, e os traba- tativo de microfósseis e esporomolfos. O La-
lhos de RUEFLI, cujas conceituações estratigráficas boratório de Paleontologia da RPNE em Ma-
comparou com os Códigos de Nomenclatura Estra- ceió, Alagoas, foi escolhido para arquivo dos
tigráfica Americano e Internacional. Lançou, em se- tipos padrão dessas zonas.
guida, as Diretrizes para a Reforma Estratig1'áfica da c) O estabelecimento de uma coluna cronoestratigrá-
Bacia de Sergipe/Alagoas, onde analisava os traba- fica - com as suas unidades definidas; - para
lp.os e13tudados e estabelecia a doutrina estratigrá- uso local, a partir -de critérios físicos e -bioes-
fica a ser 'abraçada, firmando três conclusõesiniciais: tratigráficos.

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12- (1):21-86, jan./mar. 1969

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1.2 - ESQUEMA FINAL o Gnaisse é, petrogràficamente, uma biotita-
-gnaisse, com bandeamentos róseos ou de coloração
Traçadas as diretrizes, a CRE, passou a funcionar
cinza-clara com cinza-escura. Ocorre em todo o
como órgão deliberativo e consultivo. Com funções
horste, tornando-se mais freqüente no sul de Ser-
executivas foram criadas: a Subcomissão de Geologia,
gipe, norte de Alagoas e em Pernambuco. O Migma-
constituída por A. Teixeira, E. Meister, H. Schaller,
tito Paulo Afonso, rocha mista de gnaisse e granito
F. C. Ponte, R. P. Palági, 111. C. Barros e' A. Ban- ..
origmou-se de inj eções de rochas ácidas no gnaisse.
'
deira; e a Subcomissão de Paleontologia, com a parti-
MIora na região de Paulo Monso e próximo às mas-
cipação de J. C. Troelsen, A. V. Sampaio, G. Beurlen,
sas intrusivas ácidas.
N. Uesugui e A. Santos.
A divisão cronoestratigráfica foi realizada pelas 2.1.2 - GRUPO MIABA
duas Subcomissões, em trabalho conjunto, servindo
de relatores os técnicos H. Schaller e R. P. Palagi. Em 1962, HUlIfPHREY e ALLARD definiram o Grupo
N a orientação das atividades da CRE sucederam-se Miaba, em relatório interno da PETROBRÁS in-
vários coordenadores: J. M. PeJ'1:ella, A. C. F. de Al- cluindo nesta unidade as rochas existentes entre o
meida, A. Teixeira e F. C. Ponte. As críticas constru- Gnaisse e a Falha de empurrão de Macambira, pos-
tivas de W. F. Lange, na fase de conclusão do pro- tas ao redor de uma janela em forma de círculo ,
jeto, contribuíram bastante para seu aprimoramento com cêrca de 20 quilômetros de raio, em tôrno da
em última instância. cidade de Itabaiana, em Sergipe. Dividiram o gru-
O presente trabalho compendia os relatórios fi- po em três formações, nomeadas pela seqüência de
nais da CRE e pode ser considerado definitivo deposição: Itabaiana, J acarecica e J acoca. Segundo
,
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quanto ao arcabouço geral e à nomenclatura. A os mesmos autores, as rochas do Grupo Miaba repre-
cronoestratigrafia necessitará ainda de retoques e sentam os depósitos do flanco sul do Geossinclinal
revisões na definição dos Andares Alagoas e Jiquiá; de Sergipe, ativo durante o Pré-Cambriano (Médio).
e deverão também ser formalizados os andares infe- BRANNER, em 1887, descreveu o "arenito Ita-
riores da coluna mesozóica não-marinha, para os baiana", que incluiu na sua série Estância. Em tra-
quais se apresentou apenas uma sugestão informal. balho seu de 1914, SOPPER faz referência à "séi'ie
Aqui se agradece a todos quantos concorreram di- Itabaiana", compreendendo as atuais Formações Ita-
reta ou indiretamente para a elaboração desta expo- baiana e J acoca. Em sua Geologia do Brasil, publi-
sição escrita. ' cada em 1943, OLIVEIDA e LEONARDOS citam também
a "série Itabaiana".
2 - LIT®ESTRATIGRAFIA 2.1.3 - GRUPO VAZA-BARRIS
2.1 - COMPLEXO DO EMBASAMENTO ALLARD e H UMPHREY redefiniram o Grupo Yaza-
-Barris, em 1962, para designar o conjunto de rochas,
A litoestratigrafia do Complexo do Embasamento
resumida nas subseções 2.1.1 a 2.1.6, tem por funda~
altamente dobradas e foliadas, constituídas de fili-
tos, metagrauví;Lcas, inármores cálcicos e magnesia-
mento as definições prop'ostas por HUMPHREY e
nos intercalados com clorita, sericita-xisto, metare-
ALLA.RD, SOBRAL e RICHTER, em relatórios internos
nitos, metassiltitos e algumas rochas metavulcâ-
da PETROBRÁS. Essas definições resultaram de
nicas. 1liste grupo de rochas recobre o Gnaisse e o
-levantamentos geológicos realizados em diferentes
Grupo Miaba por meio de uin contato de falha - a
épocas, a partir de 1957, no horste que separa da
Falha de empurrão de Macambira. Daí, não ser
faL'l:a sedimentar de Sergipe/Alagoas as Bacias do
provàvelmente completa a seqüência exposta em su-
Recôncavo, Tucano e J atobá.
perfície.
A litoestratigrafia da referida área cristalina é
bastante complexa, com as suas numerosas unidades Aquêles autores dividiram o Grupo Vaza-Barris
litológicas, que datam do Pré-Cambriano ao Paleo- nas seguintes formações, nomeadas por ordem de
zóico ,e estão representadas por: a) Gnaisse do Es- antiguidade: Capitão, Palestina, Olhos-d'Água, Frei
cudo Brasileiro e Migmatito Paulo Monso; b) metas- Paulo e Ribeirópolis. Mencionaram, ainda, uma uni-
se~entos dos Grupos Miaba e Vaza-Barris; c) in-
dade constituída de hornfelse, resultante do meta-
truSivas do Batolito Pernambuco/Alagoas; â) For- morfismo termal do Vaza-Barris. Mais tarde, em
mação Estância; e) rochas extrusivas e hipoabissais 1964, RICHTER delimitou a área de ocorrência do
(figs. 1 e 2). hornfelse, desmembrando-o em duas formações: o
H ornfelse Traipu, ao sul, e o H ornfelse J aramataia,
2.1.1 - GNAISSE DO ESCUDO BRASILEIRO E ao norte.
1l1IGMATITO PAULO AFONSO
A área de ocorrência do Grupo Vaza-Barris si-
São as mais antigas .das rochas presentes na tua-se, grosso modo, entie os paralelos que passam
área e fazem parte do Escudo Brasileiro. Por isso por Maceió, ao norte, e Aracaju, ao sul. HUlIfPHREY
são atribuídas ao Pré-Cambriano Inferior. e ALLARD consideram essas rochas da mesma

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

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LI M I T E DA

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COLUNA GEOLÓGICA

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QUATE~ NÁRIO
TERCIARIO
FORMAÇÃO BARREIRAS

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O CRETÁCEO INDIFERENCIADO
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BATOLlTO QUARTZO

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MAPA GEOLÓGICO DO HORSTE


::!:
O
o
FM RIBEIRÓPOLIS
rrEJ
QUE SEPARA AS BACIAS DO,
FM FREI PAULO
~
RECÔNCAVO, TUCANO E JATOBA,
FM OLHOS O'ÁGUA I VBoo I
DA BACIA DE SERGIPE/ALAGOAS
FM PALESTINA
~
ESC. - I: 2500 doo
FM CAPITÃO [YE]
o GRUPO MIABA CD
PRÉ- CAMBRIANO INFERIOR
GNAISSE DO ESCUDO BRASILEIRO
~
Fig. 1 MIGMATlTO PAULO AFONSO [}ITL]
6° 5°
COMiSSÃO DE REViSÃO DE ESTRATIGRAFIA

COLUNA L1TOESTRATIGRÁFICA ESQUEMÁTICA DO


COMPLEXO DO EMBASAMENTO
NO HORSTE QUE SEPARA AS BACIAS RECÔNCAVO - TUCANO-
JATOBÁ, DA BACIA DE SERGIPE / ALAGOAS
S N
GEOCRO-
NOLOGIA
SERGIPE ALAGOAS PE L ITOLOGIA
."~ ~ "'\,vJ\...
@) ROCHAS EXTRUSIVAS E HIPOABISSAIS ÁCIDAS CANDESITO,RIOLl-
TO,RIODACITO,VEIOS QTZO.ETC.)E BÁSICAS(BASALTO, DIABÁSIO E GABRO)

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z -:'..:-=-:-:.:~
@ FM. ESTÂI 1\:t1500m META (?) ARENITO SíLTICO E SILTITO VERMELHO A VER-
DE, I _ ') A MÉD.,A.NGc, IMATURO,·C/ESTR. X E MARCAS DE ONDA; INTERCA-
O <<:( o o
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~ LAÇOLd DE ARDOSIA E CAMADAS DE CONGLOMERADOS,
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o o DOLOMITA, CALCÁRIO E SíLEX, síLEX OOLíTlCO NA BASE

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DISCORDÂNCIA ANGULAR
@ BATOLITO PERNAMBUCO / ALAGOAS: GRANITO - ADAMELlTO-GRANODIORITO

@ HORNFELSE JARAMATAIA: HORNFELSE QUARTZO- FELOSPÁTlCO

® HORNFELSE TRAIPU: HORNFELSE PELíTlCD CINZA-PRATEADO, C/ ASPEC-


TO DE GRANADA - MICAXISTO
@ FM. RIBEIRÓPOLlS: FILlTOS C/LENTES DE METARENITO, MÁRMORES E
+ CAMADAS DE ROCHAS METAVULCÂNI CAS (ESP. 10000 m?)

+ ~
+ ® FM. FREI PAULO: METASSILTITO
ARENOSO GRADANDO PARA FILITO
MACI~O A ESTRATIFICADO, METASSILTlTD
ARENOSO CESP. 3000 A S'OOOm? 1

+~ ® FM. OLHOS-D'AGUA: CLORITA, SERICITA-XISTO INTERCALADA C/MÁRMORE


(ESP.1500 A 50001l)?l
+
+

O
+ o FM. PALESTINA:
A 3 OOOm)
METAGRAUVACA, C/SEIXOS DE GNAISSE ,E FILITO (1500

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@ ® FM. CAPITÃO: FILITO CINZA C/PRESEN~A DE METAVULCÂNICAS(>5000m?1

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+ FM. JACOCA: METACALCÁRIOS E DOLOMITAS (>200m 1 CINZA A CINZA-
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I=- = =
QUARTZOSOCESP.120m)

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+ + 1" ® FM ITABAIANA: METARENITO F E LDSPATlCO F I NO C/INTERCAL.
QUARTZITO BRANCO A CASTANHO CESP. 200 A 400m)
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® MIGMATlTO PAULO AFONSO

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C/BANDEAMENTO CINZA OU ROSA E PRÊTO
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ro + 11 11'

Fig.2
idade geral do Grupo Miaba, as quais apenas repre- da Formação Batinga. Há intrusões de diabásio e
sentam os depósitos formados na fossa, propriamente gabro em Sergipe, ao norte de Aquidabã e ao sul
dita, do Geossinclinal de Sergipe. Em época pos- de Curituba, e em Pôrto Real do Colégio e ao sul
terior êles foram dobrados e empurrados para o sul, de Entremontes, em Alagoas.
sôbre o Grupo Miaba e o Gnaisse. VANDOROS .e outros, em 1966, encontraram basalto
Admite-se uma idade pré-cambriana (média) para na localidade de Tiriri, próximo ao cabo de Santo
êste grupo, a partir da datação das rochas ácidas Agostinho (PE), onde foi determinada uma idade
nêle intrudidas. absoluta de 94 milhões de anos.
E.l.6.E - ROCHAS ÁCIDAS
2.1.4 - BATOLITO PERNAMBUCO-ALAGOAS
Mapeadas em áreas restritas, e representadas por
As maiores ocorrências de rochas intrusivas si- andesito, riolito e riodacito. Em Arauá (SE) apa-
tuam-se ao norte do rio São Francisco e fazem parte rece andesito-pórfiro, cinza-escuro. Riodacito ocorre
de um batolito que denominamos Batolito de Pemain- muna área bastante restrita, nas vizinhanças da ci-
bucojAlagoas; êsse batolito, com predominância de dade de Panelas (PE); é uma rocha ácida, de granu-
rochas ácidas, contém localmente rochas do grupo lação fina, rica em biotita; foi classificadl.'. macrosco-
intermediário. picamente e sua origem hipoabissal é duvidosa.
Ocupam área de afloramento mais ou menos igual, Próximo ao cabo de Santo Agostinho (PE) foi ma-
em extensão, à do Gnaisse, e ultrapassam os limites peada luna ocorrência de riolito-pórfiro, fino a afa-
mapeados pela PETROBRÁS. Recentes estudos de nítico, rosa-cinzento, com fenocristais de quartzo e
geocronologia indicaram para essas rochas (VANDO- feldspato; trata-se de rochas vesiculares, sugerindo
ROS, 1966) uma idade de 500 a 600 milhões de anos, origem vulcânica. Além do riolito, VANDOROS e ou-
o que corresponde ao fim do Pré-Cambriano. tros mencionam, nesta mesma área, a ocorrência de
granito e quartzo-pórfiro. Datações absolutas reali-
2.1.5 - FORMAÇÃO ESTÂNCIA zadas por êsses autores acusam idade de 87 a 99
milhões de anos para as ·rochas do cabo de Santo
A Formação Estância, descrita por HARTT em 1867
Agostinho.
e estudada posteriormente por vários 'autores, foi
redefinida e descrita por SOBRAL em 1964. 2.2 - GRUPO BAIXO SÃO FRANCISCO
Consiste em arenito fino e siltito arenoso, micáceo,
vermelho a púrpura e verde-cinzento, com interca- Propõe-se aqui o têrmo Grupo Baixo São Francisco
lações de ardósia e camadas pouco espêssas de con- para designar o pacote de sedimentos não-marinhos
glomerado policomposto. A base da formação cons- que aflora no nordeste de Sergipe e sudeste de-Ala-
titui-se de camadas de dolomito castanho-claro com goas, desde o vale do rio Japaratuba-1'1irim (Sergipe)
sílex, calcário cinza-escuro, às vêzes oolitico, e sílex, até o vale do rio Coruripe (Alagoas), limitado na
também oolitico. Estinla-se em menos de 100 me- base pelas rochas do Complexo do Embasamento, e
tros a espessura dos. carbonatos, e em mais de 1 000 no tôpô pelos sedimentos euxínicos da Formação
metros a dos arenitos e ardósias. São todos sedi- Muribeca. A denominação Baixo São Francisco pro-
mento~ ligeir~ment.e metamorfoseddosA~J-"')\\ vém do rio do mesmo nome, que em seu baixo curso,
De Idade mnda lllcerta, pOSSivelmente Cambriano entre Q morro do Chaves (propriá, SE) e o morro
ou Siluriano, repousa em discordância heterogênea do Aracm·é (Neópolis, SE), secciona a área de aflo-
sôbre o Gnaisse e em discordância angular sôbre as ramentos desta unidade, exposta em seu extenso vale.
rochas do Grupo Vaza-Barris. Sua área de ocor- O grupo, assim definido, é divisível em duas gran-
rência situa-se ao sul do rio Vaza-Barris, estando des unidades, que se destacam naturalmente por suas
presente na soleira das Bacias do Recôncavo e Tu- características litoestratigráficas. N a parte inferior,
cano. O poço IAst-1-SE (Itaporanga) terminou em com cêrca de 700 metros de espessura, uma seqüên-
sedimentos desta formação, após atravessar o falha- cia, heterogênea em seu conjunto, porém muito bem
mento de Itaporanga, no sul da Bacia de Sergipej definida nas diversas formações que a compõem, é
Alagoas. fàcilmente destacável da monótona sucesE'ão de are-
nitos, siltitos, folhelhos e alguns calcários interca-
2.1.6 - ROCHAS EXTRUSIVAS E HIPOABISSAIS lados, a ela sobreposta, atingindo espessuras até da
ordem de 5 000 metros.
e.I.B.l - ROCHAS BÁSICAS
Atribuímos a essas unidades categoria de subgrupo,
Ocorrem, em pequenas extensões, em vários pon- com as seguintes denominações: Subgrupo Igreja N 0-
tos do horste e não fazem parte do batolito. Pró- va, para o inferior, de acôrdo com a definição. de
ximo a Santa Luzia (Sergipe) e Aporá (Bahia) achou- KREIDLER, em 1948, para o membro do mesmo nome,
-se diabásio.- O embasamento do poço CN-1-SE(Co- e Subgrupo Coruripe, para a unidade superior..
tinguiba) também foi classificado como diabásio, es- O nome J apoatã, como formação ou como grupo,
tando sotoposto aos sedimentos do Membro Atalaia foi empregado por diversos autores, com significados

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

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e posições diferentes, gerando confusão na termino- mesmo nome, na proximidade da qual foi perfurado
logia estratigráfica da bacia. Por outra parte, apesar o poço SM-1-SE (Santa Maria), cujo intervalo de
de não ser lUll têrmo estratigráfico bem definido, o 2328-2352 m serve de secção-tipo para êste 'mem-
nome Baixo São Francisco tem sido aplicado, de ma- bro (fig. 5). .
neira geral, dentro da definição de DERBY (com ex- a-2) O Membro J.11ulungu abrange os conglome-
ceção de PETIÚ, em 1962, que lhe deu significado rados da Formação Batinga que ocorrem cominaior
mais amplo); além disso, é lUll nome consagrado na freqüência no sul de Alagoas. Teve o nome do
literatura geológica nacional, com absoluta priori- povoado de M ulungu, situado às marg~ns da rodo-
dade para designar esta parte da "secção não-mari- via BR-101, em Alagoas, em cujas imediações se
nha" da Bacia de Sergipe/Alagoas. Estas razões pa- localizam excelentes exposições dos elásticos gros-
recem suficientes para justificar o abandono do nome seiros e imaturos que constituem êste membro.
J apoatã como têrmo estratigráfico de qualquer cate-
goria, na Bacia de Sergipe/Alagoas, e recomendar a a-3) O Membro Boacíca abrange o corpo domi-
adoção do nome Baixo São Francisco, com categoria nante da Formação Batinga, representado por rit-
de grupo, para designar a unidade ora definida. mitos sílticos. Nome tomado do rio Boacica (Ala-
goas), em cujo vale ocorrem boas exposições desta
2.2.1 - SUBGRUPO IGREJA NOY A litofácies.
Como secção-tipo da Formação Batinga forap.l
Têrmo tomado da cidade de Igreja Nova, Estado designadas as exposições dos cortes da Estrada de
de Alagoas, nos arredores da qual se acha esta uni- Ferro Leste Brasileiro compreendidos entre o trecho
dade melhor exposta. Quem primeiro reconheceu de 900 a 3 000 metros a NE da Estação de Batinga,
nesse pacote de sedimentos lUlla unidade litológica rumo aPropriá (fig. 4).
individualizada foi KREIDLER, em 1948, que o de-
signou como membro "A" ou "Igreja Nova" da h) Litologia
"formação Japoatã". PERRELLA, em 1963, adotou A Formação Batinga se caracteriza, tanto em su-
a mesma definição de KREIDLER, elevando o têrmo perfície como em sub superfície, pela ocorrência de
à categoria de subgrupo, desmembrando, porém, a ritmitos sílticos (1v1b. Boacica), de paraconglomerados
Formação Batinga, definida por BENDER em 1957. tiloidais (J\1:b. Mulungu)· e de ortoconglomerados e
Sugerimos manter a designação de Subgrupo Igreja arenitos grosseiros (Mbs. Mulungu e Atalaia). As
Nova, proposta por PERRELLA, voltando, porém, à litofácies são gradacionais entre si, a mais fina ocu-
definição original de KREIDLER. pando a parte superior e costlUllan~o a maif'l gros-
Assim redefinido, o Subgrupo Igreja Nova designa seira predominar na parte inferior da formação.,
a unid?-de basal da coluna sedimentar da bacia, com h-Í) O J.l1embro Atalaia é representado por arenitos
cêrcade 700 metros ·deespessura, situada estrati- grosseiros e imaturos, caulínicos, de coloràção esbran-
gràficamente entre o Complexo do Embasamento, quiçada, que na área sul de Sergipe assentam sôbre
na parte inferior, e o Subgrupo Coruripe, na parte o emba~amento;
superior. 1tste subgrupo divide-se nas cinco forma-
ções aqüienUmeradas-pela ordem de deposição: Ba- h-2) O Membro Mulungu é constituído por para-
tinga, Aracaré, Candeeiro, Bananeiras e Serraria. conglomerados de seixos, calhaus e matacões de ro-
chas ígneas e metamórficas, de forma e grau de
2.S.1.1 - FORMAÇÃO BATINGA arredondamento variados, caoticamente imersos em
a) Generalidades, definição e secção-tipo matriz síltico-arenosa, de côr cinzenta, com tonali-
dades cambiantes do esverdeado ao acastanhado .
O nome da formação deriva do povoado de Ba- . Embora não tenham sido encontrados indícios mais
tinga (Sergipe), localidade na qual BENDER definiu conclusivos, como, por exemplo, blocos estriados,
esta unidade em 1957. Posteriormente, em 1963, admite-se a possibilidade desta litologia representar
PERRELLA propôs sua divisão em dois membros. No lUll tilito. Na área de Igreja Nova (Alagoas), a base
presente trabalho está sendo formalizada a definição da secção contém ortoconglomerados de seixos arre-
desta secção basal da coluna sedimentar da Bacia dondados de quartzo, em matriz de arenito limpo,
de Sergipe/Alagoas, sob o nome de Formação Ba- intercalados com arenitos caulínicos que mostram
tinga. A defirução original de BENDER foi parcial- forte estratificação cruzada. No vale do rio Peru-
mente mantida, subdividindo-se a unidade, porém, caba se observam intercalações de camadas arenosas
em três membros, a saber: Atalaia, J.1ulungu e Boa- com leitos de conglomerados e de siltitos listrados.
cica, nomes aqui formalmente propostos na nomen-
h-3) OMembro Boacica caracteriza-se pela ocor-
elatura estratigráfica da Bacia de SergipefAlagoas.
rência de siltitos laminados - laminações ora muito
a-I) O Membro Atalaia abrange a secção de elás- finas e regulares, assemelhando-se a lUll varvito, ora
ticos gr:Qsse~os' da Formação Batinga que ocorrem irreQ:ulares
l:> , com estratificação cruzada e freqüentes
no sul de Sei'gipe.· A designação vem da praia do gradações para arenitos e folhelhos. As côres dos

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86,--jan.fmar. 1969

27
Folhelho laminado,
cZ.-esverdeado a azu lado

Folhelho laminado. pardo-azulado


o

Siltito argiloso, cz:-claro, e folhelho


laminado, como acima

50
Folhelho cinza, bem laminado

Siltito cinza-esverdeado, com listras escuras,


e arenito cinza- esverdeado muito fino
Na secção predomina o siltito.
100m

Arenito róseo gran. a siltito, argiloso e com


camadas listradas

BATMU MB. MULUNGU


CGL com seixos de micaxisto , qtz. e granito,
em matriz arenosa cinza

EMBASAMENTO (GR. VAZA-BARRiS)

+
+
+
+

+
+

-o
10
o
(O
ro

SECCÃO TI PO DA
FM. BATINGA

o 2,5 5
BOIS I I I
km

Fig. 4 - Secção-tipo da Formação Batinga


Poço SM-i-SE (Santa Maria n!1)
BAP=4,8m BHQ=8,3m
UTM: 8786131m(MC39°)

709550m

BAN FM. BANANEIRAS

MS.SOACICA

Intercalações de arenito
fn. e siltito cZ.-esverdeado

2328 (-2320)

MS. ATALAIA

2352(-2344)
P-6

Fig. 5 - Secção de referência da Formação Batlnga - Secção-tipo do Mb. Atalaia

sedimentos dêste membro vão do cinzento ao acas- (Mb. Atalaia) nas partes estruturais mais baixas
tanhado, mas pode-se encontrar coloração esverdeada da área.
ou avermelhada. De maneira geral, nota-se predominância dos elás-
ticos grosseiros do Membro Mulungu para o norte
c) Comportamento estratigráfico do rio São Francisco, enquanto para o sul do mesmo
A Formação Batinga afIora ao longo da borda rio dominam os siltitos do Membro Boacica.
oeste da bacia, desde Batrnga, em Sergipe, até o rio O contato inferior da Formação Batinga situa-se
Perucaba, em Alagoas. Tem espessura média da em discordância heterogênea com o Complexo do
ordem de 200 metros, e extensão conhecida, em sub- Embasamento. O contato superior da unidade é deli-
superfície, desde a área de S. Miguel dos Campos, neado na base de uma seqüência de folhelhos escuros
em Alagoas, até Carmópolis, em Sergipe. Daí para da Formação Aracaré, sobrejacente. Na área sul de
o sul, a unidade tende a desaparecer por erosão, res- Sergipe, onde esta última está ausente p'or erosão,
tando apenas alguns delgados remanescentes locais sobrepõem-se à Formação Batinga os folhelhos ver-

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan.fmar. 1969

29
melhos da Formação Bananeiras. O contato Ba- Em decorrência do período erosional pré-Meso-
tingajAracaré parece verificar-se por discordância pa- zóico que atingiu êstes sedimentos, a possança da
ralela na maior parte de sua extensão, ao passo que unidade é variável. As espessuras máximas obser-
o contato BatingajBananeiras, no sul de Sergipe, é vadas são da ordem de 250 metros e ocorrem no
por discordância angular. Os contatos entre os Mem- vale do rio Perucaba, em Alagoas. A discordância
bros MulungujBoacica, bem como AtalaiajBoacica, citada na letra c) da subseção 2.2.1.1 erodiu por com-
da lmidade, são intergradacionais, fato muito bem pleto a unidade na extremidade sul da bacia; e re-
ássinalado nas exposições do vale do rio Perucaba, moveu também, gradualmente, a parte superior da
em Alagoas. mesma em Alagoas, na direção do poço SMC-1-AL
(São Miguel dos Campos), onde a espessura se reduz
d) Idade, paleontologia e correlação
a apenas 29 metros (fig. 10).
O conteúdo fossilifero da Formação Batinga é rela- Dos contatos da Formação Aracaré, fáceis de iden-
tivamente pobre. Até o momento, apenas foram tificar, o superior é tomado no tôpo do primeiro
encontrados esporomorfos, entre os quais os do gê- arenito sotoposto aos folhelhos vermelhos da For-
nero . Florinites, em testemunhos do Membro Boa- mação Bananeiras, e, no caso da ocorrência da For-
cica. A partir dêsses dados, atribui':'se aos sedimentos mação Candeeiro, é marcado ao longo do apareci-
idade neocarbonífera. mento mais abundante de sílex; o inferior é marcado
12.12.1.12 - FORMAÇÃO ARA.CARÉ na base da secção de folhelhos pretos, sobreposta aos
a) Generalidades, definição e secção-tipo siltitos da Formação Ba~ga (figs. 10 e 11).
O nome Formação Aracaré, proposto por PER-· d) Idade, paleontologia e correlação
RELA em 1963, é aqui formalizado para designar a
Esporomorfos dos gêneros Striatites, L71eckisporites,
·seqüência de rochas que corresponde à maior parte
Limitisporites, Vestigisporites, Vittattina e Striatosa-
da "formação J apoatã Inferior" mencionada no
cites foram encontrados na parte inferior da unidade
Estudo da Bacia, de 1960 (fig. 6). Abrange ela
e permitem atribuir a êstes sedimentos uma idade
tôda a secção sedimentar que ocorre sobreposta
permiana.
aos siltitos da Formação Batinga e sotoposta aos
folhelhos vermelhos da Formação Bananeiras, ou aos 12.12.1.8 - FORMAÇÃO CANDEEIRO.

arenitos da Formação Candeeiro. O nome da uni- a) Generalidades, definição e secção-tipo


dade prende-se ao do morro do Aracaré, situado nas
Os sedimentos desta unidade não foram ainda
imediações de N eópolis, em Sergipe, onde os aflora-
reconhecidos em superfície. A denominação Forma-
mentos da margem esquerda do rio São Francisco,
ção Candeeiro provém çlo poço CO-1-AL (Candeeiro
localizados entre O morro do Aracaré e a Fazenda
n.O 1), cujo intervalo de 1373-1 435 metros ficou
Borges, foram escolhidos para secção-tipo desta uni-
adotado como secção-tipo da -formação (fig. 7): O
dade (fig. 6). -
nome é aqui proposto .para designar o pacote de are-
b) Litologia nitos e siltitos avermeihad~s que ocorrem para o
A Formação Aracaré apresenta lUna litologia bem norte do rio perucaba, até as prqximidades da área
heterogênea, com intercalações de arenitos, folhelhos de São Miguel dós Campos, em Alagoas. Esta secção
e calcários, associados a sílex. Em geral, a presença sedimentar parece constituir uma fácies mais gros-
do sílex é diagnóstica para o reconhecimento da uni- seira dos folhelhos vermelhos da Formação Bana-
dade; êle ocorre em leitos, ou em nódulos, ou em in- neiras, e ·até o momento reConhecida apenas em sub-
clusões, e pode ainda, mais raramente, ser .oolítico superfície. A Formação Candeeiro corresponde a
ou pisolítico. Em sub superfície, a parte basal da uma fração da parte superior da "formação J apoatã
lmidade mostra as mais das vêzes predominância de Inferior" do Estudo da Bacia, de 1960. -
folhelhos negros, brilhantes e quebradiços; na parte b) Litologia
média há uma zona de picos radioativos; e na parte
superiór predominam as ocorrências de sílex. A unidade constitui-se de arenito branco a cinza..,
-róseo e avermelhado, fino a médio, com interestrati-
c) Comportamento estratigráfico ficações grosseiras, localmente contendo grânulos e
A Formação Aracaré aflora nas proximidades .da seixos de sílex sub angular . N esta secção interca-
borda oeste da bacia, notadamente _no. vale do rio lam-se ainda folhelhos vermelhos
. e. siltitos calcíferos.
Perucaba, em Alagoas, como também no horste de
Penedo, às margens do rio São Francisco, no trecho
compreendido entre Neópolis e o morro do Aracaré, A Formação Candeeiro não foi reconhecida em
em Sergipe. Em superfície, estende-se desde as pro- superfície, e em poço tem sua ocorrência restritá à
ximidadeS' de Carmópolis, em Sergipe, até a área de área sul de Alagoas, entre as localidades de São Mi-
São Miguel dos Campos, em Alagoas. guel dos Campos e Feliz Deserto.

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan.jmar. 1969

30
/

BAN FM ,BANANEIRAS
...
,~ 'V\/VVVVVV'? "V'V'
? ,
;)
ARA FM. ARACARE
Arenito branca, md. a grs., caulínico, com delga-
dõs leitos e nódulos de sílex

Om

50 .

f , .
Are(1ito branco a roseo, md. a grs., çaulínico, in-
100 tercalado com sílex nodular e" laminado. Local-
mente, estratificação cruzada.

Folhelho síltico verde'-amarelo, bem estratificado

'VVVV'VV'VV' ?
BAT . FM. BATINGA

./
-----_/
~
tO
r<l
o
<.D
r<l

Fz. Borges

o km 0,5 1
I I % .J

Fig. 6 - Secção-tipo da Frn. Aracaré


poço CO-i -AL (Candeeiro n ~ 1 )
BAP=91,6m BHQ=96,Om
UT M 8 891 100m (M C 39°)

806350m

FM. Bananeiras

1373

I NTERCALAÇÕES DE
FM. Candeeiro ARENITO FN. A MO:,
SíLTICO,E FOLHELHO
VERMELHO ""-
"""
<:

1435

FM. Aracaré

Fig. 7 - Secção-tipo da Fm. Candeeiro

A espessura média atinge cêrca de 50 metros, tor- como síncronos com os folhelhos da Formação Bana-
nando-se mais delgada na área de Feliz Deserto, neiras. Admite-se para êles uma idade neojurássica.
onde conta apenas 15 metros, .e mais possante em
direção à área de São Miguel dos Campos, onde V2.1..4- - FORMAÇÃO BANANEIRAS
ultrapassa os 60 metros.
a) Generalidades, definição e secção-~ipo
O contato superior da unidade é gradacional com
os folhelhos vermelhos da Formação Bananeiras, e O nome Formação Bananeiras foi introduzido por
tomado no tôpo do primeiro arenito bem desenvol- PERRELLA, em 1963, para designar um pacote de
vido sotoposto a êstes. O contato inferior com a folhelhos vermelhos, fàcilmente intemperizáveis, que
Formação Aracaré é discordante, marcado ao longo até então vinha sendo informalmente designado por
do aparecimento mais abundante de sílex, diagnós- autores sucessivos como "membro Igreja Nova", "fo-
tico para o reconhecimento desta última formação. lhelho J apoatã", "camadas vermelhas da formação
J apoatã", etc. No presente trabalho propõe-se a
d) Idade, paleontologia e correlação formalização do nome Formação Bananeiras para
Até o momento, os estratos da Fórmação Can- êstes sedimentos. Como secção-tipo são indicados
deeiro permanecem estéreis em fósseis .. Porém, atra:- os afloramentos que· aparecem nos cortes da Estrada
vés de rastreio por perfis elétricos e radioativos, de Ferro Leste Brasileiro, a 1,3 km SW da vila de
apoiado pelo "pico gama", êstes sedimentos são tidos Bananeiras, Estado de Sergipe (fig. 8).

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan.fmar. 1969

32
SER
FM. SERRARIA

BAN FM BANANEIRAS
1111

Om

Folhelho vermelho, com manchas verdes,


caldfero

25

50

ARA FM ARACARÉ

Secção tipo da
Frn. Bananeiras

/5. M. DOS 8015 Okm


I
,
1,5
,
5

Fig. 8 - Secção-tipo da Fm. Bananeiras


-,
I
b) Litologia ção J apoatã Superior", etc. Propõe-se aqui a forma-
lização do nome Formação Serraria para denominar
Esta formação é constituída de folhelho e argilito
êste pacote de sedimentos.
vermelhos, acastanhados e arroxeados, mosqueados
Como secção-tipo da unidade se escolheu a expo-
de verde-claro, raramente verdes mosqueados, sílti-
sição situada próximo do povoado de Serraria, às
cos, às vêzes micromicáceos, não apresentando fissi-
margens do rio Boacica, a 6 km SSE da. cidade de
lidade. Localmente, foram observados turboglifos e
Igreja Nova e 14 km NW da cidade de Penedo, em
outras marcas de base; e identificadas também pos-
Alagoas (fig. 9).
síveis grêtas de contração.
Próximo à base da formação aparecem interca- b) Litologia
lações calcíferas,gradando a calcários avermelhados,
Esta unidade é composta de arenito branco, acin-
argilosos e sílticos, com aglomerações de ostracodes. zentado e avermelhado, de granulação média a gros-
Além disso, ocorrem ali delgadas intercalações de seira, mal a regularmente selecionado, grãos freqüen-
arenitos finos argilosos e avermelhados.
temente sub angulares, feldspático, caulínico, local-
c) Comportamento estratigráfico mente conglomerático. O tôpo da formação apre-
senta arenitos com fileiras de grânulos e cascalhos,
Os afloramentos desta unidade são vlslveis ao
e numerosas ocorrências de troncos de madeira sili-
longo· da borda oeste da bacia, desde a Fazenda
cificada. Observam-se também intercalações subor-
Pão de Açúcar, na cidade de Muribeca, em Sergipe,
dinadas de folhelhos sílticos, cinza-esverdeados a ver-
até o sul da cidade de Junqueiro, em Alagoas. Em
subsuperfície sua ocorrência é regional, estando au- melhos. Êstes últimos, freqüentes em particular na
base da unidade, sugerem uma intergradação com
sente apenas nos altos da bacia que sofreram pro-
funda erosão. os folhelhos vermelhos da Formação Bananeiras. In-
clusões ou mesmo camadas de matéria carbonosa são
As maiores espessuras - 200 metros - se acham
encontradas em associação com os arenitos da for-
nas vizinhanças de Carmópolis, em Sergipe; para o
mação.
norte, a unidade se adelgaça até espessuras em tôrno
Comum a estratificação cruzada, que se pode
de 70 metros.
mesmo considerar uma característica da unidade.
O contato inferior da Formação Bananeiras corres-
ponde a uma proeminente discordância erosional, c) Comportamento estratigráfico
que coloca seus sedimentos ora sôbre elásticos da Os afloramentos da formação se distribuem na
Formação Aracaré, ora sôbre siltitos da Formação borda oeste da bacia, desde a cidade de Muribecà,
Batinga, ou mesmo sôbre o Complexo do Embasa- em Sergipe, até o rio Piauí, cêrca de 8 km ao sul
mento. Todavia, nas áreas onde está sobreposta à de Junqueiro, em Alagoas. Em subsuperfície é geral
Formação Candeeiro, o contato é transicional com sua ocorrência, estando ausente apenas nos altos re-
esta e definido pelo aparecimento dos primeiros are- gionais, que sofreram intensa erosão ao fim do Cre-
nitos da Formação Candeeiro. O contato superior, táceo Inferior.
embora localmente bem marcado, é regionalmente O contato inferior dos arenitos da Formação Ser-
intergradacional, definido, em subsuperfície, na base raria com os folhelhos vermelhos da unidade soto-
do último arenito bem desenvolvido da Formação posta é bem marcado, tanto em superfície como em
Serraria. subsuperfície. O contato superior, com os folhelhos
d) Idade, paleontologia e correlação da Formação Barra de Itiúba, é demarcado ao longo
do aparecimento dos arenitos grosseiros da Forniação
Os sedimentos desta formação cOl·respondem à
Serraria.
zona bioestratigráfica 001, a qual é definida pela
amplitude do ostracode "1I1etacypris" sp. 3-BA. In- d) Idade, paleontologia e correlação
fere-se uma idade Cretáceo Inferior (ou Jurássico A unidade é pobre em material fossilífero; mas
Superior ?), podendo, a partir da microfauna, ser contém freqüentes troncos de madeira, descritos como
correlacionada à idade da fácies Wealden. Dadoxylon benderi. A presença do esporo identificado
A Formação Bananeiras permite correlação com como Callialasporites trilobatus (?) também já foi
os estratos da Formação Aliança, que ocorre nas assinalada.
Bacias do Recôncavo e Tucano. A julgar pela posição e relações estratigráficas, in-
'UU.5 - FORMAÇÃO SERRARIA. fere-se uma idade Cretáceo Inferior (ou Jurássico
a) Generalidades, definição e secção-tipo Superior?) para êstes sedimentos.
Com o têrmo Formação Serraria, também intro- 2.2.2 - SUBGRUPO CORURIPE
duzido informalmente, em 1963, PERRELLA designou Propõe-se aqui o têrmo Subgrupo Coruripe para
um pacote de arenitos grosseiros que até então já designar o pacote sedimentar constituído por elás-
haviam sido chamados "arenito Japoatã", "forma- ticos grosseiros afins, coiu alguns bancos de calcá-

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 .(1): 21-86, jan./mar. 1969

34
81 FORMAÇAO
- 8.fTIU8A
.
~;,

(':-:,,": ",',,' ,', ",'


" '. ' . . ..... '

SER " , "


'. FORMAÇÃO SERRARIA
o,'.
.'
',
-,
••••••••• '

Arenito amarelo a avermelhado, md, a grs.,


o
subangular, ma I cl assificado , friável, felds-

C'" ',''' .. ,,' pático , acamamento médio a grosseiro,

.))./• \
com, estratificação cruzada

•.•..••.•••
25-

conglomeráficos; madeira silicificada

50m (' .... : '.' ':: ,',:',',


, ,
, "

.. "
" '

silicificada'

BAN ~ FORMAÇÃO BANANEIRAS

, "

~ ALAGOINHAS
~~~~====~~~~~~----------~---IOoOO~S----~~~------~---;

<li
SECÇ:AO TIPO DA
...:;...-----1
FM. SERRARIA

o 2,5 5
I I I
km

Fig. 9 - Secção-tipo da Fm. Serraria


rios não-marinhos intercalados. A unidade engloba calações relativamente delgadas de arenitos, siltitos
todos oS sedimentos compreenHidos ~ntre a base da e calcários.
Formação Muribeca e o tôpo dd:~Formação Serraria. Em superfície, por motivo da fácil alteração dos
Grande parte da unidade não aflora; apenas as folhelhos, são raros os seus afloramentos, a não ser
secções inferior e média são conhecidas em super- quando intercalados com leitos de arenitos, siltitos
fície. Assim se explica a introdução do' nome Coru- ou calcários. Em sllbsuperfície, a percentagem dos
ripe, tirado do rio que corta aproximadamente o folhelhos parece mais elevada na amostragem de
centro da área geográfica onde ocorre esta unidade, calh~, uma vez que grande porção das areias, muito
cujos sedimentos médios se acham expostos no vale finas ,')ussa através das peneiras, ficando perdida
do rio. para, descrição.
O subgrupo foi dividido em seis formações, comen- Os folhelhos são agulheados e lisos, de coloração
tadas a seguir pela ordem de sedimentação: Barra de verde-oliva a negra, em parte calcíferos, podendo
Itiúba, Penedo, Rio Pitanga, J.l1 01'1'0 do Chaves, Ca- conter pequenos nódulos calcários. Locahnente se
queira Sêco e Ponta Verde. tornam sílticos, apresentando-se nesse caso associa-
dos a fortes concentrações micáceas ao longo dos
2.2.$3.1 - FORMAÇÃO BARRA DE ITIÚBll
planos de estratificação. Na secção inferior da uni-
a) Generalidades, definição e secção-tipo dade podem ocorrer leitos de folhelho vermelho-
KREIDLER, em 1948, reconheceu-a pela primeira -tijolo.
vez como unidade litoestratigi:áfica individualizada, Os arenitos da unidade são muito finos e bem
denominando-lhe oS sedimentos "membro Barra de selecionados, em geral limpos, de colorações claras,
Itiúba" da sua "formação J apoatã". O nome refe- variando do cinza ao branco. Locahnente se tornam
re-se ao povoado de Ban'a de Itiúba, margem esquer- sílticos, e nesse caso têm concentrações micáceas ~o
da do rio São Francisco, a montante da cidade de longo de certos planos de estratificação. Laminaçõefl
Penedo, Estado de Alagoas. convolutas fazem-se comuns através dos corpos are-
Em 1960, o Estudo da Bacia definiu, a. partir de nosos e sílticos da unidade.
dados de subsuperfície, a "formação Feliz Deserto", Os calcários, muito duros, podem ser micro crista-
que em parte eOl'responde à seqüência sedimentar linos ou co quinas ostracodais. Ocorrem intercalados
em pauta. A definição da unidade se prendia, porém, nos folhelhos, em leitos delgados cuja espessura mé-
a zoneamentos micropaleontol6gicos, subentendendo dia fica entre 10 e 30 centímetros. Sua coloração é
na designação um significado bioestratigráfico. PER- acastanhada a creme-amarelada. Restos de peL"\:e,
RELLA, ao ocupar-se da questão, em 1963, sugere o sobretudo escamas, são freqüentes nestes calcários,
abandono do nome "Feliz Deserto" em favor de podendo ainda, locahnente, tomar aspecto brech6ide.
Barra de Itiúba, conferindo a êste têrmo o mesmo c) Comportamento estratigráfico
significado que IútEIDLER, mas elevando-o à cate~ Encontram-se exposições da Formação Barra de
goria de formação. A sugestão procede não só em
face da prioridade do segundo têrmo sôbre o pri-
Itiúba desde os vales dos rios J aparatuba J apa- e
ratuba-Mirim, em Sergipe, até os vales dos rios Peru-
meiro, mas, principahnente, por estar o nome "Feliz
caba e Boacica, em Alagoas. Afloramentos isolados
Deserto" implicado, no Estudo da Bacia, com a são conhecidos, ainda, no vale do rio Jiquiá, pró-
designação de uma unidade bioestratigráfica que não
ximo à Usina Sinimbu, em Alagoas. Em subsuper-
corresponde inteiramente à formação descrita a par-
fície, a unidade está presente desde o Baixo de Mos-
tir de critérios litológicos. queiro, ao sul de Aracaju, em Sergipe, até a área de
ltste argumento justifica o abandono definitivoMarechal Deodoro, em Alagoas. Para nordeste dessa
do têrmo "Feliz Deserto" em prol do nome F arma- área a formação não foi ainda penetrada, em virtude
ção Barra de Itiúba, para designar formahnente os da grande profundidade de ocorrência.
folhelhos verde-oliva e negros sotopostos aos clás- A espessura é variável: em Sergipe, onde ela pa-
ticos da Formação Penedo e sobrepostos aos arenitos
rece estar truncada por uma discordância eocretácea,
grosseiros da Formação Serraria. a unidade tem possança relativamente reduzida, não
Como secção-tipo da Formação Barra de Itiúba costumando ultrapassar os 500 metros; em Alagoas,
é aqui adotada a mesma escolhida por IútEIDLER, a onde a sedimentação deve ter sido mais contínua,
saber, os afloramentos expostos no Estado de Ala- atinge espessuras da 'ordem de 2 000 metros.
goas, à margem esquerda do rio São Francisco, entre N a área de Pacatuba se observa um bom hori-
o morro Vermelho e Castro, a montante da cidade zonte-chave, caracterizado pelo aparecimento de fo-
de Penedo (fig. 12). lhelho vermelho-tijolo, a cêrca de 300 metros acima
do contato com a Formação Serraria.
b) Litologia O contato inferior da unidade com a Formação
A Formação Barra de Itiúba é constituída por Serraria é aparentemente concordante e litolôgica-
uma seqüência monótona de folhelhos, com inter- . mente bem definido, sendo marcado, tanto em poço

B.. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro" ....12 (1): 21-86, jan.fmar. 1969

36

'.
BI
f
t. ,
In tercal ações de arenito Arenito roseo, fn. micóceo,
com folhelho e siltito, argiloso, com est. cruzada;
cz. - amarelados a Jerdes, folhelho cinza, verde e a-
calciferos, localn ie marelo, calc; calcário cin-
com ost~acodp.s za a cast., duro, micro-
,Om a recrist., localmente 05-

tracodal

100

200

:1

300
;

Arenito fn. amarelo, bem


,
400 Arenito roseo, fn. bem seI.. com est. cruzado
seI., micáceo; folhelho e interc. de folhelho e
e siltito cz., calc. I os- siltitos'~erdes, em porte
tracodol micáceos

SER
+

PROPRIÁ
+ )+~
+ +
\
+\ SECÇÃO TIPO DA
SOBRADO

+ +
\ FM. B. ITIÚBA
+ +)
+/ o 2,5 5
/ I I li I
km
.,.
"
Fig. 12 - Secção-tipo da Fm. Barra de Itiúba
'\
\
\

como em superfície, no primeiro aparecimento de b) Litologia


arenitos grosseiros. Ao longo dêsse contato o'eorre A Formação Penedo é constituída de espessos lei-
uma zona de transição, de cêrca de 30 metros de es- tos de arenitos mal classificados, com intercalações
pessura, bem evidenciada pelos registros elétricos e de folhelhos e siltitos.
radioativos; essa zona, em virtude de sua extensão Os arenitos têm coloração branca e cinzenta a
regional, serve de camada-chave para correlação de- amarelada, localmente com tonalidades esverdeadas
talhada. O contato superior da Formação Barra de ou avermelhadas. Grãos de feldspato alterado para
Itiúba mostra-se transicional em Alagoas e aparen- caulim lhes conferem um pontilhado branco caracte-
temente discordante em Sergipe. Litolôgicamente rístico. Os grãos são sub angulares a subarredondados.
mal definido, êsse contato é tomado na base dos Granulometria fina a grosseira. Podem ocorrer len-
arenitos mal selecionados que caracterizam a secção tes conglomeráticas. Os arenitos da unidade são
predominantemente arenosa da Formação Penedo, limpos a argilosos, muitas vêzes pintalgados de mica.
e também reconhecido pelo aumento da percentagem . Estratificações cmzadas em diferentes escalas estão
dos folhelhos verde-oliva a negros, aciculares, que presentes em quase todos os corpos arenosos da uni-
são mais abundantes na Formação Barra de Itiúba. dade, através dos quais não são incomuns estruturas
Nas partes marginais da bacia, os conglomerados convolutas.
da Formação Rio Pitanga podem cobrir os sedi- Os folhelhos, placosos a aciculares, em parte mi-
mentos da Formação Barra de Itiúba. cáceos, têem suas côres variadas do verde-claro ao
cinza-escuro; a côr castanha também é freqüente, e
d) Idade, paleontologia e correlação
mais rara a côr veTmelha, esta últinla observada só
A idade da Formação Barra de Itiúba é referida nas zonas próximas a antigas margens sedimentares
ao Cretáceo Inferior. Seus estratos comportam ostra- ou nas adjacências da Formação Rio Pitanga.
codes não-marinhos das zonas 007,006,005,004,003, Os siltitos, em geral cinzentos e micáceos, ocorrem
e pólen das zonas diferenciais 490 e 480; e através em distribuição irregular através de tôda a secção.
de semelhanças faunísticas e certos caracteres litoló- Localmente se constata a presença de calcários
gicos permitem correlação com sedimentos das For- argilosos e impuros, cuja coloração varia de cinza a
mações Candeias e Ilhas, das Bacias do Recôncavo creme-acinzentada.
e Tucano.
c) Comportamento estratigráfico
g.g.g.g - FORMAÇÃO PENEDO
A Formação Penedo aflora, em áreas descontínuas,
a) Genei·alidades, definição e secção-tipo desde o vale do rio J aparatuba, em Sergipe, até o
vale do rio Coruripe, em Alagoas. Afloramentos iso-
, O têl;mo, tomado da cidade de Penedo (Alagoas), lados se localizam, ainda, nas vizinhanças de Rio
foi aplicado a primeira vez por KREJIDLER, em 1948, Largo e de Matriz de Camarajibe, ambas em Ala-
para designar a unidade que descreveu como "mem- goas. Em subsuperfície, a ocorrência da unidade é
bro Penedo" da sua "formação J apoatã". registrada desde o BaL'{o de IvIosqueiro, em Sergipe,
Em 1960, o Estudo da Bacia definiu, a partir de até a área de J aparatinga, Alagoas.
dados· de subsuperfície, as "formações Poxim e São A espessura média situa-se em tôrno dos 800 me-
Miguel", que em parte correspondem à s.eqüência de tros. Apenas em Sergipe, onde a unidade é truncada
sedimentos em epígrafe. No, entanto, a definição pela discordância pré-Muribeca, sua possança acusa
dessas unidades continha referência indireta a zonea- médias mais reduzidas.
mentos micro paleontológicos, subentendendo nas de- O contato inferior com a Formação Barra de
signações um' significado bioestratigráfico. Em con- ltiúba, de caráter gradacional em Alagoas, e aparen-
seqüência, propõe-se o abandono dos têrmos "Po- temente discordante em Sergipe, é maréado na base
xim" e· "São :Miguel" em favor do nome Penedo, dos arenitos mal selecionados da Formação Penedo.
empregado êste têrmo com a mesma significação que O contato superior, com a ~ormação :Morro do
em KREIDL~R, porém elevado à categoria de for- Chaves, é concordante; sendo definido na base das
mação. E a Formação· Penedo passa a englobar os ocorrências de carbonatos. Próximo ao tôpo da uni-
clásticos que se encontram sotopostos aos carbo- dade ocorre um arenito muito bem evidenciado pelos
natos da Formação Morro do Chaves, adjacentes registros elétricos e radioativos, com características
aos conglomerados da Formação Rio Pitanga, e reconhecíveis desde Sergipe até Alagoas. :ltsse leito
superpostos à secção de clásticos finos da Formação de arenito, informalmente denominado "arenito Po-
Barra de Itiúba. xim", funciona como uma das melhores camadas de
Como secção-tipo da unidade foram ,aqui adota- correlação através da secção não-marinha da Bacia
dos os afloramentos expostos na margem direita do de Sergipe/Alagoas. '
rio São Francisco, no trecho compreendido entre Lateralmente, a Formação Penedo pode variar
Carrapicho e Neópolis (fig. 13). para os sedimentos da Formação Rio Pitanga. Nesse

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

38
PO
-
Om

)
Arenito :llIurelo - claro,
mal selecionado, caulínico, Arenito amarelo - claro
100 frióvel, com leitos con-
•••• 0 •

pintalgado de branco,
........ -----
:....::....--.:. ...:...--
glomeróticos, mostrando granulação média a
\
em parte estratificação grosseira, contendo seixos
convoluta .. esparsos de quartzo e
folhelho e siltito muito
200 intemperizado. de côres
variadas.

C·:·:-:-·::-:-:-:
\

300

400 Areni to amare lo, caulinico,


friável, bem selecionado, Arenito amarelo - claro
de granulação média pintalgado de branco,
....... caulínico, granulaqõo média
a grosseira, com· leitos
500
conglomeróticos

BI

:J\
SECÇÃO
,.
FORMAÇAO
PENEDO

o 5
I I
km

Fig. 13 - Secção-tipo da Fm. Penedo


caso, o seu contato é mal definido, sendo arbitrària- c) Comportamento estratigráfico
mente tomado na secção onde começa a aparecer o
A Formação Rio Pitanga aflora em faixas descon-
conglomerado policomposto.
tínuas na borda oeste da Bacia de Sergipe/Alagoas,
d) Idade, paleontologia e correlação desde Propriá até Muribeca, em Sergipe. Em sub-
superfície, ocorrências desta unidade são reconhe-
Atribui-se à Formação Penedo a idade Cretáceo· cidas desde as áreas de Itaporanga e Riachuelo até
Inferior (Wealden). Seus estratós comportam ostra- Taquari, também em Sergipe, No Estado de Ala-
Godes não-marinhos das zonas Q97, 006 e 005, e goas ainda não há notícia de ocorrências da formação.
pólen da zona diferencial 480; e através de seme- A unidade mostra uma espessura bastante variá-
lhanças faunísticas, bem como çle certos caracteres , vel, com as maiores p03sanças, em tôrno de 800 me-
litológicos, permitem correlação com sedimentos das tros, observadas nas bordas externas do Bai.xo de
Formações Ilhas e São Sebastião, das Bacias do J aparatuba, em Sergipe.
Recôncavo e Tucano. A Formação Rio Pitanga grada vertical e lateral-
2.2.2.8 - FORMAÇXO RIO PITANGA
mente para as Formações Morro do Chaves e Pe-
nedo, sendo êsses contatos marcados ao longo do
a) Generalidades, definição e secção-tipo aparecimento substancial de conglomerados poli com-
O têrmo Formação Rio Pitanga, aqui introduzido postos. O contato superior pode formar-se com sedi-
formalmente, designa a secção de conglomerados dis- mentos mais novos do que a Formação Morro do
tribuídos em cunhas adjacentes às grandes falhas Chaves, sendo nesse caso marcado ao longo da dis-
das bordas da bacia e dos altos regionais, e que so- cordância pré-Muribeca. O contato inferior é geral-
frem uma rápida diminuição no tamanho dos grãos, mente discordante, sobrepondo os sedimentos da uni-
gradando para arenitos e folhelhos das formações dade a folhelhos da Formação Barra de Itiúba ou a
adjacentes, em áreas mais afastadas da antiga mar- rochas cristalinas do embasamento.
gem sedimentar. Clásticos grosseiros de côres aver-
melhadas e verdes são diagnósticos para o reconhe- d) Idade, paleontologia e correlação
cimento desta formação. Aos estratos da Formação Rio Pitanga é atribuída
A unidade foi primeiro reconhecida por BENDJnR, uma idade Cretáceo Inferior (Wealden ?). ltles com-
em 1957, que a denominou "membro C" da sua portam ostracodes não-marinhos das zonas 007, 006
"formação Muribecal'. Posteriormente, através de e 005, bem como pólen da zona diferencial 480.
determinações paleontológicas, êstes sedimentos re-
2.2.2.4 - FORMAÇÃO MORRO DO CHAVES
ceberam dos geólogos de subsuperf . ície o nome de
--- \..:: r\)LSu
"Poxirn./S. Miguel". ,""'-' a) Generalidades, definição e secção-tipo
Para eVitar êsses procedimentos, aqui se estabe- Desde HARTT (1870), são as rochas desta unidade
lece uma definição litológica para esta unidade, sob conhecidas nos afloramentos do morro do Chaves,
a designação de Formação Rio Pitanga. O nome se nas proximidades da cidade de Propriá, em Sergipe.
origina do pioneiro RP-1-SE (Rio Pitanga n.o 1), Entretanto, BENDER, em 1957, foi o primeiro a defi-
. perfurado cêrca ge 10 quilômetros a oeste de Ara- ni-las como unidade litoestratigráfica independente,
caju e cujo intervalo de 1822-2605 metros foi esco- denominando-a "formação Nluribeca", em função
lhido como secção-tipo desta unidade (fig. 14). dos afloramentos que' êste autor escolheu como secção
tipo, nos arredores de .Muribeca, em Sergipe. Depois
b) Litologia
de BENDER, o nome "formação Muribeca", por êle
A unidade se caracteriza pela ocorrência de elás- definido, figurou em relatórios de geologia de super-
ticos grosseiros, dominantemente constituídos de tá.,. fície, empregado por PERRELLA, em 1963, e PONTE,
lus e leques aluviais. Em geral é formada por con- em 1967, na PETROBB.ÁS.
glomerados e brechas policompostos, de coloração Em 1960, correlações errôneas induziram ao equí-
esverdeada a avermelhada, brechas muito fechadas, voco de também ineluir na denominação de "for-
argilosas e normalmente duras. Intercalam-se nessa mação Muribeca" os evaporitos e rochas associadas
seqüência lentes de fólhelhos e siltitos vermelhos, e perfurados, de início, na área de Cotinguiba, SE. E
alguns leitos de blocos de calcário impuro e margoso. em virtude dêsse equívoco o nome "Nluribeca" 'pas-
Os conglomerados se compõem de seixos e mata- sou a designar em sub superfície uma unidade diversa
cões sub arredondados, angulosos, de micaxisto, filito, daquela que BENDER havia definido em superfície.
quartzito, metassiltito, freqüentemente de calcários Hoje, por se ter revelado a principal produtora de .
avermelhados, também, e essa freqüência local re- hidrocarbonetos em Sergipe, ganhando assim impor:-
flete o tipo da fonte alimentadora. A matriz dos tância econômica, a "formação Muribeca de subsu-
conglomerados é argilo-siltosa e arenosa,muito fe- perfície" é uma designação consagrada pelo uso em
chada e em parte silicificada. grande p.ÚIllero de relatórios técnicos, dentro e fora

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

40
RP-1-SE (Rio Pitanga n2 ' 1, Sergipe)
BAP = 30,19 m BHQ = 35,19m
UTM: 8 788 791m (Me 39°)
699 857 m

"... RG RES.
MURIBECA
MUR 1800 I 822 (- I 787)

RP RIO PITANGA
1900
?

Conglomerodo policomposto,
esverdeado a avermelhado,
matr i z arenosa

Z Conglomerado como acima


~ com intercalações de fo-
~ Ihelho avermelhado e arenito
mal selecionado, vermelho

2 605 (- 2 599)

'-
BI FM. B. ITIUBA

2700

Fig. 14 - Secção-tipo da Fm. Rio Pitanga


da PETROBRÁS. Nessas condições, apesar de o O contato superior da unidade, erosivo em Ser-
têrmo denominar prioritàriamente a unidade defi- gipe e gradacional com a Formação Coqueiro Sêco,
nida por BENDER, propõe-se que o nome Formação em Alagoas, é marcado no aparecimento de calcário
111uribeca seja resetvado para nomear a unidade de gredoso, típico da unidade. O contato inferior é con-
subsuperfície, conforme determina o artigo Ir, alí- cordante com a Formação Penedo, e tomado ao longo
nea b), do Código Americano de Nomenclatura Estra- do aparecimento de arenitos grosseiros, que marcam
tigráfica. Já em 1962, PETRI sugeria a designação os estratos subjacentes.
de "lVlorro do Chaves", em vez de "lVIuribeca", para Em direção às margens da bacia, a unidade grada
a unidade em discussão (fig. 3). lateralmente para conglomerados da Formação Rio
Em conclusão, não obstante a prioridade do têr- Pitanga.
mo com que BENDER a definiu, propõe-se para a uni-
dade em tela a designação de Formação Morro do d) Idade, paleontologia e correlação
Chaves, conhecida desde os tempos de HARTT (1870), A idade da Formação Morro do Chaves está clas-
compreendendo uma seqüência de calcários, margas sificada como Cretáceo Inferior (Wealden ?). Os es-
coquinóides e dolomitos, com intercalações clásticas, tratos comportam ostracodes não-marinhos das zonas
superposta à secção arenosa da Formação Penedo e 007. e 008, e na área de Piaçabuçu também ostra-
subjacente aos sedimentos da Formação Coqueiro codes das zonas 009 e 01Oí011. Nos sedimentos da
Sêco. unidade encontra-se, ainda, pólen da zona diferen-
Visto apresentarem-se incompletos, por causa da cia1480.
erosão, todos os afloramentos da Formação Morro
g.'2.g.5 - FORMAÇÃO COQUEIRO sÊCO
do Chaves, indica-se como secção-tipo desta unidade
o intervalo de 2 54l-2 945 metros, do pioneiro CS- a) Generalidades, definição e secção-tipo
-l-AL (Coqueiro Sêco), perfurado nas proximidades Pelo nome Formação Coqueiro Sêco, introduzido e
de Maceió, Alagoas (fig. 15). formalizado nesta revisão estratigráfica, se designa
b) Litologia grande parte do pacote sedimentar descrito no Es-
tudo da Bacia, de 1960, como "formação Jiquiá",
A Formação Morro do Chaves é caracterizada pela
têrmo proposto por JONES, em 1957, para denomi-
ocorrência de bancos e leitos de calcários e margas
nação de uma unidade cronoestratigráfica, segundo
coquinóides, em grande parte gredosos, de coloração
afirma êste parágrafo transcrito daquele documento:
cinza-clara, branca e rósea. Através da litologia
diagnóstica, e em parte predominando sôbre ela, ocor- "It must be noted that this formation is a time
rem leitos de folhelhos castanhos, verdes ou cinzen- division based on the most recent pollen and
tos, lisos a micromicáceos, em parte calcíferos e sílti- paleontological study conducted at the Bahia labor- r
cos, intercalados com arenitos finos a médios, cinzen- atory. Consequently, correlation will necessarily
tos, em geral calcíferos, com ocasionais horizontes transgress lithologic boundaries."
grosseiros a conglomeráticos.
Ficou então o têrmo J iquiá reservado para a crono-
c) Comportamento estratigráfico estratigrafia e substituído, na coluna litoestratigrá-
Em Sergipe, são conhecidos afloramentos da For- fica, por Coqueiro Sêco.
mação Morro do Chaves nas vizinhanças das locali- A denominação Coqueiro Sêco provém da vila do
dades de Muribeca, Visgueiro, no riacho dos Pilões, mesmo nome, situada a oeste de Maceió, capital do
perto da cidade de Japoatã e no morro do Chaves, Estado de Alagoas, onde vários poços penetraram a
próximo de Propriá. Em Alagoas, aparecem expo- unidade; e são designados com êste têrmo os sedi-
sições desta unidade no vale do rio São Miguel, cêrca mentos betuminosos e os arenitos sotopostos aos fo-
de 5 quilômetros a montante da cidade do mesmo lhelhos verdes e aciculares da Formação Ponta Verde,
nome, e na localidade de Pedreira, a sudoeste da ci- e sobrejacentes aos calcários da Formação Morro
dade de Pôrto Real do Colégio. Em sub superfície, do Chaves.
a extensão da unidade é regional, sendo reconhecida Com as fortes variações faciológicas observadas
desde a área de J aparatinga, no norte de Alagoas, através da unidade, colocam-se em evidência dife-
até a área de BaÍ.'m Grande, em Sergipe. A espes- rentes tipos litológicos, permitindo a individualização
sura varia bastante: em Sergipe, onde os sedimentos de quatro membros - ARAMBIPE, FRANCÊS, ROTEio
são truncados pela discordância pré-Muribeca, não e 11ANGUABA -, nomes tomados dos poços que atra-
costumam exceder a 300 metros; em Alagoas, na área vessaram as suas secções-tipo, com exc~ção apenas
de Piaçabuçu, a unidade atinge 1 500 metros, mas do l\lJ:embro ROTEIO, cujo nome provém de uma
afina ràpidaménte em direção à área de Jiquiá, onde lagoa existente nas vizinhanças do campo de Jiquiá,
sua possança não ultrapassa os 50 metros, e volta área-tipo da unidade. Cumpre advertir que os limi-
a espessar-se nas áreas de Marechal Deodoro e Co- tes entre êsses membros são extremamente grada-
queiro Sêco, onde alcança a média de 400 metros. cionais.

B. téc. P~TROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan.fmar. 1969

42
Poço CS -1'" Al (Coqueiro sêco· n 2 1, Alagoas)
BAP = 90,00 m BHQ = 95,OOm
UTM: 8 930 463m (M C 39°)
857 621m

...
FM. COQUEIRO SECO
SP 2500 RES.
CS 2547 ( - 2 452)

MC - - -..
=E: FM. M. CHAVES
r
- - --F Int.ercalações de calcário branco
...
- - -
." ~
~~
gredoso e coquina cinza a
creme . com folhelho cz. e
- - - ~x: arenito fn. a md., ocos. gros.,
- - ..
"
:::::-~ calc.
---

I
- - -
-
-----
- --:1:.--

- - --
. "

t,oo - - -
-----=----
----
.........

- - . -. ..
'"

-
....
... ""
0

PO
FM' PENEDO
3000

Fig. 15 - Secção-tipo da. Frn. Morro do Chaves


Como secção-tipo da Formação Coqueiro Sêco foi costumam apresentar-se mais argilosos, cortando for-
escolhido o intervalo de 613-2 541 metros do poço tes concentrações micáceas.
pioneiro CS-1-AL (Coqueiro Sêco), perfurado cêrca O 111embro 111angtlaba caracteriza-se por folhelhos
de 5 km a oeste de Maceió (fig. 16); e definidas pa~·a acastanhados, sub-betuminosos a betuminosos, com
os seus membros as seguintes secções-tipo: freqüentes intercalações de calcário castanho cripto-
cristalino, laminado, em geral dolomítico, gradando
a) ARAMBIPE - intervalo 1 786-3486 (p.F.) me-
a dolomito, cuja abundância distingue esta unidade.
tros do pioneiro IDA-l-SE (ilha de Aram-
Próximo aos limites superior e inferior existem leitos
bipe) , perfurado aproxim~damente 10 km ao
de arenito, médio a grosseiro,caulínico a feldspático
sul da cidade de Piaçabuçu (fig. 16-A);
e mal selecionado.
b) FRANCÊS - intervalo 705-1 377 metros do poço
FS-1-AL (Francês), perfurado cêrca de 8 km c) Comportamento estratigráfico
a sudeste da cidade de Marechal Deodoro Sedimentos da Formação Coqueiro Sêco são conhe-
(fig. 16-A); cidos da área de Jiquiá até Maceió, em Alagoas.
c) ROTEIO - intervalo 103-1587 metros do poço As maiores espessuras coincidem com regiões estru-
JA-6-AL, perfurado no campo de Jiquiá turalmente rebaixadas do Gráben de Alagoas. A
(fig. 16-A); secção mais espêssa localiza-se na área de Coqueiro
Sêco, onde a possança da unidade atinge 2 000 me-
d) MANGUABA - intervalo 165-546 metros do poço tros. Para o sul de Marechal Deodoro, a formação
LMst-1-AL (Lagoa Manguaba), perfurado acha-se parcialmente erodida, decrescendo em espes-
cêrca de 9 km a noroeste da cidade de Mare- sura; e na região de Coruripe, em Alagoas, chega a
chal Deodoro (fig. 16-A). ficar completamente erodida.
b) Litologia Afloramentos da unidade são freqüentes, mas de-
nunciam forte ataque de intemperismo, que em geral
A Formação Coqueiro Sêco é constitlúda de alter- os deixou mal preservados ou transformados em solo.
nâncias monótonas de arenitos, folhelhos e siltitos. Nessas condições, a Formação Coqueiro Sêco está
Os arenitos possuem granulação fina a média, com exposta nos vales dos rios São Miguel e Jiquiá.
níveis grosseiros a conglomeráticos. Em geral são A unidade tem o contato superior concordante com
imaturos, mal selecionados e feldspáticos, ou caulí- a Formação Ponta Verde, sendo tomado ao longo do
nicos, localrn,ente argilosos. Há freqüentes interca- aparer.imento de arenitos médios a grosseiros da For-
lações sílticas através dêsses arenitos. mação Coqueiro Sêco; e o contato inferior, também,
Os. folhelhos são em geral castanhos, betuminosos éoncordante com a Formação Morro do Chaves,
a sub-betuminosos, em parte sílticos e muitas vêzes sendo tomado ao longo do aparecimento de calcário
laminados, contendo delgadas intercalações de cal- gredoso ou coquina, característicos desta última uni-
cário dolomítico castanho, cripto- a microcristalino. dade.
Ainda que mais raro, também se encontra folhelho
cinza-esverdeado a cinza-médio, em parte síltico. d) Idade, paleontologia e correlação
O .Membro Arambipe cara<:lteriza-se pela predomi- A idade dos sedimentos da Formação Coqueiro
nância de areias e arenitos de granulação média a Sêco é considerada Cretáceo Inferior (Wealden ?).
grosseira, subarredondados. A razoável abundância Os estratos comportam ostracodes não-marinhos da
de caulim, em lentes ou disseminado, confere ao zona 008, e pólen das zonas diferenciais 480 e 470.
membro uma coloração esbranquiçada, que lhe é . 2.2.2.6 - FORMAÇÃO PONTA YERDE
diagnóstica. Ocorrem, ainda, intercalações de folhe-
lho cinza-escuro, esverdeado a castanho, calcário cre- a) Generalidades, definição e secção-tipo
me, em geral síltico, cristalino e gredoso, que cos- Na porção central alagoana da Bacia de Sergi-
tuma aparecer na parte basal, mostrando um caráter . pejAlagoas ocorre uma secção de folhelhos verdes e
transicional com a Formação Morro do Chaves. aciculares, a partir de 1960 mencionada sob o nome
O jJ1embro Francês é caracterizado pela abundân- de "Maceió Inferior". No presente trabalho se in-
cia de horizontes de areia grosseira a granular, de troduz formalmente o nome de Formação Ponta T1 er-
fragmentos de quartzo e feldspato alaranjado, inter- de para esta secção, uma vez que seus folhelhos cons-
calados com lentes e bancos de folhelho castanho, tituem uma unidade litoestratigráfica independente,
placoso, sub-betwninoso abetmninoso. fàcilmente destacável dos sedimentos das Formações
O .Membro Roteio é constituído por espessos hori- Muribeca e Coqueiro Sêco, respectivamente super-
zontes de folhelho castanho, localmente associado a postos e sotopostos.
lâminas de calcário acastanhado. Observam-se, tam- Afloramentos desta formação ainda não foram re-
bém, . intercalações de arenitos cinza, médios a gros- conhecidos, de~ maneira que 51 unidade é definida por
seiros, mal selecionados, imaturos, pintalgados de dados de subsuperfície. Como secção-tipo propõe-se
caulim. Na parte superior do membro êsses arenitos o intervalo de 1383-1622 metros do poço pioneiro

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan.fmar. 1969


poço CS-I-AL e. sÉeo n2 I, ALAGOAS)
BAP: 90m BHQ: 95m UTM = 8 930 463 (Me 390)
851 631
SP ES
PV 610/515
es FM. COQUEIRO SECO
A

Mb. MANGUABA
FOLHELHO CAST SUB- A BETUMINOSO,
T~. CZ.-ESCURO, COM CALCA'RIO OÓUCO
CASTo E ARENITO CZ.

Mb. ROTEIO

FOLHELHO CAST SUB- A BETUMINOSO,


TE. CZ.-ESCURO, COM' INTERCALAÇÕES

DE ARENITO MO. A GROS'I ARGILOSO E


MICÁCEO

Mb. FRANCES

ARENITO MO.' A GROS., COM GRÃOS


DE OTZ. E FELDSPATO RÓSEOS, COM
INTERCALAÇÕES DE FOLHELHO CASTANHO

BETUMINOSO

Mb. ARAMBIPE

,
ARENITO MO., CAULINICO, COM
INTERCALAÇÕES' DE. FOLHELHO CZ.-

- ESV, E CAST., E CALCÁRIO BRANCO


,
E ROSEO, CRIPTOCRIST. A· GREOOSO

2547 (-2452)

Me FM. MORRO DO CHAVES

Fig. 16 - Secção-tipo da Fm. Coqueiro Sêco


PV-1-AL (pontá Verde), perfurado nas imediações PETROBRÁS. Nessas condições, apesar de o têr-
setentrionais da cidade de Maceió, em Alagoas mo denominar prioritàriamente a unidade definida
(fig. 17). por BENDER, propõe-se que o nome Formação ]11l-
ribeca seja reservado para nomear a unidade de
b) Litologia subsuperfície, conforme determina o artigo II, alínea
A Formação Ponta Verde está constituída predo- b), do Código Americano de Nomenclatura Estrati-
minantemente de folhelho cinza-esverdeado, acicular. gráfica.
Ocorrem ocasionais e - delgadas in:' orca i, ~ jes silto- A Formação Muribeca, conforme está proposta no
-arenosas e raros horizontes delgados de ,,~lhelho cas- presente trabalho, é constitlúda por intercalações de
tanho, através da litologia típica e dOili :nante. folhelhos betmninosos, calcários laminados, evapo-
ritos, arenitos e conglomerado's. Segundo a -maior ou
c) Comportamento estratigráfico menor freqüência desses elementos litológicos, a uni-
A Formação Ponta Verde não foi até agora identi- dade pode ser subdividida em cinco membros, a se-
ficada em afloramento, enquanto que em subsuper- guir enumerados pela ordem de deposição.
fície sua ocorrência se verifica na parte -sul do mí-
nimo estrutural de Alagoas; na área compreendida a) Membro Maceió Constituído de intercalações
entre as localidades de Pilar, lVIarechal Deodoro, de arenito e folhelho betuminoso. O têrmo Maceió
Maceió e Fernão Velho. foi introduzido pelo Estudo da Bacia, de 1960. Neste
A espessura da unidade varia em tôrno de 200 trabalho acompanhamos a definição original, mas
metros. excluímos o intervalo basal composto de folhelhos
O contato superior da Formação Ponta Verde é verdes, aqui destacado como Formação Ponta Verde.
aparentemente concordante com a . Formação lVluri- Através do Membro Maceió ocorrem camadas de
beca, sendo marcado na base da camada-chave de sal-gema. Êstes evaporitos são informalmente desig-
calcários informalmente chamada "calcário Mun- nados evaporitos Paripueira.
daú". Também o contato inferior é concordante Como secção-tipo dêste membro se estabeleceu o
com a Formação Coqueiro Sêco, sendo tomado ao intervalo de 708-1284 metros do poço pioneiro TM-
longo do aparecimento dos arenitos desta última. -l-AL (Tabuleiro dos Martins), perfurado cêrca de
Para o. sul da lagoa Manguaba, a unidade tende três quilômetros ao norte de Maceió, em Alagoas.
a aflorar, mas a cobertura proporcionada por sedi- b) Membro Tabuleiro dos Martins - Folhelho be-
mentos cenozóicos não o permite. Para o norte, não tuminoso, com interlaminações de calcário. Está
se tem conhecimento de sua extensão. sobreposto à Formação Ponta Verde ou ao Membro
Maceió, e sotoposto aos conglomerados do Membro
d) Idade, paleontologia e correlação
Carmópolis. Propõe-se o têrmo neste trabalho.
Atribui-se a idade Cretáceo Inferior (Wealden?) Como secção-tipo foi escolhido o intervalo de 361-
aos folhelhos d<;lsta unidade. Não foram ainda encon- -708 metros do poço pioneiro TM-1-AL (Tabuleiro
trados ostracodes na formação. O pólen descoberto dos Martins) (fig. 19).
nos sedimentos da unidade enquadra-se na zona
diferencial 470. c) Membro Carmópolis - Têrmo introduzido por
êste trabalho para designar os clásticos grosseiros
2.3 - FORMAÇÃO 1J1URIBECA que ocorrem sotopostos aos evaporitos do l\1embro
Ibura.
2.3.1 - GENEf],ALIDA.DES, DEFINIÇÃO E Como secção-tipo dêste membro foi designado o
SECÇAO-TIPO
intervalo de 664-805 metros do poço CP-8-SE (Car-
M1lribeca foi a designação introduzida por BENDER, mópolis), perfurado junto à cidade de Carmópolis,
em 1957, para sedimentos aflorantes próximo à ci- em Sergipe (fig. 19).
dade homônima, em Sergipe. Em 1960, correlações
d) 111embro Ibura - Têrmo introduzido por PETRI,
errôneas induziram ao eqlúvoco de também incluir
em 1962, e aqlú formalizado para nomear os evapo-
na denominação de "formação l\1uribeca" os evapo-
rItos e rochas associadas que precedem a secção ma-
ritos e rochas associados perfurados, de início, na
rinha da bacia.
área de Cotinguiba, SE. E em razão dêsse equívoco
Como secção-tipo se determinou o intervalo de
o nome "lVluribeca" passou a designar em subsuper-
558-651 metros do poço de desenvolvimento CP-72-
fície uma unidade diversa daquela que BENDER
-SE (Carmópolis), perfurado no Campo de Carmó-
havia definido em superfície. Hoje, por se ter re-
polis, em Sergipe (fig. 19).
velado a principal produtora de hidrocarbonetos
em Sergipe, ganhando assim importância econô- e) Membro Oiteirinhos .,- Têrmo proposto neste
mica, a "formação l\iuribeca de subsuperfície" é trabalho para designar a associação de folhelhos
uma designação consagrada pelo uso em grande betuminosos, calcários e arenitos que capeiam os eva-
número de relatórios técnicos, dentro e fora da poritos do lvlembro Ibura.

B. Mc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

46
Poço PV-1-AL (Po Verde Alagoas)
BAP = 5,00m BHQ:: 10,00 m
U T M: 8 A198 m (Me 39°)
,-,--:\ 277m

SP RES. FM MUR/BECA'

MUR 1383(-1373)

PV
FM. P. VERDE
1400
Folhelho cz. - esv., agulheado,
com intercalações de arenito
fn. cz.

1450

·.·.·0"0·.·.". ":
1500
.........
---

1550

..-<::=:=====- Folhelho cz. - esv., agulheado,


com intercalações I de arenito
fn. e siltito cz.
--===---=-=-

1600

CS
__ ... -0.
... -.-0_
----.,;;;;~="'::L~=
-====.FM.
1623(~~613)
SECO C.

Fig. 17 - Secção-tipo da Fm. Ponta Verde


PIA -I-AL

RP-I-SE CA-I- SE SJst+SE PR-I-SE PTA -I-SE CE-I-AL LP -I-AL JA-2-AL

r\ [ /
ALAGOAS
INFERIOR

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1500
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2000
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4~ SI ~ ='" .. Jt-=----.11-~-:::~·,~w ~ ~
.;
-------- H
<C

- ZONA DE TRANSiÇÃO --.L.


broto.

UNIDADES L1TOESTRAT IGRAF ICA S


Fm. P. Verde. ____ ••• _____ PV • •

Fm C S· E==I
Mb. Monguabo
---------
CS ~--
m_
, ' eco_ Ü -
Fm. M. ChOV:: __ .~~::: __ ::::::: ~ {
M b. Froncês --------- CSfO

Fm. R. Pitonga. ___ --.-. - ••• RP B~


o C E A N O

Fm. Penedo. _____ •• ____ • _ PO ~


~

Fm. B.lthÚIO __ ... ___ ..... BI §

Fig. 18 - Secção estratigráfica do Subgrupo Coruripe

...
.... , ..1)'"
Q ... ...... ~
~
..... I! Q\ "-'lo,

MEMBRO OITEIRINHOS MEMBRO IBURA MEMBRO CARMÓPOLlS MEMBRO T. MARTINS MEMBRO MACEIÓ
POÇO TIPO: CP8 -IR - SE POÇO TIPO: CP-72-SE POÇO TIPO: Cp-e-SE POÇO TI PO: T M -I - AL POÇO TIPO: TM-I-AL
BAP: 18m BHQ:2Im BAP:5Im BHQ .:54m BAP: 35 m BHQ: 38m BAP:87m BHQ:90m BAP: 87m BHQ: 90 In
UTM: 8822200 N U T M: 8 823 400 N 8 822 178 N (MC 39.) 8938 325N' (MC 39.) 8 938 325 N (MC 39. )
720782 E (MC39·) 720 782 E (MC 39·) UTM: 719 652E UTM: 197575 E UTM: 197575E

MURcp
MURail MURib
FM. MURIBECA
FM. MURIBECA
MB. OITEIRINHOS
FM. MURIBECA -I MB. CARMÓPOLlS
MB IBURA
RIA
RES.
( FM. RIACHUELO)
RESIST. RG LATEROLOG 361m
;.- MB. TABULEI-
664m

-~
'j:
':;RD DOS
MARTINS

".',
.'0' ..

,~":~: ~
~~3J.~~==-
'"
"0'

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'o " "
8.
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----========
ir
P- ~'
',~:.'
la
II~
4
, , ? - HA L1T A

~~=--~
12
13
==--
==-- ~ERCALAÇÕES
~~; CALCo
--
~
:;~
g G L : ' PO~ICOMPOSTO,
165
CAST
DOLlCO, CRIPTO.
E LAMINAOO

i
16
17 COM GRANULOS E
SEIXOS DE; OTZ.,
,.~ ..
17 FOLHELHO CAST.,
18 MICAXISTO E
19 --~ FILlTO BETUMINOSO

650 20> ~ 18

-:t-
E ARENITO CZ.-
7 $Im
21~
~
22
9,.t=-CL. A CAST.. FN. A

~
c...= 23~ "-.-- MO .• FELOSPÁTICO.
--,....
24 ~
MUR cp
25 ~
26
~ '.f: 708m
MURib
FM. MURIBECA
FM. MURIBECA
MB. CARMÓPOLlS
~ fP-'-'Iiii" 27
~:~~
~vvvVV;-
805m t MURmc
MB. IBURA ~ BI FM. MURIBECA
32 MB. MACEiÓ
33 FM. BARRA DE
ITIÚBA
34
35
CALCÁRIO
MUNOAÚ

1284m
PV

Fig. 19 - Secção.tipo composta da Fm. Muribeca


.Como secção-tipo foi escolhido o intervalo de 363- para o sul do rio São Francisco, em Sergipe, e para
-463 metros do poço CPB-1R-SE (Carmópolis,B), o norte da área de filarechal Deodoro, em Alagoas.
perfurado no Campo de Carmópolis, em Sergipe Em Sergipe, um período de erosão precedeu a depo-
(fig. 19). sição da unidade, de modo que só restou ali a porção
A secção-tipo da Formação Muribeca é composta superior da mesma. J á em Alagoas acontece justa-
e representada pelo conjunto das secções-tipo dos mente o contrário. Assim, o Membro Maceió e o
seus membros. Membro Tabuleiro dos Martins ocorrem só em Ala-
goas. Os Membros Carmópolis e Ibura são os únicos
2.3.2 - LITOLOGIA
presentes tanto na parte alagoana como na parte ser-
A Formação Muribeca .constitui-se bàsicamente de gipana da bacia, mas o Membro Ibura, em Alagoas,
folhelhos betuminosos, com illterlaminações de cal- ocorre a proflmdidades pequenas, tendo sido quase
cário castanho-claro. A ocorrência de evaporitos é que totalmente removido pela erosão. O Membro
diagnóstica para a unidade. Encontram-se, ainda, Oiteirinhos, por sua vez, aparece apenas em Sergipe.
conglomerados, arenitos e siltitos. A espessura da unidade é extremamente variável,
a) Membro Maceió - Formado por intercalações costumando as possanças maiores verificar-se em
de arenito cinza-claro e castanho, fino a grosseiro, Alagoas. Possanças médias da ordem de 1 000 me-
calcífero, feldspático, e folhelho betuminoso casta- tros são comuns.
nho, com interlaminações de calcário dolomítico cas- O contato inferior é discordante em Sergipe e no
tanho. norte de Alagoas, assentando os seus sedimentos
Ao longo da base do membro· ocorre uma boa sôbre estratos mais antigos do Subgrupo Coruripe.
camada-chave de calcários laminados, com folhelhos, Já em Alagoas, na região de :Maceió, a Formação
que informalmente é denominada "calcário lVIundaú". Muribeca parece estar concordantemente sobreposta
h) Membro Tabuleiro dos ilidrtins - Caracteri- aos folhelhos verdes da Formação Ponta Verde. O
zado pela predominância de folhelho castanho, betu- contato superior da unidade é por discordância local
minoso, em parte síltico, com interlaminações de em Sergipe, onde a unidade se acha. coberta pelos
calcários castanhos. Registrados ocasionais desenvol- folhelhos marinhos da Formação Riachuelo, e niti-
vinlentos de arenitos ou siltitos. damente discordante em Alagoas, onde os sedimentos
da unidade tendem a aflorar, estando as exposições,
c) Membro Carmópolis - Formado por conglome- porém, mascaradas pela cobertura dos clásticos da
rados cinzentos e castanhos, constituídos por grãos, Formação Barreiras.
seLxos e matacões de tamanho e composição variada.
Em Sergipe predominam seixos de quartzo, mica- 2.3.4 - IDADE, PALEONTOLOGIA. E CORRELAÇÃO
xisto e filito. Em Alagoas salientam-se os conglome-
rados monolíticos, com seixos e matacões de rochas Através dos estratos da Formação Muribeca ocorre
grauíticas, em matriz arcosiana. uma fauna pobre de ostracodes não-marinhos do gê-
nero Cytheridea, enquadrados na zona 010/011. Tam-
d) Membro Ibll1"a - Constitlúdo por anidrita, ha-
bém se registram polens da zona 470. Alguns macro-
lita e sais de potássio, com intercalações ou associa-
fósseis têm sido observados nesta formação, repre-
ções de folhelhos betmninosos e calcários dolomíticos.
sentados principalmente por moldes de peixes, mo-
Próximo à base do 1Vlembro Ibura existe uma ca-
luscos e restos vegetais carbonizados. A partir dêsses
mada de folhelho betuminoso, castanho-escuro a ne-
fósseis, infere-se uma idade aptiana pill·a os estratos
gro, que sel;ve de camada-chave, informalmente co-
da unidade.'
nhecido por "folhelho A" ou "folhelho capeador".
A secção de cloretos de sódio, potássio e magnésio
é informalmente individualizada como "zona de sais
2.4. - GRUPO SERGIPE
solúveis" . O têrmo Sergipe para nomear o conjlmto de estra-
e) Membro Oiteirinhos - Neste membro predo- tos marinhos da Bacia de Sergipe/Alagoas data dos
minam OS clásticos finos. Dentre êles, destacam-se tempos de HA.RTl', em 1870, porém usado com sen-
folhelhos cinzentos e' castanhos, com interlaminações tido cronoestratigráfico, ora na categoria de "série",
de calcário castanho-claro. Ocorrem, ainda, inter- ora na categoria de "sistema". Posteriormente, em
calações locais de arenitos e siltitos. 1962, PETRI emprega o têrmo Sergipe na categoria
Através do uso de perfis elétricos, ainda se iden- . de "supergrupo", nêle incluindo tôda a secção sedi-
tifica neste membro uma outra boa camada-guia, mentar da bacia. Mas, por fim, em 1963, CHA.VES
denominada "dois picos". restringiu a amplitude do "supergrupo", reservando
o têrmo para nomear apenas a secção marinha da
2.3.3 -;- COMPORTAMENTO ESTRATIGRÁFICO
bacia, conceito que foi mantido neste trabalho, ape-
A Formação Muribeca se estende através de gran- nas rebaLxado à categoria de grupo (fig. 3). Destarte;
de parte da Bacia ·de Sergipe/Alagoas, notadamente o Grupo Sergipe compreende o conjlmto de estratos

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

50
marinhos da Bacia de SergipejAlagoas, com as For- sobrepostos aos calcários oolíticos e pisolíticos do
mações Riachuelo, Cotinguiba e Piaçabuçu. Membro Ivlaruim.
" Visto ter a perfui'ação atingido as secções mais
) 2 ..1..1 - FORMAÇÃO RIACHUELO características desta unidade, sua secção-tipo é repre-
'U,.l.l - GENERALIDADES, DEFINIÇÃO E SECÇÃO-TIPO sentada por um intervalo atravessado pela broca e
situado entre 535 e 808 metros do poço AG-1-SE
RÊGO, em 1933, introduz~u o têrmo Riachuelo na
(Aguilhada), perfurado a cêrca de 12 quilômetros
categoria de grupo, redefinido por CAi\IPBELL, em
SE da cidade de J aparatuba, em Sergipe (fig. 20).
1946, como "formação Riachuelo", para significar o
conjunto de estratos formado por folhelhos, siltitos B..p.B - LITOLOGIA

e carbonatos, expostos em Sergipe, nos arredores das A Formação Riachuelo é bàsicamente constituída
localidades de Riac7melo, Maruim, Laranjeiras, Ro- de dolomitos, calcários e elásticos finos a grosseiros.
sário do Catete e Pacatuba. Em 1957, BENDER
a) 111embro Angico - Arenitos finos a conglomerá-
desmembrou desta unidade a sua "formação J\lIa-
ticos, intercalados de siltitos, folhelhos e calcários.
ruim", que na presente revisão volta a ser englo-
Os arenitos e siltitos podem apresentar leitos coqui-
bada na unidade em discussão.
nóides, e têm suas conchas, semelhantes a Turitella,
Assim, a Formação Riachuelo é aqui redefinida distribuídas em finas camadas regulares.
para designar uma íntima associação litológica for-
mada por carbonatos, folhelhos, siltitos e arenitos, b) 111embro' Taquari - Caracterizado por interca-
sobrepostos aos estratos não-marinhos da Formação lações sucessivas de calcário e folhelho. Os calcários
Muribeca e sotopostos aos· carbonatos da Formação são brancos a cinzentos, homogêneos, criptocrista-
Cotinguiba. Quatro membros podem ser destacados linos e em parte margosos; localmente aparecem
nesta unidade, emmciados pela ordem de deposição. horizontes algálicos. Os folhelhos são cinzentos, em
parte listrados, calcíferos, micromicáceos e físseis.
a) 111embro Angico - O têrmo Angico, introduzido Localmente podem ocorrer inelusões anidríticas. Em
por CHAVES em 1963, é aql~i redefinido para designar superfície êstes sedimentos mostram côres amare-
os elásticos médios a grosseiros sobrepostos aos sedi- ladas.
mentos não-marinhos da Formação J\lIuribeca, e soto-
postos aos folhelhos do Membro Taquari ou aos car- c) 111embro 111aruim - Constituído de calcário
bonatos do Membro Maruim. oolítico a pisolítico, calcário coquinóide, calcário algá-
lico (recifes) e calcário detrítico, com horizontes de
Como secção-tipo do Membro' Angico são esco-
arenitos, siltitos ou folhelhos. Predominam nesta uni-
lhidos os afloramentos situados em Sergipe, ao longo
dade os calcários oolíticos la pisolíticos. Em super-
da estrada que liga a Fazenda Angico à cidade de
fície também se fazem notar os recifes algálicos, uma
Riachuélo (fig. 20).
vez que resistem bem à erosão.
b) 111embro Taquari - Têrmo aqui proposto para
d) 111embro Aguilhada - Consta, em essência, de
nomear os folhelhos marJnhos, intercalados de cal-
dolomito sacaróide, creme a castanho, com interca-
cário,orque ocorrem sobrepostos à Formação Muribeca
lações de arenito fino a conglomerático, folhelho ver-
e adjacentes ou sotopostos aos elásticos do Membro
de, cinza ou vermelho, e ocasionais calcários ainda
Angico e aos carbonatos do Membro Maruim.
não dolornitizados.
Como secção-tipo desta unidade são apontados os
B..p.8 - COMPORTAMENTO ESTRATIGRÁFICO
afloramentos em cortes da BR-10l, no trecho que
vai de 200 metros SW a 1 300 metros NE do poço A Formação Riachuelo estende-se desde o flanco
QPX-1-SE (Carmópolis, Extensão), perfurado junto sul do horste de Penedo e do Alto MuribecajJapoatã,
à Fazenda Santa Bárbara, em Sergipe (fig. 20). em direção ao sul, para além do rio Vaza-Barris, em
Sergipe. Ocorre, ainda, no gráben de Pontal de
c) 111embro 111aruim - O têrmo foi introduzido por
Coruripe, em Alagoas. As exposições da l.midade se
. fuRTT, em 1870, e posteriormente definido por BEN-
distribuem apenas em Sergipe, numa faixa de cêrca
DER, em 1957. No presente trabalho, esta unidade
de 20 quilômetros de largura, entre a área de Itapo-
fica redefinida e passa a designar a secção de calcários
ranga, ao sul de Aracaju, até o vale do rio Poxim, ao
oolíticos a pisolíticos, desmembrados da definição ori-
norte de Pacatuba.
ginal de BENDER apenas os dolomitos do Membro
A formação tem espessura relativamente.1.illÍforme,
Aguilhada, pouco conhecidos naquela época.'
que oscila em tôrno de 500 metros. A possança dos
Como secção-tipo da unidade foram adotados os seus membros, contudo, é bem variável e irregular.
afloramentos situados à margem direita do rio Ser- O contato superior da Formação Riachuelo com a
gipe, entre 2 e 5 quilômetros a NW da ponte de Formação Cotinguiba é discordante, e tomado na
Pedra Branca, em Sergipe' (fig. 20). base dos carbonatos desta última. O contato inferior
d) 111embro Aguilhada - Propõe-se o têrmo neste coincide com a linha de transgressão que iniciou o
trabalho para designar a espêssa secção de dolomitos cielo sedimentar marinho do Grupo Sergipe, sendo

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan.fmar. 1969

51
SECÇAO-TIPO DO MS. AGUILHADA
. poço TIPO: Ag-I-SE SECÇÃO -TIPO DO SECÇÁO-TI PO DO SECÇÁO -TI PO DO
BAP. 97m BHQ c 102m
MEMBRO MARUIM MEMBRO TAQUARI MEMBRO ANGICO
UTM' B BIB 015 N (MC 390)'
. 730 B64E

ARENITO CALC., COM CAMA_


DAS DE CALCÁRIO 'COOU!
NOIDAL

5001
I CALCÁRIO OOLÍTICO A PISOLÍTICO
BRANCO, DURO, HOMOGÊNEO,
BEM ESTRATIFICADO, ARGILO
CALCÁRIO ARENOSO E Cº
OUINA DOLOMILIZADA
,SO CAudN ICO - COM INTERCALAÇÕES DE
SILTITD AMARELO-ESV..,ARGl
-r.:::-'-_--r'::-
COTINGUIBA =-~-.:..:..-=- LOSO, MOD. DURO, CALC., Mj ARENITOS CALCíFEROS,

B
CROMICÁCEO. FOSSILI'FERO FELDSPÂTICOS E CAULe
NICOS
O O
O

~ ri
SILTlTO ARGILOSO COMO AC!
MA, COM NíVEIS DE SEPTÁ-
RIAS
'"
CALCÁRIO OOLiTlCO PISOLj ~
TICO, COMO ACIMA
"
~-:----:-:'~-:::
SILTITO CZ,-CL. A CZ,-ESVEIJ.
OEADO, LAMI NADO COMO

1001~_ 50 r::
=--ri'
ACIMA
CÁRIO
t COM INTERC. DE CA_L
AMARELADO, FOSSILj
50
.-
FERO

- . -
..
'CALCÁRIOS DE ESTRATIFICACÃO
VARIADA, o.oLÍTlCOS A PlsoLÍTl
• - x ARENITO FRIÂVEL, MAL S~
DOLOMITO CREME COS, EM PARTE ARENOSOS E
LECION ADO, ACAMAMENTO
A CZ: E' CAST., . COM DOLOMITIZAÇÃO LOCAL
IRREGULAR, FOSSILI'FERO
• B MICROCRIS~ALlNO
) A SACAROIDE,
OCAS, VUGULAR

MAPA-íNDICE MAPA - (NDICE


Boam CP-6

Ir,

{T'ESCALA

~--k';;~

ll1

Fig.20 Secção-tipo composta da Fm. Riachuelo


formado por discordância de manifestações apenas b) lJ1 embro Sapucari - Constituído por carbo-
locais, delineada sôbre os sedimentos euxínicos da natos maciços a estratificados. Nas áreas onde po-
Formação Muribeca. Os contatos entre os quatro dem ser mapeados, os calcários recebem a designação
membros da lmidade são bem delineados e tomados informal de "fácies Laranjeiras".
ao longo dos limites litológicos que os definem. As exposições junto à pedreira de Sapucari, no
Através da Formação Riachuelo existem várias município de Laranjeiras, em Sergipe, foram consi-
camadas-chave de aplicação operacional, destacan- deradas secção-tipo do Membro Sapucari (fig: 21).
do-se a "zona 12 picos", situada na base do :Membro 2.4.2.12 - LITOLOGIA
Taquari.
A Formação Cotinguiba constitui-se de carbonatos
~.4.1.4 IDIlDE, P,lLEONTOLOGIA E CORRELAÇÃO
com interestratificações clásticas. As diferentes con-
N o pacote de estratos correspondentes à Forma- centrações dessa litologia individualizam os seus dois
ção Riachuelo está determinada a oconência de fora- membros. -
miníferos bentônicos e planctônicos, enquadi'ados nas
a) 111embro Aracaju Representado por argilito
zonas 211 e 111, respectivamente. Na margem da
ou siltito cinza a verde, calcífero e fossilífero, com
bacia podem intervir influências não-marinhas. atra-
interlaminações de folhelho castariho, betuminoso, e
vés dos sedimentos da unidade, e nesse caso oconeI'
calcário amarelado, criptocristalino.
ostracodes da zona 010/011 acima do limite inferior
das zonas 211 e 111. A fauna de amonóides encon- b) 1I1embro Saptlcari - Essencialmente consti-
trada nos estratos da lmidade se reparte pelas zonas tuído de calcário maciço a estratificado, cinza a ama-
300, 301, 302,303 e 304; e o pólen.observado nos sedi- relado, criptocristalino a litográfico, localmente argi-
mentos da Formação Riachuelo enquadra-se na zona loso e gradacional amarga. Não são raros desenvol-
diferencial 460. Além dêsses fósseis, várias espécies vimentos locais de brecha e bancos de co quina, po-
de gastrópodes e lamelibrânquios são ainda encon- dendo ocorrer, ainda," dolomitizações e desenvolvi-
tradas nos sedinlentos da unidade. mentos silicosos através dos carbonatos desta uni-
O conteúdo fóssil da 'lmidade em discussão permite dade.
atribuir a êstes sedimentos uma idade Aptiano Su- 12.4.2.8 - COMPORTAMENTO ESTR"lTIGR.4FICO
perior/Albiano Superior. A Formação Cotinguiba afiora apenas em Sergipe,
.9.4.2 - F'ORMAQ_4.0 COTINGUIBA
onde suas exposições se estendem numa fabm de 5
a 10 quilômetros de largura, desde J aparatuba, ao
~.4.2.1 - GENER"lLIDADES, DEFINIÇÃO E SECÇÃO-TIPO
norte, até o rio Real, ao sul. Em poço, sua extensão
Desde a época de HARTl' (1870) são corihecidos os é corihecida desde o flanco sudeste do horste de Pe-
têrmos Cotinguiba e Sapucari, nas categorias de gru- nedo até a foz do rio Real, com tendência a desapare-
po e formação, respectivamente. CAMPBELL, em 1946, cer ao longo da costa.
separou os calcários maciços - "calcário Laranjei- A espessura média varia em tôrno dos 200 metro.s,
ras" - dos estratificados - ."calcário Sapucari" -. mas localmente podem aparecer possanças bem máis
BENDER, em 1957, definiu a lmidade so.b o. nome de elevadas, como, por exemplo, no poço pioneiro QM-
"Sapucari/Laranjeiras". Neste trabalho se mantém, -l-SE (Quiçamã), que atravessou cêrca de 750 me-
mas na categoria de formação, o nome de' Cotinguiba, tros de rochas desta unidade, e em. várias secções
originàriamente proposto por HARTl', em 1870. medidas em superfície, que acusam espessuras da
Como secção-tipo da Formação Cotinguiba (fig. 21) ordem de 1 000 metros. As possanças da Formação
são designados os afloramentos situados ao longo da Cotinguiba cOlTespondem, em geral, às espessuras
BR-10l, no trecho limitado entre as cidades de Co- do :i\1embro Sapucari, uma vez que o Membro Ara-
tinguiba (Nossa Senhora do Socono) e Pedra Bran- caju é relativamente delgado e de apenas 50 metros
ca, em Sergipe. a sua possança média.
A Formação Cotinguiba caracteriza-se pela predo- O contato superior da Formação Cotinguiba com
minância de carbonatos, com ocorrência local de os elásticos da Forniação Piaçabuçu representa uma
clásticos entre os estratos das Formações Riachuélo boa quebra litológica e é considerado discordante. O
e Piaçabuçu, a primeira sotoposta e a segunda sobre- contato inferior, com os folhelhos da Formação Ria-
posta. De acôrdo co.m as variações litológicas obser- chuelo, é também demarcado por boa quebra lito-
vadas através da unidade, dois membros podem ser lógica e produzido, na área de afloramento, por dis-
individualizados. cordância bem evidenciada, mas obscurecida e duvi-
a) 1I1embro Aracaju - Intercalações de folhelho e dosa nas partes interiores da bacia.
calcário situados na porção basal da Formação Co- O contato entre os Membros Aracaju e Sapucari
tinguiba. é transicional; e o aparecimento de apreciável quan-
Como secção-tipo dêste membro foi estabelecido o . tidade de folhelho ou siltito utiliza-se para marcar. o
intervalo de .597-748 metros do poço pioneiro CA- limite entre os carbonatos do Membro Sapucari e os
-l-SE (Calumbi) (fig. 21). clásticos do Membro Aracaju.

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

53
N

SECÇÃO-TIPO SECÇAO-TIPO DO MB. ARACAJU SECÇÃO - TI PO DO MB. SAPUCARí


poço TIPO: Co-l-SE

DA FM. COTINGUIBA BAP: 5.30 m BHQ:IOm DA F M. CO T IN G UI B A


8794118 N
UTM (Me 39°)
704348 E

/1Y RN RESISTIVIDADE

-~"""'" -'~~
O;==::;
t
597m (·587)
=-c I , . " , .
~
MS. CALUMBI
FM •• PI AÇA BUÇU

.
Mb. ARACAJU
t FM. COTINGUIBA

CALCÁRIO CZ. - AMARELADO, ~

~ALCÁRIO
PARCIALMENTE RECRISTA LlZADO,

EM PARTE MICRiTICO, DURO,

lc~.
o CRM. A . CAST-
O
CALCA'RIO CINZA-CLARO, DURO,
COM ALGUNS FdsSEIS. OCORREM A CIN.-CL.,CRIPTO- A CRIPTOCRISTALINO. ARGILOSO,
LÂMINAS DE MARGA AO LONGO
t MICROCRIST" ARGIL:JSO, CI FINAS INTERCALAÇÕES'

~
2 MEIO LAMINADO) INTERC.
CI FOLHELHO CAST.-ESC DE MARGA
DOS PLANOS DE ESTRATIFICAÇÃO.
SUB- BET,> E CZ.-MO.
~ ESVDO.

1000
J
1~
500

\-lA ~
<;.
..;-

~~ 748m (-73B) NV

f
SECÇÃO-TIPO DA FM. COTINGUISA SECÇÃO-TIPO DO MS. SAPUCARI
2 MB. TAQUARI

,\ 1
FM. RIACHUELO

~
?-
3 km
L!!.!J!

Fig. 21 - Secção-tipo da Fm. Cotil1guiba e dos seus membros


!?4.S!.4 - IDADE, PALEONTOLOGIA E COna.ELAçÃO .
outro por clásticos grosseii·os. A ocorrência de pirita
Os estratos da Formação Cotinguiba são relativa- através dêsses sedimentos, em certos casos, pode ser
mente fossilíferos, comportando ostracodes, forami- diagnóstica para o reconhecimento da unidade.
) níferos, amonóides, moluscos, e9-uinóides e póle!l' " a) ·Membro Calumbi - Constituído por argilito e
A microfauna enquadra-se nas zonas 112/113, folhelho, cinzentos a esverdeados, com ocasionais
212/213 e 111.2; os amonóides, nas zonas 306 a309; intercalações de horizontes sílticos e arenosos,qué se
e a palinologia reconhece nos estratos desta unidade distribuem de forma lenticular através da unidade.
esporomorfos da zona 450. Registradas também ocorrências locais de carbonatos.
A idade da Formação Cotinguiba, inferida a partir b) Membro Mal'itllba - o Membro essencialmente
do seu conteúdo fóssil, abrange o Turoniano e o formado por elásticos, predominando os ai'enitos mé-
Santoniano Inferior. Ocorrências locais de fósseis dios a grosseiros e conglomeráticos, com intercalações
cenomanianos são registradas ao longo da base da de calcários arenosos, brancos. ou crerp.es, e dolomitos
unidade, e a sudeste do rio Vaza-Barris se observa acastanhados. Localmente ocorrem cunhas, línguas
lUna macrofauna do Albiano Ivlédio (?) ou Superior ou lentes àrgilosas, através desta secção.
e Cenomaniano.
!?~.S.S - COMPORTAMENTO ESTRATIGRÁFICO
~LP ......:: FORMAÇÃO PIAÇABUÇU A Formação Piaçabuçu apresenta-se numa faixa
!?4.S.1 - GENERALIDADES, DEFINIÇÃO E SECÇÃO-TIPO de ocorrência continental com 10 a 20 quilômetros
O têrmo foi sugerido por RUEFLI, em 1963, para de largura, a partir da' praia, ao longo de tôda a
nomear Uma "seqüência de perfil elétrico", abran- Bacia de Sergipe/Alagoas; essa faixa de ocorrência
gendo as "formações" Calumbi e Terciário Inferior é mais larga na parte sergipana e mais estreita e des-
do Estudo da Bacia, de 1960. Aqui se propõe que contínua na parte alagoana. O limite leste é desco-
o nome Piaçabuç1.l, tomado da área de Piaçabuç1.l, nhecido, sendo lícito -supor que penetra na plata-
onde vários poços atravessaram êstes sedimentos, forma continental.
seja formalizado para definir o conjunto de estratos A espessura da unidade varia dentro de extremos
formado por folhelhos cinzentos a esverdeados, elás- muito arp.plos. A possança máxinÍa observada foi
ticos piritosos, médios a grosseiros, calcários e dolo-'- de 2177 metros, atravessada no poço pioneiro AB-
mitos, que ocorrem sobrepostos à secção de carbo:-. -IR-SE (Areia Branca), perfurado no Baixo de Mos-
natos da Formação Cotinguiba. queiro, em Sergipe. Também a espessura dos mem-
Dois membros podem ser individualizados nesta bros da unidade é muito variável, .com as possanças
[' unidade: máximas de aproximadamente 1 800 metros para o
Membro Gahunbi e de 700 metros para o Membro
a) 111embro Calumbi - Folhelho e argilito, cinzen- :iVlarituba.
tos a esverdeados. O têrmo Calumbi, primeiro usado A Formação Piaçabuçu assenta discordantemente
por DUARTE; em 1936, foi redefiliido por BENDER, sôbre os carbonatos da Formação Cotinguiba. Seu'
em 1957, como "formação Calumbi". Aqui se acom- . contato superior, quando não ocOl're exposto, se dá
panha a definição dêste autor, rebaixado, porém, o também em discordância com os clásticos continen-
têrmo à categoria de membro. tàis da Formação Barreiras ou com sedimentos mais
b) Membro Marituba - Clásticos médios a gros- recentes. O contato inferior da. unidade é tomado
seiros, calcários e dolomitos, em geral piritosos. ao longo dó aparecimento de arenitos piritosos (Mem-
Têrmo tomado do poço MT-1-AL (l\1arituba) , onde bro Marituba) ou de argilitos cinzentos (Membro
sedimentos desta unidade foram atravessados. Pro- Calumbi). O contato entre os seus dois membros,
põe-se o nome neste trabalho para designar os sedi- intergradaci<;mal e em parte interdigitado, é tomado
mentos anteriormente conhecidos por "Terciário In- no tôpo do aparecimento do primeiro intervalo com
ferior" . predominância de folhelhos e' argilitos, que define o
Como secção-tipo da Formação Piaçabuçu foi Membro Caltunbi. A secção mais grosseira, que fica
escolhido o intervalo de 90-1651 metros do poço acima dêste limite, é enquadrada no Membro Ma-
RSF-6-AL (Rio São Francisco), perfurado nas proxi- l;jtuba.
midades da foz do rio São Francisco, em Alagoas. !? ..4-S-4 - IDA.DE, PALEONTOLOGIA E CORRELAÇÃO
O intervalo superior, de 90-667 metros, dêste poço, OS estratos da Formação Piaçabuçu são portadores
serve, ainda, de secção-tipo para o Membro Mari- de abundante microfaurra. Os fOl;aminíferos planctô-
tuba, e o intervalo inferior, de 667-Í 651 metros, nicos pertencem às zonas 114 a 120, e os foraminí-
serve de secção-tipo para o Membro Calumbi (fig. 22). feros bentônicos são agrupados nas zonas 215 a 221.
13.4.S.!? -
UTOLOGIA Os fósseis-índices dessas zonas cobrem o intervalo de
A Formação Piaçabuçu consta predominantemente tempo Campaniano e Eoceno Inferior. A palinologia
de clásticos, individualizando-se dois membros, um identifica nessas rochas os esporomorfos Trilete sp.
constituído poI' predominância de clásticos finos, e o . (Tl-p-49) e Tetraporado sp. (P4-p-1), considerados di-

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (i): 21":86, jan./mar. 1969

55
Poço tipo RS.F -6-AL
BAP = 2,00m BHQ = 7,00
UTM: 8 845 720m (Me 39°)
788 810 m
o

RG
100
PIA mt FM. PIAÇABUÇU
90m (- E3)

MB MAR/TUBA
200
... ' .' Areia quortzoso, C'l. - méd. o
. -'-' ~ granular, . piritoso
300
.. '. '.'

Folhelho cz. - méd., mole, nõo o


revte. colcif. (ocor re c/argila em AC)

400
Dolomito cost. - cl., duro cripto - o
.. - •...... microcrist., porte arenoso

500 Colcório bco. o CZ. - cl., cripto - o


'.' .'.~.' -, ~ mierocrist., eoquinóide e oolítico
~.~.'

600
...........
-- - Arenito beo. o ez.- méd. o eongl.,
friável o modo consisto I piritoso

PIA cal 700 667 m( -660)


FM. PIAÇABUÇU
MB CALUMB/
~
800 --
Folhelho cz. - esvdo, mole levte.
900
....
--
~
micromie., pouco eoldf.

1000

" .
1100 Arenito beo. O· ez. - cl, fino o
-- méd., ocos. grosso, levte. eoldf.

1200

Folhelho ez. méd. o esvdo., modo


1300
eonsist., mi cromic., síltico, c olcíf.

1400

1500

Colcório cost. - cl. o méd. e cz.,


1600 criptocrist., sÍltico, argiloso

Fia'. 22 Secção-tipo da Fm. Piaçabuçu


~ ~' - ,(, ...

NO-l-SE SM-I-SE VF-I-SE AS-l-SE AG-I-SE 50-IR-SE PIA- 4-AL

E2]
::',.":.<::'::: SPA Sed. Proia e AluviÕo

000 \'":.=
,:::":......:,'1 BAR Fm. Borreiros

Fm. Pioçobuçu

!:d 1000 ~
::-:' i"!":
'~"'.~
PIAmt
Mb. 'Moritubo

~_ ~
c+
CP. Mb. Columbi
? P,IAcol
++++++
I-d + + + + +
Fm. Cotinguibo
t?;1
1-3 ~ COTsp Mb. Sopucorí
!=d MAPA DE SITUAÇÃO
O
l~
-r=r~1
VF~I AS-I
b:I ARACAJU o .ç..AO"1 SO-IR Mb. Arocaju
!=d COT oju
~
PIA-.
NO"I Pl,Dmbv -<> .,-
~ 5M~1

~U1 OCEANO ATLÂNTICO ~ Fm. Riachuela


~ RIAag
~
o
Mb. Aguilhada

o... RIA mar Mb. Maruim


CP
~ TM-I-AL NT-I-AL ROII-I- AL PEst-!- AL PA-I-AL PC-I-AL

~ DATUM
[Z]
T .,- T RIA tq Mb. Taquari
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.......
~
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C 000
GZJ
"T." RIAan Mb. Angico

~
....... ~ MUR Fm. Muribeco

'.. r"··
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~~
~ '., . ' .. '.,
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' ... : . lo ....
1000
~:- ", MURoit Mb. Oiteirinh'os
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S- l.Au~ct:6°~i MURm'c -
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IV
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MAPA DE SITUAÇAO ',o'


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I~ :1 MURtm Mb. T. dos Martins

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.. ACEIO·
- _.---J~
~~.lra
I :ns kl!
1.
.',
,"
r. :., MUR me Mb. Maceió

~
OCEANO ATLÂNTICO
I:i-~,\-,I (ep) Evoparitos Paripueira
Fig. 23 - Secções estratigráfiças da Frn. Muribeca e Grupo Sergipe
agnósticos para a definição das zonas 440 e 430. Ma- seio na rotina operacional. Cada mna das diferentes
crofósseis, principalmente Lamelibrânquios (Pecten zonas foi designada por uma centena cujo primeiro
nordestensis, Ostrea sp., Cardium sp. e outros) e di- algarismo da esquerda; na escala de zero a quatro,
versas espécies de Gastrópodes também são encon-: indica o tipo de fóssil em que se baseou o zonea-
trados em sedimentos desta unidade. mento: zero (O) para ostracodes, um (1). para fora-
Os estratos da Formação Piaçabuçu parecem apre:' miníferos planctônicos, dois (2) para microfósseis· ma-
sentar correlação com as Formações Itamaracá, Gra- ,rinhos bentônicos, três (3) para amonóides, quatro
mame e Maria Farinha, do litoral de Pernambuco, (4) para esporomorfos. A dezena e a unidade assi-
e com !?edimentos da Bacia do Espírito Santo-o nalam a zona definida. Em caso de necessidade,
pode-se acrescentar uma subdivisão decimal que, a
2.5 - FORMAÇÃO BARREIRAS começar de 1, representará as subdivisões da zona,
A Formação Barreiras foi assim denominada por . a partir do segmento basal respectivo.
PEDRO DE l\10URA, baseado na descrição geomorÍo- Na Bacia sedimentar de Sergipe/Alagoas estão
lógica de Pero Vaz de Caminha, em 1500. identificados dois tipos de deposição bem distintos
Esta unidade engloba elásticos continentais, finos entre si. O primeiro, caracterizado pela presença de
a grosseiros, de colorações variadas e de grau de fósseis indicativos de um ambiente continental, tem
compactação insignificante. Ocorre sob a forma de início na parte inferior da secção sedimentar e pro-
extensos planaltos, dispostos em patamares ligeira- longa-se até a seqüência Aptiano-Albiano. Êste pa-
mente inclinados em direção à costa. Junto à praia cote foi zoneado com base em representantes de
é comum a presença de falésias, enquanto que na ostracodes e esporomorfos. O segundo, caracteri::'
borda interior se observam relevos cuestiformes. A zado por sua fauna típica de ambiente marinho, pro-
drenagem que corta êsses sedimentos costuma for- longa-se até ao Terciário Inferior e foi zoneado com
mar vales de encostas abruptas. base em foraminíferos, além de ostracodes e esporo:-
Os estratos da unidade cobrem discordantemente morfos. Conta-se, ainda,com mn zoneamênto adi-
os sedimentos sotopostos, por cuja descontinlúdade cional, baseado em macrofósseis, para um trecho
. e escassez de afloramentos são, portanto, responsá- desta coluna.
. veis. N esta parte do trabaIbo serão ap~'esentadas, dis-
cutidas e -definidas as zonas bioestratigráfica:;; da:
2.6 - SEDIMENTOS DE PRAIA E ALUVIÃO nossa secção sedimentar.
Os depósitos quaternários e recentes, de origem As zonas fundamentam-se nos seguintes grupos
continental e litorânea, são inform-almente engloba- de fósseis:
dos sob a denominação de sedimentos de praia e Ostracoda (não-marinhos)
aluvião. Foraminifera (planctônicos)
JJ1icrofósseis marinhos bentônicos
3 - BIOESTRATIGRAFIA Ammonoidea
3.1- PRELIMINARES Esporomorfos.

A bioestratigrafia da; Bacia de Sergipe/Alagoas foi 8.2 - OSTRACODA (NÃO-MARINHOS)


definida com base em representantes -de sua micro-
fauna - foramillíferos ou ostracodes - , mi1Crofauna Foi estabelecido, com os ostraeodes encontrados
e flora, representada por pólen e esporos. em nossa secção não-marinha, o segurnte zoneamento
Os zoneamentos efetuados cobriram tôda a coluna bioestratigráfico.
estratigráfica, compreendendo sedimentos desde a Zona 001
idade carbonífera até a terciária. A unidade básica
Esta zona, por : corresponder às camadas mais an-
dos zoneamentos estabelecidos é a "zona concor-
tigas da nossa secção sedimentar, em que se cons-
rente". Entretanto, visto que a maior parte do nosso
tatou a ocorrência de ostracodes determináveis,· foi
material provém de amostras de sub superfície, pi'in-
definida como zona de amplitude local, e não como
cipalmente de caIba, as. quais estão sempre sujeitas
.'.'zona diferencial superior"-; definida, portanto, como
a contaminação por desnioronamento, torna-se extre-
o pacote sedimentar correspondente à distribuição
mamentedifícil precisar o ~imite inferior da ampli-
total, horizontal e vertical, do ostracode "111etacy-
tude da entidade taxionôniica considerada. Assim
pris" sp. 3-BA KR. Outras espécies de "Meta-
sendo, o limite inferior de uma ,zona é, ll,aprática,
cyp1'is" (*) e de Darwinula também oce>r!;em rúrzona.
definido pelo tôp6 da zona que Ibe fica· imediata-
mente sotoposta.: Êste tipo de zona denomina-se
(*) De acôrdo com VIAl.'l A., C. F., 1966, os ".Metacypris".
aqui zona diferencial superior. sp. 2 a sp. 5 devem ser referidos ao gênero Bisulcocypris
As zonas bioestratigráficas ora definidas receberam PINTO & SAl.'lGUINETTI. O "111etacypris" sp. 1, que ocorre
na zona 002, foi deecrito por KROElliIELBEIN, 1967, como
símbolos numéricos, para maior facilidade de manu- Tlwriosynoecum varietuberatwn.

B. Me. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12(1): 21~86, jan./mar. 1969

58
Para amostra de referência foi escolhido o teste- Outra espécie limitada à Zona 006 é a Cypridea
munho n. a 11 (201,5 - 207,5 m) do poço JP-1-SE. (M orinina?) .bibullata tribullata Iffi. Reconcavona
triebeli Iffi tem sua distribuição principal dentro
"Intervalo estéril"
desta zona, enquanto Paracypridea quadrirugosa we-
O "intervalo estéril", marcado na tabela da figo beri Iffi, embora muito commn nos depósitos da
24, corresponde à Formação Serraria, depósito que Zona 006, tem na zona sobreposta o tôpo de sua
até agora não mostrou ostracodes determináveis. amplitude local.
Deixamos em branco êste intervalo, para acomodar Para amostra de referência designou-se o inter-
eventuais descobertas de microfósseis. valo de 1521-1539 m do poço PTA-1-SE.
Zona 002 Zona 007
Corresponde à amplitude local do ostracode Cypri- c O limite superior da zona é definido pelo tôpo
dea ambigua ER. da amplitude local de Cypridea (Sebastianites) fida
A amostra de referência da zona é a amostra de Iffi (sensu lato), espécie muito característica e de
superfície G-196, coletada pela turma TG-7. fácil identificação. Outras espécies comuns são C.
Zona 003 (Sebastianites) devexa Iffi, C. (Sebastianites) sostensis
O limite superior da zona coincide com o tôpo da Iffi, "1.11etacypris" postangularis Swain (sensu lato)
e Petrobrasia marfinensis (Iffi). Na parte inferior.
amplitude local de Cypridea (M orininoides) candeien-
da zona ocorrem também Paracypridea quadrirugosa
sis KR. Outras espécies características, e restritas
weberi Iffi e "1.11etacypris" sp. 6-BA Iffi, que são
a esta zona, são Reconcavona sp. 2-1V1 e Reconcavona
sobreviventes da Zona 006.
sp. 3-M. A base da zona é definida pelo tôpo da am-
plitude local de Cypridea ambigua. O limite inferior da Zona 007 coincide com o tôpo
Escolhido para amostra de nferência o testemunho da 006.
n. a 1 (391-393 m) do poço VN-1-SE. Para secção de 1'eferência foi escolhido um ponto
a 75 m W do km 518 da estrada de ferro, perto da
Zona 004- Estação de Muribeca, SE, em afloramento da For-
O limite superior da zona é definido pelo tÔpo mação Morro do Chaves.
da amplitude local de Paracypridea brasiliensis KR.
Zona 008
Dentro da zona ocorrem outras espécies, não limita-
das à ela. A base da zona é. definida pelo tôpo da O limite superior da zona é definido pelo' tôpo da
amplitude local de Cypridea (M orininoides) can- amplitude local de Cyprideis? rugosa Weber. O
deiensis. limite inferior da Zona 008 coincide com o tôpo da
A extrema raridade éj.a Paracypridea brasiliensis . amplitude local de Cypridea (Sebg,stianites) fida.
só em poucos poços permitiu o reconhecimento da Além deCyprideis? mgosa, a espécie mais cara c:'
zona 004 com certezà absoluta; -Ressaltamos que terística e commn da zona é Cypridea nodoreticulata
esta falta aparente da Zona 004, na maioria dos Weber. Algmnas espécies, das quais Schuleridea?
poços, poderia ser devida à não-deposição ou à au- immensa Weber é a mais característica, atingem a
sência local da espécie diagnóstica. base da Zona 009, atravessando o limite entre as
Adotado para secção de referência o intervalo de duas zonas. Outras espécies atravessam o limite
60-90 m do poço VN-1-SE. entre 007 e 008.
Zona 005 Como secção principal de referência considera-se
o intervalo de 1770-1810 m do poço LMst-1-AL.
O limite superior da zona é definido pelo tôpo da
amplitude local de Paracypridea obovata obovata Zona 009
(Swain), e a base pelo tôpo da amplitude local de O limite superior da zona coincide com o tôpo
P aracypridea brasiliensis. da amplitude local de Candona? .centroimpressa
Entre as espécies que parecem limitadas à zona· Weber, enquanto a base é definida pelo tôpo da
encontram-se Reconcavona striatula Iffi e Reconca- amplitude local da Cyprideis? 1·ugosa.
vona aff.1lniacantha ER.
Só na área de Piaçabuçu se encontrou o ostra-
Para amostra' ·de 1'eferência foi es.colhido o teste-
co de diagnóstico da Zona 009. N a Bacia de Ala-
munho n. a 10 (754-760 m) do poço CP":l1-SE.
goas, os depósitos não-marinhos acima da Zona 008
Zona 006 revelam aguda escassez de ostracodes, e a provável
O limite superior da zona é definido pela ampli- causa seria o ambiente desfavorável ao desenvolvi-
tude local de Cypridea (M orinina?) bib1tllata bibul- mento de faunas bentônicas. Em conseqüência; a
lata Wicher. Como não se acha muito bem Zona 009 tem pouco valor no trabalho de rotina.
definido o tôpo da amplitude local desta espécie, Como secção de referência foi escolhido o inter-
..... o limite entre as Zonas qº6~e 007"po~e ser gradativo. valo de 2 202-2 220 m do poço PIA-2-AL.·

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

59
brotas 5 to. o m o r o i Ih a s J IQUIA' ALAGOAS~I A NDÃ R ES.
lsebosfiác

-10 - R-9 R-a R-6 R-5 R-4 R-3 1R'2 - -- le~


001 002 003 004 005 006 007 008 009 1010/011
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Fig. 24 - Zonas diferenciais superiores - Amplitude local aproximada de ostracodes diagnósticos dos depósitos não-ma-
, rinhos - Bacia de Sergipe/Alagoas
Zona 010/011 Sergipe/Alagoas, e vice-versa, e o tôpo da amplitude
local de certas espécies pode variar lUll pouco entre
A zona se caracteriza pela presença de Cytheridea ?
as referidas bacias, mas e:n:l geral as semelhanças são
spp., grupo 201/218. WEBER, que estudou mate~
surpreendentes.
rial procedente dos poçosPIA-2-AL, PIA-3-AL e
Nossa Zona 001 corresponde muito bem à Zona
outros da área de Piaçabuçu, dividiu o intervalo
R-lO ("Metacypris" sp. 2-5 KR) do Recôncavo/Tu~
entre o "Riachuelo marinho" (correspondente à nossa
cano.
Zona 111) e o "Maceió inferior" (equivalente à'
A Zona 002 é a equivalente de R-9 ("Metacypris"
nossa Zona 009) em duas zonas, a saber, uma supe- .
sp. 1 IcR). No- entanto, muitas vêzes se apresenta
rior, com "Ostracode n.O 207" (= nossa antiga Zona
pouco fossilífera, e a espécie "111etacypris" sp.
011), e lUna inferior, com Cytheridea? sp. 215 (= nos~
1 KR, considerada diagnóstica de R-9, pode faltar
sa antiga Zona 010).
em alguns poços de Sergipe/Alagoas, fato que tor-
Embora distinguíveis, precàriamente, dentro da
naria lUll tanto precária a correlação entre os tôpos
área de Piaçabuçu, não se conseguiu separar no
das duas zonas. Antes de tudo, a distinção da Sub-
resto da bacia as Zonas 010 e 011. Julgou-se conve-
zQna R-9.1 (Cypridea Icegeli Wicher), correspon-
niente, pois, combinar as duas antigas zonas em
dente à "formação" Itaparica, não é possível em
uma só, a Zona 010/01l.
Sergipe/Alagoas, quer pela não-deposição, quer pela
A respeito do limite superior desta zona acontece
falta fortuita dos ostracodes diagnósticos.
o seguinte: na margem da Bacia de Sergipe, o tôpo
Muito boa a correlação entre as Zonas 003 e R-8
da Zona 010/011 acha-se lUll pouco acima da base
(Cypridea (Morininoides) candeiensis KR).
da Zona marinha 111, quer por causa de retrabalha-
mento dos ostracodes não~marinhos, quer por inter- A Zona 004 corresponde à R-6 (Paracypridea bra-
digitação entre as camadas marinhas e as não~ma­ siliensis KR); contl{do, foi reconhecida somente em
rinhas, quer porque a fauna não-marinha se tivesse poucos poços (p. ex., no poço VN-1-SE, 60-90 m).
adaptado a lUll ambiente marinho e litorâneo. Isso As Zonas 005 e 006 correspondem, res:pectiva~
significa, naturalmente, que o limite entre as duas mente, às Zonas R-5 (Paracypridea· obovata obovata
zonas não. é linha de tempo exata, fato explicável (Swain) e R-4 (Cypridea (Morinina?) bibullata
por estarem as duas zonas definidas com base em Wicher). Entretanto, é precária a identificação, em
organismos relacionados a ambientes por completo Sergipe/Alagoas, das subzonas de R-5, provàvel-
diferentes. Na Bacia de Alagoas, a presença de ca- . mente porque os depósitos n~o-marinhos de Sergi-
madas não-marinhas correlacionáveis com as rochas pe/Alagoas são, em geral, menos fossilíferos que os
da Zona 010/011 de Sergipe foi provada pelas aná- do Recôncavo/Tucano.
lises palinológicas. Entretanto, essas camadas da Nossa Zona 007 equivale à R-3 (Coriacina c01"iacea
Bacia de Alagoas raras vêzes fornecem ostracodes KR) e R-2 (Cypridea (Sebastianites) spp., combi-
determináveis, razão por que é precária a identifi- nadas. A espécie C01"iacina coriacea é rara em Ser-
cação da Zona 010/011 na Bacia de Alagoas, e o gipe/Alagoas, porém outras espécies diagnósticas de
limite superior da zona não deverá ser linha de R-3, p. ex., Pet1"obrasia mwjinensis (KR), ocorrem
tempo; aqui e possibilitam de vez em quando a correlação
A base da Zona 010/011 é definida, formalmente, com esta zona. Razões -já explicadas nos têm co~
pelo tôpo da Zona 009, porém na Bacia de Sergipe mlunente dissuadido de identificar as subzonas pro-
a base se mostra muitas _vêzes marcada por lUlla postas por VUNA.
discordância, enquanto na Bacia de Alagoas estão As Zonas 008 e 009 até agora não foram reconhe-
faltando os ostracodes da Zona 009. cidas no Recôncavo/Tucano; mas considera-se pro~
O limite superior da zona é definido pelo tôpo da vável que a Zona 008 seja o equivalente, em tempo,
amplitude local de Cytheridea? spp., grupo 201/218; do chamado "São Sebastião?". Segundo VUNA,
e a base definida, formalmente, pelo tôpo da ampli- ocorre em certos poços da Bacia de Tucano e na
tude local de Candona? centroimpressa. borda leste do Recôncavo o chamado "São Sebas-
Fixou-se para secção principal de referência o in- tião Superior?", pacote de sedimentos mais recentes
tervalo de 840-2 200 m do poço PIA-2-AL. que os da Sub zona R-2.1 (Cypridea (Sebastianites)
jida KR), ou seja, localizados acima do tôpo da Zona
3.2.1 - CORRELAÇÃO COM A BACIA DO R-2. São sedimentos pobres em ostracodes e ainda
REC()NCAVO/TUCANO
mal caracterizados paleontologicamente. Na opi-
O fato mais notável, muna comparação entre a nião de VUNA, o "São Sebastião Superior?" não
Bacia do Recôncavo/Tucano e a de Sergipe/Alagoas, tem equivalente em tempo na Bacia de Sergipe/Ala-
é a estreita correlação que existe entre as Zonas 001 goas. Entretanto, na coluna sedimentar de Sergi-
a 007, de Sergipe/Alagoas, e as Zonas R-lO a R-2 do pe/Alagoas a espécie Cypridea (Sebastianites) jida,
Recôncavo/Tucano (ver VUNA e WEBER).- AlglUllas qUE) por definição é diagnóstica de tôpo da nossa
espécies do Recôncavo/Tucano estão faltando em Zona 007, ocorre imediatamente abaixo dos sedi-

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

61
mentos da Zona 008, e, ao que parece,' numa secção rinhos idêntica à fauna encontrada nos poços CPB-
contínua. Por esta razão achamos provável que o -IR, -2- e -3-SE, e VV-4-SE, faltando os amonóides.
"São Sebastião?" de VUNA seja o equivalente, em A análise desta fauna resume-se nos seguintes
tempo, de 008, pelo menos em parte (ver também fatos: para os 'amonóides é sugerida a idade Aptiano
REGALI). Superior;algmnas das espécies de nanofósseis são
A Zona 010/011 parece ser o equivalente em tem- restritas ao intervalo em questão; embora não per-
po, pelo menos em parte, dos sedimentos da For- mitam determinação exata da idade, os foraminÍ- .
mação Marizal, do Tucano (RÉ GALI) , porém a corre- feros planctônicos pertencem à nova subespécie H ed-
lação ápóia~se somente em esporomorfos. bergella washitensis praeCUl'sor, a qual, mais acima
na secção marinha, revela transição gradativa para
3.3 - FORAMINIFERA (pLANCTÔNICOS) Hedbergella washitensis, forma típica. Na literatura
internacional, a amplitude mundial de Hedbergella
Foram estabelecidas oito zonas bioestratigráficas, washitensis, forma típica, é atribuída ao Albiano In-
baseadas na amplitude local dos foraminíülros'planc- ferior/Cenomaniano Inferior. Daí se conclui, através
tônicos encontrados na secção sedimentar compre- do indício fornecido pelos foraminíferos planctônicos,
endida entre os Andares Aptianó e Eoceno Inferior. embora indireto, que as camadas basais da secção
Zona 111 marinha, com a subespécie praeCUl'S01', mas sem a
forma típica, sejam de idade Aptiano Superior.
Pelo fim do Cretáceo Inferior aconteceu dentro A respeito do tôpo.da Zona 111 cabe esclarecer: o
da Bacia de Sergipe tUna transgressão marinha, a ciclo marinho em causa terminou, nas secções de
qual, procedendo do oceano Atlântico, atingiu uma superfície, com o Albiano Superior (K. BEURLEN, G.
linha que coincide aproximadamente com a falha BEURLEN). Os sedimentos se acham aqui capeados
principal da bacia. A parte mais nova do ciclo não- por calcários correspondentes à Zona 112/113, na
-marinho, abaixo da transgressão, é a zona bioestra- parte inferior dos quais ocorrem amonóides que são
tigráfica 010/011, ou, na cohilla litoestratigráfica, a de idade Cenomaniano Superior, aproximada (G.
Formação Muribeca. Na definição da Zona 010/011 BEURLEN). Existe nas secções de superfície, por-
se referiu que na margem da bacia o extremo supe- tanto, um hiato bem marcado, correspondente à
rior da Zona 010/011 está sobreposto à base da Zona maior parte do Cenomaniano.
111, e explicou-se a situação mediante as várias hi-
Em subsuperfície, entretanto, há indícios de que
. póteses possíveis. Segue-se uma discussão sucinta
nàs partes mais profundas da Bacia de Sergipe a
do tempo do início da transgressão marinha.
sedimentação continuou pelo menos até o Cenoma-
N as secções da superfície, K. BE~LEN relacionou niano Inferior. Por exemplo, no testo n.O 5 (537-
uma representação macro paleontológica, em fácies -539 m) do poço CN-1-SE, os planctônicos incluem
marinha, desde o Aptiano Superior (base da secção), Hedbergella washitensis, Rotalipora evoluta, Hedber-
através do Albiano Inferior e Albiano Médio, até o gella delrioensis (forma ambigira) e outras espécies.
Albiano Superior (tôpo da secção em questão). Se- A associação das duas primeiras espécies indica, no
gundo êste autor, o Aptiano Superior, caracterizado Texas, o Cenomaniano Inferior (LOEBLICH & TAP-
, por gêneros de amonóides de distribuição quase mlill- PAN). Na Argélia se apresenta associação análoga,
dial, ocorre dentro de uma faixa de direção SO-NE, também considerada do Cenomaniano Inferior
bem aproximada da falha principal da bacia. Nas (SIGAL).
rochas dessa faixa não foram encontrados foraminÍ- A fáunula do mencionado testo n.O 5 do CN-1-SE
feros planctônicos, quer por influência do intempe- deve pertencer à parte mais alta da amplitude local
rismo, ,quer por se tratar de rochas duras e difíceis de Hedbergella washitensis. Existe, porém, uma fáu-
de desintegrar. nula de planctônicos que se enquadra estratigràfica-
Em subsuperfície prevalece a situação seguinte: mente no intervalo entre o tôpo da amplitude local
nos poços CPB-1R, -2- e -3-SE, que foram testemu~ de H. washitensis e a base da Zona 112/113. Esta
nhados continuamente no intervalo de transição da fáunulaé caracterizada pela ocorrência da variedade
secção não-marinha à marinha, constatolÍ-se nos dez "ambigira" de Hedbergella dell'ioensis. Como já vi-
primeiros metros acima do contato uma represen,.. mos, H. dell'ioensis (forma ambigira) ocorre junto
tação escassa de amonóides, nanofósseis marinhos e com H. washitensis na parte mais alta da amplitude
foraminíferos planctônicos - a mesma fauna que desta última, mas, depois da extinção de H. washi-
também estava presente no testemunho n.O 3 (764- tensis, H. dell'ioensis (ambigira) sobreviveu na área,
-767 m) do poço VF-4-SE, que pertence ao mesmo tornando-se muito abundante. No Texas, a forma'
intervalo estratigráfico. Em alguns outros poços, "ambigii'a" de H. delrioensis indicaria o CenomaniaIÍo
em horizontes estratigráficos imediatamente acima (J mms). Não se sabe, porém, se a zona 111.2 da
dos sedimentos não-marinhos foi observada uma fau- Bacia de Sergipe, caracterizada pela ocorrência de
na de foraminfferos planctônicos e nanofÓsseis ma- H. delrioensis (ambigira) e pela falta de H. washi-

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

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tensis, ainda pertenceria à parte mais alta' do Ceno- se corresponde à parte superior do Cenomaniano In-
maniano Inferior, ou se atingiria o Cenomaniano ferior, ou se abrange partes mais novas do andar.
Médio. Além de H edbergella delrioensis (ambigira), o único
O tôpo da Zona l11.2 coincide com uma parte da planctônico até agora encontrado na Zona 1l1.2 é
superfície de regressão que marca o fim do ciclo ma- Hedbergella planispira. Está faltando completamente
rinho, conespondente à Formação Riachuelo. Por- o gênero H eierohelix, tão comum nas zonas 112/11:3
tanto, êsse tôpo não é linha de tempo, no sentido, até l16. Embora enquadrados em outro sistema de
exato da palavra. zonas, deve-se salientar que, nos testemunhos, os
'Zona 111.1 microfósseis bentônicos associa.dos à Zona 111.2 são
quase idênticos aos associados à Zona 111.1, mas
A base da zona foi discutida em parágrafo prece- completamente diferentes dos associados à Zona l12/
dente., Coincide com o início da transgressão mari- /113, os quais pertencem a outra transgressão ma-
nha aptiana. rinha.-
O tôpo da zona l11.1 corresponde ao tôpo da am-
Uma vez que se necessita exame estatístico para,
plitude local de Hedbergella washitensis, forma típica.
distinguir com certeza entre as duas referidas vàrie-
A órnamentação da testa da espécie é tão caracterís-
dades de Hedbergella delrioensis, é evidente que com
tica, que se torna possível a identificação até com
amostras de calha ou com material insuficiente a dis-
fragmentos: Em testemunhos do topo da zona, H.
tinção entre 111.2 e l12/113 pode ter caráter precá-
washitensis ocone junto com H. delrioensis (ambigira)
rio. Não obstante, é realidade a existência da Zona
e outros planctônicos. Entre êstes últimos, a espécie
l11.2 na subsuperfície, e a zona deve ser relacionada
Rotalipora evolllta, embora muito rara, tem impor-
sempre que possíveL
tância como indicador certo de Cenomaniano. Em
virtude da freqüência bastante reduzida de H edber- Amostra principal de referência, escolhida: ATA-
gella washitensis nesta parte superior da zona, só -l-SE, testemunho n.O 14 (1339-1'341 m).
depois de ctúdadosa pesquisa se deve fazer a dis- Zonas 112/113, 112 e 113
tinção entre l11.1 e l11.2; e o limite entre as duas
De início, TROELSEN (1963) estabeleceu duas zonas
zonas não é necessàriamente lUna linha de tempo
de amplitude concorrente, a saber, 112 (para baixo)
exata.
e 113 (para cima), para o intervalo entre l14 e l11.2.
Como se observou na definição da Zona 1l1, Hed-
O tôpo de l13 foi defini<;lo pelo tôpo da amplitude
bergella washitensis, forma típica, é substittúda na
local de Hedbergella delrioensis, forma dextrogira (es-
parte inferior da zona por H. washitensis praeCllrsor.
pécie que vai até a base de 112), enquanto o tôpo
Sendo gradativa a transição entre as duas formas,
de l12 coincide com o tôpo da amplitude locaI de
não achamos conveniente subdividir a zona à base
Heterohelix moremani. Entretanto, de acôrdo com
dêstes planctônicos.
os resultados fornecidos por análises posteriores de
Além de Hedbergella washitensis (sensu lato), o
amostras que, sem dúvida, pertencem à parte superior
planctônico mais freqüente da zona é H edbergella
do intervalo entre i14 e 111.2, Heierohelix moremani
planispira. Predomina ora a primeira, espécie, ora
pode subir até o tôpo de 113, assim invalidando a
a segunda. Um pouco abaixo do tôpo da zona ocorre
distinção original entre l12 e 113. Ainda é possível,
muitas vêzes "Hedbergella n. sp. I", em grande abun-
em alguns casos, distinguir entre a parte inferior e a
dância.
parte superior do intervalo, por meio de espécies de
A idade da zona l11.1 é Aptiano Superior/Ceno-
Globotrllncana e Hasterigerinoides, admitindo-se, po-
maniano Inferior.
rém, que estas espécies são raras de mais para ser-
Amostra principal de Teferência, escolhida: ATA-
virem de "guias" no trabalho de rotina.
-l-SE, testemunho n.O 15 (1519-1521 m.)
Outra dificuldade decorre da natureza das rochas
Zona 111.2 em questão, que quase nunca permite a preparação
O tôpo da zona é definido pelo limite superior da e a análise completa de uma seqüência de testé-
amplitude local de Hedbergella delTioensis, forma am- munhos ou amostras de superfície. Diante disso,
bigira. Além do enrolamento ambigiro, isto é, cêrca achamos melhor estabelecer lUna zona inclusiva para
de 50% de indivíduos dextrogiros e cêrca de 50% de l12 e 113. Nova muneração criaria confusão desne-
indivíduos sinistrogiros, esta variedade de H. delrio- cessária nos relatórios já escritos, razão por ,que pre-
'ensis distingue-se da variedade "dextrogira" encon- ferimos a designação 112/113 para esta zona inclusiva.
trada na Zona 112/113, por pequenas diferenças mor- Quanto à idade da parie inferior da Zona 112/113,
fológicas.A base da 'Zona 111.2 é definida pelo tôpo a escassez de planctônicos diagnósticos e a preser-
da amplitude local de Hedbergella washitensis, forma vação dos espécimes, geralmente péssima, dificUltam
típica. determinação segura. A ocorrência de H edbergella
A idade da zona está discutida na definição da delrioensis, forma dextrogira, indica, porém, que esta
Zona l11. É Cenomaniano, não se sabendo, porém, parte da zona não pode estar mtúto abaiio do Turo-

B-. téc. PETROBRÃS,Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, ja,n./mar. 1969

.63
niano Inferior (cf. JOJ\'Es). Os macrofósseis associa- A Hedbergella delrioensis (dextrogira) é abundante
dos sugerem uma idade Cenomaniano Superior até em quase tôdas as rochas da zona, e acompanhada,
Turoniano Inferior (G. BEURLEN). geralmente, por várias espécies de H eterohelix, das
A respeito da parte superior da Zona 112/113 a quais H. moremani e H. 1'eussi são as mais comlillS.
situação é a seguinte: a ocorrência do pelecípode 1no- O último gênero não ocqrre abaixo da zona.
ceramus (Sergipia) posidonomyaformis Maury· (espé- Amostra principal de referência, escolhida: BGst-
cie endêmica) no calcário da pedreira de Sapucari, -l-SE, testemunho n.O 6 (466-468 m).
que parece corresponder à parte superior do pacote
Zona 112
em análise, fêz com que Caplolta Maury sugerisse a
idade Maestrichtiano· para êste calcário. Apesar de A zona coincide com a amplitude local de Globo-
. constituir apenas uma hipótese, esta correlação vem truncana inornata, espécie que, nesta bacia, parece
citada várias vêzes (RUEFLI) como prova de con- estar limitada à parte inferior da zona inclusiva
temporaneidade da Zona 115 com a Zona 112/113. 112/113. Isto é, o limite superior de 112 é definido
Entretanto, no calcário da Fazenda Tábua (~uni­ pelo tôpo da amplitude local da espécie acima cita-
cípio de N. S: do Scicorro), que,· sem dúvida, tam- da, enquanto a base é definida pelo tôpo da Zona
bém corresponde à parte superior da Zona 112/113, 111.2. Os planctônicos indicam lUna idade Turo-
foram encontrados, além de Hedbergella delrioensis, niano, aproximada.
forma dextrogira, os planctônicos Globo'tmncana wil- Amostra principal de referência, escolhida: PIA-
soni e H asterigerinoides watersi, que na ilha de Trini- -l1-AL, testemunho n.O 11 (783-785 m).
dad (Antilhas) e nos Estados Unidos estão presentes Zona 113
em depósitos considerados de idade aproximada Co-
niaciano/Santoniano. Segundo G. BEURLEN, OS amo- O tôpo desta zona é definido pelo limite superior
nóides associados são do Coniaciano. da amplitude local de Hasterigerinoides watersi, e a
Problema especial nos depararam duas amostras zona corresponde à amplitude desta espécie combi-
- testemunho n.o 2 (438-444 m) do poço AS-l-SE, nada com a de Globotmncana wilsoni. O limite infe-.
e testemunho n.O 2 (712-715 m) do poço PB-l-AL. rior da zona em estudo é definido pelo tôpo da Zona
Nessas amostras, a ocorrência de H asterigerinoides 112, que lhe fica sotoposta.
watersi .e H asterigerinoides alexanderi coloca-se na Limitam-se à zona, igualmente, as espécies Haste-
Zona 113. O planctônico Globotnlncana wilsoni, que rigerinoides alexanderi e Globotruncana renzi. -Ocor-
no calcário da Fazenda Tábua apareceu associado rem, também, espécies como GlobotnlnCana fornicata
com amonóides do Coniaciano, não ocorre nos dois e, na parte mais alta da zona [PB-l-AL, testemunho
testemunhos apontados. n.O 2 (712-715 m) e AS-l-SE, testemunhon.o 2-
Por outro lado, a presença de Planoglobulina gla- (438-444 m)], Planoglobulina glabrata e algumas Rugo-
bruta e as primeiras Rugoglobigerinas são indício de globigerinas, espécies que continuam na Zona 114.
afinidade com a Zona 114. Os nanofósseis e esporo- Em geral, a Zona 113 caracteriza-se pela abundância
monos associados, especialmente os do testemunho de Globotruncana spp. A idade aproximada é Conia-:-
n.O 2 de AS-l-SE, também têm semelhanças com os - ciano/Santoniano.
da Zona 114. SegundQ a literatura internacional A secção principal de referência da zona é: pe-
(BANDY), a associação de Planoglobulina glabrata e dreira da Fazenda Tábua, município de Nossa Se-
Hasterigerinoides spp. indicaria o Andar Santoniano. nhora do Socorro, Sergipe.
Nossa conclusão é que os dois testemunhos ·referidos Zonas 114-, 115 e 116
pertencem à parte superior da Zona 113, estratigrà-
ficamente sobreposta ao calcário da Fazenda Tábua. O tôpo dêste conjunto de zonas coincide com o
É provável que o intervalo do testemunho n.O 2 do limite entre o Cretáceo e o Terciário - um dos limi:-
poço PB-l-AL pertença litolõgicamente àFormação tes paleontológicos mais distintos em tôda a coluna
Cátinguiba. O testemunho n.O 2 do poço AS-l-SE geológica. É marcado pela extinção completa de
exibe litologia da Formação Piaçabuçu. numerosos organismos, incluindo, entre os planctâ-
nicos, os gêneros Globotruncana, Rugoglobigerina, He-
Zona 112/113 ierohelix e outros. A base do conjunto apresenta-se
Aplica-se a designação de 112/113 naqueles casos, marcada por mudanças menos impressionantes.
numerosos, em que a falta de planctônicos diagnós- Das 31 espécies que têm sua ocorrência nestas três
ticos impossibilita fazer a distinção entre as Zonas zonas registrada na tabela da figo 25, ã maioria
. 112 e 113. parece que preferia o mar aberto. Mais próximo da.
O limite superior da Zona 112/113 coincide com o costa só se encontram umas poucas espécies de am- .
tôpo da amplitude local de Hasterigerinoides watersi. plitude relativamente larga, como as Rugoglobigerinas
A base é definida pelo tôpo da amplitude local de e Globigerinelloides messinae. Nesses casos, onde não
Hedbergella delrioensis (ambigira), quer dizer, pelo é possível- distinguir as zonas 114 e 116, convém
tôpo da Zona 111.2. aplicar a designação 115.

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1), 21-86, jan./mar. 1969

64
ALAGOASI Alb·I~M TURON.I CON·ISANT. CAMP. MAEST. PALEOCENOIEOCENO
INF. SUp. a INF. ANDARES

~
-- 111 112/113 115 119
-- 111 . I 111.2 112 113 114 116 117 118 120 FORAMINíFEROS
Subbolino triloculinoides
Globlqerino soirolls B.
Globorololio pseudomenordii B.
Globonomolina off. pseudovolulo
Globorolálio off. wilcoxensis Cap.
Globorololio aeuto. Toulmin
Globorololio veloscoensis (cushmon)
Globorololio angulola (While)
G. perciara Loeblich a Tappon
G. pseudobulloides (Plummer)
G. compressa ( Plummer)

--
Globoconuso doubjergensis (B)
Chiloguembelino. morsei (Kline)

--
--
--
IIIIIIIIIII!III
Globolruncono conluso
G. sfuorti (de Lopporenl)
G. orca (C ushmon)
(Cu~hmon)

Plonoglobulino ocervulinoides (E.)


Pseudotextularia deformis (K)
.- Rocemigue'11belino fructicoso (E)
Pseudolexlulorio elegons (R.)

---
Globolruncono gonsseri, aolli
- G. gognebini, Tilev
Gublerino gloessneri, B. a B.
G. robusto, de Klosz
Globolruncano hovonensls (V)
Pseu dogu embelino coslulolo (C.)
Hedbergello monmoulhensis (O.]

_ H.? peloloidea (Gondolfi)

-___
l1li l1li- Rugoglobigerino ru gosa (Plummer)
DI _
R. tnacrocephola, Bronnim(}nn
II1IIII1II Globigerinelloides messinoe (S)
IIII!I Globolruncono compbelli, Pelri

- _l1li
Hedbergello clavigero, n. sp.
Globolruncono fornicolo, PI.
Globolruncono duwi, Nokkody

-_.-- ---
II1II G. stuortiformis l Dolbiez
_1IIIiIIIIII G.colcoroto, Cushman
IIII~ G. reponda, Bolli
Trinilella ? cornigera, n.5O.

--- Globolruncono coorclolo (Bolli]


Helerohelix oseudolessero (C.)
H. carinata ( eushmonl

-- --
H. sp.4

--
Plonoalobulino olabrola (e.]
II1II_ Helerohelix reussi (eushman)

- --
Hasteri 9 erinoides walersi (C.)
H. alexnnderi (Cushmon)
II1II elovihedbergello sim lex (Morrow)
,

---
IIR_ GlobilLerinelloi des sp.2
Globat runcono wilsoni, Bolli
G. renzi' Gondolfi

--II1II
~--
Heteroreli x moremani (C.)
Globolrunco no inornota 80lli

111 la
111
- _ ~-?
II1II HedberQello delrioensis
Hedberoello delri oensis (ombio.)
elovihedbergello n. sp. I
(deslr.)

Globiaerinelloides eoqlefordensis (Mor.)


GubklOello aroNsonensis (To Doon)
111 I!IB I!IBIIIIIIlI II1II He dberoello amobilis (L 6 T)

-
lIi Proeolobotruncano delrioensis (PI.)
l1li Rolo li poro evolulo, (Sigol)
Hedberge 110 n. sp.1
&111111II1II. pa Hedberjlello Qlanisoiro (Taooan)
Hedbergello woshilensis (Corsey)

Fig. 25 - Zonas düerenciais superiores - Amplitude local aproximada de foraminüeros planctônicos


- Bacia de Sergipe/Alagoas
A Zona 116 corresponde, aproximadamente, ao A designação de 115 aplica-se nos casos onde não
lVJ:aestrichtiano, enquanto a Zona 114 é o equiva- é possível distinguir entre 114 e 116, por falta de
lente, pelo menos, da maior parte 'do Càmpaniano. planctôlúcOS diagnósticos. A zona cOl'respohde apro-
ximadamente aos Andares Campaniano 'e Maes-
Zona 114- trichtiano.' .
Em muitas bacias da África, ao redor do muI' dos Foi fixado como amostra principal de referência o
Caraíbas e do gôlfo do México foi definida uma ATA-l-SE, testemunho n.O 4 (351-353 m).
zona caracterizada pela ocorrência de Globotruncana
, Zona 116
calcarata, espécie fácil de reconhecer e de amplitude
muito restrita. Esta zona parece marcar o tôpo do . O limite superior da zona é definido pelo tôpo da
Campaniano. amplitude local de Globotmncana contusa. Pelo me-
Na Bacia,de Sergipe, a presença de Globotruncana nos 17 outras espécies planctônicas, registradas na
calcarata só está comprovada, até agora, em' AU-1- tabela da figo 25, têm seu limite superior coincidente
-SE, testemunho n.O 2 (143-145 m). Portanto, com com êsse ,tôpo, mas Globotmncana cont1lsa é a espécie
a falta de valor prático desta espécie para correla- mais fácil de' reconhecer entre tôdas. Destas 17' es-"
ções dentro da bacia, definimos o limite superiot pécies, algmnas se acham restritas à Zona 116, en-
da Zona 114 pelo tôpo da amplitude local de Hete- quanto outras têm seu limite inferior dentro da ~ona
Tohelix pseudotessera, cuja distribuição horizontal é- sotoposta.
mais larga na bacia. O limite inferior' coincide com O limite inferior da Zona 116 coincide com otôpo
otôpo da Zona 113. da amplitude)ocal de Heterohelix pseudotessera.
Poder-se-ia subdividir a zona, por exemplo, pelá
Em geral, os planctônicos não ,ocorrein com abun-
dância nesta zona, possivelmente por causa da tur-
critério das espécies de Gublerina, não fôssem elas J
bastante raras. Como ã maioria das amostras repre-
bidez da água ao tempo de sua sedimentação. Além
senta ambiente estéril destas espécies, não achamos
de Heterohelix pseudotessera, os planctônicos Hetero-·
conveniente a subdivisão da zona.
helix cai'inata, Heterohelix sp. 4 e Globotruncana coarc-
A Zona 116 foi identificada com certeza, princi-
tata são limitados à Zona. 114. Trinitella (?) corni-
palmente, nas partes mais profundas dos Baixos de
gera e Planoglobulina glabrata têm sua distribuição
Mosq~eiro e São Francisco. Corresponde aproxima-
principal nesta zona, porém a amplitude da primeira
damente ao Maestrichtiano.
vai até a base de 116, enquanto a da última espécie
A amostra principal de referência é MO-l-SE, tes-
começa no tôpo de 113.
temunho li.O 3 (698-702 m).
As espécies restritas à Zona 114 sugerem uma
idade Campaniano. Zonas 117, 118, 119 e 120
A secção principal de ?'eferência éo intervalo de '
993-1730 m do poço MO-l-SE, representado pelos Constituem estas zonas um conjunto natural bem
t(lstemunhos:4 (993-997 m), 5 (1205-1211 m), 6 limitado para cima e para baixo. O contato llrlerior
(1428-1433 m), 7 (1612-1618 m); 8 (1649-1662 m) coincide com a mudança brusca do limite entre o
. e 9, (1 728-1 730 m): ' Cretáceo e (j Terciário, ou seja, com o tôpo da Zona
110. O contato superior é marcado pelàsubstitnição
',Zona 115 das faunas do Terciário Inferior, geralmente com mui-
tos plancfônicos,' por lUna fauna recente.
Observa-se na figo 25 que esta zona abrange as
zonas 114 e 116. O limite superior é definido pelo Aplica-se a designação 119 eni casos onde, por
tôpo da am plitu_d~ local de Rugoglobigerina macro- falta das espécies diagnósticas, não é possível distin-
cerihala. O limite inferior coincide coni o tôpo da guir as zonas 117, 118 e 120, mas onde ocorrem fpra-
Zona 1p. miníferos planctônicos comuns às três zonas.
São' numerosas as espécies planctônicas comuns às N a tabela da figo 25 nota':se qúe os limites entre
Zonas 114. e 116. Porém, para fins de correlação, a as zonas 117, 118 e 120 parecem muito nítidos e bem
Rugoglobigerina macrocephala se afigura a mais apro- definidos. E,mbora acreditemos que estas zonas se-
veitável dentre as espécies que se destacam por serem jam essencialmente válidas,' queremos salientar que
relativamente independentes dos fatôres que influí- um material mais rico ajudará a torná-las menos
ram sôbre a distribuição horizontal dos planctônicos "esquemáticas" e, ao mesmo tempo, mais aprimo-
destas zonas, dentro da bacia. radas. '
Um precursor da espécie ocorre já na parte mais De lUll modo geral, as zonas sãocaractei-Ízadas
alta da Zona 113, porém é acompanhado aqui pelos pela presença dos gêneros planctônicos Globol'otalia
planctônicos que caracterizam esta zona. e Globigerina (sensu stricto) e pela falta completa'
Outras espécies quase onipresentes nos depósitos dos gêneros Globotruncana, Rugoglobigel'ind e H ete:..
da ~ona 115 são Globigerinelloides messinae e Globo- rohelix [alguns poucos espécimes' de Hetel'ohelix e
tmncana campbelli. Globotruncana, encontrados na base do testemunho

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar.' 1969

66
n.O 7 (1192-.1195 m) do poço IAst-1-SE, possIvel- A amostra de referência é IAst-1-SE, testemmmo
mente são retrabalhados]. n. ° 1 (267-270 m). . ,

Zona 117 3.4 -,MICROFÓSSEIS MARINHOS


O limite superior é definido pelo tôpo da ampli- BENTÔNICOS
tude local de Globorotalia pseudobulloides. A zona P'a a parte marinha da nossa secção $edimentar
estende-se para baU:o,. até o. tô~o d~ ~ona 1~6. fora: estabelecidas cinco zonas bioestratigráficas,
Há outros planctolllcos tambem ~ltados a Zona, baseadas na amplitude local de alguns microfóss~is
117: Globorotalia perclara, Globorotalw compressa, Glo-
boconusa daúbjergensis e Chiloguembelina morsei. • bentônicos.
A Zona 117 corresponde à chamada "Zona deGlo- Zona 211
borotálias sem Quilha" (LOEBLICH & TAPPAJ.'r), de
Esta zona cOlTesponde à parte inferior da nossa
distribuição mundial, e o equivalente aproximado do
secção marinha. É bem cOlTelacionada com a Zona
Paleoceno Inferior (na opinião do autor, o Daniano .
111, e,o portanto, com os Sub andares Aptiano Supe-
faz parte dêste subandar). Foi reconhecida sà~~nte
rior até Cenomaniano Inferior.
no Baixo de Mosqueiro. No BaL'{o de São FrancISco
Alg1illS fósseis aq1ú relacionados estão, como já
estaria representada pOl: uma parte das areias esté-
seria de esperar, limitados a certas fácies: a Trocho-
reis que, neste baixo, ocorrem entre os sedimentos
lina Silvai, por exemplo, parece restrita à facies oolí'"
da Zona 115 e os da Zona 118.
tica, enquanto outras espécies ocorrem principal-
Amostra principal de referência, escolhida: IAst-1-
mente nos sedimentos elásticos. E~ta zona, por cor-
-SE, testemunho n. O 4 (756-759 m). .
responder à parte inferior do nosso cielo marinho,
Zona 118 foi definida .como mna zona de amplitude local, e
O limite superior coincide com o tôpo da ampli- não como "zona diferencial superior"; definida, por-
tanto, como o pacote osedimentar correspondente à
tude local de Globol'otalia angulata. O limite inferior
é determinado pelo tôpo da amplitude local de Globo- distrib1úção total, horizontal e vertical, do forami-
rotalia pseudobulloides. .
nífero Tristix sp.l. Ocorrem ainda, como fósseis
Além de Globorotalia anglllata, oa zona se caracte- característicos desta IDlidade, os foraminíferos Pa-
riza pela ocorrência das espécies Globorotalia acuta e tellina sp. 1, Lenticulina sp. 1/15, Globorotalites sp. 3 e
Planulina sp. 5, além dos ostracodes Protocythere spp.
Globorotalia 'velascoensis. Em outras bacias do mun-
do, a espécie-tipo ocorre em sedimentos considerados Para secção principal de referência foi escolhido o
Paleoceno Superior e/ou Médio. Depósitos desta intervalo de 1339-1 521 m, do pioneiro ATA-l-SE.
zona foram encontrados tanto no BaL'\:o de ]\108- Zona 212/213'
queiro como no Baixo de São Francisco. Ao contrário das zonas sotopcista e sobreposta,
Amostra principal de referência se considera IAst- esta contém fauna escassa e composta de poucas es-
-l-SE, testemunho n. 3 (583-586 m).
O
pécies. Em certas rochas, depositadas provàvelmente
Zona 119 em água rasa, o ostracode Brachycythere sapucariensis
mostra-se muito abundante.
A tabela da figo 25 esclarece que esta zona abrange A Zona 212/213 apresenta boa correlação com a
as zonas 117, 118 e 120. O limite superior é definido 112/113; cOl'responde, portanto, aos Andares Ceno-
. pelo tôpo da amplitude local de Subbotina triloCllli- maniano (Superior), Turoniano, Coniaciano e, posSI-
noides. O limite inferior coincide com o tôpo da velmente, Santoniano. . ,
Zona 116. O limite superior é definido pelo tôpo da ampli:"
A zona é caracterizada, também, pela ocorrência tude local de Siphogenerinoides dentata, e o limite
de Globigerina spiralis e, na parte superior, de Glo- inferior determinado pelo tôpo da amplitude local
borotalia aff. wilcoxensis. Admite-se para a zona uma do foraminífero bentônico Tristix sp. 1: A zona aqui
idade Paleoceno/Eoceno Inferior. definida corresponde às amplitudes combinadas de
Como secção de 1'eferência foi escolhido 9 intervalo Siphogenerinoides . dentata e Brachycythere sapucari-
de 70-1195 m, do poço IAst-1-SE. ensis; o segundo, embora ocorra em abundância na
Zona 120 maior parte da zona, tem o tôpó da; süa amplitude
1illl pouco abaixo do limite superior da mesma.
O limite superior é determinado pelo tôpo da am- Escolhida para secção principal de referência a Ile-
plitude local de Globanomalina aff. pseudovoluta. A dreira de Rita Cacete, Sergipe (= loco n. O 245, de
base é definida pelo tôpo da amplitude local de BENDER).
Globorotalia angulata. Atrib1ú-se a esta zona a idade
Eoceno Inferior. o Zona 215
Até agora, sàmente no poço IAst-1-SE se observou A falilla' bentônica desta zona, principalmente de
a ocorrência da Zona 120. foraminíferos, é muito rica. Escolhemos para a ta-

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

67
ALAGOAS
b-s.<,. TURlCON·ISANT. CAMPo I MAEST.
INF.
PALEOCENO
I SUP.
-: EOCENO
INF
ANDARES

111 112/113 115 119 ZONAS BASEADAS EM FORAMI-


111.1 I 111.2 112 I 113 114 I 116 117 I 118 I 120 NiFEROS PLANCTÔNICOS

211 212/213 ·215 219 221 Zo~


EM MF. BENT.
MICRO!0'iSE1S
BENTONICOS

Moluscos + Nonofo'sseis

-
11111 Eoonnulorio sn. I
III11_e Technilello 5 O. I
Discocvclino off. evremondi

........
~-
a-w
Plonu"no oH. soissicoslalo
Polmulo sigmoicostoto
Doralhio aff. 50 2
121 Pulsifonino 50. I

Isamm _.l1li
SI Clovulino
Slamolorbino
50· 4

m Chilaslomella 5 p. 2
liIIII Allamorohino 50. I
_Astocolus 50. I
liEI Neoflabellina 50· 50.

- JII!iJ Nodosario
Siohogenerinoldes
Allamorohi na
A. 50. 3
50. 10
50· sp.
50· 2

Anomolino 50. I
~III!I_I!II!III Buli mino 50. 1- 2
~IIIIIIIIIJ B. 50. 4'
lIIlI
lia
_11 Chiloslomello
Ci thorino SD.
50. I
3
1111111 Clovulinoides sp, I
111111 C. 50. 2
_ . _ _ l1li
lI!f Oorothio 50. 2
Cyclommino 50. I
!li'" 111" Frondiculorio 50'· I

""' ....... ""


liIIIlIIIlIII
Cithorina 50· 2
Bolivino 50. 4
l/alllll!lllilillililEllIiI B. 50. 7
~I!!II!I. Cornuseiro 5 O. I
~I!I_IIII.

~IIII"'.
.1/ 111
F labelommino
Gaudrvinella
Govelinello
50. I
50. I
50· I

~.lBlII1 Goesello 50. I


1lIE11 Lenticulina guedesi
Maroinu lino 50. I
... "" ... Rzehokino sp. I

..
Plonulino spissicostoto

_.....
1III1!!i1_1!!iI1I Goudrvino 50. I
_l1lil1li. Soiroohlolmidium 50. I
p......-- Brochvcv there non 50oucoriensis

E!l1II lI!l
1151111
-- li

II1II
I=-
Rotomorphino
Planulino

LenHculino
BrochycYlhere
50. I
Siphogenerinoides
50· I

benderi
den lato

sooucoriensís
.l1li111 Lenlicu lin o 50. 1-15
Tristix sp. I

.11.-
111l1li. Globorolo Iiles
Trochol ino
5D.

silvoi
3

----
1111111 Polellino sp. I
_111
Plon~lino 50. 5
Fali .. Clovulinoides 50. 3
l1li111 Epistomino 50.4
ta 111 _1lI111 E. spinulifero
~IIII Cithorino 50. I
l1li1111 Prolocylhere 50. 50.

Fig. 26 - Zonas diferenciais superiores baseadas na amplitude local de mÍcrofósseis bentônicos - Bacia de Sergipe/Alagoás

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan.fmar. 1969

68
bela de distribuição, entretanto, apenas algumas es- ram identificadas as espécies pertencentes a esta
pécies com amplitudes bem definidas e que fôssem zona, por falta de bibliografia. Porém. os nanofósseis
não só abundantes, mas também de fácil identificação. associados indicam uma idade Paleoceno até Eoceno
Esta zona é bem correlacionada com a Zona 115, :Médio, sendo· a zona o equivalente aproximado, em
pelo que corresponde, aproximadamente, aos Anda- tempo, da Zona 219. Como as faunas das zonas 219
res Campaniano e Maestrichtiano. e 221 correspondem a fácies diferentes, julgamos
O limite superior da zona aqui estudada é defi- conveniente distingui-las.
nido pelo tôpo da amplitude local de Blllimina sp. 4,' O limite superior desta zona é definido pelo tôpo
e o limite inferior definido pelo tôpo da amplitude da ocorrência de moluscos de côr marrom, que a ela
local de Siphogenerinoides dentata. . estão circunscritos; e a base definida pelo tôpo da
Entre as espécies mais abundantes desta zona po- amplitude local de Blllimina sp. 4.
demos destacar Allomorphina sp. 2 e sp. 3, além de Foi escolhida para secção principal de referência
Planlllina spissicostata e Cyclammina sp. 1. O gê- o intervalo de 300-750 m, do poço RSF-6-AL.
nero Siphogenerinoides, com exceção da espécie S.
dentata, é não só muito abundante, como caracte- 3.5 - AMMONOIDEA
rístico da zona. Contudo, alguns poucos espécimes,
A análise bioestratigráfica dos amonóides coletados
muito pequenos, podem ocorrer na parte mais baixa
na área de afloramento das formações marinhas, cre-
da Zona 219.
tácicas, de Sergipe, permitiu a definição de oito zonas
Para secção de referência optou-sé pelo intervalo
de amplitude local, que abrangem o intervalo de
de 462-1 730 m, do poço MO-l-SE.
tempo Aptiano Superior e Coniaciano (Santoniano
Zona 219 Inferior). Como êste zoneamento é baseado em .zonas
É bem correlácionada à Zona 119, baseada em de amplitude local, e-não em zonas diferenciais supe-
foraminíferos planctônicosi no sistema cronoestrati- ~·iores, o tôpo de uma zona não precisanecessària-·
gráfico internacional, aproximadamente corresponde mente coincidir com a base da zona superior ime':'
ao intervalo Paleoceno Inferior até Eoceno Inferior. diata que se lhe seguei isto é, teoricamente, pode
A parte superior. da zona aqui estudada apareceu haver maidr ou menor superposição nos limites infe-
apenas nô poço IAst-1-SE, enquanto a parte inferior riores e/ou superiores das zonas.
está restrita ao Baixo de Mosqueiro. A parte média, A secção que aflora na ·Plataforma de Estância,
entretanto, apresenta lUna distribuição horizontal a SW do rio Vaza-Barris, não está incluída neste
mais ampla, já tendo sido registrada nos Baixos de zoneamento, por falta de fósseis-índices adequados.
Mosqueiro e São Francisco. Entretanto, a associação acbada na estação C1:'-33,
Os ~ipos restritos às partes superior e inferior Sítio Tibúrcio, a. leste de Estância, sugere idade
têm sua distribuição horizontal pouco conhecida. Na Albiano SuperiorjCenomalliano para aquela seqüên-
parte média, todavia, encontramos o tipo Discocy- cia. Essa idade foi recentemente comprovada pela
clina aff. em·emondi, que revela considerável distri- publicação da descrição de um fragmento de amo-
buição horizontal e,em virtude do seu tamanho, é· nóide, identificado como JlI etengonoceras oliveirai Ma-
de fácil identificação. Em bacias da Europa e da chado Brito, o qual, segundo o mapa de localização
América, espécies dêste gênero têm importante papel traçado na figo 27, provém da mencionada estação
estratigráfico. CP-33. O fragmento foi coletado, segundo o autor
O limite superior desta zona é definido pelo tôpo (BRITO, L. lVI., pág. 71-78), por F. BENDER, em 1957.
da amplitude local de Eoannlllaria sp. 1, e o limite Zona 300 (Zona de Amplitude Local CheZonice-
inferior determinado pelo tôpo da amplitude local ?'aS spp).
de BuZimina sp. 4. .
. Zona informalmente proposta por K. BEURLEN e
Como secção de referénciaficou estabelecido o
definida pela amplitude vertical de representantes
intervalo de 267-1195 m, do poço IAst-1-SE.
dos gêneros Diadochocerq.s e Cheloniceras; a idade da
Zona 221 zona deverá ser aproximadamente Aptiano Superior.
Apesar de posslúr uma fauna característica, esta O único indício encontrado pelo autor e que prova
zona é paleontologicamente mal definida e mal conhe- em superfície a ex~stência desta zona é um fragmento
cida, uma vez que foi encontrada apenas no Baixo de CheZoniceras? sp., proveniente da Faz. Espírito
de São Francisco, onde apresentou tipos em geral- Santo, a sudoeste de Riachuelo. Em sub superfície
com péssima preservação. . a Zona 300 est~ melhor. representada. .
.Compõe-se principalmente de pequenosgasti"ópo- Seu limite geográfico ·inferior coincide grosso modo·
des associados a fragmentos de pelecípodes, escafó- com a falha principill da bacia, e seu limite geogrâ-
podes e equinóides. A côr marrom, que caracteriza fico superior passa pela Faz. Quintas, cêrca de 1
esta fauna, presta-se a uma diagnose prática para quilômetro ao norte de Riachuelo, Faz. Vassoura e
distingui,.lada fauna que lhe é sobreposta. Não fo- mais ou menos 4 quilômetros a oeste de Carmópolis.

B. -téc.PETROBRÃS, Rio de Janeiro; 12 (1): 21..,86, jan./mar. 1969

69
Esta zona é definida pela amplitude vertical e Zona 302 (Zona de Amplitude Local Oxytropido-
horizontal das espécies de Cheloniceras, quer dizer, ceras buarquianum)
sua base (correspondente, em linhas g~rais, ao tôpo Esta zona (juntamente com a Zona 307) é a mais
"

da Zona 010/011) é definida pelo aparecimento, e .~


bem documentada, tanto em supelfície como em
seu tôpo pelo desaparecimento, do g~nero-tipo. Asso- subsuperfície. Em numerosos afloramentos, consti-
ciadas e restritas à zona ocorrem espécies dos gêneros tuindo uma faixa de largura entre 1,5 e 4 km, de
Diadochoceras e Deshayesites (intervalo de 354,5- direção geral SW-NE, coletou-se grande quantidade
-359,5, testemunho n.O 3 do CPB-1R-SE). de moldes de Oxytropidoceras spp. O limite geográ-
Localidade de ?'eferência: estação S-608, na Faz. fico inferior dessa faixa coincide com o limite geográ-
Espírito Santo (Riachuelo). fico superior da Zona 301; o limite geográfico supe-
Zona 301 (Zona ae Amplitude Local Douvilleiceras rior vem desde a região do CZ-1-SE, passando pela
euzebioi) cidade de lVlaruim e cêrca de 1 km ao sul de Rosário
Também proposta informalmente por BEURLEN(14), do Catete, até perto de Carmópolis. Também esta
com base na ocorrência do gênero Douvilleiceras em zona foi' informalmente proposta por K. BEURLEN,
alguns afloramentos entre Riachuelo e Divina Pas- em 1963. A idade da zona situa-se pelo Albiano Mé-
~io.
tôra.
A idade desta zona é aproximadamente Albiano A Zona 302 corresponde, grosso modo, à porção
Inferior, de acôrdo com a ocorrência de espécies de média da Zona 111.1. E definida pela amplitude
Douvilleiceras que caracterizam a zona. A amplitude vertical e horizontal de Oxytropidoceras buarqlâanum
mundial de Douvilleiceras é do Albiano Inferior ao (White): coincidindo aproximadamente a base desta
Albiano Médio, com o desenvolvimento mais 'intenso zona com o tôpo da 301, e seu tôpo com a base da
já no Albiano Inferior, declinando rápido no Albiano 303, a base da Zona -302 é definida pelo apareci-
Médio. A associação imediatamente superior é cons- mento da espécie-tipo, e o tôpo definido pelo desa-
tituída de espécies de Oxyt?'opidoceras (subgêneros parecimento da espécie-tipo.
Oxytropidoceras Manuaniceras e Androiavites), cuja , Ocorrem associados e são restritos à zona O. (J.lla-
amplitude mundial vem do Albiano Inferior, parte nuaniceras) involutum Beurlen, O. (Androiavites) mau-
superior ao Albiano Médio. Nunca se acharam combi- ?'yae Beurlen, ambas raras, e Puzosia garajauana
nadas as duas associações, e é mais plausível admitir Ivlaury, que é muito freqüente.
idade Albiano Inferior para a associação Douvillei- Como secção de ?'eferência citam-se as estações
ceras, e Albiano Médio para a associação Oxytropi- F-200, F-20, CG-1 e CG-2, de CHAVES, tôdas na es-
doceras; se houvesse superposição das amplitudes, trada de feiTo MarUÍDl-Rosário do Catete.
evidentemente se teria encontrado Douvilleiceras
Zona 303. (Zona de Amplitude Local Elobiceras
associado a O;J;ytropidocel'as.
maruimensis) .
A zona pode ser correlacionada à porção inferior
(excluindo as camadas com washilensis praecursol') da Em algtms poucos afloramentos na estrada de
Zona 111.1. ferro Riachuelo-Laranjeiras e na estrada de rodagem
A espécie-tipo da zona é Douvilleiceras euzebi01: Pedra Branca-Riachuelo ocorre uma fauna consti-
(Maury) , isto é, a amplitude vertical desta define tuída de Elobicel'a8 spp. A idade aproximada da
base e tôpo, enquanto que sua distribuição geográ- zona é Albiano Superior, parte inferior, e corres-
fica define a extensão horizontal da zona. Por se ponde mais ou menos à porção inferior da parte su-
tratar de zona de amplitude local, aproximadamente perior da Zona 111.1.
coincidem sua base com o tôpo da Zona 300, e seu A amplitude vertical e horizontal da zona é defi-
tôpo com a base da Zona 302. Associados à espécie- nida pela amplitude vertical e distribuição geográ-
-tipo ocorrem D. sergipensis e P. (Anapuzosia) bra- fica horizontal de Elobiceras mamimensis G. BEUR-
siliana, ambas restritas à zona, e Puzosia rosarica LEN. Associados à espécie-tipo ocorrem numerosos
lVIaury - (subgenus incertum) , cuja amplitude vai fragmentos de Elobiceras, não determináveis quanto
até a Zona 302. à espécie. 'Coincidem aproximadamente o tôpo da
Secções de referência: duas secções de supelfície, zona com a base da Zona 304, e sua base com o tôpo
ambas de direção aproximada NW-SE, isto é, mais da Zona 302.
ou menos perpendiculares ao mergulho regional, de- Localidade de ?'eferência: estação Y-356, estrada
finem bem a base e o tôpo da zona - a' primeira Pedra Branca-Riachuelo.
secção, a NE de Riachuelo, constituída pelos aflora-
mentos Y-321, Y-320 e Y-348, e a segunda; ao N Zona 304 (Zona de Amplitude Local MOl'toniceras
de Rosário do Catete, representada pelos aflora- sergipensis)
mentos S-131, S-118, S-119 e S-270. Em subsuper- A idade da zona é em tôrno do Albiano Superior,
fície esta zona só pôde ser identificada no intervalo parte superior; corresponde à porção média da parte
de 96-99 m, testemunho n.O 1 do RO-4-SE. superior da Zona 111.1; a porção superior da parte

B. téé. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

70
.......
ALAGOAS ALBIANO CENOMAN. TU R O N. CON. SANT. ANDARES

ZONAS 300 301 302 303 304 - 305 307 - 309 - ESPÉCIES DE AMONÓIDES

Forres feria (?) fabuaense 8EURLEN


,

----
Damesifes pefrobrasia 8.
-
Prionocvcloceras cf. lenli (GERHAROn

P. cf. hazzardi Young

...
Profexanifes froelseni 8.

Ti ssofiinae (?) aen. 50. indet.


.• 11 li
•• Parapuzosia (Aus finice ras?) sp.

-...-
Coilopoceras benderi 8.

C. aff. colleti Hyaff

FSeudo fissotia cf.P .03ouchioceras)nnigeriensf

FSeudofissotio (bauchioceras ) gabonensis


11IIIIIIII Neopfychites sp. sp.

r.- Vasco ceras cf. globosum compressum.

V. cf. 9 lobosum globosum ~eymentl

........
IIIIIIIIIII
~
v. harffi (Hyatt)

Gombeoceras (?) sp .

----
...
G.gongilense cf.compressum Borber

Nigericeras (?) sp

Pseudaspidoceras pedroanum M'hife)

--
Kamerunoceras fenuis friafa 8.

Mammites beurleni B.

--
li Pachydesmoceras sp.

Me foicoce ra 5 sp.

.... Neokenfroceras cf. fecforium (Whife)

Morfoniceras sergipensis (Whife)

..
M. sp. A
IIIIIIIIIIIIIII Elobiceras sp. B
.II1II "... Homites (7) sp .

.......
Elobiceras maruimensis 8.
/IIiIIIII IIIIII! Puzosia (Anopuzosia) sp. A
IIIIIIII II1II Oxyfropidoceras sp. A

Maury

..
Puzôsia garajauana

Oxytropidacera 5 '(0) buarquianum (W)

.....••
O.(Androiavites)· mauryae 8 .

O.(Manuanicera.s) involutum B .

• Puzosia rosarica Maury (forma nãofÍlicO

...-
111 P rosarica M.(farma fípica)

P. (Anapuzosia) brasiliana (Moury )

.-
Douvilleiceras sp. A

D. 50. B
D euzebioi (Maury)

~ D. sergipensis 8:

B - Fig. 27 - Zonas de amplitude local baseadas em amonóides -


Cheloniceras (?) sp.

Diadochoce [OS
Deshoyesifes (7) sp.

Bacia de Sergipe/Alagoas
(?) sp.
superior da Zolia 111.2 não tem equivalente macfo- ceras, além de Inoceramus labiatus e Hemiaster
paleontológico, isto é, suas camadas representativas facksoni.
não afloram em superfície. Localidades de referência: estações Y -482 e Y-484,
"

4
'l-
A amplitude vertical e distribuição horizontal de perto de Laranj eiras. .
M ortoniceras sergipensis (White) definem a zona.
Horizonte estéril em amonóides
Associados e restritos à zona ocorrem N eokentroceras
cf. tectorium (White), Hamites (?) sp., M ortoniceras Na capa da Zona 307 aflora luua faixa, com lar-
sp.' A, e Elobiceras sp. B. Coincidem aproximada- gura variável de 1 a 5 km, completamente estéril
mente a base da zona com o tôpo da Zona 303, e em amonóides, apenas com alguns fragmentos .de
seu tôpo com a base da Zona 306. lnoceram1ls sp., que são diferentes das espécies de
Localidade de referência: estações S-456 e S-474, I noceram1lS da Zona 307 e da zona da capa.
na Usina Varzinha (Laranjeiras). A posição estratigráfica dêste horizonte, na capa
çla Zona 307 (de idade Turoniano Inferior) e na lapa
Zona 306 (Zona de Amplitude Local ll{etoicoceras da Zona 309 (de idade Coniaciano), sugere idade Turo-
sp.) niano Superior para o "horizonte estéril em amonói-
Em camadasbasais da Formação Cotinguiba se des", já que não há nenhluu indício de hiato.
encontrou uma associação caracterizada por espécies Zona 309 (Zona de Amplituàe Local Protexanites
de ll{etoicoceras e Pachydesmoceras, oc.orrendo ainda troelseni)
H emiaster sp. e Salenia sp. Falta qualquer indício
de uma representação de Inoceramus sp., muito Em afloramentos da Faz. Mucuri (ao norte de
Quiçamã) e na Faz. Tábua (a leste de N. S. do So-
freqüente nas zonas superiores.
corro) achou-se luua associação de amonóides muito
A idade da zona - uma yez que a idade da zona
característica, nas camadas superiores da Formação
imediatamente superior é, sem dúvida alguma, Turo-
Cotinguiba, dentro de luua faLxa cujo limite geográ-
rnano Inferior - deve estar mais ou menos entre o
fico superior corresponde, evidentemente, ao contato
Cenomarnano Superior e a parte basal do Turornano
geológico superior da Formação Cotinguiba, en-
Inferior. Corresponde, em têrmos aprQximados, à
quanto o limite geográfico inferior passa cêrcade
base da Zona 112/113.
2 km ao norte de Quiçamã e N. S. do Socorro, e
Os representantes de jJtJetoicoceras sp. definem a cêrca de 0,5 km ao norte de S. Amaro.
amplitude vertical e horizontal da zona. Associado
A idade aproximada da zona é Coniaciano (parte
e aparentemente restrito à zona se encontra Pachy-
basal do Santoniano Inferior ?), e corresponde mais
desmoceras sp. Não há indicação de ocorrerem espécies
ou menos à porção superior da Zona 112/113.
de Inoceram1ls.
A amplitude vertical e a distribuição horizontal
Localidade de referência: estação C-39, de CHAVES de Protexanites troelseni G. Beurlen definem a zona.
(corte na BR-10l, na estrada para a cidade de Ita- Associados e restritos à zona ocorrem Damesites pe-
'poranga). trobrasia G. Beurlen, Prionocycloceras cf. hazzal'di
Zona 307. (Zona de Amplitude Local Coilopocera s Young, P. cf.' lenti (Gerhardt) e Forresteria? tabua-
aff. colleti) ense G. Beui'len, além de Inoceramus wanderleyi San-
Em numerosos afloramentos, desde Rita Cacete tos e Inoceramus spp.
(a SSE de Itaporanga) até SE de J aparatuba, ocorre Localidade de referência: estações F -274, de
uma associação de amonóides mlúto variada e típica CHAVES, e Y-547, ambas na Faz. 11ucuri, ao norte
do Turornano Inferior. A espécie mais comlUU e fre- de Quiçamã.
qüente é uma forma aliada a Coilopoceras colleti
Hyatt. Seu limite geográfico inferior coincide com 3.6 - ESPOROMORFOS
o limite geográfico superior da Zona 306; o limite Com base nos esporomorfos encontrados em nossa
geográfico superior yem desde Rita Cacete, passando coluna, estabeleceu-se um zoneamento bioestratigrá-
cêrca de 2 km ao sul de Laranj eiras e eêrca de 2 km fico, que consiste em zonas diferenciais superiores e
ao norte de S. Amaro. em zonas de amplitude local, conforme as diretrizes
A idade aproximada da zona é Turornano Inferior, já expostas na parte introdutória dêste trabalho.
e 'corresponde mais ou menos à porção inferior (me- Dados de 11 poços (SANTOS e UESUGUI) foram utili-
nos a base) da Zona 112/113. zados para a parte inferior (Zonas 497 e 496). Para
O aparecimento e desaparecimento da espécie-tipo as demais zonas se fêz apenas uma compilação de
Coilopoceras aff. colleti Hyatt definem a base e o tôpo dados já existentes, em face da urgente necessidade
da zona. A base corresponde mais ou menos; ao tôpo dêsse tipo de zoneamento para a reforma estratigrá~
da Zoiià 306. Ocorrem associadas e são restritas fi, fica; poderão no futuro sofrer reVisão, com o aperfêi-
zona espécies dos gêneros Vascoceras, jJ{ammites, Pseu- çoamento da aparelhagem e métodos de trabalho.
daspidoceras, Pseudotissotia, Kame1'1lnoceras, Gambeo- Segue-se a descrição das zonas definidas.

B. téc. PETROBRÁS, Rio dê Janeiro, 12(1): 21~86, jan./miu. 1969

72
Zona 497 Jurássico Superior/Cretáceo Inferior. A espécie foi
Esta zona integra uma parte dos sedimentos mais encontrada apenas no testemunQo n.O 2, profundi-
antigos da bacia. Os esporomorfos nela contidos são dade de 495/497 m, do poço TN-1-SE; assim, a zona,
de tamanho avantajado, principalmente se os com- embora definida formalmente, tem contrôle fraco,
pararmos com os existentes no :Mesozóico, no Ceno- ficando em aberto para o caso de lUna revisão futura.
zóico, e até mesmo com a maioria dos recentes. . É lUna zona de amplitude local, cujos limites su-
Correlaciona-se com a Zona L do Paleozóico da Ba- perior e inferior são determinados pelo tôpo e base
cia do Maranhão. Pela correlação com as tabelas da amplitude local da espécie Applanopsis trizobatlls.
de distribuição dos esporomorfos do Maranhão, da Ocorrem também os tipos Classopollenites e Trileles.
América do Norte e da Europa, atribuímos-lhe idade Tomou-se para amostra de referência o testenllmho
tentativa do Carbonífero Superior. n.O 2 (495-497 m) do poço TN-1-SE.
É uma zona de amplitude local, cujos limites su-
ZonaA90
perior e inferior são determinados pelo tôpo e base
da amplitude local do gênero Florinites. É lUn"a zona bem definida, e, feita a comparação
Ocorrem também nesta zona os seguintes tipos de com o trabalho de KROEMj\IELBEIN sôbre a Série
esporomorfos: Apiculatisporis sp. 1 e 2, Potonieispo- Bahia, tem provável idade Cretáceo Inferior.
rites? 1 e 2, Trilete microrreticulado 1 e 2, Trilete v. É lUna zona de amplitude local, cujos limites su-
Apenas o gênero Florinites foi considerado na defi- perior e,inferior são determinados pelo tôpo e base
nição, apesar de ser possível a distinção de seis es- da amplitude local da espécie Classopollis microespi-
pécies. nado (Op-sp).
Escolhido para secção principal de 1eferência o
0
Ocorrem, ainda, nesta zona os tipos Classopollis
intervalo de 840-993m, do poço PN-1-SE. sp., 111onoslllciles, Gnetales.
Zona 496 Como secção principal de rqferência foi tomado o
intervalo de 1560-1830 m, do poço EC-l-SE.
Esta zona apresenta maior número de espécies que
a anterior. Feita a comparação com a coluna pali- Zona 480
nológica da Bacia do Maranhão, estabelecida por Deve ser de idade Cretáceo Inferior, segundo com-
MÜLLER, atribuímos a esta zona correspondência paração com o trabalho de KROEMMELBEIN sôbre a
provável com a Zona J do Paleozóico daquela bacia. Série Bahia.
A comparação com trabalhos já preparados sôbre a
É definida como zona diferencial superior, com o
Bacia do Maranhão, a América do Norte e a África
seu limite superior determinado pelo tôpo da ampli-
permite supor a idade Permiano, presumivelmente
tude local do tipo Dissaciles (V-Di-2), e o limite in-
Médio à Inferior.
ferior pelo tôpo da amplitude local da espécie Clas-
É definida como zona diferencial superior, cujo sopollis microespinado.
limite superior é determinado pelo tôpo da ampli-
O limite superior desta zona parece não apresentar
tude local do gênero Striatites, e o limite inferior pelo
muita segurança, pois existe lUna pequena confusão
tôpo da amplitude local do gênero Florinites.
na identificação do referido tipo. Quando se proce-
N esta zona ocorrem, ainda, os seguintes tipos de der a um reestudo, poderá receber nova definição.
esporomorfos: Llleckisporites 1, 2 e 3, Li1nitisporites
Como secção de ?'eferência foi tomado o intervalo
1, 2 e 3, 1'ittatina 1, 2, 3, 4 e 5, Striatosaccites 1 e 2,
de 2490-2700 m, do poço PR-1-SE.
1'esicaspora? 1'ittatina africana cf. Hart, Endospo-
rites? 1, 2, 3 e 4, l'estigisporites? 1 e 2, .Ll1onocolpates Zona 470
1, 2 e 3. Apenas o gênero Striatites foi considerado
Zona de idade Cretáceo Inferior, provàvelmente
na definição, apesar de ser possível a distinção de
Aptiano. É possível que ela alcance o extremo in-
11 espécies.
ferior do Albiano. Atribuímos-lhe essa idade em re-
Para secção principal de referência se escolheu lação com as zonas adjacentes.
o intervalo de 750-840 m, do poço PN-1-SE.
É definida como zona diferencial superior, que
Zona 495 tem o limite superior determu{ado pelo tôpo da am-
Applanopsis trilobatlls ocorre do Jurássico ao Cre- plitude local do Inapertllropollenites sp. (V-sm-p), e
táceo Ibierior. No Saara 'da Tunisia, na África, o limite inferior pelo tôpo da amplitude local do
REYRE achou esta espécie de esporomorfo no Andar Dissacites.
Malm (Jurássico Superior). Seglmdo os autores GAU- Nesta zona ocorrem os tipos Classopollis sp., Gne-
BIN TOUGOURDGAUX e BALl\'IE, a ocorrência do Appla- tales, Arallcariacites, Tricolpites, Triletes, Cicatrico'"
nopsis trilobat1ls é bastante característica em todo o sisporites.
mundo. Com êsses dados podemos, por comparação, Foi tomado como secção de 1'eferência o intervalo
calcular para .esta zona uma 'idade possIvelmente de 1279-1337 m, do poço AG-1-SE.

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan.fmar. 1969

73
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PALEOCENO 430
I
MAEST.-CAMP. 440
I
TUAON.-CONIAC. 450
I
W~ 451
I
ALBIANO 460
I
ALAGOAS 470
I
JIO UIÁ- $. seb
a ilhas
480
I
sto. amaro 490

- I
b r o tas 495
1-
PERMIANO 496
I
CARBONiFERO 497
I
Fig. 28 - Zonas de amplitude (zonas diferenciais superiores) de esporomorfos na Bacia de Sergipe/Alagoas
,

Zona 460 Zona 450

Esta zona palinológica apresenta um grande nú- Zona bem definida, de idade Turoniano até San-
mero de espécies. É de idade albiana, inferida em toniano, atriblÚda em' relação aos foraminíferos planc-
relação com os amonóides e foraminíferos planctô- tônicos. É correlacionável com a Zona III da Ba-
nicos. cia Potiguar.
É uma zona diferencial superior, na qual o limite Constittú uma zona diferencial superior, na qual
superior se acha determinado pelo tôpo da ampli- o limite superior é determinado pelo tôpo da ampli-
tude local do tipo Araucariacites sp., e o limite infe- tude local da espécie Hexapo/"otricolpites sp., e o in-
rior pelo tôpo da amplitude local da espécie Inape/"- ferior é dado pelo tôpo da amplitude local da espé-
turopollenites sp. Ainda ocorrem nesta zona os tipos cie Classopollis major.
CZassopollis Sp:, TriZetes, Gnetales, Tricolpites, Cica-
tricosisporites: . N esta zona se acham também presentes Gnetales,
Para secção de 1"eferência se estabeleceu o inter- Dinoflagelados, Foraminíferos, Histricosferídios.·
valo de 630-930 m, do poço EC-l-SE. Como secção de referência foi escolhido o intervalo
de 210-450 m, do poço EC-l-SE.

Zona 451
Zona 440
Conhecida em apenas três poços. Acreditamos
que poderá ser definida em maior número de poços, Uma zona bem definida, que apresenta muitos
como também sofrer modificação. É pOSSIvelmente Dinoflagelados, Histricosferídios e Foraminíferos. É
de idade Albiano SuperiorjCenomaniano, atribtúda de idade CampanianojMaestrichtiano, atribuída em
em relação aos foraminíferos planctônicos. relação aos foraminíferos planctônicos.
O limite superior desta zona é definido pelo tôpo
da amplitude local da espécie Classopollis major, e .Zona diferencial superior, com o limite superior
o limite IDferior definido pelo tôpo da amplitude definido pelo tôpo da -amplitude local da espécie.
local da espécie Araucariacites sp. Trilete perisporado 49, e o limite inferior pelotôpo
Nesta zona se encontram, ainda, os tipos Classo- dá. amplitude local da espécie Hexaporitricolpites
poUis sp., Classopollis espinado, Galeocornea acumi- sp.
nata, Gnetales. .Estão presentes também nesta zona os tipos Tri-
. Foi tomado como secção de 1"eferência o intervalo Zetes, T1"icolporites, Gnetales. Ocorrem, ainda, Dino-
de 480-600 m, do poço EC-l-SE. flagelados, Foraminíferos e Histricosferídios.

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan.jmar. 1969

74
Para secção de referência tomou-se o intervalo de 4.2 - ERATE111A PALEOZÓICO
180-<1:20 m, do poço AS-l-SE.
A coluna. sedimentar que representa o Eratema
Zona 430 Paleozóico na Bacia sedimentar de Sergipe/Alagoas,
Corresponde à parte mais nova dêste zoneamento. apesar de relativamente delgada, pode ser dividida
Algumas espécies que aqui se apresentam têm ta- em três secções independentes e limitadas por lacu-
manho relativamente menor que as demais. É de nas pronunciadas. Cada secção foi enquadrada em
idade PaleocenofEoceno, atribuída em relação a0S ,um sistema, a saber: CAMBRIANO (?), CARBONÍFERO
foraminíferos planctônicos que ocorrem associados. e PERMIANO. A acentuada descontinuidade de sedi-
, mentação que individualiza êstes três sistemas torna
Definida como zona diferencial superior, cujo li- impraticável tuna subdivisão mais refinada, em séries
mite superior é determinado pelo tôpo da amplitude ou andares.
local da espécie Tetraporado sp., e o linlite inferior
pelo tôpo da amplitude local da espécie Triletes peris- , 4.2.1 -,SISTEMA CAMBRIANO
porado 49. Está provàvelmente representado pelos sedimentos
Aparecem também nesta zona os tipos Pentapo- da Formação Estância, que aflora ao sul do rio
rado, Sulcado sp., Tricolpites, Tricolporites e Tripo- Vaza-Barris, no sul de Sergipe e nordeste da Bahia.
rites. Em caráter tentativo, atribui-se uma idade cam-
Foi designado para secção de 1'eferência o inter- briana a êstes sedimentos, em função da presença
valo de 267-1037 m, do poço IAst-1-SE. de algas do gênero Collenia( ?), coletadas em cãlcários
na área de Crisópolis, Bahia.
4 - CRONOESTRATIGRAFIA Tanto as rochas do Sistema Cambriano como as
do Eratema Pré-Cambriano formam o Complexo do
4.1 - ERATE111A PRÉ-CA111BRIANO Embasamento da Bacia de Sergipe/Alagoas.
No Eratema Pré-Cambriano são atualmente coloca-
4.2.2 - SISTEMA CARBONÍFERO
das as rochas do Escudo Brasileiro, do Grupo Miaba
e do Grupo Vaza-Barris, e as'"intrusivas ácidas do Uma delgada ,coluna sedimentar, que forma a base
Batolito Pernambuco/Alagoas. Estas rochas formam da Bacia de Sergipe/Alagoas, representa o Sistema
a soleira da Bacia de Sergipe/Alagoas e afloram Carbonífero desta área sedimentar. Corresponde aos
desde o nordeste da Bahia até Pernambuco, no estratos entremeados, na base, pela discordância hete-
horste que separa a mesma bacia das do Recôncavo, rogênea com rochas do Complexo do Embasamento,
Tucano e J atobá. e no tôpo,. pelo limite superior da Zona 411, caracte-
Datações pelo método radioativo revelaram uma rizada pela ocorrência de pólen do gênero Florinites.
idade de cêrca de 2 bilhões de anos (Eo-Pré-Cam- O Sistema Carbonífero engloba sedimentos dos
briano) para as rochas mais velhas da área, que se Membros Mulungu, Boacica e Atalaia (?), da For-
admite corresponderem aos gnaisses do Escudo Bra- mação Batinga.
sileiro; as intrusivas do Batolito Pernambuco/Ala- A completa ausência de ,esporomorfos nas a:p.los-
goas indicaram uma idade de 500 a 600 milhões de tras de superfície faz com que a extensão da unidade
anos (Neo-Pré-Cambriano), o que confirma a idade à fai.'{a de afloramentos ?eja inferida das correlações
Pré-Cambriano também atribuída às rochas dos Gru- litológicas, por sinal, excelentes.
pos Miaba e Vaza-Barris, que são por elas intrudidas.
4.2.3 - SISTEMA PERMIANO
N a falta de mais amplas referências de uma divi-
são cronoestratigráfica formal para o Eratema Pré- Uma delgada secção sedimentar, limitada no tôpo
-Cambriano, na literatura consultada, recomendamos pela discordância erosional pré-mesozóica e sobreja-
a divisão em três sistemas informais, particularmente cente aos sedimentos do Sistema Carbonífero, repre-
úteis para a indicação da posição relativa local destas senta os estratos do Sistema Permiano na Bacia de
rochas: o sistema Pré-Cambriano Inferior, represen- Sergipe/Alagoas. O Sistema Permiano engloba os
tado pelos gnaisses do Escudo Brasileiro; o sistema sed~entos da Formação Aracm·é.
~
I
Pré-Cambriano 111édio,incluindo os Gl'upos Miaba e A delgada secção sedimentar que representa o Sis-
Vaza-Barris; e o sistema P1'é-Cambriano Superior, tema Permiano é fàcilmente correlacionável através
formado pelas intrusivas ácidas do Batolito Pernam- da Bacia de Sergipe/Alagoas. Visto ser a sua parte
buco/Alagoas. superior estéril em microfósseis, recorre-se aos pelfis
É possível' que intrusões básicas tenham ocorrido elétricos para o rastreio do limite superior, que' é
no Pré-Cambriano Superior. É o caso do diabásio marcado alguns metros abaixo do "pico radioativo
que aparece discordantemente sotoposto a sedimentos gama". O aparecimento de pólen do gênero Striatites
atribtúdos ao Sistema Carbonífero, no poço CN-1-SE (Zona 412) é sistemàticamente assinalado na base
(Cotinguiba). das "camadas com sílex".

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

75
Pela falta de esporomorfos nas amostras de super- marinha, contendo uma fauna de amonóides, fora-
fície, a extensão da unidade à faixa de afloramentos miníferos e nanofósseis que permite amarração com
é, também neste caso, inferida das cori'elações lito- a coluna cronoestratigráfica internacional. O res-
lógicas. tante da série é representado por depósitos não-ma-
rinhos. Em conseqüência, excluído o Andar Albiano,
4.3 - ERATEMA MESOZÓICO a coluna sedimentar desta série foi dividida nas se-
guintes unidades de âmbito local: Andar Alagoas,
4.3.1 - SISTEMA JURÁSSICO (SÉRIE JURÁSSICO )indar J iquiá e mais três lmidades operacionais não
SUPERIOR?) '.
formalizadas, a saber: andar São Sebastião, andar
Apenas sedimentos da parte superior do Sistema Ilhas e andar Santo Amaro:
Jurássico são encontrados na Bacia de SergipejAla-
goas. Estão representados por sedimentos não-mari- . a) ANDAR SANTO A.Ll1ARO
nhos, de difícil correlação intercontinental, razão por
que a coluna sedimentar desta série foi tentativamente Apesar de usado na nomenclatura litoestratigráfica
enquadrada muna unidade operacional, ainda não da Bahia, o têrmo Santo Amaro foi aqui tentativa-
formalizada: o andar Brotas. . mente adotado para designar uma unidade crono-
estratigráfica operacional não formalizada, que cor-
4.8.1.1 A.NDAR BROTAS responde a uma parte mal definida de Cretáceo In.,.
Apesar de usado na nomenclatura' litoestratigrá- ferior. O andar Santo Amaro engloba a parte infe-
fica da Bahia, o têrmo Brotas foi aqui informalmente rior dos sedimentos da Formação Barra de Itiúba.
adotado na nomenclatura cronoestratigráfica. N a coluna bioestratigráfica, a unidade corresponde
O andar Brotas corresponçle a luna parte mal defi- à amplitude local de ostracodes não-marinhos das
nida do Jurássico Superior onde, por falta de fósseis Zonas 002 e 003, a primeira caracterizada principal-
marinhos, não se pode estabelecer luna correlação mente pelo ostracode Cypridea ambigua Iffi, e a se-
exata com a coluna cronoestratigráfica internacional. gunda diagnosticada pela presença de Cypridea (M 0-
A mlidade engloba sedimentos das Formações Ser- rininoides) candeiensis Iffi.
raria, Bananeiras e Candeeiro. A parte superior do N o rastreio com perfis elétricos, a base dQ andar
andar é constituída por um "intervalo estéril" que coincide aproximadamente com o tôpo da "zona. de
cOlTesponde aos sedimentos da Formação Serraria; transição" que separa as Formações Serraria e Barra
a parte inferior cOlTesponde, na coluna bioestrati- de Itiúba. O limite superior da unidade é tomado
gráfica, à Zona 001, baseada em ostràcodes não- no tôpo da Zona 003. .
-marinhos e caracterizada pela presença de alguns O andar Santo Amaro parece corresponder às For-
representantes dos gêneros DanYinula e ":Meta- mações Itaparica e Candeias, da Bahia, e a grande.
cypris". parte do Cocobeach Inferior, Bacia do Gabão, África.
O limite superior do andar, na Bacia de Sergi-
. pejAlagoas, pode ser rastreado através de perfis elé- b) ANDAR' ILHAS
tricos, tomando-se no tôpo da "zona de transição"
As mesmas razões que acabam de justificar a apli-
(vide Formação Barra de Itiúba). O limite inferior
cação cronoestratigráfica do têrmo Santo Amaro jus-
pode ser rastreado por perfis radioativos, tomando-se
tificam também seja aqui o nome Ilhas tentativa-
ao longo da discordância pré-mesozóica, alguns me-
mente adotado para designar o pacote sedimentar
tros abaL\:o do "pico radioativo gama".
que engloba sedÍI).1entos da Formação Rio Pitanga,
Sed:mentos do andar Brotas são ainda reconhe-
a parte inferior da Formação Penedo e a porção cen-
cidos nas Bacias do Recôncavo, Tucano e J atobá,
tral da Formação Barra de Itiúba.
e encontrados também na Bacia de Araripe (FO'r-
mação Missão Velha). Na África, os sedimentos pré- N a coluna bioestratigráfica, o andar Ilhas corres-
-Cocobeach, da Bacia do Gabão, parecem pertencer ponde à amplitude local de ostracodes não-marinhos
também a êste andar. das Zonas 006, 005 e 004. A primeira é caracteri-
zada pela espécie Cypl'idea (M orinina) bibullata bibul-
4.3.2 SISTEMA CRETÁCEO lata Wicher; a segunda é diagnosticada pela pre-
sença de Paracypridea obovata obovata Swain; e a úl-
A coluna sedimentar que compõe o Sistema Cre-
tima é caracterizada pela espécie Paracypridea bra-
táceo na Bacia de SergipejAlagoas é quase com-
siliensis ICroemmelbein.
pleta,comportando luna divisão em duas séries:
Cretáceo Inferior e C1'etáceo Superior. O limite superior da unidade é tomado no tôpo da
Zona 006 e a sua base é delineada ao longo do tôpo
4..'1.2.1 - SÉRIE CRETÁCEO INFERIOR da Zona 003.
A Série Cretáceo Inferior na Bacia de SergipejAla- Sedimentos da Formação Ilhas, na Bahia, e do
goas abrange, na sua parte superior, o Albiano e a Cocobeach Médio, na Bacia do Gabão, África, pa-
porção superior do Aptiano, desenvolvidos em fáciés recem corresponder a êste andar.

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan.jmar. 1969

76
c) ANDAR SÃO SEBASTIÃO A unidade corresponde a uma parte mal definida
Também otêrmo São Sebastião foi aproveitado do Cretáceo Inferior. Por falta de fósseis marinhos,
da nomenclatura litoestratigráfica da Bahia, e tenta- não se pode efetuar correlação exata com a coluna
tivamente aplicado na designação de uma unidade cronoestratigráfica internacional.
cronoestratigráfica operacional não formalizada. :Êste Estratos do Andar Jiquiá ocorrem através de gran-
procedimento tem sua razão de ser, porque os têrmos de parte da Bacia de Sergipe/Alagoas. Contudo, em
da nomenclatura estratigráfica das Bacias do Recôn- 'Sergipe só se observam sedinlentos da parte inferior
cavo, Tucano e Jatobá, na Bahia, referem-se mais a do andar, ao passo que em Alagoas é mais completa
unidades bio- ou mesmo cronoestratigráficas do que . a seqüência de seus estratos, chegando a uma pos-
a unidades litoestratigráficas. sança da ordem de 1 000 metros.
O andar São Sebastião corresponde à parte média O Andar Jiquiá é sotoposto ao Andar Alagoas e
e inferior da Biozona 007, diagnosticada pelos ostra- sobrepqsto ao andar São Sebastião. Na secção tipo,
codes não-marinhos Cypridea (Sebastianites) fida t3,nto o limite inferior como o superior apresentam-se
Kroemmelbein, Petrobrasia' rnaJjinensis Kroemmel- em seqüências estratigráficas de deposição contínua.
bein e outros.
A unidade engloba a parte superior das Formações d-3) Paleontologia
Penedo, Rio Pitanga e Barra de Iti4ba. O tôpo do O Andar Jiquiá, na coluna bioestratigráfica, cor-
andar coincide aproximadamente com a base dos responde às Zonas 009, 008 e à parte superior da
carbonatos da Formação Morro do Chaves, que na 007. A ocorrência da Candona? centroimpressa de-
Bacia de Sergipe/Alagoas tende a formar uma linha fine a Zona 009, que até o momento foi registrada
1 de tempo. O limite inferior do andar é delineado no apenas no Baixo de Piaçabuçu. A Zona 008 corres-
tôpo da Zona 006. ponde à amplitude local de Cyprideis? rugosa Weber
A correlação faunística se estende aos sedimentos (Schuleridea? irnmen.sa Weber), e a parte superior
da Formação São Sebastião, na Bahia, chegando até da Zona 007 é geralmente caracterizada pela pre-
às bacias costeiras da África (Gabão e C ongo) , onde sença de Cypridea (Sebastianites) fida KroenIDlelbein.
estão presentes as mesmas associações.
e) ANDAR ALAGOAS
d) ANDAR JIQUIÁ
e-I) Generalidades, definição e secção-tipo
d-l) Genm'alidades, definição e secção-tipo
Foi BRANNER que introduziu o têrmo Alagoas, em
i O têrmo Jiquiá foi originalmente proposto por
1919, para designar a secção de folhelhos betumi-
JONES, em 1957, e tomado dos poços perfurados na
nosos que ocorre ao longo da costa de Alagoas. Nos
área do mesmo nome. Em 1960, no Estudo da Ba:-
últimos anos, porém, a partir de determinações pa-
cia de Sergipe/Alagoas se usou o nome "formação
leontológicas, o nome tem sido aplicado a sedimentos
Jiquiá". :Mas o têrmo designava então tuna uni-
perfurados no sul da Bahia e norte do Espírito Santo,
dade cronoestratigráfica, conforme se esclarece na-
perdendo, assim, o seu significado litológico. Pro-
quele trabalho:
põe-se, então, que o nome Alagoas seja definitiva-
"It must be noted that this formation is a time
mente desligado da nomenclatura litoestratigráfica e
division based on the most recent pollen and
formalmente incluído na nomenclatura cronoestrati-
paleontological study, conducted at the Bahia lab-
gráfica.
oratory. Consequently, correlation ",iH neces-
sarily transgress lithologic boundaries." Para holoestratotipo do Andar Alagoas se escolheu
Neste caso, propõe-se que o nome Jiquiá seja uma secção composta. O limite superior do andar
definitivamente desligado da litoestratigrafia, para foi tomado no poço CPB-1R-SE (Carmópolis, B),
ficar formalmente reservado à cronoestratigrafia. à profundidade de 324 metros (base da "zona 12
Como holoestratotipo do Andar Jiquiá foi esco- picos" da Formação Riachuelo); e o limite inferior
lhido o intervalo de 1 180-2 330 metros, do poço pio- tomado no pioneiro MD-1-AL (Marechal Deodoro),
neiro MD-1-AL (Marechal Deodoro), complemen- à profundidade de 1180 metros (fig. 30). Para efei-
tado pelo intervalo de 1 533:..2 445 metros, do poço tos de amarração detalhada entre os limites superior
pioneiro PIA-1-AL (Piaçabuçu), onde se encontra e inferior, a secção-tipo do Andar Alagoas foi, ainda,
uma fauna mais rica (fig. 29). complementada com os poços CP-13-SE(Carmópolis),
intervalo de 400-700 metros, e TM-1':'AL (Tabuleiro
d-2) Cornportamento estratigráfico dos Martins), intervalo de 180-2450 metros. Ba-
O Andar Jiquiá, acima definido, engloba sedi- seou-se a amarração em rastreamento litológico,
mentos das Formações Coqueiro Sêco e Morro do apoiado pelos evaporitos (lVlb. Ibura) e pelos conglo-
Chaves. Seu limite inferior coincide com a base merados (Mb. Carmópolis) da Formação Muribeca,
dos carbonatos da Formação Morro do Chaves, e bem como pelos folhelhos da Formação Ponta Ver-
o superior atravessa· as formações nêle englobadas. de (fig. 30).

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86; jan./mar. 1969

77
SECÇÃO AUXILIAR DE AMARRAÇÃO COM '0 HOlOESTRATOTlPO UNIDADE: ANDAR JIQUIÁ ( série Cretóceo Inferior)

DO ANDAR JIQUIÁ SECÇÃO TIPO: MD-I-AL

MR = 102m COORDENADAS: 9° 41'24" S


MAPA DE SITUAÇÃO 35° 51'52" W
o , :!,_ . .
o IGREJA
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S. MIGUEL
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Andor Alagoas

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~ç"'"ii"" ..... . comadà .d~ . cor;oloç'õo ..

Formaçõo Penedo
,-
Andar S. Sebastião
Andor S. Sebastião

Fig. 29
e-2) Comportamento estratigráfico parecimento do amonóide 111ol'tonicel'as sergipensis
O Andar Alagoas, acima definido, engloba sedi- (Zona 304), no tôpo, e o aparecimento do amonóide
mentos da base da Formação Riachuelo, das For-· diagnóstico da Zona 301 (Douvilleiceras spp.), corres-
mações Muribeca e Ponta Verde, além de incluir pondendo, ainda, ao desaparecimento do foraminífero
estratos da porção superior da Formação Coqueiro Hedbergella washitensis praeCUl'sor (Zona 111.1, parte
Sêco. Na área de Piaçabuçu, onde a Formação inferior), na base.
Morro do Chaves apresenta possanças anômalamente' A unidade, na Bacia de Sergipe/Alagoas, engloba
elevadas, sua parte superior é também incluída no a niaior parte da Formação Riachuelo.
Andar Alagoas.
-I.S.li.li - SÉRIE CRETÁCEO SUPERIOR
Estratos do Andar Alagoas ocorrem .através de
tôda a Bacia de Sergipe/Alagoas. Mas em Sergipe A Série Cretáceo Superior, na Bacia de Sergipe/
só se observa a ocorrência de sedimentos da parte Alagoas, abrange sedimentos desenvolvidos em fácies
superior dêste andar, estando ausentes os estratos . marinha, contendo abundante fauna de amonóides,
de sua parte basal, ao passo que em Alagoas se dá foraminíferos e nanofósseis, que permite uma corre-
precisamente o contrário. As espessuras médias dos lação razoável com os andares correspondentes a
estratos compreendidos neste andar são relativamente esta série, estabelecidos na Europa, a saber: Ceno-
delgadas em Sergipe, onde oscilam em tôrno dos 300· maniano, Turoniano, Coniaciano, Santoniano, Cam-
metros, e possantes em Alagoas, principalmente na paniano e Maestrichtiano.
área de Maceió, onde ultrapassam os 2 000 metros.
a) ANDAR CEN0111ANIANO
O Andar Alagoas fica sotoposto ao Andar Albiano
e sobreposto ao Andar Jiquiá. O limite superior da O Andar Cenomaniano estende-se à Bacia de Ser-
unidade foi localizado numa seqüência de deposição gipe/Alagoas, onde iIÍclui o conjunto de estratos si-
contínua; é, porém, uma continuidade local, reco- tuados entre o aparecimento de lvIetoicoceras sp.
nhecida apenas em certas áreas de Sergipe. Para (Zona 306) no limite superior, e o desaparecimento
definir o limite inferior da unidade, também se esco- de 1.11oi-toniceras sergipensis (Zona 304) no limite in-
lheu uma seqüência deposicional contínua, continui- ferior. O aparecimento do foraminífero Rotalipora
dade essa, porém, reconhecida apenas nas partes evoluta e o desaparecimento do esporomorfo Arauca-
mais profundas de Alagoas. Em Sergipe, sedimentos riacites também servem de elementos complemen-
da unidade estão em superposição a rochas dos anda- tares na definição do limite inferior desta unidade.
.res S. Sebastião, Ilhas, S. Amaro ou Brotas, do Era- O Andar Cenomaniano engloba uma reduzida
tema Paleozóico ou mesmo Pré-Cambriano. secção pertencente à parte superior da Formação
e-3) Pa,leontologia Riachuelo, na base, e as camadas basais da Forma-
ção Cotinguiba, no tôpo. O restante do andar é
Na sua parte superior, o Andar Alagoas abrange representado por lUna lacuna.
o Aptiano Superior em fácies marinha, contendo es-
cassa fauna de amonóides, foraminíferos e nanofós- b) ANDAR TURONIANO
seis. O restante da unidade é representado por de-
O tôpo do Andar Turoniano na Bacia de Ser-
pósitos não-marinhos de difícil correlação intercon-
gipe/Alagoas é demarcado no· aparecimento de Pro-
·tinental.
texanites troelseni, e a base é tomada no apareci-
O Andar Alagoas corresponde, na colUÍla bioestra-
mento de Coilopoceras aff. colleti. A unidade abran-
tigráfica, à Zona 010/011, baseada em ostracodes
ge os sedimentos da porção média da Formação
não-marinhos; e, pelo menos localmente, quando a
Cotinguiba.
parte superior da unidade é desenvolvida em fácies
marinha; à Zona 300 e parte inferior da Zona 111.1, c) ANDAR CONIACIANO
baseadas ·a primeira em amonóides e a segunda em
foraminíferos planctônicos. Os limites dos estratos englobados pelo Andar
A Zona 010/011 se caracteriza pela ocorrência do Coniaciano na Bacia de Sergipe/Alagoas são defini-
grupo Cytlzeridea? sp. 201-218. As Zonas 300 e dos pela zona de amplitude do amonóide Protexa-
111.1 (parte inferior) são caracterizadas, respectiva- nites troelseni (Zona 309). A unidade abrange os es-
mente, pela presença de Cheloniceras spp. e Hedber- tratos da parte superior da Formação Cotinguiba.
gella washitensis praeCUl'sor. O andar é, ainda, diag- d) ANDAR SANTONIANO
nosticado pela ocorrência de pólen do gênero Inapel'-
tUl'opollenites (Zona 470) e, junto ao tôpo, por Arau- A ocorrência simultânea dos foraminíferos Haste-
cal'iacites sp. (Zona 460). 1'igerinoides watersi, Planoglob1tlina glabrata e Sipho-
generinoides dentatq" localmente observada ora· no
f) ANDAR ALBIANO limite inferior da Formação Piaçabuçu, ora no limite
N a Bacia de Sergipe/Alagoas o Andar Albiano é superior da Formação Cotinguiba, parece indicar
representado pelos sedimentos situados entre o desa- ~dade ~antoniana para lUna delgada e descontínua

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

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secção sedimentar da Bacia de Sergipe/Alagoas. De 4.4 - ERATEMA CENOZÓICO
maneira geral, porém, se aceita que·o intervalo de 4.4.1 - SISTEMA TERCIÁRIO
tempo correspondente ao Santoniano seria formado 4.4.1.1 ~ SÉRIE P_4.LEOCENO
por uma lacuna, representada pela discordância que Esta série é representada pelos estratos que com-
separa as Formações Cotinguiba e Piaçabuçu. portam as Zonas 117 _e 118, as quais correspondem,
respectivamente, às amplitudes locais dos foraminí-
e) ANDAR CAMP A NIA NO feros planctônicos Globorotalia pseudobulloides e Glo-
b01'otalia angulata. A unidade abrange sedimentos
o Andar Campaniano engloba uma espêssa secção da porção médio-superior da Formação Piaçabuçu.
de folhelhos da parte inferior do Membro Calumbi, 4.';.1.ii - SÉRIE EOCENO
Formação Piaçabuçu. Os limites do andar coinci-
OS estratos que comportam as Zonas 119 e 120,
dem aproximadamente com os limites da Zona 114, as quais correspondem, respectivamente, às ampli-
caracterizada pela amplitude local do foraminífero tudes locais dos foraminíferos planctôllÍcos Subbo-
H eterohelix pseudotessera. tina triloculinoides sp. e Globanomalina aff, pseudo-'
voluta, são considerados pertencentes ao Eoceno. A
f) ANDAR MAESTRICHTIANO llnidade abrange a porção superior extrema da For-
mação Piaçabuçu.
A unidade é representada pelos sedimentos situa-
4.4.1.8 - SEDIMENTOS MAIS RECENTES
dos entre o desaparecimento do foraminífero Globo-
Além dos sedimentos acima analisados, foram reco-
truncana contusa (Zona 116) e o desaparecimento do
nhecidos na Bacia de Sergipe/Alagoas apenas os es-
foraminífero H eterohelix pseudotessera. Abrange a tratos não-marinhos da Formação Barreiras, possi-
secção média do Membro Calumbi, Formação Pia- velmente pliocenos, e os sedimentos de praia e alu-
çabuçu. vião, quaternários.

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

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Maceió, PETROBRÁS, RPNE, Divisão de Explo-
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de Exploração. Relatório, 384) (90) - - - o Zonas concorrentes baseadas na amplitude
(80) - - - o Origem, migração e trapeamento dos hidro- local aproximada de ostracodes diagnósticos,
carbonetos de Carmópolis, Sergipe. Maceió, secção não-marinha, Bacia Sergipe/Alago::LS. Ma-
PETROBRÁS, SERDESTE, Setor de Exploração, ceió, PETROBRÁS, RPNE, Divisão de Exploração,
1964. (PETROBRÁS, Maceió. RPNE. Divisão Re- 1966. (PETROBRÁS, Maceió. RPNE. Divisão Re-
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B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

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B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969


~..
85
SYNOPSIS - The serióus problems offered lo PETROBRÁS geological work
in the sedimeniary Sergipe/Alagoas Basin, by stratigraphic definitions postulat-
ed dllring the so called pioneer stage of the stlldies in this basin, have caused
a completerevision of the related sedimentary sequence to be made, striclly observ-
ing the recommendations of the American and International Godes of Strati-
graphic N omenclatllre. This papel" is a résll1né containing the results of the
revision achieved,' aiming at a formal proposition of a new stratigraphic colwnn
for lhe Sergipe/Alagoas Basin, with new litho-, bio- and chronostratigraphic
divisionsand definitions. The marine section, beginning in the Upper Albian,
has been assigned to iniernational time-stratigraphic 1mits.

(Originais recebidos em 25.XI.68.)

B. téc. PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 12 (1): 21-86, jan./mar. 1969

86
SECÇÃO-TIPO DO MB. MANGUABA SECÇÃO-TIPO DO MB. ROTEIO -
SECÇAO-TIPO DO MB. FRANCES
~
SECÇÃO-TIPO DO MB. ARAMBIPE
poço TIPO: LMst-j-AL poço TIPO: JA-6-AL poço TIPO: FS-j-AL poço TIPO: IDA-j-AL
BAP= 112m BHQ=116m BAP = 75;23m BHQ=79m 8AP = 8,7 BHQ = 14m 8AP = Om BHQ 5m

B 927 380 m 8904 950 m 8918233m 8837750 m


UTM (MC39°) UTM ( MC 39°) UTM ( MC 39° )
831 840 m UTM (MC39°)
828 390 m 845563 m 782 370 m

SP. RES:S FM. PONTA VERDE SP. RES. FM. BARREIRAS aa (-91 5 P. RES·
"">.

563 (-446)
FM. COQUEIRO sÊco
SP. RE S.
705 (-691)
MS. ROTEIO FM. MURIBE CA

M8. MANGUABA 1855 {-18S01

FOLHELHO CASTo SUB-Ta ..


AREIA MÉo. A GROSS.cl FM. COQUEIRO sÊCO
BETUM.,MOo. SltT. CI INTERe.
GRAOS DE QTZO.,E FELOS.II
DE ARENITO FlN.A MÉO. T8.
RÓSEO CI INTERe. DE FOLHE- MB. ARAMBIPE
SILTlTO ez" ARGIL'I MIC. E
FOLHELHO CAST.) LHO CAST.,SUB*A BETUMINOSO
CALCÁRIO CAST.,CRIPTO.,
SUB~A 8ETUM CI
MOO. LAMIN.
INTER. DE CALCÁRIO
AREIA MÉO.. TB.FIN.,QTZOSA.,
CAST.,CRIPTO.,PART.
CAudNICA, CI GRAOS SUBAR
OÓL1CQjE ARENI-
REDONOAOOS. el INTERc.,OE
TO CZ.II
FOLHELHO CAST.,TB, CZ.·ESV.,E
NAO PART.GROSS.
CALCo aco. A eR. PREOOM.GRE-
DOSO

FOLHELHO SUB~A
BETUM.C/ INTER.
DE CALCÁRIO CAST., FOlHELHO CAST., E CZ.·ESV
CRIPTO.,PART.. PRE- T8.SU8. 8ETUM.,1NTERCA-
AREIA CI FELOS. RÓSEO E
DOM,OÓLlCO"]E ARE- LADO CI ARENITO Cz..FIN.A
INTERC. DE FOLHELHO CAST.,
NITO CZ:-MÉO GROSS.,ARGIL. Mle.,T8. SIL-
SUB~A BETUM.
TITO ez.

~
AREIA PREo. MÉO.,QTZOSA .•
CAULÍNICA. CI INTERe.DE FQ-
LHELHO CZ:"ESV.,TB. eALC,GRE-
ARENITO CZ.FIN.A GROSS., DOSO
MS. FRANCÊS
T8. SllTlTO INTERCALADO
CI FOLHELHQ PREDOM. CZ.-
-ESV.,TB. CALC.II
BCO. A CR.,CRIPTO.

PROF. FINAL" "3489 m

Fig. 16-A
CPB-IR-SE CP-13D-SE TM-I-AL MD-I-AL
MR: 21,OOm MR:;:: 15,OOm MR=91,OOm MR= I02PQm

200

ANDAR ALBIANO

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UNIDADE: ANDAR ALAGOAS


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SECÇAO-TIPO COMPOSTA ANDAR JIQUIÁ

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CARBONíFERO PERMIANO JURÁSSICO c R E T c E O T E R C I A' R I O Q U A T E R N A'R I O ~


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COMPLEXO 00 G R U PO B AIX O SAO FRANCISCO


GRUPO SERGIPE '.
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STÂNCIA BATINGA

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Fig. 31 - Quadro cronoestratigráfico da Bacia Sergipe/Alagoas (1968)

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