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A lei de Amra

A manga é uma fruta magnífica, rica em ferro e vitamina C. Oriunda da mística


Índia foi trazida até nós pelos portugueses na época do descobrimento e se
espalhou pelo Brasil de norte a sul. Seu nome científico é MAN(g)GÍFERA e
pertence a família das ANARCADIACEAE, possuindo mais de cem variedades
da espécie. Seu nome em sânscrito é AMRA que significa: “Aquele que
SERVE as criaturas vivas”1[1]. Dito isto, vamos para a parte da chamada Lei
de Amra!

Costume que remonta primevos egípcios, a famosa Lei de Amra é


mencionada em diversos manuscritos místicos antigos.

Esta mesma lei foi, posteriormente adotada pelos povos hebreus influenciando
suas práticas religiosas até hoje.

A Lei de AMRA é a seguinte2[2]: Se você ora ao Deus do seu Coração,


suplicando algum auxílio especial em caso de doença, preocupação,
adversidade, tribulação, ou problema financeiro, e se sua prece, ou seja, sua
petição for atendida, você tem o dever de fazer uma compensação, não apenas
por meio de uma prece ou um sentimento de gratidão, mas, transferindo a
outrem uma parte da benção que recebeu.

Como visto, a tradição assim nos obriga se ao pedirmos melhora de saúde,


alívio em algum sofrimento ou mesmo auxílio em negócios ou ascensão social,
de acordo com a Lei de Amra, devemos contribuir com algo, separando uma
pequena quantidade de dinheiro ou qualquer outro material que possa ser
usado para fazer mais feliz alguma outra pessoa, ou melhor, colocá-la em paz
com o mundo. Tal procedimento pode ser estendido para quando recebemos
uma benção dos Mestres espirituais caso contrário não devemos pedir, com
justiça, no futuro quaisquer outras bênçãos!

A pequena quantidade de dinheiro doada nunca deve ser usada para qualquer
propósito pessoal ou meramente egoísta. Deve ser utilizado para ajudar algum
enfermo, criança desolada, movimento de auxílio ao próximo que realmente
necessite ou esteja realizando uma obra benemerente!

Portanto é Lei! Se oramos ao GADU na busca de solução para algum


problema, seja ele de ordem espiritual, emocional ou material, tais como
finanças, negócios, doenças, etc e, se essa solicitação for “ouvida”, conforme a
Lei de Amra é dever místico do beneficiado fazer uma COMPENSAÇÃO, não
só por meio de uma prece de agradecimento, que muitos a fazem apenas por

1 [1] Rebouças, André P, MestrM, ARLS José Antônio Guimarães, 1292, Rio de
Janeiro, RJ;

1 [2] http://rosacruzes.blogspot.com/2007/09/lei-e-amra.html
desencargo de consciência, mas levar à alguma pessoa necessitada uma parte
do benefício que por graça recebeu, visando assim minorar as dores e os
sofrimentos alheios, ISSO É LEI!

Para termos uma simples ideia do que falamos a verdadeira graça obtida a
todos é concedida todas as vezes que nos reunirmos em loja. Aqui, tristes ou
alegres satisfeitos ou esperançosos e sãos ou doentes, nos olhamos e nos
aplicamos um ósculo fraternal e reverenciamos fortemente o Soberano Árbitro
dos Mundos, GADU, a VIDA e a criação humana... Isso, por si só já é motivo
mais que suficiente para fazer correr o Tr – sempre fazemos isso, a maioria pela
tradição, quando nos juntamos seja para o que for – isso é cumprir a Lei de Amra!
Portanto, a doação, feita de maneira secreta e anônima, não serve apenas para dizermos
a nos mesmos que somos bondosos e caritativos e que por isto mesmo alcançaremos
qualquer tipo de “prestígio”. É a Lei e devemos cumpri-la!

Interessante é verificar que na Bíblia inexiste explicação para a sua aplicação e por isso
mesmo ela vem sendo distorcida há milênios e mal apelidada como um simples
DÍZIMO! Que alias, significa contribuição ou imposto equivalente à décima parte de
um rendimento qualquer. Imposto? 10%? Como assim??? Bem, isto pode ser visto
facilmente em qualquer dicionário.

Como visto, a verdadeira Lei de Amra que desaguou no atual processo do dízimo
enfrentou séculos de distorções e más interpretações por puro desconhecimento das
causas e dos efeitos da ritualística. Para evidenciar o que acabamos de afirmar vejamos
dois textos atribuídos a Hermes Trimesgisto3[3], chamado de “O três vezes grande”
pelos antigos egípcios:

Os falsos sábios, reconhecendo a irrealidade comparativa do Universo, imaginaram


que podiam transgredir as suas Leis: estes tais são vãos e presunçosos loucos; eles se
quebram na rocha e são feitos em pedaços pelos elementos, por causa da sua loucura.
O verdadeiro sábio, reconhecendo a natureza do Universo, emprega a Lei contra as
leis, o superior contra o inferior; e pela Arte da Alquimia transmuta4[4] aquilo que é
desagradável naquilo que é agradável, e deste modo triunfa. O Domínio não consiste
em sonhos anormais, em visões, em vida e imaginações fantásticas, mas sim no
emprego das forças superiores contra as inferiores, escapando assim das penas dos
planos inferiores pela vibração nos superiores. A Transmutação não é uma denegação
presunçosa, é a arma ofensiva do Mestre....

3 [3] http://www.joselaerciodoegito.com.br/downloads/caibalion.pdf, O Caibalion,

3 [4] Transmutar significa: transformar, mudar, converter

3 [5] Ver o significado da palavra RELIGIÃO

3 [6] Rebouças, André P, MestrM, ARLS José Antônio Guimarães, 1292, Rio de
Janeiro, RJ;
Em qualquer lugar que estejam os vestígios do Mestre, os ouvidos daquele que estiver
preparado para receber o seu Ensinamento se abrirão completamente.

Esta lei, como visto até aqui, é uma doutrina sagrada desde os primórdios do antigo
Egito, absorvida pelos hebreus em suas práticas religiosas e que se espalhou para outras
religiões do mundo. Hoje em dia vilipendiada e aviltada em algumas práticas ditas
religiosas5[5] que recebeu erroneamente o nome de “DÍZIMO” e, por conseguinte
passou a ter uma definição totalmente material e com conotação de tributação ou coisa
do gênero! Muitas vezes confundimos o Tr com o Dízimo... Eis então as gritantes
diferenças!

Como vimos, a Lei de Amra é uma Lei Mística ou Espiritual e está ligada a ajuda
anônima, desinteressada e despojada. Metais ou outros suportes de cunho material a
serem doados, nunca poderá ser empregado com propósitos pessoais ou egoístas.

Neste sentido, as instruções recebidas sobre o tema CORPO, na abordagem do Dr.


Deepak Chopra que versa sobre o fato de sermos nós que estamos sempre escolhendo
TUDO que nos ocorre de bom e de ruim, ele enfaticamente afirma sobre a necessidade
permanente de se criar HARMONIA e BENEFÍCIOS para nós e para todos aqueles
que estejam a nossa volta. Isto é simplesmente a Lei de Amra e que tem LIGAÇÃO
com a LEI DO CARMA, e por que não dizer, com todas as Leis que regem o Universo,
tenhamos conhecimento delas ou não, principalmente agora, que já sabemos que tudo se
resume em Sistemas que se interligam, Sistemas interligados a Sistemas, Leis
interligadas a Leis, etc6[6]...

A nossa sublime Instituição nos fala, sempre de Leis, Guarda da Lei, Livro da Lei,
Tribunal etc. Como visto e entendido esse processo é a prova viva do entendimento da
Ordem para com os princípios criadores do Universo, da Vida, de TUDO – LEIS, Leis
que regem que sustentam que dão forma.

Bem, finalizando, tomo emprestado um exercício verbalizado pelo Amad Ir André
Rebouças, Mestr M da ARLS José Antonio Guimarães, 1292, do Rio de Janeiro.
Para a sua execução peço que fechem os olhos e tentem seguir, nos seus silêncios este
poderoso exercício transmutador, capaz de transformar nossas vidas e que não gasta
mais do que DEZ MINUTOS diários.

Escolha um horário fixo todos os dias, às 22h, por exemplo. Sente-se em local reservado
e silencioso e ...

Imagine-se VISUALIZANDO, distribuindo milho aos pombos, por exemplo, ou outro


tipo de alimento aos animais silvestres ou domésticos, não vá escolher um jacaré,
execute isso em uma área gramada. Harmoniosa. Bonita, e você retirando de dentro de
uma sacola ou um bornal esses alimentos e distribuindo aos pombos que estão a sua
volta em revoada. Observe e sinta a alegria deles quando interagem com você em uma
comunicação feita pelo espírito, através do teu olhar no olhar deles...

Podemos abrir os olhos, vagarosamente e entreolhemo-nos.

Meus AAmad IIr, ao término desse exercício, que é dotado de grande enlevo,
procurem colocar uma moeda de R$0,50 ou R$0,25 em um cofrinho ou recipiente
qualquer e, após cada semana ou cada mês, entregue o produto gerado para algum
necessitado da Rua ou a uma Instituição voltada para fins filantrópicos ou beneficente.
Isso, meus IIr é POTENCIALIZAR a Lei de Amra, isso é TRANSMUTAR, essa é
uma arma poderosíssima, mas só para quem arregaça as mangas (MANGAS? Acho que
já falei sobre isto no começo!), só para quem trabalha, só para quem vai à LUTA, só
para quem deseja transmutar-se verdadeiramente e assim entender em sua verdadeira
dimensão o significado do Tr de Solid ou de Benefic, deixando de encará-lo
apenas como mais um giro ritualístico onde muito “fazem de conta que estão doando”
mas se esquecem do que receberam, recebem no presente e estão por receber...

Finalmente, meus AAmad IIr, tudo o que fazemos em uma Loja Maçônica tem
raízes muito antigas e representam tradições milenares que devem ser preservadas e
repassadas aos iniciados para que continuem a beneficiar mais e mais pessoas mundo
afora! Nosso universo está se transmutando, lentamente para nossos padrões. Neste
momento impar de nossas vidas, quando desfraldamos o espírito da AMA – Ação
Maçônica Assistencial, em sua 7ª edição, conecta-se o espírito da Lei de Amra e o
desejo irrefreado dos maçons aqui reunidos para minorar o sofrimento alheio e, ao esmo
tempo resgatar, pela doação sincera, o que já receberam desta mesma comunidade!
Assim, encerro esta peça de arquitetura, agradecendo a oportunidade dada e ao mesmo
tempo pedindo que reflitam sobre o poder da Lei de Amra e suas consequências,
quando bem empregada!

René Descartes

ARLS Hipólito da Costa, 1960

MI, G 32

Contribuições:

Alexandre A JANSEN Osório, Ven Mestr da ARLS Hipólito da Costa, e

HUMBERTO França de S Vidal, M I e Obr da ARLS Hipólito da Costa

Aspectos relativos a Maçonaria Universal

ORIENTE COM DESNÍVEL GEOGRÁFICO E OS MESTRES INSTALADOS


Em 12 de outubro de 1804, foi criado em Paris o Supremo Conselho de França,
o segundo no mundo, para difundir na Europa o Rito Escocês Antigo e Aceito.
Concebido, inicialmente, como Rito para Altos Graus, chegou dos Estados
Unidos sem ritual próprio para os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre.
No dia 22 de outubro, uma Assembléia Geral do Supremo Conselho de França
fundou, também em Paris, a Grande Loja Geral Escocesa para organizar o
ritual francês das Lojas Azuis (Blue Lodges) do Rito Escocês Antigo e Aceito
(ainda não havia sido cunhado o termo simbolismo para os três primeiros
graus), tendo por base o Rito Antigo Aceito, praticado pela Grande Loja de
Londres de 1751, a Grande Loja dos auto proclamados "antigos" maçons.
Na França, o Grande Oriente tinha como rito oficial, o Rito Escocês dos
Modernos, ou Rito Francês, semelhante ao rito praticado pelas Lojas da
Grande Loja de Londres de 1717, a primeira Grande Loja no mundo e
denominada, pejorativamente, pelos seus adversários, como sendo dos
"modernos" (os que inventaram ritual novo).
Quarenta dias depois, um acordo entre Grande Oriente e Supremo Conselho
viabilizou a prática do Rito Escocês Antigo e Aceito dentro do Grande Oriente
de França.

COMEÇO DA CONTURBADA TRAJETÓRIA DOS GRAUS SIMBÓLICOS DO


REAA
O Grande Oriente fez misturas entre os dois ritos, em vários graus,
principalmente porque praticou o Rito Escocês Antigo e Aceito no seu templo
adornado para o Rito Francês.
No ano seguinte, 1805, os maçons do Supremo Conselho afirmaram que o
Grande Oriente havia violado a combinação. Retiraram-se do Grande Oriente e
passaram a trabalhar sozinhos. Por carência de membros preparados
adequadamente, o Supremo Conselho, junto com a Grande Loja Geral
Escocesa, ambos liderados pelo conde Alexandre de Grasse-Tilly, convidaram
Oficiais do Grande Oriente para dirigirem os Altos Graus. Esses maçons
oriundos do Rito Francês, não conheciam bem o Rito Escocês Antigo e ainda,
muitos desdenharam o direito do Supremo Conselho comandar o Rito, na
França.
Sob o abrigo do primeiro Grão-Mestre Adjunto, o Príncipe Cambaceres, que
havia aceitado ser Grão-Mestre de cada um dos sistemas escoceses, ou
mesmo, a presidência de honra, a Grande Loja Geral Escocesa e o Supremo
Conselho se entregaram com intensidade em toda a atividade que suas
lideranças puderam realizar. No entanto, o Grande Oriente manteve com vigor
o funcionamento do Rito Moderno e, ao mesmo tempo, lutou, ostensivamente,
contra as tentativas das diversas autoridades do Supremo Conselho e da
Grande Loja, de fazerem firmar-se o Rito Escocês Antigo e Aceito, como fora
inicialmente organizado.

ESFACELAMENTO DO SUPREMO CONSELHO E DO REAA NA FRANÇA


O período não estava favorável ao novo rito, surgindo como agravante às
pretensões do Supremo Conselho, a queda do governo francês, em 1814. Em
1804, quando o REAA chegou à França, Napoleão Bonaparte fora coroado
Imperador e teve promulgado o código civil napoleônico. Em 1814, Napoleão
foi derrotado pelos aliados formados por Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia.
Napoleão se exila em Elba. O Grande Oriente, pela sua força política, não teve
que cessar totalmente as atividades, mas o Supremo Conselho e a Grande
Loja Geral Escocesa sofreram com a resistência que enfrentavam do Grande
Oriente e pouco realizaram. O Rito Escocês Antigo e Aceito praticamente
desapareceu na França, nesse período. Outro fator que muito contribuiu para o
enfraquecimento do rito foram as divergências entre os próprios integrantes,
divididos em Supremo Conselho de França e Supremo Conselho de América. A
história dessas divergências internas mostra que não houve unidade no
Supremo Conselho francês, além de mal estruturado, para enfrentar a
campanha do Grande Oriente. O resultado foi a decisão do Grande Oriente, em
1814, declarando, unilateralmente, que, em virtude de diferentes acordos
datados de antes e depois da revolução francesa, ele retomava todos os
direitos sobre os ritos Moderno e Escocês Antigo e Aceito.

PRIMEIRA IDÉIA DE LOJA CAPITULAR


Em 1816, o Grande Oriente assumiu a jurisdição de parte do Rito Escocês
Antigo e Aceito, decidindo que ficaria com o poder sobre o conjunto dos graus
do 1 ao 18. Essa escolha baseou-se na intenção de dirigir o Rito Escocês
Antigo e Aceito na mesma abrangência simbólica que já fazia com o Rito
Moderno, ou seja, do grau de Aprendiz ao Rosa+Cruz. No Rito Moderno, o
Rosa+Cruz é o 7º e no Escocês Antigo, o 18º. Em 1820, o Grande Oriente
organiza um ritual do REAA voltado para o funcionamento seqüencial do grau
de Aprendiz ao grau Rosa+Cruz. A esse conjunto de graus, sob a mesma
direção, foi atribuída a denominação de Loja Capitular, presidida
preferencialmente por um Cavaleiro Rosa+Cruz.

O TERMO SIMBOLISMO
Com o surgimento das Lojas Capitulares na França, a denominação Lojas
Azuis desapareceu, passando a ser empregado o termo "simbolismo" para
representar o conjunto de graus - Aprendiz, Companheiro e Mestre – dentro da
então nova concepção obediencial no Rito Escocês Antigo e Aceito: Lojas
Simbólicas, Lojas de Perfeição, Capítulos ( obedientes ao Grande Oriente de
França ), Conselhos Kadosh, Consistórios, Supremo Conselho ( obedientes ao
Soberano Supremo Conselho do Grau 33). Da França, o Rito Escocês Antigo e
Aceito foi difundido para os países de língua latina, em maioria. Os países
anglo-saxônicos, no entanto, não se submeteram às decisões do Grande
Oriente de França e seguiram o modelo inicial. O Supremo Conselho norte-
americano continuou administrando o Rito Escocês Antigo e Aceito dos graus 4
ao 33, servindo-se das Lojas Azuis americanas, obedientes às Grandes Lojas,
para perfazer o total de 33 graus.

AS LOJAS CAPITULARES NO BRASIL


O Supremo Conselho fez tratado de condomínio com o Grande Oriente do
Brasil nas condições definidas na França: o GOB assumiu os graus 1 ao 18,
constituindo as Lojas Capitulares e o Supremo Conselho os graus 19 ao 33.
Permaneceu essa estrutura até 1927, quando o Supremo Conselho denunciou
o tratado com o Grande Oriente do Brasil e recuperou seu poder sobre o Rito,
do grau 4º ao 33º, reencontrando-se com o que acontecera em 1801, em
Charleston, nos Estados Unidos. A tendência mundial entre os Supremos
Conselhos com reconhecimento mútuo, no início do século vinte, era de
padronizar a divisão: graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre com jurisdição
de Grandes Lojas ou Grandes Orientes e os 30 graus superiores com jurisdição
dos Supremos Conselhos.

RITUAIS DESCARACTERIZADOS DO SIMBOLISMO


Devido à ruptura do tratado com o Grande Oriente do Brasil, o Supremo
Conselho do Brasil providenciou a criação das Grandes Lojas estaduais, que
tiveram a incumbência de organizarem e coordenarem a prática dos graus
simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito. Nessa oportunidade, o Supremo
Conselho repetiu o que já acontecera em 1820, na França, deixou o
simbolismo atirado à sua desventura funcional, com ritualismo confuso
provocado ora pelas influências do Rito Moderno, ora dos Altos Graus do
próprio Rito Escocês Antigo e Aceito.
As modificações produzidas pelo Grande Oriente de França, em 1820, com o
ritual que criou as Lojas Capitulares, não foram desfeitas, sendo incorporadas
aos graus simbólicos do rito, definitivamente.

ORIENTE ELEVADO E COM ÁREA DELIMITADA


O piso do templo no ritual de 1804 é plano em toda a sua extensão. As colunas
do norte e do sul se estendem de oeste a leste. O Oriente é constituído pelo
Venerável Mestre, que fica no Trono num plano elevado. Não havia área
demarcada do Oriente, como conhecemos hoje. O fundo do Oriente era um
semicírculo e todos os Irmãos presentes, inclusive Oficiais, estavam incluídos
em uma das colunas; norte ou sul. A exceção se fazia quando da presença de
autoridade maçônica, dos Altos Graus do Rito ou de outros Ritos. Nessa
ocasião, o Venerável Mestre mandava sentar próximo e abaixo do Trono,
acompanhando a curvatura da parede de fundo, de frente para o oeste. O
tratamento era pessoal, sendo concedida a palavra nominalmente, após a
mesma circular nas colunas, por iniciativa do Venerável Mestre, sem, contudo,
anunciar a palavra no Oriente, como presentemente.
O Oriente elevado, em comparação com o restante do templo, surgiu com as
Lojas Capitulares, na França, no ritual de 1820. Um terço da área do templo foi
cercada por uma balaustrada com uma abertura no centro para a passagem
dos Irmãos, que separou Oriente do Ocidente. O acesso ao oriente se dá
através de quatro degraus. O Oriente elevado e cercado foi idealizado para
simbolizar o Santuário do Grau Rosa-Cruz, onde está a direção da Loja,
representada pelo Sapientíssimo Príncipe Rosa-Cruz. Os Irmãos iniciados no
grau 18º e acima, sentam-se no Oriente durante o desenvolvimento dos
trabalhos da Loja.

ORIENTE PROIBIDO PARA APRENDIZES E COMPANHEIROS


Durante o período em que os graus simbólicos estiveram incluídos na
seqüência ininterrupta até o 18º das Lojas Capitulares, os Aprendizes e
Companheiros não tinham permissão para ingressarem no Oriente. Nessa
fase, os maçons ainda aspirantes ao grau de Mestre, não desempenhavam
cargos ritualísticos. Nas cerimônias de Iniciação nos dois primeiros graus,
Aprendizes e Companheiros não subiam ao Oriente para passar atrás do Trono
e bater no ombro do Venerável Mestre, como se faz presentemente. Nessa
etapa, o Sapientíssimo Mestre descia do Oriente e lhe era apresentado o
candidato no Ocidente, junto aos degraus de acesso ao Oriente. Esse
procedimento alerta para o fato de que o Oriente elevado e circunscrito nunca
fez parte da ritualística dos graus simbólicos e, portanto, não devia ter
permanecido na descrição do Templo, após o desaparecimento das Lojas
Capitulares, porque contribuiu para desinformar a respeito do Templo
adequado para as Lojas Simbólicas.
MESTRES INSTALADOS NO ORIENTE DOS CAVALEIROS ROSA+CRUZ
Está salientado e explicado que o Oriente elevado em relação ao Ocidente
permaneceu indevidamente nos Templos dos graus simbólicos por negligência
da orientação dos Supremos Conselhos, a começar pelo de França. No
surgimento das Grandes Lojas brasileiras, o Templo das Lojas que se
transferiram do Grande Oriente do Brasil, antes ajustado para os graus
capitulares, não foi readaptado para o modelo original do Rito Escocês Antigo e
Aceito, anterior a 1820, ou seja, o piso plano em toda a extensão. Não
bastasse essa influência capitular no simbolismo do REAA, foi acrescentada a
novidade que viria transformar o REAA das Grandes Lojas num conjunto de
procedimentos que representaram a presença parcial de vários Ritos em um. A
figura do Past Master (o Mestre Instalado) da Grande Loja, dentro do REAA, foi
outro lance que, junto com o ritual criado em 1928, deformou ainda mais o
REAA antes conhecido. A ritualística de Instalação do Mestre de Loja é mais
antiga que o grau de Mestre Maçom e faz parte das duas únicas cerimônias
formais que os ingleses realizavam desde a época em que foi fundada a
primeira Grande Loja, em Londres, em 1717. A iniciação do profano era feita
sem encenações. Tinham maiores formalidades a passagem ao Grau de
Companheiro e a posse do Companheiro Eleito na presidência de uma Loja
Maçônica. A cerimônia de Instalação faz parte da história cultural da maçonaria
inglesa.
Da outra parte, os primeiros rituais das Lojas Azuis (mais tarde, Lojas
Simbólicas), do REAA, em 1804, foram feitos pela Grande Loja Geral
Escocesa, com cultura original de caráter operativo. O cerimonial pomposo
para a posse do Respeitável Mestre eleito foi sempre um reflexo da concepção
inglesa de Maçonaria Real, não influenciada pelo período operativo. A
Inglaterra não teve Lojas operativas conhecidas. As posses, nas Lojas
Simbólicas do REAA foram em rito mais administrativo.
O surgimento da figura do Mestre Instalado no meio do espaçamento natural
entre o Mestre Maçom (Grau 3) e o Mestre Secreto (Grau 4), encontrou no
Oriente elevado e circunscrito um ótimo local para fortalecer nova categoria de
Mestre Maçom no REAA. Não havendo Loja Capitular nas Grandes Lojas
brasileiras, o Oriente, lugar antes reservado para os iniciados nos Graus
Capitulares, foi ocupado pelos Mestres Instalados. Com seus segredos
diferentes dos Mestres Maçons, os Mestres Instalados são considerados
Mestres Maçons diferenciados e a eles é designado o Oriente elevado, região
do Templo também diferenciada em comparação com o Ocidente. Dessa
forma, os Mestres Instalados lembram nos graus simbólicos, os Cavaleiros
Rosa-Cruz da antiga Loja Capitular.
As Lojas Simbólicas do REAA que presentemente trabalham em Templo que
possui o piso da parte oriental mais elevado, não estão contribuindo para
mostrar como foram concebidos os três primeiros graus do REAA na França,
em 1804. Por outro lado, se essas mesmas Lojas reservam o Oriente para a
localização dos Mestres Maçons que têm a dignidade de Mestre Instalado,
estão, as Lojas, praticando uma irregularidade ritualística, pois reconhecem
uma categoria superior à de Mestre Maçom, mas que não é a do Mestre
Secreto. A superioridade hierárquica do Mestre Instalado sobre o Mestre
Maçom está caracterizada e confirmada na cerimônia de Instalação, no
momento em que todos os Mestres Maçons não Instalados são obrigados a
cobrirem o Templo. Nessa condição, estão também os Mestres Maçons do
REAA que tenham sido iniciados no grau 4, 5, 6, etc... que não tenham sido
eleitos Venerável Mestre. São tratados como os do grau 3 e não permanecem
no Templo, no momento de Instalação do Mestre Maçom eleito para dirigir a
Loja.
A dignidade do Mestre Instalado é compatível tão somente com Ritos anglo-
americanos, como o Craft e o York, que permitem no ritual a supremacia
hierárquica do Mestre Instalado sobre o Mestre Maçom não instalado, embora,
oficialmente, a Grande Loja Unida da Inglaterra não reconheça essa
supremacia. O Mestre Instalado não tem lugar no REAA com 33 graus
seqüenciais. Serve, sim, para o REAA que conta apenas 30 graus próprios,
embora considere toda a cadeia com 33, como nos Estados Unidos.

O PAST MASTER (MESTRE INSTALADO) DO SANTO ARCO REAL


O Ritual Emulação tem uma extensão do terceiro grau, que não é considerada
oficialmente um novo grau, chamado Santo Arco Real. Embora não seja
admitido pela Grande Loja Unida da Inglaterra como um grau superior, tem,
porém, uma ritualística própria, na qual, em dada passagem, o Mestre Maçom
é retirado do Templo e só permanecem os Past Masters. Não deve o Santo
Arco Real inglês ser confundido com o corpo de Graus Superiores do sistema
americano, conhecido como Real Arco, que tem vários graus.
A história de que o Santo Arco Real inglês não é um grau, não é assim
entendida pela maioria dos maçons ingleses. Essa arrumação foi imaginada
para contentar correntes antagônicas que se debatiam em defesa de suas
idéias e crenças ritualísticas, durante as reuniões de negociações que
prepararam a união das duas Grandes Lojas inglesas rivais, a dos "modernos"
e a dos "antigos", na Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1813. A Grande Loja
Unida, apesar de inflexível na observância dos critérios de reconhecimento de
outras Potências Maçônicas, não proíbe, não faz tratados com Obediências
dos Altos Graus, não interfere nos assuntos relativos a esses Graus
Superiores. Simplesmente, ignora-os.
Os praticantes do Santo Arco Real, surgido por volta de 1751, apregoavam
serem detentores dos segredos da palavra sagrada que foi perdida, segundo a
lenda do terceiro grau. Isso, despertava grande curiosidade naquela época e
muitos maçons desejavam ser exaltados no Santo Arco Real. Para que o ato
de união entre as Grandes Lojas inglesas rivais se efetivasse, foi encontrada
essa solução que a cultura inglesa demonstrou ter assimilado bem; incluir o
Santo Arco Real como um complemento do terceiro grau, mas sem se
constituir no quarto grau. O Santo Arco Real é fundamentado no relato bíblico
que descreve o retorno do povo judeu da Babilônia, em 538 a.C. e na antiga
lenda surgida durante a construção do quarto Templo, em torno de 400 d.C.,
que descreve a descoberta de uma cripta, de um altar e da palavra sagrada.
Assim, a estrutura da Franco-maçonaria inglesa considerou, em dado momento
da história, 1813, que a Maçonaria Pura e Antiga consiste de apenas três
graus, mas que se inclui nesses o Santo Arco Real. É, verdadeiramente, coisa
para inglês ver.
Para administrar o Santo Arco Real, os ingleses têm o Supremo Grande
Capítulo que concede "Brevê Constitutivo" para a fundação dos Capítulos do
Arco Real que funcionam anexo às Lojas Simbólicas inglesas. A dignidade de
Past Master (Mestre Instalado) adotada pelas Grandes Lojas brasileiras tem
origem nessa maçaroca inglesa que manteve aos quatro graus do Santo Arco
Real, todos sob a denominação de um desses graus, o de Past Master, sem
considerá-lo grau superior. O Rito Escocês Antigo e Aceito ganhou, através das
Grandes Lojas, uma hierarquia formal entre os graus 3 e 4, sem considerá-la
grau superior ao de Mestre. Foi a continuação da maçaroca.
Fonte: http://www.oficina-reaa.org.br/Trabalhos.html

BREVE RESUMO HISTÓRICO DA MAÇONARIA NO BRASIL

Texto transcrito de folheto informativo distribuído pelo GRANDE ORIENTE DE


SÃO PAULO em dez/1997

Embora tenha, a Maçonaria brasileira, se iniciado em 1787, com a Loja


Cavaleiros da Luz, criada na povoação da Barra, em Salvador, Bahia, só em
1822, quando a campanha pela independência do Brasil se tornava mais
intensa, é que iria ser criada sua primeira Obediência, com jurisdição nacional,
exatamente com a incumbência do levar a cabo o processo de emancipação do
país. (Vide abaixo: Em "O Sumário de sua História...da criação da primeira
Obediência Nacional).

1800/1801 - Maçons portugueses fundam no Rio de Janeiro a Loja "União",


que mais tarde passou a denominar-se "Reunião" por terem a ela filiado outros
maçons. Com as Lojas "Constância" e "Filantropia", filiou-se em 1800 ao
Grande Oriente Lusitano. Separou-se, porém, por terem surgido discórdias e
filiando-se ao Grande Oriente da França, adotando o rito Moderno.

Em 1802 é instalada na Bahia a Loja "Virtude e Razão", da qual saíram, em


1807, a Loja "Humanidade" e, em 1813, a Loja "União".

Em 1807, a 3 de março, ressurge a Maçonaria no Brasil com a instalação da


Loja "Virtude e Razão Restaurada", na Bahia.

Em 1809, D.João, Príncipe Regente, ao receber uma longa lista de nomes de


maçons, para serem presos, respondeu nesses termos: "Foram estes que me
salvaram".

Em 1809 funda-se em Pernambuco uma Loja da qual fizeram parte os padres


Miguel Joaquim de Almeida e Castro, João Ribeiro Peixoto e Luiz José
Cavalcante Lins. Esta Loja teve intuitos puramente políticos e os padres que
faziam parte do seu Quadro tinham sido iniciados em Lisboa em 1807.

Em 1812 funda-se, na freguesia de São Gonçalo, Niterói, a Loja "Distintiva".


Essa Loja tinha sinais, toques e palavras diferentes das outras Lojas, tendo por
emblema um índio vendado e manietado de grilhões e um gênio em ação de o
desvendar e desagrilhoar. Era ela republicana e revolucionária. Denunciada, foi
dissolvida, sendo lançados no mar, nas alturas da ilha dos Ratos, seus
arquivos e alfaias.
Em 1813, na Bahia, é fundado o primeiro Grande Oriente com as Lojas "Virtude
e Razão", "Humanidade" e "União", que adormeceu devido a desastrosa
revolução de 1817.

Em 1815, a 12 de dezembro, na residência do Dr. João José Vahia, é instalada


a Loja “Comércio e Artes", que logo depois adormeceu.

Existia no Recife, em 1816, uma Grande Loja Provincial reunindo as Lojas


"Pernambuco do Oriente", "Pernambuco do Ocidente", "Restauração e
Patriotismo" e "Guatimozim".

O ano de 1821 começara para D.João VI como principiara o de 1807. O


Grande Oriente Lusitano levara-o, quinze anos antes, a transferir a sede do
governo monárquico da Nação Portuguesa de Lisboa para o Rio de Janeiro.
Decorrido três lustros, esse mesmo grande Oriente obrigá-lo-ia a retransferir a
sede do seu governo do Rio de Janeiro para Lisboa.

Em 1822, a 10 de março, por proposta de Domingos Alves Branco, a Loja


"Comércio e Artes" confere ao Príncipe D.Pedro o título de "Protetor e Defensor
Perpétuo do Brasil". A 26 de maio, José Bonifácio é iniciado na Maçonaria. A
21 de maio, em plena sessão das Cortes, em Lisboa, o Maçom Monsenhor
Muniz Tavares diz que - talvez os brasileiros se vissem obrigados a declarar
sua independência de uma vez. A 2 de junho, José Bonifácio, com outros
maçons, funda a sociedade secreta "Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa
Cruz", melhor conhecida com o nome de "Apostolado", da qual fez parte
D.Pedro, com o título de Arconte-Rei. A 5 de agosto, com a dispensa do
interstício, D.Pedro é exaltado ao grau de Mestre. A 14 de setembro D.Pedro é
investido no cargo de Grão Mestre no Grande Oriente do Brasil. A 4 de
outubro, D.Pedro oferece a Gonçalves Ledo o título de marquês da Praia
Grande que é por este recusado, com a declaração de ser muito mais honroso
o de brasileiro patriota e de homem de bem. A 21 de outubro, D.Pedro, Grão-
Mestre, manda a Gonçalves Ledo que suspenda os trabalhos no Grande
Oriente. A 25, em decreto, D.Pedro determina o encerramento das atividades
maçônicas. Diversos maçons são presos. Ledo consegue fugir para a
Argentina.

Em 1823, a 25 de março o Apostolado aprova o projeto da Constituição


Brasileira. A 23 de julho, o Apostolado é violentamente fechado. A 20 de
outubro, D.Pedro, Imperador proíbe as sociedades secretas do Brasil, sob pena
de morte ou de exílio.

A 13 de janeiro de 1825, o Maçom, frei Joaquim do Amor Divino Caneca é


fuzilado no Recife.

A 23 de novembro de 1831, o Grande Oriente do Brasil restabelece suas


atividades, adormecidas desde 1822, sendo reeleito José Bonifácio de Andrada
e Silva para o cargo de Grão-Mestre. Nesta oportunidade é lançado um
manifesto a todos os Corpos Maçônicos Regulares do mundo contendo
subsídios de extraordinária importância para a História do Brasil. Instala-se, a
12 de novembro, o Supremo Conselho do Rito Escocês para o Brasil, sendo
seu primeiro Grande Comendador, Francisco Gê Acayaba de Montezuma,
visconde de Jequitinhonha. No surgimento da Maçonaria em 1832, no Rio de
Janeiro, existiam dois Grandes Orientes - o Grande Oriente do Brasil, presidido
por José Bonifácio que teve sede na atual Rua Frei Caneca, e o Grande
Oriente Nacional Brasileiro, presidido por Britto Sanchez, com centro à Rua dos
Passos. Em uma cisão havida neste último, surge outra Potência, tendo como
Grão-Mestre o marechal Duque de Caxias. O antagonismo e a animosidade
que dividiam os grupos maçônicos levam este Grande Oriente a abater
Colunas, depois de ser despejado por dificuldade financeira. Sem dúvida, não
encontrara o Duque de Caxias, entre os maçons da época, espírito de
cooperação e fraternidade.

História de Templos Antigos

TEMPLO (do latim: templum) é o edifício consagrado a um culto religioso e,


figuradamente, significa lugar respeitável, lugar sagrado; locais onde Lojas
maçônicas celebram sessões. Um templo maçônico, por definição, é um lugar
respeitável, uma vez que a Maçonaria não é um culto religioso.

No início de sua história mística o homem usava, para as suas orações, o


alto das montanhas, ou o refúgio sob as árvores de bosques e florestas. Os
templos só surgiram na época em que, nos locais tradicionalmente destinados
ao culto religioso, foram murados para proteção, permanecendo descoberta a
parte de cima, para que, de seu interior, fosse possível ver os céus, já que,
desde os primitivos tempos, considera-se que é nos céus que residem os
deuses. E isso não é estranhável, quando se considera que os primeiros
deuses da humanidade eram os astros visíveis no firmamento (Sol, Lua,
Mercúrio, Marte, Vênus, Júpiter e Saturno).

Os primeiros templos surgiram na Mesopotâmia, "terra entre rios", situada


entre os rios Tigre e Eufrates, mais precisamente entre os sumerianos, por
volta do IV milênio A .C., atingindo o seu apogeu na época dos babilônios. Os
primitivos templos mesopotâmicos, feitos de tijolos secos ao sol, eram bastante
simples, tendo a estátua do deus contra a parede do fundo e cercada pelas
demais paredes, sem teto. Os mais importantes templos, todavia, foram os da
Babilônia, que eram em forma de zigurate; o grande templo era o do deus
Marduc chamado de Esaguil, "casa do teto alto", flanqueado, ao norte, pela
torre em degraus, o zigurate, chamada Etemenanqui, "templo dos fundamentos
dos Céus e da Terra", e conhecida pelo nome de "Torre de Babel", cuja base
era um Quadrado de 91 metros de lado e cuja altura também era de 91 metros,
Essa torre, destruída pelo rei assírio Senaqueribe, foi refeita por Nabopolassar
e seu filho Nabucodonosor, que se fizeram representar em avental, tendo, ao
ombro, um cesto de tijolos.

Os templos egípcios, que surgiram depois, tiveram sua expressão maior no


Novo Império (a partir de 2.2 (NI A. C.) aproximadamente) e obedeciam a um
esquema invariável: havia uma alameda processional, cercada, de cada lado,
por ume fileira de esfinges, conduzindo à porta de acesso, situada entre suas
colunas e através da qual se chegava a um pátio interno e, em seguida, ao
santuário. Os templos egípcios eram a representação da Terra, da qual
brotavam as colunas, como gigantescos papiros, em direção ao céu estrelado
(no início, o próprio céu, nos templos descobertos; depois um teto imitando a
abóbada celeste).

Os templos egípcios e babilônicos influenciaram, evidentemente, os templos


hebraicos, inclusive o lendário grande templo de Jerusalém, ou templo de
Salomão, que viria a ser o arquétipo das igrejas.

Mas foi com os gregos que a construção de templos tornou-se a mais alta
expressão da arquitetura antiga, desenvolvendo, nela, formas e estilos que
refletem, de maneira objetiva e exemplar, a essência da antiga arte de
construir.

Influenciando todas as culturas posteriores, o templo grego é,


essencialmente, a habitação do deus. O seu núcleo é a cela, erigida para o
deus e para a sua presença em forma de imagem; com a configuração de um
retângulo alongado e uma larga porta aberta num dos lados menores, a cela
tem a estrutura fundamental da casa grega, o megaron. A forma básica do
templo grego, determinado por um eixo longitudinal e desenvolvendo-se,
equilibradamente, a partir deste eixo, adquire, mais tarde, isso de maneira
secundária em relação à sua finalidade, uma orientação, segundo a qual a
porta do Leste, ou Oriente, dá acesso à cela, de maneira que a imagem cultual
do deus apareça, em frente a ela, a Oeste, ou Ocidente. Com equilíbrio, o
recinto interior é dividido por duas filas de colunas interiores em nave central,
ampla e dominante, e duas naves laterais, mais estreitas, de cada lado. O
megaron tem um vestíbulo, constituído pelo prolongamento das paredes mais
compridas do quadrilátero, que são reforçadas na Parte anterior, "antas",
tendo, entre elas, duas colunas e formando o átrio.

Esse tipo de construção viria a ser fundamental nas religiões posteriores à


época da antiga civilização grega e pode-se afirmar, também, que embora a
História maçônica registre que o templo maçônico tem, como arquétipo
exclusivo, o templo de Jerusalém, ele, na realidade, mostra, para a sua
concretização, a contribuição de diversas civilizações, principalmente a grega,
não só no seu arcabouço, no seu continente, mas, também, na sua decoração,
no seu conteúdo. A imagem do deus, que, no templo de Jerusalém, era
substituída pela Arca da Aliança e, nas igrejas, pelo altar-mor, no templo
maçônico é substituído pelo símbolo da divindade, ou da sabedoria: o Delta
Radiante, ao qual não se presta culto, mas respeito, apenas, pois a Maçonaria
não é um sistema religioso e os seus templos não abrigam, especificamente,
nenhuma religião.

Amálgama, portanto, de diversas contribuições das antigas civilizações e de


agrupamentos medievais, os templos maçônicos merecem um estudo à parte,
dentro da pesquisa relativa ao grande conjunto de Ciências Humanas e Exatas
que é a Maçonaria.

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