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Atenção à Saúde Bucal no contexto das estruturas ambulatoriais de

atendimento à Covid-19: um estudo de caso no município de Pinhalzinho-SC1.

Rosane Lino Teixeira2


Igor Greik Agnoletto 3

RESUMO
A integralidade no atendimento humanizado no Sistema Único de Saúde visa o cuidado e o trabalho
em todos os níveis de atenção à saúde. Com o quadro pandêmico envolvendo o vírus SARS-CoV-2,
evidenciou-se que a atenção à saúde bucal de pacientes debilitados por Covid-19, precisa constituir
parte das estratégias para melhor prognóstico no período trans e pós infecção. Diante disso, o
objetivo deste trabalho foi analisar a atenção à saúde bucal no âmbito das unidades de atendimento
ambulatorial/hospitalar para pacientes Covid-19, na cidade de Pinhalzinho, durante o período
pandêmico. Para tanto, foi utilizada a abordagem qualitativa (estudo de caso) que abarcou análises
documentais e entrevistas (análise de conteúdo) associadas ao levantamento de dados
epidemiológicos (Covid-19) e assistenciais de saúde bucal no município de Pinhalzinho/SC. Os
resultados apontam que não foram constatadas normatizações documentais, práticas assistenciais ou
de cuidado à saúde bucal voltadas aos pacientes Covid-19 nos ambientes ambulatoriais e
hospitalares de Pinhalzinho/SC. Em conclusão, constatou-se a inobservância e desconsideração à
atenção à saúde bucal como componente relevante ao prognóstico nos períodos trans e pós
pandêmico dos pacientes.
Palavras-chave: Covid-19; Saúde bucal; Serviços de saúde bucal.

1 INTRODUÇÃO

O Covid-19 caracteriza-se como uma infecção respiratória, causada pelo vírus


SARS- CoV-2 e suas variantes. A pandemia iniciou-se em Wuhan, na China (2019),
se disseminando ao redor do mundo com muita rapidez. Até março de 2022, foram
confirmados aproximadamente, 470 milhões de casos e 6 milhões de óbitos por
Covid- 19, no mundo. O Brasil é responsável, isoladamente, por mais de 29 milhões
de casos com, aproximadamente, 660 mil óbitos por Covid-19 (MURALIDAR et al.
2020; NETO, DO NASCIMENTO CORRÊA. 2020; BULUT, KATO. 2021;
MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2022).
Ao longo dos anos, a ciência tem demonstrado a importância da saúde bucal
como integrante da saúde geral. Condições sistêmicas já existentes como diabetes,
imunossupressão, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares e complicações
obstétricas, podem agravar quadros de saúde bucal, quando associadas a hábitos

1
Trabalho de Conclusão de Curso como pré-requisito à obtenção de título de bacharel em
Odontologia;
2
Graduanda de Odontologia UCEFF/Chapecó
3
Orientador das disciplinas de Trabalho de Conclusão de Curso I e II; Mestre em Odontologia em
Saúde Coletiva (UFSC);
2

deletérios (hábitos de higiene oral, alimentação, padrões socioeconômicos e


culturais). Algumas das condições mencionadas foram associadas a piores
prognósticos de pacientes Covid-19, bem como, se caracterizam como sequelas da
infecção. Diante deste quadro, torna- se inegável que a atenção à saúde bucal de
pacientes debilitados por Covid-19, precisa constituir parte das estratégias para
melhor prognóstico no período trans e pós infecção (NASCIMENTO et al. 2007; DE
ALMEIDA, CORRÊA. 2003).
As vias orais e respiratórias são as principais fontes de transmissão da
Covid-19. A transmissão dá-se por via direta (inalação de gotículas expelidas pela
boca ou nariz ou pelo contato direto com a mucosa) ou indireta (causada pelo toque
em superfícies contaminadas). Parte das vias respiratórias tangencia e se confunde
com a via estomatognática, área de íntima relação com a condição bucal e atuação
clínica das equipes de saúde bucal. Os profissionais de saúde bucal são desafiados,
diuturnamente, em sua prática, pela exposição considerável a agentes infecciosos
presentes na via oral. O contexto pandêmico e as características etiopatogênicas da
Covid-19 impulsionaram o aprimoramento nas práticas de biossegurança e processo
de trabalho, possibilitando que a assistência à saúde bucal pudesse melhorar a
qualidade de vida da população, sem constituir-se em fator preponderante de
infecção e disseminação do vírus. (CRUZ et al. 2014; LIMA et al. 2011).
Protocolos de atendimento odontológico no contexto da Covid-19 foram
elaborados mundo afora e, no Brasil, criaram-se normativas e portarias
periodicamente, nas três esferas governamentais. Inicialmente, orientou-se a
postergação dos atendimentos eletivos em saúde bucal, por conta do risco alto de
contaminação. Em situações de quadros leves de Covid-19, as equipes de saúde
bucal (ESB) realizavam os atendimentos odontológicos após 10 dias do início dos
sintomas. Para casos moderados e graves, concomitantes à emergência
odontológica, o caso era avaliado juntamente com a equipe multidisciplinar para que
fosse definida a melhor forma de intervenção. Na possibilidade de contatos com
casos confirmados de Covid-19, procedia-se a marcação das consultas após 14 dias
do último contato com a pessoa infectada e o mesmo precisava estar assintomático
até um dia antes da consulta (MS, 2020).
Embora a busca pela otimização das práticas de atenção à saúde bucal na
clínica odontológica, assim como, as publicações científicas mais recentes tenham
3

sido capazes de demonstrar as relações entre a saúde bucal e Covid-19, poucas


evidências têm sido elaboradas para o entendimento de como a atenção em saúde
bucal foi provida aos acometidos pela infecção em ambientes ambulatoriais “além
das clínicas e consultórios odontológicos”. O entendimento das abordagens em
saúde bucal nos ambientes ambulatoriais e hospitalares direcionados ao
atendimento da Covid-19 faz-se necessário, visto que a condição de debilidade nos
períodos de atendimento e, especialmente, internação, provocam prejuízos à
realização cuidado oral necessário, que fica “terceirizado” a familiares, amigos e
profissionais de saúde, não familiarizados às práticas de atenção à saúde bucal. A
escassez de insumos, do conhecimento técnico ou mesmo, a indiferença à
importância da realização do cuidado à saúde bucal pode impactar negativamente
as condições de saúde bucal dos pacientes Covid- 19 (GOMEZ et al. 2021;
ARANEGA, 2012.).
Diante do exposto, este trabalho objetiva, por meio de um estudo de caso,
analisar a atenção à saúde bucal no âmbito das unidades de atendimento
ambulatorial/hospitalar para pacientes Covid-19, em Pinhalzinho/SC, no período
pandêmico; bem como, nos demais serviços de atenção à saúde bucal, no período
pós pandêmico.

2 METODOLOGIA

Visando alcançar os objetivos propostos na pesquisa, optou-se pela


abordagem qualitativa, que se caracteriza por pretender e permitir a determinação
de indicadores e tendências presentes na realidade, ou seja, dados representativos
e objetivos. Este tipo de pesquisa aceita que a melhor possibilidade explicativa
científica é aquela que se interessa pelo singular, o individual, o diferenciado, ou
seja, o pessoal. Nesta abordagem, o interesse é no coletivo, naquilo que pode ser
predominante como característica do grupo (DE FREITAS, MUSSI, 2019). A
abordagem qualitativa consiste na escolha adequada de métodos e teorias
convenientes, no reconhecimento e na análise de diferentes perspectivas, nas
reflexões de pesquisadores a respeito de suas pesquisas como parte do processo
de produção de conhecimento e na variedade de abordagens e métodos. Sua
prática de pesquisa se constitui em abordagens aos pontos de vista subjetivos e
descrição da produção de situações sociais, analisando assim as posturas teóricas,
4

os métodos de coleta de dados, métodos de interpretação e campos de aplicação


(FLICK,2019).
A coleta dos dados e realização das análises propostas pelo presente estudo
foram realizadas nas estruturas do Centro de Atendimento Ambulatorial para
Covid-19 e Associação Hospitalar Beneficente de Pinhalzinho, com envolvimento de
gestores e profissionais de saúde, por desempenharem relevância e protagonismo
no planejamento, manejo e atendimento do Covid-19 em Pinhalzinho.
O estudo promoveu um recorte populacional que abarcou pacientes Covid-19
residentes, atendidos e/ou internados no município de Pinhalzinho/SC.
Até o dia 21 de abril de 2022, a cidade de Pinhalzinho apresentou um total de
5.759 casos de Covid-19. Do total de pacientes positivados, grande parte obteve
acesso ao atendimento ambulatorial ou internação hospitalar em Pinhalzinho
(características relevantes à participação no estudo). O contingente de profissionais
envolvidos no acolhimento e manejo clínico dos pacientes no Centro de Atendimento
Ambulatorial para Covid-19 incluiu 5 técnicas em enfermagem, 2 enfermeiras, 4
médicos, auxiliar de serviços gerais e recepcionista, que revezavam-se para a
cobertura da demanda. No hospital, cerca de 30 funcionários estiveram envolvidos
no atendimento do Covid-19 (equipe médica e de enfermagem). A gestão dos
serviços municipais de saúde dá-se pela Secretaria Municipal de Saúde, que
subdivide-se em direções e coordenações. Para contemplar os objetivos do estudo,
foram incluídas entrevistas com as coordenações de Vigilância Epidemiológica, de
Atenção Básica e de Saúde Bucal.
A pesquisa baseou-se na triangulação para coleta e análise dos dados. Essa
triangulação abrangeu levantamento de dados demográficos, epidemiológicos
(Covid- 19) e assistenciais de saúde bucal, análise documental (documentos físicos
e eletrônicos) e entrevistas com gestores e profissionais de saúde.
Os dados demográficos, epidemiológicos e assistenciais em saúde bucal
foram obtidos por meio dos sistemas de informação do Sistema Único de Saúde
(SUS), Coordenação de Atenção Básica, Coordenação da Vigilância Epidemiológica
e Coordenação de Saúde Bucal de Pinhalzinho. A análise documental abarcou
portarias municipais, decretos municipais, leis municipais, normativas e demais
documentos oficiais emitidos pela administração municipal de Pinhalzinho de
5

fevereiro/2020 a abril/ 2022 (prazo de vigência da PORTARIA 188/20, que declara


Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional – Espin).
As entrevistas contaram com questões abertas direcionadas a gestores e
profissionais de saúde dos serviços de saúde (enfrentamento Covid-19). A escolha
dos participantes/respondentes das entrevistas deu-se por amostra de conveniência.
Esta é formada por elementos que o pesquisador reuniu, simplesmente porque
dispunha deles, sendo muito comumente utilizada na área da saúde. Nesse tipo de
amostra, o pesquisador recruta os participantes que são facilmente acessíveis em
um ambiente de pesquisa e, sendo informados sobre o estudo, os que consentiram
a participação, foram avaliados quanto à elegibilidade. Atendidos os critérios de
inclusão, os participantes são recrutados para o estudo (GUIMARÃES, 2012; SETIA,
2016). A técnica do snowball (VENUTO, 2014) direcionou o quantitativo de
entrevistados, quando observou-se um esgotamento do conteúdo das respostas
utilizadas para a análise. Um roteiro prévio das questões elencadas para as
entrevistas foi formulado pela equipe da pesquisa, conforme as dimensões a serem
analisadas. Todas as entrevistas foram realizadas mediante leitura e assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-TCLE.
Os dados epidemiológicos, demográficos e assistenciais foram organizados
em planilhas eletrônicas para posterior formulação de gráficos e tabelas e
viabilização de estatística descritiva. Os dados provenientes da coleta documental
foram organizados e analisados em matrizes de análise. As entrevistas foram
transcritas e organizadas em planilhas eletrônicas (Microsoft EXCEL 2013) e as
“falas” organizadas em matrizes de análise. Essas matrizes buscaram agrupar as
falas semelhantes para a criação de categorias de análise (categorização), segundo
o método de “Análise de conteúdo” (BARDIN, 2011).
O projeto de pesquisa foi acolhido sob protocolo 60921322.0.0000.8146 e
aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa via Plataforma Brasil, sob parecer nº
5.555.234, de 01 de agosto de 2022.

3 RESULTADOS

3.1 Perfil demográfico e epidemiológico dos pacientes Covid-19.


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O município de Pinhalzinho apresentou, no período do estudo, 5.759 casos


de Covid-19. Destes, 226 munícipes necessitaram de internação hospitalar (não há
dados sobre os atendimentos no ambulatório de enfrentamento à Covid-19), sendo
que, aproximadamente, 44,2 % (N=100) foram internados na Associação Hospitalar
Beneficente de Pinhalzinho. A média de internação foi de 8,6 dias, com variação de
2 a 30 dias. O Gráfico 1 demonstra a distribuição de frequência do período de
internação.

Gráfico 1. Frequência do período de internação dos pacientes Covid-19, na


Associação Hospitalar Beneficente de Pinhalzinho, Triênio 2020, 2021, 2022.

Fonte: A Autora.

A média de idade dos pacientes sob internação na cidade de Pinhalzinho-SC


foi de 58 anos, variando de 19 a 90 anos de idade. Há predomínio de pacientes do
sexo masculino (66%) sobre o sexo feminino (34%).
O quantitativo de internações variou durante o período pandêmico. O Gráfico
2 demonstra a distribuição da frequência de internações em relação ao ano
pandêmico, com amplo predomínio de internações em 2021 (período mais severo).
7

Gráfico 2. Distribuição da frequência de internações em relação ao ano


pandêmico, Pinhalzinho SC, triênio 2020/2021/2022.

Fonte: A autora

3.2 Atenção assistencial em saúde bucal.

Foram analisados os dados de atendimento odontológico pré e pós período


pandêmico de pacientes com internação hospitalar em Pinhalzinho-SC, no período
do estudo (N=100). Considerando o período de 12 meses anteriores à internação,
apenas 11% dos pacientes haviam utilizado serviços assistenciais públicos de saúde
bucal. O período médio de procura que antecedeu à internação, foi de seis meses.
No período pós internação, houve um leve aumento na utilização dos serviços
assistenciais de saúde bucal pela população do estudo (16%) em relação ao período
pré internação. A média do intervalo para procura de atendimento odontológico no
período pós internação foi de 7 meses.
Tanto no período pré quanto no pós internação, a grande maioria das
consultas odontológicas foram programadas ou agendadas previamente. Os
procedimentos realizados foram, predominantemente, restaurações, profilaxias,
raspagens supragengivais e reabilitações ou ajustes protéticos. A grande maioria
dos atendimentos deu-se na atenção primária em saúde bucal (96,3%).
8

3.3 Análise documental

A busca por documentos oficiais da municipalidade de Pinhalzinho resultou no


achado de 53 documentos, sendo destes 46 decretos (90,56%), 2 leis
complementares (3,77%), 2 leis ordinárias (3,77%) e 1 resolução (0,5%), constantes
no site oficial do município, das datas de 17 de março de 2020 até 18 de julho de
2022. Tais documentos foram emitidos pelo gabinete do prefeito, sendo que o
primeiro decreto instaurou o estado de emergência em saúde pública na cidade.
Quanto à temática e conteúdo dos documentos oficiais, a maioria tratou de
assuntos sobre a adoção de medidas preventivas para o controle da transmissão e
redução dos riscos de contaminação e contágio do coronavírus no município, a
abertura de créditos adicionais, suplementar por excesso de arrecadação e a criação
e alteração de membros do comitê municipal de gerenciamento da pandemia.
Destes documentos emitidos, 53,39% foram revogados ou expirados e 49,05%
ainda continuavam em vigor até a data da pesquisa.
Com relação aos objetivos da pesquisa, não se constatou emissão de
documentos oficiais compatíveis com a temática de atenção à saúde bucal durante o
processo pandêmico. Apenas orientações gerais quanto à biossegurança, processos
de trabalho, procedimentos assistenciais à pacientes Covid-19, suspeitos ou
população em geral, parecem ter sido ignoradas pelas normativas municipais.

3.4 Análise do Conteúdo das entrevistas

Ao todo foram realizadas 08 entrevistas com profissionais (P1,P2,P3,P4) e


gestores (G1,G2,G3,G4) que estiveram relacionados ao enfrentamento à Covid-19,
no município de Pinhalzinho/SC. As entrevistas foram transcritas e as falas
organizadas em matrizes de análise para posterior codificação. Emergiram das falas,
duas grandes categorias: Atenção assistencial ambulatorial/hospitalar aos
pacientes Covid-19 e Atenção em Saúde Bucal e a Covid-19. A primeira
categoria será abordada de maneira mais descritiva, visto que colabora para a
descrição contextual dos mecanismos gerais envolvidos no atendimento aos
pacientes em ambientes destinados ao enfrentamento à Covid-19. A segunda
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grande categoria abarca elementos essenciais ao alcance dos objetivos do estudo,


sendo analisada, pormenorizadamente.

3.4.1 Atenção assistencial ambulatorial/hospitalar aos pacientes Covid-19

Esta categoria de análise foi subcodificada em 03 subcategorias: o


Planejamento do enfrentamento à Covid-19, Recursos humanos e Infra Estrutura e
Dinâmica do atendimento ambulatorial ou hospitalar.
Planejamento do enfrentamento à Covid-19
Os relatos dos entrevistados demonstram que o planejamento para o
enfrentamento à Covid-19 apresentou demora, devido a baixa expectativa inicial de
impacto da doença no município:
“ …vendo a situação em março …abril de 2020 a gente acabava se
preocupando…mas o ano foi passando passando e não tinha aquela gravidade,
enfim…a gente achou que tava passando…e o boom na cidade veio só em
2021…(G4)
Contudo, os serviços levaram em conta as portarias e documentos dos níveis
estaduais e federal para a estruturação dos serviços. A criação do Comitê Municipal
de Enfrentamento à Covid-19 (Comitê de crise) constituiu importante ferramenta de
planejamento no município:
“...havia um plano de contingência…a partir de tantos casos…a partir de tal cenário
centraliza o atendimento…inicialmente se falava em centralizar em duas
unidades…mas junto com o comitê de crise…ah não…é melhor em uma única
unidade…e assim foi…” (G2)
“...a maioria das ações era pautada e aprovada junto com o comitê de crise e depois
tudo que era discutido, era aplicado na ponta da assistência…“(G2)
“...o Comitê de Crise era intersetorial..tinha de todas as secretarias…tinha o hospital
com os representantes...prefeito…pessoal da polícia, bombeiros… tinha “n”
instituições envolvidas…”(G2)
Vale-se salientar que a coordenação ou equipes de saúde bucal não
obtiveram representação no Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19.

Infra estrutura e Recursos humanos


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A infraestrutura de atendimento era composta pela rede preexistente


(unidades básicas de saúde e hospital). Posteriormente, optou-se pela centralização
do atendimento ambulatorial na Unidade Básica de Saúde do bairro Nova Divinéia
com referência a Associação Hospitalar Beneficente de Pinhalzinho ou demais
hospitais da região, conforme gravidade dos casos ou disponibilidade de vagas. Em
relato, expunha-se a inicial insuficiência infraestrutural e de recursos humanos para
enfrentamento da pandemia:
“...a estrutura física das unidades não foi preparada pra isso…os profissionais, a
quantidade de profissionais…não se estava preparado pra isso também…” (G2)
A dificuldade de recrutamento e contratação de profissionais também foi
apontada pelos entrevistados:
“...médicos, normalmente eram contratados por pessoa jurídica…enfermagem por
processos seletivos simplificados…mas chegava…chamava as pessoas…poucas
pessoas assumiam porque não sabiam quanto tempo iria durar…fizemos muito
remanejamento também… “ (G1)

Dinâmica do atendimento ambulatorial ou hospitalar para Covid-19.

Os fluxos de atendimento obedeciam aos protocolos, planos de contingência


e deliberações do comitê municipal. As mudanças no quadro epidemiológico exigiam
realocação de ações, recursos e estrutura. Inicialmente, os atendimentos eram
realizados nas próprias unidades básicas de saúde; no segundo momento, após a
montagem do centro de atendimento (Unidade Básica de Saúde do Bairro Nova
Divinéia), todos os pacientes com sintomas respiratórios compatíveis com Covid-19
eram referenciados a este centro. Neste espaço, realizava-se acolhimento, testagem
, atendimento médico, terapia medicamentosa, suporte básico de vida e
encaminhamento para níveis de maior complexidade (hospitalar).

3.4.2 Atenção em Saúde Bucal e a Covid-19.


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Esta categoria de análise foi subcodificada em 04 subcategorias: Recursos


Humanos e Infra estrutura de Saúde Bucal, Interdisciplinaridade, Assistência Clínica
em Saúde Bucal, A importância e os cuidados em Saúde Bucal.
Recursos Humanos e Infra estrutura de Saúde Bucal
O universo de entrevistados explicitou a ausência de alterações em
infraestrutura, bem como, contratação de equipes de saúde bucal específicas para o
atendimento de pacientes positivados nos ambientes de enfrentamento à Covid-19.
O hospital do município jamais contou com profissionais de saúde bucal no período
pré e trans pandêmico.
“…não contávamos com profissionais de saúde bucal no hospital e não me recordo
de algum paciente apresentar alguma necessidade durante a internação…” (G4)
Em se constatando a necessidade de intervenção odontológica, as Equipes
de Saúde Bucal da Estratégia Saúde da Família eram deslocadas para o
atendimento de pacientes na Central de Atendimento à Covid-19 (nível
ambulatorial), no entanto, frisa-se que em nível hospitalar não se observou
disponibilidade de cobertura de atendimento odontológico.
“...não tínhamos equipes de saúde bucal atuando aqui junto com a gente…quando
havia queixa de dor, algum profissional da rede era deslocado para o
atendimento…”(P1)
“...foram dois casos de necessidade que deslocamos o profissional para o centro de
Covid, mas não tinha uma equipe permanente lá para o atendimento…”(G3)
“…não tinha dentista na nossa equipe…eu acho que a gente comunicava a
coordenação e eles mandavam alguém para atender…” (P3)
O período pandêmico promoveu alterações na disponibilidade e na jornada de
trabalho das Equipes de Saúde Bucal. Profissionais foram induzidos a ficarem em
seus domicílios no período inicial da Pandemia, no entanto, esses períodos eram
descontados das férias ou de quaisquer outros benefícios que os profissionais
haviam acumulado anteriormente (licenças prêmio, folgas…).
“…a gestão optou por deixar alguns profissionais em casa no início…alguns ficaram
de 45 a 60 dias em casa…eles justificaram que era necessário limitar a circulação
de pessoas e o número de profissionais atuando…” (G3)
Interdisciplinaridade
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Um aspecto importante frisado nas entrevistas é a participação das equipes


de saúde bucal em ações que extrapolam a assistência meramente clínica. Como os
protocolos, especialmente estaduais, limitavam a quantidade de atendimentos, as
Equipes de Saúde Bucal ficaram responsáveis pelo monitoramento dos pacientes
Covid-19.
“…cada dentista e auxiliar ficavam na sua unidade de saúde fazendo o
acompanhamento dos pacientes positivados …esse monitoramento era necessário
para verificar as condições clínicas dos pacientes…se estavam bem…quando não
estavam bem…as ESB orientavam a procurar o atendimento…além disso…era um
trabalho de vigilante, porque as equipes conferiam se o isolamento estava sendo
respeitado…” (G3)
Assistência Clínica em Saúde Bucal
Em Pinhalzinho, a assistência clínica em saúde bucal dá-se, prioritariamente,
pela Atenção Primária em Saúde (aproximadamente 90% das demandas). O
município conta, ainda, com Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e
atendimento hospitalar de pacientes com necessidades especiais (PNE). Todos os
níveis assistenciais em saúde bucal foram atingidos pelas restrições impostas pelo
período pandêmico. A APS e o CEO, inicialmente, eram destinados ao atendimento
restrito de urgências e emergências. Os atendimentos hospitalares eletivos foram
cancelados, incluindo o atendimento odontológico para PNE.
Contemplando os objetivos do estudo, verifica-se que não havia organização
para o atendimento de pacientes internados no Centro de Atendimento à Covid-19 e,
tampouco, no hospital. Como mencionado anteriormente, raras demandas
odontológicas foram verificadas e quando verificadas, o cirurgião dentista era
deslocado do ESF de origem para atendimento do Centro de Atendimento à
Covid-19.
Em nível hospitalar, verificou-se ausência total de atenção clínica em saúde
bucal, por equipes odontológicas. Vale-se frisar que os cuidados clínicos não se
encerram em procedimentos curativos, mas sim, na necessidade de procedimentos
preventivos que possam interferir positivamente no prognóstico da doença sistêmica
causadora da internação.
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“…foi uma parte que a gente realmente falhou, não tinha equipes de saúde bucal
para acompanhamento dos pacientes…mas a gente nem chegou a pensar nisso,
era tanta correria e tanta coisa…que não pensamos nisso!” (G4)
O atendimento odontológico na APS ao público em geral, passou por
mutações no período pandêmico, sendo regulado, especialmente por portarias
estaduais (emitidas semanalmente), considerando o mapa epidemiológico de risco
das regiões de saúde do estado. Inicialmente, os atendimentos restringiam-se às
urgências e emergências e, após, o fluxo era controlado pelo mapa risco, com
variação da capacidade de atendimento de 20 a 60%, do período anterior à
pandemia.
A importância e os cuidados em Saúde Bucal.
Todos os entrevistados salientaram a importância da saúde bucal como fator
preponderante à saúde geral. A grande maioria dos profissionais entrevistados (e
que atuaram na linha de frente) relatou não terem observado sinais ou sintomas
bucais associados à Covid-19, nos pacientes.
“…eu considero a saúde da boca importante sim…a boca pode indicar lesões que
podem estar ligadas a outras doenças…”(P3)
Apenas uma profissional indicou a condição de ageusia como um sinal
frequente nos pacientes:
“ Eu não sei se pode ser considerado como uma condição de saúde bucal, mas a
perda de paladar acontecia muito nos pacientes!” (P2)
O profissional da linha de frente hospitalar relatou que cuidados básicos de
saúde bucal eram realizados pela equipe de enfermagem, mas orientações
específicas de manejo em saúde bucal, não eram repassadas:
“...a gente removia as próteses quando tinha…ajudávamos na higienização com
abaixadores de língua e gaze … mas orientações a gente dificilmente dava…os
pacientes…normalmente…faziam sua própria higiene bucal…até por que os
familiares não podiam entrar!” (G4)
Quando indagados sobre a capacidade e conhecimento em relação aos
termos de saúde bucal, a grande maioria afirmou ter noções básicas sobre o
assunto.
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“…eu sei coisas básicas de saúde bucal e quando tenho alguma demanda mais
específica, peço ajuda do colega dentista…mas as orientações básicas, eu consigo
dar!” (P1)
“…quando é alguma coisa de higiene, consigo orientar…mas quando é alguma
lesão…a gente encaminha…” (P4)
Alguns profissionais relataram que saúde bucal não costuma ser um tema de
abordagem corriqueira no processo de trabalho, direcionando a atenção à saúde
bucal à Equipe de Saúde Bucal:
“…não, eu não falo disso no dia a dia…até porque tem a Odontologia na equipe…”
(P2)

4 DISCUSSÃO

A Covid-19 parece apresentar predileção pelo sexo masculino, tendência


ratificada no presente estudo (66% dos infectados pertenciam ao sexo masculino).
Segundo Aguiar (2022, p.23) isso ocorre, pois, os níveis circulantes de ECA2 são
mais elevados em homens, estes que são necessários para SARS-CoV- 2 adentrar
nas células-alvo.
A média de idade dos infectados foi de 58 anos, em Pinhalzinho. Isso pode
estar relacionado à presença de comorbidades pré existentes nessa população,
tendo em vista que a Covid-19 geralmente apresenta sintomas mais graves em
faixas etárias mais avançadas. O presente estudo não elucidou o perfil de condição
sistêmica pré existente dos pacientes internados, no entanto, segundo um estudo
longitudinal da saúde dos idosos brasileiros feito aproximadamente 72% dos
pacientes internados em UTI por Covid-19 apresentavam doenças crônicas
pregressas em comparação àqueles que não necessitaram destes cuidados
intensivos (37%). (NUNES, 2020).
A manifestação temporal da Pandemia em Pinhalzinho seguiu, em linhas
gerais, o que se observou no Brasil. A maior prevalência de internações por
Covid-19 foi o ano de 2021, (96%) comparadas aos anos de 2020(3%) e 2022 ( 1%).
Isso pode estar relacionado ao fato de que 2021, foi também, o ano pico de
infectados, aumentando a possibilidade de internações. Adicionalmente, pode-se
considerar que o desconhecimento sobre a etiopatogenia e a ausência de vacinação
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em larga escala (a tempo), tenham contribuído para o quadro epidemiológico de


2021 (SAMANAYAKE, et al, 2021).
O período pandêmico parece ter impactado fortemente a provisão e o acesso
aos serviços de saúde bucal no Brasil e no mundo (ODEH et al., 2020). No entanto,
o fenômeno de baixa utilização dos serviços odontológicos pelo recorte populacional
do estudo (pacientes internado por Covid-19) antecedeu e sucedeu o período
pandêmico. Alguns estudos têm demonstrado a baixa utilização dos serviços
públicos em saúde bucal em determinadas regiões brasileiras independente da
situação da Pandemia. Outros estudos apontam que a baixa utilização pode estar
relacionada com o receio dos pacientes em relação à infecção por Covid-19
(MASCITTI e CAMPISI, 2020; JAYAWEERA et al, 2021).
Em Pinhalzinho, pode-se observar um aumento da procura por atendimento
odontológico pelos pacientes que passaram por internação hospitalar. Este aumento
em relação ao período pré contágio e internação pode estar relacionado à
segurança quanto ao atendimento após a primeira infecção (INNES et al., 2021). O
fato de a maioria das consultas serem agendadas, pode denotar um aumento do
interesse pela vigilância à saúde bucal no período pós internação, embora não haja
literatura que embase essa tese.
Não se observou publicações legais que abordassem informações específicas
de manejo da saúde bucal no enfrentamento da Covid-19, especialmente, na
atenção voltada aos pacientes internados em ambientes ambulatoriais e
hospitalares. Essa realidade, foi ratificada pela investigação documental realizada
em nível municipal.
Os manuais, resoluções e normas emitidas pelos entes governamentais
tratavam, em sua maioria, de orientações gerais para o controle de transmissão e
redução dos riscos de disseminação e contágio do vírus. Estas publicações
confluem com as orientações gerais disseminadas pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), descritos nos decretos 58/2020, 60/2020 e 65/2020. (PREFEITURA
DE PINHALZINHO, 2020).
A municipalidade de Pinhalzinho, de uma forma geral, conseguiu se organizar
e enfrentar as dificuldades da Covid-19. A criação do Comitê de Enfrentamento a
Covid-19 foi uma ferramenta importante na tomada de decisões e destinação dos
recursos. No entanto, a ausência de representação da coordenação e equipes de
16

saúde bucal no comitê, redundou na exclusão de planejamento específico para a


atenção à saúde bucal no período pandêmico, especialmente, às ações voltadas à
atenção e atendimento nos ambientes ambulatorial e hospitalar. Houve uma
desconfiança inicial sobre a gravidade da pandemia, porém quando a cidade
começou a apresentar sinais de agravamento e os casos foram aumentando, a
criação do comitê foi imprescindível para que várias ações fossem criadas,
analisando a situação juntamente com diversos órgãos da área da saúde e trazendo
as soluções necessárias, como por exemplo, a contratação de novos profissionais
para atender a demanda e a criação do centro de atendimento ambulatorial de
pacientes com sintomas de Covid-19.
Não havendo protocolos específicos em relação à atenção em saúde bucal,
os atendimentos odontológicos durante o período pandêmico passaram a ser
somente de urgência e emergência para a população geral de Pinhalzinho. A
maioria dos profissionais de saúde bucal foi dispensada por um período de tempo, e
quando retornaram foram relocados para outras áreas, como monitoramento de
pacientes positivados. As equipes de saúde bucal permaneceram com o
atendimento assistencial à população, de forma geral, mas sem participação direta
no cuidado em saúde bucal dos pacientes vulneráveis em ambientes de internação
por Covid-19.
Por não haver nenhum profissional ou equipe de saúde bucal dentro das
equipes de atendimento do hospital ou Centro de Enfrentamento à Covid-19, quando
fosse necessário, em casos em que o paciente referia dor, o dentista se deslocava
para o local, saindo de sua unidade de atendimento. O Centro de Enfrentamento à
Covid-19 possuía infraestrutura, equipamentos e insumos para a eventualidade do
atendimento odontológico ser necessário em pacientes que procuraram o
ambulatório.
No ambiente hospitalar, os cuidados bucais ficavam a cargo das equipes de
enfermagem. Esses cuidados eram baseados, principalmente, na orientação e
realização de higiene bucal pelas equipes, porém, grande parte dos pacientes
realizavam o próprio cuidado, ocasionando, possivelmente, um controle precário dos
microrganismos causadores de infecções bucais, impactando o prognóstico dos
pacientes (GUIMARÃES et al, 2021).
17

5 CONCLUSÕES

Após triangulação na coleta e análise dos dados do estudo, pode-se verificar


a ausência de estrutura, recursos humanos e ações de atenção e cuidados em
saúde bucal voltados aos pacientes acometidos por Covid-19 nos ambientes
ambulatoriais e hospitalares de Pinhalzinho/SC. Os períodos variáveis de
internação, são desprovidos de protocolos que contemplem a atenção à saúde
bucal, terceirizando ao paciente vulnerável, o protagonismo pelo próprio cuidado. As
ações de provimento de saúde bucal no período pandêmico à população em geral,
restringiu-se à estrutura da atenção primária em saúde e às Equipes de Saúde Bucal
relacionadas à Estratégia Saúde da Família, reguladas por normativas das esferas
estadual e federal, além de restrições relacionadas ao quadro sanitário
microrregional.

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