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Ferramentas Da Prevenção
Ferramentas Da Prevenção
COMANDO DA AERONÁUTICA
FERRAMENTAS DA PREVENÇÃO
1. RELATO DE PREVENÇÃO
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A ferramenta se baseia no princípio da voluntariedade, sigilo da fonte e não
punibilidade, e por isso não há obrigatoriedade de identificação do relator. Neste sentido é
fundamental o suporte da alta direção da organização ao RELPREV. Ela deve deixar claro
na Política de Segurança de Voo, incluída no Plano de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(PPAA), ou em outro documento, o seu apoio ao uso da ferramenta, assegurando que os
relatores não serão punidos. Também é importante garantir o sigilo da fonte a fim de
aumentar o grau de confiança dos usuários com o RELPREV.
O propósito do Relato de Prevenção – RELPREV, é permitir a coleta de informações
a respeito de perigos observados ou erros inadvertidamente cometidos, ambos relacionados
com a segurança de voo, de maneira que tais informações possam ser tratadas pelos Elos-
SIPAER para possível adoção de ações mitigadoras.
Com o passar do tempo os perigos são cada vez menos percebidos por conta de
fatores como o automatismo dos processos das organizações e, principalmente, das
relações internas – relações humanas. Com isso, o nível de percepção da organização – na
figura do indivíduo – tende a diminuir, fazendo com que os perigos não sejam plenamente
percebidos.
A atuação do RELPREV na Organização funciona como um instrumento que visa a
manter o estado de alerta da organização sobre as condições que possam gerar ocorrências
aeronáuticas. O Gráfico de prioridade de sangue, ilustra como a percepção de uma
organização diminui ao longo do tempo, até que algum acidente venha a ocorrer. A partir
dessa ocorrência, o nível de percepção da organização volta a aumentar, sendo esse ciclo
repetitivo. É a chamada Teoria da Prioridade de Sangue, ou Blood Priority, em inglês.
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Quando os RELPREV são utilizados de forma correta, uma organização é capaz de
evitar a ocorrência de acidentes ao detectar condições latentes e falhas ativas antes que
elas causem consequências mais graves. Assim, é necessário que as situações de risco
sejam divulgadas a toda organização de forma a elevar o nível de percepção de todos.
Um sistema voltado para prevenção de acidentes aeronáuticos deve buscar a
proatividade, ou seja, agir antes que os acidentes venham a ocorrer. A informação é um item
essencial para que a atividade de prevenção possa ser desenvolvida.
Nesse sentido, o sistema agirá de forma ativa, visando à preservação dos recursos
materiais e humanos da organização.
Algumas regras devem ser aplicadas para que haja um fluxo contínuo de
informações do pessoal da organização ao Elo- SIPAER. O uso inadequado da ferramenta
(punição e falta de sigilo da fonte) acarretará na diminuição do fluxo de informações.
Outra regra importante é a facilidade para encaminhar um reporte. Toda organização
deve adotar mecanismos para facilitar o preenchimento do RELPREV. Diversos meios
devem estar disponíveis para se fazer um reporte de Segurança de Voo, tais como:
formulário impresso, formulário na internet (site da organização), e-mail, aplicativo ou
telefone. Estes meios devem ser amplamente divulgados e distribuídos pela organização
para permitir uma rápida comunicação.
No ato do preenchimento o relator deve ser lembrado que ele pode identificar-se ou
não. Caso se identifique, deverá fornecer um meio de contato para ser informado sobre o
resultado da análise realizada pelo Elo-SIPAER, ou para fornecer maiores esclarecimentos
a respeito da situação reportada.
Finalmente, todo o pessoal da organização deverá receber treinamento periódico
sobre o preenchimento de RELPREV, abordando os casos em que se deve reportar e
aqueles que não são relativos à Segurança de Voo. A divulgação dos relatórios e das
medidas adotadas também é importante para estimular o uso da ferramenta, mas não deve
ser o único recurso motivacional utilizado pelo Gestor de Prevenção.
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Deve-se confeccionar um RELPREV, mesmo se a situação tenha sido solucionada,
pois servirá para a estatística. Por exemplo, uma aeronave após ser lavada vai para a linha
de voo com a proteção das tomadas estáticas. O Sargento ao fazer o pré-voo, observa o
fato e retira a fita adesiva, resolvendo o problema. Caso este fato não seja reportado, a
Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAA) nunca irá saber se
este tipo de problema está sendo frequente ou não. Às vezes é um problema latente dentro
da organização por falta de conhecimento ou de padronização das pessoas que trabalham
na seção de lavagem.
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O formulário padrão previsto para o RELPREV é a Ficha CENIPA 08, disponibilizada
na página eletrônica do CENIPA. Contudo, no âmbito do COMAER, deverá ser
obrigatoriamente utilizado o Sistema de Gerenciamento de Segurança de Voo (SGSV).
Assim, caso o Elo-SIPAER receba um relato feito por meio de formulário impresso, este
deverá ser sempre registrado e arquivado no sistema e, naturalmente, permitirá a melhoria
no controle de dados institucionais.
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Os locais de coleta de RELPREV devem ser de fácil localização e em áreas com
grande fluxo de pessoal. As caixas coletoras devem ser claramente identificadas e a
parte onde os relatórios são depositados deve ficar fechada com chave ou cadeado.
Uma vez que o reporte tenha sido coletado é necessário validar a informação. O
RELPREV deve ser utilizado somente para relatar situações pertinentes à Segurança de
Voo de uma organização, sendo proibido o seu uso para outros fins. A validação éjustamente
para verificar se a informação contida no reporte é relativa à Segurança de Voo e se é
verídica.
A validação inicial verifica primeiramente se o assunto reportado é relativo à
Segurança de Voo. No caso do Elo-SIPAER receber um RELPREV cuja situação relatada
não seja do interesse da Segurança de Voo, o mesmo deverá invalidar o relatório e informar
ao relator o motivo pelo qual este relato não será processado.
Caso o formulário seja utilizado para reportar uma situação onde houver indícios de
crime, o Gestor de Prevenção deverá informar ao Setor competente.
Uma vez que o reporte foi validado, considera-se que assunto contido é pertinente
e que deve receber o tratamento devido a fim de mitigar possíveis riscos à aviação. A partir
desse momento o RELPREV recebe um número sequencial que passa a ser o número do
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processo do relatório. Este número deve conter também a organização à qual pertence e o
ano. Exemplo: 005/ETA6/2020.
Uma dúvida comum é se devemos numerar relatórios destinados a outras organizações.
O RELPREV não deve ser usado para outro fim que não seja o da prevenção de
ocorrências. Assim, qualquer punição resultante do reporte de uma situação de perigo vai
contra a prevenção, pois reduz o fluxo de informações. O Gestor de Prevenção deve estar
atento a esta situação e procurar agir com antecedência para evitar que isto ocorra.
A transcrição do reporte é uma parte importante do processo de RELPREV. Algumas vezes
o relator utiliza termos indevidos e/ou ofensivos no relatório. Embora isto não seja correto,
não significa que a informação contida no relatório não tenha valor.
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Somente após a transcrição e descaracterização do relatório é que o RELPREV será
enviado para o setor responsável por analisar a situação reportada e emitir um parecer sobre
o assunto. Em alguns casos este relatório será bem diferente do que foi inicialmente
encaminhado ao Gestor de Prevenção, mas conservando a descrição objetiva e profissional
da situação de perigo que o originou.
A avaliação inicial do risco deve ser feita utilizando a matriz de risco contida no MCA
3-3. O objetivo da avaliação inicial do risco é determinar o grau de urgência em que o
RELPREV deve ser processado e verificar se a operação das aeronaves deve ser
interrompida até que medidas mitigadoras sejam implementadas, pois o risco inicial foi
considerado inaceitável.
A distribuição deve ser feita o mais rápido possível para evitar que uma determinada
situação continue a oferecer perigo a outras pessoas. Algumas vezes, devido à urgência do
assunto, não haverá tempo para aguardar a distribuição formal do RELPREV. Neste caso o
Gestor de Prevenção deve usar qualquer meio para difundir a informação de imediato e,
posteriormente, enviar o relatório ao setor responsável.
Um prazo limite deve ser definido para o setor analisar e responder o relatório. O
Gestor de Prevenção deve estar sempre atento para que os setores responsáveis
cumpram os prazos estabelecidos, dando celeridade ao processo.
O setor responsável deve emitir um parecer imparcial sobre a situação reportada, incluindo,
quando for possível, as medidas que já foram adotadas para corrigir o problema.
Quando o setor responsável considerar que a informação reportada for inverídica, este deve
justificar os motivos que levaram a esta avaliação.
Todos os setores que emitem parecer sobre RELPREV devem receber treinamento
apropriado para processar corretamente o relatório.
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O Gestor de Prevenção deverá informar ao relator o motivo pelo qual o relato não
será processado. Novamente uma estatística deverá ser feita para verificar a necessidade
de orientação ao efetivo.
Uma vez que o RELPREV tenha retornado do setor responsável, o Gestor de
Prevenção deverá analisar o parecer emitido e as medidas adotadas, verificando a sua
adequação para a solução do problema. Caso o Gestor de Prevenção discorde do parecer
do setor responsável, ele pode enviar novamente o relatório para o mesmo setor ou para
outro que ele julgue apropriado.
Várias estratégias podem ser desenvolvidas para controlar uma situação de risco,
mas é importante verificar a adequação de cada uma delas de acordo com uma
prioridade de efetividade.
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A categorização é um passo para se extrair significado de uma informação
reportada. Esta categorização deve ser feita seguindo uma taxonomia apropriada
estabelecida pelo CENIPA. A responsabilidade de fazer uma correta classificação é do
Gestor de Prevenção. Uma classificação incorreta pode camuflar uma tendência ou apontar
uma tendência errada, gerando ações de prevenção inadequadas na organização.
Caso o Elo-SIPAER tenha acesso ao SGSV, deverá utilizar a classificação
apresentada no próprio sistema. Caso o Elo-SIPAER não seja usuário do SGSV, existe uma
sugestão de classificação do RELPREV no anexo B do MCA 3-3.
Após a classificação, e considerando que os controles adotados foram adequados,
resta apenas fazer a divulgação do relatório. A divulgação é importante por três aspectos:
1. Torna clara uma situação que muitas vezes não percebemos no dia a dia, mas
que pode comprometer a segurança. Ao divulgar um RELPREV elevamos a
consciência situacional de todo o efetivo e evitamos novas ocorrências.
2. Com a divulgação estaremos motivando outros a fazerem reportes
semelhantes, desde que o RELPREV tenha sido tratado com profissionalismo
e seriedade necessários.
3. a divulgação terá um caráter instrutivo, pois mostrará diversas situações onde
o preenchimento de um RELPREV é adequado e importante.
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Caso não tenha sido utilizado o Sistema de Gerenciamento da Segurança de Voo
(SGSV) ou um sistema similar, deve-se ainda inserir no banco de dados do RELPREV as
classificações que foram feitas usando a taxonomia prevista.
Depois do encerramento, o relatório passa a fazer parte de um banco de dados que
deverá ser usado com frequência para identificar tendências e áreas problemáticas onde o
Gestor de Prevenção deve dedicar mais atenção.
O objetivo de se criar um banco de dados com as situações de perigo reportadas e
as medidas mitigadoras adotadas é permitir estudos posteriores que possibilitem ações de
prevenção mais embasadas, voltadas para a própria Organização.
O Elo-SIPAER responsável pelo RELPREV deverá fazer um controle estatístico dos
reportes, mantendo um registro das ocorrências e soluções adotadas. Esta estatística não
deve se restringir ao controle numérico da quantidade de RELPREV reportada por ano, mas
sim permitir uma análise de tendência que possibilite o desenvolvimento de um trabalho de
prevenção.
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2. RELATO AO CENIPA PARA A SEGURANÇA DE VOO - RCSV
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O RCSV é a ferramenta de prevenção do SIPAER, gerenciada diretamente pelo
CENIPA, que trata de notificações voluntárias em nível de Estado Brasileiro, cuja finalidade
é permitir a coleta de informações a respeito de perigos observados ou erros
inadvertidamente cometidos, ambos relacionados com a segurança de voo, possibilitando a
adoção de ações mitigadoras oportunas.
No âmbito da aviação civil, o RCSV é parte integrante do Sistema de Coleta e
Processamento de Dados de Segurança Operacional (SDCPS) do Estado Brasileiro.
O RCSV deverá ser utilizado sempre que uma das seguintes circunstâncias abaixo forem
observadas:
✓ a organização envolvida na situação de risco em questão não possuir um Elo-SIPAER
habilitado para gerenciar o Programa de Relato de Prevenção na localidade;
✓ o funcionamento do Programa de Relato de Prevenção da organização envolvida não
for efetivo;
✓ a cultura da organização envolvida não estiver em consonância com os princípios que
regem o SIPAER;
✓ quando o relator temer por uma retaliação, caso seja feito um RELPREV; e
✓ houver difícil acessibilidade entre a organização do relator e aquela que poderia
mitigar ou eliminar o risco relatado. Dessa maneira, o CENIPA age como
intermediador, levando o conhecimento da situação a quem de direito, como, por
exemplo, órgãos da administração pública.
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O RCSV será analisado, processado e encaminhado pelo CENIPA à organização
responsável para que o risco seja mitigado ou o perigo eliminado.
O RCSV destina-se, exclusivamente, à prevenção de acidentes aeronáuticos. Tem
caráter voluntário, não-punitivo e garante o sigilo da fonte da informação.
Da mesma forma que o RELPREV, qualquer pessoa que identificar uma situação
com potencial de risco, ou que dela tiver conhecimento, poderá enviar um RCSV ao CENIPA.
De maneira a garantir o adequado emprego da ferramenta, é proibido o uso do RCSV para
relatar fatos que constituam crimes ou contravenção penal, uma vez que para esses casos
deve haver a comunicação às autoridades policiais competentes.
Não deverá ser emitido um RCSV para os casos de violações intencionais da
regulamentação em vigor. Esses deverão ser comunicados aos órgãos reguladores e
fiscalizadores, como, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o
Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).
O acesso ao formulário do RCSV é realizado por meio da página eletrônica do
CENIPA na INTERNET ou na INTRAER.
O autor do RCSV deve se identificar no ato do preenchimento, a fim de permitir
eventuais contatos para esclarecimentos ou incremento de informações, bem como para
que seja informado sobre as medidas corretivas adotadas.
Para que o RCSV seja recepcionado pelo CENIPA, é necessário o preenchimento
de todos os dados relativos à identificação do relator, caso contrário, o relato será
desconsiderado. A exigência se justifica pelo descrito anteriormente.
Após o seu preenchimento, o RCSV é encaminhado ao CENIPA pelo e-mail
rcsv.cenipa@fab.mil.br.
O CENIPA, ao receber o RCSV, faz o processamento da informação nele contido e
leva ao conhecimento da organização responsável por eliminar ou mitigar a situação com o
perigo potencial relatado. O relato é inserido, concomitantemente, em banco de dados
específico para o gerenciamento pelo CENIPA.
No encaminhamento do RCSV à organização responsável pela aplicação das ações
mitigadoras, o CENIPA solicitará que sejam informadas as medidas adotadas. Tão logo a
organização envolvida dê conhecimento ao Centro das ações implementadas, estas são
repassadas ao relator, a fim de fechar o ciclo da prevenção.
Uma vez que as relações do CENIPA com seus Elos e outras instituições são
sistêmicas e não se pressupõe, via de regra, relações hierárquicas, não há uma formalização
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de prazo para a resposta ao relator. De toda forma, o feedback ao relator será dado tão logo
o CENIPA receba uma resposta do órgão responsável pelas ações mitigadoras.
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informações fidedignas e ricas em detalhes por parte dos setores vistoriados. O relatório
decorrente dessa ação de prevenção, denominado Relatório da Vistoria de Segurança de
Voo (RVSV), traduz a concentração dos trabalhos desenvolvidos e precisa ser o mais
completo possível.
Um erro comum das pessoas que não possuem formação SIPAER é confundir a
VSV com auditoria. A VSV não visa procurar por responsáveis pelas não conformidades
observadas. Seu único objetivo é identificar os perigos que possam levar a uma ocorrência
aeronáutica. A partir dessa identificação, deverá ser realizada uma análise dos riscos e
sugeridas ações para que os riscos sejam eliminados ou mitigados. A VSV deve ter um
enfoque não punitivo e de assessoramento à alta administração da organização,
possibilitando que:
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✓ antes ou imediatamente após o início de funcionamento de uma nova organização
que tenha responsabilidade direta ou indireta na operação de meios aéreos, controle
de tráfego aéreo ou em organizações públicas ou privadas da aviação civil brasileira
(especificadas em Norma);
✓ após a ocorrência de um acidente aeronáutico;
✓ entrada em operação de novo equipamento aéreo ou de novas instalações
operacionais;
✓ mudança da sede ou da missão da organização;
✓ mudanças significativas nos métodos ou filosofia de treinamento, procedimentos de
operação e/ou de manutenção;
✓ criação ou fusão de organizações;
✓ alteração na infraestrutura aeroportuária da sede da organização ou do local em que
realiza a maior parte de suas operações aéreas;
✓ aumento significativo na incidência de ocorrências aeronáuticas que possam afetar a
segurança de voo;
✓ identificação de perigos que afetem ou possam afetar a segurança de voo;
✓ indícios de problemas organizacionais que possam afetar a segurança de voo;
✓ indícios de circunstâncias comportamentais adversas no ambiente organizacional; e
✓ outras circunstâncias, quando julgado conveniente.
Uma VSV poderá ser realizada pelo Elo-SIPAER junto aos diversos setores da
própria organização ou, por um Elo-SIPAER externo, sendo nesse último caso, precedida
de uma adequada coordenação.
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Periodicidade da Vistoria de Segurança de Voo
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absorção do “espírito” da VSV, que, diferente de uma inspeção, visa assessorar o vistoriado
e não o fiscalizar.
Durante a preparação para uma VSV, as vistorias interiores deverão ser analisadas,
bem como, o PPAA e os dados estatísticos de acidentes e incidentes recentes da
organização. Além disso, deve ser verificado se há outros tipos de reportes mais específicos
advindos daquela organização, tais como: RELPREV, comunicado de colisões com
pássaros, registros de Foreign Object Damage (FOD), etc. Essas informações deverão ser
solicitadas às organizações ou setores onde ficam arquivadas.
Antes do início dos trabalhos de pesquisa no local, deve se realizar uma reunião
(briefing) com os elementos da organização ou setor, para que sejam apresentados os reais
objetivos da vistoria, a equipe de vistoriadores e a programação proposta, com horários e
setores a serem vistoriados. É importante dizer que as informações obtidas na VSV serão
mantidas em sigilo, e que o relatório se torna propriedade exclusiva da organização
vistoriada, não sendo divulgado a qualquer setor ou órgão, seja público ou privado, sem o
consentimento de sua direção.
A etapa de coleta de dados pode ser considerada a mais importante de todo o
processo da VSV, pois é por meio dela que as condições de perigo serão levantadas,
possibilitando a adoção de medidas mitigadoras. O máximo de informações devem ser
trocadas entre o vistoriador e o vistoriado, no sentido de levantar efetivamente as condições
de perigo e evidenciar a transparência das atividades de Segurança de Voo.
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➢ Não abordar vários assuntos em uma só pergunta;
➢ Seguir uma sequência lógica de perguntas com relação aos procedimentos ou
atividades, usando as palavras chaves: “O quê”, “Por que”, “Quando”, “Onde”
e “Como”, procurando ir ao cerne da questão;
➢ Fazer o entrevistado pensar sobre os potenciais de perigo existentes;
➢ Separar as partes que dependem da verificação de documentação das
verificações de campo;
➢ Lembrar que as perguntas devem ser tão claras quantos as respostas;
➢ Saber como ouvir, o que e a quem perguntar; e
➢ Registrar apenas o que foi visto e ouvido.
Coleta de dados
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Ao final da coleta de dados da vistoria, deve-se realizar um debriefing com os
elementos vistoriados (a presença da chefia é recomendada). Nele serão apresentadas, de
uma forma condensada, algumas das observações feitas sobre situações mais críticas e que
não podem esperar a confecção do relatório para que sejam corrigidas. Neste momento, o
coordenador da vistoria deverá fazer uso de máxima diplomacia, pois, mesmo com todos os
cuidados tomados, muitos vistoriados poderão supor que os comentários são críticas à sua
administração.
Conclusão VSV
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execução de soluções alternativas, levando em consideração os seus efeitos para a
prevenção de ocorrências aeronáuticas.
A alta direção da organização vistoriada definirá o prazo e o setor responsável pela
implantação das ações mitigadoras acatadas, observado o princípio da oportunidade, quanto
à eficácia de seus efeitos. Ademais, deverá ter o compromisso de buscar a mitigação das
condições observadas pelo Elo-SIPAER no RVSV.
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O método deverá estabelecer procedimentos visando à confecção e à utilização de
Tabelas de Cálculo do Risco (TCR) para o planejamento da atividade aérea. Uma das
dificuldades de utilização das matrizes de gerenciamento de risco é a subjetividade
empregada pelo analista para quantificar os valores de Severidade (Gravidade) e de
Probabilidade, principalmente quando a situação de perigo vivenciada não possui um
histórico de ocorrências na organização.
A análise da Probabilidade foi dividida em quatro fatores: Homem, Meio, Máquina e
Missão, os quais subdividem-se em questionamentos/assertivas que gerarão uma
pontuação. Posteriormente é realizado o confronto PROBABILIDADE x SEVERIDADE e
gerado o cálculo do risco, que mensurará o risco, dentre os níveis: Baixo, Médio, Médio/Alto,
Alto e Inaceitável.
Vale ressaltar que, dada a subjetividade na quantificação dos pontos atribuídos, bem
como as peculiaridades de cada Unidade Aérea, as sugestões aqui apresentadas são
exemplificativas e flexíveis à cada realidade de aplicação do método.
Conforme preconizado, é recomendável que tenhamos um Cálculo do Risco para
uma determinada missão (fator missão), com uma determinada tripulação (fator homem),
que ocorrerá em uma determinada condição ambiental (fator meio), e com uma determinada
condição logística/manutenção da aeronave (fator máquina).
De maneira a exemplificar a importância de serem atendidas as peculiaridades da
Unidade que refletirão na flexibilização das análises, o Gestor da Prevenção do presente
estudo incorporou também um fator denominado *Controlled Flight Into Terrain (CFIT). Na
sequência, é apresentado um quadro com os questionamentos e assertivas, bem como as
ações recomendadas para mitigação do risco, conforme o grau obtido.
* O CFIT é o acidente aeronáutico que ocorre quando uma aeronave, mesmo tendo
seus equipamentos e sistemas funcionando bem e estando sob o controle de um
piloto, colide com o solo, água ou obstáculo.
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As Tabelas de Cálculo de Risco (TCR) deverão ser atualizadas sempre que houver
a incorporação de novos equipamentos, mudanças de missão ou de sede, de novas técnicas
de emprego, de queda na experiência dos pilotos/tripulação, entre outras, a fim de se manter
o valor do risco adequado as alterações observadas na organização.
O aprimoramento dos parâmetros utilizados pela Unidade Aérea cabe a todos os
seus pilotos, em especial o Oficial de Operações e o gestor de prevenção. A busca pelo
intercâmbio de informações com outros Esquadrões Aéreos que operam aeronaves iguais
ou semelhantes, ou que cumpram a mesma missão, contribui efetivamente para a melhor
mensuração dos riscos afetos às missões executadas pelas organizações.
Após seu preenchimento, as folhas devem ser mantidas em arquivos, para posterior
conferência, para fins de aferição dos parâmetros utilizados pelo Esquadrão Aéreo. Se
possível, o valor do risco calculado deverá ser inserido na Ordem de Missão.
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Atualmente, os Alertas de Voo estão divididos de acordo com a natureza das
operações aéreas, abrangendo situações específicas que resultaram em acidentes ou
quando setores da Agência julgam necessária a divulgação de alterações nas normas,
boletins, diretrizes de aeronavegabilidade e demais informações de interesse da segurança
operacional. Também podem atender a solicitações de operadores aéreos ou autoridades
aeronáuticas internacionais.
São sempre situações reais, e antes que elas possam ocorrer no seu voo, vale a
pena consultar aqueles que contemplem a sua operação aérea.
O Reporte de Elevado Potencial de Risco é uma ferramenta do SIPAER orientada à
prevenção de acidentes aeronáuticos e destinada a difundir, com urgência, informação de
evento ou condição relacionada à segurança de voo. O que mais diferencia este Reporte da
DIVOP é o caráter de urgência e o mecanismo ativo de divulgação, onde o próprio Elo-
SIPAER, encarregado de elaborar o Reporte, tem a responsabilidade de fazer com que a
informação alcance os Elos destinatários.
O propósito do Reporte de Elevado Potencial de Risco é permitir a imediata
divulgação, no âmbito da aviação militar subordinada ao COMAER, de informações ou ações
baseadas em situações identificadas com elevado potencial de risco à segurança de voo.
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6. Relatório Anual de Atividades – RAA
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O RAA é considerado material de acesso restrito, conforme descrito na Instrução
para Salvaguarda de Assuntos Sigilosos da Aeronáutica (ICA 205-47 ), e deverá ser
confeccionado pelo Elo-SIPAER da organização, sendo a sua emissão da responsabilidade
do Comandante, Chefe ou Diretor.
Para a elaboração do RAA o Elo-SIPAER deverá abordar as seguintes informações:
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✓ outras considerações julgadas importantes para promoção da segurança de
voo.
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As atividades educativas e promocionais têm como propósito conscientizar e
incentivar a participação do pessoal envolvido com a atividade aérea na prevenção de
ocorrências aeronáuticas, por meio da busca de um comportamento participativo e proativo
e elevação do nível de consciência nos assuntos afetos à segurança de voo.
• PPAA;
• ensinamentos colhidos em investigações de acidentes aeronáuticos,
incidentes aeronáuticos graves, incidentes aeronáuticos e ocorrências de solo,
nesse último caso apenas para a aviação militar;
• fatos observados em RELPREV e em VSV realizadas, salientando as
providências mitigadoras;
• Filosofia SIPAER;
• estímulo ao uso de ferramentas de prevenção do SIPAER (RELPREV, RCSV,
VSV etc.);
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• programas específicos de prevenção de acidentes aeronáuticos (FOQA,
LOSA, CFIT etc.);
• aspectos médicos e psicológicos que envolvam a atividade aérea;
• contraindicação de medicamentos para a atividade aérea e os perigos da
automedicação;
• aptidão física para a atividade aérea;
• adequação de ciclos de trabalho;
• preservação dos conhecimentos e da capacitação técnico-operacional e de
manutenção;
• utilização dos equipamentos de proteção individual;
• procedimentos em caso de acidente (auxílio às operações de busca e
salvamento, preservação de destroços, etc);
• procedimentos de rampa (direção defensiva, etc);
• prevenção de erros de manutenção; e
• outros julgados convenientes.
➢ planejar e orientar a realização das atividades de Segurança de Voo, por meio das
ferramentas do SIPAER, de modo que a operação aérea se desenvolva dentro de
um nível de segurança julgado aceitável;
➢ estabelecer uma ferramenta de Gerenciamento do Risco que permita adotar
mecanismos de monitoramento dos processos organizacionais, a definição de
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metas, a identificação de perigos e das condições latentes, bem como a contenção
das falhas ativas e o reforço das defesas do sistema;
➢ estabelecer as atividades educativas e promocionais relacionadas à segurança de
voo;
➢ estabelecer o monitoramento e a medição dos indicadores das ocorrências do
âmbito do SIPAER, com vistas à melhoria contínua e à garantia da segurança de
voo; e
➢ estabelecer programas específicos e ações programadas, adequando-as às
características da missão e da organização, a fim de prevenir as ocorrências
aeronáuticas.
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• Aviação Militar
O PPAA deverá ser elaborado com base na atividade aérea desenvolvida ou
apoiada, tendo como referência: a missão atribuída, os meios aéreos, os meios de apoio,
infraestrutura e pessoal, as condições ambientais existentes e outras variáveis que possam
se apresentar como fator de interferência na segurança de voo.
A confecção do PPAA deverá considerar, também, as análises estatísticas dos anos
anteriores e as metas pretendidas para o novo período, bem como aquelas não alcançadas
no PPAA anterior.
O Comandante, Diretor ou Chefe define as metas, as atividades e quais os
programas específicos de segurança de voo que serão estabelecidos para sua gestão, e o
Elo-SIPAER estabelece um calendário de atividades para atendê-los.
O PPAA será aprovado pelo Comandante, Chefe ou Diretor da organização, e deve o seu
ato de aprovação ser publicado em boletim da unidade, em até 60 dias após a assunção do
cargo.
Até a publicação do ato de aprovação supracitado, permanecerá em vigor o PPAA
da administração anterior.
O PPAA pode ser atualizado a qualquer momento, sempre que a situação assim
exigir.
• Aviação Civil
O PPAA deverá ser elaborado com base na atividade desenvolvida pela
organização, tendo como referência, dentre outras variáveis, os meios disponíveis, a
infraestrutura e o recursos humanos existentes.
A confecção do PPAA deverá considerar os dados estatísticos dos anos anteriores
e as metas pretendidas, mas não alcançadas no PPAA anterior. Além disso, devem ser
utilizados os programas específicos que forem pertinentes à atividade desenvolvida pela
organização.
O PPAA será aprovado pelo Chefe, Diretor ou congênere da organização.
O PPAA da aviação civil não terá prazo de vigência. Recomenda-se que seja
atualizado de acordo com as necessidades da organização, de forma a proporcionar uma
orientação eficaz e oportuna para a realização das atividades de prevenção de acidentes.
Como guia para sua elaboração, seja ele militar ou civil, o PPAA deverá conter:
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a) termo de aprovação assinado pelo seu Comandante, Chefe, Diretor ou
congênere;
b) índice e referência dos documentos utilizados;
c) numeração das páginas e controle de emendas;
d) apresentação da Política e o compromisso com a Segurança de Voo;
e) endereço, e-mail, telefone, e fax da organização/empresa;
f) divulgação (nome dos setores que deverão possuir sua cópia);
g) referências normativas;
h) composição da Comissão de Segurança de Voo (CSV) (a função de cada
integrante);
i) responsabilidades específicas da Comissão de Segurança de Voo - CSV;
j) indicadores estatísticos de segurança de voo que serão adotados pela
organização para a Prevenção de Acidentes Aeronáuticos;
k) programas específicos de segurança de voo que serão adotados;
l) anexo contendo o cronograma de atividades relativas ao PPAA; e
m) metas de desempenho de segurança de voo.
Para que o PPAA alcance o objetivo desejado, deverá ser dado amplo conhecimento
a todos os envolvidos, direta ou indiretamente, com a atividade aérea, abrangendo aqueles
nos âmbitos de supervisão e de execução.
Uma cópia do PPAA deverá ser encaminhada a cada setor da organização que
tenha participação no Programa, para que seja utilizado como orientação ao
desenvolvimento das atividades nele estabelecidas. No âmbito do Comando da Aeronáutica
(COMAER), com o propósito de permitir a adequada supervisão das atividades dos Elos-
SIPAER e a eficiência das ações, cada organização encaminhará uma cópia do seu PPAA,
conforme o fluxo preconizado na NSCA 3-3.
O Elo-SIPAER deve revisar o PPAA sempre que necessário, de forma a mantê-lo
atualizado por ocasião de mudanças nas condições operacionais da organização, nos
procedimentos administrativos, nas normas técnicas estabelecidas pela legislação
aeronáutica aplicável, quando houver modificações na regulamentação aeronáutica
brasileira ou atendendo a orientações da Cadeia de Comando de Investigação (CCI).
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8. DANO OCASIONADO POR OBJETO ESTRANHO (FOREIGN OBJECT DAMAGE) -
(FOD)
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como a perda total de uma turbina, quer seja pelas repetições de casos como os de pneus
danificados em pistas de pouso com detrito.
FOD é um problema decorrente, primordialmente, do fator humano. Algumas ações
podem denotar indiferença administrativa que apontam uma baixa consciência situacional
dos recursos humanos, como:
Duas linhas de ação podem ser tomadas para a prevenção de FOD. A primeira linha
baseia-se no desenvolvimento de atividades de prevenção acadêmicas. Trata-se de uma
ação de amplo espectro, baseada no conhecimento absorvido em cursos ou em literatura
especializada. Essa medida é mais abrangente, geralmente, voltada para a conscientização
e a disciplina do pessoal da organização. Tal medida inclui a organização de conferências,
exposições, cartazes e caminhadas de coletas de objetos chamadas de “Caminhadas de
FOD”.
A segunda linha de ação é mais específica, direcionada aos problemas de cada
organização. Tal ação pode ser desenvolvida a partir de informações obtidas de duas
maneiras:
✓ por meio da análise dos objetos encontrados nas áreas operacionais (nas inspeções,
nas “Caminhadas de FOD” ou nos recipientes de coleta); e
✓ estudando a ocorrência de casos de FOD com a aeronave de cada unidade ou de
uma empresa.
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ocorrência, devem ser aplicadas, na organização, medidas específicas que inibam sua
reincidência.
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System (SMS). Afinal, pesquisas demonstram que os custos anuais estimados decorrentes
desse conflito na aviação civil internacional são de US$ 3 bilhões.
O Doc 9137 da OACI – Airport Services Manual – Part 3 Wildlife Control and
Reduction, tem a finalidade de prover informações necessárias para o desenvolvimento e a
implantação desse controle efetivo de fauna em aeródromos. Afinal, a maioria dos eventos
de interesse ocorre quando a aeronave está em uma das fases de voo a seguir: aproximação
final, pouso, táxi, decolagem e subida inicial.
Segundo dados da OACI, as ações de gerenciamento devem ser focadas no espaço
aéreo abaixo de 3.500 pés (ft), ou 1067 m, onde ocorrem, aproximadamente, 93% das
colisões com aeronaves civis. Os custos diretos também são um excelente medidor de
severidade para cada evento, aumentando a precisão dos métodos de avaliação de risco
utilizados.
Uma vez conhecidos os prejuízos por aeródromo, é possível avaliar o custo-
benefício para a implantação de um Programa de Gerenciamento do Risco da Fauna
(PGRF).
Uma das ações que devem constar no PGRF diz respeito ao Plano Básico de Zona
de Proteção de Aeródromo, que contém as superfícies de aproximação e de decolagem, e
que são zeladas pelo operador do aeródromo. Tal zelo também deverá ter relação com o
risco de fauna, o que se traduz como o monitoramento de fauna no aeródromo e em sua
Área de Segurança Aeroportuária (ASA).
A preocupação com o risco da fauna é crescente, uma vez que o transporte aéreo
se torna cada vez mais importante para a economia mundial. Além disso, em muitos locais
a quantidade de aves têm aumentado em decorrência de programas conservacionistas.
Portanto, há tendência de aumento de prejuízos devido a esse conflito de interesses.
Segundo a OACI, para lidar com os fatores causais que atraem a fauna,
especialmente as aves, para as trajetórias das aeronaves, é fundamental coletar dados para
entender o problema. Pois, uma ação isolada, dificilmente surtirá efeitos positivos e
duradouros, podendo inclusive aumentar o risco de fauna, se mal planejada ou executada.
Identificar o problema é o primeiro passo de um processo contínuo que envolve ainda a
avaliação dos riscos identificados, a definição das medidas de controle, o treinamento para
a sua execução, a documentação dos processos, o seu monitoramento contínuo com vistas
à garantia de sua qualidade, bem como a capacidade de aperfeiçoar esses processos com
base nos resultados atingidos.
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Cabe ressaltar que, a adoção das medidas de controle é dificultada pela condição
quase única existente em cada aeródromo, em função das diversas variáveis do
ecossistema como posição geográfica, índice pluviométrico, temperatura, além, é claro, das
condições de atratividade no aeródromo e em sua ASA.
Uma vez que a fauna e a aviação estarão em conflito enquanto existirem e
compartilharem o mesmo espaço no ar e no solo, então é perfeitamente possível a aplicação
do Gerenciamento do Risco e o uso da hierarquia de controles descrita a seguir:
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A condição ideal para o gerenciamento da fauna seria a existência de pessoal
qualificado em todos os aeródromos para a execução das atividades preventivas. Não
obstante, nem todas as atividades requerem profissionais formados para esse fim, bastando
que haja coordenação e treinamento para executar as ações permitidas e necessárias ao
PGRF.
É preciso considerar, ainda, que a fauna é atraída pela área interna do aeródromo
por diversas razões, como: existência de um espaço aberto, normalmente gramado, com
baixa densidade de seres humanos, alimentação, descanso e, até mesmo, área de postura
de ovos para diversas espécies de aves. Agrava-se, ainda, o fato de que vários espaços
urbanos brasileiros possuem poucas áreas naturais “disponíveis”.
O licenciamento ambiental é especialmente importante nesse processo, com a
finalidade de criar uma área de amortecimento ao redor dos aeródromos, inibindo que os
espaços aeroportuários sejam utilizados como alternativa para os 3A.
Deve-se ter em mente que a fiscalização pela autoridade ambiental talvez não seja
tão eficiente, havendo a necessidade da participação mais efetiva do monitoramento dos
focos pelo operador de aeródromo.
Situações de maior dificuldade de monitoramento são observadas em aeródromos
de pequeno fluxo de aeronaves, em especial aqueles não operados pela aviação de
transporte regular de passageiros, onde o volume de reportes de presença de fauna são
pouco reportados. Nesse sentido, importa destacar que grande parcela dos reportes
recebidos de tripulantes no Brasil, desde 2011, são oriundos daquela parcela da aviação.
A avaliação do risco de fauna deve seguir uma metodologia desenvolvida com a
finalidade de identificar, quantificar e mitigar o respectivo risco em cada aeródromo, não
tendo o objetivo de compará-lo com outros aeródromos. Portanto, o objetivo é a aferição do
risco associado às espécies-problema e dos fatores que contribuem para a sua presença
nas trajetórias das aeronaves.
O método a ser utilizado deverá ser desenvolvido pela autoridade de aviação civil
para uso em aeródromos civis, e pela autoridade de aviação militar, para uso em aeródromos
militares, considerando minimamente, o tamanho individual, o comportamento em voo, a
tendência a formar bandos com muitos indivíduos, o tamanho da população e os fatores de
atração de cada espécie na região. O custo direto de recuperação da aeronave afetada
poderá constar como um dos parâmetros de severidade na avaliação de risco.
Ao identificar e ordenar, por grau de risco, as espécies em cada aeródromo, o
operador dará prioridade àquelas situações que devam ser mitigadas com maior urgência,
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atuando de forma proativa, em alguns casos, antes da chegada da fauna no local. Os dados
utilizados em cada método de avaliação deverão ser coletados pelo operador do aeródromo
civil e do aeródromo militar, através do monitoramento do aeródromo e de sua ASA, bem
como pelos eventos de interesse envolvendo aeronaves que estejam em operação no
aeródromo.
A espécie de fauna colidida pela aeronave deve ser identificada sempre quepossível,
sendo necessário o estabelecimento de procedimentos fotográficos, por comparação de
penas e por meios genéticos (identificação por DNA). Obviamente, somenteconhecendo as
aves se poderá chegar aos fatores que criam a sua presença no aeródromoe em sua ASA.
Outra opção bastante válida é a análise de conteúdo estomacal de animais colididos.
As páginas da INTRAER e de INTERNET do CENIPA, possuem uma aba voltada
para prevenção, a qual contém um subitem denominado “Risco de Fauna“. Nele, é possível
identificar várias informações, dentre elas a maneira de se efetuar a “identificação por DNA”
coordenada pelo CENIPA, que de forma geral, é realizada mediante os seguintes critérios
de ocorrência:
➢ Lesão à pessoa a bordo ou não;
➢ Dano grave à aeronave;
➢ Decolagem abortada;
➢ Corte/apagamento de motor;
➢ Pouso de precaução;
➢ Penetração de ave pelo para-brisas; e
➢ Alijamento de combustível.
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disponível nas páginas do CENIPA.
Por fim, o DOC 9137, Part 3 (Airport Services Manual Part 3 - Wildlife Control & Reduction),
trata sobre Gerenciamento de Risco de Fauna no âmbito da Organização da Aviação Civil
Internacional (OACI).
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No Brasil, é estimado que 100 mil balões são soltos, a cada ano. No ano de 2019,
os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro lideram as estatísticas, seguidos pelo estado
do Paraná.
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Ainda, é possível realizar filtros estatísticos baseados em aeródromos:
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Como exemplo de ocorrência de maior relevância, em junho de 2011, uma
aeronave modelo A-319, sofreu um incidente grave ao colidir com um “banner” de plástico
transportado por um balão não tripulado, gerando a degradação dos sistemas automáticos
de voo da aeronave, em face da obstrução do material em três Tubos de Pitot e do TAT
sensor.
Além do perigo para a aviação, ao cair, um balão pode provocar sérios danos a
áreas povoadas ou ao meio ambiente, ao promover incêndios residenciais ou em matas.
As estatísticas mostram que há um aumento significativo das ocorrências com
balões nos meses de maio, junho e julho. Nesses três meses há festejos, como dia de São
Jorge, Dia de Nossa Senhora de Fátima, Santo Antônio, São Pedro e São João, entre outros.
Nesses meses, os pilotos precisam dedicar uma atenção especial ao problema. Do mesmo
modo, deve haver um reforço na fiscalização por parte das autoridades policiais.
A estatística é realizada, dia a dia, pelo pessoal da administração dos aeroportos
nas seguintes situações:
➢ Registro de queda; e
➢ Avistamentos de sobrevoo de balões de ar quente não tripulados na área de
seus aeródromos.
Nos últimos anos o CENIPA tem desenvolvido várias atividades para prevenir e
combater o risco baloeiro. São elas:
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✓ distribuição de material didático, concurso de redação, palestras de
conscientização para crianças e pais;
✓ contatos com o Ministério da Educação para inserção do assunto no currículo
escolar;
✓ programas de educação ambiental promovidos pelas Secretarias de estado de
defesa civil;
✓ estímulo à denúncia (disque-denúncia);
✓ realização de palestras no meio aeronáutico; e
✓ incentivo à comunicação das ocorrências e dos avistamentos durante o voo:
sua finalidade é a construção de uma estatística confiável, capaz de mensurar
a gravidade a qual as aeronaves são expostas.
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11. EMISSÃO DE RAIO LASER CONTRA AERONAVES
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Os Standards and Recommended Practices (SARP) foram incluídos nos Anexos 11
(Serviço de Tráfego Aéreo) e 14 (Aeródromos) da Convenção de Aviação Civil Internacional,
e foram desenvolvidos com a assistência do grupo de estudo, porém não foram suficientes
para a implementação de regulamentos relevantes nos Estados. Por conta disso, o grupo de
estudo recomendou a redação de um manual sobre efeitos médicos, fisiológicos e
psicológicos da exposição dos tripulantes ao raio laser.
Em 2003 a OACI disponibilizou o Manual on Laser Emitters and Flight Safety (Doc
9815). Seu texto é dirigido, principalmente, a:
O Doc 9815 da OACI (Manual on Laser Emitters and Flight Safety) tem por objetivo
orientar os Estados contratantes na adoção de regulamentos nacionais e orientar
operadores e controladores de tráfego aéreo sobre a adoção de medidas para mitigação dos
riscos do raio laser contra aeronaves. Dessa forma, como medidas mitigadoras, deve-se
considerar as seguintes ações:
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Estados Brasileiros, por aeródromos, bem como as fases de voo, todos disponíveis nas
páginas eletrônicas do CENIPA.
Em conformidade com o DOC 9815 da OACI, o CENIPA julgou oportuno adotar a
“Ficha de Notificação de Raio Laser”, a qual trata da base de dados dos gráficos
anteriormente exemplificados.
Esta ficha passou a ser utilizada em fevereiro de 2012, com o preenchimento online
na página do CENIPA e, desde então, já foram realizadas milhares de notificações. Para
acesso à ficha na página do CENIPA, deve-se clicar na aba “PREVENÇÃO” e acessar a
função “RAIO LASER”. Na sequência clicar em “FORMULÁRIO ONLINE” e realizar o
preenchimento.
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“Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato
tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea, cuja pena
correspondente é a reclusão por um período de dois a cinco anos”.
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