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ALEXANDRE VIEIRA
Palhoça
2020
ALEXANDRE VIEIRA
Palhoça
2020
ALEXANDRE VIEIRA
__________________________________________
Orientador: Prof. Joel Irineu Lohn, MSc.
__________________________________________
Prof. Cléo Marcus Garcia, MSc.
Dedico este trabalho a minha esposa e filhas,
pelo incentivo da volta aos estudos mesmo
após ter finalizado o ensino médio a mais de
20 anos, pela paciência e apoio para manter
foco nos estudos e não desistir e, por fim, aos
meus pais que sempre me apoiaram do início
da minha carreira até hoje.
AGRADECIMENTOS
A presente pesquisa tem por objetivo analisar os aspectos históricos, a forma de atuação e a
importância no cenário da aviação do tema Sistema de Gerenciamento da Segurança
Operacional (SGSO). A metodologia utilizada empregará uma pesquisa descritiva, com
procedimento bibliográfico e documental, e abordagem qualitativa. Com a pesquisa foi
possível atingir os resultados planejados e expor de forma sintetizada as principais
características do sistema. O SGSO é um sistema que envolve toda organização na busca de
uma constante evolução da segurança operacional. Seu desenvolvimento começou com
verificação de que os acidentes ocorriam também por fatores organizacionais e não apenas
humanos e materiais. Com essa constatação a OACI deu inicio a concepção do sistema que
foi finalmente sintetizado no Anexo 19. Para que todo o sistema seja seguido, o mesmo é
baseado em uma série de regulamentos e manuais que guiam as organizações ao alcance dos
seus objetivos. O sistema é composto por quatro componentes interligados que, com seus
respectivos elementos, proporcionam às organizações os meios para realizar o planejamento,
implantação e operação do sistema, sendo estes detalhados nesta pesquisa. Com a pesquisa é
possível concluir que o SGSO é um sistema composto por componentes e processos que
dependem, principalmente, da atitude positiva do Estado e das organizações para sua
implantação e operação, além de trazer uma abordagem preditiva e proativa para prevenção
de acidentes, elevando assim os índices de segurança.
The present research aims to analyze the historical aspects, the way of acting and the
importance in the aviation scenario of the theme of Operational Safety Management System.
The methodology used will employ a descriptive research, with bibliographic and
documentary procedure, and a qualitative approach. With the research it was possible to
achieve the planned results and expose in a synthesized way the main characteristics of the
system. SGSO is a system that involves every organization in the search for a constant
evolution of operational safety. Its development began with the verification that accidents also
occurred due to organizational factors and not only human and material. With this
observation, ICAO initiated the conception of the system, which was finally summarized in
Annex 19. In order for the entire system to be followed, it is based on a series of regulations
and manuals that guide organizations in achieving their objectives. The system consists of
four interconnected components that, with their respective elements, provide organizations
with the means to carry out the planning, implementation and operation of the system, which
are detailed in this research. With the research, it is possible to conclude that the SGSO is a
system composed of components and processes that depend, mainly, on the positive attitude
of the State and the organizations for its implantation and operation, besides bringing a
predictive and proactive approach for accident prevention, raising thus the safety indexes.
LISTA DE SIGLAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA .............................................................................. 13
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 13
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 13
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 13
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 14
1.4 METODOLOGIA .............................................................................................. 14
1.4.1 Natureza da pesquisa e tipo da pesquisa .................................................................. 14
1.4.2 População amostra ou Sujeitos da pesquisa ou Materiais e métodos .................... 15
1.4.3 Procedimentos De Coleta De Dados ......................................................................... 15
1.4.4 Procedimentos De Análise Dos Dados ...................................................................... 15
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .................................................................... 15
2 SURGIMENTO DO SGSO ................................................................................... 17
3 O QUE É O SGSO? .............................................................................................. 20
3.1 RELAÇÃO ENTRE SGSO E SGQ ...................................................................... 21
3.2 O QUE NÃO É O SGSO ..................................................................................... 22
3.3 PROCESSOS CHAVE DO SGSO........................................................................ 23
4 REGULAÇÃO VOLTADA AO SGSO .................................................................. 25
4.1 REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA ................................................................. 27
4.1.1 Regulamentação voltada aos PSAC .......................................................................... 28
4.1.1.1 Oficinas de manutenção ................................................................................ 28
4.1.1.2 Operador de Aeródromo ................................................................................ 28
4.1.1.3 Operador Aeroagrícola .................................................................................. 29
4.1.1.4 Centros de Instrução de Aviação Civil ............................................................ 29
4.1.1.5 Operadores 135 ............................................................................................ 30
4.1.1.6 Operadores 121 ............................................................................................ 30
4.1.1.7 Pequenos provedores de serviço da aviação civil .............................................. 31
5 COMPONENTES E ELEMENTOS DO SGSO ..................................................... 32
5.1 POLÍTICA E OBJETIVOS DA SEGURANÇA OPERACIONAL ........................... 33
5.1.1 Política da segurança operacional ............................................................................ 33
5.1.2 Objetivos de segurança operacional ......................................................................... 35
5.1.3 Elemento 1.1 – Responsabilidade e comprometimento da alta direção ................ 36
5.1.4 Elemento 1.2 – Responsabilidade primária sobre a segurança operacional......... 36
5.1.5 Elemento 1.3 – Designação do pessoal-chave de segurança operacional .............. 37
5.1.6 Elemento 1.4 – Coordenação do plano de resposta à emergência ......................... 39
5.1.7 Elemento 1.5 – Documentação do SGSO ................................................................. 40
5.2 GERENCIAMENTO DE RISCO À SEGURANÇA OPERACIONAL ..................... 41
5.2.1 Elemento 2.1 – Processo de identificação de perigos .............................................. 42
5.2.2 Elemento 2.2 – Processo de avaliação e controle de riscos ..................................... 44
5.2.2.1 Probabilidade de ocorrência ........................................................................... 44
5.2.2.2 Severidade da ocorrência ............................................................................... 45
5.2.2.3 Matriz de risco ............................................................................................. 45
5.2.2.4 Eliminar ou mitigar o risco ............................................................................ 46
5.3 GARANTIA DA SEGURANÇA OPERACIONAL ................................................ 48
5.3.1 Elemento 3.1 – Processo de monitoramento e medição do desempenho da
segurança operacional ......................................................................................................... 49
5.3.2 Elemento 3.2 – Processo de gerenciamento de mudanças ...................................... 49
5.3.3 Elemento 3.3 – Processo de melhora contínua do SGSO ........................................ 50
5.3.4 Relação entre GRSO e GSO ...................................................................................... 52
5.4 PROMOÇÃO DA SEGURANÇA OPERACIONAL .............................................. 52
5.4.1 Elemento 4.1 – Treinamento e qualificação ............................................................. 53
5.4.2 Elemento 4.2 – Divulgação do SGSO e da comunicação acerca da segurança
operacional. .......................................................................................................................... 54
6 FASES DE IMPLANTAÇÃO DO SGSO ............................................................... 56
6.1 FASE I – PLANEJAMENTO .............................................................................. 56
6.2 FASE II – PROCESSOS REATIVOS ................................................................... 58
6.3 FASE III – GESTÃO DE PROCESSOS PREDITIVOS E PROATIVOS DE
SEGURANÇA ......................................................................................................... 59
6.4 FASE IV – GARANTIA DA SEGURANÇA OPERACIONAL ............................... 60
6.5 PLANEJAMENTO ............................................................................................ 61
6.6 OPERAÇÃO ..................................................................................................... 62
7 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 63
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 66
11
1 INTRODUÇÃO
ano de 2013, quando a OACI instituiu o anexo 19, que compilou as alterações existentes em
outros anexos que fundamentavam o Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional
(SGSO) em único documento, servindo de base para a elaboração de um sistema de gestão de
segurança para vários países.
A aviação possui um rigoroso sistema de investigação de acidentes aeronáuticos,
principalmente, porque estes fornecem informações importantes para a prevenção de novos
acidentes, porém esta lógica exige, como se pode imaginar, que o sistema rompa e haja perda
de vidas e de bens materiais. De acordo com SANTOS (2014), ao se analisar os documentos
que mostram o histórico de prevenção de acidentes no Brasil, observa-se que existe com
frequência a palavra investigação, algo que era fruto de uma cultura reativa. O Brasil teve o
mérito de ter evoluído e um sistema reativo para um sistema preventivo, onde a investigação é
apenas mais uma forma de prevenir acidentes.
Na MCA 3-3/2012, que trabalha a metodologia e os procedimentos para prevenção
de ocorrências, encontram-se alguns princípios do SIPAER, podem-se extrair os que se
destacam para o presente trabalho de conclusão de curso e estes são os de que todo acidente
deve ser evitado, que todo acidente resulta de uma sequência de eventos e nunca de uma causa
isolada e que todo acidente tem um precedente. Diante destes princípios percebe-se que é
possível ser aplicado uma visão sistêmica para romper a sequência de eventos e precedentes
para que, desta forma, ocorra à quebra dos elos de eventos que levam a acidentes
aeronáuticos.
De acordo ANAC ([2015]) a OACI implantou efetivamente o Safety Management
System (SMS) em 2009, traduzido para Brasil como sistema de gerenciamento de segurança
operacional, elevando o conceito de segurança de voo para uma abordagem mais ampla e
sistêmica que busca encontrar falhas em todos os aspectos que envolvem a segurança nas
operações, gerando uma melhoria contínua nos níveis de segurança.
O SGSO é notoriamente reconhecido por integrar toda a organização e em todos os
seus aspectos na árdua tarefa de elevação da segurança operacional, esta afirmativa pode ser
observada na fala de William R. Voss, ex-presidente da Flight Safety Foundation, a
executivos de companhias aéreas sobre a importância do SGSO em uma organização:
13
Cada passo que sua organização dê nesse sentido a tornará mais segura e mais
competitiva. É possível que o sistema de gerenciamento da segurança operacional
identifique algum problema que, se não fosse corrigido, poderia acabar com a sua
empresa, mas esse não é seu verdadeiro fruto. Esse mesmo SGSO identificará,
constantemente, os milhares de pequenos problemas que atravancam suas operações,
destroem sua eficiência e impactam de forma prejudicial o equilíbrio dos negócios.
(VOSS, William R., 2012)
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
1.4 METODOLOGIA
Após a coleta dos dados será realizada uma abordagem qualitativa dos conteúdos
e posteriormente será feita a exposição com as devidas referências.
2 SURGIMENTO DO SGSO
3 O QUE É O SGSO?
Conforme citado anteriormente, para cada PSAC deve haver uma regulamentação
específica, inferindo do exposto, que há um espectro de atividades que possuem
peculiaridades que diversificam as características operacionais e, por consequência, os riscos
de cada um.
O SGSO, de acordo com a ANAC (2015) no PSOE-ANAC, traz a obrigação de
implantar o sistema aos seguintes prestadores de serviço:
a) Aeroclubes, escolas de aviação civil e centros de treinamento de aviação
civil que estejam expostos a riscos à segurança operacional durante a
prestação de seus serviços;
b) Operadores regidos pelos RBAC 121 e RBAC 135 detentores de
Certificado de Empresa de Transporte Aéreo segundo o RBAC 119;
c) Operadores aeroagrícolas;
d) Detentores de Certificado de Manutenção de Produtos Aeronáuticos
emitidos segundo o RBAC 145 que prestem serviços aos PSAC
apresentados;
e) Organizações responsáveis pelo projeto ou fabricação de aeronaves,
certificadas segundo o RBAC 21;
f) Aeródromos civis públicos sujeitos à aplicabilidade do RBAC 139;
g) Outros PSAC cuja aplicabilidade do SGSO seja definida como necessária
pela Diretoria.
Importante destacar-se que, de acordo com a ANAC (2018) no guia Perguntas e
respostas sobre SGSO, os aeródromos civis públicos que processem um número superior a de
200.000 passageiros devem implantar de forma obrigatória o sistema.
Além da observância de quais PSAC são obrigados a implantar o SGSO, é
importante expor quais as regulamentações específicas, pois é onde se encontram as
adequações do sistema a realidade de cada operação e, embora existam diferenças em cada
tipo, a filosofia e princípios se mantêm, principalmente no que diz respeito aos componentes
do sistema.
28
De acordo com o RBAC 141 da ANAC (2020), os CIAC tipos dois e três são
obrigados a estabelecer, implantar e manter um SGSO que seja aceitável pela ANAC e que
garanta um nível de segurança adequado a instrução.
Para guiar a implantação do SGSO em conformidade com o RBAC 141, a ANAC
(2019) emitiu a IS n° 141-005 que tem por objetivo apresentar orientações para
implementação e manutenção do seu SGSO, indicando os meios aceitáveis pela ANAC para o
cumprimento dos requisitos previstos nos regulamentos.
Operações de transporte aéreo público (segundo RBAC 119) com aviões com
capacidade máxima de 19 passageiros e capacidade máxima de 3400kg, de acordo com o
RBAC 135 da ANAC (2019), são obrigados a implantar e manter um SGSO aceitável.
Dentro deste componente é importante notar que há duas palavras que o norteia, e
estas são, a política e os objetivos, sendo que na política, conforme a ANAC (2017) no Guia
PSOE-ANAC & SGSO/SAR- Conheça mais a respeito, definem-se as intenções e diretrizes
globais formalmente expressas pela direção e cria-se, então, um comprometimento da própria
organização e de todos que estão a sua volta. Os objetivos são provenientes das políticas que
foram definidas, gerando, por sua vez, indicadores para avaliação da eficácia da política e dos
objetivos.
ANAC (2017) no Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR- Conheça mais a respeito, os indicadores
são o meio para que o PSAC verifique se está no caminho correto e, caso não esteja, possa
corrigir determinados pontos para que os objetivos sejam atingidos de forma satisfatória.
O SGSO, para sua devida implantação, necessita que todos os seus processos,
padrões, requisitos e sistemas sejam documentados, conforme a ANAC (2017) no Guia
PSOE-ANAC & SGSO/SAR – Conheça mais a respeito, entendem-se como documentação os
manuais de procedimentos e registros.
O PSAC deve criar, conforme a ANAC (2018) no SGSO na prática - Política e
objetivos de segurança operacional, um Manual de Gerenciamento da Segurança Operacional
(MGSO) para facilitar a operação do sistema. Este manual precisa descrever a política e
objetivos do PSAC, os processos adotados para gerenciar riscos e garantir a segurança de suas
operações e, deve ainda, apresentar os processos ligados às iniciativas de promoção de
segurança operacional, descrevendo, desta forma, a atual situação do provedor em relação ao
SGSO. Importante destacar aqui que o MGSO é um pré-requisito para obtenção da
certificação ou autorização para operações do PSAC, devendo este ser apresentado para
análise da ANAC quando solicitado e eventuais atualizações comunicadas.
Além do MGSO, o provedor deve manter a compilação de registros que
comprovem o funcionamento do SGSO, conforme a ANAC (2018), estes registros devem
incluir:
a) Relatos de perigos e ocorrências;
b) Avaliações de risco concluídas ou em andamento;
c) Relatórios das auditorias e investigações internas;
d) Evidências da promoção da segurança operacional;
e) Certificados dos treinamentos de segurança operacional;
f) Atas ou memórias das reuniões do CSO e GASO, quando aplicável;
g) Indicadores de desempenho de segurança operacional e gráficos
associados.
A documentação, além do exposto anteriormente, deve definir também critérios
de arquivamento, onde devem estar descritos, conforme a ANAC (2018), os critérios de
identificação, armazenamento, proteção, retenção e descarte dos registros realizados.
41
Importante destacar que, conforme ANAC (2018), cada operador deve usar a
referência que mais convém as suas operações e, independente de qual modelo aplicado à
tabela, esta deve ser registrada no MGSO.
ainda mais complexo, dificultando a análise. Uma matriz de 5x5 ou 4x5 já é suficiente para
uma análise adequada, ficando a cargo o PSAC a escolha da matriz que achar conveniente.
Com a análise da matriz de risco, conforme a ANAC (2018), o PSAC vai verificar
o quão tolerável é o risco e dependendo do resultado, verificar a possibilidade de se conviver
com o risco, realizar ações mitigadoras ou, até mesmo, se deve ser necessário o cancelamento
da operação.
risco só pode ser tolerado se for demonstrado que há um benefício claro que justifique a
operação.
Para verificar o nível de aceitabilidade do risco é comumente empregado o
conceito de ALARP, do inglês “As Low As Reasonably Practicable”, traduzido como tão
baixo quanto razoavelmente praticável. Este conceito identifica três categorias de risco, sendo
estas descritas a seguir:
a) Riscos inaceitáveis são os que, independente de seus benefícios, não
podem ser tolerados, devendo ser eliminados ou reduzidos para a
realização da operação, salvo se houver razões excepcionais justificáveis;
b) Riscos toleráveis são riscos que, geralmente, se está disposto a tolerar para
obter determinado benefício das operações, estes riscos devem ser
devidamente avaliados e controlados, devendo ser revistos periodicamente
para garantir que mantem o seus status de tolerável;
c) Riscos aceitáveis são considerados baixos e bem controlados, sãos riscos
que são considerados insignificantes ou necessários à vida diária.
Abaixo há a figura que representa o esquema em forma de triangulo invertido que
facilita o entendimento de tal conceito:
situações internas. Independente de onde ocorram as mudanças, estas sempre estão presentes
e é necessário que ocorram da maneira mais segura possível.
O processo de gerenciamento de mudança, conforme ANAC (2018), busca
identificar, através de processos de identificação de perigos e de gerenciamento de riscos já
existentes na organização, as mudanças que tem potencial de afetar os processos, os
procedimentos e a prestação de serviços na área da segurança operacional. É importante para
empresa fazer uma análise de quais fatores podem afetar a segurança operacional e a partir
dai, através de uma serie de processos documentados, definir como se realizará esta mudança
e quais procedimentos deverão ser adotados. Para esta missão, a organização deve envolver
todas as pessoas que possam ser afetadas ou que possam agregar valor à identificação do risco
potencial.
Uma mudança bem planejada, conforme a ANAC (2018), será importante para
organização realizar estas com impactos sobre a segurança controlados e ajudará a manter um
nível de segurança operacional aceitável.
Conforme a ANAC (2018), alguns processos podem ser utilizados como fontes
para melhoria contínua, são eles:
a) Auditorias:
– tanto as auditorias internas quanto as auditorias realizadas por outras
organizações;
b) Avaliações:
– considera as avaliações da cultura de segurança operacional e a de
eficácia do SGSO;
c) Monitoramento de ocorrências:
– monitora a recorrência de eventos que afetam a segurança
operacional;
d) Pesquisas de segurança operacional:
– inclui as pesquisas de cultura que fornecem uma retroalimentação
valiosa a respeito do comprometimento do pessoal com o SGSO. Pode
também resultar em um indicador sobre a cultura de segurança
operacional da organização;
e) Análises críticas da gestão:
– examina se os objetivos de segurança operacional estão sendo
alcançados pela organização, sendo ainda uma oportunidade de analisar
todas as informações de desempenho de segurança operacional
disponíveis para identificar as tendências globais;
f) Avaliação dos indicadores de segurança operacional e das metas de
segurança operacional:
– essa avaliação considera tendências permitindo uma comparação com
outros provedores de serviços de aviação civil, ou dados do Estado ou
mundiais;
g) Coleta de lições aprendidas:
– as lições aprendidas levam à implantação de melhorias de segurança
operacional.
52
relevantes para divulgação, devendo este avaliar o caráter da mensagem, se é urgente (antes
do voo), se é instrutiva, se são sazonais, entre outras características.
Conforme a ANAC (2017), a missão deste elemento é comunicar, promover ou
disseminar as políticas, objetivos, ideias, metas, conceitos, resultados dos indicadores e tudo
mais que consolide o sistema e espalhe essa cultura de segurança operacional.
Algumas ferramentas podem ajudar a organização a fazer a devida divulgação do
SGSO, entre elas pode-se citar o uso de quadros fixados em pontos estratégicos da
organização, banners móveis que podem ser utilizados no dia a dia ou em eventos, a intranet
da organização, e-mail, além de poder criar um jornal interno divulgado de maneira periódica.
Todo esse material, conforme a ANAC (2018), dever ser elaborado com habilidade e
experiência para serem eficazes. A divulgação mal realizada pode ser pior do que não fazer
qualquer divulgação, sendo, por isso, recomendável utilizar uma abordagem profissional ao
divulgar informações.
A comunicação escrita, conforme a ANAC (2018), também é uma ferramenta
importante para apresentar uma argumentação necessária para a mudança, reduzindo a chance
de mal-entendidos. Formular recomendações de segurança e promover a segurança
operacional em todo PSAC exigem comunicações escritas diretas e assertivas.
As mensagens de segurança operacional precisam, conforme a ANAC (2018),
motivar positivamente o seu destinatário, caso contrário pode ter sido um esforço em vão. A
propaganda que só estimula a evitar erros, sem demonstrar a utilidade e sem contextualizar o
ambiente operacional, provavelmente será ineficaz. A organização deve sempre divulgar
questões que consigam resultar em melhorias dos níveis de segurança operacional.
56
processos preditivos e proativos, sendo baseada nos elementos 2.1 e 2.2, conforme
mencionado na primeira atividade da fase II.
A segunda atividade a ser executada, conforme a OACI (2009), é o
desenvolvimento do treinamento dos componentes do plano de implantação do SGSO
baseados em processos preditivos e proativos. Novamente, como na segunda atividade da fase
II, tem-se o elemento 4.1 do quarto componente do SGSO.
A terceira atividade a ser executada, conforme a OACI (2009), é o
desenvolvimento da documentação do plano de implantação do SGSO e da gestão de riscos
baseados em processos proativos e preditivos. Atividade está baseada no elemento 1.5 do
primeiro elemento do SGSO.
Na quarta atividade deve-se, conforme a OACI (2009), desenvolver e manter
meios formais para comunicação de segurança, sendo esta atividade baseada no elemento 4.2
– divulgação do SGSO.
Pode-se observar que a segunda e a terceira fase de implantação do SGSO são
bastante semelhantes, diferenciando-se pela questão da primeira ter um caráter reativo e a
segunda um caráter preditivo e proativo, este que é uma das principais essências do SGSO e o
que o torna tão importante no cenário atual da aviação.
principais objetivos desta fase, conforme mencionado anteriormente. Vale destacar que neste
momento encontra-se um aspecto importante do sistema, que é a melhoria contínua do SGSO,
pois por mais próximo do ideal que o sistema se encontre, sempre há margem para melhorias.
A segunda atividade, conforme a OACI (2009), é similar ao exposto nas fases
anteriores, desenvolver um treinamento relevante para manutenção da segurança operacional.
Por fim, a terceira atividade menciona, conforme a OACI (2009), que se deve
desenvolver e manter um meio formal de comunicação de segurança, baseando esta atividade
no elemento 4.2 do quarto componente, sendo este, especificamente, conforme PSOE-ANAC
(2015), a divulgação do SGSO e da comunicação acerca da segurança operacional, podendo
ser usado para tal, conforme citado anteriormente, uma série de ferramentas para estas ações,
variando a sua função e demanda.
6.5 PLANEJAMENTO
d) Componentes do SGSO;
e) Funções e responsabilidades de segurança;
f) Política de notificação de perigos;
g) Meios de envolvimento dos funcionários;
h) Medição do desempenho da segurança;
i) Comunicação de segurança;
j) Treinamento de segurança;
k) Revisão do desempenho da segurança.
Após a conclusão do plano, a gerência deve o endossar, sendo que, conforme a
OACI (2009), uma implantação completa do sistema, normalmente, consome de um a quatro
anos.
6.6 OPERAÇÃO
7 CONCLUSÃO
A aviação possui certa variedade de operações, que, por sua vez, possuem riscos e
realidades diferentes uma das outras, portanto é necessário que o Estado crie regulamentações
específicas para cada setor e cada PSAC deve buscar se orientar para saber qual
regulamentação deve se basear. Com a exposição das regulamentações específicas, é possível
o processo de análise de como o SGSO está inserido e faz parte das organizações.
Ao analisar como é a forma de atuação do sistema, chega-se a conclusão que este
tem sua atuação baseada em quatro componentes, sendo estes complementares, funcionando
como um quebra cabeça, completo apenas quando todas as peças estão conectadas, ficando
nítido a sua interdependência. Conectado a análise da forma de atuação esta a análise dos
componentes do sistema, que serão expostos nos próximos parágrafos.
O primeiro componente é a política e os objetivos da segurança operacional,
sendo estes determinados pela alta diretoria amparada por gestores, com a política definida
são traçados os objetivos da segurança operacional, o qual possui métricas para sua
verificação.
O segundo componente é o gerenciamento da segurança operacional, trabalhando-
se neste componente o gerenciamento dos riscos propriamente ditos, analisando as operações
da organização a procura de perigos com suas consequências e riscos, para então, definir
quais ações devem ser tomadas no tocante a mitigação dos riscos ou suspensão das operações.
O terceiro componente é a garantia da segurança operacional, neste componente
há a análise de como está o funcionamento do SGSO através de parâmetros e metas, além
disso, há o gerenciamento de mudanças, que busca manter a segurança independente do
cenário atual da empresa. Com a união destas informações é possível observar um processo de
melhoria contínua no sistema.
O quarto componente é a Promoção da Segurança Operacional, neste componente
há a implantação e manutenção de treinamentos que tem reflexos na segurança operacional,
além do treinamento, também há a promoção SGSO, assim como se promove produtos,
disseminando a filosofia e princípios do sistema para o conhecimento de todos os
colaboradores.
Por fim, a implantação do SGSO que, conforme a OACI (2009), é composta por
quatro fases que fazem conexão com os componentes anteriormente citados, trazendo para o
Estado e os regulados um programa padronizado de implantação.
Com a análise dos componentes e das fases de implantação do sistema é possível
observar como se da o seu planejamento e sua operação dentro do contexto organizacional,
65
onde cada membro da equipe tem sua responsabilidade e cada ação que seja exigida pelo
sistema deve ser documentada e arquivada.
Assim, com todas essas informações, é possível observar as características do
sistema e concluir que este é composto por uma série de componentes e processos que o
fazem funcionar e dependem, principalmente, da atitude positiva do Estado e das
organizações para sua implantação, manutenção e operação de maneira funcional,
proporcionando que as várias ferramentas do sistema tragam os benefícios planejados para
todos.
O SGSO é um tema importante de se pesquisar, com elevada utilidade no cenário
da aviação. Há muito que se pesquisar e explanar sobre o tema, porém há uma elevada
fragmentação das fontes de informação, o que dificulta bastante o processo pesquisa, pois, por
muitas vezes, a mesma informação precisou ser consultada em mais de uma fonte para a
adequada interpretação e fidelidade, havendo inclusive a complementação de informações em
documentos diferentes, dificultando a transcrição nos parágrafos deste trabalho. Esta
fragmentação fora encontrada principalmente em documentos do Brasil, a OACI traz alguns
manuais específicos, além do anexo 19. O Brasil ainda está caminhando para o alcance desta
desfragmentação e, consequente, condensação das informações relevantes para o SGSO, neste
aspecto, há qualidade nos materiais mais recentes divulgados pela ANAC, que possuem
linguagem clara e objetiva, além de usar elementos gráficos atraentes para o leitor. Por fim, a
sugestão para outras pesquisas é que se procure, antes de escrever sobre o tema, traçar linhas
de pesquisa, desfragmentar as informações, excluir documentos com informações
desatualizadas e, após estas atividades, escrever de forma fluída sobre o tema.
66
REFERÊNCIAS
ANAC. Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR – Conheça mais a respeito. Disponível em:
<https://www.anac.gov.br/publicacoes/publicacoes-
arquivos/psoe_anac_sgso_sar_definitivo.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2020.
ANAC. Perguntas e Respostas sobre SGSO: Centro de instrução da aviação civil. Brasília,
2019.
ANAC. SGSO na Prática: Guia para Gerenciamento de riscos na Aviação. Brasília, 2018.
BRASIL. ANAC. RBAC 121: Operações de transporte aéreo público com aviões com
configuração máxima certificada de assentos para passageiros de mais 19 assentos ou
capacidade máxima de carga paga acima de 3.400 kg. Disponível em:
<https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/rbha-e-rbac/rbac/rbac-121-emd-
06>. Acesso em 09 de Mar. 2020.
BRASIL. ANAC. RBAC 135: Operações de transporte aéreo público com aviões com
configuração máxima certificada de assentos para passageiros de até 19 assentos e capacidade
máxima de carga paga de até 3.400 kg (7.500 lb), ou helicópteros. Disponível em:
<https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/rbha-e-rbac/rbac/rbac-135>.
Acesso em 09 de Mar. 2020.
ICAO. Doc 9859 AN/474: Safety Management Manul (SMM). Second Edition. 2009.
Disponível em: <https://www.icao.int/safety/fsix/Library/DOC_9859_FULL_EN.pdf>.
Acesso em: 25 de abr. 2020.