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Origem e objectivos da comunidade Austral (SADC)

A SADC originou-se oficialmente em 1992 a partir da transformação da SADC,


criada desde 1980 e que era constituída por nove nações. É uma comunidade
económica regional fundada e gerida pelos países da África Austral. A Comunidade
tem por objectivo promover a cooperação nas áreas económica, social, política e da
segurança entre os respectivos Estados-Membros, assim como incentivar a integração
regional com vista ao alcance da paz, da estabilidade e de riqueza.
Para além disso, um dos grandes objetivos da SADC é tornar a região
industrializada até 2063, tal como consta na Estratégia e Roteiro da organização,
aprovada pelos chefes de Estado e de Governo, em abril de 2015, para o período
2015-2063.
Actualmente, a SADC é constituída pelos seguintes países, “Angola, Botswana,
Comores, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Mauritânia,
Mozambique, Namíbia, Ilhas Seicheles, África do Sul, Zâmbia, Tanzânia, Zimbabwe e
Eswatini”, uma população de, aproximadamente, 340 milhões de habitantes e um PIB
combinado de 720 mil milhões de USD. Os principais objectivos da SADC são de
alcançar o desenvolvimento, a paz e a segurança, o crescimento económico, reduzir a
pobreza, elevar o nível e a qualidade de vida das populações da África Austral, e apoiar
as camadas sociais desfavorecidas mediante a integração regional, assente nos
princípios democráticos e no desenvolvimento equitativo e sustentável. Segundo o
artigo 5º do Tratado da SADC em 1992 era:
 Alcançar o desenvolvimento e o crescimento, reduzir a pobreza, melhorar
o nível e a qualidade de vida das populações da África Austral e apoiar as camadas
sociais desfavorecidas, mediante a integração regional;
 Promover valores, sistemas e instituições políticas comuns;
 Promover e defender a paz e a segurança;
 Promover o desenvolvimento auto-sustentável, com base na auto-
suficiência colectiva e na interdependência dos Estados-Membros;
 Promover e maximizar o emprego produtivo e o aproveitamento dos
recursos da região;
 Assegurar o aproveitamento sustentável dos recursos naturais e a
protecção efectiva do meio-ambiente;
 Fortalecer e consolidar as finalidades e os laços históricos, sociais e
culturais existentes à longa data entre os povos da região.

Como pode o Capital humano e financiamento impulsionar o


desenvolvimento industrial na região da SADC?

O Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional (RISDP 2020-


2030) e a Visão 2050 da SADC são dois planos estratégicos que visam aprofundar
ainda mais a integração regional e promover o desenvolvimento da África Austral.
O principal parceiro económico externo à SADC é a União Europeia (UE), com
quem realiza importantes trocas há alguns anos. Apesar da parcela do mercado
europeu estar decrescendo, cerca de três por cento em 2010, contra sete na década de
oitenta, essas trocas ainda representam a maior parte das exportações e importações
externas ao grupo. Muitas medidas têm sido tomadas para evitar o domínio económico
pelo Norte.
O financiamento aos projetos é obtido através de duas maneiras principais. A
primeira e mais importante é a contribuição de cada um dos membros, com o valor
baseado no PIB de cada um; a segunda é através da colaboração de parceiros
económicos internacionais, como a União Europeia e alguns países desenvolvidos, que
dependem do projeto a ser desenvolvido.
Ao olhamos para o orçamento da SADC, para o ano de 2023 - 2024, verificamos
que está estimado em 129 milhões de dólares, valor repartido em 70% a ser coberto
pelos Estados membros, e 30% pelos parceiros internacionais. O capital financeiro
deve ser gerado por via da efectivação de um conjunto de iniciativas como o (RISDP
2020 - 2030).

A SADC tem de contar com as suas próprias forças e recursos para "capitalizar
humana e financeiramente” a comunidade. Os recursos humanos só poderão ser úteis
se for qualificado. É urgente que a SADC acelere a operacionalização do chamado
Fundo de Desenvolvimento Regional.
O desenvolvimento do capital social e humano é essencial para que se atinja os
objectivos de integração regional. É verdade que não restam dúvidas quanto aos
passos evolutivos dados pela SADC como o aumento de 23% do comércio regional e
uma cobertura de 82% no que diz respeito ao acesso às tecnologias de informação.
Mas é necessário que se invista mais no melhoramento dos meios de
subsistência dos cidadãos, no acesso as tecnologias, na qualidade da educação e
incentivo a investigação científica. Não se pode falar em industrialização se a SADC
não apostar do capital humano e financeiro sem que haja investimento na formação
profissional. De outro modo, para que se possa aprimorar as aptidões e habilidades
dos indivíduos tornando-os mais produtivos de uma forma a influenciar positivamente
as taxas de crescimento dos países. De reiterar que o capital humano é um dos
alicerces que confere e eleva a competitividade de qualquer organização.
A educação é um dos itens fundamental ou prioritário porque para apoiar o
desenvolvimento industrial o sistema de educação precisa sem qualquer dúvida de ser
restaurado e redefinido com o foco em competências técnicas e profissionais de todos
os tipos e também exige um alto nível de formação em tecnologia, engenharia
contabilidade e matemática.
Um dos projetos na área de educação, o treinamento de mão de obra qualificada
tem sido, em parte, realizado. Os profissionais a serem formados são os que foram
identificados como os mais importantes ao desenvolvimento imediato, como gestores
públicos, técnicos, engenheiros (especialmente agrícolas) e cientistas com formações
aplicáveis à indústria. Devido à falta de capacidade de treinamento local desses
cargos, têm sido oferecidas bolsas de estudo em centros de formação estrangeiros, e
tem-se apostado na criação de centros de formação intelectual e técnica na região.

A educação deve ser reformada para garantir que os jovens sejam treinados e
retreinados para poderem responder as necessidades das empresas modernas e da
administração pública com as formações auxiliar como matemática, ciências e
disciplinas de tecnologia e inovação.
É necessário criar métodos de aplicar estes formados de modo a praticarem as
teorias ministradas pelos seus lentes, para fortalecerem o desenvolvimento de
competências para industrialização regional. A competência digital dos indivíduos tem
de ser mais desenvolvida para os capacitar a beneficiar da natureza alavancando o
desenvolvimento de infraestrutura e aumento na criação de empregos decentes e
produtivos para a região. Havendo recursos naturais temos de apostar em projectos
que favorecem a região da Comunidade Austral. Visto que o mundo já não é o mesmo
e os consumidores também não. Atendendo, a evolução dos tempos.
Actualmente a comunidade internacional está preocupada com os impactos das
nossas acções à natureza e isto obriga as indústrias a buscarem o desenvolvimento
sustentável na produção de forma racional. A visão da SADC para 2050 é que a região
seja uma comunidade industrializada e integrada, onde os cidadãos beneficiem
equitativamente das oportunidades de um mercado regional estável que seja
proporcional ao Desenvolvimento Industrial Acelerado para África (AIDA), Ciência,
Tecnologia e Estratégia de Inovação da UA para a África (STISA), Visão de Mineração
Africana (AMV), Promoção do Comércio Intra-Africano (BIAT) e Programa Alargado de
Desenvolvimento da Agricultura da África; e está bem integrado na Área de Livre
Comércio Continental Africana mais ampla, por exemplo, o corredor de Lobito, em
Angola.
Em suma a educação, a saúde, e as ciências tecnológicas trazem inúmeras
vantagens paras as regiões e um dos benefícios é a sustentabilidade e um nível de
vida favorável que muitas vezes não é perceptível ou reconhecido.

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