República de Angola

Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia

Liceu nº292, 4ª Divisão, Cuíto-Bié

Concurso de Redações das Escolas Secundárias da SADC,

Edição 2024

Tema:
“Como pode o Capital Humano e Financeiro impulsionar o
Desenvolvimento Industrial na Região da SADC?”

Autor: Zacarias Caita Amândio

Classe: 12ª B, Noturno
Contacto: +244 943336607

CUITO-BIÉ
2024
 Impulsionando o desenvolvimento na região da SADC

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) é uma

comunidade económica regional fundada e gerida pelos países da África Austral. É um
bloco regional criado para promover a cooperação política, económica e a segurança
dos países membros. Tem como objectivo promover a cooperação nas áreas
económica, social, política e da segurança entre os respectivos Estados-Membros,
assim como incentivar a integração regional com vista ao alcance da paz, da
estabilidade e de riqueza. A SADC conta actualmente com os seguintes Estados-
Membros, “Angola, Botswana, Comores, República Democrática do Congo, Lesoto,
Madagáscar, Malawi, Mauritânia, Mozambique, Namíbia, Ilhas Seicheles, África do Sul,
Zâmbia, Tanzânia, Zimbabwe e Eswatini”. A SADC conta com uma população de,
aproximadamente de 340 milhões de habitantes e um PIB combinado de 720 mil
milhões de USD.

Objectivos:
 Desenvolvimento e crescimento económico;
 Reduzir a pobreza e melhorar a qualidade de vida na região;
 Apoio aos desfavorecidos;
 Promoção defesa da paz e segurança na região;
 Desenvolver valores políticos, sistemas e instituições comuns.

Desafios:
 Desigualdade social
 Infraestrutura precárias
 Instabilidade políticas

Oportunidades:
 Diversificação econômica
 Investimentos em tecnologias e inovação
  Criação de mercados comuns, como é o caso da União Europeia.

Como os recursos humanos e financeiros podem impulsionar o

desenvolvimento da região da SADC?

Os Recursos humanos constituem um conjunto de políticas e práticas essenciais

no gerenciamento de pessoas. Eles só poderão ser úteis se forem qualificados.
Outrossim, o desenvolvimento do capital social e humano é essencial para que se
atinja os objectivos de integração regional. É verdade que não restam dúvidas quanto
aos passos evolutivos dados pela SADC como o aumento de 23% do comércio regional
e uma cobertura de 82% no que diz respeito ao acesso às tecnologias de informação.
Para uma boa prestação dos recursos humanos é necessário:
 mais investimentos na capacitação e educação da população da SADC;
 necessidade de promover a igualdade de oportunidade de emprego e o
desenvolvimento de habilidades nos sectores-chave.

Com efeito, é necessário que se invista mais no melhoramento dos meios de

subsistência dos cidadãos, no acesso as tecnologias, na qualidade da educação,
saúde e incentivo a investigação científica.
Por outro lado, é essencial a criação de mercados comuns segundo o método
básico dos países mais desenvolvidos "União Europeia" e promover esforços para
estabelecer a paz e a segurança na conturbada região meridional Africana.
A região precisa revolucionar o conceito de crescimento económico, por
exemplo, a China em menos de 20 anos se tornou a segunda maior economia do
mundo. Em 1978 o governo chinês proclamou uma reforma que deu início a um
importante programa de reforma económico, encorajando a formação de empresas
rurais e negócios privados, liberou o comércio exterior e os investimentos, além de
baixar os preços e manter o controle estatal sobre alguns preços e investiu na
produção industrial. Antes das reformas, a china tinha um crescimento anual de 6%
após a aplicação destas políticas, o crescimento médio passou a ser de 9%. A política
de portas abertas da china acrescentou poder a transformação económica e a
aplicação de políticas como a criação de empresas rurais e o controlo dos preços e
outras que atraíram os investidores.
O investimento Estrangeiro construiu fábricas, ligou a china a mercados
Estrangeiros, criou empregos e levou-a a importantes transferências de tecnologia, que
inspirava as empresas estrangeiras.
Não restam dúvidas quanto aos passos evolutivos dados pela SADC como o
aumento de 23% do comércio regional e uma cobertura de 82% no que diz respeito ao
acesso às tecnologias de informação, o RISDP. Alem disso, os dados apresentados
pelo RISDP revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) da SADC em 2018 atingiu o
valor de 721,3 biliões de dólares.
No entanto, houve uma desaceleração na taxa de crescimento, que alcançou
1,8%, em comparação com os 2,1% registados em 2017. Um ponto notável é o
crescimento no sector de manufactura, que alcançou 4,3%, em 2018. Esse crescimento
pode ser visto como um factor chave no direcionamento da futura industrialização da
região.
A SADC não tem poupado esforços para solucionar estes problemas,
implementando iniciativas e planos para ultrapassá-los, desempenhado assim um
papel importante para unificação e melhoramento das condições de vida na região.
Por um lado, o orçamento da SADC para o ano de 2023 – 2024 está estimado
em 129 milhões de dólares, valor repartido em 70% a ser coberto pelos Estados
membros, e 30% pelos parceiros internacionais. O capital financeiro deve ser gerado
para a efectivação de um conjunto de iniciativas como o Plano Estratégico de
Desenvolvimento Indicativo Regional (RISDP).
Por outro lado, o desenvolvimento sustentável requer um conjunto de acções
que consiste em extrair recursos da natureza sem esgotá-los. É necessário a execução
de acções de sustentabilidade e que se invistam nas condições sociais e económicas
da população, não é possível falar de sustentabilidade sem criação de políticas de
investimento para melhorar o nível de vida da população.
Dado que, a SADC deve levar em consideração as questões sociais, económica
e ambientais. A sustentabilidade parte da criação de políticas no sentido de solucionar
os problemas na região (desemprego, fome, doenças, desigualdades sociais). A SADC
tem de criar políticas como:

 Proposta de Estratégia para aumentar o investimento publico e privado na

região, por exemplo, a política de portas abertas da china;
 Capitação de recursos internacionais;
 Parcerias públicas e privadas.

É necessário que se invista no capital humano assim como no capital financeiro

em aspectos como: melhoramento dos meios de subsistência dos cidadãos, o acesso
as tecnologias, a qualidade na educação e incentivo a investigação científica. É urgente
que se acelere a operacionalização do chamado Fundo de Desenvolvimento Regional
e passem a reforçar o compromisso para com os protocolos e planos, bem como a
transformação da organização virada para a população dos países membros da SADC.
Outro desafio enfrentado pela região é o aumento do desemprego entre os
jovens, com uma média de 25,1% em 2017. Os impactos são mais acentuados na
África do Sul (57,4%), Eswatini (54,8%) e Namíbia (45,5%). Além disso, a proporção de
desemprego juvenil masculino para feminino foi mais alta nas Maurícias (1,30) e
Tanzânia (1,22). Esses dados destacam a necessidade de políticas voltadas para o
emprego jovem e igualdade de género na região.
No que diz respeito ao Desenvolvimento Industrial e Integração de Mercado, a
região visa alavancar sectores prioritários como o processamento de alimentos, a
exploração de minérios e a indústria farmacêutica. Estas são áreas que demonstraram
resultados notáveis no RISDP anterior (2015-2020), contribuindo para a criação de
cadeias de valor regionais e agregação de valor. Angola, ao assumir a presidência da
SADC, enfrentará o desafio de manter esse ímpeto e garantir que as políticas de
desenvolvimento industrial sejam implementadas de forma eficaz para fomentar o
crescimento e diversificar as economias locais.
Assim, a questão da infra-estrutura desempenha um papel crucial na busca pela
integração regional, uma perspectiva que a SADC reconhece profundamente.
 É inegável a necessidade de redes interconectadas e de qualidade,
especialmente no contexto de infra-estruturas transfronteiriças, para facilitar o comércio
e a mobilidade de pessoas.
Portanto, destaca-se o Corredor do Lobito, que engloba os Caminhos-de-Ferro
de Benguela e o Porto do Lobito. Essa iniciativa representa um factor estratégico que
pode promover a cooperação e a integração regional que podem surgir ao longo desse
trajecto.