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CONTABILIDADE SOCIETÁRIA

Catia Slongo
SUMÁRIO
Esta é uma obra coletiva organizada por iniciativa e direção do CENTRO SU-
ESTRUTURA DE CAPITAL DAS EMPRESAS 4 PERIOR DE TECNOLOGIA TECBRASIL LTDA – Faculdades Ftec que, na for-
CAPITAL PRÓPRIO E DE TERCEIROS. 5 ma do art. 5º, VIII, h, da Lei nº 9.610/98, a publica sob sua marca e detém os
OPERAÇÕES COM AÇÕES 7 direitos de exploração comercial e todos os demais previstos em contrato. É
OPERAÇÕES COM DEBÊNTURES E OUTROS TÍTULOS DE CRÉDITOS 8 proibida a reprodução parcial ou integral sem autorização expressa e escrita.
REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA 17
CISÃO18
FUSÃO19 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
INCORPORAÇÃO22 Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS
EXTINÇÃO24
PROVISÕES E OUTRAS TRANSAÇÕES SOCIETÁRIAS 30
REITOR
PROVISÕES ATIVAS E PASSIVAS 31
ARRENDAMENTO MERCANTIL 33 Claudino José Meneguzzi Júnior

OPERAÇÕES COM OPÇÕES 38 PRÓ-REITORA ACADÊMICA

TRANSAÇÕES PRÉ-FIXADAS E PÓS-FIXADAS 39 Débora Frizzo

ATIVOS E PASSIVOS CONTINGENTES 46 PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO

CONCEITOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE CONTINGÊNCIAS 47 Altair Ruzzarin


CONTINGÊNCIAS ATIVAS 49 DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
CONTINGÊNCIAS PASSIVAS 51 Rafael Giovanella
AJUSTE A VALOR PRESENTE E VALOR JUSTO (FAIR VALUE)56
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS A VALOR PRESENTE 57
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DE ATIVOS, PASSIVOS, RECEITAS E DESPESAS A VALOR JUSTO 60 Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD)

RECONHECIMENTO NO RESULTADO OU NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 62 Coordenadora e Designer Instrucional

REDUÇÃO AO VELOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS (IMPAIRMENT)67 Sabrina Maciel

RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS 68 Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem

COMO É FEITO O TESTE DE IMPAIRMENT? 70 Igor Zattera, Júlia Oliveira, Thais Munhoz
GANHO E PERDA DE CAPITAL E RESERVAS DE CAPITAL 76 Revisora
REGISTROS DAS PARTICIPAÇÕES NO RESULTADO 79 Luana dos Reis
DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS E JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO 85
RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO 86
APRESENTAÇÃO

Querido, aluno! Seja bem-vindo a mais um início de aulas. Nossa disciplina é uma ver- A convergência iniciou com as tão faladas Leis 11.638/2007 e 11.941/2009, que trouxeram

dadeira viagem pela contabilidade e te dará a capacidade de analisar e interpretar a organiza- alterações à Lei 6.404/76, a fim de padronizar a contabilidade brasileira com a contabilidade

ção, estrutura e as demonstrações das empresas. utilizada no restante do mundo, logo, nos adaptamos à linguagem universal da Contabilidade.

Em 2014, nasceu a Lei 12.973, que normatizou fiscalmente as normas contábeis, adequando

Minha intenção é apresentar o que acontece no dia a dia das empresas, contribuindo as normas societárias com a Receita Federal, eliminando divergências entre a área societária

para que, ao final dessa disciplina, você tenha aptidão para aplicar o conhecimento adquirido. e fiscal.

Preparado para desmistificar mais uma área da Contabilidade? A partir disso, surgiu o Comitê de pronunciamentos contábeis, que é a união de várias

entidades que regulam as normas contábeis no Brasil, dentre elas, o CFC, Ibracon e CVM. O

Vamos para um breve enunciado conceitual!? A contabilidade societária é um conjunto objetivo desse Comitê é o estudo, preparo e emissão dos pronunciamentos técnicos, chama-

de leis e normas que definem critérios e métodos, orientando as empresas na forma de operar dos de CPCs, que norteiam quanto aos procedimentos contábeis e a sua divulgação. Os CPCs

quanto a correta apuração e divulgação de seus números, bem como na condução de sua for- sempre levam em consideração a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões inter-

ma de organização e estrutura. nacionais.

Contabilidade societária é a área responsável por orientar as movimentações e variações O estudo da Contabilidade Societária encontra-se baseado na Lei 6.404/76 e nos comi-

contábeis. É o conjunto mais amplo da contabilidade, que mensura e reporta informações tês de pronunciamentos contábeis.

sobre as entidades, a fim de prover aos interessados bases confiáveis e que sejam úteis para

tomada de decisões. Contextualizado o princípio da nossa disciplina, daremos início as nossas aulas, onde

poderemos evidenciar de forma mais clara essa introdução.

O alicerce da Contabilidade Societária é a Lei 6.404/76 e, a partir da convergência às

normas internacionais de contabilidade, ocorreram alterações bem significativas na forma de Bons estudos!

mensurar e reconhecer fatos associados à área societária.

NOME DA DISCIPLINA 3
ESTRUTURA DE
CAPITAL DAS
EMPRESAS
Fontes de recursos para financiar investimentos

4
SUMÁRIO

Nesse capítulo você aprenderá os aspectos relacionados a estrutura de capital das em- CAPITAL PRÓPRIO E DE TERCEIROS.
presas. É a forma de como a empresa escolhe as suas fontes de financiamento para atender as

suas necessidades. Elas podem financiar os seus investimentos através de recursos próprios O financiamento do capital, para que uma empresa possa operar, pode se dar com recur-

e de terceiros. Basicamente, recursos próprios são valores que oriundos da própria empresa, sos próprios ou com recursos de terceiros. Essa estrutura de capital é visualizada no Balanço

como o capital social que é o dinheiro aplicado no negócio pelos sócios ou acionistas e os re- Patrimonial, na parte do passivo, demonstrando o capital de terceiros e, no capital social, as

cursos de terceiros, que são valores captados fora da empresa, como por exemplo, os emprés- informações do capital próprio da empresa.

timos bancários.

Na sequência, falaremos detalhadamente sobre cada um deles.

O que leva as empresas a tomarem decisões sobre qual a melhor forma de estrutura de

capital? De que forma é definida a escolha da fonte de recursos quando se está desenvolvendo

um projeto?

De maneira geral, essas escolhas são influenciadas pela ati-


A primeira e principal fonte de recursos de uma empresa é o capital próprio, gerado pe-
vidade exercida e da economia onde está instalada. Existem outros
los seus acionistas ou sócios. É um recurso de longo prazo, destinado para os investimentos
fatores determinantes no momento da escolha. Dentre eles pode-
iniciais da empresa. Ele fica alocado no balanço patrimonial, na conta de Capital Social, dentro
mos citar fatores externos, como a evolução do mercado financeiro
do Patrimônio Líquido. Como provém da própria empresa, o capital próprio é de propriedade
e o mercado de capitais, a oferta de crédito disponível e outras par-
dos sócios, ou acionistas, sem gerar dívidas.
ticularidades do mercado como taxa de juros. Em relação a fatores

internos, o tamanho da empresa, os riscos e a qualidade de seus ati-

vos também podem ser decisivos na determinação sobre qual será a

melhor estrutura de capital a ser utilizada naquele momento.

NOME DA DISCIPLINA 5
SUMÁRIO

O capital de terceiros são recursos externos utilizados para financiar os seus ativos, sen- A decisão entre qual será a melhor origem de capital terá como consequência os custos

do representado pelos empréstimos bancários, financiamentos, debêntures, fornecedores e incorridos, o chamado custo de capital. Os investimentos que a empresa faz, com a aquisição

outras contas a pagar. No balanço patrimonial da empresa, ele fica alocado no passivo, distri- de capital, deverão render o suficiente para pagar esse custo, possibilitando um lucro de acor-

buído entre o circulante e não circulante, dependendo do seu prazo de liquidação. É um recur- do com as expectativas dos acionistas (NASCIMENTO, 2006). O custo de capital serve como

so que decorre de entidades terceiras e gera dívidas, uma obrigação a ser paga. uma medida, no momento da decisão, sobre qual recurso será mais vantajoso.

No decorrer da vida da empresa, para cada investimento necessário ao seu crescimento, Como destacado por Assaf Neto (2007), no capital próprio, os acionistas ou sócios inves-

ela necessitará de recursos para que esses projetos sejam realizados. Todo o investimento está tem um determinado valor na constituição da empresa e, em contrapartida, recebem o lucro

relacionado a um aumento de riqueza da empresa, por isso, não existe empresa sem a busca do negócio. Eles exigem um retorno pelo investimento realizado como forma de remunerar o

constante por recursos. Em contrapartida ao investidor, que dispõe o seu dinheiro para que a capital aplicado.

empresa se desenvolva, haverá uma recompensa através do pagamento de juros.

A utilização, somente do capital próprio, como fonte de recurso para financiar sua ati-

vidade, significa que todo o montante que a empresa tem é suficiente para o andamento do

negócio.

Nem sempre o capital de terceiros é uma opção ruim para aquisição de dinheiro, pois a

possibilidade de captação a partir de taxas bem atrativas e com prazo de pagamento adequado

é ampla, permitindo uma boa negociação. Na opção de recursos de terceiros, o investidor não

tem o controle sobre a utilização de crédito pela empresa, quem empresta ou financia não tem

o poder de opinar ou controlar os negócios após a contratação do empréstimo ou do financia-

mento.

NOME DA DISCIPLINA 6
SUMÁRIO

OPERAÇÕES COM AÇÕES nança. É uma forma de classificar as companhias listadas de acordo com as suas práticas de

governança, servindo como uma forma de orientar os investidores.

Financiamentos e empréstimos bancários não são a única opção que uma empresa tem

para captar recursos necessários para o seu crescimento. Ela é a mais fácil, prática e usual, Para entender melhor como são as operações com ações, vamos demonstrar como surge

mas dentro do mercado financeiro existem outras formas de aquisição de capital de terceiros. uma ação?

Uma delas, e a mais conhecida, é a operação com ações.

Ações são títulos negociáveis e representam o capital das sociedades anônimas. É a me-

Uma companhia de qualquer tamanho pode ingressar no mercado de ações. Ela deverá nor fração em que o capital de uma companhia é dividido. A Lei 6.404/76 em seus artigos 11 a

obrigatoriamente ser constituída como sociedade anônima, logo, a limitação da responsabi- 45, disciplina as questões relativas às ações.

lidade do acionista será o preço da emissão das ações. A única exigência da Bolsa de Valores

para que uma companhia faça parte do mercado de capitais é a adoção de um estilo de gover- Na constituição de uma empresa, com a forma jurídica de sociedade anônima, duas ou

mais pessoas se reúnem e decidem antecipadamente o valor do capital social, a quantidade de

ações em que esse capital será dividido e o valor nominal de cada ação, ou terão valor nominal

e a quantidade de ações em que cada um terá que sobrescrever.

Após essas definições, a companhia deverá formalizar a sua constituição a partir dos

cumprimentos legais necessários para o seu funcionamento. Poderá emitir as ações e entre-

gar aos acionistas fundadores, conforme as quantidades atribuídas a cada parte no momento

da constituição (RIBEIRO, 2014). Existem duas formas de emitir as ações: fisicamente, a partir

de um documento chamado certificado de ação; virtualmente, chamado de ações escriturais.

Para atrair dinheiro através de investidores, empresas de sociedade anônima fazem a

abertura do seu capital na Bolsa de Valores, através da chamada distribuição de valores mo-

NOME DA DISCIPLINA 7
SUMÁRIO

As ações escriturais não possuem um documento individual que comprove a sua exis-

tência. Ela é representada por um registro, em conta de depósito, em uma instituição finan-

ceira autorizada pela CVM, para realizar essa atividade. Não existe um documento físico, como

exigido quando a emissão de ações se faz através do certificado de ações.

As negociações de ações escriturais não movimentam nenhum tipo de documento, ape-

nas transações de débito ou crédito de valores na conta do acionista, da mesma forma, de

qualquer operação bancária.

Essa parece ser uma forma bem prática e fácil de aquisição de recursos, mas a parte bu-

rocrática para ingressar na Bolsa de Valores e as exigências da CVM são os pontos que mais

afastam as companhias de optarem por essa modalidade.

OPERAÇÕES COM DEBÊNTURES E OUTROS TÍTULOS DE CRÉDITOS


biliários. Cada detentor das ações da companhia pode vender seus títulos no mercado mo-

biliário para quem quiser e sem a autorização dos demais acionistas e nem de formalidades.
Vimos até agora que há várias formas de captação de recursos financeiros disponíveis
O adquirente, seja pessoa física ou pessoa jurídica, passa a ser o acionista, fazendo parte do
no mercado para todo e qualquer tipo de empresa. Agora, falaremos de um específico para
quadro societário como sócio minoritário (BLB Brasil).
sociedade por ações, prevista pela Lei 6.404/76 e suportada por títulos denominados de de-

bêntures.
Em contrapartida, a companhia remunera seus investidores através da distribuição de

seus lucros a cada exercício, conforme determinado no estatuto social.


Debêntures são títulos de dívida, de médio e longo prazo, emitidos por sociedades anô-

nimas, de capital aberto ou fechado e que não pertençam a área de finanças, com o objeti-

vo de financiarem os seus projetos. Somente as companhias de capital aberto poderão fazer

NOME DA DISCIPLINA 8
SUMÁRIO

emissões públicas de debêntures, por terem cadastro na CVM. Companhias de capital fechado

somente poderão emitir debêntures para seus acionistas, ou para alguns tipos específicos de

investidores. Se assemelham aos títulos da dívida que são emitidos pelo governo, porém, com

risco maior, pois não são amparadas pelo Fundo Garantidor.

Conforme Gelbcke et al. (2018), “as debêntures, geralmente, concedem juros, fixos ou

variáveis, pagos periodicamente, e atualização monetária a ser amortizadas juntamente com

o valor do título, por ocasião do seu vencimento.” Elas também poderão atribuir a seus de-

benturistas a participação nos lucros e prêmio de reembolso.

É permitida, às companhias, a emissão de debêntures com prêmio, isto é, com o valor

recebido na emissão acima do valor nominal definido na liquidação. Essa situação pode ocor-

rer quando as condições de emissão de debênture forem muito vantajosas, como por exemplo,

a aplicação de juros acima da média do mercado, eventual participação nos lucros ou atuali-

zação monetária. Situações em que os investidores acabem pagando por um valor maior que

seu valor nominal.

O CPC 08 (R1) – Custos de Transição e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliá-

rios, orienta sobre o tratamento contábil dos prêmios recebidos a partir de emissão de títulos de

dívida e os define como “o valor recebido que supera o de resgate desses títulos na data do pró-

prio recebimento, ou o valor formalmente atribuído aos valores mobiliários”. Para realizar esse

tipo de financiamento, a companhia de capital aberto necessita da aprovação dos acionistas e

não apenas dos diretores, e precisam realizar alguns procedimentos, como os listados abaixo:

NOME DA DISCIPLINA 9
SUMÁRIO

• autorizar a emissão através de assembleia Vejamos o que estabelece o art. 59 da Lei 6.404/76:

geral dos acionistas;

Art. 59. A deliberação sobre emissão de debêntures é da competência privativa da as-

• arquivar e publicar a ata de assembleia geral sembleia geral, que deverá fixar, observado o que a respeito dispuser o estatuto:

ou do conselho de administração, que deli- I - o valor da emissão ou os critérios de determinação do seu limite, e a sua divisão em

berou sobre a emissão; séries, se for o caso;

II - o número e o valor nominal das debêntures;

• efetuar a inscrição no registro do comércio III - as garantias reais ou a garantia flutuante, se houver;

da escritura de emissão de debêntures; IV - as condições da correção monetária, se houver;

V - a conversibilidade ou não em ações e as condições a serem observadas na conver-

• cadastrar as emissões na CVM; são;

VI - a época e as condições de vencimento, amortização ou resgate;

• se necessário, constituir garantias reais; VII - a época e as condições do pagamento dos juros, da participação nos lucros e do

prêmio de reembolso, se houver;

• realizar os processos de negociação das de- VIII - o modo de subscrição ou colocação, e o tipo das debêntures.

bêntures no mercado financeiro. §1º - Na companhia aberta, o conselho de administração pode deliberar sobre a emis-

são de debêntures não conversíveis em ações, salvo disposição estatutária em contrá-

Para Ribeiro (2014), “a escritura de emissão rio.

das debêntures precisa ser aprovada pela assem- § 2º - O estatuto da companhia aberta poderá autorizar o conselho de administração a,

bleia geral ou pelo conselho de administração, en- dentro dos limites do capital autorizado, deliberar sobre a emissão de debêntures con-

tretanto, quem tem poderes para deliberar acerca versíveis em ações, especificando o limite do aumento de capital decorrente da con-

destes títulos é somente a Assembleia Geral.” versão das debêntures, em valor do capital social ou em número de ações, e as espécies

e classes das ações que poderão ser emitidas.

NOME DA DISCIPLINA 10
SUMÁRIO

§ 3º - A assembleia geral pode deliberar que a emissão terá valor e número de série A escritura de emissão, seja ela por instrumento público ou particular, distribuídas ou

indeterminados, dentro dos limites por ela fixados. admitidas à negociação no mercado, estará obrigada à intervenção de agente fiduciário do

§ 4º - Nos casos não previstos nos §§ 1o e 2o, a assembleia geral pode delegar ao con- debenturista. Agente fiduciário é uma entidade autorizada pelo Bacen, que assume a respon-

selho de administração a deliberação sobre as condições de que tratam os incisos VI a sabilidade de proteger os direitos dos investidores de debêntures. As determinações sobre os

VIII do caput e sobre a oportunidade da emissão. agentes fiduciários estão dispostas no art. 66 da Lei 6.404/76.

Disciplinada pelo art. 58 da Lei 6.404/76, a debênture poderá ter garantia real ou flu- O art. 72, da Lei 6.404/76, estabelece que as instituições financeiras autorizadas pelo

tuante, não gozar de preferência ou ser subordinada aos demais credores da companhia. Isso Banco Central do Brasil a efetuar esse tipo de operação, poderão emitir cédulas lastreadas em

tudo estará disposto na escritura de emissão. debêntures, com garantia própria, que conferirão a seus titulares direito de crédito contra o

emitente, pelo valor nominal e os juros nela estipulados.

• Garantia real: as debêntures terão como garantia os bens do ativo da companhia emis-

sora ou de terceiros, na forma de hipoteca ou penhor. A cédula será nominativa quando o registro e controle serão realizados pela emisso-

ra em seu Livro de Registro de Debêntures Nominativas, ou escritural, quando a custódia e

• Garantia flutuante: assegura privilégio geral sobre o ativo da companhia emissora em escrituração são feitas por instituição financeira com autorização da CVM para realizar esse

caso de falência, mas não impede a negociação desses bens. serviço. O certificado da cédula conterá as seguintes declarações:

• Sem preferência ou quirografária: não oferecem privilégio sobre o ativo da emissora. a. o nome da instituição financeira emitente e as assinaturas dos seus representantes;

Em caso de falência, concorrem em condições iguais perante os demais credores.

b. o número de ordem, o local e a data da emissão;

• Subordinada: na possibilidade de liquidação da companhia, a preferência de pagamento

será somente sobre o crédito de seus acionistas. c. a denominação cédula de debêntures;

d. o valor nominal e a data do vencimento;

NOME DA DISCIPLINA 11
SUMÁRIO

e. os juros, que poderão ser fixos ou variáveis, e as épocas do seu pagamento;

f. o lugar do pagamento do principal e dos juros;

g. a identificação das debêntures-lastro, do seu valor e da garantia constituída;

h. o nome do agente fiduciário dos debenturistas;

i. a cláusula de correção monetária, se houver;

j. o nome do titular.

Cabe apresentar as duas formas de emissão de debêntures: pública e particular. Na

emissão pública, haverá, obrigatoriamente, o registro na CVM. Essa modalidade é direciona-

da ao público de investidores em geral. Na emissão particular, haverá a aprovação do Conse-

lho de Administração, onde é feita uma escritura particular, sem a necessidade de registro na

CVM. É voltada para um grupo restrito de investidores.

As debêntures poderão ser remuneradas através de juros fixos ou variáveis, partici-

pação nos lucros ou prêmio de reembolso.

Também existem outros títulos de créditos disponíveis para que uma empresa possa captar

recursos financeiros, são eles: bônus de subscrição, notas promissórias e partes beneficiárias.

NOME DA DISCIPLINA 12
SUMÁRIO

Bônus de subscrição também são títulos emitidos por sociedades por ações, e conferem atrair novos investidores e a companhia arrecadará um montante pela sua alienação, mesmo

ao seu titular o direito de subscrever (comprar) ações do capital social da companhia, con- no caso em que o adquirente não efetivar a sua compra.

forme as condições estabelecidas no certificado. Dão aos atuais acionistas a preferência na

aquisição de novas ações emitidas pela companhia, respeitando os limites estabelecidos no Partes beneficiárias são títulos negociáveis que a companhia emite e proporciona a seus

estatuto. adquirentes pela participação nos resultados anuais, como forma de remuneração. Podemos

dizer que esses títulos conferem um crédito eventual, pois a sua remuneração dependerá da

Para Coelho (1977) apud Valor Consulting, “bônus de subscrição é o valor mobiliário existência de lucros da companhia.

que atribui ao seu titular o direito de preferência para subscrever novas ações da companhia

emissora, quando de futuro aumento do capital social”. O art. 46, da Lei 6.404/76 determina que a companhia pode criar, a qualquer momen-

to, títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao seu capital, sendo denominados de

Apenas sociedades anônimas, com regime de capital autorizado, poderão emitir títulos partes beneficiárias. A participação atribuída às partes beneficiárias, inclusive para a forma-

de bônus de subscrição. Regime de capital autorizado é o limite que o estatuto da companhia ção de reserva para resgate, não poderá ultrapassar um décimo dos lucros.

determina para futuro aumento de capital, independente de reforma estatutária.

A companhia recebe o valor pela alienação das partes beneficiárias, devendo constituir

A rentabilidade dos bônus de subscrição se dará da mesma forma que as ações. Não ga- reserva de capital (LSA, art. 182, § 1º, b), tendo como contrapartida o pagamento do valor da

rantem ao titular uma rentabilidade pré-fixada, pois decorrem da participação do acionista parte dos lucros correspondente.

nos resultados da empresa.

Esses títulos poderão ser criados a qualquer momento somente por sociedades anônimas

A Lei 6.404/76, em seu art. 76, dispõe que compete à assembleia geral a deliberação so- de capital fechado. Podem ser negociados pela companhia ou oferecidos de forma gratuita a

bre a emissão dos bônus, caso o estatuto não atribuir ao Conselho de Administração. seus fundadores, acionistas ou terceiros, como forma de remuneração por serviços prestados

à companhia. A aquisição de partes beneficiárias não dá o direito de privativo de acionista,

Além de ser uma alternativa de captação de recursos por parte da companhia, também somente o de fiscalizar os atos dos administradores (VALOR CONSULTING, 2013).

confere ao adquirente do título uma ótima possibilidade de investimento. É uma forma de

NOME DA DISCIPLINA 13
SUMÁRIO

O estatuto deverá prever a possibilidade

de conversão das partes relacionadas em ações,

mediante capitalização de reserva criada para esse

fim. Também caberá ao estatuto estipular o prazo

de duração das partes relacionadas, não podendo

ser superior a dez anos. Aqui se explica objetivo

da criação da reserva, como visto anteriormente,

que é para utilização ao término da sua duração,

como uma forma de resgate.

A emissão de títulos de partes benefici-

árias deverá ser divulgada em notas explicativas

da companhia, com justificativa acerca do assun-

to, prazo de validade, vantagens ao beneficiado e

condições de resgate.

NOME DA DISCIPLINA 14
SÍNTESE SUMÁRIO

Nesse capítulo, vimos que a estrutura de capital das empresas é formada pelo capital próprio e de terceiros. Capital próprio é o dinheiro dos

sócios, e capital de terceiros é dinheiro de credores. Não é possível afirmar qual é a melhor fonte de captação de recursos, porém, podemos iden-

tificar que a estrutura de capital ideal às sociedades utilizarem é uma combinação entre capital de terceiros e capital próprio.

O que define qual será o melhor recurso a ser adquirido é o custo associado a ele. Capital de terceiros tem seu custo atrelado ao pagamento

de juros e capital próprio tem seu custo atrelado à atração de investidores.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 15
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

1. O que é capital próprio e de terceiros? Relate em qual parte do balan- a. A participação atribuída às partes beneficiárias não poderá ul-
ço patrimonial cada um é alocado. trapassar 20% dos lucros.

b. A sua remuneração depende da existência de lucros da compa-


2. Qual a principal característica das ações escriturais?
nhia.

c. Podem ser criados a qualquer momento, sem valor e estranhos


3. Sobre as debentures, assinalar se as afirmações que são verdadeiras
ao seu capital.
ou falsas:

d. São emitidas apenas por sociedades de capital fechado.


( ) São títulos de dívida, de médio e longo prazo, emitidos por so-
e. Podem ser convertidas em ações, desde que previsto em esta-
ciedades anônimas, de capital aberto ou fechado, com o objetivo de
tuto.
financiarem os seus projetos.
5. Qual a diferença entre ações e bônus de subscrição?
( ) Para realizar a emissão de debêntures, a companhia de capital

aberto necessita da aprovação dos acionistas.

( ) Existem duas formas de emissão de debêntures: pública e parti-

cular.

( ) O certificado da cédula conterá o nome da instituição financeira

emitente e as assinaturas dos seus representantes.

4. Partes beneficiárias são títulos negociados emitidos pelas compa-

nhias com o objetivo de captar recursos. Das alternativas, qual a in-

correta quando nos referimos a partes relacionadas?

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 16
REORGANIZAÇÃO
SOCIETÁRIA
O que são e por que ocorrem?

17
SUMÁRIO

Abordaremos questões relacionadas à reorganização societária. Ele está dividido em Para que se tenha sucesso nas operações de reorganização societária, alguns cuidados

quatro tópicos: cisão, fusão, incorporação e extinção. deverão ser tomados. Orienta-se que um procedimento de diligência seja seguido, com inves-

tigação e auditoria documental e de informações em todas as empresas envolvidas. Esse pro-

No decorrer da vida de uma empresa, é normal que ela precise passar por algum proces- cedimento envolve a análise das questões financeiras, fiscal, contábil, trabalhista, jurídicos,

so de reestruturação societária, seja para se tornar mais competitiva no mercado em que atua, entre outros, e visa apurar a realidade das empresas e os eventuais riscos inerentes em ambas

para se modernizar acompanhando o avanço da tecnologia e garantir o seu crescimento, ou as partes, dando suporte aos sócios à tomada de decisões.

até mesmo para adequação ao momento.

CISÃO
Também, ela é utilizada como uma opção para simplificação de processos e redução de

custos, tornando a gestão mais eficiente. A operação denominada cisão de empresas ocorre quando uma empresa constituída

transfere parte ou todo seu patrimônio para uma ou mais empresas já existentes, ou criadas

Conceitualmente, reorganização societária é qualquer ato que provoque a alteração na para essa finalidade. A cisão tem seus quesitos relacionados no artigo 229, da Lei 6.404/76, a

natureza jurídica, enquadramento, estrutura ou composição da sociedade que tenha por fina- Lei das S/A.

lidade atender aos objetivos e interesses dos sócios, acionistas e investidores.

Quando a transferência do patrimônio se der pela sua totalidade, chamamos de cisão to-

A regulamentação das formas de reorganização societária é dada pela Lei 6.404/76, nos tal, implicando na extinção da empresa cindida. Quando a transferência do patrimônio é feita

seus artigos 223 a 229. Os aspectos normativos de reconhecimento contábil, referentes à ob-

tenção de controle, estão compreendidos no CPC 15 (R1) – Combinação de negócios.

A escolha de qual forma de reorganização é a mais adequada, depende da estratégia pre-

tendida para o negócio. Elencaremos essas formas para que você entenda melhor cada uma

delas!

NOME DA DISCIPLINA 18
SUMÁRIO

de apenas uma parte do patrimônio, essa operação é definida como cisão parcial e a empresa Quando da opção por efetuar uma cisão, são necessários alguns documentos obriga-

cindida continua existindo com a mesma denominação social, porém, o valor transferido, en- tórios, como protocolo de intenções, a justificação e a nomeação dos peritos ou da empresa

volvido na cisão, é reduzido do seu patrimônio. especializada e o laudo de avaliação. Esses documentos servirão para justificar o valor do pa-

trimônio líquido e do capital das sociedades, entre outros.

A empresa que recebeu o patrimônio oriundo da cisão, independente se for total ou par-

cial, assume todas as obrigações na proporção do patrimônio transferido. Em operações com Os procedimentos necessários ao processo de cisão encontram-se dispostos no Capítulo

criação de nova sociedade, serão respeitadas as normas reguladoras do seu tipo de sociedade. IV da IN 35/2017 do Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI).

Quando a cisão com extinção da empresa cindida for finalizada, cabe aos administrado- FUSÃO
res das empresas, que absorveram as parcelas do seu patrimônio, realizar o arquivamento e

publicação dos atos dessa ação. Conforme o artigo 228, da Lei 6.404/76 – a Lei das S/A, fusão “é a operação pela qual

se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os

Na cisão com transferência parcial de patrimônio, a responsabilidade pelo arquivamen- direitos e obrigações.” Os tipos jurídicos podem ser iguais ou diferentes.

to e publicação dos atos será das duas partes, dos administradores da empresa cindida e da

empresa que absorveu o patrimônio.

Fonte: https://codigoscontabeis.com.br/cisao-fusao-e-incorporacao-de-sociedades/ Fonte: https://codigoscontabeis.com.br/cisao-fusao-e-incorporacao-de-sociedades/

NOME DA DISCIPLINA 19
SUMÁRIO

Podemos identificar alguns fatores importantes que acabam desencadeando o processo

de fusão. Um deles é a falta de regulamentação de alguns serviços como a telecomunicação,

energia elétrica, transporte e serviços financeiros. As empresas buscam se unir, evitando a

concorrência desleal e prestando serviços de mais qualidade a seus clientes.

Foi o que aconteceu com a fusão entre as operadoras de telecomunicação Telefônica e

Vivo, em 2013. A partir da união dessas empresas, gerou-se uma diminuição nas tarifas de

assinatura básica entre 16% e 25% na região de São Paulo (EXAME, 2013).

Outro fator, é quando um setor tem um excesso de capacidade, onde determinadas em-

presas têm um serviço, produto, ou até mesmo processos de alta qualidade, mas que não con-

seguem atingir a sua receita na mesma proporção. Nesse caso, a fusão é uma forma de sobre-

vivência.

Temos como exemplo o setor bancário, com a união entre o Banco Itaú e Unibanco, em

2008. Segundo o professor do Insper, Ricardo Rocha, em entrevista à Folha de São Paulo, “O

Itaú tinha essa característica de buscar a máxima eficiência da organização. Já, o Unibanco,

tinha a inovação como fator principal. Hoje, temos um banco com ambas as competências”.

Um terceiro fator que vem de encontro a esse momento de inúmeras fusões é a corrida

para se tornar maior. Muitos empresários enxergam a fusão como forma de adquirir tamanho

num curto espaço de tempo, bem como recursos para continuarem sendo competitivos, inves-

tindo em novos produtos, em novas tecnologias e, consequentemente, continuar no mercado.

NOME DA DISCIPLINA 20
SUMÁRIO

As fusões podem ser realizadas por empresas de qualquer tamanho. Tratando-se de Assim que constituída a nova sociedade e extintas as sociedades fusionadas, os primei-

grandes companhias, podemos observar algumas fusões das companhias aéreas TAM e LAN ros administradores realizarão o arquivamento dos atos da fusão e sua publicação, quando

que deu origem à LATAM. necessitar. Para o arquivamento dos atos de fusão, além dos documentos formalmente exigi-

dos, são necessários:

Conforme a IN 35/2017 – DREI (Departamento de Registro Empresarial e Integração), a

constituição e registro da nova sociedade deverá obedecer às normas reguladoras aplicáveis I. certidão ou cópia autêntica da ata da assembleia geral extraordinária, ou a alteração

ao tipo jurídico adotado. As sociedades fusionadas deverão deliberar para que as alterações de contratual de cada sociedade envolvida, com a aprovação do protocolo de intenções, da

estatuto ou contratos sociais possam ser efetivados. A deliberação deverá seguir os devidos justificação e da nomeação dos peritos, ou de empresa especializada;

procedimentos:

• no caso de sociedade anônima, se aprovar o protocolo de fusão, nomear os peritos que

avaliarão os patrimônios líquidos das demais sociedades;

• no caso das demais sociedades, deliberada a fusão e aprovado o projeto do ato constitu-

tivo da nova sociedade, bem como o plano de distribuição do capital social, nomear os

peritos para a avaliação do patrimônio da sociedade.

Após apresentação dos laudos, os administradores convocarão os sócios ou acionistas

das sociedades para reunião ou assembleia, conforme o caso, para deles tomar conhecimento

e decidir sobre a constituição definitiva da nova sociedade. Os sócios ou acionistas não pode-

rão votar o laudo de avaliação do patrimônio líquido da sociedade de que fazem parte.

NOME DA DISCIPLINA 21
SUMÁRIO

II. certidão ou cópia autêntica da ata da assembleia geral de constituição, ou o contrato so- INCORPORAÇÃO
cial.

Além das formas de reestruturação de cisão, com a transferência de patrimônio de uma

O protocolo de intenções, a justificação e o laudo de avaliação, quando não constarem no empresa para uma ou várias outras empresas, bem como a fusão, que é a união de empresas

documento de fusão, serão apresentados como anexo. Para as sociedades compreendidas na com mesmo ramo de negócio; temos outra operação que visa reestruturar empresas, que é a

fusão, que tenham sede em outro estado, será necessário o arquivamento dos seguintes atos: incorporação. Como o próprio nome já induz, é quando uma ou mais sociedades são incorpo-

radas a outra.

I. na sede das fusionadas:

De acordo com o artigo 227, da Lei 6.404/76, “a incorporação é a operação pela qual uma

a. o instrumento que aprovou a operação, a justificação, o protocolo de intenções e o ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obriga-

laudo de avaliação; ções”.

b. após legalização da nova sociedade, deverá ser arquivada certidão ou instrumento Na incorporação, há uma integração do patrimônio da empresa incorporada ao patri-

de sua constituição; mônio da empresa incorporadora, como também a sucessão de todos os direitos e obriga-

ções. Após a aprovação dos atos da incorporação, em assembleia geral extraordinária (para

II. na sede da nova sociedade, a ata de constituição e o estatuto social, se nela não transcri- sociedades anônimas), ou por alteração contratual da sociedade incorporadora (para demais

to, ou contrato social. sociedades), a sociedade incorporada é extinguida. A responsabilidade pelo arquivamento e

publicação dos atos é dos administradores da sociedade incorporadora.

O art. 23, da IN 35/2017 – do Departamento de Registro Empresarial e Integração, de-

termina que “as Juntas Comerciais informarão ao DREI sobre os registros de fusão efetuados,

a fim de que o mesmo possa comunicar, no prazo de cinco dias úteis, o fato ao CADE para, se

for o caso, serem examinados”.

Fonte: https://codigoscontabeis.com.br/cisao-fusao-e-incorporacao-de-sociedades/

NOME DA DISCIPLINA 22
SUMÁRIO

Ainda disciplinada pelo art. 227, da Lei 6.404/76, determina que: Na deliberação da sociedade incorporada:

• a assembleia geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo de operação, • no caso de sociedade anônima, se aprovar o protocolo da operação, autorizar seus ad-

deverá autorizar o aumento de capital a ser subscrito e realizado pela incorporada me- ministradores a praticarem os atos necessários à incorporação, inclusive a subscrição

diante versão do seu patrimônio líquido, nomeando os peritos que o avaliarão; do aumento de capital da incorporadora;

• a sociedade que houver de ser incorporada, se aprovar o protocolo de operação, autori- • nas demais sociedades, após aprovados o protocolo da operação, e o projeto de reforma

zará seus administradores a praticarem os atos necessários à incorporação, inclusive a do ato constitutivo, deverá autorizar os administradores a praticar os atos necessários

subscrição do aumento de capital da incorporadora. à incorporação, inclusive a subscrição em bens pelo valor da diferença que se verificar

entre ativo e passivo.

Conforme a IN 35/2017 - DREI, a incorporação de sociedade de qualquer tipo jurídico

deverá ser deliberada na forma prevista para alteração do respectivo estatuto, ou contrato Para o arquivamento dos atos de incorporação, além dos documentos formalmente exi-

social e obedecer aos seguintes procedimentos. gidos, são necessários:

Na deliberação da sociedade incorporadora: • certidão ou cópia autêntica da ata da assembleia geral extraordinária, ou a alteração

contratual da sociedade incorporadora com a aprovação do protocolo de intenções, da

• se for sociedade anônima, deverá aprovar o protocolo de intenções, a justificação e o justificação, a nomeação de peritos ou de empresa especializada, do laudo de avaliação,

laudo de avaliação do patrimônio liquidado da sociedade incorporada, elaborado por a versão do patrimônio líquido, o aumento do capital social, se for o caso, extinguindo-

peritos, ou empresa especializada e autorizar, quando for o caso, o aumento de capital -se a incorporada;

com o valor do patrimônio líquido incorporado;

• certidão ou cópia autêntica da ata da assembleia geral extraordinária, ou a alteração

• nas demais sociedades, compreender a nomeação dos peritos para a avaliação do patri- contratual da incorporada com a aprovação do protocolo de intenções, da justificação,

mônio líquido da sociedade, que tenha de ser incorporada. e autorização aos administradores para praticarem os atos necessários à incorporação.

NOME DA DISCIPLINA 23
SUMÁRIO

O protocolo de intenções, a justificação e o laudo de avaliação, quando não transcritos Esses processos têm forte ligação com a área jurídica e são regulados pela Lei 6.404/76

na ata ou na alteração contratual, serão apresentados como anexo. para sociedades anônimas e pelo Código Civil, Lei 10.406/2002, para os demais tipos de so-

ciedade.

As sociedades envolvidas na operação de incorporação que tenham sede em outra uni-

dade da federação, deverão arquivar a requerimento dos administradores da incorporadora Na primeira fase, que é a dissolução, ocorre a manifestação da vontade do encerramento

na Junta Comercial da respectiva jurisdição os seus atos específicos: das atividades da sociedade. É o ato formal da decisão sobre a extinção. De acordo com o art.

206, da lei das S/A (6.404/76), a companhia dissolve-se quando:

I. na sede da incorporadora: o instrumento que deliberou a incorporação;

1. de pleno direito:

II. na sede da incorporada: o instrumento que deliberou a sua incorporação, instruído com

certidão de arquivamento do ato da incorporadora, na Junta Comercial de sua sede. a. pelo término do prazo de duração;

EXTINÇÃO b. nos casos previstos no estatuto;

A extinção é a última etapa de um processo de dissolução de empresas. Quando uma c. por deliberação da assembleia-geral;

sociedade precisa, por qualquer motivo, encerrar as suas atividades, deverá passar por essas

três etapas abaixo: d. pela existência de um único acionista, verificada em assembleia-geral ordinária,

se o mínimo de dois não for reconstituído até a do ano seguinte, ressalvado o dis-

posto no artigo 251 da LSA;

e. pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.

Fonte: https://codigoscontabeis.com.br/cisao-fusao-e-incorporacao-de-sociedades/
2. por decisão judicial:

NOME DA DISCIPLINA 24
SUMÁRIO

a. quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista; questões patrimoniais. É o momento em que são levantados os ativos, liquidados os passivos

e partilhados os montantes remanescentes aos sócios.

b. quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionis-

tas que representem 5% ou mais do capital social; A liquidação poderá ocorrer de duas formas:

c. em caso de falência, na forma prevista, na respectiva lei.

Liquidação pelos órgãos da companhia


Liquidação judicial
3. por decisão de autoridade administrativa competente, nos casos e na forma previstos Também conhecida como liquidação
Quando existe conflito entre os acionistas.
extrajudicial ou privada.
em lei especial.

A fim de garantir a conclusão do processo de extinção e preservar os direitos e o cum-


Conforme estabelece o art. 212, da LSA, em todos os atos ou operações, o liquidante de-
primento das obrigações das partes envolvidas, a Lei das S/A estabelece no seu art. 207 que a
verá usar a denominação social seguida das palavras “em liquidação”, a partir desse momen-
companhia dissolvida conserve a personalidade jurídica, até a sua extinção.
to, a diretoria será dissolvida e o responsável pela sociedade será a pessoa nomeada como

“liquidante”. Essa função é atribuída a um sócio, ou terceiro, designado por meio de votação
Quando se trata de dissolução por vontade dos sócios ou acionistas, em sociedade anô-
em assembleia.
nima, é discutida em assembleia geral extraordinária, com número de participantes necessá-

rios para a sua realização, conforme estipulado na legislação; na sociedade limitada, a disso-
É de competência do liquidante representar a companhia e praticar todos os atos ne-
lução é realizada em reunião e depende de ¾ da aprovação do capital social.
cessários à liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir, receber e dar qui-

tação. Sem expressa autorização da assembleia-geral, o liquidante não poderá gravar bens e
Por regra, a dissolução contempla a seguinte dinâmica: primeiro é realizada a liquida-
contrair empréstimos, salvo quando indispensáveis ao pagamento de obrigações inadiáveis,
ção dos bens, em seguida, a partilha e, por fim, a extinção da sociedade.
nem prosseguir, ainda que para facilitar a liquidação, na atividade social (art. 211, da LSA).

Vamos conhecer a segunda fase da extinção, a liquidação? Tem por objetivo o acerto das
O liquidante terá as mesmas responsabilidades do administrador, e os deveres e respon-

NOME DA DISCIPLINA 25
SUMÁRIO

sabilidades dos administradores, fiscais e acionistas subsistirão até a extinção da companhia

(art. 217, da LSA). O liquidante deverá tomar providências para manter a escrituração contábil

das operações, pois, na liquidação, a pessoa jurídica é regularmente tributada.

Importante salientar que, encerrada a liquidação, o credor não-satisfeito só terá direito

de exigir dos acionistas, individualmente, o pagamento de seu crédito, até o limite da soma,

por eles recebida, e de propor contra o liquidante, se for o caso, ação de perdas e danos. O

acionista executado terá direito de haver dos demais a parcela que lhes couber no crédito pago

(art. 218, da LSA).

Encerrada a liquidação, inicia a terceira fase, que é a extinção, com o fim da personali-

dade jurídica, baixa nos registros dos órgãos competentes, arquivamento e extinção da socie-

dade.

É necessário efetuar a prestação de contas pelo liquidante em assembleia geral por ele

convocada. Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação e a companhia se extingue.

Vale acrescentar que além da extinção por encerramento da liquidação, uma sociedade

pode ser extinta pela incorporação, fusão, e pela cisão com versão de todo o patrimônio em

outras sociedades.

NOME DA DISCIPLINA 26
SÍNTESE SUMÁRIO

Aprendemos as formas de reorganização societárias - cisão, fusão e incorporação, bem como é feita a extinção de uma empresa. A reestru-

turação pode ser efetuada por qualquer tipo de empresa e ela acontece com objetivo de enfrentamento da concorrência, em razão dos processos

de privatização.

Podemos observar que a cisão, fusão e incorporação têm, em comum, os procedimentos necessários para a sua realização, que são: proto-

colo de intenções, a justificação e o laudo de avaliação.

Finalizando o capítulo, vimos que a extinção de sociedades contempla aspectos jurídicos e passa por três processos: dissolução, liquidação

e extinção.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 27
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

2. Quando efetivada a cisão com a extinção da empresa cindida, a

responsabilidade pelo arquivamento e publicação dos atos será


1. Assinale a alternativa INCORRETA em relação ao art. 227, da Lei dos administradores das empresas que absorveram a parcela do
6.404/76: patrimônio. Pode ocorrer outra forma de cisão, onde parte do pa-

trimônio ficará sob a responsabilidade dos administradores da


a. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais socieda- empresa cindida. A partir disso, podemos afirmar que existe a ci-
des são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os são total e a cisão:
direitos e obrigações.

a. Avançada
b. Após aprovação do protocolo de operação, a assembleia-ge-
b. Voluntária
ral da companhia incorporadora deverá autorizar o aumen-
c. Parcial
to de capital a ser subscrito e realizado pela incorporada,
d. Fictícia
nomeando peritos para a sua avaliação.

c. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais socieda-


3. A operação pela qual se unem duas ou mais sociedades, para for-
des são absorvidas por outra, que não lhes sucede em todos
mar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e
os direitos e obrigações.
obrigações, é denominada:

d. Aprovados pela assembleia-geral, ou por alteração contra-

tual, extingue-se a incorporada, competindo à incorpora- a. Cisão

dora promover o arquivamento e a publicação dos atos. b. Fusão

c. Transferência

d. Incorporação

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 28
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

4. Descreva cada etapa do processo de extinção:

5. O ______ terá as mesmas responsabilidades do administrador, e os deveres e responsabilidades dos administradores, fiscais e acionistas

subsistirão até a extinção da companhia. O liquidante deverá tomar _____ para manter a escrituração contábil das operações, pois, na liqui-

dação, a pessoa jurídica é regularmente ______.

a. liquidante, providências, tributada;

b. empresário, providências, tributada;

c. liquidante, consciência, tributada;

d. empresário, providências, encerrada.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 29
PROVISÕES E OUTRAS
TRANSAÇÕES
SOCIETÁRIAS
Evidenciação e transparência às demonstrações contábeis. Tipos de
operações financeiras: opções e transações pré e pós-fixadas.

30
SUMÁRIO

Aprenderemos sobre algumas transações societárias, um pouco distintas entre si, mas Vamos iniciar nossa aula? Bons estudos!

que dentro da contabilidade societária desempenham uma função de evidenciação e transpa-

rência às demonstrações contábeis. Abordaremos sobre as provisões ativas e passivas, seus PROVISÕES ATIVAS E PASSIVAS
conceitos, reconhecimento e mensuração.

O termo provisão refere-se apenas para passivos com prazo ou valor incertos. A partir

O segundo item é o arrendamento mercantil. Ele teve um novo conceito trazido pelo da adoção das Normas Internacionais, a provisão de contas do ativo deixou de ser utilizada.

CPC 06 (R2), eliminando a distinção entre financeiro e operacional. Também trouxe novos Em adequação a esse novo formato, a conta redutora provisão para devedores duvidosos dei-

elementos para a definição de arrendamento, que é o direito de controle sobre um ativo iden- xou de existir e foi substituída por Perdas Estimadas para Créditos de Liquidação Duvidosa

tificado, exigindo que as empresas revessem todos os seus contratos de locação, bem como (PCLD).

identificassem a existência desse elemento, integrando o objeto do contrato ao seu balanço

patrimonial. As provisões têm seu embasamento no CPC 25 – Provisões, ativos e passivos contingen-

tes, definindo que uma provisão é reconhecida somente quando um evento passado tenha ge-

Operações com opções é outro assunto abrangido. Embora pareça um tema desconheci- rado uma obrigação legal, ou implícita, e for provável que haverá um desembolso de recursos,

do e uma operação complicada, ela é bem simples e muito utilizada no mercado. Conceituan- no futuro, para liquidar essa obrigação.

do, operação com opções é um direito, mas não uma obrigação. É um contrato firmado entre

duas partes com direito de comprar ou vender ativos por um determinado preço. Usualmente, Para Almeida (2010), provisão se trata de “um passivo de prazo e montante incertos”. É

é praticado no mercado de ações e no mercado cambial. uma obrigação que existe, ligado a um evento passado, mas que a empresa não tem a certeza

de quando ocorrerá esse desembolso, nem o valor correto.

Finalizamos o capítulo abordando sobre transações pré-fixadas e pós-fixadas, que são

as taxas de juros aplicadas às operações financeiras. Quando uma empresa aplica seu dinhei-

ro, ou adquire um empréstimo junto às instituições financeiras, ela recebe e paga juros. Em

contratos onde os juros são pré-fixados, existe o conhecimento das taxas e, em contratos

onde os juros são pós-fixados, as taxas serão conhecidas no andamento do contrato.

NOME DA DISCIPLINA 31
SUMÁRIO

ou serviços fornecidos ou recebidos, mas que não tenham sido pagos, faturados, ou for-

malmente, acordados, com o fornecedor, incluindo valores devidos a empregados (por

exemplo, valores relacionados com pagamento de férias). Embora seja necessário esti-

mar o valor ou prazo desses passivos, a incerteza é muito menor do que nas provisões.

Os passivos derivados de apropriação, por competência, são frequentemente divulgados

como parte das contas a pagar, enquanto as provisões são divulgadas separadamente.

De modo geral, todas as provisões são ‘contingentes’, pois indicam a incerteza em rela-
Como o valor de uma provisão é desconhecido, a sua mensuração deverá ser a sua me-
ção ao tempo e valor. Não podemos confundir provisões com passivo contingente. A partir do
lhor estimativa. Requer julgamento por parte da empresa, utilizando de informações com-
momento em que um passivo contingente atender aos critérios de reconhecimento, se torna-
plementares como a vivência em situações semelhantes e relatório de especialistas externos.
rá uma provisão. Veremos mais sobre contingência em capítulo específico.
Cada caso requer uma análise individual, e as estimativas devem levar em consideração os

riscos e incertezas dos desfechos possíveis.


Uma provisão deverá ser reconhecida quando:

As provisões passivas podem ser distintas de outros passivos, tais como: contas a pagar
• a entidade tem uma obrigação presente (legal, ou não formalizada) como resultado de
e passivos derivados de apropriações por competência, porque há incerteza sobre o prazo ou
evento passado;
o valor do desembolso futuro necessário para a sua liquidação, logo:

• seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios eco-
a. as contas a pagar são passivos a pagar por conta de bens ou serviços fornecidos, ou re-
nômicos, ou potencial de serviços para liquidar a obrigação;
cebidos, e que tenham sido faturados ou, formalmente, acordados com o fornecedor;

• possa ser feita uma estimativa confiável do montante da obrigação.


b. os passivos derivados de apropriações por competência são passivos a pagar por bens,

NOME DA DISCIPLINA 32
SUMÁRIO

Como vimos, quando existir uma provável saída de recursos, em exercício futuro, e essa As provisões são utilizadas para que as despesas sejam contabilizadas no seu mês de

saída for estimada com base confiável, um registro contábil de provisão deverá ocorrer. Al- competência, atendendo aos princípios da competência e da prudência. Esses princípios orien-

guns exemplos comuns de provisão são: tam que a contabilização das variações do patrimônio, no momento em que elas acontecem,

independente de documento comprobatório, desde que tenha a certeza do acontecimento e

• provisão para férias, décimo terceiro e seus encargos; confiabilidade na estimativa.

• provisão para garantia de produtos; ARRENDAMENTO MERCANTIL

• provisão para riscos fiscais, trabalhistas e cíveis; Conforme a norma contábil que trata de arrendamento mercantil, e que entrou em vigor

no ano de 2019, o CPC 06 (R2) – Conceitua arrendamento como “o contrato, ou parte de con-

• provisão para benefícios a empregados; trato, que transfere o direito de usar um ativo (ativo subjacente) por um período em troca de

contraprestação. Quando falamos em direito de usar um ativo, não nos referimos à aquisição

• provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social. de ativos por meio de leasing, mas aos contratos de locação, prestação de serviços, forneci-

mento e cessão de direitos.

As provisões deverão ser reavaliadas periodicamente, já que são mensuradas a partir de

estimativas que poderão sofrer alterações. Essa previsão consta no item 59 do CPC 25 – Pro- Gelbcke et al. (2018), enfatiza que “é por demais importante notar que esse novo pro-

visões, passivos contingentes e ativos contingentes: nunciamento não se restringe aos arrendamentos mercantis apenas; ele inclui todos os tipos

de contrato em que, dentro de certas condições, se transfere o direito de uso de um ativo, o

“59. As provisões devem ser reavaliadas em cada data de balanço e ajustadas para refle- que inclui os aluguéis, direitos de franquia e alguns outros contratos. Seu nome acabou por

tir a melhor estimativa corrente. Se já não for mais provável que será necessária uma saída de não dar a ideia completa de toda sua extensão”.

recursos que incorporam benefícios econômicos futuros para liquidar a obrigação, a provisão

deve ser revertida”. A partir do momento em que esta norma entrou em vigor, a empresa foi obrigada a re-

ver todos os seus contratos e verificar quais deles possuem componentes que caracterizam o

NOME DA DISCIPLINA 33
SUMÁRIO

arrendamento para que sejam reconhecidos. Entende-se que, se a empresa tiver o direito de uso sobre determinado bem, mesmo que não seja legal-

mente o proprietário, esse deverá ser incorporado em suas demonstrações.

Por mais que um contrato não seja tratado, formalmente, como arrendamento, e a operação se enquadre como uma transferência de direito de

uso, deverá ser reconhecido como tal. Da mesma forma em que o locatário contabilizará a operação como arrendamento, o locador também deverá

fazer.

O impacto da adoção dessa norma, em algumas empresas, foi bem relevante. Imaginem uma rede de lojas no qual os seus estabelecimentos são

locados. Todos esses imóveis deverão ser incorporados ao seu balanço patrimonial como um imobilizado de direito de uso.

O item 67 do CPC 06 (R2) – Arrendamentos, orienta que “na data de início, o arrendador reconheça os ativos mantidos, em arrendamento fi-

nanceiro, em seu valor patrimonial, apresentando-os como recebível, ao valor equivalente, o investimento líquido no arrendamento”.

São permitidas duas exceções para o não registro contábil de um arrendamento. Não precisam ser registrados ativos e passivos cujo contrato

de arrendamento tenha prazo inferior a doze meses e com valor considerado baixo.

Conforme o item 09 do CPC 06 (R2) – Arrendamentos, na celebração de contrato, a entidade deve avaliar se o contrato é, ou contém, um ar-

rendamento, no caso, é considerado quando transmite o direito de controlar o uso de ativo identificado por um período em troca de contraprestação.

Para avaliar se o contrato transfere o direito de controlar o uso de ativo identificado por um período, a entidade deve avaliar se, durante todo o

período de uso, o cliente possui o seguinte:

a. o direito de obter, substancialmente, todos os benefícios econômicos do uso dos ativos identificados;

NOME DA DISCIPLINA 34
SUMÁRIO

b. o direito de direcionar o uso dos ativos identificados. Após identificação da existência de arrendamento no contrato, é necessário mensurar o

custo inicial do ativo de direito de uso, que deverá compreender:

O fluxograma auxilia a entidade a fazer a avaliação, identificando se determinado con-

trato é, ou contém, arrendamento. a. o valor da mensuração inicial do passivo de arrendamento;

b. quaisquer pagamentos de arrendamento efetuados até a data de início, menos quaisquer

incentivos de arrendamento recebidos;

c. quaisquer custos diretos iniciais incorridos pelo arrendatário; e

d. a estimativa de custos a serem incorridos pelo arrendatário na desmontagem e remoção

do ativo subjacente, restaurando o local em que está localizado, ou restaurando o ativo

subjacente à condição requerida pelos termos e condições do arrendamento, salvo se

esses custos forem incorridos para produzir estoques. O arrendatário incorre na obriga-

ção por esses custos, seja na data de início, ou como consequência de ter usado o ativo

subjacente durante um período específico.

Para mensuração inicial do passivo de arrendamento, na data de início, o arrendatário

deve apurar o passivo de arrendamento ao valor presente dos pagamentos do arrendamento,

que não são efetuados nessa data. Os pagamentos do arrendamento devem ser descontados,

utilizando a taxa de juros implícita no arrendamento, se essa taxa puder ser determinada ime-

diatamente, caso contrário, o arrendatário deve utilizar a taxa incremental sobre empréstimo

Fonte: CPC 06 (R2) – Arrendamento. http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/533_CPC_06_R2_rev%2014.pdf. do arrendatário.

NOME DA DISCIPLINA 35
SUMÁRIO

D – Veículo direito de uso (ANC - Imobilizado) R$ 10.000,00.

C – Bancos R$ 10.000,00.

Lançamento do início do arrendamento:

D – Veículo direito de uso (ANC - Imobilizado) R$ 85.000,00.

D – Encargos financeiros a apropriar (PC) R$ 3.750,00.

D – Encargos financeiros a apropriar (PNC) R$ 11.250,00.

Apresentaremos um exemplo para que você entenda com mais facilidade a contabili- C – Arrendamento mercantil a pagar (PC) R$ 25.000,00.

zação do arrendamento mercantil. Suponhamos que a empresa tenha adquirido, através de C – Arrendamento mercantil a pagar (PNC) ) R$ 75.000,00.

leasing, as condições:

Lançamento pela apropriação mensal dos juros:

• valor dos pagamentos de arrendamento: R$ 100.000,00;

D – Juros sobre arrendamento (resultado) R$ 312,50.

• prazo de pagamento: 48 meses; C – Encargos financeiros a apropriar (PC) R$ 312,50.

• valor presente dos pagamentos: R$ 85.000,00; Se o arrendatário exercer o direito de compra ao final do contrato, a depreciação será

pela via útil do bem. Se o arrendatário não exercer o direito de compra, a depreciação será pelo

• encargos financeiros (100.000,00 – 85.000,00): R$ 15.000,00; prazo do contrato. Vamos supor que, num contrato de arrendamento mercantil de veículo, e

com prazo de pagamento de 36 meses, o arrendatário tenha o direto de compra do bem ao fi-

• pagamento efetuado a título de entrada: R$ 10.000,00. nal do contrato. O lançamento da depreciação será o seguinte:

Lançamento da entrada:

NOME DA DISCIPLINA 36
SUMÁRIO

Vida útil de veículos: 60 meses. I. incluir ativos de direito de uso na mesma rubrica que aquela em que os ativos sub-

jacentes correspondentes seriam apresentados se fossem próprios; e

95.000,00 / 60 = 1.583,33.

II. divulgar quais rubricas, no balanço patrimonial, incluem esses ativos de direito de

D – Depreciação (resultado) R$ 1.583,33. uso;

C – Depreciação acumulada (ANC) R$ 1.583,33.

b. passivos de arrendamento separadamente de outros passivos. Se o arrendatário não

Caso o arrendatário não exercer o direito de compra ao final do contrato, a depreciação apresentar passivos de arrendamento, separadamente, no balanço patrimonial, o ar-

ocorrerá da seguinte forma: rendatário deve divulgar quais rubricas, no balanço patrimonial, incluem esses passi-

vos.

Vida útil de veículos: 36 meses.

O objetivo da divulgação é que os arren-

95.000,00 / 36 = 2.638, 89. datários divulguem informações nas notas ex-

plicativas que, juntamente com as informações

D – Depreciação (resultado) R$ 2.638,89. fornecidas no balanço patrimonial, na demons-

C – Depreciação acumulada (ANC) R$ 2.638,89. tração do resultado e na demonstração dos fluxos

de caixa, forneçam uma base para os usuários de

O arrendatário deve apresentar no balanço patrimonial, ou divulgar nas notas explica- demonstrações contábeis avaliarem o efeito que

tivas: os arrendamentos têm sobre a posição financei-

ra, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa

a. ativos de direito de uso separadamente de outros ativos. Se o arrendatário não apre- do arrendatário.

sentar ativos de direito de uso, separadamente, no balanço patrimonial, o arrendatário

deve;

NOME DA DISCIPLINA 37
SUMÁRIO

OPERAÇÕES COM OPÇÕES

As operações com opções são praticadas no mercado de capitais e financeiro, oferecendo uma proteção em meio às oscilações de

cada mercado. É o mercado onde são negociados direitos de compra e venda, com preços e prazos pré-estabelecidos. Opções determinam

limites de preço para compra e venda de ativos, com objetivo de proteger os investimentos.

Segundo o site ADVFN, “uma opção de compra garante ao seu titular o direito de adquirir determinado ativo a um valor limite, mes-

mo que o mercado esteja precificando esse ativo-objeto em um valor muito mais alto. Uma opção de venda garante ao seu titular o direi-

to de vender determinado ativo a um valor limite, mesmo que o mercado esteja precificando este ativo-objeto em um valor muito mais

baixo”.

Operações com opções também são conhecidas como derivativos, pois derivam de outros ativos e são alteradas de acordo com as

variações desse mesmo ativo. Derivativos são instrumentos financeiros no qual valores dependem de valores de outros ativos. Podemos

citar o mercado de opções de câmbio, em que o valor das opções de dólar varia de acordo com o valor do dólar, no mercado, à vista (In-

foMoney, 2006).

Os derivativos são usados por diversas razões. Podem ser utilizados quando se faz necessário como uma blindagem do dinheiro

frente aos riscos que algumas operações proporcionam. Como exemplo, mencionaremos uma empresa exportadora de laranjas, que pode

vender contratos futuros. Ela pode fechar contratos de vendas futuras, quando o dólar estiver valorizado e, se na data do vencimento do

contrato, o dólar estiver abaixo daquele fechado no contrato, acarretará um ganho financeiro à empresa.

De acordo com o portal Rena Trader, são dois tipos de direitos de opções:

NOME DA DISCIPLINA 38
SUMÁRIO

• direito de compra: também chamada de call, a opção de compra dá o direito, mas não que o preço de mercado aumentasse. Para se proteger contra a possibilidade de queda dos pre-

a obrigação, de comprar um ativo. O investidor que vende uma call tem a obrigação de ços das ações, ela decidiu comprar opções com um valor de R$480. Se a ação cair para R$350,

vender o ativo do qual vendeu a opção; Carlos poderá exercer seu contrato para reduzir as perdas, vendendo cada ação por R$480 ao

invés de R$350. Se o mercado operar em alta, ela não precisará exercer o contrato e só perderá

• direito de venda: também chamada de put, a opção de venda dá o direito, mas não a obri- a diferença entre o valor da compra da ação e o valor da opção (500,00 – 480,00 = 20,00).

gação, de vender um ativo. O investidor que vende uma put tem a obrigação de comprar

o ativo do qual vendeu a opção. O mercado de opções envolve riscos, por isso, algumas estratégias são praticadas para

tentar minimizá-los. Uma delas são as chamadas travas de opções, que significa a compra de

uma opção e, ao mesmo tempo, a venda da mesma quantidade de outra opção com o mesmo

vencimento. Essa estratégia limita os ganhos e as perdas do investidor, sendo utilizada em

casos de queda brusca, ou de expectativa de elevação, no preço, até a data do vencimento.

TRANSAÇÕES PRÉ-FIXADAS E PÓS-FIXADAS


O vendedor do contrato é obrigado a comprar, ou vender os ativos, se o titular decidir

exercer o seu direito. Finalizando esse capítulo, aprenderemos o que são transações pré e pós-fixadas. Em

operações financeiras, os juros cobrados podem ser calculados através de taxas fixadas no

As opções mais populares, no Brasil, são as de compra, e o ambiente onde são mais uti- momento do contrato (pré-fixadas), ou com taxas pós-fixadas, onde o contratante saberá

lizadas é no mercado de ações. Quando as opções são negociadas na Bolsa de Valores, elas têm sobre a taxa, somente no pagamento.

a vantagem de não obrigar o titular a exercer o direito, caso os preços do mercado estejam

desfavoráveis. Ao contrário de contratos futuros, obrigatoriamente, serão executados na data Iniciaremos essa aula falando sobre as transações pré-fixadas. Em transações com taxas

do vencimento. pré-fixadas, é de conhecimento do adquirente, desde o fechamento do contrato, o valor dos

juros que serão pagos, em caso de empréstimos, ou recebidos em caso de aplicação financeira.

Por exemplo, imagine que Carlos comprou um lote de 1000 ações por R$500, esperando Diferente de transações com taxas pós-fixadas, onde o adquirente não sabe qual o montante

NOME DA DISCIPLINA 39
SUMÁRIO

dos juros sobre a operação. Quando a empresa opta por fechar uma operação financeira com taxa de juros pré-fixadas, a taxa referencial de juros

(Selic) pode aumentar ou diminuir, a inflação pode cair ou subir, o dólar pode disparar ou despencar, mas a taxa de juros da operação não se alte-

rará.

Uma aplicação financeira, com juros pré-fixados, tem como características:

• o investidor sabe, no momento da aplicação, o montante de rendimentos;

• sobre os rendimentos será calculado IRRF;

• a cada mês haverá a apropriação dos rendimentos do período.

Vamos aos exemplos? A contabilização de uma aplicação com taxas pré-fixadas é feita do montante da aplicação somados aos rendimentos,

no momento da sua efetivação. Ao mesmo tempo, uma conta redutora, fazendo a apropriação dos juros, no resultado, na medida em que trans-

corre o tempo.

D – Aplicação financeira (AC) R$ 20.000,00.


C – Banco conta movimento (AC) R$ 15.000,00.

C – Juros a apropriar (AC) R$ 5.000,00.

Pela apropriação mensal dos rendimentos da aplicação, os lançamentos são da seguinte forma:

D – Juros a apropriar (AC) R$ 500,00.

C- Receitas financeiras (Resultado) R$ 500,00.

NOME DA DISCIPLINA 40
SUMÁRIO

Em caso de aquisição de empréstimos com taxas pré-fixadas, utiliza-se a mesma meto- fixa e outra variável. A parte de juros fixa é chamada de taxa de juros real, e a parte da taxa de

dologia para efetuar os lançamentos contábeis. O montante do empréstimo principal e juros juros variável evolui conforme o indexador, que será definido no contrato.

serão lançados no passivo, bem como uma conta redutora de juros com apropriação para o

resultado mensal até o final do contrato. Por exemplo, a empresa contrata um empréstimo no Os indexadores mais utilizados, nas operações de capital de giro, são o CDI e o dólar.

valor de R$ 30.000,00, com prazo para pagamento de 12 meses e taxa de juros de 1% ao mês. Os Certificados de Depósito Interbancário (CDI) são títulos da própria instituição financeira

com características semelhantes a um Certificado de Depósito Bancário (CDB).

D – Banco conta movimento (AC) R$ 26.400,00.

D – Juros a apropriar (redutora de empréstimos PC) R$ 3.600,00.

C – Empréstimos a pagar (PC) R$ 30.000,00.

Pela apropriação mensal dos juros do empréstimo, os lançamentos são:

D – Juros a apropriar R$ 300,00.

C – Juros passivos R$ 300,00.

As transações pós-fixadas ocorrem quando uma empresa efetua um contrato de em-

préstimo de capital de giro junto à instituição financeira, que prevê o pagamento de juros pós-

-fixados, sendo impossível saber qual será o valor desembolsado ao final do contrato. Nessas

operações, os bancos solicitam o aval do diretor da empresa, garantias reais e notas promis-

sórias. As garantias solicitadas devem ser suficientes para alcançar o valor principal, juros e

uma margem de segurança para eventuais faltas de pagamento.

Tratando-se de taxas pós-fixadas, a taxa de juros é composta de duas partes, uma

NOME DA DISCIPLINA 41
SUMÁRIO

O que é CDI e CDB? CDI são empréstimos, entre bancos, de prazo muito curto. Não é um Pelo lançamento das despesas do contrato:

investimento disponível para pessoa física, mas é usado pelos bancos para remunerar o CDB

pós-fixado. Trata-se de um índice que serve de referência à maioria dos investimentos de D – Tarifas e Comissões Bancárias (Resultado) R$ 1.000,00.

renda fixa. Não é possível investir em CDI, apesar desses certificados serem fundamentais D – IOF (Resultado) R$ 300,00.

para o mercado financeiro. Diariamente, a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de C – Bancos Conta Movimento (AC) R$ 1.300,00.

Títulos Privados (CETIP) calcula a média de juros em operações de CDI, definindo a taxa DI.

Pelos juros mensais incorridos:

CDB é um título emitido pelos bancos, com o objetivo de captar dinheiro. É uma aplica-

ção de renda fixa simples e segura, com proteção a eventuais problemas que possam ocorrer D – Juros Passivos (Resultado) R$ 1.000,00.

com o banco. O CDB pode ser pré e pós-fixado. C – Empréstimos a Pagar (PC) R$ 1.000,00.

Observaremos o lançamento de um empréstimo com juros pós-fixados. Suponhamos Pelo pagamento das parcelas mensais do empréstimo:

que a empresa tenha adquirido um empréstimo de R$100.000,00 com juros de 1% ao mês e

prazo de pagamento de 10 meses. Na data de recebimento, será contabilizado o montante re- D – Empréstimos a Pagar (PC) R$ 11.000,00.

cebido e as despesas decorrentes do contrato. Nos pagamentos das parcelas, será diminuído C – Bancos Conta Movimento (AC) R$ 11.000,00.

do passivo o valor principal e os juros serão lançados no resultado.

Essa forma de lançamentos também ocorre em caso de aplicações com taxas pós-fixa-

Pelo recebimento do empréstimo: das. Os rendimentos são contabilizados mensalmente, na medida em que os rendimentos são

conhecidos.

D – Bancos Conta Movimento (AC) R$ 100.000,00.

C – Empréstimos a Pagar (PC) R$ 100.000,00. Suponhamos que a empresa efetuou uma aplicação em 01/12/2019 com resgate em

31/03/2020 no valor de R$ 100.000,00. Os lançamentos serão efetuados da seguinte forma:

NOME DA DISCIPLINA 42
SUMÁRIO

Registro da aplicação em 01/12/2019:

D – Aplicação financeira (AC) R$ 100.000,00.

C – Banco conta movimento (AC) R$ 100.000,00.

Apropriação dos rendimentos em 31/12/2019:

D – Aplicações financeiras (AC) R$ 1.000,00.

C- Receitas financeiras (Resultado) R$ 1.000,00.

Para os meses subsequentes, até o resgate, haverá os lançamentos de apropriação dos

rendimentos, conforme a aplicação da taxa de juros de cada mês.

NOME DA DISCIPLINA 43
SÍNTESE SUMÁRIO

Nesse capítulo, tivemos a oportunidade de conhecer que as provisões ativas e passivas são registros importantes para que a contabilidade

seja transparente e fidedigna. As provisões registram as despesas mensais de sua competência, mesmo sem documentação que a suporte, e desde

que suas estimativas sejam confiáveis.

Abordamos sobre o arrendamento mercantil e a mudança significativa de conceito que ocorreu em 2019. Deixou de existir a figura de arren-

damento financeiro e operacional, sendo, arrendamento, um direito de controlar um ativo identificado, por um determinado período, em troca

de remuneração. O aluguel de um pavilhão, para alocar uma fábrica, é considerado um arrendamento, e esse ativo deverá estar registrado na con-

tabilidade.

Operações com opções foi outro tópico visto nesse capítulo. É um tema um pouco difícil de entender, mas muito utilizado no mercado finan-

ceiro. Opções é um contrato em que se tem o direito de comprar ou vender um ativo financeiro, mas não a sua obrigação, em determinada data e

valor. São utilizados para instrumentos financeiros como ações, moedas, índices e contratos futuros.

Finalizando o capítulo, aprendemos como são as transações pré-fixadas e pós-fixadas. Em operações financeiras, incidem essas duas mo-

dalidades de juros: pré-fixadas, com as taxas já definidas em contrato, e pós-fixadas, sem a informação do percentual da taxa no momento do

contrato.

Gostaram da matéria? Elaboramos alguns exercícios para fixação do conteúdo.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 44
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

1. Provisão é um passivo de prazos e valores incertos. Assinale a al- 6. Quais itens compreendem a mensuração do custo inicial do ativo

ternativa incorreta quanto ao seu reconhecimento: de direito de uso?

a. a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não for- 7. Conceitue opções e exemplifique uma operação com opções.

malizada) como resultado de um evento passado;

8. Assinale com V para Verdadeiro e F para Falso. Quando às apli-

b. a estimativa deve levar em consideração o tipo de despesa a cações financeiras com juros pré-fixados, podemos afirmar que

que se refere; elas possuem características de:

c. seja provável que será necessária uma saída de recursos que ( ) ter rendimento maior que aplicações com juros pós-fixados;

incorporam benefícios econômicos para liquidar a obriga-


( ) o investidor ter conhecimento no momento da aplicação do
ção;
montante dos rendimentos;

( ) incidência de IRRF sobre os rendimentos;


d. possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obriga-

ção. ( ) apropriação mensal dos rendimentos do período;

( ) precisam ter o aval do diretor da empresa.


5. Se o arrendatário exercer o direito de compra, ao final do con-

trato, a depreciação será pela via útil do bem. Se o arrendatário

não exercer o direito de compra, a depreciação será pelo prazo do

contrato. Podemos dizer que essa afirmação é:

( ) Verdadeira

( ) Falsa

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 45
ATIVOS E PASSIVOS
CONTINGENTES
Contingências são possibilidades. Para a filosofia, refere-se a proposições
que não são necessariamente verdadeiras, nem falsas. São possíveis!

46
SUMÁRIO

Mais uma vez, enfatizamos que o objetivo da contabilidade é transmitir a realidade das O CPC 25 – Provisões, passivos e ativos contingentes fornecem orientações às entidades

empresas, tendo transparência e confiabilidade na divulgação das informações. Diante desse contabilizarem seus ativos e passivos contingentes. Nesse pronunciamento, fica bem eviden-

contexto, as empresas devem divulgar os riscos e incertezas existentes, quando se tratar de te a diferenciação entre provisão e passivo contingente. Provisão é quando existir incertezas

eventos e circunstâncias futuras. referentes a prazos e valores a serem desembolsados, ou exigidos à sua liquidação. Utilizamos

o termo contingente para ativos e passivos não reconhecidos, ainda na contabilidade, devido

Segundo a CVM, Ibracon, Normas Brasileiras de Contabilidade e o Princípio da Prudên- a sua existência depender de um ou mais eventos futuros que não estão sob o controle da em-

cia, somente serão passíveis de contabilização, as contingências que representarem desem- presa.

bolsos futuros mensuráveis.


Os passivos contingentes que não são reconhecidos como passivo, é porque se enqua-

O termo “contingente” é usado para passivos e ativos que não sejam reconhecidos por- dram nas disposições:

que a sua existência somente será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais eventos

futuros incertos, não totalmente sob o controle da entidade. Adicionalmente, o termo passivo • são obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade tem ou não

contingente é usado para passivos que não satisfaçam os critérios de reconhecimento. uma obrigação presente que possa conduzir a uma saída de recursos que incorporam

benefícios econômicos;
CONCEITOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE CONTINGÊNCIAS

• são obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento do CPC 25,
O que significa contingência? Contingências são probabilidades, possibilidade de que
porque não é provável que seja necessária uma saída de recursos que incorporem bene-
determinado fato acontecerá. São eventos possíveis de ocorrer, que devem ser avaliados, mas
fícios econômicos para liquidar a obrigação, ou não pode ser feita uma estimativa sufi-
que não estão sob o controle da empresa. Eles dependem de fatores futuros, externos e incer-
cientemente confiável do valor da obrigação.
tos.

Para que uma empresa possa reconhecer uma provisão de contingência, necessita cal-
Alguns eventos, por mais que possuam alto grau de certeza de que ocorrerão, podem
cular a sua melhor estimativa do valor que será necessário para liquidar a obrigação presente
demorar muito tempo para se realizar, ou não se realizar completamente. Mesmo assim, a
ao final. As definições, quanto às estimativas e efeitos financeiros das contingências, são de-
contingência deverá ser registrada.

NOME DA DISCIPLINA 47
SUMÁRIO

terminadas pelo julgamento da empresa com apoio de estudos e pareceres técnicos, revisados

pelo auditor independente.

Em relação a aspectos fiscais, as provisões para contingência não possuem reflexo para

fins de apuração de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o lucro. As contingências

são tratadas como despesas indedutíveis. Apenas as atualizações dos valores por qualquer in-

dexador são passíveis de deduções para fins fiscais.

No momento do reconhecimento e mensuração das contingências, como o atributo da

incerteza está presente, é imprescindível a orientação descrita no enunciado do princípio da

prudência, que determinará a adoção de menor valor para o ativo, e maior valor para o passi-

vo.

Alguns critérios são utilizados para avaliar as contingências, facilitando a identificação

para fins de divulgação. Salientamos que essa avaliação será realizada pela empresa, através

de julgamento baseado em situações já vividas, relatórios de especialistas, dentre outros pa-

receres que reflitam credibilidade. Os critérios são:

• praticamente certo: termo utilizado para avaliar contingências ativas. Demonstra uma

situação em que o evento futuro é certo, mas que ainda não ocorreu. A empresa tem o

controle sobre esse evento e a sua efetivação depende apenas dela ou de situações com

garantias reais, ou decisões judiciais favoráveis, em que não cabem mais recursos;

NOME DA DISCIPLINA 48
SUMÁRIO

• provável: a probabilidade de ganhos futuros é grande; As contas que são classificadas no ativo não circulante têm como requisitos a sua baixa

liquidez e lenta transformação em dinheiro. São ativos de uso, que têm como objetivo dispo-

• possível: a probabilidade de ganhos futuros é média; nibilizar à empresa a estrutura que ela necessita para desempenhar as suas atividades. Nele,

estão relacionados o imobilizado, intangível, demais investimentos e financeiros de longo

• remota: a probabilidade de ganhos futuros é pequena. prazo.

As contingências devem ser avaliadas periodicamente, pois sempre existirá, à probabi- Iudícibus (2009) comenta que os ativos possuem características essenciais como possi-

lidade, uma mudança do status de cada caso. Um passivo contingente possível pode se tornar bilidade de troca, direito de propriedade e poder de gerar recursos econômicos.

repentinamente provável, bem como a sua provisão deverá ser contabilizada.

Com os conceitos relembrados, falaremos de ativos contingentes. Um ativo contin-

CONTINGÊNCIAS ATIVAS gente deve ser apurado quando o fluxo esperado de benefícios econômicos seja provável.

Vale relembrar a estrutura do balanço patrimonial. Conceituar o ativo é necessário para O CPC 25 – Provisões, passivos e ativos contingentes definem ativo contingente como

o entendimento mais claro das contingências ativas. O ativo é considerado o elemento mais “um ativo possível que resulta de eventos passados, cuja existência será confirmada apenas

importante dentro de um negócio, sendo dividido em dois grandes grupos – circulante e não pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos, não totalmente sob o controle

circulante. Para Marion (2009), no ativo circulante, estão elencados todos os bens e direitos da entidade.” Esse pronunciamento prevê que a evidenciação, a demonstração do ativo con-

de curto prazo. Também podemos dizer que são ativos de realização, que se realizam de for- tingente deverá ser feita apenas através de nota explicativa. Essa orientação vem ao encontro

ma integral e direta, em dinheiro, dentro de um prazo de doze meses. Podemos exemplificar do princípio da prudência, que determina cautela no reconhecimento e mensuração de qual-

como o caixa, bancos, clientes e estoques. quer ativo.

O que caracteriza a existência de um ativo contingente é a sua provável entrada de bene-

fícios econômicos futuros (GELBCKE et al., 2018). Esses ativos não poderão ser reconhecidos

nas demonstrações contábeis até o momento em que os ganhos a eles relacionados tenham

NOME DA DISCIPLINA 49
SUMÁRIO

realização praticamente certa. No quadro, esses autores demonstram, baseados no Apêndice • se esse ganho será realizado de forma praticamente certa, é recomendado ser reconhe-

A do CPC 25, em quais momentos os ativos devem ser reconhecidos como efetivos ou contin- cido na contabilidade, portanto, ele não será um ativo contingente;

gentes.

Probabilidade de ocorrência do ganho Tratamento contábil • se a entrada de benefício econômico for provável, esse ativo deverá ser divulgado em

nota explicativa. Conforme o item 89 do CPC 25, “quando for provável a entrada de be-
O ativo não é contingente, um ativo é nefícios econômicos, a entidade deve divulgar breve descrição da natureza dos ativos
Praticamente certa.
reconhecido.
contingentes na data do balanço e, quando praticável, uma estimativa de seus efeitos

financeiros”.
Nenhum ativo é reconhecido, mas existe a
Provável, mas não praticamente certa.
divulgação em nota explicativa.
A figura resumirá, de forma clara, o entendimento sobre o reconhecimento contábil, ou

não, dos ativos contingentes. Nela, será demonstrado que os ativos não serão contabilizados
Nenhum ativo é reconhecido, não é
Não é provável. e, quando aplicável, apenas divulgados em notas explicativas.
divulgado em nota explicativa.

Fonte: GELBCKE et al., 2018.

Durante o tempo em que um ativo apresentar características de contingente, ele deverá

ser divulgado em nota explicativa, e sua avaliação deverá ser periódica.

Exemplos de ativos contingentes são ações judiciais de recuperações tributárias, em que

a empresa é a autora, e o desfecho seja incerto. Nesse caso, podemos fazer as seguintes con-

siderações:

• esse ativo contingente não será informado em demonstração contábil, pois, talvez, o

resultado nunca seja realizado;

NOME DA DISCIPLINA 50
SUMÁRIO

CONTINGÊNCIAS PASSIVAS

Da mesma forma que conceituamos o ativo, aprenderemos os conceitos do passivo, para que possamos prosseguir com as definições de contingências

passivas. De acordo com a lei societária 6.404/76, os elementos do passivo serão avaliados conforme os seguintes critérios:

I. As obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive imposto de renda a pagar, com base no resultado do exercício, serão computa-

dos pelo valor atualizado até a data do balanço;

II. as obrigações, em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor, na data do

balanço;

III. as obrigações, os encargos e os riscos classificados, no passivo não circulante, serão ajustados a seu valor presente, os demais quando houver efeito

relevante.

O CPC 00 (R1) – Estrutura conceitual para elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, define passivo como uma obrigação presente, ori-

ginada de eventos do passado, onde é esperado um pagamento futuro. A característica, para que um passivo exista, é que a empresa possua uma obrigação

presente. É uma obrigação, um dever ou uma responsabilidade de se fazer.

De que maneira as obrigações surgem? Elas são exigidas de forma legal, como exemplo, temos os impostos e contribuições e, através de contratos,

como a aquisição de serviços, produtos e mercadorias, contratos de empréstimos, etc.

Passivos podem ser extintos através de pagamentos em dinheiro, transferência de outros ativos, substituição por outra obrigação, prestação de ser-

viços, renúncia do credor, perda dos direitos de crédito, ou por conversão da obrigação em capital, caso o credor passe a ser sócio ou acionista da empresa.

NOME DA DISCIPLINA 51
SUMÁRIO

Aprendemos que passivos são obrigações certas, definidas, e com documentos que com-
Probabilidade de ocorrência do desembolso Tratamento contábil
provam a sua existência, seu valor e seu prazo de pagamento. Existem passivos que não pos-

suem data definida para serem pagos e nem valores exatos para desembolso, pois dependem A provisão é reconhecida
Mensurável por meio de
e divulgada em notas
de algum evento futuro, incerto e que não pode ser controlado totalmente pela empresa. Cha- estimativa confiável.
explicativas.
Obrigação presente
mamos de passivo contingente.
provável
Mensurável por
Divulgação em notas
inexistência de estimativa
explicativas.
Almeida (2010) define passivo contingente como “uma obrigação possível decorrente confiável.

de eventos passados, que depende da ocorrência/não ocorrência de eventos futuros incertos,


Possível Divulgação em notas explicativas.
ou uma obrigação presente decorrente de eventos passados cujo desembolso não seja prová-
Remota Não divulga em notas explicativas.
vel, ou cujo valor não possa ser razoavelmente estimado”.
Fonte: GELBCKE et al., 2018.

Exemplos bem comuns de passivos contingentes, entre as empresas, são os gastos com
Quando a perspectiva de saída de recursos for provável, deve ser constituída a provisão.
processos judiciais, sejam eles trabalhistas, cíveis, tributária e ambiental.
Quando existir a perspectiva de uma possível saída de recursos, haverá apenas a divulgação

em nota explicativa de um passivo contingente. Quando a perspectiva de saída de recursos for


Um passivo contingente somente poderá ser provisionado quando for provável que even-
remota, não se deve registrar nem divulgar esse passivo contingente.
tos futuros venham a confirmar a existência de um passivo e quando a perda puder ser esti-

mada. Caso o montante envolvido não possa ser estimado, as informações relevantes deverão

ser divulgadas em nota explicativa; os usuários terão conhecimento sobre os riscos contin-

gentes da empresa.

NOME DA DISCIPLINA 52
SÍNTESE SUMÁRIO

Esse capítulo destacou sobre os ativos e passivos contingentes. Ativos contingentes não devem ser reconhecidos contabilmente, devem ser

divulgados em nota explicativa, informando a descrição da sua natureza, o seu valor e a expectativa da companhia sobre a sua realização.

Os passivos contingentes deverão ser reconhecidos, na contabilidade, quando a sua probabilidade de desembolso seja considerada prová-

vel. A divulgação, em notas explicativas, será realizada em casos de passivos contingentes, com probabilidade provável e possível. Quando a sua

probabilidade de desembolso for remota, não existirá reconhecimento, nem divulgação.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 53
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

1. Relacione a probabilidade de ganho de um ativo contingente ao d. os ativos contingentes não devem ser reconhecidos pela

seu respectivo tratamento contábil: contabilidade, quando sua realização for provável, mas de-

vem ser divulgados em notas explicativas.


( ) Nenhum ativo é
(a) Praticamente certa reconhecido, mas existe a
divulgação em nota explicativa. 3. Conforme o CPC 25, ativo contingente é um ativo _____ que

( ) Nenhum ativo é resulta de eventos ______, cuja existência será confirmada


(b) Provável, mas não
reconhecido, não é divulgado apenas pela ocorrência, ou não, de um ou mais eventos futuros
praticamente certa
em nota explicativa.
_____ não totalmente sob o controle da entidade.
( ) O ativo não é contingente,
(c) Não é provável
um ativo é reconhecido.
a. remoto, passados, corretos;

b. remoto, futuros, incertos;

2. Com referência aos ativos contingentes, é correto afirmar que:

c. possível, futuros, certos;

a. são benefícios futuros esperados, que devem constar das

notas explicativas, obrigatoriamente; d. possível, passados, incertos.

b. só deve ser reconhecido, contabilmente, quando houver ra-

zoável possibilidade de sua ocorrência;

c. se um ativo contingente puder ter seu valor estimado, deve

ser contabilizado independentemente de seu potencial de

realização financeira;

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 54
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

5. Relacione a probabilidade de desembolso de um passivo contingente ao seu respectivo tratamento contábil:

(a) Obrigação presente, provável, mensurável por meio de estimativa


( ) Divulgação em notas explicativas.
confiável

(b) Possível ( ) Não divulga em notas explicativas.

(c) Remota ( ) A provisão é reconhecida e divulgada em notas explicativas.

6. Cite os exemplos mais comuns de passivos contingentes:

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 55
AJUSTE A VALOR
PRESENTE E VALOR
JUSTO (FAIR VALUE)
Valor presente e valor justo não são sinônimos.

56
SUMÁRIO

Iniciaremos esse capítulo com as palavras de Hoss (2017), “valor presente representa o Vale salientar que, na Contabilidade, quando falamos em reconhecimento, estamos nos

quanto vale, hoje, um bem que possui vencimento futuro; (...) valor justo representa o valor referindo a definição de quando registrar, e quando falamos em mensuração, nos referimos a

que o bem deverá ser negociado”. definição de pôr qual valor registrar.

O papel principal da Contabilidade é refletir o valor real dos ativos e passivos de uma Além do CPC 12, o artigo 183, da Lei 6.404/76, item VIII (incluído pela Lei 11.638/07), es-

empresa. É exatamente isso que os ajustes a valor presente e ajuste a valor justo proporcio- tabelece que os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados

nam, trazer os valores à realidade, àquele momento em que se encontram. a valor presente, sendo, os demais, ajustados quando houver efeito relevante. O artigo 184,

item III, estabelece que as obrigações, encargos e riscos classificados, no passivo não circu-

As mensurações do AVP – Ajuste a Valor Presente, e AVJ – Ajuste a Valor Justo, levam em lante, serão ajustados a seu valor presente, sendo, os demais, ajustados quando houver efeito

consideração o valor do dinheiro no tempo e as incertezas e riscos a ele relacionados. relevante.

De acordo com o CPC 00 (R2) – Estrutura conceitual para relatório financeiro, o valor Como no Brasil as taxas de juros são sempre superiores à taxa da inflação, elas são con-

justo reflete a perspectiva dos participantes do mercado, ao qual a entidade tem acesso. Valor sideradas relevantes em operações de curto prazo.

justo é uma expressão utilizada para venda de ativos, ou transferência de passivos e, como o

próprio nome diz, o preço deverá ser justo para ambas as partes. O ajuste a valor presente será aplicado a todos os ativos e passivos monetários, com ju-

ros implícitos ou explícitos embutidos. O que isso significa? Todo o valor futuro inclui juros

RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS A VALOR PRESENTE em seu montante, seja a receber ou a pagar. Quando a taxa de juros é determinada e consta em

documento de negociação, chamamos de juros explícitos, pois sabemos quais serão os juros.

Os requisitos para esse reconhecimento e mensuração estão fundamentados no CPC 12 Quando não há documento que demonstre o valor dos juros da operação, chamamos de juros

– Ajuste a Valor Presente. implícitos.

Para estipular o valor do ajuste, são necessárias três informações:

NOME DA DISCIPLINA 57
SUMÁRIO

• valor futuro;

• taxa de juros;

• período de vencimento.

Exemplo:

Empresa A efetuou uma venda de R$ 100.000,00, em 01/04/2020, com vencimento para

120 dias. Considerando que a taxa de juros utilizada, nas operações de crédito, é de 3% ao mês,

o efeito do AVP, em 30/04/2020, será:

Contabilização da venda em 01/04/2020:

D – Clientes (ativo) R$ 100.000,00.

C – Venda (resultado) R$ 100.000,00.

D – AVP de receita (resultado – redutora da receita) R$ 11.151,30.

C – AVP de cliente (ativo – redutora de cliente) R$ 11.151,30.

Contabilização do AVP, em 30/04/2020:

D – AVP de cliente (ativo – redutora de cliente) R$ 2.665,46.

C – Receitas Financeiras (resultado) R$ 2.665,46.

NOME DA DISCIPLINA 58
SUMÁRIO

Quando não sabemos qual será a taxa de juros, quando os juros são implícitos, é neces- D – Estoque (ativo) R$ 117.635,53.

sário estimar os juros, tendo como base transações similares em termos de: D – AVP (passivo – redutora de fornecedores) R$ 2.364,47.

C – Fornecedores (passivo) R$ 120.000,00.

• natureza;

Contabilização do AVP em 30/04/2020:

• prazo;

D – Despesas financeiras (resultado) R$ 1.176,36.

• risco. C – AVP (passivo – redutora de fornecedores) R$ 1.176,36.

Para trazer a valor presente, o montante da conta de fornecedores, não temos a infor- A utilização de conta redutora, para o lançamento do ajuste, é para que não se percam os

mação do valor de juros cobrados. A base para estimar o valor dos juros será a média dos juros valores originais.

praticados sobre todos os contratos de empréstimos bancários que a empresa possui, ou as

taxas de juros praticadas no mercado. O ajuste a valor presente não se limita apenas a vendas e compras de mercadorias, pro-

dutos ou serviços, mas também a venda de ativos imobilizados, créditos de qualquer natureza

Para ficar mais claro, vamos ao exemplo de cálculo do AVP - Ajuste a Valor Presente de e financiamentos.

fornecedores (com juros implícitos). Supomos que a empresa tenha efetuado uma compra no

valor de R$120.000,00, com prazo de pagamento de 60 dias. Como não temos a informação O reconhecimento do ajuste a valor presente é em função do prazo do financiamento da

dos juros praticados nessa operação, utilizaremos juros praticados no mercado de 1% a.m.: operação, seja de um valor a receber, ou a pagar. Mensalmente, é necessário reconhecer, no

resultado, os juros incorridos proporcionais àquele mês.

Contabilização da compra em 01/04/2020:

NOME DA DISCIPLINA 59
SUMÁRIO

RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DE ATIVOS, PASSIVOS, RECEITAS E DESPESAS


A VALOR JUSTO

Quando uma empresa adquire um ativo, ou o passivo assumido em troca para esse ativo,

o preço da transação para reconhecimento inicial é o preço efetivamente pago naquele mo-

mento. O ajuste a valor justo de ativo, ou de passivo, é o preço que seria recebido para vender

o ativo, ou pago para transferir o passivo.

Não necessariamente as empresas vendem ativos pelo preço que adquiriram, nem trans-

ferem seus passivos pelo preço recebido para assumi-los. Conforme o CPC 46 – Mensuração

do valor justo, a mensuração do valor justo de um ativo deve garantir que a negociação do ati-

vo seja realizada em uma transação não forçada entre os participantes do mercado de venda

do ativo.

O CPC 00 (R2) orienta que o ativo ou passivo sejam mensurados, utilizando as premissas

que os participantes do mercado utilizariam ao precificar o ativo, ou passivo, se esses parti-

cipantes do mercado agirem em seu melhor interesse econômico.

Para mensurar o valor justo, o CPC 46 – Mensuração do valor justo, propõe uma hierar-

quia que classifica, em três níveis, as informações aplicadas nas técnicas de avaliação. A hie-

rarquia de valor justo dá a mais alta prioridade a preços cotados (não ajustados), em mercados

ativos para ativos, ou passivos idênticos (informações de Nível 1), e a mais baixa prioridade a

dados não observáveis (informações de Nível 3).

NOME DA DISCIPLINA 60
SUMÁRIO

• Informações de Nível 1 são preços cotados, em mercados ativos para ativos, ou passivos vas de mercado atuais, em relação a esses valores futuros.

idênticos que a entidade possa ter acesso na data de mensuração. É aplicado quando to-

das as informações necessárias, para a mensuração, estiverem disponíveis. A mensuração do ajuste a valor justo é aplicada a um ativo ou passivo, em particular. Os

principais grupos que as empresas selecionam para aplicar essa avaliação são:

• Informações de Nível 2 são observáveis para o ativo ou passivo, seja direta ou indireta-

mente. Utilizado quando os dados para aplicação do Nível 1 não estarão disponíveis. • reavaliação de ativos;

• Informações de Nível 3 são dados não observáveis para o ativo ou passivo. • teste de impairment;

As técnicas de avaliação podem ser classificadas quanto à abordagem: • ativos biológicos;

• abordagem de mercado: essa forma de calcular o valor justo utiliza preços e outras in- • propriedades para investimentos;

formações relevantes, geradas por transações de mercado, envolvendo ativos, passivos,

ou grupo de ativos e passivos idênticos, ou comparáveis, similares, como por exemplo, • títulos e valores mobiliários;

um negócio;

• combinação de negócios;

• abordagem de custo: reflete o valor que seria exigido, atualmente, para substituir a ca-

pacidade de serviço de um ativo. É o chamado custo de reposição, geralmente, utilizado • derivativos;

para ativos tangíveis;

• reconhecimento de receitas.

• abordagem de receita: é uma técnica de avaliação que converte valores futuros, por

exemplo, fluxos de caixa, ou receitas e despesas, em um valor único atual, descontado. Conforme determina o CPC 46, a entidade não necessita empreender uma busca exaus-

A mensuração do valor justo é determinada com base no valor indicado pelas expectati- tiva de todos os possíveis mercados para identificar o mercado principal ou, na ausência de

NOME DA DISCIPLINA 61
SUMÁRIO

mercado principal, o mercado mais vantajoso, mas ela deve levar em consideração todas as

informações que estejam disponíveis. O mercado principal é o mercado com maior volume e

nível de atividade, enquanto o mercado vantajoso é aquele em que maximiza o valor que seria

recebido para vender o ativo, ou que minimiza o valor a ser pago ao transferir o passivo.

RECONHECIMENTO NO RESULTADO OU NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

A busca por apresentar, nas demonstrações contábeis, o valor justo de ativos e passivos,

tem impactos no resultado ou no patrimônio líquido. Conheceremos alguns casos de Ajuste a

Valor Justo e seu respectivo reconhecimento. Conforme o CPC 28 – Propriedade para investi-

mento, em seu item 35, o ganho ou a perda proveniente de alteração no valor justo de proprie-

dade, para investimento, deve ser reconhecido no resultado do período em que ocorra.

O item 26 do CPC 29 - Ativos biológicos - Estabelece que “o ganho ou a perda prove-

niente da mudança no valor justo menos a despesa de venda de ativo biológico reconhecido,

no momento inicial, até o final de cada período, deve ser incluído no resultado do exercício em

que tiver origem”.

O CPC 39 – Instrumentos financeiros - Determina que títulos mantidos para negocia-

ção e títulos mantidos até o vencimento, devem ter os seus ajustes a valor justo reconheci-

dos no resultado, a não ser que ocorram perdas permanentes. No caso de ajuste a valor justo

de instrumentos financeiros disponíveis para venda, a diferença entre o valor justo e o valor

contábil de ativos e passivos financeiros são reconhecidos no patrimônio líquido, na conta de

NOME DA DISCIPLINA 62
SUMÁRIO

ajustes de avaliação patrimonial. Quando um investimento ingressa no patrimônio de uma A Lei 12.973/14 leva em consideração a neutralidade fiscal, estabelecendo algumas re-

empresa, ele é contabilizado pelo custo de aquisição. Ao final de cada exercício, esse investi- gras em relação ao ajuste a valor justo da nova contabilidade. Assim que o ganho for se reali-

mento deverá ser avaliado a seu valor justo. Vamos supor que uma empresa assumiu um lote zando, esse valor sairá da conta de ajuste de avaliação patrimonial e transferido para a conta

de ações da companhia Hoje S/A, em 30/06/2019, e seu valor de aquisição foi de R$ 100.000,00. de lucros acumulados. Nesse momento ele, será tributado pelo lucro real.

Em 31/12/2019, conforme a cotação de mercado, esse lote de ações vale R$ 150.000,00. Nesse

caso, o ganho oriundo do ajuste a valor justo deverá ser contabilizado da seguinte forma: Art. 13. O ganho decorrente de avaliação de ativo, ou passivo, com base no valor justo,

não será computado na determinação do lucro real desde que o respectivo aumento no valor

D – Ações da Sociedade Hoje S/A (AC) R$ 50.000,00. do ativo, ou a redução no valor do passivo, seja evidenciado, contabilmente, em subconta vin-

C – Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL) R$ 50.000,00. culada ao ativo ou passivo.

Com o ajuste feito na conta do ativo ações da sociedade Hoje S/A, o valor do investi- § 1º O ganho evidenciado por meio da subconta de que trata o caput, será computado na

mento ficou devidamente avaliado pelo seu valor justo. O crédito feito, na conta de ajuste de determinação do lucro real à medida que o ativo for realizado, mediante depreciação, amor-

avaliação patrimonial, permanecerá no patrimônio líquido até o momento da venda do in- tização, exaustão, alienação ou baixa, ou quando o passivo for liquidado ou baixado.

vestimento, sendo transferido para o resultado.

§ 2º O ganho a que se refere o § 1º não será computado na determinação do lucro real

Além de determinado em pronunciamento técnico, o art. 182, da Lei nº 6.404/76, faz caso o valor realizado, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou

tratativas quanto à classificação do ajuste a valor justo no Patrimônio Líquido: baixa, seja indedutível.

§ 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas § 3º Na hipótese de não ser evidenciado por meio de subconta, na forma prevista no

no resultado do exercício, em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de au- caput, o ganho será tributado.

mentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da

sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nessa Lei ou, em normas expedidas pela Comis-

são de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3º do art. 177 desta Lei.

NOME DA DISCIPLINA 63
SÍNTESE SUMÁRIO

Nesse capítulo, foram apresentados o Ajuste a Valor Presente (AVP) e Ajuste a Valor Justo (AVJ). Esses ajustes foram introduzidos no Brasil,

a partir da adoção das normas internacionais de contabilidade.

A utilização do ajuste a valor presente e ajuste a valor justo torna a contabilidade mais transparente e fidedigna. O AVP tem por objetivo de-

monstrar o valor presente de um fluxo de caixa futuro, sendo aplicado para contas a pagar e a receber. O objetivo do AVJ é demonstrar o valor de

mercado de determinado ativo ou passivo, geralmente, aplicado em ativos mantidos para venda, títulos e valores mobiliários, teste de impair-

ment, ativos biológicos, dentre outros.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 64
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

1. A Lei 11.638/07 incluiu o tema Ajuste a Valor Presente (AVP), na


3. O Pronunciamento CPC 46 orienta que, na mensuração do valor
Lei 6.404/76. Sobre o AVP, assinale a alternativa correta:
justo, deve-se garantir:

a. o conceito de ajuste a valor presente é igual ao ajuste a valor


a. a negociação do ativo seja realizada em uma transação não
justo;
forçada entre os participantes do mercado de venda do ati-

vo;
b. a mensuração do valor presente deve ser aplicada no reco-

nhecimento inicial de ativos e passivos;


b. a entidade tenha a capacidade de vender o ativo, na data da

mensuração realizada, no mercado principal, para que não


c. elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo
invalide o fato contábil;
serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados

quando houver efeito relevante;


c. o valor justo seja contabilizado após a transação, corres-

pondendo ao valor que seria pago em caso de reposição;


d. ajuste a valor presente é o valor em que um ativo pode ser

negociado.
d. a entidade tenha verificado as restrições de uso ou de venda

do ativo, desconsiderando as características da localização


2. Que informações são necessárias para estipular o valor do ajuste
e condição do ativo.
a valor justo?

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 65
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

4. A mensuração de um ativo deve garantir que a negociação seja realizada em uma transação não forçada entre os participantes do mercado de

venda do ativo. Qual ajuste é utilizado nesse caso?

a. preço de mercado;

b. valor justo;

c. valor presente ;

d. valor atual.

5. Cite um caso de reconhecimento do ajuste a valor justo no resultado e um caso de reconhecimento no patrimônio líquido.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 66
REDUÇÃO AO VELOR
RECUPERÁVEL DE
ATIVOS (IMPAIRMENT)
Impairment: em inglês, significa deterioração.

67
SUMÁRIO

A convergência às normas internacionais trouxe alterações significativas na contabi- frido desvalorização. Se houver alguma indicação, a entidade deve estimar o valor recuperá-

lidade societária, principalmente na forma de avaliação do patrimônio das empresas, como vel do ativo. Independentemente de existir, ou não, qualquer indicação de redução ao valor

teste de recuperabilidade de ativos. O teste de recuperabilidade dos ativos (impairment) é recuperável, a entidade deve testar, no mínimo, anualmente, a redução ao valor recuperável

aplicado caso haja indícios de valores contabilizados superiores ao real e o seu reconheci- de um ativo intangível com vida útil indefinida, ou de um ativo intangível ainda não disponí-

mento é feito de forma imediata no resultado. vel para uso, comparando o seu valor contábil com seu valor recuperável.

Os procedimentos, formas de mensuração e todos os assuntos relacionados, estão dis- Esse teste de redução ao valor recuperável pode ser executado a qualquer momento, no

postos no CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de Ativos. Os ativos sujeitos ao im- período de um ano, desde que seja executado todo ano, no mesmo período. Ativos intangíveis

pairment são: imobilizado, intangíveis, imóveis quando não contabilizados pelo valor justo e diferentes podem ter o valor recuperável testado em períodos diferentes. Entretanto, se tais

ativos financeiros. ativos intangíveis foram inicialmente reconhecidos durante o ano corrente, devem ter a re-

dução ao valor recuperável testada antes do fim do ano corrente.

Existem dois indicadores de impairment, as fontes internas e externas. Fontes internas

incluem a obsolescência ou dano físico do ativo; mudanças significativas de como o ativo é RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS
usado, ou de como se espera usá-lo, incluindo a ociosidade e planos para descontinuar ou re-

estruturar o setor no qual ele é usado e o desempenho inferior ao esperado. O valor recuperável de um ativo é o maior valor entre o valor líquido de venda e o valor

de uso desse ativo.

As fontes externas incluem a redução significativa do valor de mercado de um ativo;

mudanças significativas na tecnologia do mercado ou do meio em que a entidade opera, como Valor líquido de venda (valor justo) e valor de uso de ativo são metodologias utilizadas

a mudança do gosto dos clientes, exemplo clássico ocorrido com a Kodak; e aumento na taxa para mensurar o valor dos ativos naquele momento.

de juros do mercado.

Considere o valor líquido de venda como o valor a ser recebido, levando em considera-

Conforme o CPC 01 (R1) - Redução ao Valor Recuperável de Ativos, a entidade deve ava- ção uma negociação normal entre as partes, deduzindo as despesas indispensáveis para que a

liar, ao fim de cada período de reporte, se há alguma indicação de que um ativo possa ter so- venda aconteça, como comissões, transportes, etc. O valor líquido de venda nada mais é que o

NOME DA DISCIPLINA 68
SUMÁRIO

valor justo do bem, conforme estudado no capítulo anterior. por impairment.

O valor de uso é o valor presente de caixa futuro estimado, que deve decorrer do ativo. Ele Em outras palavras, sempre que existir projeção de geração de caixa inferior ao valor em

é indicado na avaliação de máquinas fabricadas pela própria empresa e para bens intangíveis. que o ativo estiver registrado, a empresa deverá fazer a baixa dessa diferença.

Explicando um pouco mais sobre o valor em uso: ele é uma medida de fluxos de caixa fu- A perda por impairment é reconhecida imediatamente no resultado. Se essa perda es-

turos esperados, que devem ser auferidos de um ativo individual ou de uma unidade geradora tiver relacionada a um bem reavaliado, deve ser contabilizada como uma diminuição na re-

de caixa. Recomenda-se que um fluxo de caixa não seja superior a 5 anos. serva de reavaliação no Patrimônio Líquido.

O CPC 01 (R1) define unidade geradora de caixa como o menor grupo identificável de Se um ativo foi reavaliado para cima e ainda tenha saldo na reserva de reavaliação,

ativos, gerando entradas de caixa, que são, em grande parte, independentes das en- qualquer perda por impairment será reconhecida em outros resultados abrangentes, reduzin-

tradas de caixa de outros grupos de ativos. Logo, uma unidade geradora de caixa pode do o saldo remanescente de reavaliação. Caso o prejuízo for superior a uma sobra de avaliação

ser uma divisão, um estabelecimento comercial, uma unidade de negócio, uma linha anterior, o excesso será reconhecido no resultado.

de produção. A própria empresa é quem estabelecerá quais serão elas.

Após o reconhecimento de uma perda por impairment, a depreciação para os períodos

O valor em uso nada mais é que um Valor Presente Líquido (VPL) de fluxos de caixa futu- futuros, em relação ao ativo, será calculada com base no valor contábil revisado, deduzindo

ros. É o retorno que a empresa espera auferir através de um ativo ou de um conjunto de ativos. qualquer valor residual esperado sobre a vida útil remanescente do ativo.

Esse cálculo deve levar em consideração a estimativa dos resultados de exercícios futu- Máquinas e equipamentos 200.000,00

ros, perspectivas de possíveis variações nos montantes e o valor do dinheiro no tempo. (-) Depreciação (20.000,00)

Valor contábil 180.000,00

Se o valor recuperável de um ativo for inferior ao valor em que estiver contabilizado, (-) Perda Impairment (20.000,00)

deverá ser reduzido ao seu valor recuperável. Essa diferença é denominada como uma perda
Nova base para depreciação 160.000,00

NOME DA DISCIPLINA 69
SUMÁRIO

COMO É FEITO O TESTE DE IMPAIRMENT? • quando a empresa perceber uma redução no valor recuperável dos seus ativos, a fim de

ajustar seus valores no balanço patrimonial;

O teste de impairment é aplicado para verificar se o valor contábil registrado de um de-

terminado ativo tenha a capacidade de gerar receita através de sua venda ou de seu uso. Em • se a empresa for liquidada;

outras palavras, o teste avalia se os ativos da empresa estão com seus valores desvalorizados.

• quando houver depreciação acelerada;

Em que momento é necessário realizar esse teste?

• for verificada uma reestruturação, obsolescência ou venda parcial de ativos;

A lei 11.638/07, obriga empresas de grande porte, que tiveram ativo superior a 240 mi-

lhões, ou receita bruta superior a 300 milhões, em seu exercício anterior, a realizar o teste de • se a empresa apresentar desempenho em seu negócio diferente ao que foi projetado.

impairment anualmente.

Para fazer o teste, é preciso determinar o valor recuperável. Vamos imaginar que deter-

Por mais que a lei obrigue a sua realização, qualquer empresa poderá fazê-lo quando minada empresa tenha uma máquina com os seguintes valores registrados no seu patrimônio:

observar a ocorrência de alguns desses fatores:

Máquinas e equipamentos 400.000,00

(-) Depreciação acumulada (50.000,00)

Valor contábil líquido 350.000,00

Após o levantamento dos dados, para definir o valor recuperável, utilizaremos as duas

metodologias que descrevemos no início: valor líquido de venda (valor de mercado) e valor

líquido de uso (retorno à empresa).

NOME DA DISCIPLINA 70
SUMÁRIO

Aplicando a metodologia de valor líquido de venda, obtivemos os seguintes valores: Como o valor recuperável é inferior ao valor contábil, nesse caso, é necessário contabi-

lizar essa perda. O lançamento será dessa forma:

Preço de venda estimado 300.000,00

(-) Custos da venda (20.000,00) D – Despesa com perda por desvalorização (resultado)

Valor líquido de venda 280.000,00 C – Perda por desvalorização (redutora ativo imobilizado)

Valor: 70.000,00

Ao aplicarmos o valor líquido de uso, obtivemos:

No balanço patrimonial, essa operação ficará demonstrada conforme apresentação:

Receita de produção estimada 380.000,00

(-) Custos da receita estimada (170.000,00) Máquinas e equipamentos 400.000,00

Valor líquido de uso 210.000,00 (-) Depreciação acumulada 50.000,00

(-) Perda por desvalorização (impairment) 70.000,00

Lembram que falamos anteriormente que o impairment é o maior valor entre o valor lí-

quido de venda e o valor líquido de uso? Chegou a hora de colocarmos isso na prática. Nesse

exemplo, o maior valor é o valor líquido de venda R$ 280.000,00, e é com ele que trabalhare-

mos.

Com os valores apurados, o próximo passo é fazer a aplicação do teste, que se resume

em comparar o valor contábil com o valor recuperável.

Valor contábil líquido 350.000,00

Valor recuperável 280.000,00

Impairment – Perda 70.000,00

NOME DA DISCIPLINA 71
SUMÁRIO

Quando o teste for aplicado em alguma unidade geradora de caixa, compreenderá a

totalidade dos bens do ativo imobilizado que a compõe.

O artigo 15, da Lei 11.941/19, determina que essa despesa por desvalorização de ativo

imobilizado, não tem reflexo fiscal para fins de apuração do lucro real, não é uma despesa de-

dutível. Ela deverá ser adicionada à base de cálculo do IRPJ e da CSLL.

Pode acontecer do valor recuperável ser maior que o valor contábil? A resposta é sim!

Nesse caso, não se faz nada. Não é permitido fazer um ajuste de ativo imobilizado para cima.

Em determinadas circunstâncias, pode ocorrer do valor recuperável aumentar em testes

posteriores e o impairment ser revertido. Uma reversão de perda por impairment reflete um

aumento na receita estimada de um ativo, ou de um grupo de ativos. Não poderá haver recu-

peração (reversão) maior que o valor contábil da aquisição.

A empresa também deverá divulgar, em notas explicativas, as informações referentes

ao teste de impairment para cada classe de ativo. Na divulgação, deverá conter o montante das

perdas e reversões de perdas por desvalorização, reconhecido no resultado do período e em

outros resultados abrangentes.

NOME DA DISCIPLINA 72
SÍNTESE SUMÁRIO

Revisando esse conteúdo, podemos analisar que o ajuste atribuído à redução do valor recuperável de ativos altera significativamente o re-

sultado apresentado nas demonstrações contábeis das empresas. Em contrapartida, traz transparência nas informações apresentadas em relação

à realidade da empresa, possibilitando que os usuários da informação tenham acesso à situação real da empresa.

Sociedades de grande porte, com ativo total superior a 240 milhões, ou receita bruta superior a 300 milhões no exercício anterior, estão

obrigadas a aplicar o teste de recuperabilidade. Às demais empresas não obrigadas, é importante que os testes de impairment sejam efetuados

periodicamente, pois evitam um impacto maior se, em algum momento, a empresa precisar fazê-lo. O impairment pode ser utilizado como uma

forma de gerenciar o patrimônio.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 73
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

1. Em que momento deverá ser reconhecido o teste de impairment 4. A empresa Perfeita S/A possuía, em 31/12/2019, em seu ativo imo-

no resultado? bilizado, uma máquina extrusora de massas, com as seguinte in-

formações, após o reconhecimento da despesa de depreciação re-

a. A cada 10 anos, conforme sugerido pelo CFC. ferente ao exercício de 2019:

b. Quando os valores contabilizados de ativos imobilizados fo- Custo de aquisição: .................. R$ 100.000,00

rem superiores ao real. (-) Depreciação acumulada: ..... R$ 20.000,00

(=) Valor contábil do ativo: ...... R$ 80.000,00

c. Quando a empresa decidir vender um bem do ativo imobili-

zado. Ao realizar o teste de impairment, a empresa obteve as seguintes

informações:

d. Quando um ativo imobilizado for sucateado.

Valor líquido de uso: ................ R$ 72.000,00.

2. Cite casos em que é necessário o teste de impairment, mesmo sem Valor justo líquido de venda: .....R$ 50.000,00.

obrigação legal?

Ao elaborar as Demonstrações Contábeis, referentes ao exercício

3. Defina as metodologias utilizadas para aplicação do teste de im- de 2019, a Empresa Perfeita S/A:

pairment:

a. não fez nenhum ajuste (não reconheceu perda por impair-

ment);

b. reconheceu uma perda por impairment no valor de R$

8.000,00;

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 74
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

c. reconheceu uma perda por impairment no valor de R$ 28.000,00;

d. reconheceu uma perda por impairment no valor de R$ 30.000,00;

e. reconheceu uma perda por impairment no valor de R$ 50.000,00.

5. O CPC 01 (R1) determina que, independentemente da existência, ou não, de qualquer indicação de redução ao valor recuperável, a entidade

deve testar, no mínimo, anualmente, a redução ao valor recuperável de um ativo intangível com vida útil indefinida, ou de um ativo intangível

ainda não disponível para uso, comparando o seu valor contábil com seu valor recuperável. Essa citação é:

( ) Verdadeira

( ) Falsa

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 75
GANHO E PERDA DE
CAPITAL E RESERVAS
DE CAPITAL
Resultado não operacional e contribuições feitas pelos acionistas.

76
SUMÁRIO

Nesse capítulo, abordaremos um assunto muito importante dentro da Contabilidade

Societária, que são os ganhos e perdas de capital, bem como as reservas de capital.

Como o próprio nome sugere, ganho e perda de capital é quando se ganha ou se perde

valores no momento da alienação de um ativo, que pode ocorrer por venda, desapropriação,

na baixa por perecimento, obsolescência, exaustão ou desgaste. O ganho ou a perda represen-

ta a diferença entre essa alienação e o seu valor contábil na data da baixa. Quando a diferença

for positiva, ocorrerá o ganho; quando for negativa, ocorrerá a perda.

Essa diferença é contabilizada como resultado não operacional, dentro de um grupo es-
Perdas também podem ser definidas como o excesso de toda ou de uma parte do custo
pecífico no DRE.
dos ativos sobre as receitas respectivas, se existir, quando os itens forem vendidos, abando-

nados, parcial ou totalmente destruídos em consequência de sinistros, ou de alguma outra


Segundo Iudícibus (2009), um item deve ser reconhecido como receita quando é par-
forma, baixados (IUDÍCIBUS, 2009).
te do produto da empresa, quando pode ser medido, quando possui valor preditivo, ou valor

como feedback, e quando pode ser verificado com precisão. O reconhecimento do ganho de
Reservas de capital são valores recebidos pela empresa, mas que não transitam pelo
capital é semelhante ao da receita, exceto pelo fato de que os custos associados são compen-
resultado. São recebidos dos proprietários, sócios, acionistas ou de terceiros. Esses valores
sados imediatamente, produzindo um resultado líquido.
não têm relação com vendas ou prestação de serviços, por isso não devem ser lançados como

resultado. Não representam receitas, pois não existe, em contrapartida, a entrega de algum
No caso das perdas, os autores Hendriksen e Breda (1999) relatam que o reconhecimen-
bem ou prestação de serviço. As reservas de capital devem refletir, na sua essência, às contri-
to é feito quando fica evidente que os benefícios econômicos futuros, previamente reconhe-
buições realizadas por seus acionistas e que estejam diretamente relacionadas à formação, ou
cidos de um ativo, se reduzem ou desaparecem, ou uma obrigação é assumida ou aumentada,
ao aumento de capital.
sem benefícios econômicos correspondentes.

NOME DA DISCIPLINA 77
SUMÁRIO

Por não transitarem pelo resultado, não há tributação. Alguns exemplos são doações de • alienação de partes beneficiárias e de bônus de subscrição: são valores mobiliários que

terrenos recebidos, incentivos fiscais recebidos do governo, subvenções para investimentos e podem ser alienados;

outros recebimentos gratuitos que são destinados a aumentar a capacidade produtiva da em-

presa. • prêmio na emissão de debêntures: é a diferença entre o valor nominal das debêntures e

o valor pelo qual foram colocadas no mercado;

Os valores oriundos de ágio também fazem parte das reservas de capital na incorpora-

ção e na emissão de ações, como na alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. • doações e subvenções para investimentos: recebimento de doações de bens imóveis, mó-

veis ou direitos. Será registrado pelo valor de mercado e sua contrapartida será a conta

As reservas de capital são um conceito pouco utilizado no mundo. No Brasil, as reser- do respectivo bem em ativo imobilizado. Subvenções são aquelas concedidas pelo poder

vas de capital são formalmente determinadas pela Lei 6.404/76, que trata dos procedimentos público federal, estadual ou municipal, como incentivo ao desenvolvimento econômico

contábeis obrigatórios às sociedades anônimas. São acréscimos do patrimônio líquido utili- de determinada região.

zados para aumento de capital.

De acordo com o art. 200, da Lei 6.404/76, são várias as formas de aplicação das reser-

Conforme o parágrafo 1º, do artigo 182, da Lei 6.404/76, complementado pelas instru- vas de capital, podendo ser utilizadas nos seguintes casos:

ções 247/96 e 319/99, da Comissão de Valores Mobiliários, são contabilizados como reservas

de capital, os seguintes eventos: • para absorver os prejuízos. Vale lembrar que os prejuízos serão absorvidos pelas reser-

vas de lucro;

• ágio na emissão de ações: quando a parte do preço da emissão das ações, sem valor no-

minal, ultrapassar a importância destinada à formação do capital; • compra, resgate ou reembolso de ações;

• reserva especial de ágio na incorporação: é o ganho que resulta da aquisição do controle • resgate de partes beneficiárias.

de sociedade que venha a incorporar sua controladora;

• incorporação ao capital;

NOME DA DISCIPLINA 78
SUMÁRIO

• pagamento de dividendo cumulativo às ações preferenciais que tenham prioridade de Pelo lançamento de baixa da depreciação acumulada:

recebimento, desde que conste no estatuto social da empresa.

D – Depreciação acumulada de veículos (Ativo Não Circulante).

Os valores que compõem a reserva de capital não podem ser utilizados para pagamento C - Ganho ou perda de capital (Conta de Resultado) R$ 30.000,00.

de dividendos, devendo ser investidos permanentemente.

Pela alienação do bem:

REGISTROS DAS PARTICIPAÇÕES NO RESULTADO


D – Banco conta movimento (Ativo Circulante).

Aprenderemos como o ganho e a perda de capital são registrados no resultado. Utiliza- C - Ganho ou perda de capital (Conta de Resultado) R$ 35.000,00.

remos, como exemplo, uma venda de veículos. Na demonstração, a empresa teve um ganho de

capital, por essa venda, de R$ 15.000,00. Da mesma forma, demonstraremos como é feita a contabilização das perdas de capi-

tal. Utilizando os dados do exemplo anterior, vamos supor que a empresa efetue a venda desse
Veículos 50.000,00
mesmo veículo pelo valor de R$ 15.000,00.
(-) Depreciações de Veículos 30.000,00

Veículos 50.000,00
CUSTO CONTÁBIL 20.000,00
(-) Depreciações de Veículos 30.000,00
Valor da Venda 35.000,00
CUSTO CONTÁBIL 20.000,00
GANHO DE CAPITAL 15.000,00
Valor da Venda 15.000,00
Os lançamentos contábeis oriundos dessa transação, serão:
PERDA DE CAPITAL 5.000,00

Pela baixa do bem: Os lançamentos contábeis decorrentes dessa transação, serão:

D – Ganho ou perda de capital (Conta de Resultado). Pela baixa do bem:

C - Veículos (Ativo Permanente) R$ 50.000,00.

NOME DA DISCIPLINA 79
SUMÁRIO

D – Ganho ou perda de capital (Conta de Resultado).

C - Veículos (Ativo Permanente) R$ 50.000,00.

Pelo lançamento de baixa da depreciação acumulada:

D – Depreciação acumulada de veículos (Ativo Não Circulante).

C - Ganho ou perda de capital (Conta de Resultado) R$ 30.000,00.

Pela alienação do bem:

D – Banco conta movimento (Ativo Circulante).

C - Ganho ou perda de capital (Conta de Resultado) R$ 15.000,00.

Conforme a listagem de perguntas e respostas da Receita Federal do Brasil, “o resul-

tado não-operacional, ressalvadas as disposições especiais, será igual à diferença, positiva

(ganho) ou negativa (perda/prejuízo), entre o valor pelo qual o bem ou direito tiver sido alie-

nado ou baixado (baixa por alienação ou perecimento), e o seu valor contábil. Os resultados

não-operacionais, de todas as alienações ocorridas durante o período de apuração, deverão

ser computados englobadamente e, no respectivo período de ocorrência, os resultados posi-

tivos ou negativos integrarão o lucro real”.

Segue um exemplo de como fica demonstrada, no resultado, a alienação de um bem

do ativo imobilizado.

NOME DA DISCIPLINA 80
SUMÁRIO

CPV (800)

LUCRO BRUTO 200

DESPESAS (300)

PREJUÍZO OPERACIONAL (100)

RESULTADO LÍQUIDO NA VENDA


15
DE IMOBILIZADO

LUCRO LÍQUIDO 85

O art. 31, da Lei 12.973/2014, disciplina o ganho e a perda de capital, no que diz respeito

à sua tributação:

“Art. 31. Serão classificados como ganhos ou perdas de capital, e computados na de-

terminação do lucro real, os resultados na alienação, inclusive por desapropriação (§ 4o), na

baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaustão, ou na liquidação de

bens do ativo não circulante, classificados como investimentos, imobilizado ou intangível.

§ 1o Ressalvadas as disposições especiais, a determinação do ganho ou perda de capital

terá por base o valor contábil do bem, entendido o que estiver registrado na escrituração do

contribuinte, diminuído, se for o caso, da depreciação, amortização ou exaustão acumulada e

das perdas estimadas no valor de ativos”.

Conforme determina o Regime da Competência, o ganho ou perda de capital oriundo da

alienação de bens do ativo imobilizado será computado, no resultado do exercício e na determi-

nação do lucro real do período em que ocorrer a venda, independente do prazo de recebimento.

NOME DA DISCIPLINA 81
SÍNTESE SUMÁRIO

Nesse capítulo que acabamos de finalizar, podemos destacar o tratamento contábil dos lucros e perdas de capital de uma empresa. São re-

sultados líquidos oriundos da eliminação de um ativo, seja por alienação, deterioração, desgaste, dentre outros, e contabilizados no grupo de re-

sultado não operacional do demonstrativo de resultados.

Aprendemos sobre as reservas de capital, que é o dinheiro recebido pela empresa e que não transita pelo resultado. Esses valores se ori-

ginam dos acionistas e são utilizados apenas para investimentos, sem distribuição.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 82
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

3. Analise as afirmações e assinale a alternativa correta. As reservas

de capital são constituídas com valores recebidos pela empresa


1. A reserva de capital é representada por valores recebidos que tran-
e que não transitam pelo resultado. Elas poderão ser utilizadas
sitam pela empresa, no resultado. Essa citação está:
para:

( ) Certa
I. absorção de prejuízos que ultrapassem os lucros acumulados e

as reservas de lucros;
( ) Errada

II. resgate, reembolso ou compras de ações;


2. Qual é a alternativa que contempla uma reserva de capital?

III. incorporação ao capital.


a. ( ) Reserva legal.

a. Apenas a I.
b. ( ) Reserva de contingência.

b. Apenas a I e II.
c. ( ) Reserva de ágio na emissão de ações.

c. Apenas a II e III.
d. ( ) Reserva estatutária.

d. I, II e III.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 83
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

4. Conceitue ganhos e perdas de capital:

5. Após dois anos de uso, uma máquina adquirida por R$ 110.000,00 teve uma depreciação de 20% e foi vendida por 90.000,00. Nessa situação, a

empresa obteve como resultado não operacional:

a. uma perda de capital de R$ 4.000,00;

b. uma perda de capital de R$ 2.000,00;

c. um ganho de capital de R$ 20.000,00;

d. um ganho de capital de R$ 2.000,00.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 84
DIVIDENDOS
OBRIGATÓRIOS
E JUROS SOBRE
CAPITAL PRÓPRIO
São formas de remunerar os acionistas.

85
SUMÁRIO

Os dividendos obrigatórios são uma parte do lucro da sociedade que o acionista tem di- Conforme Ribeiro (2014), os juros sobre capital próprio “correspondem a uma impor-

reito de receber a cada exercício. São devidos a todos os acionistas, independente da sua clas- tância que a empresa paga a seu titular, sócio ou acionista como remuneração dos valores por

se, ordinária (ON – com direito a voto), ou preferencial (PN – sem direito a voto). É um bene- eles investidos na composição do capital da própria empresa”.

fício que a companhia concede a seus acionistas, pois adquiriram parte da companhia através

da compra de suas ações. É uma opção da própria empresa o pagamento de juros sobre capital próprio a seus acio-

nistas, como também pode ser realizado a qualquer momento, desde que atenda aos requi-

Conforme Hoss (2020) “a companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro sitos necessários.

líquido do exercício, de lucros acumulados e de reservas de lucro; e à conta de reserva de ca-

pital, no caso de ações preferenciais”. RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO

Os Juros sobre Capital Próprio (JCP) surgiram como uma forma das empresas reduzirem Vamos conhecer o que é necessário para que ocorra a apuração dos montantes dos divi-

os valores pagos de imposto de renda e contribuição social. A lei 9.249/95 eliminou toda e dendos obrigatórios e dos juros sobre capital próprio? Iniciaremos com o dividendo obriga-

qualquer forma de correção monetária das demonstrações contábeis. Com essa medida, para tório.

evitar um possível aumento na carga tributária das empresas, o governo criou o juro sobre o

capital próprio. Contabilmente, ele é tratado como despesa financeira; fiscalmente, como de- O dividendo obrigatório é uma obrigação das companhias determinada em lei. O per-

dutível da apuração de IRPJ e CSLL e, na parte societária, como distribuição de lucros. centual a ser distribuído a título de dividendos deverá estar estabelecido em estatuto e, caso

esteja omisso, a importância será determinada da seguinte forma:

As sociedades praticam essa operação como distribuição aos seus acionistas e imputam

ao dividendo obrigatório nos termos da legislação vigente. Por analogia, o tratamento con- • 50% do lucro líquido acrescido ou diminuído dos seguintes valores:

tábil dado ao JCP deverá ser o mesmo aplicado ao dividendo obrigatório. Isso significa que, o

valor retido a título de IRRF por obrigação tributária, não pode ser considerado no momento - valores destinados à constituição da reserva legal – art. 193, Lei 6.404/76;

de imputar o JCP ao dividendo obrigatório. É o que determina o art. 202, da Lei 6.404/76.

- valores destinados a reserva para contingência– art. 195, Lei 6.404/76.

NOME DA DISCIPLINA 86
SUMÁRIO

• Valores registrados em reserva de lucros a realizar (caso houver).

Quando o estatuto não determinar o percentual de distribuição dos lucros e a assem-

bleia geral deliberar a fim de introduzir norma sobre a matéria, o dividendo não poderá ser

inferior a 25% do lucro líquido ajustado. Essa previsão encontra-se no § 2º do art. 202, da Lei

6.404/76.

É comum a adoção do percentual de 25% de distribuição de lucros, pois quando a Lei das

S/A entrou em vigor, em 1976, o estatuto das companhias não tinha a previsão de percentual

de distribuição. As opções eram se enquadrar no percentual de 50%, ou reduzir o percentual

através de assembleia geral. Caso a empresa quisesse pagar um percentual menor que 25%,

daria o direito de retirada dos acionistas. Por isso, a opção por pagamento de dividendos, no

percentual de 25%, será determinado em assembleia geral.

As companhias constituídas após a Lei das S/A, em 1976, mesmo com a opção de pagar

um percentual menor que 25% se informado em estatuto, optaram em manter os 25% como

forma de disputar investidores.

Os dividendos se originam das contas de lucros acumulados, reservas de lucro e reservas

de capital (para ações preferenciais). São pagos no prazo de 60 dias da data em que for decla-

rado, salvo se deliberado de outra forma em assembleia geral.

Ao final do exercício, o lucro líquido apurado pela sociedade por ações será transferido à

NOME DA DISCIPLINA 87
SUMÁRIO

conta de lucros acumulados, e será realizada a distribuição dos lucros para as seguintes con- Destinações propostas 18.100.000,00
tas:
Dividendo obrigatório 4.525.000,00

Reserva Legal 900.000,00


• reservas de lucros;
Reserva de Lucro 6.675.000,00

• aumento de capital; Aumento de Capital 6.000.000,00

O reconhecimento do dividendo obrigatório é feito através do seguinte lançamento con-

• dividendos a pagar; tábil:

• outras reservas determinadas pela companhia. D – Lucros acumulados (PL).

C – Dividendos a pagar (PNC).

Suponhamos que a companhia Amanhã S/A, ao final do exercício de 2019, distribuiu

seus lucros aos acionistas. A companhia obteve um lucro líquido ajustado no valor de R$ Quando o dividendo obrigatório não for totalmente distribuído por falta de condições

17.900.000,00. Obrigatoriamente, constituiu a reserva legal de 5% sobre o lucro líquido. Em financeiras da companhia, naquele momento, deverá ser constituída uma Reserva de Lucros.

seu estatuto, não está determinado o percentual de distribuição aos acionistas, logo, o mon- A companhia deixa de pagar o dividendo, porém, efetua a apuração, apropriando, nessa re-

tante destinado aos acionistas é de 25% sobre o lucro líquido ajustado. Para esse exercício, a serva, em contrapartida da conta de lucros acumulados. Esses dividendos serão pagos no fu-

companhia decidiu aumentar seu capital em R$ 6.000.000,00, e o restante do lucro foi desti- turo, desde que não sejam absorvidos por prejuízos de exercícios seguintes.

nado a reserva de lucros. No estatuto, não constam outras reservas designadas às destinações
Agora que já entendemos sobre o reconhecimento e mensuração dos dividendos, co-
de lucros. A distribuição dos lucros de 2019 ficará da seguinte forma:
nheceremos essa matéria em relação aos juros sobre capital próprio.
Lucro Líquido 18.000.000,00
Realização da reserva de
100.000,00 O pagamento dos JCP fica sujeito à existência de lucros acumulados, ou de lucros, regis-
reavaliação
trados antes da dedução dos juros. Esse montante de lucros deverá ser duas vezes maior que o
Lucro Líquido Ajustado 18.100.000,00
valor dos juros a serem pagos ou creditados.

NOME DA DISCIPLINA 88
SUMÁRIO

Para a realização do cálculo dos juros sobre capital próprio a ser pago aos acionistas ou

sócios, é preciso determinar a base de cálculo a ser utilizada. Segundo a legislação tributária,

a base de cálculo é o valor total do Patrimônio Líquido existente no período imediatamente

anterior ao da remuneração, excluindo as contas de reservas de reavaliação e ajustes de ava-

liação patrimonial, caso houver. Essa regra vale para empresas tributadas no Lucro Real Anu-

al. Para empresas tributadas pelo Lucro Real Trimestral, a base será o Patrimônio Líquido do

último dia do trimestre anterior.

Exemplificaremos o cálculo do juro sobre capital próprio, tendo como base um Patrimô-

nio Líquido de R$ 5.000.000,00, com a seguinte composição:

Capital social: 3.500.000,00.

Reservas de lucros: 600.000,00.

Lucros acumulados: 900.000,00.

Com base no Patrimônio Líquido, aplica-se à taxa da TJLP referente ao período em que o

rendimento está sendo pago. Se o JCP estiver sendo pago no mês de outubro, deve-se utilizar

a TJLP de janeiro a outubro. Consideraremos, para fins de cálculo, que a TJLP do período seja

5%.

NOME DA DISCIPLINA 89
SUMÁRIO

Base para de Juros sobre Capital Próprio: 5.000.000,00. Se o beneficiário do recebimento for pessoa física, o rendimento será considerado ex-

Taxa de juros utilizada: 5%. clusivo na fonte, não tendo nova tributação.

Valor de Juros sobre Capital Próprio a pagar: 250.000,00.

Os lançamentos contábeis, referentes a esse cálculo, serão realizados da seguinte forma:

Sobre o valor a ser pago dos juros, incide Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) de

15%. Para efeito de apuração do Lucro Real e da base de contribuição social, a dedução da des- Pela apropriação do JCP:

pesa é feita pelo seu valor integral. Como vimos no início desse capítulo, os JCP são uma forma

das sociedades reduzirem o valor dos tributos IRPJ e CSLL. D – Despesa financeira R$ 250.000,00.

C – Juros sobre capital próprio a pagar R$ 212.500,00.

Essa previsão legal consta no Decreto nº 9.580/2018, que consolida as normas de tribu- C – IRRF a pagar R$ 37.500,00.

tação, fiscalização e arrecadação do Imposto sobre a Renda. Em seu art. 355, estabelece que a

pessoa jurídica poderá deduzir, para fins de apuração do lucro real, os juros pagos aos credi- Pelo pagamento:

tados a titular, sócios ou acionistas a título de juros sobre capital próprio.

D – Juros sobre capital próprio a pagar R$ 212.500,00.

A pessoa jurídica ,que recebe os JCP, deve contabilizar da seguinte forma: C – Bancos R$ 212.500,00.

• em conta de investimentos: quando avaliados pelo método de equivalência patrimonial Ao final do exercício, quando for levantado o valor total dos dividendos àquele período,

e se os juros ainda estiverem integrados ao patrimônio líquido da investida, ou se os ju- deverá ser descontado do montante a ser pago o valor dos juros sobre capital próprio, líquido

ros estiverem contemplados no montante pago pela aquisição do investimento; de IRRF. Utilizando o exemplo da distribuição do dividendo obrigatório, considerando o cál-

culo do JCP, demonstraremos um exemplo, imputando os juros sobre capital próprio ao divi-

• como receita financeira, nos demais casos, sujeita à incidência de impostos conforme a dendo.

sua tributação e com recuperação do IRRF.

NOME DA DISCIPLINA 90
SUMÁRIO

Lucro Líquido 18.000.000,00


Realização da reserva de
100.000,00
reavaliação

Lucro Líquido Ajustado 18.100.000,00

Destinações Propostas 18.100.000,00

Juros sobre capital próprio 212.500,00

Dividendo obrigatório 4.312.500,00

Reserva Legal 900.000,00

Reserva de Lucro 6.675.000,00

Aumento de Capital 6.000.000,00

Na prática, os juros sobre capital próprio trazem benefícios para ambos os lados, acio-

nistas e empresas. Os acionistas se sentem recompensados por receberem um valor extra,

antes mesmo de finalizar o exercício, e a empresa utiliza desse artifício para redução de im-

postos.

NOME DA DISCIPLINA 91
SÍNTESE SUMÁRIO

Ao término desse capítulo, aprendemos os juros sobre capital próprio, além de ser uma forma de distribuição de dividendos, é utilizado pe-

las empresas como uma despesa dedutível na apuração do IRPJ e CSLL. É um método contábil para a redução do pagamento de impostos.

Aprendemos também os dividendos, que é uma parte do lucro das empresas distribuído aos seus acionistas. Em regra geral, para fins de

distribuição, as empresas adotam o percentual mínimo de 25% do lucro líquido, que é o valor determinado pela Lei das S/A. A companhia poderá

adotar o seu próprio percentual, desde que estabelecido em estatuto ou designado em assembleia geral.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 92
EXERCÍCIOS SUMÁRIO

1. Sobre o valor dos juros sobre capital próprio incide IRRF de 15%.

Para efeito de apuração do Lucro Real e da base de contribuição

social, a dedução da despesa é feita pelo seu valor integral. Pode-

mos dizer que essa afirmação é:

( ) Verdadeira
4. O dividendo obrigatório é uma obrigação, das companhias, de-

terminada em lei. Quando o estatuto não determinar o percentual


( ) Falsa
de distribuição dos lucros e a assembleia geral deliberar a fim de

introduzir norma sobre a matéria, o dividendo não pode ser infe-


2. Explique como é feito o cálculo dos juros sobre capital próprio.
rior a 15% do lucro líquido ajustado. Essa citação está:

3. O _____ dos JCP fica sujeito à _____ de lucros acumulados ou


( ) Correta
de lucros, registrados antes da dedução dos juros. Esse montante

de lucros deverá ser ____ vezes maior que o valor dos juros a
( ) Incorreta
serem pagos ou creditados.

5. O que acontece quando o dividendo obrigatório não for totalmen-


a. ( ) cálculo, existência, quatro;
te distribuído por falta de condições financeiras da companhia?

b. ( ) cálculo, existência, dez;

c. ( ) pagamento, existência, duas;

d. ( ) pagamento, existência, três.

FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 93
GABARITO SUMÁRIO

CAP .1 CAP .3

1. Retornar ao subtítulo ‘Capital próprio e de terceiros’ 1. B)

2. Retornar ao subtítulo ‘Operações com ações’ 2. Verdadeiro.

3. V, V, V, V. 3. Retornar ao subtítulo ‘Arredamento mercantil’.

4. A) 4. Retornar ao subtítulo ‘Operações com opções’.

5. Retornar ao subtítulo ‘Operações com debêntures e outros títulos de créditos’ 5. F, V, V, V.

CAP .2 CAP .4

1. C) 1. b, c, a

2. C) 2. D)

3. B) 3. D)

4. Retornar ao subtítulo ‘Extinção’ 4. b, c, a

5. A) 5. Retornar ao subtítulo ‘Contingências passivas’

NOME DA DISCIPLINA 94
GABARITO SUMÁRIO

CAP .5 CAP .7

1. C) 1. Errado

2. Retornar ao subtítulo ‘Reconhecimento e mensuração de ativos, passivos, receitas e 2. C)

despesas a valor justo’

3. D)

3. A)

4. Retornar ao início do capítulo.

4. B)

5. C)

5. Retornar ao subtítulo ‘Reconhecimento no resultado ou no patrimônio líquido’

CAP .8
CAP .6
6. Verdadeira

1. B)

7. Retornar ao subtítulo ‘Reconhecimento e mensuração’


2. Retornar ao subtítulo ‘Como é feito o teste de impairment?’

8. C)
3. Retornar ao subtítulo ‘Reconhecimento e mensuração do valor recuperável de ativos.’

4. B) 9. Incorreta

5. Verdadeiro
10. Retornar ao subtítulo ‘Reconhecimento e mensuração’

NOME DA DISCIPLINA 95
REFERÊNCIAS SUMÁRIO

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NOME DA DISCIPLINA 96
REFERÊNCIAS SUMÁRIO

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