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Passagens textuais referentes ao tempo - Memorial do

convento
Editora do livro de referência: Porto editora (edição de 09-2014)

Tempo diegético (ou tempo da história) :

➔ “Apenas há seis anos aconteceu, em mil setecentos e cinco” - pág


26 cap II ( mostra que o ano é 1711)

➔ “(...) dezassete de novembro deste ano da graça de mil


setecentos e dezassete(...)” - Pág 144 cap XII (dia onde se deu a
benção da primeira pedra do convento)

➔ “(...) por agora vai a procissão em meio, sente-se o calor da


manhã adiantada, oito de junho de mil setecentos e dezanove
(...)” - pág 167 cap XIII ( data da procissão do corpo de Deus onde
blimunda vai recolher vontades)

➔ “(...) morreu o Padre Bartolomeu Lourenço, Diz-se que foi no dia


dezanove de novembro(...)” - Pág 246 cap XVII

➔ “Desde que na vila de Mafra, já lá vão oito anos, foi lançada a


primeira pedra da basílica” - pág 251 cap XVIII ( mostra que o ano
da ação recorrente se passa em 1725, tendo em conta que a benção
da pedra ocorreu em 1717)

➔ “Dezasseis anos passaram desde que a vimos pela primeira vez”


pág 295, Cap XX (a primeira vez que se viu blimunda foi no auto de fé
em 1711- mostra que o tempo recorrente da ação é 1727)

➔ “Durante todos estes anos, onze já vão vencidos” pág 317, Cap XXI
(mostra que o tempo recorrente da ação passa-se em 1728 uma vez
que se passaram onze anos desde o início da construção do convento
em 1717)
➔ “(...) os casamentos estão feitos desde mil setecentos e vinte e
cinco(...) “ pág 331 Cap XXII

➔ “(...) tantos anos de trabalho, treze(...)” ( tempo que demorou a


construção do convento de Mafra) pág 367 Cap XXIII

➔ “nos primeiros dias deste mês de janeiro de mil setecentos e


vinte e nove” - pág 334 Cap XXII ( quando se deu o início da viagem
até Espanha para trocar as princesas e se realizarem os respectivos
casamentos)

➔ “Repetia um itinerário de há vinte e oito anos”- pág 399 Cap XXV


(demonstra que a ação decorre durante 28 anos)

Tempo do discurso

Analepses:

➔ “Tanto mais que convento em Mafra o anda a querer a ordem de


S. Francisco desde mil seiscentos e vinte e quatro, ainda estava
rei de Portugal um Filipe espanhol (...)” - pág 26 cap I

➔ “(...) desde mil seiscentos e quarenta, durante mais de oitenta

anos metidas em tribunais as duas casas (...)” - pág 208 cap XVI

➔ “(...) se fosse o mar peixes, que formoso sermão se teria repetido

aqui (...) “ - pág 253 cap XVIII ( referência ao Sermão de Santo António
aos Peixes do Padre António Vieira publicado em 1682)

➔ “(...) os casamentos estão feitos desde mil setecentos e vinte e


cinco(...)” - pág 331 Cap XXII
Prolepses:

➔ “(...) os capelães de varas levantadas e molhos de cravos nas


pontas delas, ai o destino das flores, um dia as meteram nos
canos das espingardas (...) “ - pág 168 Cap XIII ( antevisão do 25 de
abril)

➔ “(...) não estará vivo daqui a cem anos para ouvir a primeira

sinfonia do homem, erradamente chamada Nona (...)” pág 195


Cap XV (previsão da nona sinfonia de Beethoven composta em 1824)

➔ “(...) para vir o cinema ainda faltam duzentos anos (...)” - pág
240-41 Cap XVII

➔ “(...) daqui a dez anos morrerá e será sepultada na igreja do

Santo André (...)” - pág 246 Cap XVII (previsão da morte de manuela
xavier, filha da viscondessa )

➔ (...) este tal foi o infante D. Henrique , consoante o louvará um

poeta por ora ainda não nascido (...)” pág 249 Cap XVIII ( referência
a Fernando Pessoa nascido em 1888 e à sua obra “Mensagem” onde
louvará o Infante.)

➔ (...) e quando um dia se acabarem palmos e pés por se terem


achado metros na terra (...)” pág 270 Cap XIX ( antevisão do uso de
metros como unidade de medida, fenómeno que se iniciou a partir de
1889)
➔ “(...) Álvaro Diogo, precisamente para toda a vida, porém curta,

que em breve tempo cairá duma parede aonde não tinha que
subir (...) Quase trinta metros de altura será a queda, e dela
morrerá, e esta Inês Antónia, por ora tão orgulhosa de que goza
o seu homem, tornar-se-á numa viúva triste (...)” -pág 366 Cap
XXIII

Passagem textual que possui uma prolepse e analepse simultaneamente:

“(...) e pode gabar-se da sorte, que há mil anos, se calhar, ainda não se
fabricavam ganchetas a fazer de mãozinha, como será daqui a outros
mil.” - pág 231 Cap XVII

Elipse
➔ “(...) meses inteiros se passaram desde então, o ano já é outro(...)”
pág 79 Cap VIII
➔ “Durante nove anos, Blimunda procurou Baltasar.” - pág 395 Cap
XXV

Tempo psicológico
➔ “(...) foi como se o tempo tivesse desandado para trás , talvez
pareça impossível, mas há momentos em que um soldado
retirado do serviço pode sentir saudades até da guerra(...)” pág
235 Cap XVII (quando as barracas para os trabalhadores na
construção em mafra relembram Baltasar da guerra e ele sente que o
tempo recuou)
➔ “Recostou-se a princesa nas almofadas, pensativa (...). Agora
mesmo se lembrou de que, afinal, nunca foi a Mafra, que
estranha coisa, constrói-se um convento porque nasceu Maria
Bárbara, cumpre-se o voto porque Maria Bárbara nasceu, e
Maria Bárbara não viu, não sabe, não tocou (...)” - pág 349 Cap
XXII ( Em consequência do longo tempo da viagem da família real até
Espanha, para se dar a troca das princesas para os casamentos,
Maria Bárbara torna-se pensativa, demonstrando assim a sua própria
vivência do tempo)

➔ “ O tempo às vezes parece não passar, é como uma andorinha

que faz o ninho no beiral, sai e entra, vai e vem, mas sempre à
nossa vista, julgaríamos, nós e ela, que iríamos ficar assim a
eternidade, ou metade dela, o que já não seria mau.” - pág
364-365 Cap XXIII

➔ “(...) porventura tudo será obra da imaginação, fruto da hora e


lugar, de sabermos que o bem não dura muito, não demos por
ele quando veio, não o vimos quando esteve , damos-lhe pela
falta quando partiu (...)” - pág 372 Cap XXIII (última vez que
blimunda esteve com baltasar antes de ele desaparecer)

➔ (...) não tardou que o espaço e o tempo deixassem de ter

significado, tudo se media em manhã, tarde, noite, chuva,


soalheira, granizo, névoa e nevoeiro (...)” pág 398 Cap XXV (vivência
temporal de blimunda durante os 9 anos em que procurou Baltasar)
Tempo histórico

➔ Reinado de D. João V : “ D. João, quinto de seu nome na tabela


real, irá esta noite ao quarto de sua mulher, D. Maria Ana Josefa,
que chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à
coroa Portuguesa” - pág 9 Cap I

➔ Inquisição: “(...) Padre Bartolomeu Lourenço, de que é que tem


medo, (...) Do Santo Ofício(...)” - pág 210 Cap XVI

➔ Absolutismo: “(...) Deve-se a construção do convento de Mafra ao


rei D. João V, por um voto que fez se lhe nascesse um filho, vão
aqui seiscentos homens que não fizeram filho nenhum à rainha e
eles é que pagam o voto, que se lixam, com perdão da
anacrónica voz.” (crítica ao absolutismo) pág 283 Cap XIX

Passagem do tempo através do envelhecimento das personagens:


➔ Quando Blimunda e Baltasar se conheceram tinham 19 e 26
anos, respetivamente. “E vossemecê, que idade tem, e Baltasar
respondeu, Vinte e seis anos.” (pág 43 capIV); “ Que idade tens,
perguntou Baltasar, e Blimunda respondeu, Dezanove anos (...)”
(pág 59 capV)

➔ Quando Blimunda e Baltasar conheceram Domenico Scarlatti


tinham 28 e 35 anos, respetivamente. “(...) eu e Baltasar temos a
mesma idade, trinta e cinco anos (...) e Blimunda, que idade tem,
Tenho vinte e oito (...)” ( pág 185, Cap XIV)

➔ Baltasar desapareceu com a passarela com 45 anos. “ (...)


alguém de quarenta e cinco anos quando o deixámos além do
Monte Junto, quando subiu aos ares, para sabermos a idade que
vai tendo basta acrescentar-lhe um ano de cada vez, por cada
mês tantas rugas, por cada dia tantos cabelos brancos.” (pág
398 Cap XXV)
➔ Quando Baltasar morreu queimado tinha 54 anos e Blimunda
tinha 47 anos. “(...) repetia um itinerário de há 28 anos.” (pág
399, Cap XXV)

➔ D. João V no início da narrativa ainda não tinha 22 anos. “ (...) um


homem que ainda não fez vinte e dois anos (...)” ( pág 10, Cap I)

➔ No dia da sagração do convento, no dia 22 de outubro de 1730, o


Rei D. João V fez 41 anos, tendo em conta que : “(...) Em mil
setecentos e quarenta terei cinquenta e um anos(...)” (pág 322,
Cap XVI)
Tempo litúrgico:

➔ “Correu o entrudo(...) vai sair a procissão de penitência(...)”


pág 30 cap III
➔ “(...) sabem que a quaresma não existe e o mundo está
felizmente louco desde que nasceu(...)” pág 33 Cap III
➔ “(...) É Quinta-Feira de ascensão (...)” pág 34 Cap III

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