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TÉCNICO EM

ELETROELETRÔNICA

Eletromagnetismo

Disciplina de Eletromagnetismo
Professor Tarcísio Pollnow Kruger
tarcisiokruger@gmail.com – tarcisio.kruger@ifsc.edu.br

Itajaí – SC
2016
TÉCNICO EM
ELETROELETRÔNICA

Sumário
• Introdução;
• Campo magnético criado por corrente;
• Fio retilíneo;
• Espira única;
• Solenoide;
• Fios Esmaltados;
• Formas de magnetização e desmagnetização;
• Aplicações práticas
TÉCNICO EM
ELETROELETRÔNICA

Sumário
No Capítulo 1 mostrou-se a relação que existe entre a eletricidade e
o magnetismo. As descobertas sobre a interconexão entre os fenômenos
da eletricidade e o magnetismo, possibilitaram o enunciado da seguinte lei
relacionando a eletricidade e o magnetismo.

Todo condutor percorrido por corrente elétrica


produz um campo magnético.
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Introdução

Revisão de conceitos:

Corrente elétrica: Movimento ordenado de cargas elétricas.


TÉCNICO EM
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Introdução

Revisão de conceitos:
Representação de vetores:

Entrando no plano
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Introdução

Serão vistas, a seguir, as diversas relações qualitativas e


quantitativas entre a corrente elétrica e o campo magnético que ela
produz nas suas proximidades. Para as diversas configurações do fio que
conduz a corrente há uma análise particular.
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Campo magnético criado por corrente elétrica

Campo magnético de um fio retilíneo:

Um fio retilíneo que é atravessado por corrente elétrica produz ao


seu redor um campo magnético com linhas de força circulares e
concêntricas com o condutor. Isto pode ser observado com uma bússola
ou com a experiência das limalhas de ferro. O sentido das linhas de força
depende do sentido da corrente no condutor. Estabeleceu-se uma regra
para descobrir o sentido das mesmas.
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Campo magnético criado por corrente elétrica

Campo magnético de um fio retilíneo:

Regra da mão direita para condutores

Agarra-se o condutor com a mão direita de forma que o polegar


fique apontando no sentido da corrente. Assim os outros quatro dedos
indicarão o sentido das linhas de força ao redor do condutor. Esta regra
também é aplicada a pequenos trechos de um condutor curvo.
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Campo magnético criado por corrente elétrica

Campo magnético de um fio retilíneo:

Regra da mão direita para condutores


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Campo magnético criado por corrente elétrica

Campo magnético de uma espira:

Nota-se que um fio retilíneo produz um campo magnético muito


fraco em comparação com a quantidade de corrente circulante. Para
aumentar o efeito magnético é necessário concentrá-lo em pequena
região do espaço. A primeira providência é formar uma volta com o
condutor formando a chamada espira.
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Campo magnético criado por corrente elétrica

Campo magnético de uma espira:

Aplicando-se a regra da mão direita a cada pequeno pedaço da


mesma verifica-se que os sentidos das linhas de força de cada trecho são
coincidentes no interior da espira, tornando o campo mais intenso nesta
região.
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Campo magnético criado por corrente elétrica

Campo magnético de uma bobina:

Esta forma de acomodação das espiras é muito comum e é capaz de


produzir fortes campos magnéticos, dependendo do número de espiras
enroladas. Aplicando-se a regra da mão direita a cada trecho do condutor,
percebe-se que entre as espiras vizinhas há a anulação do campo, porém,
no interior da bobina, há concordância dos campos magnéticos de todos
os trechos de condutor.
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Campo magnético criado por corrente elétrica

Campo magnético de uma bobina:


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Campo magnético criado por corrente elétrica

Campo magnético de uma bobina:

Observando-se o sentido do campo resultante pode-se estabelecer


outra regra da mão direita aplicável a bobinas de um modo geral.
Regra da mão direita para bobinas
Agarra-se a bobina com a mão direita com os quatro dedos
indicando o sentido da corrente na mesma, com isto o polegar estará
indicando o sentido das linhas de força no interior da bobina.
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Campo magnético criado por corrente elétrica

Campo magnético de uma bobina:

Regra da mão direita para bobinas


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Intensidade de campo magnético e


permeabilidade magnética
Os fenômenos magnéticos são, de modo geral, proporcionais a uma
grandeza muito importante: a indução magnética B. O conhecimento do
valor da indução, é portanto, indispensável na maioria dos problemas. As
formas de obtenção de uma indução magnética são as seguintes: através
de ímãs permanentes e através de corrente elétrica.
Por questões didáticas, o estudo quantitativo, será restringido
apenas ao caso de produção de campo magnético por corrente elétrica.
A indução magnética (B), depende basicamente de duas grandezas a
serem definidas: Intensidade de Campo magnético (ou campo Indutor) (H)
e a permeabilidade magnética (µ).
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Intensidade de campo magnético


Considere-se que no circuito magnético abaixo seja possível inserir
um gaussímetro para medir a indução (densidade de linhas) no núcleo.
Aumentando-se a tensão aplicada na bobina, que produz um aumento de
corrente, o gaussímetro mostra um crescimento na indução magnética.
Portanto, a indução depende da corrente que circula pela bobina.
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Intensidade de campo magnético


Considere-se agora que a bobina utilizada é substituída por outra
bobina com maior número de espiras. Ajustando-se a tensão da fonte para
que a corrente permaneça com a mesma intensidade do experimento
anterior, observa-se que o gaussímetro acusa maior indução. Portanto, a
indução também depende do número de espiras.
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Intensidade de campo magnético


Um terceiro experimento pode ser feito comparando dois circuitos
com as seguintes características:
• ambos núcleos de mesmo material (mesmo tipo de ferro);
• ambos núcleos com mesma seção transversal;
• ambas bobinas idênticas;
• ambas bobinas percorridas pela mesma corrente;
• ambos núcleos têm mesmo formato, porém com comprimentos
diferentes.
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Intensidade de campo magnético


Usando-se um gaussímetro em cada circuito magnético, observa-se
que no núcleo de menor comprimento (circuito 2) a indução magnética é
maior. Isto acontece porque existe um menor trecho de ferro para ser
magnetizado, o que dá à bobina um maior poder magnetizante. Para
quantificar o poder magnetizante de uma bobina criou-se a grandeza
denominada intensidade de campo indutor (H) que é dada por:
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Intensidade de campo magnético


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Intensidade de campo magnético


Desta forma pode-se definir a intensidade de campo magnético
indutor.
Definição: A intensidade de campo indutor (ou campo magnético)
(H) é um vetor cujo módulo é a razão entre as ampère-espiras
magnetizantes e o comprimento do caminho a ser magnetizado e cujo
sentido é o mesmo das linhas de força.
Observações:
• O sentido de H é dado pelas regras da mão direita já vistas;
• O comprimento do circuito magnético depende da geometria do
mesmo.
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Intensidade de campo magnético


Exemplo: Calcular a intensidade de campo indutor para o circuito 1
e para o circuito 2 da figura abaixo que têm comprimentos médios de,
respectivamente, 20 cm e 10 cm. Considere que ambas bobinas possuem
200 espiras e são percorridas por 1 A.
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Permeabilidade magnética
Nas análises anteriores não se levou em consideração a influência
do tipo de material usado para o núcleo. A partir de agora esta situação
será estudada tomando-se como referência o circuito magnético da figura
abaixo.
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Permeabilidade magnética
Alimentando-se a bobina com uma fonte CC ajustável, e
aumentando-se gradativamente a tensão aplicada, ocorre um aumento da
corrente que circula pela bobina (I=V/R). Este aumento da corrente produz
um aumento na intensidade do campo indutor (H = NI/l) que, por sua vez,
provoca um aumento da indução no núcleo.
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Permeabilidade magnética
A forma como o núcleo magnético responde à variação do campo
indutor depende do tipo de material utilizado e é representada
graficamente através da “Curva de Magnetização”.
As figuras a seguir mostram as curvas de magnetização do ferro
fundido doce e do aço fundido.
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Permeabilidade magnética
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Permeabilidade magnética
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Permeabilidade magnética
Nos pontos iniciais da curva o crescimento do campo indutor é
acompanhado de um crescimento praticamente proporcional da indução.
Por outro lado, nos pontos finais, o crescimento do campo indutor
praticamente não produz crescimento na indução devido à saturação
magnética (ordenação de praticamente todos os ímãs elementares).
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Permeabilidade magnética
Analisando as curvas de magnetização do ferro fundido doce e do
aço fundido observa-se que para um mesmo campo indutor obtém-se
maior indução no ferro doce do que no aço, ou seja, o ferro doce se
magnetiza mais facilmente do que o aço. A grandeza que leva em
consideração este fenômeno é denominada permeabilidade magnética.
Assim, pode-se definir permeabilidade magnética como a facilidade que o
material possui de se magnetizar e expressá-la matematicamente como:
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Permeabilidade magnética
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Permeabilidade magnética
Exemplo 2.2: Calcule a indução magnética e a permeabilidade do
aço fundido para os seguintes campos indutores:
a) H = 2000 Ae/m
b) H = 4000 Ae/m
c) H = 10000 Ae/m
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Permeabilidade magnética
Os resultados deste exemplo mostram que a permeabilidade
magnética do aço fundido depende da intensidade de campo indutor.
Quanto maior o campo indutor, menor é a permeabilidade, ou seja, mais
difícil é magnetizar o material. Este comportamento é apresentado por
todos os materiais magnéticos.
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Permeabilidade magnética
Os materiais não magnéticos possuem permeabilidade
aproximadamente constante e bem menor do que a permeabilidade dos
materiais magnéticos. Para efeito de cálculos, a permeabilidade dos
materiais não magnéticos é considerada a seguinte constante magnética:
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Permeabilidade magnética
Portanto, os meios não magnéticos como o ar, o alumínio e a
madeira entre outros possui permeabilidade 4πx10-7 H/m.
Em muitos casos, a permeabilidade é expressa em relação a
constante μ0 . Assim, define-se como permeabilidade relativa à relação
entre a permeabilidade do material e a constante magnética, ou seja:
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Permeabilidade magnética
Esta equação mostra que a permeabilidade relativa (μr ) é um
número (sem unidade) que indica quantas vezes a permeabilidade do
material (μ) é maior do que a permeabilidade dos materiais não
magnéticos (μ0 ).
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Permeabilidade magnética
Para materiais não magnéticos a permeabilidade relativa é
aproximadamente igual à unidade (μr ≈ 1) e para materiais magnéticos é
bem maior do que a unidade (μr >>1).
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Permeabilidade magnética
Assim se pode relacionar B, μ e H, considere que os seguintes
solenoides possuem o mesmo formato, mesmo número de espiras,
mesma corrente elétrica e mesmo comprimento.
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Permeabilidade magnética
Como N1=N2=N3; I1=I2=I3 e L1=L2=L3 H1=H2=H3, e como
μ1<μ2<μ3, tem-se queB1<B2<B3.
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Permeabilidade magnética
Exemplo: Uma fonte CC de 100V alimenta a bobina do circuito
magnético da figura abaixo, que tem 1000 espiras e resistência de 100Ω.
Calcule:
a) Corrente na bobina;
b) Campo indutor;
c) Indução magnética;
d) Permeabilidade absoluta e permeabilidade relativa;
e) Fluxo magnético.
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Permeabilidade magnética
Exemplo:
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
LEI DE AMPÈRE (SIMPLIFICADA): Dividindo-se uma linha de força
magnética em trechos, tem-se que o somatório dos produtos da
intensidade do campo magnético (H) pelo comprimento de cada trecho
(ΔI) é igual à corrente envolvida pela mesma.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético de um fio retilíneo ou muito longo:
Nas figuras abaixo, tem-se um fio retilíneo infinito ou muito longo
percorrido por uma corrente elétrica. Neste caso as linhas de força são
circulares e concêntricas com o condutor. O sentido de H e B é tangente às
linhas de força, de acordo com a regra da mão direita.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético de um fio retilíneo ou muito longo:
A intensidade de campo indutor é constante em módulo em todos os
pontos de uma dada trajetória. O valor da intensidade do campo indutor
pode ser obtida pela Lei de Ampère.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético de um fio retilíneo ou muito longo:
De acordo com a Lei de Biot-Savart pode ser deduzida uma equação,
que resulta em:
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético de um fio retilíneo ou muito longo:
Aplicando a Lei de Ampère tem-se que ,

mas o somatório de todos os trechos do caminho a ser magnetizado


resulta no perímetro de uma circunferência e a corrente envolvida é a
própria corrente do condutor, assim,

o que resulta da mesma forma na equação


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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético de um fio retilíneo ou muito longo:
O valor de r é o raio da circunferência ou distância do condutor até o
ponto em análise.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético de um fio retilíneo ou muito longo:
A indução magnética depende do meio em que o campo magnético
se encontra, como visto anteriormente, B = μ.H, assim:

Assim, quando o condutor estiver num meio que seja ar ou vácuo:

Onde μ é a permeabilidade magnética do material e μ0 é a


permeabilidade magnética do vácuo.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético de um fio retilíneo ou muito longo:

Exemplo: Calcular a intensidade de campo magnético e a indução,


no ar, a uma distância de 12 mm do centro de um fio retilíneo com uma
corrente de 500 A.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um solenoide:
Num solenoide de “N” espiras percorrido por corrente, escolhendo-
se uma linha de força qualquer, tem-se que a corrente total envolvida é
“N” vezes a corrente da bobina.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um solenoide:
Pode-se afirmar que as linhas de força são concentradas em todo o
seu interior, porém na parte externa, como há grande área para o fluxo
distribuir-se, tem-se pequena concentração das linhas de força. Dessa
forma, a intensidade de campo magnético no interior do solenoide é
considerada constante e infinitamente maior que no exterior do
solenoide, dessa forma a intensidade de campo magnético no exterior do
solenoide é desprezada.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um solenoide:
Equacionando-se através da Lei de Ampère se obtém que

mas Ienvolvida = N.I e também que o somatório dos produtos de Hi.ΔI nada
mais é que o campo magnético do interior do solenoide multiplicado pelo
comprimento do interior mais o campo magnético do exterior do
solenoide multiplicado pelo comprimento do exterior. Assim
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um solenoide:

Mas Hext = 0, dessa forma


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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um solenoide:

Mas Hext = 0, dessa forma

Onde H é a intensidade de campo magnético (Ae/m), N é o número


de espiras (admensional), I é a corrente elétrica (A) e L é comprimento do
solenoide (m).
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um solenoide:

Para se encontrar a indução basta multiplicar a intensidade de


campo magnético pela permeabilidade magnética do material que
compõe o núcleo do solenoide.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um solenoide:

Quando o solenoide possuir núcleo de ar ou vácuo:

Onde μ é a permeabilidade magnética do material e μ0 é a


permeabilidade magnética do vácuo.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um solenoide:

Exemplo: Calcular a indução e o fluxo dentro de um solenoide de


seção circular, com núcleo de ar, cujo comprimento é 10 cm, o diâmetro
interno é 2 cm, o número de espiras é 1000 e a corrente é 10 A.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um toroide:

Uma bobina toroidal ou simplesmente um toroide é um solenoide


em forma de anel, como mostra a figura abaixo.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um toroide:

Os toroides são capazes de proporcionar a maior concentração das


linhas de campo magnético no seu núcleo, o qual é um caminho fechado
para as linhas. Este núcleo pode ser fabricado em qualquer material,
desde ar até materiais ferromagnéticos.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um toroide:

As seções transversais de um toroide podem ser circulares,


retangulares ou quadradas. Antes de se demonstrar matematicamente a
equação da intensidade de campo magnético de um toroide, é pertinente
estabelecer algumas definições relacionadas a esta nova geometria.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um toroide:

Os raios do toroide são definidos como um raio interno ri, um raio


externo re e um raio médio rm. No equacionamento da intensidade de
campo magnético é considerado o raio médio pois fornece o comprimento
médio a ser magnetizado pela linha de força, neste caso, o comprimento
médio é o perímetro da circunferência com raio rm.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um toroide:

A equação da intensidade de campo magnético é dada por:


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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um toroide:

Para se encontrar a indução basta multiplicar a intensidade de


campo magnético pela permeabilidade magnética do material que
compõe o núcleo do toroide:
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um toroide:

Quando o núcleo for de um material que seja ar ou vácuo:


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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em um toroide:

Exemplo: Um toroide de seção transversal quadrada tem 2000


espiras e um núcleo de ferro com permeabilidade relativa de µr = 1000. O
raio vale 10 cm e o raio externo vale 15 cm. Qual deve ser a corrente para
produzir uma indução de 1T no ponto médio do núcleo?
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em uma espira circular:

Um condutor em forma de espira circular quando percorrido por


corrente elétrica é capaz de concentrar as linhas de campo magnético no
interior da espira.
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em uma espira circular:

A densidade de campo magnético no centro de uma espira circular


pode ser calculado por:
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Relações entre corrente elétrica e intensidade


de campo indutor
Intensidade de campo magnético em uma espira circular:

Quando o núcleo for de um material que seja ar ou vácuo:


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Curva de magnetização e desmagnetização dos


materiais ferromagnéticos
Para cada tipo de material magnético existe uma curva que relaciona
a densidade de fluxo (indução) com a intensidade de campo magnético
(curva BxH). A curva é obtida a partir de incrementos da força
magnetizante (intensidade de campo H obtendo-se o resultado da
indução). Existe um ponto no qual incrementos da intensidade de campo
magnético em nada incrementam o valor da indução, neste ponto se diz
que ocorreu a SATURAÇÃO MAGNÉTICA do material.
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Curva de magnetização e desmagnetização dos


materiais ferromagnéticos
Existe uma variedade muito grande dessas curvas para um mesmo
material, em que o tipo de tratamento térmico modifica essa curva. Na
figura abaixo estão exemplificadas as curvas de magnetização de alguns
materiais.
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Histerese magnética
Considere-se uma bobina enrolada em um núcleo magnético. A bobina é
alimentada por uma fonte que permite variar o valor da corrente e inverter o seu
sentido. Neste ensaio supõe-se que o material é magneticamente virgem, ou seja,
nunca tenha sido magnetizado antes. Inicialmente aumenta-se a corrente na
bobina,aumentando o campo indutor (H). A indução vai crescendo segundo a
curva 0 - 1 até que seja atingida a saturação magnética quando todos os domínios
estão orientados.
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Histerese magnética
Reduz-se o campo indutor e a indução decresce, porém o retorno não
acontece sobre a linha original e sim segundo a linha 1-2. Quando o campo indutor
se anula (H = 0) ainda resta certa indução, ou seja, mesmo sem campo indutor
externo os ímãs elementares se mantêm parcialmente orientados. Define-se como
Indução Residual ou Remanente como sendo a indução que se mantém quando o
campo indutor é anulado.
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Histerese magnética
Para anular a indução residual deve-se inverter a corrente (aplicar um
campo indutor ao contrário) e ir aumentando gradativamente até que a indução
anule-se (B = 0). O campo indutor capaz de levar a indução residual a zero é
chamado de campo coercitivo ou força coercitiva ( Hc ).
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Histerese magnética
Aumentando-se o campo indutor (H) no sentido negativo chega-se à
saturação do material em sentido contrário (ponto 4).
Reduzindo-se a excitação da bobina magnetizadora a densidade magnética B
diminui até chegar ao ponto 5 (H = 0) sobrando uma indução residual Br negativa.
Para anular esta indução residual deve-se inverter o campo indutor e
aumentá-lo até alcançar Hc.
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Histerese magnética
Continuando-se a aumentar o campo indutor chega-se novamente à
saturação no sentido positivo.
Como se percebeu o valor da indução segue o valor do campo indutor H
com certo atraso, ou seja, quando H chega à zero B ainda não chegou, H atinge
valores negativos antes dos valores de B atingirem.
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Histerese magnética
De modo geral, quando o material não está magnetizado seus domínios
magnéticos estão dispostos de maneira aleatória. Porém, ao aplicar-se uma força
magnetizante, os domínios se alinham com o campo aplicado. Se invertermos o
sentido do campo os domínios também inverterão sua orientação. Ao inverter sua
orientação, os domínios precisam superar o atrito e a inércia. Ao fazer isto
dissipam certa quantidade de energia na forma de calor, que é chamada de PERDA
POR HISTERESE. Quanto maior a força coercitiva mais difícil se torna a
desmagnetização do material e, portanto, mais perdas ocorrem.
TÉCNICO EM
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Histerese magnética
Pode-se provar matematicamente que a área dentro do laço de histerese
representa as perdas histeréticas. Assim, para o trabalho com corrente variável
(ou alternada), é necessário que o laço seja o mais estreito possível para que as
perdas sejam o menor possível.
TÉCNICO EM
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Histerese magnética
Para redução dessas perdas deve-se usar material de baixa força coercitiva,
indução magnética baixa (material não saturado) e reduzir a frequência da
variação do fluxo (quando for possível).
A curva B-H dos materiais é que diferenciam as suas propriedades para
fabricação de ímãs e de eletroímãs.
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Histerese magnética
Os ímãs permanentes ideais devem ter alta coercitividade para que sejam
difíceis de serem desmagnetizados e alta remanência para que apresentem uma
boa indução de trabalho. Os ímãs reais dificilmente apresentam as duas
características completas juntas. Os materiais mais usados em ímãs permanentes
são: Aço com alto teor de carbono, Ferrite, Alnico, Samário- Cobalto, Neodímio-
Ferro-Boro.
TÉCNICO EM
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Histerese magnética
Para fabricar eletroímãs o importante é que a indução seja alta para
pequenos valores de H (alta permeabilidade) e que a coercitividade e remanência
sejam pequenas para que, quando a corrente seja extinta a indução residual
anule-se facilmente. O material ideal para eletroímãs deve ter, portanto, o laço de
histerese representando uma reta que passa pela origem e tenha grande
inclinação (grande permeabilidade).
TÉCNICO EM
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Histerese magnética
Para fabricação de eletroímãs são usados normalmente aço-doce e o aço-
silício. Estes materiais têm alta permeabilidade e pequena força coercitiva,
porém, possuem alta indução residual, o que não chega a ser um problema pois é
facilmente reduzida já que a força coercitiva é muito baixa.
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Fios esmaltados
Os fios usados para confecção de bobinas de motores, transformadores e
outros equipamentos eletromagnéticos são feitos de cobre ou alumínio e
revestidos por esmalte isolante. Alguns condutores podem possuir,
adicionalmente ao esmalte, uma cobertura de papel Kraft, algodão ou fibra de
vidro impregnada com diferentes tipos de vernizes.
Os materiais isolantes usados em dispositivos eletromagnéticos devem
ocupar pouco espaço e suportar temperaturas altas. Dependendo da temperatura
máxima suportada, existe uma classificação em classes de isolamento, segundo o
padrão IEC (International Electrotechnical Commission – Comissão Eletrotécnica
Internacional), que se apresenta na tabela a seguir.
TÉCNICO EM
ELETROELETRÔNICA

Fios esmaltados
TÉCNICO EM
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Fios esmaltados
Os condutores podem ter seção transversal circular, quadrada ou
retangular. Para pequenas seções usam-se, geralmente, fios circulares.
Os condutores esmaltados são acondicionados em carretéis com
pesos que vão desde frações de quilograma até mais de uma centena de
quilogramas. Ao contrário dos condutores para instalações elétricas, que
são vendidos por metro, os fios esmaltados são vendidos por quilograma.
No Brasil a seção dos fios é especificada de duas formas:
• Escala AWG ou B&S.
• Escala milimétrica.
TÉCNICO EM
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Fios esmaltados
Escala AWG
TÉCNICO EM
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Formas de magnetização
De um modo geral, para magnetizar uma peça deve-se submetê-la à
ação de um campo magnético externo, denominado genericamente de
campo indutor.
A seguir serão estudados dois métodos de magnetização:
• Método da bobina
• Método do atrito
TÉCNICO EM
ELETROELETRÔNICA

Formas de magnetização
Porém, antes de um estudo mais detalhado, é conveniente fazer uma
apresentação sucinta sobre os compostos de ferro.
O ferro puro tem um uso limitado devido ao alto custo, assim,
sempre existe uma percentagem de Carbono junto com o ferro. O ferro
doce (dúctil, dócil, flexível, elástico) é aquele que tem até
aproximadamente 0,36% de Carbono. O aço (duro) tem de 0,36% a 1,5%
de Carbono. O gusa tem mais de 2,5% de carbono. A quantidade de
Carbono afeta a retentividade do ferro. Quanto maior a quantidade de
Carbono presente no ferro, maior é a sua retentividade (capacidade de
reter o magnetismo).
TÉCNICO EM
ELETROELETRÔNICA

Formas de magnetização
Método da bobina
Para exemplificar este método, mostra-se na figura abaixo uma
chave de fenda que é magnetizada pela ação da corrente que passa pela
bobina. O campo magnético criado pela bobina ordena os ímãs
elementares da chave de fenda que, então, cria o seu próprio campo
magnético, denominado campo induzido.
TÉCNICO EM
ELETROELETRÔNICA

Formas de magnetização
Método da bobina
Executando o mesmo método em uma peça de ferro doce observa-
se que quando o campo indutor cessa o material fica praticamente
desmagnetizado. Isto ocorre porque o ferro doce tem baixa retentividade
e presta-se para construção de ímãs temporários.
TÉCNICO EM
ELETROELETRÔNICA

Formas de magnetização
Método do atrito
Atritando-se um ímã permanente com uma peça magnética também
se consegue ordenar os ímãs elementares e criar um campo induzido. As
observações do item anterior quanto ao tipo de ferro continuam válidas.
TÉCNICO EM
ELETROELETRÔNICA

Formas de magnetização
Método do atrito
Quando todos os ímãs elementares ficam ordenados de tal modo
que mesmo aumentando o campo indutor o campo induzido não
aumenta, o material atinge a saturação magnética. A saturação magnética
existe em qualquer material magnético qualquer que seja o método de
magnetização.
TÉCNICO EM
ELETROELETRÔNICA

Formas de desmagnetização

Pode ser obtida a desmagnetização de um material através de


vibração mecânica, com elevação de temperatura ou aplicação de um
campo magnético contrário (vide laço de histerese). Tanto com vibração
mecânica quanto com elevação de temperatura acontece uma agitação
interna que provoca o desalinhamento dos domínios magnéticos (ímãs
elementares). Existe uma temperatura para cada material na qual o
mesmo perde todas as suas propriedades magnéticas, devido às agitações
térmicas das moléculas. Esta temperatura é denominada PONTO DE
CURIE.
TÉCNICO EM
ELETROELETRÔNICA

Referências bibliográficas:
TAVARES, A. M., BRAUNSTEIN, S. H.. Apostila de Eletromagnetismo.
Curso de Eletrotécnica, Centro Federal de Educação Tecnológica de
Pelotas, 2005;
MUSSOI, Fernando. Fundamentos de Eletromagnetismo,
Departamento Acadêmico de Eletrônica, Centro Federal de Educação
Tecnológica de Santa Catarina, 2007.

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