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Mata de Encosta

A Mata Atlântica de Encosta é uma formação vegetal encontrada nas encostas da


Serra do Mar.
Enquanto o solo da Mata de Restinga, localizada na planície, origina-se da
deposição de sedimentos e possui uma pequena camada de matéria orgânica, o
solo da Mata de Encosta forma-se a partir da decomposição da rocha-mãe e
possui grande quantidade de matéria orgânica (serapilheira) sobre sua superfície.
Ela é caracterizada por grandes árvores, palmeiras (Palmito Jussara), orquídeas,
bromélias e samambaias. Ao observá-la de longe é possível perceber diferentes
tons de verde tingindo o relevo da serra.

Mata Atlântica de Encosta

A inclinação do terreno e a pouca profundidade do solo tornam bastante difícil a


fixação das árvores, que precisam ter raízes superficiais, fortes, entrelaçadas,
capazes de mantê-las em pé. Algumas árvores desenvolvem grandes raízes
tabulares.
A matéria orgânica em decomposição (húmus) no ambiente úmido fornece aos
vegetais grande quantidade de nutrientes, permitindo o desenvolvimento de
grandes árvores com dezenas de metros de altura.

Raízes tabulares

As copas dessas árvores de grande porte se tocam formando uma camada


(dossel) que impede que a luz solar alcance o solo.

Copas das árvores se tocam formando o dossel

Diversas plantas epífitas crescem sobre os troncos das grandes árvores em busca
de luz, assim como trepadeiras com raízes no solo enrolam seus ramos nos
troncos maiores para pegar um carona até a luz presente nas copas.
Vivendo nessas árvores encontramos macacos, tucanos, papagaios, gatos-do-
mato e diversos outros animais.

Assim como a praia arenosa, o costão rochoso é um ambiente localizado no


encontro dos oceanos com os continentes. Geralmente o costão aparece na ponta
das praias, onde acaba a faixa de areia.
Seu solo é rochoso, pobre em nutrientes, salgado e constantemente impactado
pelas ondas. Além disso a variação do nível da maré expõe as rochas ao ambiente
seco duas vezes ao dia, submetendo os habitantes do local ao risco de
desidratação.
Apenas algas marinhas e animais invertebrados conseguem sobreviver, aderidos
ao substrato ou escondendo-se das ondas e da insolação.

Costão rochoso
Essas características representam pressões seletivas que tornam a vida de seus
habitantes uma luta constante pela sobrevivência. Sobrevivem apenas os
organismos capazes de resistir ao impacto das ondas e ao calor do Sol.

Ação da maré e ondas sobre os organismos do costão

Partindo da água e caminhando em direção aos pontos mais altos e distantes da


água travessamos algumas regiões com características bastante distintas:
* Zona infra-litoral (ou Infra-marés) - É a região abaixo da linha das marés, sempre
coberta de água e habitada por organismos que necessitam estar sempre cobertos
de água.
* Zona meso-litoral (ou Entre-marés) - É a região que diariamente sofre com a
variação do nível do oceano (variação da maré). A ação da Lua e dos ventos faz
com que o nível do mar suba e desça duas vezes ao dia, expondo e cobrindo essa
faixa com a água salgada. É a região mais exposta ao movimento das ondas, o
que torna o ambiente extremamente agitado. O impacto das ondas é uma grande
pressão seletiva a ser enfrentada pelos habitantes ou visitantes do costão rochoso.
Além disso, as rochas podem atingir temperaturas elevadas como consequência
da exposição ao Sol.
* Zona Supra-litoral (ou Supra-marés) - É a região localizada acima do limite da
maré alta, raramente atingida pelas ondas. Nesse local a rocha é mais seco e
podem aparecer os primeiros organismos não aquáticos, como os líquenes.

Zonação vertical no costão rochoso

As rochas do costão são constantemente erodidas e desgastadas pela ação das


ondas, quebrando-se em pequenos grãos de areia que são levados pela água e
depositados na praia arenosa.
Seus principais habitantes são algas sempre cobertas pela água, cracas,
caramujos, ostras, mariscos, anêmonas, pepinos-do mar, poliquetos e outros
organismos marinhos.

Zonação horizontal e vertical no costão rochoso

Esses habitantes do costão apresentam diferentes características adaptativas que


lhes permitem sobreviver às pressões seletivas do local: conchas ou exosqueletos
resistentes, mecanismos de fixação às rochas, hábito de viver em locais abrigados
das ondas e do Sol, mecanismos de armazenamento de água durante a maré
baixa e outros.

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