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MZ Government Gazette Series I Dated 2023-04-25 No 79
MZ Government Gazette Series I Dated 2023-04-25 No 79
MZ Government Gazette Series I Dated 2023-04-25 No 79
Número 79
Artigo 6 Artigo 9
(Proibições da actividade farmacêutica) (Competências dos profissionais de farmácia)
3. Para os produtos, cuja concentração do princípio activo e) fotocópia do Bilhete de Identidade (BI) ou Documento
esteja na ordem de dosagem abaixo de 0.99 miligramas por de Identificação de Residência (DIRE), caso seja um
unidade posológica, não são permitidos lotes pilotos com requerente estrangeiro;
quantidades diferentes dos lotes industriais. f) registo criminal do requerente e do Director Técnico;
g) fotocópia do Certificado ou documento comprovativo das
Artigo 33 habilitações literárias do Director Técnico;
h) declaração de compromisso de honra do Director
(Comercialização) Técnico;
1. A comercialização dos medicamentos é condicionada i) fotocópia autenticada da Caderneta Profissional do
à observância de todas as etapas descritas anteriormente. Director Técnico;
2. O início da comercialização de produtos farmacêuticos j) fotocópia do despacho de autorização para trabalhar fora
das horas normais de expediente, se aplicável;
é feito mediante a autorização da ANARME, IP.
k) planta e memória descritiva das instalações se aplicável; e
3. O medicamento só deve ser comercializado com o prazo l) declaração das autoridades competentes, confirmando o
de validade aprovado no acto da concessão de Autorização endereço actualizado da empresa.
de Introdução no Mercado.
2. Sem prejuízo do previsto no número anterior, no caso de
Artigo 34 empresas importadoras, devem apresentar:
a) carta de representação emitida pelo fabricante e/ou
(Direcção técnica)
laboratório; e
1. O estabelecimento de produção não deve exercer a sua b) licença de importação emitida pelo ministério que
actividade sem o Director Técnico de forma efectiva e permanente. superintende a área da indústria e comércio.
2. Sempre que se justificar, os estabelecimentos de produção 3. O processo deve ser submetido à ANARME, IP, que
podem ter um ou mais farmacêuticos para coadjuvar o Director deve verificar a conformidade documental, de acordo com
Técnico, devendo-se comunicar a ANARME, IP. as disposições do presente Regulamento e demais legislação
3. Os estabelecimentos de produção, para além do Director aplicável.
Técnico, têm de integrar nos serviços, pelo menos, um técnico
Artigo 37
qualificado responsável pelo laboratório de controlo analítico.
4. O Director Técnico, referido nos números anteriores, (Direcção Técnica)
tratando-se de estabelecimento de produção, deve ser licenciado 1. A Direcção Técnica de estabelecimento de comércio a grosso
em farmácia ou ciências farmacêuticas com especialidade em deve ser assumida por um farmacêutico com experiência mínima
indústria farmacêutica ou semelhante, conferido pelas entidades de 2 anos na área farmacêutica.
competentes. 2. As empresas transportadoras estão isentas do previsto no
5. Sem prejuízo do disposto no número anterior, no caso de número anterior.
ausência de especialização em indústria farmacêutica, a Direcção SUBSECÇÃO I
Técnica pode ser assumida por um licenciado em farmácia ou
ciências farmacêuticas, com experiência mínima de 5 anos na Instalações
área farmacêutica, nomeadamente regulamentação farmacêutica,
fabrico de medicamentos, controlo da qualidade ou garantia da Artigo 38
qualidade. (Condições gerais e específicas)
6. As ausências do Director Técnico devem ser asseguradas por
um farmacêutico indicado para o efeito, devendo ser notificadas O estabelecimento de comércio a grosso deve:
à ANARME, IP. a) comprovar a sua capacidade técnica e operacional;
b) garantir a disponibilidade de instalações, equipamentos
Artigo 35 e aparelhos imprescindíveis para o exercício da
(Proibição de venda ao público) actividade;
c) dispor de condições adequadas à finalidade a que se
Os estabelecimentos de produção não devem vender os propõe;
produtos farmacêuticos directamente ao público. d) preparar o espaço ao redor das instalações, de modo a
SECÇÃO II
evitar a entrada de insectos e roedores e facilitar a
limpeza da empresa; e
Estabelecimento de comércio a grosso e) funcionar em instalações destinadas unicamente para fins
comerciais de produtos farmacêuticos.
Artigo 36
(Instrução do processo) Artigo 39
1. Para efeitos do licenciamento de um estabelecimento (Importadoras e distribuidoras)
de comércio a grosso, o requerente deve submeter a seguinte 1. Os estabelecimentos, que se dedicam à comercialização,
documentação: importação, exportação, armazenamento e distribuição de
a) requerimento com assinatura reconhecida pelo notário, medicamentos, vacinas, produtos biológicos, devem estar
dirigido ao Ministro que superintende a área da Saúde; localizados em locais seguros por forma a evitar a contaminação
b) fotocópia da certidão definitiva de registo do nome das mercadorias com o ambiente exterior, e contar com:
ou escritura, no caso de sociedade; a) compartimentos apetrechados com equipamento
c) estatuto da empresa; adequado ao armazenamento e conservação de acordo
d) declaração do NUIT da empresa; com o tipo de produto;
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b) instalações permanentemente em bom estado de 5. O referido no número 2 não é extensivo aos veículos
conservação, boas condições de higiene e possuir dedicados ao transporte de contentores.
sistema adequado de climatização; SUBSECÇÃO III
c) área de recepção, expedição ou aviamento de mercadorias
protegidas contra as variações de temperatura; Áreas, equipamentos e identificação
d) a área de recepção concebida e equipada de modo
Artigo 42
a permitir a limpeza adequada e embalagem
das remessas dos produtos a entrar na área de (Áreas obrigatórias)
armazenamento, se necessário;
1. As Empresas de Importação, Exportação, Armazenamento e
e) armazém com uma proporção de 1m 2 de área de Distribuição de medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de
armazenagem para 3m2 de superfície do solo para saúde, devem apresentar no mínimo, os seguintes compartimentos:
permitir o fluxo racional de pessoas e produtos;
f) armazém de acesso restrito e independente de quaisquer a) área de recepção/exposição dos produtos;
b) área administrativa incluindo gabinete do Director
outras áreas; e
Técnico;
g) armazém com iluminação e ventilação própria e
c) área de conferência e aviamento dos produtos;
adequada, de fácil acesso, e de forma a facilitar os d) área de armazenamento;
trabalhos de descarregamento e carregamento de e) instalações sanitárias;
mercadorias. f) copa/refeitório (sem ligação directa com as áreas
2. Os estabelecimentos de comércio a grosso podem ter do armazém); e
transporte próprio, de acordo com as boas práticas de distribuição g) utilidades, se aplicável.
ou contratar um transportador devidamente licenciado para 2. Constitui área de acesso restrito a descrita na alínea d)
o efeito. do número anterior.
Artigo 40 Artigo 43
(Estabelecimento de distribuição de medicamento) (Equipamentos)
1. Os estabelecimentos abrangidos por este Regulamento são 1. As farmácias do nível “A” são aquelas que prestam serviços
sujeitos à certificação das Boas Práticas. de dispensa de produtos farmacêuticos e manipulados, atenção
2. O certificado, referido no número anterior, tem a validade farmacêutica e realizam testes analíticos e clínicos.
de 2 (dois) anos renováveis por igual período, mediante 2. As farmácias do nível “B” são aquelas que dispensam
o pagamento da taxa de renovação. somente produtos farmacêuticos acabados e realizam os testes
analíticos e clínicos referidos no número anterior.
Artigo 48 3. As farmácias do nível “C” são aquelas que dispensam
produtos farmacêuticos acabados, não sendo permitido a estas,
(Manutenção de registos)
a realização dos testes referidos no número 1 e 2.
1. Os estabelecimentos devem manter os registos de toda a 4. Para os serviços mencionados nos números um, dois e três, as
documentação de importação e distribuição, nomeadamente: farmácias devem dispor de Procedimentos Operacionais Padrão,
de acordo com as directrizes aplicáveis.
a) Boletim de Inspecção de Especialidades Farmacêuticas
5. Opcionalmente, as farmácias podem funcionar 24 horas,
e Modelos de Libertação; devendo para tal assegurar a zona de recolhimento.
b) registos de produtos expirados, recolhidos e devolvidos; 6. A atenção farmacêutica nas farmácias, seja no sector público
c) recibos, facturas e notas de entrega; e ou privado, é definida, por uma regulamentação específica, pela
d) inventário. ANARME, IP.
2. Os demais registos ou documentos que a ANARME, IP,
Artigo 53
julgar relevantes.
(Testes analíticos e clínicos)
SUBSECÇÃO V
1. Os testes referidos no número 1 do artigo 52 são apenas
Transmissão de estabelecimento de comércio a grosso
para efeitos de auxílio na atenção farmacêutica e compreendem
Artigo 49 o seguinte:
a) aferição de pressão arterial;
(Trespasse) b) temperatura corporal;
1. O pedido de autorização de trespasse deve ser submetido c) índice de massa corporal; e
d) testes rápidos de glicémia capilar.
previamente à ANARME, IP, mediante requerimento com
assinatura reconhecida pelo notário. 2. O paciente deve ser referenciado a uma Unidade Sanitária,
caso se verifique alterações significativas nos parâmetros ou
2. Após o trespasse, ambos outorgantes devem comunicar
resultados dos testes analíticos e clínicos.
a ANARME, IP, no prazo de 30 dias, apresentando a certidão 3. A realização de outros tipos de testes, não previstos
de escritura e declaração de compromisso de honra do Director no número 1 deste artigo, é objecto de aprovação prévia
Técnico. pela ANARME, IP.
Artigo 50 Artigo 54
(Proibições de estabelecimentos de comércio a grosso) (Documentação)
1. Os estabelecimentos de comércio a grosso de medicamentos, O requerimento para abertura de farmácia deve ser acompanhado
vacinas, produtos biológicos e de saúde não devem vender os pelos seguintes documentos:
produtos farmacêuticos directamente ao público. a) curriculum vitae e certificado do farmacêutico ou do
2. Aos proprietários ou representantes de estabelecimentos técnico de farmácia proposto para assumir a Direcção
de venda a grosso, abrangidos pelo presente Regulamento, Técnica;
não devem ser proprietários ou ter participação em quaisquer b) declaração de compromisso de honra do Director
estabelecimentos autorizados a vender ou dispensar os Técnico;
c) certidão de registo de reserva do nome, emitida pela
medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de saúde para uso
Autoridade competente ou escritura de constituição
humano ao público. da sociedade;
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3. Quando o estabelecimento não tiver o medicamento 2. Compete ainda ao profissional de farmácia prestar outros
solicitado deve providenciar no sentido de obter o mais esclarecimentos e exercer outras actividades, no âmbito
rapidamente possível, se o cliente assim o desejar, sem que esse da assistência farmacêutica.
facto permita a cobrança de qualquer importância adicional.
Artigo 67
Artigo 63
(Medicamentos sujeitos à prescrição médica)
(Livre escolha de farmácia)
1. Os medicamentos, vacinas e outros produtos biológicos e de
1. São proibidas todas as práticas tendentes a contrariar o saúde para o uso humano só podem ser vendidos e dispensados
direito de livre escolha da farmácia pelo doente. ao público mediante apresentação de uma receita ou prescrição
2. Os estabelecimentos ou serviços de saúde, públicos ou medica.
privados, bem como os profissionais de saúde prescritores de 2. Exceptuam-se do disposto no número 1 os medicamentos,
medicamentos, não devem interferir na escolha dos utentes, vacinas e outros produtos biológicos e de saúde, classificados
sendo-lhes vedado, nomeadamente, canalizar ou angariar clientes como não sujeito à receita ou prescrição médica.
para qualquer farmácia. 3. A prescrição de medicamentos de controlo especial deve
3. O profissional de farmácia não pode angariar clientela por ser efectuada em modelo próprio.
processos ou métodos contrários à dignidade da profissão. 4. As farmácias estão igualmente proibidas de fornecer os
medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde para uso
Artigo 64 humano, cuja receita médica não cumpra com o disposto na
(Actos contrários ao exercício da profissão) legislação específica sobre as boas práticas de prescrição médica.
1. São considerados contrários à dignidade e à moral Artigo 68
profissional, todos os acordos ou convecções, que tenham por
(Normas especiais de dispensa)
fim especular sobre a saúde pública ou partilhar a remuneração
dos serviços farmacêuticos por terceiros. 1. A prescrição médica, nos termos do artigo anterior, só pode
2. São especialmente proibidos: ser dispensada uma vez, salvo indicação especial do prescritor,
a) a concessão de descontos, comissões, benefícios ou escrita por ele próprio na própria prescrição, determinando, por
bónus sobre os preços de medicamentos oficialmente extenso, o número de vezes ou a frequência com que pode ser
marcados ou a atribuição de dádivas tendentes aviada.
a conceder vantagem ao cliente, quando não sejam 2. Podem também ser dispensados medicamentos para serem
permitidas pelos regulamentos em vigor sobre usados por 90 dias ou 180 dias, para casos de doentes crónicos.
o respectivo comércio; e 3. Sempre que uma prescrição médica se destine a ser
b) as vantagens e facilidades, de qualquer natureza dispensada mais do que uma vez, o profissional de farmácia
concedidas a quem se dedique ao exercício ilegal deve, em cada aviamento a que proceda, observar o disposto no
da farmácia. número 1 do presente artigo e indicar na própria prescrição médica
o aviamento feito e a respectiva data, apondo-lhe o seu carimbo.
SUBSECÇÃO IV
Artigo 71 Artigo 76
(Acondicionamento de medicamentos) (Validade ou nulidade dos negócios jurídicos)
1. Os frascos, boiões, caixas e outros recipientes, em 1. Os negócios jurídicos, de que resulte transmissão de
que nas importadoras, farmácias e estabelecimentos de farmácia ou cessação da sua exploração, só produzem efeitos
produção de produtos farmacêuticos, se acondicionam os depois de passado o competente alvará pela ANARME, IP.
2. São nulos os negócios jurídicos celebrados, que contrariam
medicamentos, vacinas e outros produtos biológicos, devem estar
o disposto na Lei n.º 12/2017, de 8 de Setembro, que produzam,
convenientemente rotulados, limpos e ordenados. ou que possam produzir, um efeito idêntico ao que a Lei proíbe.
2. A obrigação referida no número anterior é extensiva a
quaisquer estabelecimentos que se dedique à venda de produtos SUBSECÇÃO VI
farmacêuticos. Do encerramento das farmácias
Artigo 72 Artigo 77
(Documentos) (Encerramento voluntário)
1. Os carimbos, rótulos, requisições e outros documentos da 1. Exceptuando o caso de força maior, nenhuma farmácia pode
farmácia devem conter o nome, localização da farmácia e o nome ser encerrada sem que o facto seja comunicado à ANARME, IP,
do Director Técnico. com antecedência mínima de 90 dias.
2. Quaisquer outras inscrições como títulos e funções que 2. Se o encerramento for lesivo ao interesse público, a
ANARME, IP, providenciará de modo a manter a farmácia em
tenham sido autorizadas.
funcionamento.
SUBSECÇÃO V
Artigo 78
Da transmissão das farmácias (Reabertura)
2. A Direcção Técnica, referida no número anterior, pode ter 5. Verificando-se inconveniente a ausência do Director
um número variável de farmacêuticos ajudantes, tendo em conta Técnico, nos termos do n.º 1, deste artigo, a ANARME, IP,
o volume de negócios e o número de técnicos de farmácia. Pode, pode determinar o seu regresso imediato ou o encerramento da
um dos farmacêuticos ajudantes, substituir o Director Técnico na farmácia, sem prejuízo das sanções a que possa ficar sujeito, pelos
sua ausência ou impedimento, factos ocorridos durante a sua ausência.
3. Enquanto o número de técnicos não o justificar, pode ser
Artigo 84
autorizado o exercício da Direcção Técnica, em tempo parcial
pela ANARME, IP, não devendo exceder mais do que duas (Ausências e impedimentos temporários)
direcções técnicas. 1. A ausência do Diretor Técnico por motivos de doença
4. O Director Técnico, em exercício na farmácia, bem ou outros impedimentos temporários deve ser comunicada
como os seus colaboradores que atendam o público, devem a ANARME, IP.
estar devidamente identificados, mediante uso de cartão de 2. O disposto no número anterior pode aplicar-se:
identificação contendo o nome, título profissional, número de
inscrição na ANARME, IP, e logotipo da farmácia. a) no caso de doença comprovada, que não exceda 120 dias; e
b) havendo outro motivo justificado, de carácter excepcional
Artigo 81 e até 30 dias.
(Deveres do Director Técnico)
3. Sem prejuízo da aplicação da pena a que haja lugar, a
ANARME, IP, cumpre apreciar a situação do Director Técnico,
Cabe ao Director Técnico: que estiver ausente da farmácia por mais de 120 dias seguidos
a) assumir a responsabilidade pela execução de todos os actos ou interpolados em cada ano civil, a fim de decidir se ele deve
farmacêuticos praticados na farmácia, cumprindo-lhe manter-se ou não na Direcção Técnica.
respeitar e fazer respeitar os regulamentos referentes ao
exercício da profissão farmacêutica e às boas práticas Artigo 85
de farmácia; (Requerimento)
b) prestar ao público esclarecimentos quanto ao modo
de utilização dos medicamentos, vacinas e outros 1. Compete à ANARME, IP, autorizar a função da Direcção
produtos biológicos e de saúde para uso humano, Técnica de qualquer farmácia.
principalmente tratando-se de tóxicos perigosos; 2. O profissional, que pretenda exercer a Direcção Técnica e
c) manter os medicamentos e substâncias medicamentosas assumir a responsabilidade pelo funcionamento de uma farmácia,
em bom estado de conservação, de modo a serem deve apresentar à ANARME, IP, um requerimento com assinatura
fornecidos nas devidas condições de pureza e eficácia. reconhecida, do qual constem os seguintes elementos:
d) promover para que, na farmácia, sejam observadas as a) identificação completa do requerente;
boas condições de higiene e de segurança; b) número de inscrição do profissional na ANARME, IP;
e) prestar a sua colaboração às entidades oficiais e promover c) nome da farmácia, sua localização e respectivo
as medidas destinadas a manter um aprovisionamento proprietário; e
suficiente de medicamento; vacinas e outros produtos d) declaração de que não exerce qualquer função
biológicos e de saúde para uso humano; e incompatível com as exigências legais respeitantes à
f) garantir que sejam cumpridas as boas práticas de farmácia; e direcção técnica da farmácia.
g) promover o uso racional dos medicamentos. 3. O requerimento, a que se refere este artigo, deve ser instruído
com a cópia reconhecida do bilhete de identidade, certificado
Artigo 82 do registo criminal, declaração do Bairro e atestado de aptidão
(Residência) física, como comprovativo de que não sofre de qualquer doença
que afecte o exercício da sua profissão.
1. O Director Técnico deve residir na localidade onde 4. Em caso de deferimento, a ANARME, IP, vai emitir
se encontra instalada a farmácia. uma comunicação de despacho, a qual deve ser apresentada às
2. A autorização para residência fora da localidade em que autoridades, sempre que lhe for exigido.
se encontra instalada a farmácia deve ser solicitada, mediante 5. A cessação da Direcção Técnica de farmácia deve ser
requerimento, à ANARME, IP. previamente comunicada à ANARME, IP.
4. Em cada nota anual de prática farmacêutica é aposta uma 2. Para além dos requisitos previstos no número 1, os
assinatura das autoridades competentes. estabelecimentos devem dispor de uma área restrita mínima
de 10 m2 para a dispensa dos produtos farmacêuticos, com um
SUBSECÇÃO IX
local de atendimento ao público e respectivas prateleiras, que
Serviços farmacêuticos hospitalares devem ser separadas dos produtos de comércio geral.
3. A área de armazenamento deve estar devidamente separada
Artigo 87 dos produtos do comércio geral, devendo estar devidamente
(Condições)
equipado.
4. Exceptuam-se do disposto no número 2 do presente artigo,
1. Os serviços farmacêuticos hospitalares públicos e privados os estabelecimentos comerciais da rede de comércio geral, que
devem estar no interior da unidade sanitária, com vista a atender se localizam nas localidades onde não existe farmácia nem posto
apenas doentes internados e em regime de ambulatório do serviço de venda de produtos farmacêuticos, o responsável pela dispensa
de urgência, cujo diagnóstico, seguimento e prescrição são deve ser reconhecido pela ANARME, IP.
realizados naquela Unidade Sanitária.
2. Os serviços farmacêuticos hospitalares público ou privado Artigo 90
devem possuir as seguintes áreas:
(Alvará)
a) gabinete do Director Técnico;
b) depósito de produtos farmacêuticos; e 1. Os Balcões de venda de produtos farmacêuticos nos
c) dispensário para preparação dos medicamentos estabelecimentos da rede de comércio geral só podem funcionar
e atendimento do doente de urgência. após a emissão do alvará emitido pela ANARME, IP.
3. Os demais requisitos de funcionamento da farmácia 2. O alvará só pode ser concedido ao proprietário dos balcões
hospitalar serão aprovados pela ANARME, IP. de venda de produtos farmacêuticos nos estabelecimentos da rede
de comércio geral, e caduca em todos os casos de transmissão.
CAPÍTULO VI 3. O alvará é concedido individualmente, para cada balcão de
Estabelecimento de Rede de Comércio Geral venda de produtos farmacêuticos, nos estabelecimentos da rede
de comércio geral.
Artigo 88 4. Anualmente, o proprietário deve pagar uma taxa pela posse
(Rede do comércio geral)
do Alvará.
5. Caso se verifiquem irregularidades nos estabelecimentos da
1. Os estabelecimentos da rede de comércio geral, que rede de comércio geral, a ANARME, IP, pode cancelar o Alvará.
pretendam fornecer os produtos farmacêuticos, devem ser 6. A validade do Alvará é de 2 (dois) anos, renováveis,
previamente licenciados pela ANARME, IP. contados a partir da data da sua concessão.
2. Só é permitida a comercialização de produtos farmacêuticos
constantes da lista restrita de medicamentos aprovada CAPÍTULO VII
e actualizada pela ANARME, IP.
Condições Gerais para a Realização de Ensaios Clínicos
3. Nestes estabelecimentos deve estar presente um profissional pelas Instituições de Pesquisa
de farmácia registado na ANARME, IP.
4. Os produtos farmacêuticos comercializados nos Artigo 91
estabelecimentos comerciais devem ser adquiridos nos
(Princípios de Boas Práticas Clínicas)
distribuidores e importadores locais, devidamente licenciados
na ANARME, IP. Todos os ensaios clínicos devem ser concebidos, realizados,
5. Os estabelecimentos comerciais, referidos no presente registados e notificados e os seus resultados revistos e divulgados,
artigo, estão sujeitos a um regulamento próprio a ser aprovado de acordo com os princípios das Boas Práticas Clínicas, aplicáveis
por Diploma Ministerial conjunto dos Ministros da Saúde à investigação em seres humanos.
e da Indústria e Comércio.
Artigo 92
Artigo 89
(Autorização para a realização de ensaios clínicos)
(Requisitos para o licenciamento)
A realização de ensaios clínicos em seres humanos e demais
1. O proprietário ou o seu representante legal, que pretende actos, inclusive a alteração, renovação, interrupção temporária
vender produtos farmacêuticos, deve manifestar o seu interesse e cancelamento, carece de uma aprovação do Comité Nacional
à ANARME, IP, em requerimento próprio, acompanhado da
de Bioética para Saúde (CNBS) e autorização concedida
seguinte documentação:
pela ANARME, IP.
a) fotocópia do bilhete de identidade do requerente ou
documento de identificação de residência, se o Artigo 93
requerente for um cidadão estrangeiro;
(Validade da autorização)
b) planta da localização da área restrita emitida e aprovada
pela entidade competente ou Administração Distrital; 1. A autorização para a realização do ensaio clínico é válida
c) fotocópia do bilhete de identidade do pessoal especializado por 1 (um) ano, renovável por igual período, mediante um pedido
que vai realizar atenção farmacêutica; que deve ser submetido à ANARME, IP, até 30 (trinta) dias
d) fotocópia de cadernetas de prática farmacêutica do antes do término do prazo e após a apresentação do relatório do
pessoal especializado; e período anterior.
e) quaisquer outros elementos que a ANARME, IP, 2. Os requisitos e procedimentos são regulados pelas directrizes
considere pertinente a sua apresentação. aprovadas pelo Conselho de Administração da ANARME, IP.
816 I SÉRIE — NÚMERO 79
Artigo 94 Artigo 98
(Publicidade) (Exploração ilegal de farmácia, laboratórios ou estabelecimentos
de produção, empresas importadoras, distribuidoras e transporta-
É proibida a publicidade de medicamentos, vacinas, produtos doras)
biológicos e de saúde, por qualquer meio da actividade profissional
e nas seguintes situações: 1. A exploração de farmácias, empresas importadoras,
a) publicidade enganosa; e distribuidoras e transportadoras sem respectiva licença, bem
b) técnica de venda como exibições especiais, amostras, como o exercício da actividade sem o competente alvará ou cujo
cupões de descontos, prémios, vendas especiais, alvará tenha caducado, é sancionado com multa de 400 salários
chamarizes, brindes ou presentes. mínimos da Administração Pública.
2. A produção de formas farmacêuticas por laboratórios
Artigo 95 licenciados, cujo alvará não abranja a preparação dessas formas, é
punível com multa que varia entre 300 a 400 salários mínimos da
(Informação enganosa)
Administração Pública e encerramento imediato das instalações
1. É proibida toda a publicidade e informação que induza ou de produção.
seja susceptível de induzir em erro os seus destinatários ou possa 3. Os averbamentos das Direcções Técnicas, cujos titulares que
prejudicar os concorrentes. por efeitos de sanções disciplinares, penais ou administrativas,
2. Toda a informação e publicidade de medicamentos, vacinas tenham sido inibidos de exercer a sua profissão, serão cancelados
e outros produtos de saúde deve ser verdadeira e completa, oficiosamente.
cabendo ao profissional de farmácia responsável pela preparação,
distribuição, dispensa, informação e vigilância de medicamentos Artigo 99
zelar para que as informações fornecidas sejam baseadas em dados (Incumprimento das boas práticas)
científicos comprovados, não omitindo os aspectos relevantes de
eficácia e segurança para a correcta utilização destes produtos. No incumprimento das Boas Práticas dentro dos
estabelecimentos farmacêuticos, o Director Técnico, dependendo
CAPÍTULO IX do tipo de estabelecimento de produção, incorre ao pagamento da
multa que varia de 50 a 150 salários mínimos da Administração
Incompatibilidades
Pública.
Artigo 96 Artigo 100
(Incompatibilidade profissional e exercício ilegal da medicina)
(Certificado)
1. Os profissionais de farmácia não devem praticar actos que 1. O Director Técnico, que exerça a direcção técnica de
legitimamente pertencem aos médicos, abstendo-se de formular farmácia ou laboratório de produtos farmacêuticos ou ainda
quaisquer apreciações sobre o valor dos meios curativos prescritos de distribuição grossista, sem estar devidamente inscrito na
por estes ou sobre o diagnóstico da enfermidade de que o doente ANARME, IP, e habilitado com certificado, é sancionado com
sofre. multa que varia de 50 a 150 salários mininos na Administração
2. Sem prejuízo do disposto no artigo 46 da Lei Pública.
do medicamento, vacinas e outros produtos para uso humano, não 2. O exercício da actividade farmacêutica por indivíduos não
podem deter ou exercer, directa ou indirectamente, a propriedade, autorizados para o efeito é sancionada por uma multa que varia
a exploração ou a gestão de farmácia: de 50 a 100 salários mínimos da Administração Pública.
a) profissionais de saúde prescritores de medicamento;
b) associações representativas das empresas de distribuição Artigo 101
a grosso de medicamentos, dos estabelecimentos (Violação do segredo profissional)
de produção e dos respectivos trabalhadores;
c) empresas de distribuição grossista de medicamentos; O Director Técnico de farmácia, profissionais de farmácia, seus
d) estabelecimentos de produção; e colaboradores ou os ajudantes, que revelem em prejuízo de outrem
e) empresas privadas prestadoras de cuidados de saúde. e sem justa causa, segredo que venha ao seu conhecimento, em
razão do exercício da sua profissão, são sancionados com multa
Artigo 97 que varia entre 50 a 100 salários mínimos da Administração
(Propriedade, exploração ou gestão)
Pública.
Ensaios Clínicos: são estudos de medicamentos ou produtos de estruturais e funcionais dos sistemas neuromuscular e esquelético.
saúde em voluntários humanos, tendo em conta as boas práticas O calçado ortopédico também é considerado como ortótese.
clínicas.
F P
Plantas medicinais: são produtos de origem vegetal,
Fabrico: todas as operações de compra de materiais e produtos,
identificados pelos nomes locais e, de preferência, pelo nome
produção, controlo de qualidade, libertação, armazenagem,
botânico em latim (que indica o género, espécie e família), a que
distribuição de medicamento e controlo relacionados.
se atribuem propriedades terapêuticas ou de serem precursoras
Farmácia: estabelecimento de dispensa e de comercialização
de medicamentos através de transformação industrial.
a retalho de especialidades farmacêuticas, apósitos, correlatos,
Postos de venda de medicamentos: estabelecimentos,
próteses e ortóteses e de manipulação de fórmulas ou preparações
propriedade de uma farmácia, destinado a dispensa
magistrais e preparações galénicas oficinais, compreendendo
e comercialização a retalho de especialidades farmacêuticas.
igualmente a actividade de dispensa e atendimento privativo de
Preparação galénica oficinal: todo o medicamento preparado
unidade hospitalar ou de Centro de Saúde.
na oficina de uma farmácia, segundo as indicações de um
Farmacovigilância: é a ciência e actividades relacionadas
formulário galénico, destinado à dispensa imediata por essa
com a detecção, avaliação, compreensão e prevenção das
farmácia.
reacções adversas ou qualquer outro problema relacionado com
Prescrição: documento em que um médico ou outro
medicamentos, vacinas e produtos biológicos.
profissional autorizado a prescrever determina os medicamentos
Forma Farmacêutica: estado final que as substâncias activas
ou outros produtos que devem ser dispensados para o tratamento
apresentam, depois de submetidas às operações farmacêuticas
de um doente, sua dosagem, posologia e modo de administração
necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior
e outras informações pertinentes. A prescrição pode também ser
efeito terapêutico desejado.
usada para vacinas, produtos biológicos ou ainda para agentes
Fórmula ou preparação magistral: todo o medicamento
de diagnóstico.
preparado numa farmácia, segundo uma prescrição médica
Princípio activo: substância quimicamente caracterizada,
e destinado a um doente determinado.
cuja acção farmacológica é conhecida e responsável, total ou
Formulário Nacional de Medicamentos: documento oficial,
parcialmente, pelos efeitos terapêuticos do medicamento.
contendo a listagem de medicamentos, vacinas e produtos
Produto intermédio: todo produto que, sendo o resultado
biológicos, agentes de diagnóstico, considerados essenciais para
dum processo industrial, se destina a uma posterior transformação
o país.
industrial.
I
Produtor farmacêutico: estabelecimento industrial que,
Importador: empresa que introduz no país para comercialização operando sobre matéria-prima ou produto intermédio, modifica a
produtos provenientes de países estrangeiros. natureza, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto,
M gerando, por meio desse processo, produtos farmacêuticos.
Produtos biológicos: produtos de origem animal ou mesmo de
Matéria-prima: toda a substância activa ou inactiva que origem humana, utilizados com fins terapêuticos ou preventivos,
se emprega na preparação ou fabricação de um medicamento, no estado natural ou depois de manipulação biológica.
quer permaneça inalterada, quer se modifique, ou desapareça no Produtos de saúde: todos os artigos médicos e substâncias
processo de fabrico do medicamento. usadas nos cuidados curativos, paliativos, nutritivos, sanitários
Medicamento de venda livre: todos os medicamentos que e estéticos que influem directa ou indirectamente no bem-estar
por classificação oficial podem ser dispensados sem prescrição do indivíduo.
médica. Produtos farmacêuticos: referem-se a medicamentos, vacinas
Medicamento genérico: medicamento cuja patente ou outro e outros produtos biológicos.
direito de exclusividade já expirou e que, por isso, pode ser Publicidade de medicamentos, vacinas e outros produtos
produzido livremente. Para o efeito de registo, comercialização biológicos: qualquer forma de comunicação, informação,
e utilização, o medicamento genérico é designado pela prospecção ou de incentivo que directa ou indirectamente
Denominação Comum Internacional recomendada pela OMS, promova a sua prescrição, dispensa, venda, aquisição ou consumo,
seguida ou não do nome do fabricante. Para fins terapêuticos, para ampliar lucros.
os medicamentos genéricos são medicamentos cuja eficácia,
R
segurança e qualidade já foram comprovadas e são essencialmente
similares aos medicamentos de marca, contendo os mesmos Reacção adversa: é uma resposta que seja nociva e não
princípios activos, sob a mesma forma farmacêutica, as mesmas desejada e que ocorre em doses normalmente usadas na prática
características farmacocinéticas e farmacodinâmicas e a mesma clínica.
dosagem. Registo de medicamentos, vacinas e produtos biológicos:
Medicamento: toda a substância contida num produto inscrição em livro próprio, sob número de ordem, após
farmacêutico empregue para modificar ou explorar sistemas o despacho do Presidente da Autoridade Nacional Reguladora dos
fisiológicos ou estados patológicos, em benefício da pessoa a Medicamentos, IP, para a autorização de introdução no mercado
quem se administra. e comercialização dos produtos abrangidos por esta Lei, com a
Medicamentos não sujeitos à receita médica: as constantes indicação do nome, fabricante, da procedência, finalidade e dos
duma lista definida, aprovada e actualizada, periodicamente, pela outros elementos que os caracterizem.
Autoridade Nacional Reguladora de Medicamento, IP, e que Rótulo: identificação impressa, litografada, pintada, gravada
podem ser dispensados sem prescrição médica. a fogo, à pressão ou auto-adesiva, aplicada directamente sobre
recipientes, embalagens, invólucros ou qualquer protector de
O embalagem externo ou interno, não podendo ser removida ou
Ortóteses: são dispositivos aplicados externamente, accionados alterada durante o seu transporte ou armazenamento e durante
ou não pelo corpo ou por motor, para modificar as características o uso do produto.
25 DE ABRIL DE 2023 819