Monografia

Você também pode gostar

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 69

Departamento de Ensino e Investigação de Contabilidade e Auditoria

Análise Quantitativa da Taxa de Câmbio e Custo de Importação. Estudo de Caso na


Empresa Sidny, Lda no perı́odo de 2012-2020.

Monografia a ser apresentada à Faculdade de


Economia como um dos requisitos para a ob-
tenção do grau de Licenciatura no Curso de
Economia na Especialidade de Contabilidade
e Auditoria.

Abraão Salusse Fernando


Registo Nº....../2022
Departamento de Ensino e Investigação de Contabilidade e Auditoria

Análise Quantitativa da Taxa de Câmbio e Custo de Importação. Estudo de Caso na


Empresa Sidny, Lda no perı́odo de 2012-2020.

Monografia a ser apresentada à Faculdade de


Economia como um dos requisitos para a ob-
tenção do grau de Licenciatura no Curso de
Economia na Especialidade de Contabilidade
e Auditoria.

Autor: Abraão Salusse Fernando


Orientador: Alcides Onésimo Nunda, Msc
Co-orientador: Pedro Chitandula

Huambo/2022
Estude, enquanto eles dormem.
Trabalhe, enquanto eles se divertem,
Lute, enquanto eles descansam.
Depois viva, o que eles sempre sonharam
”Augusto Cury”
Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus pais que incansavelmente não pouparam esforço para apos-
tarem na minha formação e aos meus familiares em geral.
Agradecimentos

O resultado é glorioso quando reconhecemos as dificuldades durante o processo. Deus


soube me orientar durante as dificuldades por isso primeiramente agradeço à Ele por me
dar o dom da vida, sabedoria e pelas bençãos. Aos meus pais, Jacob Fernando e Isabel
Nassuana Boé por nunca deixarem de acreditar nos meus objectivos e por estarem sempre
presentes, aos meus irmãos que sempre torceram por mim. A minha prima Doriana
Salusse e o meu tio Alberto Amélio que me acolheram nos primeiros dias cá no Huambo.
Ao meu Orientador, Alcides Onésimo Nunda, MSc pelo acompanhamento e orientação
durante o trabalho, ao Co-orientador Pedro Chitandula, Lic pela paciência, ensinamentos
e esforço, os meus sinceros agradecimentos. À Direção da Faculdade de Economia do
Huambo, aos Docentes em geral que durante o processo souberam ensinar com rigor e
excelência.
Aos meus companheiros que partilhamos a mesma residência durante 5 anos o meu
muito obrigado, mais que amizade hoje somos irmãos. Finalmente a empresa Sidny, Lda
pela disponibilidade e colaboração para que a pesquisa fosse realizada. À todos o meu
muito obrigado que o Senhor possa lhes abençoar.
Sumário

Dedicatória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ii
Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iii
Lista de Figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vii
Lista de abreviaturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . viii
Lista de tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ix
Resuno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . x
Abstrat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xi

Introdução 1

1 Fundamentação teórica 4
1.1 Aspectos conceituais sobre os custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.1 Classificação dos Custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1.2 Custos nas empresas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1.3 Finalidade dos Custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2 Aspectos conceituais da importação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3 Mercado cambial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.3.1 Funcionamento do mercado cambial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.3.2 Paticipantes do mercado cambial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.3.3 Taxa de câmbio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.3.4 Tipo de taxa de câmbio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.3.5 Cotação da taxa de câmbio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

iv
1.3.6 Regime cambial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3.7 Escolha da polı́tica cambial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3.8 Os erros da polı́tica cambial angolana de 2010-2014 . . . . . . . . . 20
1.3.9 Variação da taxa de câmbio em Angola no periódo de 2012 a 2020 . 21
1.4 Modelos quantitativos e sua aplicação na contabilidade . . . . . . . . . . . 22
1.4.1 Modelo de análise e previsão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.4.2 Modelo Autorregressivo Médias Móveis . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.4.3 Sazonalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

2 Metodologia 35
2.1 Natureza do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.1.1 Natureza da pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.1.2 Classificação da pesquisa quanto aos objectivos . . . . . . . . . . . 36
2.1.3 Quanto aos procedimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.1.4 Abordagem da pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.1.5 Fiabilidade dos dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.1.6 Coleta e tratamento de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.1.7 Método de pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.2 Hipóteses do modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.2.1 Técnicas utilizadas para testar as hipóteses . . . . . . . . . . . . . . 42

3 Análise e Discução dos resultados 46


3.1 Caracterização da Empresa Sidny, Lda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.1.1 Missão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.1.2 Visão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.1.3 Valores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.1.4 Análise SWOT da empresa Sidny, Lda . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.1.5 Informações da taxa de câmbio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

v
3.1.6 Mapa de custos de importação da empresa Sidny, Lda . . . . . . . . 47
3.1.7 Estimação do modelo pelo Método dos Mı́nimos Quadrados Or-
dinários (MQO), utilizando o Software Microsoft Excel 2016 . . . . 48
Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Limitações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Sugestões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

Referências Bibliográficas 54
Anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

vi
Lista de Figuras

1.1 Variação cambial em Angola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

vii
Lista de abreviaturas

• BNA- Banco Nacional de Angola

• CT- Custo total

• Ei - Estoque inicial

• Ei - Estoque final

• c- Compras

• E- Taxa de câmbio real

• p∗ - Preços externos

• USD- Dólar dos Estados Unidos

• EUR- Euro

• JPY- Iene

• σ̂- Erro padrão

• R2 - Coeficiente de determinação ajustado

• R2 - Coeficiente de determinação

• ARMA- Modelos Autorregressivos de Médias Móveis

• ARIMA- Modelo Autorregresssivos Integrado de Médias Móveis

• AR- Modelo Autorregressivo

• MA- Modelo de Média Móvel

• FACP- Funções de Autocorrelação parcial

• FAC- Funções de Autocorrelação

• MQO- Método dos Mı́nimos Quadrados

• SQE- Soma de Quadrado Explicado

• SQR- Soma dos Resı́duos de Regressão

• RC- Região Crı́tica

• IC- Intervalo de confiança

viii
Lista de Tabelas

1.1 Evolução da taxa de câmbio em Angola no périodo de 2012 a 2020 . . . . . 21


1.2 Iterpretação do coeficiente de correlação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

3.1 Custo de importação da empresa Sidny, Lda no periódo de 2012 a 2020 . . 48

ix
Resumo

O presente trabalho tem por objetivo analisar a relação entre a taxa de câmbio e o
custo de importação na empresa Sidny, Lda no perı́odo de 2012 a 2020. Depois de uma
breve revisão dos conceitos de custo, importação, taxa de câmbio e modelos quantitativos
foi utilizado o Método dos Mı́nimos Quadrados Ordinários (MQO) para estimar uma
função de regressão que explica a relação de dependência linear entre a taxa de câmbio
o custo de importação no periódo em análise. Os resultados obtidos cumpriram com os
critérios estabelecidos, e os testes a eles aplicados evidenciaram claramente a influência
significativa da taxa de câmbio sobre o custo de importação.
Palavras chaves: Taxa de câmbio, Custo, importação e modelo quantitativo

x
Abstrat

The present work aims to analyze the relationship between the exchange rate and the
cost of importation in the company Sidny, Lda in the period from 2012 to 2020. After a
brief review of the concepts of cost, importation, exchange rate and quantitative models,
it was The Ordinary Least Squares Method (OLS) was used to estimate a regression
function that explains the linear dependence relationship between the exchange rate and
the cost of importation in the period under analysis. The results obtained complied
with the established criteria, and the tests applied to them clearly showed the significant
influence of the exchange rate on the cost of importation.
Keywords: Exchange rate, Cost, import and quantitative model.

xi
Introdução

O processo de integração financeira mundial se acelerou à década de 1970, com o


abandono do sistema de Bretton Woods. A partir dos anos 1990, tal processo se ampliou
de forma contundente, alterando a naturaza e os determinantes da dinâmica econômica
mundial. Com a globalização do mundo houve a expansão do comércio mundial, sendo
que a busca por vantagens competitivas traz como consequência quatro principais factores
econômicos: aumento da concorrência entre os mercados; grande circulação no mercado
financeiro; existência de enpresas transacionais e a presença de blocos econômicos. A
globalização fez com que houvesse uma forte relação comercial a nı́vel mundial, e isto
refletiu-se acentuadamente na grande circulação no mercado financeiro, pois que empre-
sas de determinados paı́ses passaram a importar metérias-primas, mercadorias etc. pela
insuficiência ou mesmo a não existência internamente (Gomes, 2009).
A importação é um processo que nos remete ao mercado cambial, ou seja, os agentes
importadores precisam de dı́visas para a compra dos mesmos produtos no exterior que
consequentemente se reflete na estrutura de custo das empresas. Para citação É em
tempo de crises que as pessoas se movem. As empresas também funcionam nessa mesma
dinâmica. O dólar em alta não chega a ser uma crise por si só, mas pode gerar muitas dores
de cabeça para as empresas que dependem diretamente ou indiretamente da importação
de matérias-primas, produtos intermediários e produtos acabados que são importados
(Ibsolutions, 2018).
A análise da relação entre a taxa de câmbio e custo de importação da empresa Sidny,
Lda no periódo de 2012 a 2020 permitirá assim o tratamento dos dados, utilizando o
método dos Mı́nimos Quadrados Ordinários (MQO). Os dados utilizados para estimar a
função que relaciona a taxa de câmbio e o custo de importação estão expressos em milhões
de kwanzas.

1
Situação problemática

Com um difı́cil cenário econômico, financeiro e social que se iniciou em finais de


2014 e se agudizou em 2020 por causa da pandemia da Covid-19, registou-se uma subida
generalizada dos preços (inflação) dos bens e serviços a nı́vel nacional o que reduziu o poder
de compra das famı́lias angolanas. Este cenário verificou-se acentuadamente nas empresas
nacionais importadoras de bens e serviços, facto que teve como base a desvalorização da
moeda nacional face as moedas estrangeiras. As empresas importadoras registaram uma
alteração nos custos de aquisição dos bens e serviços. Estes acontecimentos trouxeram
consigo diversas situações problemáticas, especı́ficamente nas empresas que observaram
uma modificação na estrutura do custo de aquisição e se alastrou até ao consumidor, que
foi perdendo progressivamente o seu poder de compra. A empresa Sidny, Lda não ficou
de fora desta problemática. Em função dessa situação levantou-se o seguinte questão:
Qual é a relação entre a taxa de câmbio e o custo de importação da empresa
Sidny, Lda no periódo de 2012-2020?

Objectivos

1. Geral

(a) Analisar a relação entre a taxa de câmbio e custo de importação na empresa


Sidny, Lda no periódo de 2012-2020

2. Especı́ficos

(a) Apresentar os aspectos teóricos, identificar as principais técnicas que permitem


analisar a relação que existe entre a taxa de câmbio e custo de importação;
(b) Explicar a relação que existe entre a taxa de câmbio e custo de importação por
intermédio de um modelo de regressão linear simples.

2
Estrutura do trabalho

O presente projeto de pesquisa é comoposto por três capı́tulos. O primeiro capı́tulo dá
lugar a fundamentação teórica em torno de várias abordagens dos conceitos tais como:
custo, importação, taxa de câmbio e modelos quantitativos.
O capı́tulo 2 os segmentos metodológicos para o tratamento dos dados a serem usados
na pesquisa. Ao passo que o terceiro ou último capı́tulo traz a análise e discussão completa
dos resultados obtidos, seguindo-se então as conclusões, limitações e por fim as sugestões.

3
Capı́tulo 1

Fundamentação teórica

1.1 Aspectos conceituais sobre os custos

O conceito de custo está presente no dia a dia das pessoas, já que todos os bens
necessários ao consumo ou a sua utilização têm custos, caso não muito diferente às em-
presas, que necessitam de adquirir recursos para realizar as suas actividades produtivas,
tais recursos também têm custo. Custo é a soma dos gastos incorridos e necessários para
aquisição, conversão e outros procedimentos necessários a sua condição e localização ac-
tual, e compreende todos os gastos incorridos na sua aquisição e produção, de modo a
colocá-los em condições de serem vendidos, transformados, utilizados na elaboração de
produtos ou na prestação de serviços que façam parte do objeto social da entidade, ou
realizados de qualquer outra forma (Costa, 2015).
De acordo com Mendes (2001) se quisermos usar outras palavras, os custos são tudo
aquilo que é referente ao esforço econômico, ou seja, os esforços realizados com um objetivo
operacional: pagamento de contracheques, um financiamento, a administração, etc. Para
que estes custos sejam úteis no caso de uma empresa, esta sempre tem que apresentar
ganhos, senão estes custos serão considerados prejuı́zos.
Considera-se custos os que comprovadamente forem indispensáveis para a realização
dos proveitos ou ganhos sujeitos a impostos ou para a manutenção de fonte produtora,
nomeadamente os seguintes (Mendes, 2001):

(a) Encargos relativos à produção ou aquisição de quaisquer bens ou serviço, tais


como matérias utilizadas, mão-de-obra, energia e outros gastos gerais de fa-
bricação, conservação e reparação;

4
(b) Encargos de distribuição de vendas, abrangendo os de transporte, publicidade
e colocação de mercadoria;
(c) Encargos de natureza financeira, como juros de capitais alheios aplicados na
exploração de descontos, ágios, transferências, diferenças de câmbios, gastos
com operações de crédito, cobranças de dı́vidas e emissão de ações, obrigacões
e outros tı́tulos e prêmios de reembolsos;
(d) Encargos de natureza administrativa, tais como remunerações, ajudas de cus-
tos, pensões ou suplementos de reforma, material de consumo corrente, trans-
porte e comunicações, rendas, contencios, seguros, incluindo os de vida e
operações do ramo vida, contribuições para fundos de poupança-reforma, con-
tribuições para fundos de pensões e para quaisquer regimes complementares;
(e) Encargos com análises, racionalização, investigação e consulta;
(f) Encargos fiscais e parafiscais;
(g) Reintegrações e amortizações;
(h) Provisões;
(i) Menos-valias realizadas; Indemnizações resultantes de eventos cujo risco não
seja segurável.

1.1.1 Classificação dos Custos

Os recursos utilizados pela empresa para a fabricação e venda de seus produtos podem
ser analisados, identificados e classificados de varias formas. Assim, podemos agrupar os
custos ocorridos ou a ocorrer na empresa, utilizando diversos critério (Carpintéro, 1982):

1. De acordo com a possibilidade de identificação ou não dos custos às unidades pro-
duzidas.

(a) Custos Diretos: são todos os custos que podem ser diretamente associados
às unidades produzidas ou vendidas. Tais como, por exemplo, os custos com
matéria prima, com a mão-de-obra direta, com materiais de embalage, com
comissões, com despesas tributárias.
(b) Custos indiretos: são todos os custos que não podem ser diretamente associados
às unidades produzidas ou vendidas. Tais são, por exemplo, as despesas admi-
nistrativas os demais custos de fabricação (mão-de-obra indireta de produção,
energia elétrica, mateteriais secundários), as despesas financeiras.

5
2. De acordo com a variação dos custos com relação ao nı́vel de actividades

(a) Custos variáveis: são os custos que aumentam ou diminuem de acordo com
as alterações no volume de produção ou venda de uma empresa, numa deter-
minada unidade de tempo. Assim, os custos com matérias primas, materiais
secundários, energia elétrica, salários com a mão-de-obra direta, despesas tri-
butárias, comissões, despesas financeiras com o capital de giro, aumentam ou
diminuem de acordo com as unidades produzidas, mês a mês.
(b) Custos fixos: são todos os custos que permanecem inalterados, apesar das
variações no volume de produção da empresa. É o caso das despesas adminis-
trativas, aluguel, taxas, seguros, ordenados com a mão-de-obra direta.

3. De acordo com a origem funcional dos custos

(a) Custos de fabricação;


(b) Despesas administrativas;
(c) Despesas comerciais;
(d) Despesas financeiras;
(e) Despesas tributárias

1.1.2 Custos nas empresas

Segundo (Braga, 2015) custos nas empresas estão classificados da seguinte forma:

• Empresas comerciais: nas empresas comerciais, não existe custos de produção,


porém, existe o custo de aquisição e as despesas de comercialização e adminis-
tração. O custo de aquisição é também conhecido como custo das mercadorias
vendidas (CMV) através da clássica equação:

CM V = Ei + C − Ef , onde : (2.1)

• CM V = Custos das mercadorias vendidas

• Ei = Estoque inicial

• Ef =Estoque final

6
• C= Compras
Para conhecer o custo total da empresa, temos de acrescentar os custos da estrutura
comercial e administrativa. Normalmente, estes custos são fixos, se a empresa está
departamentalizada, torna-se necessário utilizar um instrumento de roteio desses
custo. É importante que os custos da estrutura sejam absorvidos pelas mercadorias
que sao vendidas.

• Empresas indústriais: nas empresas industriais, além do custo de aquisição, temos


o custo de industrialização. O custo de aquisição vale para as matérias primas e
materiais que são adquiridos de terceiros e que irão compor o custo de produção.
O custo de industrialização, também conhecido como custo de transformação, deve
ser apropriado aos produtos que são fabricados num determinado perı́odo. Este
perı́odo pode ser diário, semanal, semestral ou anual. A equação do custo do produto
vendido é expressa da seguinte forma:

CP V = Ei + CO + CT − Ef , onde : (2.2)

• CP V = Custo dos produtos vendidos

• Ei = Estoque inicial de matérias primas, materiais em processo e produtos prontos

• CO= São as compras de matérias primas e materiais CT =Custo de transformação


do perı́odo

• Ef = Estoque final de matérias primas, materiais, produtos em processo e produtos


prontos.

• Empresas prestadoras de serviços: nas empresas prestadoras de serviços, o sistema


de custos se assemelha ao das empresas industriais, no que tange ao aspecto técnico
de apuração. O que diferencia das industriais é que seu produto não é tangı́vel
fisicamente, pois como o próprio nome diz, ele se trata de um serviço.

1.1.3 Finalidade dos Custos

Ainda, Braga (2015) identifica as seguintes finalidades e utilização dos custos:

1. Finalidade contabil-mensuração monetária dos estoques nas empresas

7
• Necessidade de conhecer o custo dos produtos vendidos para apurar o resultado
cantábil(lucro ou prejuı́zo);
• Necessidade de avaliar monetariamente o estoque para o custo dos produtos
vendidos

2. Finalidades gerenciais

• Planeamento: com base em dados monetários e não monetários coletados, o


gestor de custos, após a acumulação, organização, análise e interpretação des-
ses dados, fornece informações a respeito do custo incorrido no processo de
produção de bens ou prestação de serviços. As informações sobre a experiência
passada vão proporcionar o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras
formas de previsão.
• Cobtrolo: Acompanhar o efetivamento acontecido em relação ao que foi ante-
riormente estabelecido como desejável.
• Tomada de decisão:
• Fixação de preços de vendas;
• Opção de compra ou fabricação;
• Determinação de rentabilidade de cada linha de produtos

3. Seleção de mix de produtos

4. Alteração e opcões de investimento

5. Aceitar ou não determinado pedido especial.

1.2 Aspectos conceituais da importação

De acordo com Filho (2003) importação consiste na compra de produtos no exterior, por
parte dos paı́ses que deles necessitam, e na entrada de mercadorias num paı́s, provenientes
do exterior. É a entrada de mercadorias estrangeiras no paı́s, apoiada em documentos
oficiais e observadas as normas comerciais, cambiais e fiscais.
Técnicamente, diz-se que um processo de importação se divide em três fazes (Mesquita,
2003):

• Admimistrativa: todos os procedimentos necessários para efetuar uma importação,


são aplicados de acordo com a operação e ou o tipo de mercadoria a ser importada.

8
Compreende todos os atos que estão na Secex1 , envolvendo a autorização para im-
portar, que se completa com a emissão da licença de importação;

• Cambial: que compreende a transferência da moeda estrangeira para o exterior,


cujo controle está a cargo do Banco Central e que se processa por meio de um Banco
autorizado a operar em câmbio;

• Fiscal: que compreende o despacho aduaneiro, mediante o recolhimento de tributos,


e que se completa com a retirada fı́sica da mercadoria da alfândega.

Modalidade de despacho aduaneiro nas importações

As importações, assim como as exportações, possuem diversas particularidades quanto


às suas modalidades de despacho aduaneiro, aos processos administrativos, isenções de
tributos e órgãos fiscalizadores. O tratamento aduaneito a ser aplicado a mercadoria
importada será determinante para a escolha do tipo de declaração a ser preenchida pelo
importador (Mesquita, 2003).
Modalidades de despacho: definitiva e não definitiva
Importações definitivas: a importação é determinada como definitiva, ou também
despacho para consumo, quando o produto importado é nacionalizado. A nacionalização
de uma mercadoria consiste na sua transfência do paı́s de origem para o paı́s de destino,
documentada pela Declaração de Importação (DI), que é formalizada e solicitada pelo
importador com deferimento da licença de importação (LI) pelo órgão anuente responsável
(Mesquita, 2003).
Ainda de acordo o mesmo autor o despacho de importação consiste na prestação
das informações de acordo ao tipo de declaração e modalidade de despacho aduaneito.
Essas informações estão separadas em dois grupos:

1. Gerais- correspondentes às operações de importação( definitiva e não definitiva)

2. Especı́ficas- conteúdos dados de natureza comercial, fiscal e canbial sobre as merca-


dorias.

Importações não definitivas- são as importações que não têm produtos naciona-
lizados. É o caso de alguns produtos que são importados sob o regime aduaneiro especial
1
Secex: secretaria encarregada de formular, implementar e administrar a polı́tica de comécio exterior
brasileira

9
de admissão temporária, que estabelece, previamente, um prazo de permanência para o
produto no paı́s e, em seguida ocorre a re-exportação. O produto é despachado para o
consumo por um tempo prévio, e a mercadoria não é nacionalizada.
Modalidades de despacho quanto a entrega: normal, antecipada e fracio-
nada
Após o despacho aduaneiro a mercadoria pode ser entregue ao importador. En-
tretanto, em decorrência do mandado judicial ou de decisão administrativa, poderá ser
autorizada a entrega da mercadoria antes do seu desembaraço(antecipada) e ou de forma
fracionada (Mesquita, 2003).

• Despacho normal- o registo da declaração de importação é realizada após a


chegada da mercadoria no recinto alfandegado de zona primária ou secundária, onde
é processado o despacho de importação.

• Despacho antecipado- permite o registo da declaração de importação antes da


chegada da mercadoria, com o objectivo de que a conferência documental seja feita
antes da chegada, para que esta tão logo chegue, seja desembaraçada. Normalmente
é concedido para o caso de perecı́veis ou outros bens que necessitam de desembaraço
imediato.

• Fracionada- nas importações por via terrestre é permitida a entrega fracionada


da mercadoria que, em razão do seu volume ou peso, não possa ser transportada
em apenas um veı́culo ou partida e quando for efetuado o registro de uma única
declaração de importação, correspondente a uma só importação e a um único co-
nhecimento de carga.

Tipos de importação
As importações podem ser realizadas pelo importador(adquirente) ou por intermédia
de uma outra empresa, é o caso de importação por encomenda e por conta e ordem de
terceiros. De acordo com elas podem ser (Mesquita, 2003):

• IImportação direta- não há intermediários, ou seja, o importador é o adquirente


da mercadoria no exterior e promove, em seu nome, a importação;

• Importação por intermédio de terceiros- há um importador que promove a


importação por encomenda ou por conta e ordem de terceiro.

10
1.3 Mercado cambial

O mercado cambial é um ambiente global onde ocorre a comercialização de moedas


estrangeiras. São negociadas moedas entre paı́ses, basicamente um comércio global. Os
agentes econômicos se refereciam em regras cambiais para vendedores e compradores que
realizam a troca de moedas. Muitas operações são realizadas no mercado cambial, como
pagamentos e recebimentos em moeda estrangeira, especulação em processos e investi-
mentos (Filho, 2021).
Ainda de acordo Filho(2021) o mercado de câmbio é composto por dois segmentos:

• Primário: entradas e saı́das de moedas estrangeiras feitas por importadores, expor-


tadores e turistas;

• Secundário: acontece por meio da autorização do Banco Nacional para operar com
o câmbio.

1.3.1 Funcionamento do mercado cambial

As operações no mercado cambial acontecem em pares, ou seja, quando é decidido


comprar uma moeda é necessário entregar outra. O funcionamento do mercado cambial
acontece durante 24 horas, 5 dias por semana. Como uma moeda é base e a outra cotada
para as negociações, possibilita as flutuações de câmbio. Uma outra caracterı́stica do
funcionamento do mercado de câmbio é que as operações acontecem de forma descentrali-
zadas e eletrônica, sendo que partes negociam diretamente apenas com com intermediação
de instituições financeiras. As operações cambiais só podem ser realizadas por intermédio
de uma instituição financeira autoriza a exercer o comércio de câmbios (BNA, 2011).

1.3.2 Paticipantes do mercado cambial

Participam no mercado, os chamados Traders2 , com funções distintas que são:

• Bancos centrais

• Instituições financeiras
2
Traders são os investidores do mercado financeiro que buscam ganhar dinheiro com operações de
curto prazo

11
• Especuladores

• Hedges cambiais

• Investidores

De acordo com o BNA(2011) o exercı́cio do comércio de câmbio depende de autorização


especial do Banco Nacional de Angola. O BNA é o responsável em Angola que regula
a compra e venda de moedas estrangeiras no paı́s. Portanto, de certa forma, qualquer
negociação envolvendo dinheiro internacional que não passe pelo BNA é considerada ilegal.
O Banco Nacional também é responsável pela polı́tica cambial que está em vigor, com
poderes para alterar e definir o valor de uma moeda estrangeira. No meio internacional a
polı́cia cambial é integrada pelo Banco de Compensações Internacional(BCI), que conta
com a presença de mais de 60 bancos centrais.
Para Filho (2021) a troca de moedas é a operação básica do mercado de câmbial, que
é feita por um agente autorizado pelo Banco Central. As demais operações realizadas no
mercado são as seguinte:

• Transferências, pagamentos e recebimentos com cartões internacionai;

• Transferências financeiras internacionais;

• Compra e venda de moedas estrangeira;

• Investimentos em moedas estrangeiras.

De acordo com o Banco Nacional de Angola, as operações podem ser feitas por
pessoa fı́sica e jurı́dica. Entretanto, é exigido que das partes seja autorizada pelo BNA
para atuar dentro da legalidade.

1.3.3 Taxa de câmbio

A taxa de câmbio é uma relação entre moedas de dois paı́ses que resulta no preço
de uma delas medido em relação à outra. Mas, além de expressar quantitativamente a
condição de troca entre duas moedas, a taxa de câmbio expressa as relações de troca entre
paı́ses. O câmbio é uma das variáveis macroeconômica mais importante, sobretudo para
as relações comerciais e financeiras de um paı́s com o conjunto dos demais paı́ses. A taxa
de câmbio é o valor de uma moeda estrangeira em relação à moeda nacional. A taxa
de câmbio é um factor relevante e muito acompanhado por todos que desejam investir,
comprar ou revender uma moeda estrangeira (Faria, 2017).

12
1.3.4 Tipo de taxa de câmbio

De acordo com Mankiw(1999) apud Faria (2017), existe dois tipos de taxas de câmbios.
São definidas por nominal e real.

• A nominal representa o preço de uma moeda em termos de outra. Neste caso, a


moeda nacional é definida de acordo com o valor da moeda estrangeira, de modo
que para uma unidade de moeda estrangeira teremos x de moeda nacional.

• A taxa real é o preço da moeda em termos da moeda nacional, considerando a


inflação. O câmbio real equivale ao câmbio nominal ajustado à inflação, interna e
externa. Por este motivo, ele é considerado um ı́ndice de poder aquisitivo ao qual é
possı́vel identificar quão mais caros ou baratos os produtos estão. A fórmula para o
seu cálculo é a seguinte:

e · p∗
E= , onde (2.3)
P
• E= taxa de câmbio real;

• e= taxa de câmbio nominal;

• p∗=preços externo;

• P =preços domésticos.
De acordo com Fria (2017) a taxa de câmbio existe de duas formas: a taxa de câmbio
directa e indireta

• Taxa direta: acontece quando é apresentado os valores da moeda estrangeira para


uma unidade da moeda nacional.

• Taxa de câmbio indireta: indireta ou ao certo, acontece quando é apresentada a


taxa em valores da moeda nacional para uma unidade da moeda estrangeira.

1.3.5 Cotação da taxa de câmbio

Segundo o portal do cliente bancário3 existe as seguintes cotações:


3
Portal do cliente bancário é um canal privilegiado de comunicação do banco de Portugal com os
clientes bancários

13
Cotação ao certo e ao incerto

• Ao certo- refere-se ao número de unidades de moeda estrangeiras necessárias para


adquirir uma unidade de moeda nacional;

• Ao incerto- é o número de unidades de moeda nacional necessárias para adquirir


uma unidade de moeda estrangeira.

Em geral, as taxas de câmbios são publicadas ao certo, indicando quanto vale em


moeda estrangeira uma moeda nacional.

Cotações inversas e cruzadas

4
Cotações inversas
A cotação inversa do EUR/USD, ou seja, o USD/EUR, representa o preço em euros de
cada dólar. Por exemplo, o câmbio EUR/USD de 1,5415 significa que a cotação inversa,
1
USD/EUR, corresponde a 0,6487, ou seja o inverso de 1,5415 que é
1, 5415
Se USD/EUR=0,6487 cada dólar vale menos de um euro, o que quer dizer que o
euro tem valor superior ao dólar. Neste caso, significa que, para obter um dólar norte-
americano, é necessário entregar 0,6487 euros.
Cotações cruzadas
Uma moeda pode não ter cotação direta em todas as moedas estrangeiras. O cálculo
da cotação cruzada permite obter a taxa de câmbio para qual não existem cotações divul-
gadas. Sempre que se dispõe de duas taxas de câmbio diferentes com a moeda comum, é
possı́vel calcular a taxa de câmbio cruzada.

Se por exemplo, dispusermos dos valores do EUR/USD e USD/JPJ, é possı́vel calcular


o valor do EUR/JPJ, da seguinte forma::
EUR/USD=1,5326 significa que 1EUR=1,5326
USD/JPY=105,33 significa que 1USD=105,33
Então, 1EU R = 1, 5326 × (105, 33JP Y ) ou seja, 1EUR=161,43JPY. Logo,
obtemos a cotação EUR/JPY=161,43
4
O portal do cliente bancário é um canal privilegiado de comunicação do banco de Portugal com os
clientes bancários

14
1.3.6 Regime cambial

É a designação do conjunto de regras, acordos e instituições que determinam as transações


financeiras entre os diferentes paı́ses ou blocos econômicos. Determinado com base na
polı́tica cambial, o regime de câmbio consiste na forma como em que os valores de uma
moeda estrangeira são estabelecidos, em relação à moeda nacional. É um factor que regula
a taxa de câmbio. Os regimes cambiais são arranjos instrumentais que determinam como
a taxa de câmbio domêstica será operada pelas autoridades monetárias dentro do sis-
tema econômico. A polı́tica cambial é um importante e poderoso instrumento de polı́tica
econômica, dado que a taxa de câmbio é um dos preços fundamentais da economia e um
importante balizador das expectativas (Gomes, 2009).
Para Carvalho (2000) apud Faria (2017) conceitua polı́tica cambial como sendo os
mecanismos de interferência na taxa de câmbio da moeda nacional praticada pelos agentes
econômicos de modo geral. Deste modo o mercado cambial pode ser livre de interferência
da autoridade monetária, ou não.

Tipos de regimes cambiais

De acordo com Gomes(2009) existem os seguintes regimes cambiais:

1. Câmbio Fixo;

2. Câmbio hı́brido ou atrlado;

3. Câmbio flutuante.

1. Câmbio fixo: o regime de câmbio fixo é um regime monetário no qual a taxa de


câmbio é âncora nominal, sendo o elemento central a polı́tica monetária. Ao ado-
tar um regime de câmbio fixo, estabelece-se uma regra para a condução da polı́tica
monetária, que se torna passiva na moeda em que é determinada pelo resultado
do balanço de pagamento. Ou seja, a ocorrência de um superávit no balanço de
pagamento expande a oferta monetária ao passo que déficits contraem a oferta de
moeda(considerando que não se tenha operações de mercado aberto).É um instru-
mento de polı́tica econômica que consiste na fixação da taxa de cambial, ou seja,
determinado de forma exata e inalterado o preço de uma moeda nacional em relação
a outra. Nessa situação o governo é responsável por indicar a cotação da moeda
nacional para compra ou venda da moeda estrangeira (Gomes, 2009).

15
No regime de câmbio fixo, de acordo com a necessidade do mercado interno, o Banco
Central interfere comprando ou vendendo moeda estrangeira a preços predetermina-
dos, en termos de moeda nacional. Neste sentido, o balanço de pagamento paı́s que
vai ditar o volune de intervenção necessário. Ou seja, caso um paı́s apresente déficits
constantes no balanço de pagamento, a capacidade do Banco Central de interferir
no mercado vai diminuindo, de modo que suas reservas em moeda estratégicas vão
se esgotando (Faria, 2017).
Ainda, segundo o mesmo autor o câmbio fixo apresenta as seguintes vantagens e
desvantagens:
Vantagens:

• Estabilização Monetária: a inflação causada pela alta dos preços de bens ne-
gociados mo mercado internacional é exatamente reduzida, pois parte signifi-
cativamente da variação dos preços destes bens é a variação cambial;
• Previsibilidade ecônomica: o regime de câmbio fixo garante maior previsibili-
dade às variáveis econômicas, e consequentemente oferece um ambiente positivo
a tomada de decisões dos agentes econômicos.

Já com relação as desvantagens deste sistema, pode-se destacar que, pelo seu histórico,
é um regime, cambial que pode levar à perda de reservas e crise cambiais. Este sis-
tema implica que as polı́ticas econômicas do paı́s, cuja moeda está afixada, não pode
deferir significativamente das polı́ticas do paı́s emissor da moeda estrangeira. Sendo
assim, será necessário a coordenação de polı́ticas monetárias e fiscais para que a
inflação doméstica não seja muito diferente da externa. Caso contrário, os capitais
tenderão a sair do paı́s, forçando uma queda das reservas.
Para Gomes (2009) Os regines de câmbio fixo apresentam um forte vı́nculo entre
a moeda doméstica e alguma moeda forte(sound currency), sendo a mais comum o
dólar americano. Abaixo são caracterizado três tipos distintos de regimes cambiais
fixos que, apesar de semelhantes, possuem importantes particularidade:

(a) União monetária: é um caso extremo de câmbio fixo, o paı́s abandona a própria
taxa de câmbio através de um acordo com diferentes paı́ses que passam a uti-
lizar uma moeda única. O principal objetivo é tornar nula a variação na pari-
dade entre as moedas dos paı́ses membros e, assim, o comércio e a integração
econômica entre eles.
Frankel (2003) apud Gomes (2009) destaca que para ocorrer o sucesso de uma
união monetária os paı́ses membros devem possuir previamente uma grande in-

16
tegração econômica. Caso contrário apesar da paridade cambial, apenas uma
pequena parcela do intercâmbio comercial e financeiro se realizará nos paı́ses
que compõem o grupo. Ou seja, somente em paı́ses com elevada integração
econômica a redução do risco cambial, resultante da união monetária, incenti-
vará o comércio e o investimento.
(b) Dolarização: para Filho; Mendonça; Sobreira,(2003) apud Gomes (2009) dola-
rização é o outro extremo do regime de câmbio fixo. Neste regime o paı́s adota a
moeda de outro paı́s, abandonando completamente sua autonomia monetária.
O termo dolarização é utilizado por ser o dólar americano a moeda mais forte.
O risco de desvalorização cambial é eliminado completamente, tornando im-
possı́vel a ocorrência de um ataque especulativo. Assim como o regime de
união monetária, é reconhecido que haja elevada interação comercial entre a
economia doméstica e a estrangeira ao adotar a moeda do outro paı́s. Porém
diferentemente da união monetária, a dolarização tem como objetivo principal
o ajuste doméstico:
• Eliminar completamente o risco de desvalorização cambial;
• Garantir estabilidade de preços;
• Promover a redução da taxa de juro interna e do risco percebido pelo
credor externo.
A dolarização da economia consegue, em um curto espaço de tempo, reduzir
bruscamente a inflação e o risco cambial, além de aumentar a credibilidade
com passivo em moeda estrangeira (Gomes, 2009).
(c) Currency board: é o caso geral da dolarização, os objectivos são os mesmos.
A principal diferença entre os regimes é a não ocorrência da substituição mo-
netária. É um regime de metas cambiais o qual a autoridade monetária assume
o compromisso formal de converter a moeda doméstica em outro ativo lı́quido,
de aceitação internacional em geral uma moeda forte (sound curruncy) de ou-
tra economia, a uma cotação fixa, abandonando completamente a liberdade de
praticar de forma autônoma a sua polı́tica monetária.

2. Câmbio hı́brido ou atrelado: É um regime cambial que oscila entre o fixo e


o flutuante sendo que a taxa sofre alterações diárias, determinadas pelo governo.
Manter o regime hı́brido só é possı́vel com a intervenção do Banco Nacional.
De acordo com Gomes (2009) os regimes cambiais intermediários São regimes hı́bridos,
que buscam combinar maior autonomia da polı́tica monetária, reduzida volatilidade

17
e ausência de desalinhamento da taxa de câmbio. Existe uma vasta possibilidade
de combinação existente dos regimes flexı́veis e fixos, mas serão apresentados dois
grandes grupos de regimes intermediários, pegged e bandas.

(a) Pegged: os regimes cambiais pegged são derivações do câmbio fixo, com uma
rapidez menor por não apresentarem um compromisso institucional na fixação
da taxa de câmbio. Este tipo de regime tem como objetivo controlar a taxa
de câmbio de acordo com as metas da polı́tica doméstica, como controle da
inflação ou aumento das exportações.
(b) Banda: em geral, quando os paı́ses optam por regimes de bandas cambiais, eles
têm como objetivo a estabilidade do câmbio e dos preços.
No regime de bandas cambiais, as autoridades monetárias deixam que a taxa
de câmbio flutue livremente dentro de determinadas margens ou bandas pré-
definidas. A autoridade monetária define o nı́vel desejado de velocidade da
taxa de câmbio, ou seja, o intervalo dentro do qual a taxa de câmbio pode
variar. Desta forma, as bandas evitam as consequências negativas do excesso
de variação, sem incorrer na rigidez e limitações impostas pelo câmbio fixo
(Decont, 2007) apud (Gomes, 2009)

3. Câmbio flutuante: para Gomes (2009) os regimes de câmbio flutuante não apre-
sentam metas explı́citas para a taxa de câmbio nominal, mas podem sofrer inter-
venções esporádicas da autoridade monetária. É um regime sem controle sistemático
do governo onde as operações de compra e venda das moedas estrangeiras são reali-
zadas de acordo com a oferta e procura do mercado, com taxas que variam segundo
essa lei.
A principal caracterı́stica de um regime de câmbio flutuante é que a taxa de câmbio
é determinada exclusivamente pelas forças do mercado, ou seja, totalmente diferente
ao regime de câmbio fixo, em que a taxa de câmbio é determinada exclusivamente
pela autoridade monetária. Verificado o princı́pio que a autoridade monetária não
atua perante a taxa de câmbio, as reservas internacionais do paı́s não precisarão
ser utilizadas para conter movimentos da taxa de câmbio. Todo e qualquer excesso
de demanda ou oferta de divı́sas é dissipado pela variação livre da moeda. Sendo
assim, o paı́s não precisará incorrer com os custos fiscais de manter uma elevada
reserva internacional sob custódia (Faria, 2017).
O segundo principal aspecto é de que toda previsibilidade do regime de câmbio
fixo não existe mais. Sendo assim, os agentes do mercado de câmbio terão mais

18
riscos ao fazer suas especulações, uma vez que os fluxos de moeda são livres e a
determinação da taxa de câmbio é controlada e, portanto, não é possı́vel. Posto
isto, se o câmbio flutuante é um sistema menos previsı́vel, da mesma forma como
o câmbio fixo ajuda a tomada de decisões, este atrapalha. Como a previsibilidade
é muito menor, os agentes econômicos terão de assumir maiores riscos para tomar
suas decisões, o que pode impactar negativamente o nı́vel de actividade econômica.
Alêm disso, a economia se torna extremamente suscetı́vel ao movimento da taxa
de câmbio, já que uma desvalorização significativa da moeda, provocaria inflação, e
forçaria as autoridades econômicas a ajustarem a economia através de uma polı́tica
fiscal e ou uma polı́tica monetária mais contracionista (Faria, 2017).
De acordo com Gomes (2009) o mercado cambial é reconhecido como um dos mais
instáveis para investidores. Por esse motivo, qualquer pessoa que deseja comprar ou
vender moeda estrangeira deve ficar atenta, principalmente se o objetivo for fazer
investimentos. O regime flutuante pode apresentar-se da seguinte forma:

(a) Livre Flutuante: o mercado determina a taxa de câmbio, que flutua para equili-
brar a oferta e a demanda de moeda estrangeira, realizado os ajustes necessários
para garantir o equilı́brio da balança de pagamento, sem necessidade dos preços
domésticos se ajustarem.
(b) Flutuação administrativoo é o regime cambial em que a autoridade intervém,
de forma totalmente discricionária, visando influenciar a taxa de câmbio. Não
existe meta explı́cita ou acordo institucional indicando como e quando a au-
toridade monetária deverá intervir. Flutuação administrativa ou suja é con-
siderada um regime flutuante devido à ausência de metas explı́citas para a
paridade cambial, apesar das intervenções. As taxas de câmbio flutuam dia-
riamente, mas a autoridade monetária intervém com a intenção de suavizar a
flutuação cambial em caso de excessiva variações de curto parazo (Modenesi,
2001) apu (Gomes, 2009).

1.3.7 Escolha da polı́tica cambial

Os diferentes tipos de regimes cambiais se comportam de maneira igualmente diferente


quanto as suas respostas aos choques monetários ou reais. De forma resumida, pode-
se dizer que os regimes fixos são mais eficientes em suavizar as flutuções oriundas dos
choques monetários, ao passo que os regimes flexı́veis têm maior eficiência ante aos choques
choques reais. Deve-se destacar que, sob um contexto de elevada integração financeira,

19
a centralidade e a complexidade da questão cambial se tornam mais relevantes. A força
pela qual cada tipo de regime responde aos choques, monetários ou reais, depende do
maior ou menor grau de autorida da polı́tica monetária (Gomes, 2009).
De acordo com Mollo et. al. (2001) apud Gomes (2009), as escolas novo-clássica,
novo-keynesiana e pós keynesiana, recomendam diferentes regimes cambiais:

• Abordagem novo-clássica: tem dado suporte consistente à prestação de taxas de


câmbio fixas, que impedem a autoridade monetária de gerar inflação;

• Abordagem novo-keynesiana: considera, no curto prazo, a existência de rigidez nos


preços e, por isso, comumente recomenda o uso de regimes cambiais flexiveis, de
forma não só a compensar essa rigidez em outros mercados, como também para
assegurar certa autonomia na condução da polı́tica monetária;

• Por fim, a abordagem pós-keynesiana, favorável a politicas discricionárias ativas, do


governo, usualmente, recomenda os regimes intermediários, do tipo pegged.

1.3.8 Os erros da polı́tica cambial angolana de 2010-2014

Como todos os probelmas fundamentaistais da da economia angolana, a questão do


valor do kwanza também remonta ao passado. Neste caso, terá começado com os erros
da polı́tica cambial acontecidos em 2010 a 2014. Na altura, estabeleceu-se um regime
de câmbio semifixo, embora com margem de flutuação. Entre 2010 e 2014, o câmbio
variou entre os 90 kz e os 99 kz por dólar, tal polı́tica não era aconselhável num paı́s
com desequilı́brio na balança de pagamento que apresentava uma disparidade de entrada
e saı́da de divı́sa acima de 40%. Essa medida pretendeu garantir que o kwanza se tornasse
numa moeda forte, o que, num paı́s com pouca produtividade, era irrealista. Só poderia
ter como resultado, aliás teve, o aumento das importações e a degradação da produção
interna. A isto acresceu que tal polı́tica obrigou a utilização das reservas internacionais
lı́quidas para suportar esses valores, sabendo-se que que estas dependem do preço do
crude, extremamente volátil. Este sistema também fez dos bancos e do BNA verdadeiras
casas de câmbio, descurando as suas outras actividades na economia. Com este sistema,
estima-se que o paı́s tenha perdido em fuga de divisas um valor acima dos 60 mil milhões
de dólares (Ngaka, 2020).

20
Tabela 1.1: Evolução da taxa de câmbio em Angola no périodo de 2012 a 2020
Data Taxa de câmbio
Janeiro/012 90,5kz
Janeiro/013 96,08kz
Janeiro/014 97,8kz
Janeiro/015 103,45kz
Janeiro/016 166,7kz
Janeiro/017 166,7kz
Janeiro/018 310,7kz
Janeiro/019 407,09kz
Janeiro/020 595,2kz

Fonte: BNA, elaborado pelo autor

1.3.9 Variação da taxa de câmbio em Angola no periódo de 2012


a 2020

Figura 1.1: Variação cambial em Angola

No perı́odo em análise a taxa de câmbio apresentou um crescimento, com maior realce


no ano de 2020 que evidenciou um câmbio de 595,2 kz. O que claramente também
demostrou a desvalorização crescente da moeda nacional.

21
1.4 Modelos quantitativos e sua aplicação na conta-
bilidade

A contabilidade não mais poderia confiar-se ao estudo de factos apenas, mas, deveria,
sim, dedicar-se ao acontecimento das causas dos acontecimentos, partindo das bases de
uma ciência pura competente para subsidiar modelos que posteriormente seriam adap-
tados para aplicações, mas, sem haver preocupação primordial com estas. O campo da
atuação da contabilidade determinado pela Escola Personalistica, engloba toda a adminis-
tração da entide. Além das funções tradicionais da contabilidade, deve incluir o estudo de
toda organização e suas funções administrativas e o estudo da matemática aplicada, o que
tornaria a Contabilidade uma disciplina de vastı́ssimo conteúdo. os métodos quantitativos
podem, se utilizados corretamente, fornecer, sob diferentes possibilidades( projetar possi-
bilidades, não certezas), soluções e explicações variadas e adequadas para o cotidiano das
empresas, que influeciarão no processo de tomada de decisões, oferecendo um conjunto
de dados que poderão ser trabalhados com o objetivo de produzir informações confiáveis
e na proposição de alternativas estritamente técnicas, referentes à administração de uma
estrutura de custo (por exemplo) como base para uma produção otimizada (Arienzo,
2011).

1.4.1 Modelo de análise e previsão

Modelo de regressão linear

Os modedelos de regressão linear fazem parte de um conjunto de ferramentas comuns


de entre economistas e estatı́sticos cujo o foto é a realização de inferências, na maior parte
das vezes, causais. A inferência consiste em, a partir de evidendências econtradas para
uma amostra, realizar generalizações de resultados para a população. Ou, de modo mais
simples, há um interesse em verificar a correlação entre duas ou mais variáveis e testar o
quanto se pode confiar nas estimativas encontadas. Basicamente os economistas se preocu-
pam com a causalidade na perspectiva de avaliação de polı́ticas.Na análise de regressão,
a preocupação é sempre com a dependência estatı́stica entre as variáveis. Trabalha-se
sempre com variáveis aleatórias, que têm uma uma distribuição de probabilidade. Não
há nenhum enfoque com relações determinı́stica ou funcionais(Chein, 2019).
Regressão linear simples MRLS
O modelo de regressão linear simpes é uma metodologia estatı́stica que permite estabe-

22
lecer uma relação linear entre duas variáveis, usualmente representadas por x e y ambas de
natureza quantitativa, onde y representa a variável dependente(ou variável resposta) e x
a variável independente ou variável explicativa, cujo o valor é conhecido. Este tipo de mo-
delo é aplicado aos estudos que visam explicar ou efectuar previsões de vários fenómenos
ligados aos diversos ramos da vida aocial, econômica e não só, onde a explicação ou pre-
visão dos mesmos depende de um único fator, que desde já deve ser observável (Fundão,
2018).

yi = β1 + β2 xi + µi , i = 1, 2, 3, · · · , n (2.4)

.
Onde yi é a i-ésima observação da variável dependente y; xi é a i-ésima observação
da variável independente x; β1 e β2 são os parâmetros ou coeficientes de regressão sendo
que β1 representa a interceção da reta da regressão com o eixo vertical, µ é o erro ou
pertubação aleatória(não observável) associado ao valor observado yi e represebta outros
factores(desconhecidos) que podem influeciar a variável em estudo, explica os efeitos em
yi não explicados em xi e n é o número de observações.
Este modelo consiste numa soma de duas partes: uma parte determinı́stica β1 + β2 xi
e uma componete aleatória µ (Caiado, 2016).
Pressuposto do modelo
Como se pode notar na equação 1 de yi e xi e os parâmetros β1 e β2 aparece também
a variável aleatória residual(erro) µ que representa outros factores que influenciam a
variável dependente yi , não observáveis em xi . para (Fundão, 2018) a existência dessa
variável na equação do modelo leva a teoria da regressão a considerar um conjunto de
pressupostos(hipóteses), cujo o cumprimento deve ser obrigatório, para que o modelo de
regressão obtido seja considerado válido.
Assim, um MRLS para que seja considerado válido deve observar os seguintes presu-
postos de acordo (Fundão, 2018):

1. Linearidade do fenómeno em análise, isto é, deve existir uma relação linear entre as
variáveis em análie;

2. Os residuos das observações devem ser mutuamente independentes, isto é, não devem
estar autocorrelacionados;

3. A variável residual deve ter um valor esperado nulo, E(µi ) = 0, logo tem-se:

23
E(yi ) = E(β1 + β2 xi + µi ) = β1 + β2 + E(µi ) = β1 + β2 x1 (2.5)

por outro lado, uma vez que os residuos são independentes ,

cov(µi , µj ) = E(µi , µj )−E(µi )E(µj ) = E(µi , µj ) = 0, parai ̸= j ei, j = 1, 2, 3, · · · , n(2.6)

4. Os residuos devem ser homoscedásticos, o que significa que a variâncoa dos residuos
deve ser constante var(µi ) = σ 2 , i = 1, 2, 3, · · · , n, Logo:

var(µi ) = E(µ2i ) − [E(µi )]2 = E(µ2i ) = σ 2 , (2.7)

Assim,

(2.8)
var(yi ) = var(β1 + β2 xi + µi ) = var(β1 + β2 ) +var(µi ) = σ
| {z }
=0

5. Os residuos devem distribuição normal, com média zero e variância constante σ 2

µi ∼ N (0, σ 2 ), i = 1, 2, 3, · · · , n (2.9)

Por outro lado, para cada valor fixo da variável independente, a variável dependente
deve apresentar uma distribuição normal com média β1 + β2 xi e variância constante
σ 2 , ou seja, yi ∼ N (β1 + β2 xi , σ 2 ), i = 1, 2, 3 · · · , n
Os valores dos resı́duos para além de serem utilizados na verificação dos pressupostos
impostoa ao erro do modelo, também são utilizados na estimação dos parâmetros.

Estimação do modelo
Segundo o mesmo autor em muitos estudos estatı́sticos a população não está acessı́vel,
frequentemente recorre-se a uma amostra de n observações xi e yi , e contém informações
de uma parte da população, para estimar os parâmetros β1 e β2 do modelo.
Na regressão linear, não se pode afirmar que dado os valores de xi se botém os valores
de yi , porque como já vimos, a equação do modelo (Yi = β1 + β2 + µi , i = 1, 2, 3, · · · , n
possui uma variável aleatória µi que representa quantidades aleatórias desconhecidas. O

24
que se pode afirmar que o valor esperado de yi é dado por (Marôco, 2014) citado por
(Fundão, 2018):

E(β1 + β2 xi + µi ) = β1 + β2 xi + E(µi ) = β1 + β2 xi = ŷi (2.10)

O que significa que se tem:,

ŷi = β̂1 + β̂2 xi (2.11)

Onde βˆ1 é a estimativa do parâmetro β1 e βˆ2 é a estimativa do parâmetro β2 e ŷi


representa os valores obtidos pela reta estimada, através dos Métodos Mı́nimos Quadrados.
Coeficiente de correlação linear
O coeficiente de correlação linear é uma medidade que permite quantificar o grau de
associação entre duas ou mais variáveis. É considerado simples quando mede o grau de
relação entre duas variáveis e múltiplo quando mede o grau de relação linear de mais de
duas variáveis. Existe vários tipos de coeficiente de correlação, porém neste trabalho vai
se falar do coeficiente de correlação de Pearson, simbolicamente representado por R. Os
valores variam de -1 a 1. Qunto mais próximo estiverem desses extremos, tanto maior será
a correlação existente entre as variáveis. A relação linear é considerada positiva quando o
coeficiente de correlação toma valores positivos, negativa quando toma valores negativos,
nula quando é igual a 0 (Fundão, 2018).

Tabela 1.2: Iterpretação do coeficiente de correlação


Coeficiente de Correlação Interpretação da correlação
0,9≤ R ≤ 1 Muito forte positiva
0,7≤ R ≤ 0, 9 Forte positiva
0,4≤ R ≤ 0, 7 Moderada positiva
0,2≤ R ≤ 0, 4 Fraca positiva
0≤ R ≤ 0, 2 Muito fraca positiva
R=0 Nula
−0, 2 < R < 0 Muito fraca negativa
-0,4≤ R < 0, 2 Fraca negativa
-0,7≤ R < −0, 4 Moderada negativa
-0,9≤ R < −0, 7 Forte negativa
-1≤ R ≤ −0, 9 Muito forte negativa

Fonte:(Fundão, 2018), elaborado pelo autor

25
O sinal positivo ou negativo do coeficiente de correlação de Pearson mostra a direção da
relação enquanto o seu valor em módulo intensidade dessa relação(Fundão, 2018).
Assim, dada duas variáveis quantitativas x e y, o coeficiente de correlação linaer de
Pearson simples x e y é calculado da seguinte forma:

X
(xi − x)(y1 − y)
cov(X, Y )
R= = s n i=1 s n (2.12)
Sx Sy X X
(xi − x)2 (yi − y)2
i=1 i=1

Onde, o numerador corresponde a covariância entre as duas variáveis e o denominador


ao produto dos desvios padrão. Este coeficiente não exprime relações de causalidade,
visto que, a correlação entre x e y é a mesma entre y e x c(Pestana e Gaeiro, 2005) apud
(Fundão, 2018).
Coeficiente de determinação
Elevando ao quadrado o valor do coeficiente de correlação, obtém-se o coeficiente de
determinação, simbolicamente representado por R2 , que o poder explicativo a equação da
regressão (Fundão, 2018).
O coeficiente de correlação pode também ser calculado através da seguinte expressão:

n
X
(ŷi − y)2
i=1
R2 = n (2.13)
X
2
(yi − y)
i=1

Regressão linerar múltipla(MRLM)


O modelo de regressão linear múltipla descreve a relação linear entre um conjunto
de variáveis independentes (variáveis preditoras) Xj , j = 1, 2, 3, · · · , k e uma variável
dependente Y, é representada pela seguinte expressão (Fundão, 2018):

yi = β1 + β2 x2 + β3 x3 + · · · + µi , i = 1, 2, 3, · · · n (2.14)

Onde yi é a variável dependente, x1 , x2 , x3 , · · · , xk−1 são os (k − 1) variáveis indepen-


dente, β1 , β3 , β3 , · · · , βk onde k os k-ésimos parâmetros ou coeficiente de regressão e µi é a
variável aleatória residual que descreve os efeitos na variável yi , não explicadas variáveis

26
xi j, j = 1, 2, 3, · · · , k
Estimação do modelo
Segundo o mesmo autor a estimação do β1 , β2 , β3 , · · · , βk pelo Método dos Mı́nimos
Quadrados Ordinários (MQO) conduz a:

Y = Xβ (2.15)

Onde Yi é o vector coluna (i×1) com i linhas cujo elementos são i estimados da variável
endógena:

β = (X ′ X)−1 X ′ Y (2.16)

Espressão que permite obter os estimadores de mı́nimos qudrados dos parâmegros β


em função da matriz X e Y, ou seja, em função das observações das variáveis exõgenas e
endôgenas . A mateiz XX corresponde:

 P P P 
n x2i x3i ··· xki
 P P 2 P P 2 

 x2i x2i x2i x3i ··· xi xki 


P P P 2 P
XX=
 x3i x3i x2i x3i ··· x3 ixki 
 (2.17)
 .. .. .. .. 

 . . . . 

P P P P 2
xki xki x2i xki x3i ··· xki

Dessa forma, da multiplicação da tranporta da matriz X pelo vector Y result:

 P 
Yi
 P 

 x2 Y i 


P
XY =
 x3i Yi 
 (2.18)
 .. 

 . 

P
xki Yi

Pressuposto do modelo
Segundo (Fundão, 2018) os pressupostos para a utilização do modelo de regressão

27
linear múltipla são:

1. Linearidade do fenômeno em análise;

2. O valor esperado dos resı́duos deve ser zero Eµi = 0;

3. Os residuos das observações devem ser mutuamente independentes;

4. Os resı́duos defem ser homoscedásticos, o que significa que a variância deve ser
constante, var(µi ) = σ 2 > 0, i = 1, · · · , n;

5. Os resı́duos devem ter uma distribuição normal com média zero e variância cons-
tante, µi ∼ N (0, σ 2 ) > 0, i = 1, · · · , n;

6. Não devem existir situações de colinearidade e ou multicolinearidade entre as variáveis


independentes do modelo.
No caso do MRLM o calor esperado de yi é dado por:

E(β1 + β2 xi + β3 xi + · · · + βk xi k) = β1 + β2 x1 i + · · · + βk xi k + E(µi ) (2.19)

= β1 + β2 x1 i + · · · + βk xi k (2.20)

Visto que,
E(µi ) = 0 (2.21)

1.4.2 Modelo Autorregressivo Médias Móveis

Os modelo de autorregressão e médias móveis ARMA(p,q), introduzidos por Box e


Jenkins (1970,1976), permiter modelar e precer séries temporais estacionárias e não esta-
cionárias de uma representação autorregressiva de médias móveis (Caiado, 2016).

Modelo autorregressivo AR(p)


Este modelo tem a seguinte expressão

ϕp (B)yt = ut (2.22)

28
Onde, ui é o ruı́do branco de média zero. A FAC tem um decaimento exponencial
sinusoidal para zaro e a FACP tem uma queda brusca apartir do p-1 (Caiado, 2016).
Modelo de médias móveis MA(q)
O modelo de médias móveis de ordem q ou MA(q) é dado pela seguinte expressão:

yt = ut − θ1 ut−1 − θ2 ut−2 − · · · − θq ut−q , com θq ̸= 0 (2.23)

onde, ut é o ruı́do branco de média zero e variância costante. a FAC tem uma queda
brusca para zero apartir do q-1, ao passo que a FACP tem um decaimento exponencial
sunisoidal amortecido para zero (Caiado, 2016).
A combinação dos modelos AR(p) e MA(q), gera os modelos lineares de séries esta-
cionárias não sazonais, designados por ARMA(p,q) com a seguinte expressão:

yt = ϕ1 yt−1 +ϕ2 yt−2 +· · ·+ϕp yt−p +µt −θ1 ut−1 −θ2 ut−2 −· · ·−θq ut−q , ϕp ̸= 0 e θq ̸= 0 (2.24)

Modelo ARIMA(p,d,q)(Box-Jenkins)
Formalmente a não estacionaridade de uma série temporal yi , implica que as propri-
edades estatı́sticas de ao menos uma sequência finida de y1 , y2 , · · · , yk são diferentes das
de sequência y1+h , y2+h , · · · + yk+h para ao menos um número inteiro h (Caiado, 2016).
Modelo de passeio aleatório
Para analisar a implicação do operador de diferenciação na estacionarização de uma
série, considera-se o seguinte modelo estocástico,

yt = yt−k + µt (2.25)

Onde µt é o ruı́do branco. Este modelo é vulgarmente conhecido por modelo depasseio
aleatório, pois descreve a série no momento i com base no seu valor passado t-k mais um
choque aleatório. Este modelo é muito utilizado na modelação de previsão de séries finan-
ceiras não estacionárias de importante relações econômica. No mercado financeiro aonde
a informação está muito dispersa e que não são influenciadas por números reduzidos de
intervenientes, as previsões dos preços das ações feitas para análise de um comportamento
do tipo (passeio aleatório, no sentido em que as melhores provisões para o dia de amanhã
corresponde ao preço observado hoje)(Caiado, 2016).

29
Para (Caiado, 2016) a determinação do modelo segue as seguintes etapas:

1. Identificação- fase da análise e identificação do modelo;

2. Estimação- comparar os modelos ajustados, utilizando alguns critérios, como o


da parcimônia. Uma das firmas para se melhorar o grau de ajustamento desse
modelo aos dados da série temporal é incluir defasagens adicionais nos processos
AR(componente autorregressivo), MA( médias móvris) e ARIMA(autorregressivo
integrado média móvel);

3. Checagem-se os resı́duos são autocorrelacionados, então, a dinâmica da série é com-


pletamente explicada pelos coeficientes do modelo ajustado;

4. Previsão- as previsões podem ser ex-ante, feita para calcular valores futuros, de
curto prazo, de variável em estudo ou, ex-post realizada para gerar valores dentro
do perı́odo amostral. Quanto melhor forem estas últimas, mas eficiente seráo modelo
estimado.

O modelo ARIMA(p,d,q) assume a seguinte expressão:

(1 − ϕ1 − · · · − ϕp B p )(1 − B)d yt = (1 − θ1 B − · · · − θq B q )ut (2.26)

Onde (1 − B)d yt com d ≥ 1 é a série estacionária depois de diferenciada d vezes, e


ϕ1 , ϕ2 , · · · , ϕp são os parâmetros autorregressivos e θ1 , θ2 , · · · , θq são os parâmetros médias
móveis.

Previsão
Modelo de médias móveis
Os modelos de médias móveis são adequados para avaliar tendências de uma ou mais
sérias temporais e são muito sensı́veis às alterações recentes do seu comportamento, utiliza
a informação relativa aos termos da série de uma vizinhança de alguns perı́odos para
estimar o seu nı́vel corrente, o que permite filtragem das flutuações de caráter aleatório
associados ao operador de média, por vezes, os métodos das médias móveis são utilizados
para estimar a componente tendência cı́clica de cada observação (Caiado, 2016).

30
n
X
yi
i=1
M mn = (2.27)
n
Onde,

• M mn é a média móvel de n perı́odo;

• yi é a demanda icorrida no perı́odo i;

• n é o número de perı́odo e i ı́ndice do periódo (i = 1, 2, 3, · · · , n)

Sempre que se disponha de dados novos o introduzimos na previsão e abandonamos


os dados mais antigos. O número de perı́odo de cálculo da média móvel determina a sua
sensibilidade com relação aos mais recentes, pequenos perı́odos permites reações maiores
a mudança da demanda, enquanto grandes tratam a média de forma mais homogênea.
Quanto maior é o número de perı́odos passados utilizados no cálculo, maior suavização das
variações aleatórias e menor sensibilidade do modelo a mudança de patamar nas vendas,
caso venha ocorrer. Apesar dos problemas, os modelos de média móveis são úteis quando
se busca um modelo simples e de baixo custo para prever vendar de muitos itens com
histórico de pequenas flutuações e sem indicações de tendências (Tubino, 2000).
A grande vantagem do uso da média móvel para a previsão consiste na sua simpli-
cidade operacional e facilidade de entendimento, porém a necessidade de armazenar um
grande volume de dados, principalmente se o número de perı́odo n for maior é uma das
suas limitações. Recomenda-se o uso se médias móveis em situações em que a demanda
apresentar comportamento estável e o produto não for muito relevante (Caiado, 2016)
Alisamento exponencial
Os métodos de alisamento exponencial são métodos de previsão que atribuem pesos
exponencialmente decrescente com antiguidade das observações. Em geral, estes métodos
são úteis para a previsão de séries tendeciais. Estes são essencialmente métodos para ajus-
tar uma curva adequada aos dados históricos de uma série dada. Há um grande número
desses métodos, como o de alisamento exponencial simples e duplo, método linaer de Holt
e método Holt-winter e suas variações. São métodos estatı́sticos de previsão que utilizam
combinações ponderadas das observações para precer os valores futuros, o fermo alisa-
mento exponencial significa que os ponderadores são exponencialmente decrescentes com
antiguidade das observações (Gujarati e Porter, 2011).

31
Portanto, o conceito adjacente ao alisamento exponencial, é atribuir um maior peso as
observações nas recentes, em vez das mais antigas. As previsões são calculadas, usando
médias ponderadas onde os pesos descrecem exponencialmente com a antiguidade das ob-
servações. A técnica de alisamento exponencial representa uma classe de modelos deter-
minı́sticos de médias móveis renso como principal carácterı́stica a utilização de diferentes
pesos para as observações na obtenção de valor asilado. Mas, precisamente diferente do
que acontece com o modelo determinı́stico, de média móvel, tal modelo atribui maior pon-
deração às observações mais recentes e menor ponderada(decrescendo exponencialmente)
às observações mais antigas eliminando, dessa forma das desvantagens do modelo de média
móvel. Este método é apropriado para série que possuem uma trajetoria aleatória em
torno de uma média constante. Analiticamente pode-se descrever uma série exponencial
alisada Pt+h da seguinte forma (Tubino, 2000):

Pt+h = [a(i) + b(i) · h] · St+h−s h = 1, 2, 3, · · · , n (2.28)

Onde, a(i) e b(i) representam as estimativas do nı́vel e do declive da tendência da série,


respectivamente: h é o horizonte de previsão, St+h−s é a estimativa do factor sazonal no
perı́odo homólogo anterior Pt−h é a previsão da série no momento t + h
Segundo Caiado(2016), apesar desses modelos serem simples, a sua implementação
requer alguns cuidados:

• Primeito, como métodos recursivos ou de atualização, os métodos de alisamento


exponencial requerem a iniciação das suas componentes. Em geral, este processo é
feito com base na informação dos instantes iniciais da série observada. Utilizando
métodos de médias móveis, regressão linear e retrovisão para estimar o nı́vel, a
tendência e asazonalidade da série. As escolhas do número de observação a incluir
em cada estimativa e dos métodos de inicialização são algo subjetivo e dependem a
experiência do analista.

• Segundo, os métodos de alisamento exponencial requerem a escolha prévia das cons-


tantes de alistamento associadas a cada equação de actualização. A maioria dos
softwares estatı́sticos especializados utilizam algorı́timo de optimização não linear
para a escolha dos valores óptimos desses parâmetros, minimizando uma qualquer
função dos erros de previsão (em geral erro quadrado médio). No caso do excel este
procedimento é feito com auxı́lio de ferramentas solver. Naturalmente a escolha
óptima das constantes de alisamento vai depender da escolha prévia dos valores ini-
ciais das componentes do modelo, pelo que os factores sazonais e especificar baixos

32
valores para as constantes de alisamento(em geral 01 e 0,3) para que o processo de
actualização das sucessivas estimativas acompanhe as variações nos dados.

• Por último, a construção e interpretação de intervalos de previsão determinı́sticos


(como é o caso doe métodos de alisamento exponencial considerados) devem ser fei-
tas com algum cuidado sempre que os erros de previsão não tiverem comportamento
próprio de uma distribuição normal de média zero. Em particular, os intervalos de
previsão deixam de ser válidos sempre que os erros de previsão forem correlacionados
entre si.

Método Holt-winters
O método Holt winters é apropriado para séries que representam tendências linear
e movimentos sazonais. Na forma multiplicativa este método é definido pelas seguintes
equações (Branquinho, 2018):

yt
a(i) = α + (1 − α)[a(i − 1) + b(i − 1)], 0 < α < 1 (2.29)
St−s

b(i) = β[a(i)a(i − 1)] + (i − β)b(i − 1), 0<β<1 (2.30)

yi
St = γ + (i − γ)St−s , 0 << 1 (2.31)
a(i)

1.4.3 Sazonalidade

A sazonalidade indica a repetição de um padrão de série dentro do periódo de um ano,


por exemplo a venda de sorvete é tão alta no verão e baixas no inverno. Normanlmente,
além da sazonalidade, a série está sujeita a tendências cı́clicas. Tendências de uma série
indica o seu comportamento de longo prazo, isto é, se ela sobe, desce ou permace estável
e qual velocidade dessa mudança. Sendo o mais comum tendências constantes, linear ou
quadrática e os ciclos indicam padrões que se repetem na série em perı́odos superiores a
um ano(Ludicibu, 1982).

Processos sazonais

Modelo ARMA sazonais-SARMA

33
Algumas séries em periódos, yt , yt−s , yt−2s , · · · revela-se significativa o que nos leva a
ter que adoptar modelos com uma componente sazonal. O modelo Misto autorregressivo
e médias móveis estritamente sazonal de ordem P e Q, ou simplesmente SARM A(P, Q)s
tem a forma (Mattos, 2017):

(1 − Φ1 B s − . . . − ΦP B P s yt = (1 − Θ1 B s − · · · − ΘQs
Q )ut (2.32)

Onde 1−Φ1 B s −· · ·−Φp B P s é o polinômio autorregressivo sazonal de grau P, 1−Θ1 B s −


· · · − ΘQs
Q é o polinômio de média móvel sazonal de grau Q, s é o operador atraso tal que
s
B y = yt−s e µt é o ruı́do branco. Quer a FAC quer a FACP do modelo SARM A(P, Q)s
apresentam um comportamento do tipo exponecial ou sinusoidal amortecido sobre logs
múltiplos de s matendo-se nula nos restantes logs.
Modelo ARIMA-sanzonal SARIM A(p, d, q)(P, D, Q)s
A fim de englobar o comportamento da sazonalidade de algumas séries temporais,
aplicando-se os modelos ARIMA sazonais multiplicativo (SARIMA). Os modelos SA-
RIMA apresentam uma parte não sazonal que corresponde aos parâmetros (p,d,q) e uma
parte sazonal (P, D, Q)s . Assim temos uma componente sazonal autorregressiva SAR(P )s
e média móvel SM A(Q)s sendo apresentado como SARIM A(p, d, q)(P, D, Q)s , em que
D se refere a ordem diferencial sazonal(Barros, 2013)
Um proceso SARIM A(p, d, q)(P, D, Q)s é definido por:

ϕ(B)Φ(B s )∇D d s
s ∇ yt = θ(B)Θ(B )ut (2.33)

Onde ϕ(B) e Φ(B s ) são os parâmetros autorregressivo não sazonal e sazonal, θ(B) e
Θ(B s ) são os parâmetros médias móveis não sazonal e sazonal, ∇D d
s e ∇ são operador
diferença sazonal e não sazonal de ordem D e d.

34
Capı́tulo 2

Metodologia

Entende-se metodologia como o estudo do método para se buscar determinado conhe-


cimento . (Demo, 2003) citado por (de Aragão & Neta, 2017) diz que Metodologia é uma
preocupação instrumental. Trata das formas de se fazer ciência. Cuida dos procedimentos,
das feramentas, dos caminhos.

2.1 Natureza do trabalho

Pesquisa é determinada mediante o concurso dos conhecimentos disponı́veis e a uti-


lização cuidadosa dos métodos, técnicas e outros procedimentos cientı́ficos. Na realidade,
a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fazes, desde a
formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados (Gil, 2002).
A pesquisa é uma atividade central da ciência. Ela possibilita uma aproximação e um
entendimento da realidade a investigar. A pesquisa é um processo permanente inacabado.
Processa-se por meio de aproximações sucessivas da realidade forcendo subsı́dios para
uma intervenção real. A pesquisa cientı́fica é o resultado de um inquérito, realizado com
objetivo de resolver um problema, recorrendo a procedimentos cientı́ficos (Silvera, 2009).

2.1.1 Natureza da pesquisa

Quanto a natureza a pesquisa pode ser pura e aplicada.


Pura- o estudo teórico ou esperimental original ou incremental que visa compreender
factos e fenómenos observáveis, sem ter em vista o uso ou aplicação especı́fica imediata e

35
analisar propriedade, estruturas e conexões com vista a formular e comprovar hipóteses
(Nicolau, 2017).
Aplicada- visa adquirir ou gerar novos conhecimentos, novos processos, para a solução
imediata de problemas determinados e especı́ficos, com objetivo prático (Nicolau, 2017).
Para a execução de projectos de pesquisa aplicada é recomendável algumas abordagens
metodológicas (Fleury, 2017):

• Métodos estatı́sticos;

• Avaliação de impacto;

• Pesquisa de opnião ou SURVEYS;

• Experimento;

• Experimento natural;

• Estudo de caso

Para o presenta trabalho adoptou-se a pesquisa aplicada por agregar as abordagens


metodológicas acima citadas e por trazer algumas sugestões sobre o impacto da taxa de
câmbio nos custos de importação.

2.1.2 Classificação da pesquisa quanto aos objectivos

Segundo Gil (2002), com base nos objectivos é possı́vel classificar a pesquisa em três
grupos:
Exploratória
Este tipo de pesquisa tem como objectivo proporcionar maior familiaridade com o
problema, com vista a torná-lo mais explı́cito ou construir hipóteses. A grande maioria
dessa pesquisa envolve:

1. Levantamento bibliográfos;

2. Entrevista com pessoas que estiveram experiência prática con o problema pesqui-
sado;

3. Análise de eventos que estimulam a compreensão.

36
Pesquisa descritiva
A pesquisa descritiva exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja
pesquisar. Este tipo de estudo descrever os factos e fenômenos de determinada realidade.
Pesquisa Explicativa
Este tipo de pesquisa preocupa-se identificar os factores que determinam ou contri-
buem para a ocorrência de fenômenos, ou seja, este tipo de pesquisa explica o porquê das
coisas através dos resultados oferecidos. Segundo o mesmo autor, uma pesquisa explica-
tiva pode ser continuação de uma outra, descritiva, posto que a identificação dos factores
que determinam um fenômeno exige que este esteja suficiemennte descrito e detalhado
(Gil, 2002).
Para o presente trabalho cumpre-se a pesquisa explicativa, uma vez que procrou-se
explicar a relação da variável custo de importação e a variável taxa de câmbio.

2.1.3 Quanto aos procedimentos

Para avaliar o estudo qualitativo e quantitativo da seguinte pesquisa foram adoptados


os seguintes procedimentos:

• Pesquisa bibliográfica: permitiu o levantamento de referências teóricas ja anali-


sadas e publicadas, por meios eletrônicos. Como livro, artigos cientı́ficos, página da
web site que . Segundo (Gil, 2002), a pesquisa bibliográfica é elaborada apartir de
material já publicado, com o objetivo de colocar o pesquisador em contacto directo
com todo material já escrito sobre oassinto da pesquisa.

• Pesquisa documental: ajudou a fontes de documentos cantabilı́sticos(mapa do


custo da empresa Sidny, Lda 2012-2020) e as informções da taxa de câmbio ao
BNA.

• Procedimenento estatı́stico: que permitiu o tratamento dos dados recolhidos


para a seguinte pesquisa com base ao modelo de regressão.

2.1.4 Abordagem da pesquisa

Para o presente trabalho a pesquisa é considerada como quantitativa.


A pesquisa quantitativa permitiu quantificar os resultados encontados através da uti-
lização das técnicas estatı́sticas e matemáticas. Segundo (Silvera, 2009) na pesquisa quan-

37
titativa as amostras são geraralmente grandes e consideradas representativas da população
alvo de pesquisa.

2.1.5 Fiabilidade dos dados

Os dados utilizados no presente trabalho foram obtidos apartir dos documentos conta-
bilisticos da empresa Sidny, Lda e na base de dados do Banco Nacional de Angola, estão
expressos em kwanzas.

2.1.6 Coleta e tratamento de dados

1. Ferramenta: para a verificação, análise e interpretação dos dados foi utilizado o


software Microsoft Excel 2016 e para a escrita do trabalho foi usado o TE X Maker.

2. Estatı́stica a utilizar: o tipo de estatı́stica a utilizar é a inferencial. A estatı́stica


inferencial tem cono objetivo fornecer métodos que possibilitam a realização de
inferência sobre amostras de uma população.Tem por base o cálculo de probabilidade
e compreende dois grandes aspectos: a estimação de parâmetros e os testes de
hipóteses (Machado & Selau, 2009).

3. Modelo econométrico: De formas a dar reposta ao problema, foi usado modelo


econométrico, isto é, regressão linear simples.

(a) Regressão linear simples: é uma técnica de análise que permite determinar a
realação entre a variável resposta e a variável explicativa (Fundão, 2018).

Para análise da regressão usou-se as seguintes varáveis: variável dependente ou res-


posta(custo de importação) e a variável independente ou explicativa(taxa de câmbio),
recorreu-se aos testes para análise estatı́stica do modelo de regressão linear nomeada-
mente:

• Teste de hipóteses sobre um coeficiente re regressão(Teste t) para regressão linear


simples;

• Intervalo de confiança para o coeficiente de regressão,

• Teste de significância global(Teste F);

• Valor-p.

38
2.1.7 Método de pesquisa

Método é sequência de um conjunto de fases a serem cumpridas na pesquisa de uma


ciência, na busca de uma verdade ou para se chegar a uma determinada conclusão. Para
dar resposta aos objetivos apresentados, foi usado o método dos mı́nimos quadrados or-
dinários que permite obter estimativas do modelo bem como a correlação entre as variáveis,
isto é, através da regressão linear simples (Gerharalt & Silveira, 2009)
Regressão linear simples

ŷi = βˆ1 + βˆ2 xi + µi (2.34)

Métodos dos Mı́nimos Quadrados Ordinários (MQO)


O método dos mı́nimos quadrados permite obter os estimadores dos parâmetros β1 e
β2 da função regressão, através da soma dos quadrados dos residuos (Fundão, 2018):

n
X
SQE = µ2i (2.35)
i=1

Para cada valor de xi haverá diferença entre yi e o valor determinado pela equação da
reta ŷi . Esta diferença corresponde ao µi .
De todas as rectas que se ajustam a um conjunto de pontos, a que tem propriedade
de apresentar os desvios mı́nimos dos pontos em relação a reta estimada, é a reta dos
dos mı́nimos quadrados também conhecida como a melhor reta do ajustamento(Fundão,
2018).
Deste modo, o problema de estimação do β1 e β2 , passa a resumir-se a um problema
n
X
da determinação do mı́nimo da função SQE = µ2i . Assim tem-se:
i=1
n
X n
X n
X
SQE = µ2i = (yi − ŷi ) = (yi − βˆ1 − βˆ2 ) (2.36)
i=1 i=1 i=1

De acordo com o mesmo autor a partir de uma amostra de n observações de variável x e


y, podem estimar-se os coeficientes de regressão β1 e β2 através dos Métodos dos Mı́nimos
Quadrados Ordinários (MQO) e obter-se una estimativa da variância dos erros. Como µ
não é observável e β1 e β2 são parâmetros desconhecidos, são obtidas as estimativas β1 e
β2 desses parâmetros, que permite escrever a função regressão de amostra:

39
ŷi = βˆ1 + βˆ2 xi (2.37)

Onde, ŷi é o valor estimado para yi , corresponde a i-ésima observação e β̂1 e β̂2 são as
estimativas dos parâmetros β1 e β2 dado pela expressão (Fundão, 2018):

β̂1 = y − β̂2 x (2.38)

n n n
X 1X X
xi y i − xi yi
i=1
n i=1 i=1
β2 = n n (2.39)
X
2 1 X 2
xi − ( xi )
i=1
n i=1

Os valores de β̂1 e β̂2 que minimizam essa expressão serão aqueles que anulam suas
derivadas prciais de ordem β̂1 e β̂2 :

∂SQE ∂SQE

ou =0 =0 (2.40)
∂ β̂1 ∂ β̂2

n
∂SQE X
= 2 × (yi − β̂1 − β̂2 xi × (−1) (2.41)
∂ β̂1 i=1
n
X
= −2 (yi − β̂1 − β̂2 xi (2.42)
i=1

n
∂SQE X
= 2 × (yi − β̂1 − β̂2 xi (2.43
∂ β̂2 i=1

n
X
= −2 xi (yi − β̂1 − β̂2 xi (2.44)
i=1

Obtem-se as esquações normais dos mı́nimos quadrados:

n n
(
X X X X
nβ̂1 + β̂2 xi = yi β̂1 xi + β̂2 x2i = xi y i (2.45)
i=1 i=1 i=1 i=1

40
Assim,
n x
1X 1X
β̂1 = yi − β̂2 i = y − β̂2 x (2.46)
n i=1 n i=1

Com,

n
1X
y= yi , (2.47)
n i=1
e

n
1X
x= xi (2.48)
n i=1

Tem-se ainda:

n
X n
X n
X
β̂2 x2i = xi yi − β̂1 xi (2.49)
i=1 i=1 i=1

n n n n
X X 1X X X
β̂2 x2i = xi y i − ( yi − β̂2 ) xi (2.50)
i=1 i=1
n i=1 i=1 i=1

n n n n
X 1 X 2 X 1 X
β̂1 x2i − β̂2 ( xi ) = xi y i − ( xi (2.51)
i=1
n i=1 i=1
n i=1

n
X n
X n
X
n x i yi − yi xi
i=1 i=1 i=1
β̂2 = n (2.52)
X
n x2i −x 2

i=1

O modelo que relaciona a taxa de câmbio e o custo de importação da empresa Sidny,


Lda apresenta a seguinte especificidade:

CT2012−2020 = β1 + β2 T x2012−2020 + µ2012−2020 (2.53)

Onde:
T C2012−2020 : é a variável dependente, representa o custo total de importação do periódo
em análise;

41
T x2012−2020 : é a variável independente, representa a taxa de câmbio do perı́odo em
análise;
β1 : é o termo intercepto, representa o custo médio da importação quando a taxa de
câmbio for nula ou quando não é consirada a taxa de câmbio;
β2 : é o coeficiente angular, representa a variação do valor médio do custo de importação
por uma unidade de variação em relação a taxa de câmbio.
µi : é a variável aleatória, ou seja, os feitos causados ao custo de importação não
explicados pela taxa de câmbio.

2.2 Hipóteses do modelo

O modelo de regressão linear apresenta as seguintes hipóteses (Gujarati & Porter,


2011):

• H1 : A variável explicativa x assume valores conhecidos na amostra não tendo


carácter de vaiável aleatória;

• H2 : O valor esperado da pertubação é nulo, E(µi ) = 0, ∀i ;

• H3 : A variância das perturbações aleatórias é constante ao longo das observações


(hipótese da homoscedasticidade) V ar(µi ) = σ 2 , ∀i

• H4 : A covariância entre as perturbações aleatórias µi e µj com i ̸= j é nula (hipótese


da ausência de autocorrelação) Cov(µi , µj) = 0, ∀i,j e i ̸= j;

• H5 : Os erros aleatórios têm uma distribuição aproximadamente normal µi ∼ N (0, σ 2 )

• H6 : Não existe multicolinearidade perfeita, isto é, não existe uma relação linear
perfeita entre as variáveis x1 , x2 , · · · , xn

2.2.1 Técnicas utilizadas para testar as hipóteses

Intervalo de confiança

O intervalo de confiança postula que a variável(estatı́stica ou estimador), sendo consi-


derada alguma distribuição de probabilidade e que o teste de hipóteses envolve formulação
de declarações sobre os valores dos parâmetros dessa distrbuição(Wooldridge, 2006).

42
Regras para tomar decisão
Segundo Gujarati & Porter (2011) estabelecer um intervalo de confiança de 100(1 − α)
para β2 . Se β2 sob Ho situa-se no intervalo de confiança, não rejeitamos H0 mas estiver
fora desse intervalo, rejeitamos H0 , ou seja:

H0 : β2 = 0 contra H1 = β2 ̸= 0 (2.54)

Teste t

O teste de significância dos coeficientes de regressão é o teste t (Wooldridge, 2006).


Uma aborgem alternativa, mas complementar, ao metodo do intervalo de confiança para
teste de hipóteses estastı́stica é abordagem do teste de significância segundo o texto R. A.
Fisher e texto conjunto de Nelman e Pearson. Em termos gerais, um teste significância é
um procedimento em que os resultados amostrais são usados para verificar a veracidade ou
a falsidade de uma hipótese nula. A ideia fundamental por trás dos testes de significância
é a de um teste estatı́stico (estimador) e a distribuição amostral dessa estatı́stica sob a
hipótese nula. A decisão de aceitar ou rejeitar H0 é tomada com base no valor do teste
estatı́stico dos dados disponı́veis(Gujarati & Porter, 2011).
Uma estatı́stica é dita significativa se o valor do teste estatı́stico situar-se na região
crı́tica. Nesse caso, a hipótese nula é rejeitada. Do mesmo modo, um teste é considerado
insignificante se o valor do teste estatı́stico situar-se na região de aceitação. Nesse caso,
a hipótese nula não é rejeitada(Gujarati & Porter, 2011).
Segundo os mesmos autores deve-se seguir as seguintes etapas para o procedimento
dos testes de hipótese enunciados:

• Estabelecer a hipotese nula H0 : βj ̸= βj∗ é uma constante pre-estabelecida , e a


hipótese akternstiva H1 ;

β̂ − βj∗
• Calcular o valor amostral da estatı́stica de teste definido por: tobs =
σ̂ βˆj
• Determinar o valor crı́tico de acordo com H1 em causa, dados (n − k) e α;

• Decidir se existe informação estatı́stica suficiente para rejeitar ou não H0 , para


determinado nı́vel de significância α, de acordo com a seguinte regra de decisão:

1. Rejeita-se H0 se |tobs | > t|c | para H1 : βj ̸= βj∗ ;

43
2. Rejeita-se H0 se tobs < tc para H1 : βj < βj∗ ;
3. Rejeita-se H0 se tobs > tc para H1 : βj > βj∗

Teste F(teste de significância global de regressão)

pelos conjuntos de hipóteses (Gujarati & Porter, 2011):

β1 = β2 = · · · βp = 0 (2.55)

Ou seja, todos os coeficientes associados as variáveis explicativas do modelo são si-


multaneamente iguais a 0. Se o teste não permitir, para um dado nı́vel de significância,
rejeitar H0 e essa hipótese fosse efetivamente verdadeira, o modelo resumiria-se da seguinte
forma:

yi = β1 + µi (2.56)

Pelo que as variáveis explicativas seriam, no seu conjunto, consideradas estatı́sticamente


não significativa para explicar yi . Este é por isso conhecido por teste de significância glo-
bal. Assim para testar a significância global da regressão, isto é, para testar as hipóteses:

H0 : β2 = β3 = · · · βk = 0 (2.57)

H0 = ∃ βj ̸= 0, j = 1, 2, 3, · · · , k (2.58)

Utiliza-se a seguinte estatı́stica:

SQE/(k − 1) R2 /(k − 1)
F = = ∼ Fk−1,n−k (2.59)
SQR/(n − 1) (1 − R2 )/(n − k)

SQE é a soma dos quadrados explicada e SQR é a soma dos quadrados dos resı́duos da
regressão. A estatı́stica apresentada segue distribuição F de fisher-Sneswcor, com (k-1)
graus de kiberdade no numerador e (n-k) graus de liberdade denominador, designa-se por
estatı́stica F. Para um dado nı́vel de significância rejeita-se H0 se Fobs > Fc e conclui-se
que pela significância global de regressão, ou seja, as variáveis explicativas conjuntamente
se relacionam de forma estatisticamente significativa com a variável dependente. Caso
contrário se H0 não é rejeitado conclui-se para um determinado nı́vel de significância e
perante a informação estatı́stica disponı́vel, que a regressão não é globalmente significativa

44
para explicar yi . No caso particular do modelo de regressão linear simples (Gujarati &
Porter, 2011).
Em que há uma única variável explicativa, o teste de significância resumi-se
H0 : β2 = 0 contra H1 = β2 ̸= 0 (2.60)
Sob a hipótese nula, a estatı́stica de teste é definida por:

SQE R
F = = 2
∼ F1,n−2 (2.61)
SQR/(n − 2) (1 − R )/(n − 2)

Valor-p

Gujarati & Porter (2011) definem tecnicamente o valor-p como sendo o menor nı́vel de
significância em que uma hipótese nula pode ser rejeitada. Alguns leitores preferem fixar
α em algum nı́vel e rejeitar a hipótese nula se o valor-p for nemor que α, que é aceitável.

45
Capı́tulo 3

Análise e Discução dos resultados

3.1 Caracterização da Empresa Sidny, Lda

A empresa Sidny, Lda, é uma empresa do ramo comercial especı́ficamente na comerci-


alização de bens molibiários. Inserida no mercado angolano com localização no Municı́pio
do Cuito Pronvı́ncia do Bié, desde 13 de Fevereiro de 2010. É considerada como pequena
empresa (PQ) de acordo com o artigo 5° da Lei n.° 30/11 de 13 de Setembro, no seu
número 2 alı́nea b. Localizada no Municı́pio do Cuito Provı́ncia do Bié, rua Sagrada
Esperança.

3.1.1 Missão

• Atingir o grau de liderança do mercado de mobiliários no Cuito

3.1.2 Visão

• Nacionalizar-se no mercado de mobiliários

3.1.3 Valores

3.1.4 Análise SWOT da empresa Sidny, Lda

• Pontos fortes

1. Há uma forte relação com as instituições financeiras

46
2. Poucas empresas no ramo imboliário
3. Aposta na conformação contı́nua dos funcionários em diversas áeras de in-
formações sobre o negócio
4. Preços baseado ao mercado.

• Pontos fracos

1. Uma carteira de cliente reduzida


2. Fraqueza no estudo de mercado

• Oportunidades

1. Aumento populacional
2. Tendências no aumento de poder de compras
3. Polı́ticas fiscais

• Ameaças

1. A depreciação da moeda nacional(kwanza)


2. entrada de novos concorentes no mercado

Os dados utilizados na presente pesquisa foram fornecidos pela empresa em estudo

3.1.5 Informações da taxa de câmbio

Para a taxa de câmbio foi usada as informações da tabela 1.1

3.1.6 Mapa de custos de importação da empresa Sidny, Lda

47
Tabela 3.1: Custo de importação da empresa Sidny, Lda no periódo de 2012 a 2020
Ano custo de importação
2012 30.000.000,00
2013 45.000.000,00
2014 48.000.000,00
2015 53.0000.000,00
2016 58.0000.000,00
2017 60.0000.000,00
2018 75.0000.000,00
2019 80.000.000,00
2020 95.000.000,00

3.1.7 Estimação do modelo pelo Método dos Mı́nimos Quadra-


dos Ordinários (MQO), utilizando o Software Microsoft
Excel 2016

Estatı́stica de regressão
R múltiplo 0,935719703
R-Quadrado 0,875571362
R-quadrado ajustado 0,857795842
Erro padrão 7.506.820,08
Observações 9

ANOVA
gl SQ MQ F F de significação
Regressão 1 2,77576E+15 2,77576E+15 49,25715 0,0002081
Residuo 7 3,94466E+14 5,635223E+13
Total 8 3,17022E+15

Coeficientes Erro padrão Stat t valor-p


Interseção 36.628.167,65 4.216.249,27 8,6873819 0,3653E+05
x 105.370,359 15.013,57 7,018 0,000208

2012−2020 = 36.628.167, 65 + 105.370, 359 × T x2012−2020


T C\

Os resultados encontrados especificam uma relação de dependência linear positiva


entre a taxa de câmbio e custo de importação da empresa Sidny, Lda no periódo de 2012
a 2020.

48
Dos resultados obtidos se pode inferir o seguinte:

• A variável dependente é CT2012−2020 (custo de importação) e a variável independente


é T x2012−2020 (Taxa de câmbio)

• O valor 36.628.167,65kz que é o termo intercepto b1 representa o custo de importação


fixo, ou seja, caso no mercado cambial a taxa de câmbio for nula a empresa Sidny,
Lda terá custo de um 36.628.167,65kz

• O coeficiente angular b2 representa a variação do custo de importação de 105.370,36kz,


ou seja, é a variação esperada do custo de importação sempre que a taxa de câmbio
variar em 1 unidade de kz.

• O modelo matemático é: CT2012−2020 = 36.628.167, 65 + 105370T x2012−2020

• Através do coeficiente de determinação R2 ajustado, 85,6% das variações dos custos


de importação são explicadas pela variação da taxa de câmbio.

Para responder as hipóteses levantadas, testou-se o modelo:

1. Teste:Intervalo de confiança
O intervalo com 95% de confiança é IC: P (74.598, 48kz ≤ b2 ≤ 140.871, 4kz) = 95%

b2 ∈ IC e b2 ̸= 0, Rejeita − se H0 e aceita − se H1

O coeficiente angular está neste intervalo então, rejeita-se a H0 : b2 = 0 e aceita-se


a H1 : b2 ̸= 0
Conclui-se que a variável custo de importação (T x2012−2020 ) teve influência signifi-
cativa na variável taxa de câmbio (T C2012−2020 ) e o coeficiente angular variou de
74.598,48 kz a 140.871,4 kz com um nı́vel de confiança de 95%

2. Teste: rácio-t:
significa que o coeficiente angular da amostra está 7,018343499 distante em relação
o coeficiente da taxa de câmbio, ou seja, tc = 2, 3646 e RC =] − ∞; −2, 3646] ∪
[+2, 3646; +∞[ e tobs = 7, 018343499.

tobs ∈ RC e tobs > tc ; Rejeita − se H0 e aceita − se H1

49
Logo, com um nı́vel de significância de 95% há evidências de que a taxa de câmbio
(T x2012−2020 ) é relevante para explicar o custo de impotação(CT2012−2020 ).

3. Teste F: para um dado nı́vel de significância α = 0, 05, que é o nı́vel de significância


definido no estudo, rejeita-se H0 se Fobs > Fc . F observado=49,257146 é maior que
o F crı́tico=2,3646.

Fobs > Fc ; Rejeita − se H0 e aceita − se H1

Conclui-se que a regressão é globalmente significativa, ou seja, a variável explicativa


ta de câmbio(T x2012−2020 ) se relaciona de forma estatı́sticamente significativa com a
variável dependente cutso de importação(CT2012−2020 ).

4. Valor-p: da como resposta que o coeficiente angular é igual a zero, mas comparando
com α = 0, 05, que é o nı́vel de significância definido, concluimos que o

valor − p = 0, 00021 < α = 0, 05, rejeita − se a H0 e aceita − se H1

.
Conclui-se que a variável taxa de câmbio(T x2012−2020 ) é estatı́sticamente e econômicamente
siginificativa para explicar o custo de importação(CT2012−2020 ) da empresa Sidny,
Lda no periódo de 2012 a 2020 uma vez que o valor-p=0,00021 < que o nı́vel de
signifinância α = 0, 05.

Os quatros testes anteriores dão argumentos para provar a influência significativa da


variável Taxa de Câmbio sobre a variável Custo de importação, pode-se concluir que este
é um bom modelo porque os testes comprovam que a variável independente tem influência
sobre a variável dependente de aproximadamente 85,6% medido pelo R2 ajustado.

50
Conclusões

O presente trabalho teve como finalidade analisar a relação da taxa de câmbio e custo
de importação da empresa Sidny, Lda no periódo de 2012 a 2020. Este objectivo foi
determinado com a finalidade de direcionar o trabalho que terminou com a resposta à
questão de pesquisa previamente estabelecida a qual visava determinar a relação entre a
taxa de câmbio e o custo de importação da empresa Sidny, Lda no periódo em análise.
Os fundamentos teóricos abordados no primeiro capı́tulo permitiram ter uma con-
cepção sobre custo, importação, mercado cambial, modelos quantitativos e sua aplicação
na contalibilidade.
Com os dados obtidos no portal do BNA e nos documentos contabilı́sticos da empresa
Sidny, Lda, foi possı́vel determinar os efeitos da taxa de câmbio no custo de importação.
A taxa de câmbio explica em média cerca de 85,6% das variações do custo de importação
da empresa Sidny, Lda no perı́odo em análise. Econômicamente o valor faz sentido, tendo
em conta a desvalorização da moeda nacional, portanto perante uma subida contı́nua do
câmbio os custos da empresa tenderão a aumentar em função da relação de dependência
linear positiva entre as duas variáveis, correndo o risco de obter uma menor margem de
lucro.
Os vários testes feitos confirmam a validação do modelo. O teste t evidenciou que a
variável taxa de câmbio é significativa para explicar o custo de importação. O teste F des-
mostrou que as variáveis taxa de câmbio e a variável custo de importação são globalmente
siginficativas, ou seja, se relacionam significativamente. Enquanto o valor-p evidenviou
que a taxa de câmbio é estatı́sticamente e econômicamente significante para explicar a
variação do custo de importação da empresa Sidny, Lda no perı́odo em análise.

51
Limitações

Para o desenvolvimento da presente pesquisa deparamos com as seguintes limitações:

• Falta de acesso a um conjunto de matérias diversificadas mais recente sobre o tema


abordado.

52
Sugestões

Após a construção deste trabalho de pesquisa sugere-se o seguinte:

1. A direção da empresa Sidny, Lda:

• A utilização dos modelos quantitativos para auxiliar na tomada de decisão


quanto a gestão de custo e para que possa aproveitar as melhores oportunida-
des, encarar os desafios quando a situação cambial não estiver favorável.
• É necessário que a empresa comece a olhar aos fornecedores nacionais porque
para os fornecedores estrangeiros diante das variações da taxa de câmbio a
empresa terá custos elevados, uma vez que os resultados mostraram que 85,6%
das variações dos custos são explicadas pela taxa de câmbio.

2. A comunidade académica, para futuras investigações:

• Continuar a realização de estudos cientı́ficos em torno da taxa de câmbio e


custo de importação; afim de trazer à tona aspectos relevantes sobre o tema
em questão;

53
Referências Bibliográficas

Arienzo, C. D. (2011). Métodos quantitativos em contabilidade: contabilometria.


Barros, M. (2013). Contabilidade de custos.
BNA. (2011). Lei cambial nº 5/97 de 27 de junho.
Braga, A. X. V. (2015). Contabilidade de custo.
Branquinho, M. T. (2018). Econometria aplicada e previsão. Lisboa.
Caiado, J. (2016). Metodos de previsão em gestão aplicado em excel. Lisboa.
Carpintéro, J. N. C. (1982). Introducão ao custo e aos sistemas custeio.
Chein, F. (2019). Introducão aos modelos de regressão linear. Brasilia.
Costa, C. S. (2015). Gestão de custo: A influência na área empresarial.
de Aragão, J. W. M., & Neta, M. A. H. (2017). Metodologia cientı́fica. Salvador.
Faria, P. H. M. A. (2017). Polı́tica cambial no brazil e o papel da especulacã e arbitragem
na taxa de cambio.
Filho, A. (2021). Mercado de câmbio, o que é e como funciona. Disponivel em:
https://abraofilho.blog.br/.acesso em: 15 de Junho de 2022.
Fleury, M. T. L. (2017). Pesquisa aplicada: Conceitos e abordagens.
Fundão, N. M. (2018). Modelo de regressão linear: Aplicação ao estudo sobre os factores
que influeciam no rendimento académico dos alunos angolanos.
Gerharalt, T. E., & Silveira, D. T. (2009). Método de pesquisa. Brasil.
Gil, A. C. (2002). Como elaborar projectos de prsquisas. São Paulo.
Gomes, E. F. G. (2009). Regimes cambiais, controles de capitais e autonomia de polı́tica
monetária.
Gujarati, D., & Porter, D. (2011). Econometria básica. New York.
Ibsolutions. (2018). O impacto da taxa de cambio na importação directa. Disponı́vel
em: https://isolutins.com.br/alta-do-dolar-e-positivo-na-importacao-direta. acesso
em: 4 de Outubro de 2022.
Ludicibu, S. (1982). Métodos quantitativos na contabilidadcde.
Machado, A. A., & Selau, L. P. R. (2009). Estatı́stica básica. Brasil.
Mattos, R. S. (2017). Modelos arima. Brasil.

54
Mendes, J. (2001). Contabilidade geral e financeira (Vol. 1). Lisboa.
Mesquita, J. (2003). Manual de importação da unesp.
Ngaka, A. (2020). Os dilemas da polı́tica cambial angolana. Dis-
ponivel em:https://www.makaanhola.org/2020/06/os-dilemas-da-politica-cambial-
angolana.acesso em: 12 de Maio de 2022.
Nicolau, M. (2017). Pesquisa aplicada a comunicação em mı́dias digitais.
Silvera, T. D. (2009). Metodologia de pesquisa. Rio grande do Sul.
Tubino, F. D. (2000). Metodos quantitativos.
Wooldridge, M. J. (2006). Introducão a econometria-uma abordagem moderna. Brazil(São
Paulo.

55
Anexos

Você também pode gostar