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Investigação Criminal Defensiva. TALON, Evinis. 2020
Investigação Criminal Defensiva. TALON, Evinis. 2020
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Evinis Talon
2020
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Referências
Parte I
Teoria geral da investigação criminal
defensiva
1. Noções gerais
7. 1. Fundamentos constitucionais da
investigação criminal defensiva
O art. 5º, LV, da Constituição Federal, prevê que “aos
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Ainda que
não mencione expressamente, trata-se de um importante
fundamento da investigação criminal defensiva.
O exercício da defesa técnica não pode ser limitado à
concordância do Delegado de Polícia quanto ao deferimento
de diligências postuladas pelo Advogado no inquérito
policial.
Com precisão, Nery Junior (2010, p. 249) afirma:
Feitas as alegações, os titulares da garantia da
ampla defesa têm o direito à prova dessas
mesmas alegações. De nada adiantaria garantir-se
a eles com uma mão o direito de alegar e subtrair-
lhes, com a outra, o direito de fazer prova das
alegações. O direito à prova, pois, está imbricado
com a ampla defesa e dela é indissociável.
16.1. Depoimentos
A colheita de depoimentos é uma das principais
possibilidades na investigação criminal defensiva, porque
permite a antecipação de um testemunho que, se favorável,
poderá ser levado aos autos oficiais, por declaração escrita
ou audiovisual, bem como repetida, arrolando a testemunha
para que seja ouvida no processo.
De certa forma, o Ministério Público já faz isso na
investigação direta (PIC) ao ouvir testemunhas sem a
presença do Advogado do réu, tendo, ainda, a liberdade
para inquirir sem o controle realizado pelo Magistrado, que
poderia indeferir, por exemplo, perguntas que induzam a
resposta (art. 212 do CPP).
Para a defesa, a vantagem de tomar depoimentos
consiste em obter declarações de testemunhas sem a
participação da outra parte (Ministério Público ou
querelante), que poderia, por suas perguntas, gerar
contradições ou enfraquecer a versão apresentada.
Inquirindo a testemunha na investigação criminal
defensiva, o Advogado terá a vantagem estratégica de que
a inquirição não tenha perguntas do Delegado, Ministério
Público, querelante, assistente da acusação ou Juiz. Seriam
formuladas apenas as perguntas escolhidas previamente
pelo Advogado, que teria o domínio da situação.
Outra vantagem seria a discricionariedade de juntar ou
não aos autos oficiais o termo de declaração ou sua
respectiva gravação audiovisual. Sendo desfavorável ao
investigado/réu e considerando que não se pode exigir a
autoincriminação, o depoimento poderia permanecer
apenas nos autos da investigação defensiva, não sendo
juntado aos autos oficiais. Por outro lado, quando uma
testemunha é arrolada e inquirida em um inquérito ou
processo, suas palavras não podem ser extraídas dos autos
se forem desfavoráveis à parte que a arrolou.
Feitas as considerações sobre as vantagens da oitiva
de uma testemunha na investigação defensiva,
questionamos: como isso deve ser feito na prática?
O primeiro passo consiste em perguntar ao cliente se
há pessoas que saibam sobre o fato e que podem colaborar
para o fortalecimento da sua versão. Identificando as
testemunhas e sabendo o que, em tese, elas podem
declarar, deve-se pesquisar o respectivo endereço. Em
alguns casos, o cliente saberá o endereço. Em outros, o
Advogado precisará diligenciar em busca dessa informação.
Em seguida, deve-se elaborar um convite à
testemunha para que compareça ao escritório com a
finalidade de prestar declarações sobre o fato. Nada impede
que o convite seja feito por telefone, e-mail ou aplicativo de
mensagens, mas, para garantir a formalidade do ato,
recomenda-se que seja por escrito, com aviso de
recebimento.
Nessa linha, Bulhões (2019, p. 120) afirma:
Nessa toada, é possível que o advogado chame,
formalmente, testemunhas, sejam elas amigáveis,
neutras ou hostis. As ‘amigáveis’ poderão
facilmente comparecer espontaneamente,
enquanto talvez as ‘neutras’ reajam positivamente
a uma notificação extrajudicial privada, e às
‘hostis’ muito provavelmente reste a alternativa da
notificação cartorária (pública). Todas deverão ser
igualmente documentadas.
Questões práticas
21. Limites da investigação defensiva
24. Capa
34. Relatórios
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 17. ed. São Paulo:
Saraiva Educação, 2020.