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Cap 1
Cap 1
Estávamos por volta de uns 12 mil metros de altitude, em algum lugar entre
Buffalo e Dallas, quando o meu companheiro de viagem colocou a revista que lia na bolsa
de seu banco, olhou em minha direção e perguntou:
Ele me disse então que há muito tempo gostaria de fazer uma pergunta para
um conselheiro conjugal, e aproveitaria para formulá-la a mim, naquela hora. E perguntou:
— Bem, já me casei três vezes e em cada uma delas tudo era muito bonito até
o enlace matrimonial. Em algum lugar, depois do sim, as coisas mudavam. Todo amor que
eu imaginava que tinha por elas, e todo amor que elas pareciam ter por mim, evaporavam-
se. Posso dizer que sou uma pessoa inteligente. Sou um empresário bem-sucedido nos
meus negócios, mas não consigo entender o porquê dessa situação.
— Bem, o segundo casamento já não deu certo desde o começo. Não entendi o
que aconteceu. Pensei que nós realmente nos amávamos! No entanto, a lua-de-mel foi um
desastre e depois disso jamais nos recuperamos. Tivemos um período de seis meses de
namoro, um romance arrebatador. Estávamos realmente entusiasmados. Mas… foi só nos
casarmos, para que nossa vida virasse uma batalha sem trégua. No primeiro casamento,
tivemos uns três ou quatro anos bons, antes que o primeiro filho nascesse. Daí em diante
ela deu toda sua atenção para a criança e parecia que não precisava mais de mim!
— Disse sim! Mas ela respondeu que eu estava maluco e não compreendia o
que era ser uma babá 24 horas por dia. Reclamou, inclusive, que eu deveria ser mais
compreensivo e ajudá-la mais. Eu tentei, mas parecia que não fazia diferença alguma.
Daquela época em diante afastamo-nos ainda mais. Depois de certo tempo não havia mais
amor, só indiferença. Concordamos que o nosso casamento se acabara.
Ele prosseguiu:
Mesmo com tantos livros, revistas e ajuda disponível, por que aparentemente
tão poucos casais parecem ter descoberto o segredo de manter vivo o amor após o
casamento? Por que um casal que assiste a um curso de comunicação e ouve as
maravilhosas ideias de como melhorar o diálogo, volta para casa e não consegue colocar
em prática os exercícios aprendidos? O que acontece, se depois de lermos um artigo do
tipo “100 Formas de Expressar Amor a Seu Cônjuge” e colocarmos em prática umas três
formas, que nos parecem mais adequadas, nosso cônjuge ainda assim não reconhece
nosso esforço? — Desistimos das outras 97 formas e retornamos ao cotidiano de nossas
vidas.
Mas quanto mais utilizarmos uma língua secundária, mais à vontade nos
sentiremos para expressá-la. Se falarmos somente nosso idioma, e encontrarmos alguém
que também só fale o seu (diferente do nosso), a comunicação entre nós será bem
limitada. Será necessário apontar, murmurar, desenhar ou fazer mímica para comunicar a
ideia que desejamos transmitir. Poderemos até nos entender, mas será uma comunicação
bem rudimentar. As diferenças de linguagem fazem parte da cultura humana. Se
quisermos ter um bom intercâmbio cultural, será necessário aprendermos a linguagem
daquele com quem desejamos nos comunicar.
O meu amigo do avião usava a linguagem das “palavras de afirmação” para sua
terceira esposa quando disse a ela o quanto a achava bonita, o quanto a amava e o quanto
se orgulhava de ser seu marido. Ele utilizava a linguagem do amor, e era sincero, mas ela
não a entendia. Talvez ela procurasse o amor em seu comportamento, mas não o
encontrou. Ser sincero não é o suficiente. Devemos estar dispostos a aprender a primeira
linguagem de nosso cônjuge, se quisermos comunicar eficazmente o nosso amor.