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A cristologia no Novo Testamento é um campo vasto e multifacetado que

reflete as diversas audiências e propósitos dos evangelistas. Antes mesmo da


redação dos evangelhos, a tradição oral desempenhava um papel crucial na
transmissão das histórias e ensinamentos de Jesus. Por volta de 65 d.C., Marcos,
discípulo de Pedro, escreveu o primeiro evangelho, direcionando sua mensagem
aos pagãos convertidos ao cristianismo. Marcos retrata Jesus como um poderoso
exorcista e mestre, enfatizando seus milagres e ensinamentos, enquanto mantém
um segredo messiânico até a crucificação, quando Jesus é revelado como o Filho de
Deus.
Lucas, o autor do Evangelho e de Atos dos Apóstolos, escreveu para uma
audiência predominantemente pagã, destacando a compaixão de Jesus pelos
pobres e marginalizados. Ele também enfatiza a vida de oração de Jesus e sua
atenção aos excluídos da sociedade. Além disso, Lucas inclui parábolas exclusivas,
como a do filho pródigo e a do bom samaritano, para ilustrar a misericórdia e a
inclusão no Reino de Deus.
Por volta de 80 d.C., Mateus escreveu seu evangelho para os judeus
convertidos, enfatizando o cumprimento das profecias do Antigo Testamento por
meio da vida e ensinamentos de Jesus. Mateus estrutura seu evangelho em torno de
cinco grandes discursos, nos quais Jesus é retratado como o novo Moisés, trazendo
uma nova lei e uma nova aliança para o povo de Deus. Ele intercala esses discursos
com narrativas de milagres e ações de Jesus, enfatizando sua autoridade como
mestre e salvador.
Os evangelhos sinóticos - Marcos, Lucas e Mateus - compartilham muitos
eventos em comum e retratam Jesus como um mestre da palavra e da ação, além
de um observador atento da natureza. No entanto, o evangelho de João se destaca
por sua abordagem única e teológica. Escrito por volta de 100 d.C., João apresenta
uma perspectiva mais simbólica, concentrando-se nos sinais e na identidade divina
de Jesus. Seus relatos são menos centrados em parábolas e mais voltados para os
aspectos teológicos, culminando no prólogo, que apresenta Jesus como a Palavra
encarnada.
João destaca contrastes como luz e trevas, vida e morte, revelando uma
compreensão mais profunda da pessoa e obra de Jesus. Embora tenha sido
inicialmente considerado menos histórico, a pesquisa histórico-crítica revelou sua
importância como um testemunho teológico valioso dentro do cânone do Novo
Testamento. Assim, a cristologia no Novo Testamento é diversificada, refletindo a
riqueza e a complexidade da fé cristã primitiva. Cada evangelista oferece uma
perspectiva única sobre a vida, os ensinamentos e a identidade de Jesus,
contribuindo para uma compreensão mais ampla do mistério da encarnação e da
salvação.
A cristologia no Evangelho de Marcos apresenta uma perspectiva única,
destinada aos neo-cristãos de cultura grega, habituados às ideias de heróis
gloriosos. Marcos escreveu seu evangelho com a intenção de transmitir aos judeus a
compreensão de Jesus sob esse prisma, daí o segredo messiânico mantido por
Jesus até sua crucificação, uma pedagogia para evitar confusões com os heróis
gregos.
Composto por 16 capítulos, o Evangelho de Marcos é o mais curto, intenso e
dramático. Marcos, provavelmente inspirado por Pedro, seu mentor, escreveu com
urgência e precisão, refletindo a pressa em transmitir tudo o que ouviu. Ele retrata
Jesus como um líder autoritário, cuja autoridade convence seus seguidores e seus
oponentes. Embora Marcos não tenha conhecido pessoalmente Jesus, ele destaca a
consciência de Jesus sobre seu destino, representado pelo conflito com Satanás e
sua vitória sobre o mal.
No Evangelho de Marcos, encontramos várias notas distintas sobre a pessoa
de Jesus. Primeiro, Marcos destaca o papel de Jesus como formador dos discípulos,
compartilhando sua autoridade com eles para expulsar demônios e realizar milagres.
Ele enfatiza a importância de seguir Jesus como uma jornada de aprendizado e
compartilhamento de vida.
Em segundo lugar, Marcos proclama Jesus como o Filho de Deus,
destacando momentos como o batismo, a transfiguração e a confissão do centurião
como evidências dessa divindade. No entanto, a compreensão messiânica de Jesus
em Marcos é a do servo sofredor, cuja morte é o ato supremo de amor e redenção.
Outra nota distintiva é o título enigmático "Filho do Homem", que simboliza a
humildade e a glória de Jesus. Este título, derivado de passagens do Antigo
Testamento, enfatiza a humanidade e a divindade de Jesus de maneira única.
Além disso, Marcos retrata Jesus como um ser humano com emoções e
limitações, mostrando sua compaixão, indignação e angústia diante da incredulidade
e do sofrimento humano. Jesus não é apenas um homem comum, mas aquele que
exerce autoridade sobre a natureza, a morte e as enfermidades, realizando milagres
que testemunham sua divindade.
Entretanto, apesar dos milagres e ensinamentos de Jesus, seus discípulos
muitas vezes demonstram incompreensão e falta de fé. Marcos destaca o segredo
messiânico de Jesus, ordenando que seus seguidores não divulguem sua identidade
antes da crucificação, revelando seu compromisso com o mistério da paixão e
morte.
Assim, o Evangelho de Marcos apresenta uma cristologia única que enfatiza a
autoridade, divindade e humanidade de Jesus, enquanto revela seu propósito
redentor e sacrificial para a humanidade.
Lucas escreveu para s gentils
No evangelho de joão jesus está em conflito com os fariseus a toda hora.
Uma das causas da morte de Jesus é o fato dele ter perdoado pecados.
Sobre o evangelho de mateus, mateus era um judeu, homem da lei e da
torah. Mateus era um judeu que escreveu para cristão provenientes do judaísmo. A
vinda de jesus foi longamente anunciada no antigo testamento. O jessus de mateus
cumpre as profes=cias do antigo testament. A Igreja é o novo povo de Deus
(evangelho eclesial). Para mae=teus jesus é o cristo. Em mateus fala-se reino dos
céus, porque o povo judeu não pronunciva o nome de deus.

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