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DIREITO CIVIL: OBRIGAÇÕES

Prof. Arthur Henrique Pontes Rodrigues


Prof. Guilherme Bernardes Filho

Diretor Presidente

Prof. Aderbal Alfredo Calderari Bernardes

Diretor Tesoureiro

Prof. Frederico Ribeiro Simões

Reitor

UNISEPE – EaD

Prof. Renaldo Rodrigues Junior

Prof. Dr. Renato de Araújo Cruz

Coordenação do Núcleo de Ensino a distância - Nead

Equipe editorial:

Prof.ª M.ª Deise Aparecida Carminatte


Prof. Me. Fernando Henrique Ignácio Dos Santos
Prof.ª Gabriela Fulan e Silva
Prof. Me. Igor Gabriel Lima
Prof. Dr. Jozeildo Kleberson Barbosa
Prof. Marcelo Massatoshi Senaga Miyatake
Prof.ª Dr.ª Soraia Castellano

Apoio técnico:

Alexandre Meanda Neves

Anderson Francisco de Oliveira

Douglas Panta dos Santos Galdino

Fernanda Pereira de Castro - CRB-8/10395

Gustavo Batista Bardusco

Kelvin Komatsu de Andrade

Matheus Eduardo Souza Pedroso

Marcelo Toshiyuki Gushiken

Revisora responsável: Prof.ª M.ª Rute Elisa Jorge Mendes

Diagramador responsável: Diego Macedo Pedroso


SOBRE O AUTOR:

Arthur Pontes é formado em Ciências Jurídicas e Sociais, com uma notável especialização em três
principais áreas do Direito: Direito Imobiliário, Direito Tributário e Direito Processual Civil. Sua
proficiência no campo imobiliário é evidenciada pelo seu envolvimento em várias instituições e
comissões renomadas.

Ele é um membro destacado das Comissões de Direito Imobiliário e da Advocacia Condominial da


OAB/SP e da Comissão de Direito Imobiliário e da Construção da OAB/PR. Além disso, sua afiliação
às Comissões de Direito Condominial e Direito Tributário do prestigioso Instituto Brasileiro de Direito
Imobiliário (IBRADIM) atesta sua vasta experiência e competência na área. Representando sua
influência local e compromisso com a cidade de Curitiba, também atua na Comissão Municipal de
Urbanismo de Curitiba/PR. Atualmente é Diretor Adjunto da Associação Nacional da Advocacia
Condominial – ANACON.

Sua paixão pela educação e pelo compartilhamento do conhecimento é evidente em seu papel como
Professor de Direito Condominial e Imobiliário na Universidade Livre do Mercado Imobiliário e
Condominial (UNIHAB).

Além de sua carreira acadêmica e de sua participação ativa em comissões, Arthur Pontes também
oferece sua expertise como Advogado e Consultor Jurídico do SECOVI/PR, fortalecendo ainda mais
sua posição como uma figura de referência no cenário jurídico imobiliário do Paraná.

SOBRE A DISCIPLINA:

Bem-vindo ao universo do Direito Civil, especificamente ao estudo das Obrigações, uma das áreas
mais fundamentais e aplicadas da vasta paisagem jurídica. A disciplina das obrigações é tão rica e
diversa que é capaz de nos proporcionar uma viagem profunda pelas relações jurídicas humanas,
explorando os compromissos e deveres que delineiam a nossa convivência em sociedade.

A Introdução às Obrigações nos apresenta a base de tudo: entender o que são as obrigações, suas
características inerentes e a natureza jurídica que as sustenta. Estas são as bases, o pilar central
que irá sustentar nossa compreensão dos temas subsequentes.

Em seguida, os Elementos Constitutivos e Fontes das Obrigações nos levam a discernir os


componentes básicos das obrigações e de onde elas surgem. Uma clara compreensão desses
elementos é crucial para que possamos aplicar, interpretar e argumentar no campo das obrigações
de maneira eficaz.

As Modalidades das Obrigações nos oferecem um leque variado de situações e especificidades. Ao


explorar os deveres de dar, fazer e não fazer, bem como as obrigações alternativas, divisíveis e
indivisíveis, começamos a perceber a amplitude e a complexidade das relações jurídicas. Estas
nuances determinam não só a natureza das obrigações, mas também a forma como são cumpridas
e as consequências de seu descumprimento.

Aprofundando-se ainda mais, a seção sobre Modalidades Especiais das Obrigações nos desvenda
situações particulares, como as obrigações solidárias, que nos mostram como os deveres podem ser
compartilhados entre diversas partes.
O estudo da Transmissão e Extinção das Obrigações nos dá insights sobre a fluidez e a
impermanência das relações jurídicas, enquanto o Adimplemento e Inadimplemento desvela os
desfechos possíveis para os compromissos assumidos, seja seu cumprimento ou seu
descumprimento.

Por fim, ao nos debruçarmos sobre a Mora, Perdas e Danos, e Cláusulas Especiais, somos
conduzidos ao universo das consequências jurídicas, as responsabilidades inerentes a cada ato e a
relevância de acordos e cláusulas específicas.

Convidamos você, futuro operador do Direito, a mergulhar neste estudo essencial, a compreender a
dinâmica das obrigações e a equipar-se com o conhecimento e as habilidades necessárias para
enfrentar os desafios da prática jurídica. O estudo do Direito Civil: Obrigações não só enriquece seu
repertório jurídico, mas também molda sua compreensão das interações humanas à luz do Direito.

Vamos juntos nesta jornada de descoberta!


Os ÍCONES são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem
e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
SUMÁRIO

UNIDADE II ............................................................................................................... 05
4º Modalidades das obrigações: parte II........................................................... 05
5º Modalidades especiais das obrigações......................................................... 13
UNIDADE II
CAPÍTULO 4 – MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES: PARTE II
No término deste capítulo, você deverá saber:

 Obrigações alternativas;
 Obrigações divisíveis;
 Obrigações indivisíveis.

Introdução

O universo do Direito Civil é vasto e multifacetado, sendo o campo das obrigações um dos seus
pilares mais significativos. O capítulo que se avizinha aprofunda-se nas modalidades de obrigações,
especificamente nas alternativas, divisíveis e indivisíveis, destacando suas peculiaridades,
implicações e aplicações práticas. Estas categorias não só elucidam complexidades jurídicas, mas
também revelam as sutilezas das relações humanas sob o prisma da lei.

As obrigações jurídicas, em suas diversas modalidades, refletem como a sociedade percebe as interações e
compromissos entre indivíduos. Mas, além da letra da lei, como essas classificações impactam nossas
decisões diárias e a maneira como encaramos nossos compromissos pessoais e profissionais?

4.1 Obrigações alternativas

O universo jurídico das obrigações no Direito Civil abrange uma variedade de nuances que
determinam a forma como um vínculo obrigacional se estrutura entre as partes. Uma dessas
variações, essencial para compreensão mais aprofundada do tema, é a categoria das obrigações
alternativas.

As obrigações alternativas, como previsto no artigo 252 do Código Civil Brasileiro, são aquelas em
que o devedor se compromete a cumprir uma entre duas ou mais prestações possíveis, distintas e
determinadas, ficando livre da obrigação ao realizar qualquer uma delas. A sua característica
marcante é o fato de existir mais de uma prestação possível, mas, uma vez escolhida e realizada
uma delas, as demais perdem sua eficácia. Essa escolha, em regra geral, pertence ao devedor, salvo
quando for estipulado o contrário no acordo ou contrato estabelecido entre as partes.

Tal modalidade é interessante, pois permite certa flexibilidade na execução do que foi acordado, e
pode ser especialmente útil em situações em que as circunstâncias mudam ou quando existe uma
incerteza sobre a disponibilidade ou viabilidade de uma das opções de prestação no momento da
celebração do contrato.

No entanto, há um ponto de atenção. Se uma das prestações se tornar impossível ou ilícita, a


obrigação se concentra na prestação restante, conforme destaca o artigo 253 do Código Civil. Esse

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dispositivo legal é fundamental, pois resguarda a obrigação e evita que ela se torne inexequível
devido a circunstâncias externas.

Ademais, é relevante mencionar o artigo 254, que estabelece que, se a escolha couber ao devedor
e este não a fizer no prazo acordado, o credor poderá exigir a prestação que lhe parecer conveniente,
ou o valor de uma delas, além de perdas e danos. Contrariamente, se a escolha pertencer ao credor
e este não optar em tempo, a opção se transfere para o devedor.

As obrigações alternativas trazem para o campo do Direito Civil uma riqueza de opções e adaptações
possíveis para os mais diversos contextos contratuais. Elas permitem que as partes, de maneira
consensual, estabeleçam múltiplos caminhos para a satisfação de uma obrigação, garantindo, assim,
maior flexibilidade e adaptabilidade às mudanças de cenário. No entanto, como toda modalidade
obrigacional, exige-se atenção às normas e princípios que a regem, garantindo que os direitos e
deveres de todas as partes envolvidas sejam devidamente respeitados e cumpridos.

Continuando a reflexão sobre as obrigações alternativas, é fundamental abordar algumas situações


práticas que elucidam sua aplicação no mundo jurídico. A realidade das relações civis,
frequentemente, exige soluções dinâmicas e as obrigações alternativas surgem como um
mecanismo para adaptar-se a diferentes cenários sem que o vínculo obrigacional seja comprometido.

Imagine, por exemplo, um contrato de compra e venda em que o vendedor se compromete a entregar
ao comprador, como objeto do contrato, um veículo de um determinado modelo ou um outro veículo
de modelo superior, ficando a escolha a critério do comprador. Aqui, está-se diante de uma típica
obrigação alternativa, onde a prestação pode ser satisfeita de mais de uma maneira, a depender da
escolha de uma das partes. Neste caso, caso o comprador escolha o modelo superior e este não
estiver disponível, o vendedor estaria obrigado a entregar o modelo inicialmente acordado, visto que
a impossibilidade de uma das prestações concentra a obrigação na prestação remanescente.

Outro aspecto relevante é a questão da indeterminação da prestação. Conforme estabelece o artigo


255 do Código Civil, "Se, havendo duas ou mais prestações igualmente líquidas e realizáveis, a
escolha caber ao credor, este será obrigado a aceitar a primeira que lhe for oferecida; se a escolha
tocar ao devedor, este será obrigado a prestar a primeira que o credor demandar". Esta regra
resguarda a objetividade e a boa-fé nas relações contratuais, impedindo que uma das partes protela
a obrigação indevidamente ao não se decidir por uma das opções.

Ademais, é preciso mencionar que, por mais que a flexibilidade seja um traço marcante das
obrigações alternativas, elas não podem ser confundidas com a incerteza. O Código Civil é claro ao
estabelecer, em seu artigo 243, que "É anulável a obrigação contraída a prestação impossível ou
fora do comércio". Ou seja, ainda que se permita certa liberdade na escolha das prestações, essas
devem estar claras, determinadas e serem possíveis no momento da celebração do acordo.

Assim, o estudo das obrigações alternativas nos conduz a uma reflexão mais ampla sobre a
adaptabilidade das normas civis. Em um mundo em constante transformação, as soluções jurídicas
também precisam ser maleáveis o suficiente para atender às demandas dinâmicas da sociedade,
sem, contudo, perder de vista a segurança jurídica e a certeza de que são inerentes ao Direito.

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4.2 Obrigações divisíveis

Dentro do universo complexo e detalhado do Direito Civil, a maneira como as obrigações são
categorizadas e compreendidas é crucial para a efetiva aplicação da lei e justiça nas relações
jurídicas. Entre as variadas modalidades de obrigações, as obrigações divisíveis ocupam um lugar
de particular importância, ao definirem os limites e a forma de cumprimento de certos deveres entre
as partes.

A característica fundamental das obrigações divisíveis é que elas podem ser fracionadas sem
alteração na sua substância ou essência, permitindo que sejam satisfeitas de forma parcial, sem
comprometer o todo. O artigo 257 do Código Civil Brasileiro fornece um panorama claro sobre essa
modalidade, determinando que uma obrigação é divisível quando se presta a cumprimento parcial,
isto é, pode ser fracionada sem prejuízo para o seu objeto.

Nesse contexto, uma dívida monetária pode ser exemplificada como uma típica obrigação divisível.
Se alguém deve uma quantia de dez mil reais a outra pessoa, essa dívida pode ser parcelada em
diversas vezes, sem que haja prejuízo ou alteração na natureza da obrigação. Cada parcela paga
vai reduzindo proporcionalmente o montante devido, até sua completa quitação.

No entanto, é fundamental entender que a divisibilidade das obrigações não se confunde com a
possibilidade de fracionamento de um bem. Por exemplo, um bem imóvel, como uma casa, ainda
que possa ser vendida em partes (como em frações ideais em um condomínio), possui uma unidade
intrínseca que não permite sua divisão física sem perda de sua essência ou função. Portanto, nem
toda obrigação referente a bens materiais é necessariamente divisível.

Outro aspecto jurídico importante surge quando nos deparamos com coobrigados em uma relação
jurídica. Se a obrigação for divisível e não houver estipulação em contrário, presume-se que a dívida
deve ser fracionada entre os coobrigados em partes iguais. Assim, se duas pessoas devem
conjuntamente uma quantia de dinheiro, na ausência de um acordo específico, ambas são
responsáveis por metade da dívida, conforme o artigo 258 do Código Civil.

As obrigações divisíveis representam uma ferramenta vital no Direito Civil para a compreensão e
aplicação adequadas das responsabilidades das partes em uma relação jurídica. E, como sempre, a
correta interpretação e aplicação das normas que regulam essa modalidade de obrigação são
essenciais para garantir que os direitos e deveres de todas as partes envolvidas sejam devidamente
respeitados e atendidos.

Aprofundando nossa compreensão sobre as obrigações divisíveis, é válido enfatizar a distinção entre
o que é materialmente divisível e juridicamente divisível. O conceito de divisibilidade, no contexto
jurídico, ultrapassa a simples possibilidade física de divisão. Por exemplo, um bem móvel, como um
automóvel, é materialmente indivisível. No entanto, juridicamente, ele pode ser objeto de uma
obrigação divisível se duas ou mais pessoas adquirirem conjuntamente o veículo, sendo cada uma
responsável por uma parte do preço.

O ponto-chave aqui é a ideia de que a divisibilidade jurídica está atrelada ao cumprimento da


prestação e não necessariamente à natureza física do objeto em questão. Por essa razão, a noção
de divisibilidade permeia diversos aspectos do Direito Civil, especialmente quando tratamos de
coobrigados ou direitos sobre bens comuns.

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Ao nos depararmos com as situações em que a divisibilidade das obrigações entra em jogo, surgem
também desafios práticos. Como, por exemplo, no caso de uma dívida que seja parcialmente quitada.
O artigo 259 do Código Civil esclarece que "A obrigação indivisível se torna divisível se a prestação
se tornar parcialmente impossível". Essa disposição ressalta a adaptabilidade do Direito às
circunstâncias mutáveis da vida cotidiana.

Outro cenário frequentemente encontrado na prática jurídica refere-se à responsabilidade dos


coobrigados em uma obrigação divisível. Em caso de inadimplemento por um deles, o credor pode
exigir de qualquer dos devedores a parte que lhe cabe. Entretanto, é essencial compreender que, se
um dos coobrigados cumprir mais do que sua parte, terá ele direito de regresso em relação aos
demais pelo excesso pago.

É fundamental, portanto, que os envolvidos em uma relação jurídica com obrigações divisíveis
estejam cientes das implicações e responsabilidades que tal modalidade acarreta. A correta
compreensão destas obrigações, tanto por parte dos profissionais do direito quanto pelos próprios
indivíduos ou entidades envolvidas, é indispensável para garantir uma relação jurídica harmoniosa e
equilibrada.

Finalmente, pode-se concluir que as obrigações divisíveis, apesar de serem uma modalidade
específica dentro do Direito Civil, possuem ramificações e aplicabilidades em diversos contextos da
vida jurídica. Elas refletem a necessidade constante de adaptar e ajustar as responsabilidades legais
de acordo com as especificidades e variações das relações humanas, sempre com o intuito de
preservar a justiça e a equidade nas interações civis.

4.3 Obrigações indivisíveis

Quando adentramos no mundo do Direito Civil, rapidamente nos deparamos com a complexidade
das relações jurídicas e a necessidade de categorizar e compreender as obrigações em suas
variadas formas. Diferentemente das obrigações divisíveis, discutidas anteriormente, as obrigações
indivisíveis detêm peculiaridades que desafiam o entendimento e a prática jurídica.

As obrigações indivisíveis, como sugere o nome, não permitem fracionamento sem que haja
alteração em sua substância ou essência. Elas se caracterizam pela impossibilidade de serem
cumpridas em partes, sem comprometimento da natureza da prestação. No Código Civil Brasileiro,
o artigo 257 destaca que a obrigação é indivisível quando se presta a cumprimento parcial, mas seu
fracionamento tornaria a prestação insatisfatória ou alteraria seu valor.

Um exemplo clássico é a entrega de um animal de raça específica. Não é possível entregar metade
ou uma parte desse animal, pois a prestação se tornaria insatisfatória e destituída de sentido. Assim,
se duas pessoas se comprometem conjuntamente a entregar um cavalo, essa obrigação é indivisível,
e ambas são responsáveis pela entrega do animal em sua totalidade.

Por outro lado, as obrigações indivisíveis têm implicações significativas quando tratamos de
coobrigados. Suponhamos que dois indivíduos devam conjuntamente entregar uma obra de arte rara.
Mesmo que cada um tenha contribuído com uma quantia diferente para a aquisição da obra, ambos
são igualmente responsáveis por sua entrega. Se um deles falhar, o credor pode demandar de
qualquer um deles o cumprimento total da prestação. Isso está fundamentado no artigo 259 do

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Código Civil, que estabelece que a obrigação indivisível se torna divisível se a prestação se tornar
parcialmente impossível, mas não por vontade dos coobrigados.

Além disso, quando uma das partes cumpre integralmente a obrigação indivisível, adquire direito de
regresso contra o outro devedor pela parcela que lhe cabia na prestação. Esse é um mecanismo
jurídico essencial para garantir que a parte que cumpriu sua obrigação não seja injustamente
prejudicada.

As obrigações indivisíveis são um testamento da rica tapeçaria de situações e desafios que o Direito
Civil apresenta. Elas reforçam a ideia de que as relações jurídicas não são apenas transações frias,
mas envolvem nuances e especificidades que refletem a diversidade e complexidade das interações
humanas. Assim, a correta interpretação e aplicação destas obrigações são fundamentais para
assegurar que os princípios de justiça e equidade sejam mantidos em todas as relações jurídicas.

Compreender a natureza e as implicações das obrigações indivisíveis é crucial não apenas para
juristas, mas também para as partes envolvidas em tais compromissos. Esta modalidade de
obrigação se diferencia claramente da divisível pela sua singularidade e, consequentemente, pelo
modo como é tratada na legislação e jurisprudência.

Por vezes, o cenário se torna ainda mais complexo quando a prestação da obrigação indivisível se
torna impossível devido a circunstâncias alheias à vontade das partes. Imagine, por exemplo, que o
cavalo que deveria ser entregue, mencionado anteriormente, venha a falecer. Neste caso, segundo
o artigo 263 do Código Civil, se a prestação do fato se tornar impossível sem culpa dos devedores,
a obrigação será extinta, e os codevedores ficarão liberados da prestação. Por outro lado, se a
impossibilidade ocorrer por culpa de um dos codevedores, este responderá por perdas e danos.

Uma situação análoga é enfrentada quando, em uma obrigação indivisível, um dos codevedores
remite a dívida ou se torna inadimplente. Neste contexto, como o compromisso não pode ser
fracionado, a quitação por parte de um dos devedores beneficia a todos, enquanto a inadimplência
de um pode afetar todos os codevedores, uma vez que o credor tem o direito de exigir a prestação
integral de qualquer deles.

Para evitar complicações inerentes a estas obrigações, é comum e aconselhável que as partes
envolvidas estabeleçam cláusulas contratuais específicas que determinem como lidar com possíveis
contingências, como a impossibilidade de cumprimento, ou definam as responsabilidades exatas de
cada coobrigado.

Em síntese, as obrigações indivisíveis são um reflexo das diversas possibilidades e complicações


das relações jurídicas no Direito Civil. Sua existência exemplifica a necessidade de uma análise
cuidadosa e de um entendimento profundo das obrigações, bem como da elaboração de contratos
claros e precisos. O Direito, nesta vertente, atua como um instrumento para assegurar que, mesmo
nas situações mais complexas e desafiadoras, os direitos e deveres das partes sejam reconhecidos
e respeitados, sempre primando pelo equilíbrio e justiça nas relações jurídicas.

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Considerações finais

A análise destas modalidades de obrigações oferece uma visão panorâmica das complexidades do
Direito Civil e das intricadas redes de compromissos que formam a sociedade. A distinção entre elas
não é mera classificação técnica; reflete os diversos tipos de compromissos e responsabilidades que
podemos assumir no decorrer de nossas vidas. Além disso, reitera-se a importância do estudo e da
compreensão destes conceitos, tanto para profissionais da área jurídica quanto para cidadãos
comuns. Afinal, em diversas situações cotidianas, somos tanto devedores quanto credores, e
entender nossos direitos e deveres é fundamental.

As modalidades das obrigações no Direito Civil são vastas e diferenciadas. Dentro deste escopo, o capítulo
apresentou as obrigações alternativas, onde o devedor tem a prerrogativa de escolher entre duas ou mais
prestações para cumprir sua obrigação. A seguir, discutimos as obrigações divisíveis, nas quais a prestação
pode ser fracionada sem alteração em sua essência ou valor. Por último, exploramos as obrigações indivisíveis,
aquelas que, por sua natureza, não permitem fracionamento sem comprometer a natureza da prestação. Cada
uma destas modalidades possui particularidades e implicações jurídicas que as distinguem e as tornam
fundamentais para a compreensão das relações cíveis.

As obrigações alternativas introduzem uma flexibilidade no cumprimento das obrigações. Será que essa
modalidade reflete uma tendência mais ampla da sociedade em busca de adaptação e personalização em suas
relações?

As obrigações divisíveis permitem fracionamento sem alteração da essência. Este conceito se revela
fundamental, especialmente quando abordamos coobrigações, onde a responsabilidade pode ser
compartilhada

Nas obrigações indivisíveis, mesmo que existam múltiplos devedores, a responsabilidade recai sobre todos
eles igualmente. Em caso de inadimplemento por parte de um, a obrigação total ainda pode ser demandada
aos demais.

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Para aqueles que desejam aprofundar-se no assunto, seria valioso investigar as jurisprudências relacionadas
a cada uma destas modalidades de obrigações. Isso permitirá uma compreensão mais concreta das aplicações
práticas e dos desafios enfrentados no mundo jurídico em relação a estas temáticas.

Analise o contexto das obrigações é algo muito importante. No artigo acadêmico abaixo apresentado, o autor
faz uma interessante análise sobre o tema.
<http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0124-
05792017000200013&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>

Nas obrigações indivisíveis, se a prestação se tornar impossível, o devedor é exonerado da dívida.

PORQUE

A impossibilidade de cumprir uma obrigação indivisível impede que o devedor execute sua obrigação.

a) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.


b) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
c) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
d) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
e) A frase correta seria apenas e tão somente essa: "Nas obrigações indivisíveis, a impossibilidade de
execução libera o devedor da obrigação."

Resposta: Alternativa “E”. Justificativa: A afirmação correta é apresentada na opção E.

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Objetiva – Assinale a alternativa CORRETA:

Obrigações alternativas se caracterizam pela obrigação de cumprir todas as prestações estipuladas.

PORQUE

A natureza destas obrigações permite ao devedor escolher qual prestação cumprir, não sendo necessário
realizar todas.

a) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.


b) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
c) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
d) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
e) A frase correta seria apenas e tão somente essa: "Obrigações alternativas se caracterizam pela
liberdade de escolha entre as prestações estipuladas."

Discursiva - A essência das obrigações indivisíveis repousa sobre a indivisibilidade da prestação, ou seja, não
pode ser fracionada sem prejuízo de sua substância ou destino. Com base nesse conceito, descreva as
consequências jurídicas que podem recair sobre o devedor caso ele busque fracionar unilateralmente uma
prestação indivisível.

Aborde a forma como o direito civil trata a questão da conversão de uma obrigação indivisível em divisível.

Analise a responsabilidade dos codevedores no cenário de uma prestação indivisível quando um deles se torna
insolvente.

Fundamentação da resposta é parte integrante da avaliação da questão.

Respostas:

Objetiva - Alternativa “C”. Justificativa: Ambas as afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica
corretamente a primeira.

Discursiva - Caso o devedor tente fracionar unilateralmente uma prestação considerada indivisível, ele poderá
ser acionado pelo credor para cumprir a obrigação conforme originalmente pactuada. Dependendo das
circunstâncias e dos prejuízos causados ao credor, o devedor poderá ainda ser responsabilizado por perdas e
danos.

O direito civil prevê, em seu artigo 257 do Código Civil, que se, por vontade das partes ou por motivo de força
maior, uma obrigação indivisível se converter em divisível, ela será regida pelas regras correspondentes às
obrigações divisíveis.

Em uma obrigação indivisível, a insolvência de um dos codevedores não exonera os demais de garantir a
prestação por inteiro. Portanto, os codevedores remanescentes deverão suportar o ônus da insolvência do
codevedor inadimplente, garantindo a satisfação integral da prestação ao credor.

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UNIDADE II
CAPÍTULO 5 – MODALIDADES ESPECIAIS DAS OBRIGAÇÕES
No término deste capítulo, você deverá saber:

 Obrigações solidárias;
 Outras modalidades relevantes.

Introdução

Ao adentrarmos o universo das obrigações civis, nos deparamos com uma vastidão de nuances e
especificidades. Neste capítulo, lançaremos luz sobre algumas das modalidades especiais de
obrigações, mais especificamente as obrigações solidárias e outras modalidades que se destacam
em sua importância e aplicabilidade nas relações jurídicas.

As obrigações, em sua multiplicidade de formas e aplicações, refletem as intrincadas relações humanas e a


necessidade de um ordenamento jurídico que as regule. Mas, por que é tão essencial distinguir entre diferentes
modalidades de obrigações? Como a definição correta dessas modalidades pode impactar a vida cotidiana e
a justiça nas relações contratuais?

5.1 Obrigações solidárias

Em sua longa tradição e desenvolvimento, o Direito Civil apresenta uma variedade de modalidades
de obrigações. A diversidade das relações humanas e a necessidade de garantir equilíbrio e justiça
entre as partes, fazem com que o sistema jurídico estabeleça formas específicas de tratar
determinadas obrigações. Uma das mais relevantes modalidades é a obrigação solidária.

No âmbito do Direito Civil Brasileiro, as obrigações solidárias são amplamente reguladas pelo Código
Civil, mais especificamente em seus artigos 264 a 285. De maneira simplificada, a solidariedade
ocorre quando, em uma mesma relação jurídica, existe mais de um credor ou mais de um devedor,
e a dívida ou a coisa devida é integralmente exigível ou prestável por ou a qualquer deles. A
característica central da solidariedade é a possibilidade de um dos cocredores exigir a totalidade da
prestação ou, em contrapartida, um dos codevedores ser compelido a cumprir toda a obrigação.

De forma clara, enquanto uma obrigação simples impõe a cada devedor o cumprimento de sua parte
na prestação e dá a cada credor o direito de exigir sua fração correspondente, na obrigação solidária,
o panorama é outro. O credor tem a opção de exigir de qualquer dos devedores o cumprimento
integral da prestação e vice-versa. Isso traz uma série de vantagens para o credor, em especial nos
casos em que um dos devedores se encontra em insolvência ou é inalcançável.

Porém, a solidariedade não surge de maneira automática. De acordo com o artigo 265 do Código
Civil, "A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes". Isso significa que,

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para sua constituição, é necessária previsão legal expressa ou cláusula contratual específica.
Exemplos de obrigações solidárias por determinação legal são aquelas oriundas de atos ilícitos
cometidos por mais de uma pessoa, conforme disposto no artigo 942 do referido código.

Uma questão relevante na dinâmica das obrigações solidárias diz respeito ao pagamento. Se um
dos devedores solidários realiza o pagamento total da dívida, ele se sub-roga nos direitos do credor
em relação aos demais coobrigados, podendo exigir deles a quota que lhes cabe, conforme o artigo
283 do Código Civil. O mesmo se dá no caso de um dos cocredores receber a integralidade da
prestação.

É válido salientar que, embora a obrigação solidária tenha seu foco na possibilidade de exigir o
cumprimento integral da prestação de qualquer dos coobrigados, existem limitações e regras
específicas. O Código Civil estabelece diversas nuances e situações que regulam as obrigações
solidárias, seja em relação à renúncia da solidariedade, à interrupção da prescrição, dentre outros
aspectos.

As obrigações solidárias são uma ferramenta vital no sistema jurídico civil brasileiro, permitindo uma
flexibilidade na satisfação de direitos e na exigibilidade de dívidas. Porém, sua compreensão
demanda um estudo aprofundado e atento às especificidades previstas no ordenamento jurídico,
garantindo assim a correta aplicação e interpretação desta modalidade obrigacional.

A complexidade das obrigações solidárias também se manifesta na sua classificação. Pode-se


destacar a distinção entre solidariedade ativa e passiva. Na solidariedade ativa, tem-se vários
credores para um único devedor, e qualquer desses credores pode exigir a totalidade da dívida. Já
na solidariedade passiva, o cenário se inverte, com vários devedores responsáveis perante um único
credor.

É fundamental observar que a morte de um dos cocredores ou codevedores não extingue a


solidariedade. No caso de falecimento de um cocredor, seus herdeiros passam a ter o direito de
exigir a prestação de forma conjunta, mas não solidariamente. Por outro lado, se um codevedor
falecer, seus herdeiros passam a ser responsáveis pela dívida de forma solidária, até o limite da
herança transmitida.

A solidariedade pode ainda ser afetada por acontecimentos externos. Se a obrigação se tornar
impossível de ser cumprida por culpa de um dos devedores solidários, este responderá aos
codevedores pelo equivalente e pelas perdas e danos resultantes da impossibilidade. Por outro lado,
se a impossibilidade for sem culpa, a dívida será extinta para todos.

Importante também é a interação das obrigações solidárias com outras figuras do direito civil. Em
cenários de transação realizada por um dos cocredores com o devedor, essa só tem eficácia em
relação ao seu crédito, não beneficiando os outros credores. Em caso de compensação, apenas a
parte do crédito correspondente à dívida do devedor que se tornou credor pode ser objeto desta
operação.

Também deve-se atentar para o instituto da remissão nas obrigações solidárias. A remissão
concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de forma que,
não beneficiando a todos os outros, não afetará a dívida em relação a estes.

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A natureza complexa das obrigações solidárias revela a necessidade de um tratamento técnico e
atento. É por meio deste instituto que o Direito Civil consegue equilibrar interesses, garantir direitos
e estabelecer um mecanismo de efetividade na satisfação das obrigações. No entanto, a sua
aplicação exige um profundo conhecimento das normas e princípios que o regem, para que se evitem
injustiças ou equívocos na sua interpretação e aplicação.

5.2 Outras modalidades relevantes

No vasto campo do Direito Civil, além das já mencionadas obrigações solidárias, existem outras
modalidades obrigacionais que merecem destaque devido à sua relevância e especificidade.
Compreender estas modalidades é crucial para a adequada aplicação do direito, especialmente
considerando a constante evolução das relações sociais e econômicas.

Uma das modalidades obrigacionais distintas é a obrigação propter rem, também denominada
obrigação real. Esta se caracteriza por vincular-se a uma coisa, geralmente um imóvel, e não apenas
às partes envolvidas. Assim, quem adquire o bem também assume as obrigações vinculadas a ele.
O exemplo mais clássico é a obrigação do proprietário de um imóvel de pagar as taxas condominiais,
conforme preconizado no artigo 1.336 do Código Civil.

As obrigações divisíveis e indivisíveis também se apresentam com peculiaridades marcantes.


Enquanto uma obrigação divisível permite que sua prestação seja fracionada sem prejuízo para as
partes, a obrigação indivisível não permite tal fracionamento sem perda de seu valor ou finalidade.
Este conceito é delineado nos artigos 257 a 259 do Código Civil, que estabelecem critérios claros
sobre a divisibilidade da prestação.

Já as obrigações alternativas, previstas nos artigos 252 a 256 do Código Civil, oferecem ao devedor
a possibilidade de escolha entre duas ou mais prestações. Importante ressaltar que, uma vez feita a
escolha, ela se torna irrevogável, e a obrigação perde seu caráter alternativo, consolidando-se em
torno da prestação eleita.

A obrigação de dar coisa certa, por sua vez, tem como objeto uma coisa determinada e
individualizada, como um bem imóvel ou um veículo específico. Nessa modalidade, se a coisa se
perder, sem culpa do devedor, a obrigação se extingue, liberando-o do compromisso, conforme o
artigo 234 do Código Civil.

Por outro lado, a obrigação de dar coisa incerta refere-se a um objeto que, embora determinado
quanto ao gênero e quantidade, não está individualizado. A escolha da coisa (ou individualização) é
denominada "concentração" e, conforme o artigo 243 do Código Civil, cabe ao devedor, salvo
disposição em contrário.

As obrigações de fazer e de não fazer, que têm por objeto uma prestação de serviço ou uma
abstenção, respectivamente. Enquanto a primeira impõe ao devedor a realização de uma atividade,
a segunda requer que ele se abstenha de uma determinada ação. Ambas as modalidades são
detalhadamente regulamentadas nos artigos 247 a 251 e 250 do Código Civil.

Neste panorama, é evidente a riqueza e complexidade das modalidades obrigacionais previstas no


Direito Civil brasileiro. Cada uma dessas modalidades responde a uma necessidade específica das
relações jurídicas, garantindo segurança, previsibilidade e equidade nas transações e compromissos

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entre as partes. Por isso, um estudo detalhado e compreensivo destas obrigações é fundamental
para a atuação adequada no campo jurídico civilista.

Dentro deste espectro, também podemos explorar as obrigações de meio e de resultado. Nas
obrigações de meio, o devedor se compromete a empregar todos os seus conhecimentos e técnicas
para alcançar um objetivo, mas sem garantir a efetiva realização desse objetivo. É comum em
profissões como a medicina, onde o profissional se compromete a fazer o melhor possível pelo
paciente, mas sem assegurar a cura. Por outro lado, nas obrigações de resultado, o compromisso é
com o desfecho prometido, como, por exemplo, no caso de um transporte de mercadorias, onde o
transportador deve entregar a mercadoria no destino acordado em perfeitas condições.

Outra modalidade relevante é a obrigação natural. Esta, embora não possua exigibilidade jurídica, é
revestida de uma carga moral. O exemplo clássico é uma dívida prescrita, que o devedor decide
pagar pelo senso de justiça ou dever moral. O Código Civil, em seu artigo 882, prevê que o
pagamento de uma obrigação natural não pode ser repetido, ou seja, não pode ser solicitado de
volta.

As obrigações líquidas e ilíquidas também se destacam na classificação das modalidades


obrigacionais. Uma obrigação é considerada líquida quando seu objeto é determinado quanto à sua
existência e quantificado quanto ao seu montante. Em contrapartida, a obrigação é ilíquida quando
não estiver determinada em quantidade ou determinada de forma incerta. Em tais situações, recorre-
se frequentemente a procedimentos judiciais para a liquidação dessa obrigação.

Além disso, vale mencionar as obrigações principais e acessórias. A obrigação principal é aquela
que existe por si mesma, independentemente de qualquer outra. Já a obrigação acessória tem sua
existência e validade dependentes de uma obrigação principal, como é o caso dos juros de uma
dívida.

Concluindo, é imprescindível entender que as variadas modalidades de obrigações no Direito Civil


refletem a adaptabilidade deste ramo do direito às mudanças e nuances das relações sociais e
econômicas. Cada modalidade responde a diferentes necessidades e situações, e sua correta
compreensão e aplicação garantem a eficácia do sistema jurídico na regulação e proteção das
relações civis. A intricada teia de modalidades obrigacionais demonstra a profundidade e a riqueza
do Direito Civil, requerendo dos operadores do direito um estudo constante e aprofundado para sua
adequada prática.

Considerações finais

A compreensão das modalidades especiais de obrigações não é meramente acadêmica; ela tem
implicações práticas profundas nas relações jurídicas e contratuais diárias. Ao estabelecer a
distinção entre as várias modalidades, o Direito Civil busca garantir clareza, justiça e previsibilidade
nas relações entre as partes. Cada modalidade possui sua razão de ser, respondendo a
necessidades específicas das relações jurídicas. Portanto, a correta identificação e aplicação dessas
modalidades é crucial para a efetividade do sistema jurídico e para a proteção dos direitos das partes
envolvidas.

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Neste capítulo, mergulhamos no universo das modalidades especiais de obrigações, explorando suas
peculiaridades e aplicações. Iniciamos com as obrigações solidárias, destacando a natureza dessas
obrigações e sua classificação entre solidariedade ativa e passiva, bem como as implicações da morte de um
codevedor ou cocredor e como a solidariedade pode ser afetada por eventos externos. Em seguida, abordamos
outras modalidades relevantes, tais como as obrigações propter rem, divisíveis, indivisíveis, alternativas, de
dar coisa certa, de dar coisa incerta, de fazer e de não fazer, dentre outras. Cada uma dessas modalidades foi
analisada à luz do Código Civil brasileiro, realçando sua importância na regulação das relações jurídicas.

A interação entre as obrigações solidárias e outras figuras do direito civil é um convite à reflexão. Como as
transações realizadas por um dos cocredores com o devedor afetam os outros credores?

Vale ressaltar a obrigação propter rem. Essa obrigação, vinculada a uma coisa, destaca-se pela sua natureza
e pelas implicações que traz para quem adquire um bem com encargos associados.

As obrigações divisíveis e indivisíveis são cruciais para quem atua no campo jurídico, dadas suas implicações
em contratos e transações que envolvam prestações fracionáveis ou não.

O leitor se beneficiaria ao investigar mais sobre as obrigações alternativas, compreendendo como a liberdade
de escolha do devedor pode influenciar o desfecho de determinadas situações contratuais e quais são os
limites dessa escolha.

Como as obrigações propter rem estão relacionadas à danos climáticos? A reposta está no artigo acadêmico
presente no link - https://www.scielo.br/j/mercator/a/SgzwvyFQvzynyM8ZhdtRzjr/

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As obrigações de dar coisa incerta referem-se à entrega de um objeto que ainda não foi especificado.

PORQUE

Neste tipo de obrigação, o objeto é determinado pelo gênero e quantidade, mas não pela sua especificidade.

a) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.


b) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
c) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
d) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
e) A frase correta seria apenas e tão somente essa: "Obrigações de dar coisa incerta dizem respeito a
bens que são determinados por gênero e quantidade, mas não em sua individualidade."

Resposta: Alternativa “C”. Justificativa: Ambas as afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a
primeira ao detalhar a natureza das obrigações de dar coisa incerta.

Objetiva - Assinale a alternativa CORRETA:

Obrigações alternativas permitem ao devedor escolher entre diversas prestações determinadas no momento
da constituição da obrigação.

PORQUE

A escolha do devedor é livre, a menos que essa liberdade tenha sido limitada expressamente ou pelo
comportamento das partes.

a) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.


b) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
c) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
d) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
e) A frase correta seria apenas e tão somente essa: "Nas obrigações alternativas, a liberdade de escolha
do devedor pode ser restringida pelas circunstâncias ou acordos entre as partes."

Discursiva - A diversidade de modalidades de obrigações reflete a complexidade das relações humanas e as


múltiplas formas pelas quais as pessoas podem se comprometer umas com as outras no âmbito do Direito
Civil.

Perguntas:
a) Como as obrigações alternativas são constituídas em relação ao objeto da prestação?
b) Qual o papel das obrigações solidárias em relações jurídicas com mais de um credor ou devedor?
c) Por que o estudo das modalidades especiais de obrigações é relevante para o profissional do Direito?

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Respostas:

Objetiva - Alternativa “E”. Justificativa: Ambas as afirmações são verdadeiras, mas a frase na alternativa E
encapsula de forma mais completa a natureza das obrigações alternativas.

Discursiva -

a) As obrigações alternativas são constituídas de forma que o objeto da prestação seja estabelecido entre
várias opções, cabendo ao devedor, geralmente, a escolha de qual prestação cumprir.
b) As obrigações solidárias garantem que, em relações jurídicas com múltiplos sujeitos, a dívida ou o
crédito seja atendido por qualquer uma das partes, assegurando os direitos dos credores e
estabelecendo claramente os deveres dos devedores.
c) O estudo dessas modalidades permite ao profissional do Direito uma compreensão aprofundada das
diversas formas de compromissos, auxiliando em sua atuação, seja na elaboração de contratos, seja
na resolução de litígios.

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