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FRANCISCO JOSÉ LIMA ALVES

PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS


ESTUDO DE CASO SOBRE DESPLACAMENTO CERÂMICO EM EDIFÍCIO
MULTIFAMILIAR

FORTALEZA-CE
2023
FRANCISCO JOSÉ LIMA ALVES

PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS


ESTUDO DE CASO SOBRE DESPLACAMENTO CERÂMICO EM EDIFÍCIO
MULTIFAMILIAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil do Centro
Universitário de Maringá (UNICESUMAR).

Orientador(a): Prof.(a) Me. Nome completo do


professor mediador.

FORTALEZA-CE
2023
FRANCISCO JOSÉ LIMA ALVES

PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS


ESTUDO DE CASO SOBRE DESPLACAMENTO CERÂMICO EM EDIFÍCIO
MULTIFAMILIAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil do Centro
Universitário de Maringá (UNICESUMAR).
como requisito parcial para obtenção do título
de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovada em: ____/_____/____

BANCA EXAMINADORA

xxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pela saúde e sabedoria durante essa etapa
da minha vida, e por me ajudar a ultrapassar todos os obstáculos encontrados ao
longo desse percurso.
A minha família, por todo o apoio e compreensão que tiveram todo esse
tempo. Principalmente aos meus pais e minha esposa, que me deram
oportunidades, por meios da educação, estímulos, créditos, e força nos momentos
ruins e de cansaço.
Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado, me apoiando e sempre
ajudando de alguma forma. E por fim aos professores, pelas correções e
ensinamentos que me permitiram apresentar um melhor desempenho na minha
formação pão profissional.
“Não há identidade sem memória,
aqueles que perdem suas origens
perdem também sua identidade”.
(BALLART, 1997,P.43)
Sumário

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................1
2. REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................3
2.1. PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO...............................................................6
2.2. CONCEITOS DE PATOLOGIA.........................................................................7
2.3. DIFERENÇAS ENTRE PATOLOGIA E MANIFESTAÇÕES
PATOLÓGICAS.................................................................................................................9
2.4. PATOLOGIAS EM CERÂMICAS...................................................................10
2.5. PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS COM
REVESTIMENTOS.........................................................................................................11
2.5.1. DESPLACAMENTO OU DESTACAMENTO..................................................11
2.5.2. TRINCAS, FISSURAS E GRETAMENTO.......................................................12
2.5.3. MANCHA...........................................................................................................13
2.5.4. JUNTAS.............................................................................................................14
3. METODOLOGIA.............................................................................................................15
3.1. EMPREENDIMENTO..............................................................................................15
3.2. PROBLEMÁTICA.....................................................................................................15
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................21
5. CONCLUSÃO.................................................................................................................23
REFERÊNCIAS......................................................................................................................24
RESUMO

O revestimento cerâmico já vem sendo utilizado em empreendimentos há muito


tempo, bem como vem sendo melhorado ao longo deste. Contudo, ainda é possível
que seja encontrada patologias durante o seu tempo de uso. Erros de execução ou
erros no próprio material são cada vez mais vistos durante a utilização das placas
cerâmicas. Devido aos problemas de projeto, de qualidade de materiais e de mão de
obra empregado, é comum a ocorrência de patologias nesses revestimentos. Sendo
assim, através da identificação dos tipos de distúrbios que ocorrem nos edifícios em
uso, empresas construtoras podem trabalhar para que essas patologias sejam
prevenidas, diminuindo o trabalho de manutenção e aumentando a satisfação dos
clientes em tais edificações. Entretanto, a elaboração desse trabalho foi
desenvolvida com uma bibliografia inicial, que permitiu uma pesquisa sobre a
descrição do revestimento cerâmico e das anomalias mais comuns que ocorrem
nesse tipo de revestimento. A seguir fora elaborado um estudo de caso, no qual um
empreendimento possuiu altas incidências de desplacamento cerâmico em todos os
cômodos dos apartamentos, permitindo-se que fosse feita uma análise de quais
motivos acarretaram o desplacamento dessas placas cerâmicas.

Palavras-Chaves: Revestimento Cerâmico. Patologias. Desplacamento.


Cerâmico.
ABSTRACT

The ceramic tile has been used in enterprises for a long time, and has been
improved throughout this. However, it is still possible that pathologies may be
encountered during their time of use. Execution errors or errors in the material itself
are increasingly seen while using ceramic plates. Due to design, material quality and
workmanship problems, pathologies in these coatings are common. Thus, by
identifying the types of disturbances that occur in buildings in use, construction
companies can work to prevent these pathologies, reducing maintenance work and
increasing customer satisfaction in such buildings. However, the elaboration of this
work was developed with an initial bibliography, which allowed a research about the
description of the ceramic tile and the most common anomalies that occur in this type
of tile. Next, a case study was elaborated, in which one project had high incidences
of ceramic deplacation in all rooms of the apartments, allowing an analysis to be
made of which motives led to the deplacation of these ceramic plates.

Keywords: Ceramic coating. Pathologies. Ceramic. deplacation.


1

1. INTRODUÇÃO

Um dos modos de refletir sobre a história das civilizações ancestrais é através


da cerâmica, por ser um dos poucos materiais que sobreviveram ao tempo. Assim,
os arqueólogos puderam ter subsídios consideráveis para identificar e explicar o
modus vivendi dos nossos antepassados. A cerâmica era feita com finalidades
objetivas e simples, sendo de uso cotidiano (recipientes usados para alimentar o
corpo) ou ritualístico (recipientes usados para alimentar a alma). (ALMEIDA, 2010).
Os azulejos vêm acompanhando, passo a passo, a própria história do
homem, por intermédio das suas formas de expressão de Arte e Arquitetura, bem
como contribuindo de forma incessante para o perfeccionismo da obra e o equilíbrio
estético dos interiores e exteriores. (MORAIS, 1988)
Portugal, apesar de não ser grande produtor de revestimentos cerâmicos, foi
o país europeu que, a partir do século XVI, mais utilizou o revestimento cerâmico em
seus prédios. Esse gosto pela cerâmica inicia-se a partir de suas navegações
iniciadas no século XV, quando entra em contato com outras civilizações, fundindo
as suas manifestações artísticas com vários desses países, como a de origem
mulçumana, herdeira das tradições orientais, assírias, persas, egípcias, chinesas.
Segundo Morais (1988), essa admiração pela cerâmica de revestimentos "ganha
dimensões de arte verdadeiramente nacional, capaz de identificar a sensibilidade e
peculiaridade de sua gente e país".
Desde a década de 1950, a indústria de revestimento cerâmico vem
crescendo significativamente devido ao aumento da demanda de revestimentos
cerâmicos por parte da população em geral (PEZZATO e SICHIERI, 2008, p.17).
Nos dias atuais é comum o uso de revestimentos cerâmicos nos ambiente tanto o
externo e o interno, por suas características e suas propriedades, como: resistência
mecânica pela a sua durabilidade, eficiência, isolante térmico e etc. Contudo é rotina
o aparecimento de patologias, tais como o desplacamento, trincas, manchas e
juntas.
Conforme a ABNT, essas patologias podem se apresentar logo nos primeiros
anos da entrega da obra e reforça que podem estar relacionadas a falhas no
planejamento ou na realização do projeto, qualidade do material empregado e falhas
humanas. Logo que apresentadas tais anomalias torna-se necessário a realização
2

dos serviços de correção gerando custos desnecessários, insatisfação dos usuários,


alteração no desempenho, comprometimento do acabamento, etc.
Ainda assim, os revestimentos cerâmicos podem apresentar “doenças” que
afetam no seu desempenho. O desplacamento cerâmico é umas das principais
anomalias apresentadas, quando o assunto é patologia em revestimento. Para Pi
(2019) realizar o assentamento cerâmico envolve muitos fatores, como, a escolha
correta da argamassa colante para cada situação: situação interna, situação externa,
tamanho das peças, entre outros detalhes. “Então, é muito importante elaborar um
projeto de fachada ou de assentamento cerâmico que precisa incluir também as
juntas de movimentação e de dilatação, pois elas influenciam diretamente no
desplacamento”, aponta.
O presente trabalho foi feito a partir de um estudo de caso realizado em um
condomínio situado em um bairro no município de Fortaleza – CE. Neste sentido, o
presente trabalho tem como objetivo disseminar os conhecimentos a respeito dos
materiais utilizados e das patologias que podem ocorrer neste tipo de problema,
caso as técnicas recomendadas não sejam aplicadas. Numa visão mais ampla,
auxiliar os profissionais da área e a comunidade a prevenir, fornecendo informações
sobre os procedimentos e auxiliá-los a reconhecer e tratar a patologia. Como
consequências desses objetivos, podem-se incluir a diminuição de resíduos gerados
pelas manutenções e os grandes prejuízos causados, quando essa patologia surge.
3

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo pesquisa feita por Silveira (2001) para a IAU-USP (Instituto de


Arquitetura e Urbanismo – Universidade de São Paulo), já no século XV são
encontrados palácios reais revestidos, em seu interior, com azulejos. Mas é a partir
do século XVI, com uma produção regular de revestimento cerâmico no país, que
seu uso se torna frequente em igrejas, conventos e em palácios nobres da alta
burguesia. O uso, em sua maioria, se restringia aos interiores, em forma de tapetes,
ou apenas como material ornamental. Quando utilizado exteriormente, limitava-se ao
revestimento de pináculos e cúpulas das igrejas, devido seu alto custo.
A implantação do projeto de industrialização manufatureira no país só foi
ocorreu no século XVIII, pelo Marques de Pombal. Criou-se, então, a Fábrica da
Loiça do Rato, que simplificava os padrões dos azulejos existentes (de rococós com
predominância de concheados nos emolduramentos, policrômicos, passam a perder
a volumetria, suas cores tornam-se mais flamejantes e começam a ser permeados
de motivos neoclássicos) com o intuito de aumentar a produção. Aumentando a
produção, o custo do produto diminuiu consideravelmente, tornando acessível a um
público maior. Já era visível, então, o revestimento cerâmico se expandindo para
espaços intermediários entre o interior e o exterior, como no revestimento dos
alpendres, pátios, claustros, também enfeitando os jardins com seus bancos ou
chafarizes revestidos.
Ainda de acordo com Silveira (2001), no século XIX, em virtude do avanço
industrial, decorrente da Revolução Industrial, juntamente com as influências
transmitidas pelo Brasil, devido ao uso do revestimento cerâmico nas fachadas, é
que o azulejo sai do interior dos edifícios para revestir seu exterior invocando,
inicialmente para justificar esse fenômeno o fator da salubridade e edifícios situados
em zonas úmidas. A evolução da construção civil teve grandes avanços pela
história, sempre com o objetivo principal de atender as necessidades mais básicas e
primordiais da civilização como também os seus desejos.
Entretanto, em alguns casos, é notória a aparição de alguns problemas, que
afetam o revestimento em questões de resistência e durabilidade, o que pode afetar
tanto no conforto como na segurança do ambiente.
4

Grandes avanços tecnológicos permitem que testes sejam feitos,


comprovando, assim, a vida útil do revestimento. Porém, em alguns casos, mesmo
com os testes não mostrando nenhum erro na peça, é possível notar avarias nos
revestimentos.
O uso intenso de revestimento cerâmico usado em edifícios residenciais,
comerciais e industriais é uma realidade encontrada entre as maiores e melhores
construtoras brasileiras. O principal motivo é que o material mantém o status de
bom, bonito e relativamente barato, dependendo de sua marca e tipo de tratamento
recebido.
Essas vantagens explicam o grande crescimento na utilização do
revestimento cerâmico, usado cada vez mais em todos os ambientes residenciais e
comerciais das construções modernas e fachadas de edifícios, além de alguns
ambientes industriais.
Segundo BNDES (2006), o setor de revestimentos cerâmicos mundial atingiu
a produção de 6,3 bilhões de m² em 2004. Destacam-se a Ásia, com 47% da
produção mundial, Europa com 28% e América do Sul com 11%.
Conforme matéria lançada no site EXAME (2017), estudos realizados pelo
Congresso Brasileiro de Cerâmica junto a Associação Nacional da Indústria
Cerâmica (ANICER), o Brasil é o segundo maior produtor de revestimentos
cerâmicos e também o segundo maior mercado consumidor do mundo, ficando atrás
apenas da China. Nos últimos anos, o setor tem alcançado um grande crescimento,
ultrapassando produtores tradicionais, como a Itália e a Espanha.
Ainda de acordo com o site EXAME (2017), a produção de revestimentos
atingiu em 2010 cerca de 753 milhões de m², um crescimento significativo, divididos
em: cerâmicas para piso, parede, fachadas e porcelanatos. O mercado de
revestimentos conta com cerca de 100 indústrias instaladas em 18 estados do
Brasil, embora os polos cerâmicos regionais de Santa Catarina e São Paulo
concentrem mais de 80% da produção, como é possível ver na Figura 1, o
desenvolvimento da produção de cerâmica no Estado de São Paulo para a produção
nacional.
5

Figura 1 – Evolução produção da cerâmica

Fonte: CCB e Anfacer (2023).

De acordo com o Rogers Rocha (2013), dono da fábrica Rochaforte, em


Cordeirópolis, o desenvolvimento tecnológico e o aprimoramento dos processos
fabris foram fundamentais para o boom da cerâmica paulista. “A aproximação da
nossa indústria com a academia melhorou demais os produtos e processos. Percebo
resultados práticos da pesquisa na minha empresa. Alguns dos nossos produtos têm
o mesmo nível de qualidade dos fabricados na Espanha e na Itália”, diz ele. Além de
vender para o mercado interno, a Rochaforte exporta para clientes nos Estados
Unidos, Chile, Argentina e alguns países da América Central.
Inaugurado há 20 anos, o CCB teve um papel central na evolução do setor
cerâmico nacional. A entidade tem atuado na pesquisa e no desenvolvimento de
produtos cerâmicos, operando principalmente na interface universidade-empresa e
realizando serviços de assessoria técnica e tecnológica para o setor. O Centro de
Inovação Tecnológica em Cerâmica (Citec/CCB) dispõe de uma moderna
infraestrutura laboratorial que foi qualificada pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para a realização de ensaios de certificação e de
controle de qualidade de produto e processo. Ele possui uma instalação completa
para fabricar qualquer tipo de placa cerâmica em escala laboratorial, bem como
6

equipamentos para avaliar resistência à flexão, desgaste por abrasão e resistência


ao escorregamento de pisos.

2.1. PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO

O processo devera seguir as normas da (Associação Brasileira de Normas


Técnicas, 1996, p. 4) NBR 13753, onde descreve a execução do processo de
revestimento com a utilização de argamassa colante. A realização do processo de
revestimento de piso, somente deverá ser realizada após a conclusão dos processos
de: revestimentos de paredes e teto, fixação de caixilhos e instalação de tubulações,
execução da impermeabilização e ensaios quanto à estanqueidade das tubulações.
Campante e Baía (2003) retratam nos estudos as atividades para a execução
do processo de revestimento seguem as seguintes atividades: iniciando-se com
preparação do substrato onde o mesmo deverá seguir livre de 5 qualquer impureza
a fim-de garantir a qualidade, tais como: resíduos de argamassa, poeira, óleos,
bolor, etc. Logo em seguida o profissional realizará a verificação de sua planicidade
e textura afim de garantir uma adequada aderência para o assentamento das placas
cerâmicas.
Para aplicação da argamassa o profissional deverá se atentar às
especificações dos fabricantes quanto à quantidade de mistura de água, ferramentas
a ser utilizado, garantir o material livre de contaminantes, etc. Em sua aplicação o
profissional devera seguir a Associação Brasileira de Normas Técnicas(1996) que
necessitará do uso da desempenadeira para que se possa espalhar a argamassa na
placa cerâmica, iniciando-se pelo lado liso e em seguida passando o lado dentado
da desempenadeira para que se possam formar cordões entre 2 a 5 mm. Antes do
assentamento o profissional deverá se atentar a temperatura do ambiente, vindo a
realizar a molhagem da base caso a mesma esteja sob insolação direta, ação de
ventos, baixa umidade ou temperaturas muito altas. No assentamento placa deverá
ser colocada respeitando uma distância de 2 cm em relação à posição final e então
arrastada em movimentos de vai e vem, seguindo para a execução das juntas com o
uso de espaçadores plásticos para manter a uniformidade.
A NBR indica o uso de diversos tipos de argamassa de acordo com suas,
necessidades. Assim tem o AC-I, AC-II, e AC-III. Segundo a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (2004) especifica o:
7

 AC-l: Argamassa indicada para piso e paredes em áreas internas.


 AC-II: Indicada para paredes e pisos em áreas externas.
 AC-III: Apropriada para locais de alta tensão de cisalhamento.
 AC-III-E (Especial): Argamassa indicado em aplicação de blocos e
pastilhas de vidro

2.2. CONCEITOS DE PATOLOGIA

O conceito patologia é proveniente do grego “Phatos”, doença, “Lagus”,


estudo, portando é a ciência que estuda as doenças. Esse termo é mais difundido na
medicina, porém abrange tanto a ciência básica, como também a parte clínica. Em
relação a engenharia, o termo patologia indica de modo geral “defeitos” de uma
construção. Os problemas patológicos podem ser originados na geração de um
projeto, na execução ou até mesmo adquirido após a construção (GRANATO, 2002)
E de acordo com IBDA (IBDA – Fórum da Construção) (2011) O termo
"patologia" é derivado do grego (pathos - doença, e logia - ciência, estudo) e
significa "estudo da doença". Na construção civil, pode-se atribuir patologia aos
estudos dos danos ocorridos em edificações.
Essas patologias podem se manifestar de diversos tipos, tais como: trincas,
fissuras, infiltrações e danos por umidade excessiva na estrutura. Por ser
encontrada em diversos aspectos, recebe o nome de manifestações patológicas.
(IBDA – Fórum da Construção) (2011).
Cardoso (2007), fala que a maior parte das manifestações poderia ser evitada
na parte inicial de um projeto como, por exemplo, na escolha correta dos materiais
que serão empregados, dos métodos construtivos e dos estruturais que respeitem
as normas técnicas vigentes.
Conforme a revista online IPGO (2016), o conjunto precoce de deterioração
ao qual uma edificação está exposta gera diferentes tipos de anomalias nas
edificações, estas, por sua vez, podem ter diversas causas, como envelhecimento
natural da edificação, acidentes e irresponsabilidades profissionais – que optam pela
utilização de materiais duvidosos, entre outras causas.
Engenheiros, técnicos e empresários, preocupados com essa deterioração
precoce das edificações, sentiram a necessidade de desenvolver um novo campo
dentro da engenharia, com o objetivo de estudar essa problemática de maneira
8

científica, abordando seu comportamento, suas origens, seus sintomas e seus


agentes causadores. Esse novo campo dentro da engenharia ficou designado como
patologia das edificações.
Azevedo (2011), em “Concreto: Ciência e Tecnologia”, conceitua patologia de
forma precisa, mostrando que o termo tem maior empregabilidade na medicina e
pode ser interpretada como a ciência que estuda e faz diagnósticos das doenças,
investigando suas origens, seus sintomas, seus agentes causadores e seu
mecanismo de ocorrência.
Em conforme a NBR 15575 (2013), as obras têm que ter uma vida útil de no
mínimo 50 anos. Porém, muitas vezes as edificações apresentam problemas muito
antes deste prazo, em decorrência de muitos fatores, como é possível ver na Figura
2, a maioria dos problemas nas edificações surge ainda na fase de execução.
A figura 2 mostra o gráfico com as principais origens de patologias na
construção.

Figura 2 – Gráfico com as principais origens de patologias na construção.

Fonte: Silva e Jonov (2011).


9

2.3. DIFERENÇAS ENTRE PATOLOGIA E MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Pezzato (2010, p. 68-69), descreve patologias na construção civil como um


conceito usado para estudar suas manifestações desde as origens de suas
anomalias. Já para Campante e Baía (2003) relatam em seus estudos que a causa
do problema pode estar relacionada à mão de obra e não necessariamente aos
componentes do revestimento.
Segundo a revista TECHNE (2011), ouve-se repetidamente a palavra
patologiasendo empregada para definir o que na verdade pode ser chamado de
manifestação patológica. Em termos apropriados, uma manifestação patológica é a
expressão resultante de um mecanismo de degradação e a patologia é uma ciência
formada por um conjunto de teorias, que serve para explicar o mecanismo e a causa
da ocorrência de determinada manifestação patológica. Em função disso, resta
claro, que a patologia é um termo muito mais amplo do que manifestação patológica,
uma vez que ela é a ciência que estuda e tenta explicar a ocorrência de tudo o que
se relaciona com a degradação de uma edificação.
Ainda de acordo com a matéria da TECHNE (2011), desse modo, uma fissura
não é uma patologia, mas sim um sintoma, cujo mecanismo de degradação (doença)
poderia ser corrosão de armaduras, deformação excessiva da estrutura, reação
álcali-agregado, e cuja terapia (o quê fazer para restabelecer a estrutura) deve levar
em conta as causas da doença.
Outro emprego do termo, que se dá de forma errônea, diz respeito ao uso da
patologia no plural, referindo-se a diversas manifestações patológicas. A ciência
patologia é única e possui aplicação em diversas áreas do conhecimento. No meio
técnico da construção civil é comum se deparar com empregos equivocados, como
supracitado, até para designar nomes de disciplinas nas universidades e nomes de
institutos ou empresas especializadas nesta área.
Segundo a TECHNE (2011), finalizando esta comparação, é importante se
conscientizar que não se vê a patologia e sim se estuda patologia, pois ela é uma
10

ciência. O que se enxerga em uma vistoria são as manifestações patológicas, ou


seja, os sintomas que a edificação apresenta.

2.4. PATOLOGIAS EM CERÂMICAS

Para Machado (2018) as patologias podem surgir nas diversas etapas do


processo e podem estar relacionadas à escolha por materiais impróprios de baixa
qualidade, erros na execução do projeto e as condições do ambiente onde o
revestimento será inserido. (BARROS et al., 1997), reforça que as complicações
patológicos podem suceder por diversas razões e geralmente suas origens estão
nas fases de elaboração e execução do projeto.
Avarias ocorrem constantemente no dia a dia, patologias são fáceis de
identificar a olho nu, porém nem todas são de fácil percepção. As maiores partes
das patologias analisadas em revestimentos cerâmicos são por desplacamento. As
mais comuns, são em revestimentos de fachada, nos quais, devido grandes
acúmulos de fatores que propiciam o desplacamento (entre eles: sol, chuva, vento,
maresia, até mesmo a movimentação da construção), pode-se acarretar em
problemas patológicos.
Conforme Medeiros e Sabbatini (1999), as patologias em revestimento
cerâmico geralmente são resultados de uma combinação de fatores. Por exemplo,
fissuras e descolamentos podem ser causados por fissuras ocorridas na interface do
revestimento com estrutura, falta de reforço no substrato, falta de juntas de controle,
preenchimento inadequado das juntas de colocação, falta de argamassa de
assentamento no verso das placas, não observação dos limites de tempo em aberto
da argamassa e tempo de ajuste de materiais de assentamento.
Campante e Baía (2003) relatam que as patologias podem se manifestar em
componentes do revestimento que não são necessariamente a causa do problema.
Logo, o desplacamento geralmente não é causado pela própria placa, mas pode ter
sido causado pela mão de obra, que não respeitou o tempo em aberto da
argamassa colante.
Já para Campante e Sabbatini (2001), a maioria das ocorrências de
manifestações patológicas em revestimentos pode ser atribuída à falta de
compreensão das interfaces entre seus diversos componentes.
11

Essa falta de compreensão está ligada diretamente no conhecimento técnico


de toda a cadeia produtiva, destacando-se assentadores despreparados e sem
treinamento; fabricantes de materiais não preocupados com a garantia, assistência
técnica, ou informações de uso do seu produto; projetistas desconhecedores de
suas responsabilidades; e, incorporadores não atentos ao real valor atribuído a
relação de custos de recuperação da manifestação patológica e o valor do bem a ser
recuperado.

2.5. PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS COM REVESTIMENTOS

Em investigação em livros e em artigos os principais tipos de patologias que


ocorrem em revestimento cerâmico são: desplacamentos, fissuras, trincas,
gretamento, mancha e deterioração de juntas.

2.5.1. DESPLACAMENTO OU DESTACAMENTO

A perda de aderência é um processo causado por falhas ou ruptura da


interface entre as camadas do revestimento cerâmico, ou entre a base e o substrato
(alvenaria, estrutura, etc.). Essa perda de aderência ocorre quando as tensões que
surgem ultrapassam a capacidade de aderência das ligações. (BARROS, 1997).
Entre os sinais que podem indicar um possível destacamento está a
ocorrência de um som cavo nas placas cerâmicas quando percutidas e o
estufamento da camada de acabamento. O destacamento destas áreas pode ser
imediato ou não. Essa patologia geralmente ocorre nos primeiros e nos últimos
andares dos edifícios, devido ao maior nível de tensões presentes nestes locais.
Devido à probabilidade de acidentes envolvendo usuários, essa patologia é
considerada a mais séria. (CAMPANTE, BAÍA, 2003).
Ainda de acordo com CAMPANTE e BAÍA, (2003) sua patologia pode estar
ligada a falhas no método construtivo, tipo errôneo escolhido para a argamassa,
argamassa com traço errado, impurezas, falta de liga da peça cerâmica com a
argamassa, vazios no preenchimento da argamassa com a 8 placa cerâmica, falha
humana ligada ao mau assentamento do profissional ou até mesmo a não utilização
das ferramentas corretas.
12

Para o Centro Cerâmico do Brasil (2010) as principais causas dos


desplacamentos são o descuido da mão de obra na preparação da argamassa
colante, a utilização da argamassa depois que o tempo em aberto foi excedido, o
uso de ferramentas e técnicas inadequadas, a pressão de aplicação inadequada, a
infiltração de água e/ou a contaminação do tardoz da peça por pó.

2.5.2. TRINCAS, FISSURAS E GRETAMENTO

Segundo Barros (1997), as trincas são rupturas que ocorrem no corpo da


placa cerâmica, devido a ação de esforços que provocam a separação de suas
partes e que apresentam aberturas maiores que um milímetro. Já a fissuração
apresenta aberturas inferiores a um milímetro, recentes na superfície da placa.
Segundo Campante e Baía (2003), as principais causas para os problemas de
trincas, fissuras e gretamento são: dilatação e retração das placas cerâmicas,
deformação estrutural excessiva, ausência de detalhes construtivos e retração da
argamassa de fixação.
A dilatação e retração das placas cerâmicas ocorrem quando há variação de
temperatura ou de umidade, gerando um estado de tensões que, se ultrapassarem o
limite de resistência da placa, provoca trincas e fissuras. Quando essas tensões
ultrapassam o limite de resistência, acontece o gretamento da placa.
Já a deformação estrutural excessiva é quando a deformação da estrutura do
edifício pode criar tensões que são transmitidas para a alvenaria e desta para os
revestimentos. Quando essa deformação não é totalmente absorvida, podem ocorrer
trincas fissuras e gretamento, ou até mesmo o desplacamento da placa.
Em contrapartida, a ausência de detalhes construtivos se baseia nos detalhes
como vergas e contravergas nas aberturas de janelas e portas, pingadeiras na
janela, platibandas e juntas de movimentação, que ajudam a dissipar as tensões que
chegam aos revestimentos.
Em um o estudo realizado por Santos (2019) descreve que tais patologias
apresentam problemas na impermeabilização da peça, devido a possibilidade da
água percolar em suas fissuras e a diferença entre gretagem e trincas estariam
relacionadas ao seu meio de ação, sendo que na gretagem suas fissuras se
apresentam somente na superfície esmaltada diferentemente da trinca que afeta o
esmalte e o corpo cerâmico. No caso da gretagem a patologia pode ocorrer pela má
13

qualidade do material ou por tensões atuantes entre a base e o esmalte da peça


cerâmica e as trincas relacionadas devido a escolha de placas com defeitos de
fábrica e assim que assentadas não iram apresentar resistência suficiente para
resistir ao trabalho. Para tal prevenção há necessidade de um rigoroso controle de
qualidade dos materiais, atentando às especificações dos materiais, correto uso dos
espaçadores, escolha correta do tipo de argamassa, entre outros.
Por fim, a retração da argamassa de fixação ocorre principalmente quando a
argamassa de fixação é dosada na obra, causando retração excessiva pela perda de
agua de amassamento, podendo tornar a superfície da placa convexa e tracionada,
com o consequente aparecimento de trincas, fissuras e gretamento.

2.5.3. MANCHA

As manchas que surgem em revestimentos cerâmicos podem ser causadas


por eflorescências, bolor, mancha de água.
Segundo Fiorito (1994), a eflorescência tem como elemento determinante a
presença e ação dissolvente da água. No caso de revestimentos cerâmicos
assentados em locais onde não se tomaram medidas preventivas quanto à
impermeabilização, pode-se ocorrer a passagem de água provocada pela absorção,
podendo introduzir substâncias agressivas do solo na rede capilar do concreto e
argamassa, ou dissolver e transportar sais solúveis que podem estar presentes no
concreto, na argamassa e no material cerâmico. Esses sais, quando trazidos à
superfície das placas cerâmicas, através das juntas, podem se apresentar como
depósitos esbranquiçados e na superfície do revestimento.
O aparecimento de fungos e algas pode ocorrer na argamassa de rejunte e é
causado pela utilização de argamassa com porosidade elevada e sem adição de
agentes resistentes e esses microrganismos (CICHINELLI, 2006). A umidade do
ambiente favorece a umidade do material. Porém, somente a umidade absorvida
pelo material colabora para o desenvolvimento dos fungos, também conhecidos
como bolor.
De acordo com Quinteiro (2010), a mancha d’agua é a ocorrência alteração
na tonalidade e revestimentos cerâmicos devido ao manchamento abaixo do
esmalte, na camada de engobe, que é a camada localizada entre o esmalte e a
cerâmica.
14

2.5.4. JUNTAS

O problema de deterioração de juntas compromete o desempenho de todo o


material, já que as juntas são as responsáveis pela estanqueidade do revestimento e
pela capacidade de absorver deformações. Esse problema pode apresentar-se de
duas formas: pela perda de estanqueidade da junta ou pelo envelhecimento do
material de preenchimento. (CAMPANTE, BAÍA, 2003).
15

3. METODOLOGIA

O presente trabalho relata um estudo de caso ocorrido na cidade de


Fortaleza, no estado do Ceará, apresentando abordagem qualitativa, no qual se
abordaram problemáticas envolvendo anomalias no assentamento de revestimentos
cerâmicos em um condomínio residencial, em que, devido a erros de execução ou
dificuldade com material, acabou-se afetando a qualidade e a segurança do
empreendimento para os clientes.
Efetivou-se através de inspeções, estudos bibliográficos e pesquisas
abordando patologias em revestimento cerâmicos, em um estudo de caso sobre
suas anomalias, causas e soluções de caráter exploratório e de revisão em livros e
artigos. Aonde será apresentado as suas principais patologias que vieram no estudo
de caso, seus motivos para tal anomalia e soluções para esses problemas.

3.1. EMPREENDIMENTO

Condomínio localizado no bairro Passaré, no município de Fortaleza-CE,


conta com duas torres, possuindo cada uma 14 pavimentos tipo com oito
apartamentos por andar e um pavimento tipo com seis apartamentos e dois
mirantes.

3.2. PROBLEMÁTICA

Acompanhando o setor de manutenção presente no condomínio, foi notada


grande assistência em relação ao revestimento de cerâmica. Aparentemente,
começaram a surgir, 10 casos e muitos outros de desplacamento, tanto no piso de
todo o apartamento, como também nos revestimentos nas paredes da cozinha,
elevando para 80 casos.
Inicialmente a patologia aconteceu em umas das torres, onde houve o
estufamento da cerâmica, na qual a mesma se soltava do piso e levantava junto com
as demais ao redor, afetando um ou mais ambientes, como é possível ver na
FIGURA 3. Julgou-se que seria um caso isolado, que não iria afetar outros
apartamentos. Porém, após algumas semanas, apareceram outros relatos de
16

moradores, noticiando que em algum ambiente do apartamento também teria


ocorrido o “afofamento” e o estufamento do revestimento cerâmico. A figura 3 mostra
o revestimento cerâmico do piso com descolamento.

Figura 3 – Piso cerâmico com desplacamento.

Fonte: Autor (2023)

Com os relatos dos moradores, foram abertas rastreabilidades (registros


padrões que servem para relatar casos de problemas causados no tempo de
garantia de um determinado condomínio), conforme as figuras 4 e 5 para assim dar-
se a assistência necessária para os moradores, para que não ocorressem mais
casos semelhantes. Houve situações em que foi necessário refazer toda a troca do
revestimento cerâmico existente em todo apartamento, em outros casos só nas
áreas afetadas, onde quartos e parte da sala foram mais afetados, como também
nos pilares da cozinha.
17

Figura 4 – Registro de acompanhamento de reclamações de cliente.

Fonte: Autor (2023)

Figura 5 – Registro de acompanhamento de reclamações de cliente.

Fonte: Autor (2023)

Começaram a ocorrer vistorias de instituições bancárias para a liberação de


financiamento, que possui validade de três meses, em que um engenheiro enviado
pelo banco vem, avalia e verifica o estado atual do apartamento, para que seja
liberada a aprovação do financiamento. Alguns dias antes da visita oficial, a
manutenção, setor que fica no condomínio prestando serviços de pós-obra, realizou
uma inspeção nos apartamentos que seriam vistoriados pelo engenheiro
18

responsável, e foi notado que o problema das cerâmicas não estava só nos
apartamentos com moradores, mas também em apartamentos que ainda iriam ser
vendidos.
A urgência consistiu em refazer os apartamentos com patologia nas
cerâmicas, bem como revistoriar os apartamentos que anteriormente estavam em
conformidade com os padrões da vistoria, como revisão de pintura, limpeza, portas
em perfeito funcionamento, para que os mesmos não tivessem sinal de mais casos
de estufamento nas cerâmicas. Após a manutenção nos apartamentos, fora
realizada uma reinspeção, sendo constatado que, os apartamentos em que não
havia problema nas cerâmicas, passaram a apresentar estufamento após a limpeza
conforme Figura 6.

Figura 6 – Piso cerâmico de apartamento com desplacamento.

Fonte: Autor (2023)

Através de uma análise minuciosa, em alguns apartamentos foram vistos


casos de gesso no chão. Existe a possibilidade de ter caído no contrapiso na
execução do forro nas alvenarias e no forro do teto. Talvez, caso tivessem feito
escolhas diferentes, poderia ter se evitado que o gesso não se tornasse um isolador
entre o piso e o revestimento cerâmico, causando tais desplacamentos. Uma
plausível solução seria a cobertura do contrapiso com lona, e após, aplicar-se-á o
gesso na hora da aplicação do revestimento, realizando, assim, uma limpeza
adequada do contrapiso com água e escova de aço, para que seja retirado todo o
gesso e para que não se forme essa película isoladora.
19

Porém, existem outros casos onde a argamassa colante ficava presa no piso
e a cerâmica saia limpa, ou a argamassa se soltava do piso e ficava presa na
cerâmica, eram casos de suspeita, por não haver gesso no piso do apartamento. À
vista disso, a construtora tomou providências para entender o quê poderia estar
acontecendo com o material e com a aplicação, para que houvesse tal problema.
Conforme Figura 7, é possível notar o estufamento completo das placas cerâmicas
em unidades com proprietários.

Figura 7 – Piso cerâmico de apartamento de cliente com estufamento.

Fonte: Autor (2023)

Foi então que a obra recebeu a visita de um engenheiro patologista, que


trabalha como consultor em patologias, no ramo da construção civil. Depois das
análises em alguns apartamentos, o mesmo concluiu que poderia ser três os fatores,
bastante comuns em algumas obras: a argamassa, pois poderia ter sido adquiridos
lotes com problemas; o revestimento cerâmico, uma vez que a expansão de
umidade e a absorção de água poderiam ter vindo fora dos padrões estabelecidos
pelos INMETRO; a aplicação, no caso de a forma de preparo e/ou a aplicação não
ter sido executadas corretamente.
Após as constatações de engenheiro patologista, amostras de cerâmicas e de
argamassas, coletadas nos apartamentos com problemas, foram enviadas para São
Paulo, para análises. Os resultados dos laudos de argamassa e de placa cerâmica
estão nos anexos.
Mesmo após as análises, os casos de desplacamentos ainda continuam
acontecendo, e onde havia apartamentos, fora preciso trocar somente um ou dois
ambientes, pois estava apresentando novos casos de estufamentos nos demais.
20

Muitos moradores ficaram assustados, pois o problema estava se generalizando e


se tornando, por assim dizer, uma epidemia. Com isso, a construtora buscava dar
toda a assistência necessária para que os condôminos não fossem mais lesados,
em decorrência dos transtornos causados pelo problema.

Figura 8 – Piso cerâmico de apartamento de cliente com estufamento.

Fonte: Autor (2023)

Conforme Figura 10, o problema está atingindo a segunda torre, na qual há


mais moradores, devendo ser feita a troca dos apartamentos completos. Diante do
caso, a construtora sofreu um prejuízo enorme, pois fora necessária a compra de
cerâmicas novas e a troca da argamassa utilizada na obra por uma marca diferente,
para que não ocorresse novamente. Algumas cerâmicas ainda poderiam ser
reaproveitadas, mas a maioria já tinha sofrido quebra ou alguma deformação.
Com toda a experiência vivenciada em obra, resta visto que poderia ter sido
tomada algumas precauções para que fossem evitadas as patologias, como a
limpeza correta do contrapiso, para os casos de gesso. Além disso, deveriam ter
sido feitas análises antes de sua aplicação na obra, fazendo testes de qualidade e
de resistência do material, pois, caso estivessem fora dos padrões, se resolveria
com os fornecedores, já que muitos destes acabam alegando que a culpa foi na
aplicação e na execução, para não terem que arcar com a responsabilidade do
material fornecido.
21

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com estudos, ficou evidene que o certoseguir as normas e


processos para a produção das ceramicas e a exxecução da aplicação, a escolha e
materias com qualidade e procedencia evitaria as patologias, as quais se pode obter
resultaos
Para um bom desempenho do revestimento cerâmico se faz necessário que a
especificação do material seja feita de maneira correta. Além disso, os profissionais
que executem o serviço devem ser instruídos e capacitados, para que assim
melhore-se a qualidade da mão de obra, evitando o retrabalho e o gasto
desnecessários de materiais, bem como prezando sempre pela qualidade do
resultado final entregue ao cliente.
Portanto, a vida útil da edificação irá depender dos cuidados que serão
tomados na fase de execução. Não menos importantes estão os cuidados a serem
tomados nas fases de manutenção e projeto. Vale lembrar que o sistema de
revestimento cerâmico é composto por vários elementos que se relacionam de
maneira dinâmica e constante, não podendo ser tratada de forma isolada e estática.
Deve-se dar especial atenção ao dimensionamento das juntas de acordo com
as normas brasileiras vigentes do setor e com as especificações de fábrica das
placas cerâmicas, pois a função das juntas é absorver as tensões do sistema,
garantindo sua estabilidade. Os sistemas construtivos modernos e suas
características favorecem o aparecimento de patologias nas edificações devido à
busca pelo menor tempo e a máxima economia na execução dos serviços.
Diante do estudado, resta evidentemente que alguns dos fatores que
contribuíram para o surgimento do desplacamento foram a má qualidade da mão de
obra, a falha nas especificações dos materiais e a deficiência do projeto.
E de acordo com os estudos sobre a anomalia de desplacamento, foi
observado o fator humano sendo assim decisivo para a execução de um
revestimento com qualidade, estando presente na escolha do tipo de argamassa,
preparação da base, preparação e aplicação da argamassa e execução da atividade
de revestimento. Contudo, tal irregularidade comprometeria a segurança do
22

ambiente, tornando-se necessário a remoção de suas placas e reaplicação do


revestimento.
Já com estudos relacionados ás fissuras, foi observado a influência para
escolha por placas de qualidade e correto seguimento ás normas e processos de
aplicação das placas e argamassas por parte do profissional. No entanto, tal
anomalia compromete toda a impermeabilização da peça, devido á possibilidade da
água percolar por suas fissuras, tornando-se 13 necessários a remoção das placas
comprometidas e reeaplicação do revestimento.
Em relação a anomalia relacionada á manchas, observa-se a influência do
ambiente, projeto, sua utilização, escolha de materiais e preparação da base,
tornando-se necessário sua limpeza para que a mesma não venha á comprometer a
placa cerâmica.
Por fim a anomalia das juntas que compromete o desempenho de todo o
material, pois as juntas são as responsáveis pela capacidade de absorver
deformações. Assim tento cuidado na abertura determinada em projeto e de acordo
com a determinação da informação do produto.
23

5. CONCLUSÃO

Conforme visto no estudo de caso apresentado a manifestação patológica de


desplacamento do revestimento cerâmico em pisos de unidades habitacionais foi
possível concluir que estava sendo ocasionada por uma série de fatores tais como
má execução do serviço, com a qualidade da entrega, pois está ligada na produção
das placas e na escolha do material, profissionais com pouca qualidade, falha na
especificação de materiais adequados e falta de projeto específico para esse
sistema, que acarretaram em vários problemas e constrangimentos. Também o
conhecimento e uso correto das normas que evitaria assim essas anomalias assim
sem gera um custo inútil e sem insatisfação por parte do usuário.
Para evitar toda essa problemática é necessário que as construtoras adotem
várias medidas, desde o planejamento inicial da sua edificação até a execução da
mesma, para evitar que essa problemática aconteça após entrega da edificação.
Medidas como a elaboração de um projeto específico para revestimentos
cerâmicos, capacitação e treinamentos constantes para os profissionais que irão
executar esse sistema, inspeções diárias e rigorosas durante a execução do serviço,
para que o mesmo seja executado conforme as especificações do fabricante do
revestimento e normas pertinentes ao serviço e por último, mas não menos
importante, programar manutenções preventivas após a finalização do serviço são
fatores essenciais para que o revestimento cerâmico tenha uma vida útil duradoura.
Portanto, é fundamental adotar essas medidas no sistema de revestimentos
cerâmicos, desde o aspecto econômico para as construtoras, bem como para a
satisfação, segurança e qualidade de vida dos proprietários dessas edificações. Do
mesmo modo deve leva em consideração, desde a produção da cerâmica com a
escolha da qualidade dos materiais empregados até o fim do uso consciente após
entrega da obra e para isso ter o conhecimento nas normas por parte dos
profissionais e seguimento das orientações de uso por parte do fabricante do
produto assim tornando indispensável por parte do cliente final para que possa durar
por mais tempo.
24

REFERÊNCIAS

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REVESTIMENTO DE PISO INTERNO OU EXTERNO COM PLACAS CERÂMICAS
E COM UTILIZAÇÃO DE ARGAMASSA COLANTE – PROCEDIMENTO. Rio de
Janeiro, Dezembro de 1996.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS.. NBR 14.081-


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