O Citoesqueleto

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O Citoesqueleto

O que é o citoesqueleto

• Conjunto de filamentos de constituição proteicas


• Aquisição da forma
• Movimentação celular
• Transporte de organelas e outras substâncias citoplasmáticas
• Microtúbulos, microfilamentos, filamentos intermediários

Microfilamentos de actina

• Os monômeros de actina, são denominados actina G (globular), são assimétricos


e se associam de maneira regular, orientando-se sempre no mesmo sentido e
formando um filamento helicoidal, denominado actina F (filamentosa)
• O processo de polimerização da actina é dependente da presença de ATP
• A polimerização dos filamentos de actina possui três etapas distintas. A primeira
depende da formação inicial de trímeros, é lenta e causa atraso na polimerização
(Nucleação). A segunda etapa corresponde a uma fase exponencial de
crescimento, garantida pelo suprimento de monômeros livres em solução
(Alongamento). A terceira etapa corresponde a uma fase de manutenção da
quantidade de filamentos e é atingida quando a velocidade de adição de novos
monômeros ao filamento é igual à de remoção (Equilíbrio).
• Os filamentos de actina podem apresentar uma variedade de estruturas e
propriedades distintas, as quais estão relacionadas com a presença e ação de
proteínas acessórias (capeadoras, fragmentadoras, sequestradoras, ligação
recobrimento, ancoragem, motoras).
Propriedades funcionais
1) Forma e locomoção
• Córtex de actina: concentração periférica dos filamentos onde eles estão ligados
por várias proteínas. O córtex participa ativamente nos movimentos de aquisição
de forma celular.
• No deslocamento de células a polimerização dos filamentos empurra a
m.plasmática para frente, induzindo a projeção de lâminas (lamelipódios) ou
filamentos (filopódios), as quais projetam o citoplasma no sentido do
movimento.
• O córtex também contribui para a manutenção da forma celular (especializações
de membrana), é o caso das microvilosidades, que são projeções cilíndricas
observadas na superfície apical de células que necessitam expandir a superfície
celular em decorrência de uma intensa troca de substâncias com o meio
extracelular.
• A alteração do citoesqueleto cortical está relacionada com a proteína gelsolina,
a qual desempenha papel nas transições entre as fases sol e gel do citoplasma, o
que influencia nos processos de locomoção e endocitose.
2) Transporte Intracelular
• A movimentação de grânulos e organelas ocorre dada a presença de proteínas
motoras pertencentes a família das miosinas
3) Posicionamento de macromoléculas
• Distribuição de moléculas no citoplasma. RNAm e complexos macroenzimáticos
envolvidos na glicólise, têm localização preferencial na célula dada a sua
interação com os microfilamentos.
4) Interações com receptores de membrana
• O citoesqueleto de actina responde a estímulos do meio externo, sofrendo
rearranjos que levam a mudanças gerais da morfologia e fisiologia celular
• Esse processo depende da interação direta dos filamentos (via proteínas de
acoplamento) com receptores da membrana em sítios específicos.
5) Formação do anel contrátil nas céls. em divisão
• No processo de citocinese da divisão celular, os filamentos de actina arranjam-se
na forma de um anel contrátil, que se contrai para separar as duas células filhas.
O encurtamento dos filamentos, com a consequente contração do anel, depende
de interações da actina com a miosina.
6) Formação do citoesqueleto de Hemácias
• A actina juntamente com a espectrina garante às hemácias sua forma bicôncava
e, ao menos em parte, a grande deformabilidade necessária para a passagem
pelos vasos de pequeno calibre.

Filamentos Intermediários

• A ocorrência dos filamentos intermediários citoplasmáticos é exclusiva de células


de organismos multicelulares.
• Enquanto os microfilamentos e os microtúbulos apresentam monômeros
globulares, os monômeros dos f. intermediários são proteínas fibrosas que se
associam, formando estruturas altamente resistentes a forças de tração.
• Os filamentos intermediários são sempre encontrados na forma polimerizada.
• São divididos em diferentes classes: Citoqueratinas, Vimentinas, Proteínas
acídicas, Neurofilamentos e Laminas.
Propriedades funcionais

• Manutenção da forma e integridade estrutural


• Alta resistência e estabilidade
• Proteína plectina estabelece ligações cruzadas dos f. intermediários com outros
componentes do citoesqueleto, fazendo com que a malha formada seja dinâmica
e flexível
1) Citoqueratinas
• Associada às células epiteliais, na formação dos anexos epidérmicos, como
cabelos, unhas, chifres e cascos, que são compostos por queratina.
• Na pele, o acúmulo de Citoqueratinas é responsável por propriedades do tecido.
No tecido epidérmico os filamentos de Citoqueratinas são chamados de
tonofilamentos, que formam uma rede que se ancora aos desmossomos.
2) Vimentina
• São os mais abundantes, sendo expressos temporariamente na embriogênese.
• Formam um arcabouço que antecede a formação do citoesqueleto definitivo da
célula.
• Papel fundamental na formação de depósitos de gordura durante a diferenciação
dos adipócitos.
3) Proteínas acídicas fibrilares gliais
• São componentes característicos dos astrócitos que, entre outras funções,
reforçam a barreira hematoencefálica.
4) Neurofilamentos
• São importantes componentes do citoesqueleto axonal
• Contribuem para a manutenção da integridade das longas estruturas cilíndricas
que se estendem a partir do corpo celular do neurônio
• Formam espaços entre os diferentes componentes fibrilares do citoesqueleto,
permitindo o tráfego de vesículas e organelas.
5) Laminas
• Constitui a lâmina nuclear
• Recobre internamente o envoltório nuclear
• Ancoragem à cromatina
• Desintegração e reestruturação do núcleo durante a divisão celular

Microtúbulos

• Capacidade de se polimerizar e despolimerizar


• Determinação da forma celular
• Organização do citoplasma
• Transporte intracelular
• Separação dos cromossomos durante a divisão celular
• Proteína: Tubulina
Estrutura e Polimerização

• Tubulina alfa e beta formam dímeros, os quais formam protofilamentos, os quais


formam os microtúbulos.
• São estruturas polares com extremidades distintas. O que permite que o
transporte de diferentes estruturas ao longo dos microtúbulos possa ser
direcionado.
• Sua polimerização depende da molécula de GTP, íons Mg e Ca e pH de 6,9. O
processo é semelhante ao dos microfilamentos de actina, com uma fase de
nucleação, alongamento e concentração cítrica (que seria a de equilíbrio).
Hidrólise de GTP

• Os microtúbulos podem sofrer rápidos ciclos de montagem dentro da célula.


• Hidrólise de GTP favorece a despolimerização e o processo inverso, a
polimerização. A velocidade com que o GTP e GDP são hidrolisados ou
convertidos altera o crescimento ou diminuição do polímero, processo
denominado instabilidade dinâmica.
• Essa instabilidade dos microtúbulos é particularmente importante na
remodelação do citoesqueleto, como ocorre na divisão celular.
Centrossomos e reorganização dos microtúbulos

• Centrossomos são os centros organizadores de microtúbulos, onde ocorre a


polimerização, os quais estão associados a um par de centríolos.
• Na interfase, os centrossomo se localiza ao lado do núcleo e, a partir dele, os
microtúbulos irradiam-se em direção a M.P.
• Quando a célula entra em divisão, a rede microtubular é despolimerizada, e as
tubulinas livres são reutilizadas para formar o fuso mitótico, que é responsável
pela separação das cromátides irmãs.
• Cada célula filha recebe um único centrossomo, que será responsável pela
formação da nova rede de microtúbulos da célula interfásica.
Estabilidade e transporte

• Proteínas MAP são proteínas associadas aos microtúbulos que desempenham


papel de impedir a despolimerização e estabilizar os microtúbulos em locais
específicos.
• As MAP podem mediar as interações dos microtúbulos com outros componentes
do citoesqueleto.
• As MAP também podem ajudar no aumento de velocidade de nucleação
• As MAP mais conhecidas são as que atuam no cérebro de mamíferos, MAP-1,
MAP-2 e tau
• A doença de Alzheimer está liga ao mal funcionamento da proteína estabilizadora
tau, por meio de alterações patológicas. Dessa forma, a proteína tau sofre
hiperfosforilação, desestabilizando os microtúbulos e formando estruturas
insolúveis chamados emaranhados neurofibrilares. Posteriormente, ocorre a
disfunção dos neurônios e morte neuronal.
• O movimento ao longo dos microtúbulos é baseado na ação de proteínas
motoras -cinesinas e as dineínas- que utilizam energia derivada da hidrólise de
ATP para produzir força e movimento. As cinesinas e dineínas transportam
vesículas e organelas em direções opostas pelo citoplasma
Cílios e Flagelos
• São projeções da membrana contendo em seu interior um feixe de microtúbulos.
• Os cílios são responsáveis pelo movimento, locomoção no meio, movimentar
fluidos ou muco, são menores e maior quantidade
• Os flagelos são responsáveis pela locomoção de espermatozoides e protozoários,
são únicos ou em pequenos números, são maiores que os cílios, em geral, com
padrão ondulatório de movimento.
Corpos Basais

• Microtúbulos fundidos na região basal do axonema (centro de nucleação).


• Há evidências que os centríolos sejam precursores dos corpos basais.
• Os corpos basais servem tanto como precursores para os microtúbulos do
axonema, como ponto de ancoragem dos cílios e flagelos na superfície celular.

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