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Factos Introdutórias
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Matéria Provada
1 - Ficou provado que a SIEV* SA, enquanto entidade responsável pela gestão do
sistema (entretanto transferida para o IMT), não presta qualquer serviço no
procedimento operativo de cobrança de portagens, nem mesmo de
coordenação (que tem lugar no quadro de um Memorando de entendimento
celebrado entre as concessionárias) - visando, sim, nos termos legais, assegurar
condições de interoperabilidade nacional em vista de uma interoperabilidade
europeia.
2- Não ficou provado que a Brisal retire do acesso ao sistema SIEV uma utilidade
económica direta equivalente ao impacto sobre os custos causado pela introdução
das respetivas tarifas - que incidem sobre as concessionárias e subconcessionárias e
não sobre os utentes - ainda que tenha beneficiado, con10 concessionária, do
aumento das transações eletrónicas, e a Via Verde, de que é acionista, tenha
aumentado visivelmente o número de clientes entre 2010 e 2012.
3- A Brisal sempre utilizou a cobrança eletrónica de portagens aos utilizadores da
concessão Litoral Centro, tendo continuado a faze-lo nos mesmos moldes depois da
criação do sistema SIEV, no qual foi integrada jurídico-formalmente,
4 - É elevada, mas não ficou definida, a percentagem das transações eletrónicas no
conjunto das transações de portagem na Concessão Litoral Centro.
5- A Brisal tem pago as tarifas SIEV que lhe foram impostas, embora o faça sob
reserva, exigindo a reposição das quantias pagas pela via da reposição do equilíbrio
financeiro.
Na data em que a Brisal elaborou as suas previsões de tráfego, para apresentação das
primeiras propostas no concurso da Concessão Litoral Centro, em 22 de Novembro de
1999, a data da abertura da Concessão Costa de Prata ainda não estava determinada,
apesar de alguns indícios decorrentes do caderno de encargos e das propostas dos
concorrentes, só tendo havido dados públicos seguros sobre esse facto, ainda que
provisórios, quando da adjudicação da Concessão Costa de Prata, que ocorreu em 28 de
Abril de 2000.
Do Direito:
1- A Demandante, enquanto titular da Concessão Litoral Centro, conforme
contrato assinado com o Estado em 30 de setembro de 2004, adiante designado
por Contrato, considera, nas suas Alegações de Direito, que o respetivo equilíbrio
financeiro foi afetado, no decurso da sua execução, alguns eventos supracitados
e outros que lhe deviam conferir o direito à sua reposição:
2- Em relação à introdução da TRIR, a Demandante refere que o Estado
reconheceu já a qualificação deste evento como gerador do direito à reposição
do equilíbrio financeiro, por tratar-se de uma alteração legislativa de carácter
específico com impacto direto nos custos respeitantes às atividades integradas
na Concessão,
Vem pedir que o Demandado seja condenado a devolver ou a restituir o
montante global correspondente às quantias já pagas referentes a esta taxa,
acrescidas de juros de mora, e das que venha a pagar, estas no prazo máximo de
dez dias a contar do comprovativo do respetivo pagamento;
3- Quanto ao SIEV, a Demandante considera que a introdução destas tarifas e
mais precisamente aquelas que têm como sujeito passivo as concessionárias,
constituem igualmente uma alteração legislativa de carácter específico com
impacto direto nos custos respeitantes às atividades integradas na Concessão,
não existindo quanto a estas tarifas diferenças relevantes face à TRIR, tratando-
se em ambos os casos de novos tributos que passaram a recair sobre a
Concessionária,
Justifica este entendimento com o facto de estas tarifas estarem relacionadas
com o dispositivo de identificação eletrónica de veículos, de assentarem numa
alteração legislativa posterior à assinatura do Contrato e de se projetarem, não
sobre a atividade económica geral, mas sobre as condições particulares da
exploração das concessões de infraestruturas rodoviárias dependentes de
portagens e que aceitem o DE como meio de cobrança.
Contesta, por outro lado, que da introdução destas tarifas possa vir a retirar
qualquer benefício económico resultante de uma alegada contraprestação da
SIEV, enquanto entidade gestora do sistema (entretanto transferida para o \MT),
porquanto não lhe é prestado qualquer serviço no procedimento operativo de
cobrança eletrónica de portagens, nem mesmo de mera coordenação.
Vem, assim, pedir que o Demandado seja condenado a devolver ou a restituir o
montante global correspondente às quantias já pagas referentes a estas tarifas,
acrescidas de juros de mora, e das que venha a pagar, estas no prazo máximo de
dez dias a contar do comprovativo do respetivo pagamento.