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SUMÁRIO
DA PRISÃO......................................................................................................................................... 2
PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7.960/89)................................................................................... 2
CONCEITO .................................................................................................................................. 2
REQUISITOS ............................................................................................................................... 2
PROCEDIMENTO DA decretação dE prisão temporária............................................................ 3
TEMAS RELEVANTES ACERCA DA PRISÃO TEMPORÁRIA ............................................ 5
Exercícios ............................................................................................................................................. 6
Gabarito ............................................................................................................................................ 6

MUDE SUA VIDA!


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DA PRISÃO

PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7.960/89)

CONCEITO

Trata-se de espécie de prisão cautelar decretada pelo juiz competente durante a fase
preliminar de investigações, com prazo preestabelecido de duração, quando a privação da
liberdade de locomoção do indivíduo for indispensável para a obtenção de elementos de
informação quanto à autoria e materialidade de um rol taxativo de crimes1.

O esquema abaixo facilita a compreensão do conceito:

PRISÃO
TEMPORÁRIA

Prisão
cautelar

Durante o
inquérito
policial

Prazo
determinado
(05 dias)

Rol taxativo
de crimes

REQUISITOS

Os requisitos da prisão temporária estão previstos no art. 1º da Lei nº 7.960/89 nos


seguintes termos:

1
Brasileiro, Renato. Manual de Processo Penal. 2016, pág. 973.

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Art. 1° Caberá prisão temporária:


I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer
elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova
admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado
nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e
3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput,
e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação
com o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei
nº 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput,
e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou
medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com
art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro
de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de
1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de
1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei nº
13.260, de 2016)

Para doutrina e jurisprudência majoritária, a decretação de prisão temporária


exige o inciso I ou II, combinado com um dos crimes previsto no rol do inciso III.

É importante salientar que o rol do art. 1º, inciso III, é TAXATIVO.

Contudo, é possível a decretação da prisão temporária para os crimes hediondos, por


expressa previsão legal do art. 2º, §4º, da Lei de Crimes Hediondos:

Art. 2º, §4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960,
de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá
o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade.

PROCEDIMENTO DA DECRETAÇÃO DE PRISÃO TEMPORÁRIA

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ALTERAÇÃO LEGISLATIVA, LEI Nº 13.869/19

O art. 2º da Lei nº 7.960/89 traz o procedimento de decretação da prisão provisória, nos


seguintes termos:

Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da


representação da autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes
de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser
fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do
requerimento.
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público
e do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar
informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a
exame de corpo de delito.
§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão,
em duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá
como nota de culpa.
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração
da prisão temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia
em que o preso deverá ser libertado. (Incluído pela Lei nº 13.869. de
2019)
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de
mandado judicial.
§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos
direitos previstos no art. 5° da Constituição Federal.
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade
responsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem
da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade,
salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão
temporária ou da decretação da prisão preventiva. (Incluído pela
Lei nº 13.869. de 2019)
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no
cômputo do prazo de prisão temporária. (Redação dada pela Lei
nº 13.869. de 2019)

A prisão temporária, em regra, tem prazo de 05 dias, prorrogável por igual período.
Porém, em se tratando de crimes hediondos, o prazo de é 30 dias, com igual prazo de
prorrogação.

ROL DO CRIMES
ART. 1º HEDIONDOS

05 + 05 30 + 30
dias dias

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DÚVIDA: O juiz pode decretar de ofício (sem requerimento) a prisão


temporária?

A resposta é NÃO.

Além da ausência de previsão legal, por se tratar de prisão cautelar decretada no curso do
inquérito policial, a atuação oficiosa do juiz representaria indevida violação ao sistema
acusatório.

Antes da Lei nº 13.964/19 (Lei Anticrimes), a impossibilidade de decretação de ofício da


prisão temporária era uma das diferenças desta com a prisão preventiva.

Hoje, tanto a prisão temporária, quanto a prisão preventiva, não podem ser
decretadas de ofício pelo juiz, independente do momento da persecução penal (pré-
processual ou processual).

Com o advento da Lei nº 13.869/19, o juiz é obrigado a fixar o prazo de duração da prisão
temporária, ou seja, não é mais permitida a decisão genérica com prazo máximo legal (05 dias).

Por fim, o dia do cumprimento da medida deve ser computado no prazo concedido pelo
juiz.

TEMAS RELEVANTES ACERCA DA PRISÃO TEMPORÁRIA

Abaixo, seguem importantes posições da doutrina e jurisprudência acerca da prisão


temporária:

DÚVIDA: No caso de crime de ação penal privada, o querelante pode requerer


a decretação da prisão temporária?

A resposta é NÃO.

A Lei nº 7.960/89 prevê que somente a autoridade policial e o Ministério Público


pleiteiem a decretação da prisão temporária.

É de rigor destacar que, em relação à prisão preventiva, nada impede que o querelante
requeira sua decretação.

PRISÃO PRISÃO
TEMPORÁRIA PREVENTIVA

Querelante
Querelante
não pode
pode requerer
requerer

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DÚVIDA: É possível a conversão da prisão temporária em medida cautelar


menos gravosa?

A resposta é NÃO.

Não há previsão na Lei nº 7.960/89 de conversão da prisão temporária em outra medida


cautelar diversa da prisão, por tal razão, uma vez verificada sua desnecessidade, o juiz deverá
revogar a prisão cautelar.

EXERCÍCIOS
1. (CESPE/2018 – TJ-DFT – Titular de Serviços de Notas) – De acordo com a doutrina, a
legislação pertinente e a jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a opção
correta, em relação às regras aplicadas à prisão temporária. O magistrado não poderá
determinar de ofício a prorrogação do prazo da prisão temporária, ainda que
comprovada pela autoridade judiciária a necessidade da referida medida.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO 01: A assertiva está certa.

Por ausência de previsão legal e, notadamente, por se tratar de medida cautelar


típica da fase pré-processual, a atuação oficiosa do juiz configura violação ao sistema
acusatório.

GABARITO
1. CERTO

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