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IMPOSTO DE PRODUTOS

INDUSTRIALIZADOS (IPI)
 Competência: União Federal

 Finalidades: Fiscal e extrafiscal

 Seletividade: alíquotas diferenciadas


para certos produtos em detrimento de
outros. Produtos essenciais recebem
alíquotas menores, enquanto que os
mais supérfluos, alíquotas maiores.
 Não sujeito a anterioridade no que
tange a alíquota: a Tabela de Incidência
do IPI (TIPI) vigente é a do Decreto nº
4542 de 26 de dezembro de 2002,
podendo serem modificadas as alíquotas
a critério do Poder Executivo ou Ministério
da Fazenda, obedecido o prazo de 90 dias
 O IPI não incide sobre produtos
industrializados destinados ao exterior
(art. 153, § 3º, III, CF/88)
 Não-cumulatividade: os valores dos
tributos recolhidos em etapas do
processo produtivo são compensados
nas etapas seguintes (Débito –
Crédito)
Soja in natura Soja beneficiada

Indústria de Indústria de
Matéria-prima transformação
beneficiamento
IPI = 150,00 – 100,00
IPI = 100,00
= 50,00
Óleo de soja

Consumidor Óleo de Soja Comércio

Valor total = 100,00 + 50,00


do IPI = 150,00
 Incide sobre:


produtos industrializados, nacionais
e estrangeiros - regulamentados pelo
Decreto 4.544 de 2002 (RIPI)

 os produtos relacionados na Tabela de


Incidência do IPI (TIPI) ainda que com
alíquota zero, excluídos aqueles a que
corresponde a notação "NT" (não-
tributado).
 Produto industrializado:

 Transformação: resulta na obtenção de


um novo produto. Ex: transformação do
ferro em chapa metálica
 Beneficiamento: aperfeiçoamento do

produto para uso e consumo. Ex:


beneficiamento da soja
 Acondicionamento: colocação em uma

embalagem de apresentação. Ex:


envasamento do vinho, água – exceção
para embalagens c/ fins de transporte
 Renovação ou recondicionamento:
reparo de produtos avariados ou
estragados, restaurando suas
utilidades. Ex: recapagem de pneus,
recondicionamento de embreagens.
 Montagem: reunir partes ou peças para

obtenção de um novo produto. Ex:


montagem de veículos
Não se considera industrialização:
 I – o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embalagem
de apresentação:
 a) na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias,
confeitarias, padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se
destinem a venda direta a consumidor;
 b) em cozinhas industriais, quando destinados a venda direta a
corporações, empresas e outras entidades, para consumo de seus
funcionários, empregados ou dirigentes;
 II – o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de
máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares e estabelecimentos
similares, para venda direta a consumidor;
 III – a confecção ou preparo de produto de artesanato.
 IV - confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou
usuário, em oficina ou na residência do confeccionador;
 V – o preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ou usuário,
na residência do preparador ou em oficina, desde que, em qualquer caso,
seja preponderante o trabalho profissional; VI – a manipulação em farmácia,
para venda direta a consumidor, de medicamentos oficinais e magistrais,
mediante receita médica;
 VII – a moagem de café torrado, realizada por comerciante varejista como
atividade acessória;
Não se considera industrialização:
 VIII - a operação efetuada fora do estabelecimento industrial, consistente na
reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte:
 a) edificação (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e semelhantes, e
suas coberturas);
 b) instalação de oleodutos, usinas hidrelétricas, torres de refrigeração,
estações e centrais telefônicas ou outros sistemas de telecomunicação e
telefonia, estações, usinas e redes de distribuição de energia elétrica e
semelhantes;
 c) fixação de unidades ou complexos industriais ao solo;
 IX – a montagem de óculos, mediante receita médica;
 X – o acondicionamento de produtos classificados nos Capítulos 16 a 22 da
TIPI, adquiridos de terceiros, em embalagens confeccionadas sob a forma
de cestas de natal e semelhantes;
 XI – o conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usados,
nos casos em que se destinem ao uso da própria empresa executora ou
quando essas operações sejam executadas por encomenda de terceiros
não estabelecidos com o comércio de tais produtos, bem assim o preparo,
pelo consertador, restaurador ou recondicionador, de partes ou peças
empregadas exclusiva e especificamente naquelas operações;
Não se considera industrialização:
 XII – o reparo de produtos com defeito de fabricação,
inclusive mediante substituição de partes e peças, quando a
operação for executada gratuitamente, ainda que por
concessionários ou representantes, em virtude de garantia
dada pelo fabricante;
 XIII – a restauração de sacos usados, executada por
processo rudimentar, ainda que com emprego de máquinas
de costura;
 XIV – a mistura de tintas entre si, ou com concentrados de
pigmentos, sob encomenda do consumidor ou usuário,
realizada em estabelecimento varejista, efetuada por
máquina automática ou manual, desde que fabricante e
varejista não sejam empresas interdependentes,
controladora, controlada ou coligadas.
Apuração:
 Mensal para empresas tributadas pelo
SIMPLES;
 Decendial (10 dias) para as outras.

Fato Gerador:
 Desembaraço aduaneiro, quando se tratar de
produto de origem estrangeira
 Saída do produto do estabelecimento
industrial ou equiparado
 Arrematação de bens estrangeiros
apreendidos e levados a leilão
Base de Cálculo:

 Na importação = BC do II + II +
encargos cambiais
 Na saída = valor do custo da
mercadoria
 Na arrematação = seu preço

Alíquotas: as constantes na TIPI


 Sujeito ativo:
União Federal (Secretaria
da Receita Federal)

 Sujeito passivo:
 O importador ou equiparado, quanto ao
produto de origem estrangeira
 O estabelecimento industrial ou equiparado
que der saída em produto industrializado
 O arrematante de produto de origem
estrangeira apreendido e levado a leilão
 Observações:

 Estabelecimento industrial: o que dedica


ao processo industrial propriamente
 Estabelecimento equiparado ao industrial:
não dedica propriamente ao processo de
industrialização de bens, mas a lei o
equipara a tal – artigos 9 e 11 do RIPI
 Os créditos de IPI são apurados:

1) Destacando da 1ª via do documento fiscal


valores relativos a:
 matéria-prima,
 material secundário,
 material intermediário,
 material de embalagem produto adquirido de terceiros
cujas saídas estejam sujeitas ao IPI;

2) em decorrência de:
 créditos de incentivo fiscal
 créditos de devolução de mercadorias
 créditos de restituição do pagamento indevido
 Requisitos para a obtenção dos
créditos de IPI:

 Que os produtos industrializados sejam


destinados à venda, cujas saídas
sejam tributadas

 O Contribuinte deve estar em situação


regular com o Fisco
Crédito acumulado do IPI
 Ocorre quando o crédito supera o valor do
débito, nas seguintes situações:
 Alíquota de saída maior que alíquota de
entrada
 Alíquota 0%, isenção ou imunidade nas
saídas
 O Saldo Credor pode ser utilizado para
compensar com qualquer tributo federal
(art. 74 da Lei 9430/96)
Crédito presumido de IPI:
 Estímulo financeiro concedido às
empresas exportadoras desde a MP nº
674/94
 Objetivo: propiciar a recuperação dos
valores relativos às contribuições ao
PIS/PASEP e COFINS pagos nas
etapas anteriores à exportação
 Regulamentado pela Instrução
Normativa nº 420/2004 da SRF
Crédito-prêmio do IPI:

 Iniciativa dada pelo governo militar na


época da ditadura como estímulo às
exportações, através do Decreto 461/69
 As empresas que exportavam produtos
manufaturados eram premiadas com
créditos de IPI que poderiam ser usados
para compensar tributos federais
 Discute-se sobre a validade do decreto.

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