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Diagramas de fases

Metalurgia II 1
Índice

• Introdução
• Regra das fases
• Diagramas binários
• Regras das alavancas
• Diagrama binário eutético
• Diagrama binário peritético
• Estruturas longe das condições de equilíbrio

Metalurgia II 2
Diagramas de fases
Introdução
Os diagramas de equilíbrio são gráficos que mostram as
fases presentes num material em equilíbrio com o seu
ambiente. Indica o número de fases presentes, suas
composições e a percentagem de cada fase, em função da
temperatura, da pressão e da composição global do
material. Embora a maioria dos materiais de engenharia
exista em condição metastável, isto é, fora de equilíbrio,
qualquer modificação espontânea se dará em direção ao
equilíbrio e muitas informações úteis sobre mudanças de
fase em tais materiais podem ser deduzidas a partir dos
diagramas de equilíbrio adequados.

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Diagramas de fases

Diagrama de fases, de constituição ou de equilíbrio, é a


representação gráfica de um sistema de ligas, por meio da
qual os estados físicos e os constituintes estruturais em
suas quantidades relativas são conhecidos, em função da
composição, temperatura e sob pressão atmosférica,
permitindo com isso prever o comportamento do metal na
solidificação, fusão, tratamentos térmicos, processos de
difusão.

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Diagramas de fases

Diagrama simplificado da água

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Diagramas de fases

Diagrama pressão – temperatura para o ferro

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Diagramas de fases
A Regra das Fases
Através de considerações termodinâmicas, Gibbs deduziu
uma relação entre o número de fases (P) que podem
coexistir em equilíbrio em um dado sistema, o número
mínimo de componentes (C) que podem ser usados para
formar o sistema e os graus de liberdade (F).
A relação pode ser apresentada sob a forma de equação:
P+F= C+2
que é conhecida como a regra das Fases de Gibbs. Nesta
equação, os graus de liberdade são definidos como o
número de variáveis (temperatura, pressão e composição)
que podem sofrer variações, independentemente, sem
alterar o número de fases em equilíbrio.
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Diagramas de fases

Para os sistemas unários ou mono-componentes, apenas


a temperatura e a pressão podem ser alteradas. As
coordenadas dos diagramas de equilíbrio unários são,
portanto, pressão (abscissa) e temperatura (ordenada).
A forma genérica do diagrama unário pode ser deduzida da
regra das fases. Como o número de componentes é um e
o número de fases é dois, haverá um grau de liberdade,
pois:
F+P-C=2 ou F+2-1=2, portanto F=1

Existe, portanto, um grau de liberdade: definida uma


temperatura, haverá apenas uma pressão para a qual as
duas fases estarão em equilíbrio. Portanto, o equilíbrio de
duas fases é uma linha ou curva num diagrama unário.
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Diagramas de fases

Se as fases sólida, líquida e gasosa estiverem em


equilíbrio, verifica-se que o número de componentes ainda
é um, o número de fases é três; portanto, não existe
nenhum grau de liberdade (F=C+2-P → F=1+2-3=0).

Conclusão: as três fases só podem coexistir em equilíbrio


numa temperatura e pressão determinadas. Estes valores
definem um ponto único no diagrama, denominado ponto
tríplice.

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Diagramas de fases

Sistemas de dois componentes – solubilidade no


estado sólido
Dois componentes são completamente solúveis um no
outro se o estado de equilíbrio de qualquer combinação
dos dois é uma fase única:
(a) água líquida e álcool são solúveis um no outro em qualquer
proporção, à temperatura ambiente; formam um líquido
homogêneo, monofásico;
(b) cobre e níquel são também solúveis um no outro em todas as
proporções, tanto no estado líquido como no sólido.
Átomos ou moléculas de um componente podem se
acomodar na estrutura do outro componente.
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Diagramas de fases

Sistemas de dois componentes – solubilidade no


estado sólido
Solução sólida pode ser:
Substitucional (o átomo do soluto pode substituir um
átomo do solvente) e que podem ser formadas em todas
as proporções de ambos os componentes e são
usualmente formadas entre dois tipos de átomos que
tenham aproximadamente o mesmo tamanho.

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Diagramas de fases

Sistemas de dois componentes – solubilidade no


estado sólido
Intersticial (o átomo do soluto pode ocupar uma posição
intersticial entre átomos do solvente). As soluções sólidas
intersticiais se formam usualmente entre átomos de
tamanhos bastante diferentes. Para metais, os quatro mais
importantes átomos de soluto intersticial são o carbono
(C), nitrogênio (N), oxigênio (O) e o hidrogênio (H).

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Diagramas de fases
Sistemas de dois componentes – solubilidade no
estado sólido
Regras de Hume-Rothery para se prever a existência de
solubilidade em soluções sólidas metálicas:
1- Tamanho atômico: Quando maior for a diferença entre os tamanhos
dos átomos do soluto e do solvente, menor é a faixa de soluções.
2- Estrutura cristalina: o tipo de estrutura cristalina deve ser o mesmo.
3- Valência química: o metal de menor valência (soluto) provavelmente
se dissolverá no metal de maior valência (solvente) (ligas Cu, Ag e
Au com metais de maior valência).
4 - Eletronegatividade: as eletronegatividades devem ser quase iguais;
quanto mais eletropositivo for um componente e mais eletronegativo o
outro, maior será a tendência à formação de compostos entre eles e
menor será a solubilidade.

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Diagramas de fases

Diagramas Binários
Um par de elementos puros ou de compostos puros pode
ser misturado segundo um número infinito de proporções
diferentes. Para cada composição global, o estado de
equilíbrio (o número de fases presentes, suas
composições e as proporções relativas de cada fase) é
uma função da temperatura e da pressão. A maior parte
das operações usadas no processamento dos materiais é
feita à pressão atmosférica ou a uma pressão próxima
desta. Portanto, freqüentemente, a pressão não é uma
variável significativa.
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Diagramas de fases

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Diagramas de fases

Regra da Alavanca: Quantidade Relativa de Fases


Os diagramas de equilíbrio, além de especificarem :
i - quais as fases presentes a uma dada temperatura;
ii - suas composições;
permitem também calcular as quantidades relativas de
cada fase presente, à temperatura considerada.

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Diagramas de fases
Regra da Alavanca: Quantidade Relativa de Fases

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Diagramas de fases
Regra da Alavanca: Quantidade Relativa de Fases

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Diagramas de fases
Regra da Alavanca: Quantidade Relativa de Fases

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Diagramas de fases
Regra da Alavanca: Quantidade Relativa de Fases

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Diagramas de fases
Regra da Alavanca: Quantidade Relativa de Fases

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Diagramas de fases
Regra da Alavanca: Quantidade Relativa de Fases

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Diagramas de fases
Regra da Alavanca: Quantidade Relativa de Fases

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Diagramas de fases

Análise Térmica
Os diagramas de equilíbrio podem ser interpretados, e
também determinados, através das curvas de resfriamento
de diferentes composições.

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Diagramas de fases

O Diagrama Eutético Binário


Um dos tipos de diagramas de equilíbrio que podem existir
quando há apenas uma solubilidade limitada no estado
sólido é o diagrama eutético binário.

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Diagramas de fases
Diagrama Eutético Binário
Diagrama de equilíbrio
binário hipotético para
os elementos A e B que
são completamente
solúveis em todas as
proporções no estado
líquido, mas apenas
parcialmente solúveis
no estado sólido.
TA e TB são os
pontos de fusão de A
puro e B puro; Te éa
temperatura eutética.

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Diagramas de fases
Diagrama Eutético Binário – Liga chumbo-estanho

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Diagramas de fases
Diagrama Eutético Binário – Liga chumbo-estanho

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Diagramas de fases
Diagrama Eutético Binário – Liga chumbo-estanho

Metalurgia II 29
Diagramas de fases
Diagrama Eutético Binário – Liga chumbo-estanho

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Diagramas de fases
Diagrama Eutético Binário – Liga chumbo-estanho

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Diagramas de fases
Diagrama Eutético Binário – Liga chumbo-estanho

Metalurgia II 32
Diagramas de fases
Diagrama Eutético Binário – Liga chumbo-estanho

Metalurgia II 33
Diagramas de fases
Diagrama Eutético Binário – Liga chumbo-estanho

Metalurgia II 34
Diagramas de fases
Diagrama Eutético Binário – Liga chumbo-estanho

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Diagramas de fases
Diagrama Eutético Binário – Liga chumbo-estanho

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Diagramas de fases
Curva de resfriamento Pb-Sn

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Diagramas de fases
Calculo das fases presentes
Regra das alavancas
Liquido

Sólido

A B
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

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Diagramas de fases
Calculo das fases presentes
Regra das alavancas
Liquido
A

C
D

Sólido

X Y
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
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Diagramas de fases
Diagrama Eutético Al-Si

660 ºC Líquido

Ponto Líquido
Líquido +α Eutético +ß
577 ºC
1,65% 12,5%
α+ß
α
ß

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
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Diagramas de fases
Diagrama Peritético

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Diagramas de fases
Diagrama Peritético

Reação peritética no ponto P onde α+L →β


Metalurgia II 42
Diagramas de fases

Reação peritética
Reação eutetóide

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Diagramas de fases
Reações Invariantes
Os diagramas de equilíbrio dos sistemas binários reais
usualmente não são diagramas de solução sólida,
eutéticos ou peritéticos simples. Ao contrário, são
diagramas compostos, contendo uma série de regiões de
duas fases e uma série de reações invariantes. As reações
invariantes mais comuns receberam nomes específicos e
são de dois tipos gerais:
1 - No resfriamento, uma fase se separa em duas outras fases.
Eutética: Líquido →α+β
2 - No resfriamento, duas fases reagem para produzir uma terceira
fase, distinta das duas iniciais.
Peritética: Líquido + α →β

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Diagramas de fases

Estruturas Longe das Condições de Equilíbrio


Introdução
Muitas transformações de fase que ocorrem em materiais
de engenharia, durante o processo de solidificação, não
produzem estruturas em equilíbrio termodinâmico, sendo
denominadas transformações de fase fora de equilíbrio. As
microestruturas que resultam dessas transformações
podem ser indesejáveis, ou, ao contrário, podem
apresentar propriedades tecnológicas interessantes.
Assim, por meio do conhecimento e do controle das
transformações de fase fora de equilíbrio pode-se atuar
sobre as propriedades tecnológicas dos materiais sólidos.
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Diagramas de fases
Estruturas Longe das Condições de Equilíbrio
Os diagramas de fases em condições de equilíbrio tratam
da situação em que o resfriamento ocorre muito
lentamente, representando uma situação para a qual o
equilíbrio entre as fases é continuamente mantido.
Quando uma liga binária fundida se solidifica em
condições de equilíbrio, passando por uma região que
contenha sólido e líquido, as composições das fases
líquida e sólida e as quantidades relativas de cada uma
das fases devem se reajustar continuamente, à medida
que a temperatura decresce. Estes reajustamentos são
realizados por difusão dos átomos de ambos os
elementos nas duas fases.
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Diagramas de fases

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Diagramas de fases

Estruturas Longe das Condições de Equilíbrio


As estruturas fora de equilíbrio são geralmente produzidas
por um resfriamento tão rápido do material que não há
tempo ou energia térmica suficientes para que os átomos
se redistribuam em uma configuração de equilíbrio.
Como a velocidade de difusão no estado sólido tende a ser
baixa, é necessário um tempo excessivamente longo para
eliminar os gradientes de composição.

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Diagramas de fases

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Diagramas de fases
Estruturas Longe das Condições de Equilíbrio
Microestruturas Longe do Equilíbrio: liga alumínio (Al)-silício (Si)

Parte do diagrama de equilíbrio


alumínio-silício mostra a transformação
eutética de equilíbrio (resfriamento
lento) e a transformação eutética longe
do equilíbrio (resfriamento rápido). No
resfriamento lento, forma-se somente a
mistura eutética α + β . No
resfriamento muito rápido forma-se
α primário e uma mistura eutética
α + β com maior teor de β . Se a
composição inicial possuir 14% (em
peso) de Si, mesmo com o
resfriamento rápido somente se
formará a mistura eutética.

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Diagramas de fases - FeC
Estruturas Longe das Condições de Equilíbrio
O Sistema Ferro-Carbono: O Diagrama Binário Fe-Fe3C

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Diagramas de fases - FeC

Diagrama de equilíbrio ferro carbono

As transformações responsáveis pela formação


dos constituintes das ligas ferro-carbono, onde os
ferros fundidos se incluem, é estudada e
analisada, a partir do diagrama de equilíbrio ferro-
carbono.

Metalurgia II 52
Diagramas de fases - FeC

O diagrama de fase a seguir não é um diagrama de


equilíbrio completo, pois é representado somente até
6,7% de carbono, porque forma com o ferro o composto
Fe3C que contém 6,67% de carbono.
Ligas com mais de 4,0 a 4,5% de carbono, apresentam
pouco ou nenhum interesse comercial, devido à alta
dureza e fragilidade que elas apresentam.

Metalurgia II 53
Diagramas de fases - FeC

Esse diagrama não é um diagrama de equilíbrio


verdadeiro, pois a cementita não é uma fase de
equilíbrio. A grafita é mais estável que a cementita e
sob condições adequadas, a cementita se decompõe,
formando grafita.

Em aços comuns essa decomposição nunca é


observada, porque a nucleação da cementita no ferro
supersaturado de carbono ocorre mais facilmente que
a nucleação da grafita.
Metalurgia II 54
Diagramas de fases - FeC

O diagrama ferro-carbono se caracteriza por três


pontos principais:

Ponto peritético com 0,16% de carbono a 1493 0C;

Ponto eutético com 4,3% de carbono a 1147 0C;

Ponto eutetóide com 0,8% de carbono a 723 0C.

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Ponto
Peritético
Ponto
Eutético

Ponto
Eutetóide

Metalurgia II 56
Diagramas de fases - FeC

A transformação peritética ocorre a temperaturas


elevadas e em aços de baixo teor de carbono. Todas
as composições desta fase passam, em seguida, pelo
campo monofásico CFC. Assim, os efeitos sobre a
estrutura à temperatura ambiente são secundários e
normalmente são desprezados.

Metalurgia II 57
Diagramas de fases - FeC

A solução sólida cúbica de face centrada CFC, ou fase


 (gama), é chamada de austenita. Todas as ligas
contendo menos que 2,06% de C passam pela região
austenítica no resfriamento.
As ligas contendo menos que 2,06% de carbono são
arbitrariamente chamadas de aços (maioria dos aços
contém menos que 1,0% de carbono).

Metalurgia II 58
Diagramas de fases - FeC

Alotropia do ferro puro


1- Temperatura de Fusão a 15380C
2- Entre 15380C a 13940C, o ferro solidifica de acordo
com o reticulado CCC (ferro delta - ).
3- A 13940C o ferro delta () sofre uma redisposição
espontânea e forma-se um novo reticulado CFC, (ferro
gama - ) que permanece estável até 9120C.
4- A 9120C o ferro sofre uma nova transformação, com
um novo rearranjo atômico CCC, (ferro alfa - ), não
havendo mais transformações até a temperatura
ambiente.
Metalurgia II 59
Diagramas de fases - FeC

Constituintes das ligas ferro-carbono metaestáveis

Ferrita ou ferro alfa ():

Estrutura CCC  menores espaçamentos interatômicos e


pronunciadamente alongados, não podem acomodar com
facilidade os átomos de carbono solubilidade de carbono
é cerca de 0,008% a temperatura ambiente, e 0,23% a 727
0C.

Ferrita  mole e dúctil, com limite de resistência abaixo de


32 Kgf/mm2 e dureza Brinell em torno de 90 HB.

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Diagramas de fases - FeC

Ferro puro – grãos de ferrita.

Metalurgia II 61
Diagramas de fases - FeC

Austenita ou ferro gama (): forma estável do ferro


puro entre 910 ºC e 14000C.
Estrutura CFC, com espaços interatomicos maiores,
mas são menores que o átomo de carbono, de forma
que a dissolução de carbono na austenita introduz
deformações na estrutura, impedindo que todos os
interstícios sejam preenchidos simultaneamente,
ficando a solubilidade máxima de carbono em 2,0% em
peso (8,7% em átomos).
Metalurgia II 62
Diagramas de fases - FeC

Metalurgia II 63
Diagramas de fases - FeC

Ferrita delta ou ferro delta (): acima de 1400 0C, a


austenita deixa de ser a forma mais estável, voltando a
estrutura ser CCC. Este constituinte não apresenta
importância no estudo dos aços.

Metalurgia II 64
Diagramas de fases - FeC

Cementita ou carbeto de ferro: é o excesso de carbono


em relação ao limite de solubilidade formando uma
segunda fase.
Possui reticulado ortorrômbico com 12 átomos de ferro e
4 de carbono por célula, correspondendo isso a 6.67% de
carbono.
Dada a proporção de átomos de ferro e carbono de 3
para 1 no reticulado cristalino é usualmente representada
como Fe3C.
Metalurgia II 65
Diagramas de fases - FeC

Comparado a ferrita e austenita, a cementita é muita


dura, cerca de 67HRC ou 900 HV.
A cementita quando presente, associada a ferrita em
partícula finas, aumenta muito a resistência do aço, pois
inibe o escorregamento e evita o cisalhamento da fase
dúctil ferrita.

Metalurgia II 66
Diagramas de fases - FeC

Perlita com as lamelas de cementita


em um fundo de ferrita. Ferro com
0,8% de carbono. 500X.
Metalurgia II 67
Diagramas de fases - FeC

Perlita: abaixo da temperatura eutetóide as fases


estáveis são a ferrita e a cementita. A 0,8% de
carbono, ocorre uma reação, que envolve a formação
simultânea de ferrita e cementita a partir da austenita
de composição eutetóide, resultando em uma mistura
das fases ferrita e cementita denominada de perlita.
Essa estrutura consiste de plaquetas alternadas de
Fe3C e ferrita sendo a ferrita a fase contínua. A perlita
contém 12% de cementita e 88% de ferrita.
Metalurgia II 68
Diagramas de fases - FeC
α
Fe3C
γ γ γ γ Fe3C γ γ

1-Nucleação inicial 2- Nucleação de lamelas de 3- Crescimento lateral e


da cementita. ferrita ao lado da cementita. para frente da cementita.

Fe3C γ
γ
γ γ

4- Novo núcleo de cementita formado com 5- Crescimento da nova colônia.


orientação diferente dos anteriores.
Metalurgia II 69
Diagramas de fases - FeC
Liga eutetóide
1. Inicialmente, existe apenas
γ.

2. A uma temperatura
imediatamente abaixo da
eutetóide toda a fase γ
transforma-se em perlite
(ferrite + Fe3C) de acordo
com a reação
eutetóide.

3. Estas duas fases tem


concentrações de carbono
muito
diferentes. Esta reação é
rápida.
Não há tempo para haver
grande
difusão de carbono. As fases
organizam-se como lamelas
alternadas de ferrita e
Metalurgia II cementita. 70
Diagramas de fases - FeC
Liga hipoeutetóide
1. Inicialmente, existe apenas γ.

2. Em seguida começa a surgir a


fase  nas fronteiras de grão da
fase γ. A concentração da
austenita cai com a temperatura
seguindo a linha que separa o
campo γ+  do campo γ.

3. A T imediatamente acima da
eutetóide a concentração da
fase γ é 0.77 % C, eutétóide.

4. A T imediatamente abaixo da
eutetóide toda a fase γ se
transforma em perlita. A fase  ,
que não muda, é denominada
ferrite pro-eutetóide.

Metalurgia II 71
Diagramas de fases - FeC
Liga hipereutetóide
1. Inicialmente, existe apenas γ.

2. Em seguida começa a surgir a


fase Fe3C nas fronteiras de grão
da fase γ. A concentração da
Fe3C é constante igual a 6.7 %
C. A concentração da austenita
cai com a temperatura
seguindo a linha que separa o
campo γ+Fe3C do campo γ.

3. A T imediatamente acima da
eutetóide a concentração da
fase γ é 0.77 % C, eutétóide.

4. A T imediatamente abaixo da
eutetóide toda a fase γ se
transforma em perlita. A fase
Fe3C , que não muda, é
denominada cementita pro-
eutetóide.
Metalurgia II 72
Diagramas de fases - FeC
Exemplos de microestruturas

Metalurgia II 73
Diagramas de fases - FeC

Metalurgia II 74

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