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Transformações lineares

inversas

Autor: José Ricardo Gonçalves Manzan


Licenciado em Matemática pela Uniube (2006)
Especialista em Matemática e Estatística pela
UFLA (2007)
Mestre (2012) e Doutor (2016) em Engenharia
Elétrica pela UFU
Professor do IFTM – campus Uberaba Parque
Tecnológico.
Definição

Uma transformação linear T: V → W é dita injetora se T leva


vetores distintos de V em vetores distintos de W.
Exemplo 1: Seja T: Pn → Pn+1 a transformação linear
T(p) = T(p(x)) = xp(x)
Se p  p( x)  c  c x  ...  c x n e q  q( x)  d  d x  ...  d x n
0 1 n 0 1 n

são polinômios distintos, então eles diferem em pelo o menos um


coeficiente. Logo,
T ( p)  c0 x  c1 x 2  ...  cn x n 1 e T (q)  d 0 x  d1 x 2  ...  d n x n 1
também diferem em pelo o menos um coeficiente. Assim, T é
injetora, pois leva polinômios distintos p e q em polinômios
distintos T(p) e T(q).
Exemplo 2: Seja
D. C1  ,    F  ,  

a transformação de derivação de primeira ordem. Essa


transformação linear não é injetora por que leva funções que
diferem por uma constante na mesma função. Por exemplo,

d 2
dx
 x   2 x   x  1
d 2
dx
Teorema:
Se T: V → W é uma transformação linear, então as
seguintes afirmações são equivalentes.

(a) T é injetora.
(b) O núcleo de T contém somente o vetor nulo, isto é,
Nuc (T) = {0}.
(c) nul (T) = 0.
Exemplo 3: Em cada parte, determine se a transformação linear é
injetora encontrando o núcleo ou a nulidade e aplicando o
Teorema anterior:
(a) T: R2 → R2 roda cada vetor por um ângulo θ.
(b) T: R3 → R2 é a projeção ortogonal sobre o plano xy.
(c) T: R6 → R4 é a multiplicação pela matriz

 1 2 0 4 5 3
 3 7 2 0 1 4 
A 
 2 5 2 4 6 1 
 
 4 9 2 4 4 7 
Teorema:
Se V é um espaço vetorial de dimensão finita e T: V → V é
um operador linear, então as seguintes afirmações são
equivalentes.

(a) T é injetora.
(b) Nuc (T) = {0}.
(c) nul (T) = 0.
(d) A imagem de T é V, ou seja, Im (T) = V.
Teorema:
Se A é uma matriz n x n e TA: Rn → Rn é a multiplicação
por A, então as seguintes afirmações são equivalentes.

(a) A é invertível.
(b) A imagem de TA é Rn.
(c) TA é injetora.
Exemplo 4: Se TA: R4 → R4 a multiplicação por
1 3 2 4
2 6 4 8 
A
3 9 1 5
 
1 1 4 8

Determine se TA é injetora.
Definição

Lembre que se T: V → W é uma transformação linear, então a


imagem de T, denotada por Im (T), é o subespaço de W consistindo de
todas as imagens por T de vetores em V. Se T é injetora, então cada
vetor w em Im (T) é a imagem de um único vetor v em V. Esta
unicidade nos permite definir uma nova função, chamada
transformação inversa de T e denotada por T–1, que leva w de volta
em v.
Teorema:
Se T: Rn → Rm é uma transformação linear e e1, e2, ..., en são os
vetores da base canônica de Rn, então

T   T  e1  T  e2  ... T  en 


é a matriz canônica de T.
Exemplo 5: Seja T: Pn → Pn+1 a transformação linear
T(p) = T(p(x)) = xp(x)

Determine:
(a) a transformação inversa
(b) T–1(2x – x2 + 5x3 + 3x4)
Exemplo 6: Seja T: R3 → R3 o operador linear definido pela
fórmula
T(x1, x2, x3) = (3x1 + x2, – 2x1 – 4x2 + 3x3, 5x1 + 4x2 – 2x3)

Determine se T é injetor; se for, encontre T–1 (x1, x2, x3)


Teorema:
Se T1: U → V e T2: V → W são transformações lineares injetoras,
então:

(a) T2 o T1 é injetora. (b) (T2 o T1)–1 = T1–1 o T1–1.


Exercícios

Livro Álgebra Linear Contemporânea – Howard Anton:

Conjunto de exercícios 6.4

Exercícios de 1 a 4; 13 a 22
Referências
 ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra linear com
aplicações. 8a ed., Editora Bookman, Porto Alegre. 2001.
 WINTERLE, Paulo. Vetores e Geometria Analítica. 1.ed. São
Paulo: Pearson Makron Books, 2000.

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