O documento discute artigos de Florestan Fernandes sobre educação no Brasil e as relações raciais em São Paulo. Florestan critica a visão de senso comum sobre educação e a falta de participação dos educadores na elaboração de projetos educacionais. Ele também defende uma abordagem que coloca o negro como sujeito da pesquisa sobre relações raciais.
Descrição original:
terceira parte do livro a investigação etnologica no brasil
O documento discute artigos de Florestan Fernandes sobre educação no Brasil e as relações raciais em São Paulo. Florestan critica a visão de senso comum sobre educação e a falta de participação dos educadores na elaboração de projetos educacionais. Ele também defende uma abordagem que coloca o negro como sujeito da pesquisa sobre relações raciais.
O documento discute artigos de Florestan Fernandes sobre educação no Brasil e as relações raciais em São Paulo. Florestan critica a visão de senso comum sobre educação e a falta de participação dos educadores na elaboração de projetos educacionais. Ele também defende uma abordagem que coloca o negro como sujeito da pesquisa sobre relações raciais.
Coletânea de textos selecionados do Prof. Florestan
Fernandes A educação como problema social • Em tal artigo Florestan coleta dois discursos sobre a educação; (1 de senso comum e; 2 de especialistas.) “No setor rustíco da população caboclas ou campesinas, a escola constitui um acréscimo cultural aceito por imposição [...] Em consequência, a parcela mais numerosa e prejudicada pelas deficiências qualitativas e quantitativas de nosso ensino é totalmente muda e inoperante no processo de reconstrução educacional.” pg. 245 e 246
Ou seja a maior parte dos setores de senso
comum não veem uma ligação da educação com sua realidade. • Já para as classes abastadas a educação é: “Nos círculos leigos, prevalece o apego a um estilo aristocrático de vida, que converte a educação em meio de preparação do hoemm para formas ociosas do consumo da cultura[...]” pg 246
Assim sendo a aristocracia impede uma
alteração no modo educacional ao mesmo tempo que não quer a expansão e democratização da “rede escolar”. Os problemas sociais em si “trata-se do montante de analfabetos na população global, da falta de vagas para os candidatos aos diferentes tipos de escolarização, do custo do ensino particular, dos índices de reprovação, da criação de escolas em bairros ou cidades populosos[...]” pg 247 e 248.
O pensamento de senso comum não consegue ir
além dos problemas superficiais, tal afirmação valida para o setor “rústico” como os “abastados”. O primeiro pelo fato de sua ignorância; e ao segundo se resumindo em incentivo para realizar o curso, sem se aprofundar no conteúdo ou a forma que esta se dando a educação. Construção do projeto educacional brasileiro • Como educador pode ser entendido “o mestre escola, ou o professor em geral, quanto o teórico da educação e o reformador propriamente dito.” pg 248 • Na construção do projeto educacional brasileiro o professor é relegado na construção e elaboração do projeto. • Acarrentando: • “Não obstante, ele tem sido inoperante. Primeiro, porque não conduz ao aperfeiçoamento das instituições educacionais e das práticas pedagógicas.” pg 250. • Renegando o educador militante se constituir parte ativa na elaboração do projeto educacional, legando somente aos “teóricos da educação” ou “reformadores” que possui caráter estritamente empírico. E buscam soluções práticas se espelhando, ou quando não exportando soluções de outros países. Superação dos problemas educacionais • Que seja incluído na etapa de elaboração do projeto educacional o “educador militante” e o conhecimento e anseios do senso comum vindo das parte rústicas da sociedade. As relações raciais em São Paulo reexaminandas • O estudo foi solicitado pela UNESCO em base: “O Brasil constitui uma situação negativa, da perspectiva da manifestação do preconceito e das discriminação raciais, por sua vez extraída de um artigo de D. Pierson.” pg 257
• A. Métraux convidou Roger Bastide para fazer
a pesquisa que na ocasião não aceitou. Após muita insistência de Métraux, Bastide aceitou fazer a pesquisa, convidando Florestan para fazer parte da equipe. A esse respeito Florestan diz: • Métraux compeliu R. Bastide a aceitar o encargo e este, por sua vez, induziu-me a entrar com ele na grande aventura, o que aceitei de maneira relutante. Esse acaso se revelaria, em seguida, a coisa mais importante que aconteceu em minha vida de sociólogo profissional e de militantes socialista.” pg 258 Construindo o método de pesquisa • Bastide insistia nas “verdades redentoras” negando a superação pelo negro das injustiças.
• O método utilizado foi “pesquisa participante”
tornando o negro de objeto a sujeito pesquisado. • Foco da pesquisa. Reações da pesquisa • A pesquisa elaborada por Bastide e Florestan se distancia do modo de pesquisa “a la norte- america” ver pg 260 • Acarretando como Florestan diz: “De imediato, fomos considerados ‘tendenciosos’ e resposáveis pela ‘deformação da verdade’[...] O diretor de uma escola de sociologia que afirmou publicamente que Bastide e eu estavamos introduzindo ‘o problema’ no Brasil!” pg 261 • Já para o movimento negro a pesquisa significou: “Principalmente, ficaram encantados com o fato de suas ‘lutas’ terem encontrado resposta e confirmação. Parecia-lhes que a sociologia lhes abria uma ‘ponte de justiça.’” pg 262 Da aliança a solidariedade • Coma reabertura política Florestan volta ao campo político com maior participação, dentre as suas analises permanece as mesma de sua militância política na juventude.
“Para jogar algum papel nos processos políticos [os trabalhadores], se
veem compelidos a aliar-se com alguma fração da burguesia e a defender seus próprios interesses envolvendo-se nas lutas intestinas dos setores capitalistas” pg 266 A situação da “burguesia nacional” “Uma burguesia pró-imperialista opta pela dependência como mercadoria e fonte de lucro e breca até o desenvolvimento capitalista suscetível de voltar-se para reformas e revoluções propriamente burguesas.” Pg 272
Florestan não comunga da ideia de que a
burguesia nacional luta contra o imperialismo, tão pouco concorda com alianças com frações da burguesia para uma revolução democrática, tal visão ainda é herança de sua militância trostskystas em especial a teoria da revolução permanente. • Caso das “Diretas Já”.
• Em relação aos partidos de esquerda afirma:
“O PDT e PSDB, por sua vez, ainda precisam identificar o que é radicalismo burguês, socialdemocracia e socialismo dentro de seus muros – e como irão engajar-se, como forças eleitorais e políticas de centro-esquerda, na construção do Brasil no qual a liberdade de alguns deixe de ser a razão do império da barbárie.” pg 273
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: Reconhecimento Da Identidade Quilombola Entre Jovens Nas Comunidades Laranjituba e África em Abaetetuba (PA) : A Percepção Do "Ser Quilombola"